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ERGONOMIA PROFESSORA Me. Veridianna Cristina Teodoro Ferreira Berbel Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Google Play App Store 2 ERGONOMIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BERBEL, Veridianna Cristina Teodoro Ferreira. Ergonomia. Veridianna Cristina Teodoro Ferreira Berbel Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpressão 2020. 176 p. “Graduação em Design - EaD”. 1. Ergonomia. 2. Antropometria. 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1844-8 CDD - 22ª Ed. 620.82 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia Coelho, Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Coordenador(a) de Conteúdo Larissa Siqueira Camargo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Arthur Cantareli Silva, Designer Educacional Bárbara Neves, Revisão Textual Meyre Barbosa da Silva, Ilustração Rodrigo Barbosa, Fotos Shutterstock. Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, de lugares, de informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, os blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, a entender, a selecionar e a usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda a cultura e a forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. boas-vindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin Pró-Reitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pós-graduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autores Me. Veridianna Cristina Teodoro Ferreira Berbel Graduada em Design de Moda pelo Instituto Educacional do Estado de São Paulo (2011). Possui curso de extensão na França e na Itália,com foco de pesquisa em Design e em Criação de produto (2013); especialista em Moda, em Produto e em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina (2013); mestre em Design, em Arte e em Tecnologia pela Universidade Anhembi Morumbi (2016); e, atualmente, é doutoranda em Design também pela Universidade Anhembi Morumbi. Tem experiência nas áreas de Design de Moda, de produto, de interiores e de gráfico, atuando principalmente nos seguintes temas: desen- volvimento de produto; ergonomia; tecnologia têxtil; projeto; design; meios de produção; modelagem; gestão e metodologia científica; e ministra cursos de visual merchandising. Possui pesquisas e publicações nacionais e internacionais com foco em ergonomia do produto, em moda inclusiva, em meios de produção na moda e em tecnologia têxtil. Tem experiência como professora acadêmica nos cursos de graduação em Design de Moda, em Design de interiores, em Design Gráfico, em Arquitetura e em Engenharia de Produção. Link: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0>. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8189797J0 apresentação do material ERGONOMIA Me. Veridianna Cristina Teodoro Ferreira Berbel Caro (a) aluno (a), este livro tem como objetivo apresentar e discutir sobre a er- gonomia, suas áreas de atuação e suas diferentes abordagens. Pretendo fazer isso de forma leve para que você compreenda o que é ergonomia e passe a ter olhar crítico com relação aos ambientes, aos produtos e às vestimentas. Ao longo dos capítulos, abordaremos o tema da ergonomia em diferentes si- tuações, pois está relacionada a todos os produtos ou os ambientes desenvolvidos para uso do ser humano, uma vez que a principal definição de ergonomia é adequar o produto/ambiente ao usuário, ao contrário de permitir que este modifique sua postura para utilizá-lo. Com base nesta constatação, podemos dizer que a ergonomia teve seus pri- meiros indícios na pré-história, quando os homens das cavernas adaptaram suas armas para sobrevivência. O homem pré-histórico, ao fixar na ponta de uma vara uma lasca de pedra afiada para facilitar a caça de forma mais confortável, segura e eficaz, estava, inconscientemente, realizando ergonomia. O surgimento dessa temática se deu, portanto, juntamente com a necessi- dade de sobrevivência do homem primitivo que, sem querer, começou a aplicar seus princípios para facilitar suas tarefas, como caçar, cortar e esmagar. Assim, a preocupação em adaptar o ambiente e/ou construir objetos para facilitar a vida dos indivíduos sempre esteve presente nos seres humanos, até mesmo em tempos remotos. (IIDA, 2005) A ergonomia preza pelo conforto, pela saúde e pelo bem-estar do indivíduo e, para isso, muitas vezes utiliza das ferramentas de medições da antropometria para obter o resultado desejado– antropometria será vista detalhadamente na Unidade I. Começaremos nosso estudo entendendo o que é ergonomia, desde o significado da palavra até suas áreas de atuação.Discutiremos também sobre a biomecânica, a antropometria e suas formas de utilização. Posteriormente, trataremos sobre a ergonomia em diferentes situações, bem como no ambiente de trabalho, no desenvolvimento de produtos, nos projetos de interiores e nos projetos de moda. Para facilitar a compreensão nestas áreas, usaremos alguns estudos de caso que ajudarão a visualizar sua aplicação. Serão apresentados estudos de caso voltados à melhor adequação do ambiente ao uso humano, à compreensão do uso da ergonomia no design de produto, bem como o uso do design universal e, por fim, ao uso da tecnologia têxtil aliada à mo- delagem ergonômica com a finalidade de melhor adequar a vestimenta ao corpo. Desta forma, ficará mais fácil compreender as diferentes formas de aplicação da ergonomia, sua importância e todos os benefícios de sua utilização pelo usuário. Sejam bem-vindos(a) a esta disciplina e, agora, vamos estudar! apresentação do material sumário UNIDADE I ERGONOMIA: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA 14 Definição e Surgimento da Ergonomia 16 Abrangência da Ergonomia 21 Aplicação na Vida Diária 32 Aplicação da Antropometria UNIDADE II ERGONOMIA EM AMBIENTE DE TRABALHO 50 Biomecânica Ocupacional 54 Posto de Trabalho, Controles e Manejos 57 Percepção e Processamento de Informação 63 Ergonomia no Dia a Dia UNIDADE III ERGONOMIA DO PRODUTO 78 Adaptação Ergonômica de Produtos 81 Projetos Universais 86 Desenvolvimento de Produto Ergonômico 88 A Importância de Produtos Ergonômicos 90 Estudo de Caso UNIDADE IV ERGONOMIA APLICADA NO AMBIENTE 110 Iluminação e Cores 117 Ruídos e Vibrações 122 Ergonometria 124 Ergonomia e Mobiliário 126 Estudo de Caso UNIDADE V ERGONOMIA NA MODA 146 Aplicação da Antropometria na Moda 149 Ergodesign e a Matéria-Prima Tecnológica 153 Ergonomia na Modelagem 158 Projeto de Moda Universal 164 Percepção do Usuário no Uso da Vestimenta Ergonômica 177 Conclusão geral Professora Me. Veridianna Cristina Teodoro Ferreira Berbel Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Definição e surgimento da Ergonomia • Abrangência da Ergonomia • Aplicação na vida diária • Antropometria • Aplicação da Antropometria Objetivos de Aprendizagem • Apresentar o conceito de Ergonomia, descrevendo seu início intuitivo na pré- história e o seu surgimento científico. • Discutir a abrangência da Ergonomia, suas aplicações gerais e, também, no design de interiores, no design de produto e no design de moda. Além de diferenciar Ergonomia de concepção, de correção, de conscientização e de participação. • Apresentar a Ergonomia nas atividades domésticas, no ensino, no transporte e em espaços públicos. • Definir Antropometria Estática, Dinâmica e Funcional e reconhecer as alterações de medidas ocasionadas por diferenças entre sexos, variações genéticas, influências étnicas e climáticas. • Identificar o uso de dados antropométricos e exemplificar o uso da Antropometria no Design de Interiores, Design de produto e Design de Moda. ERGONOMIA: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA unidade I INTRODUÇÃO O lá caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)(a) à disciplina de Er- gonomia. Neste primeiro capítulo, compreenderemos o sur- gimento da Ergonomia, desde a pré-história, com o uso intui- tivo, passando pelo uso consciente, porém nos seus primeiros passos na Revolução Industrial, chegando aos períodos da 1º e da 2º Guerra Mundial, com os estudos aprofundados e, posteriormente, sua formalização como ramo de aplicação interdisciplinar da Ciência. Seguiremos em nosso capítulo compreendendo a abrangência da Er- gonomia e suas formas de aplicação, para que você compreenda a impor- tância dela em sua área do designe para fique mais claro tanto a utilização da Ergonomia quanto sua importância. Ao longo do texto, você encon- trará exemplos do uso da Ergonomia e da Antropometria no Design de Moda, no Design de Interiores e no Design de Produto, para que você compreenda as diversas formas de aplicação nos diferentes tipos de pro- dutos ou deambientes e o quanto a Ergonomia é importante, seja na vesti- menta, no produto em geral, nos ambientes e nossistemas. O uso da Ergonomia na vida diária também será relatado, também, pois pode ser aplicada na maioria das nossas atividades ao longo do dia, seja em casa, no trabalho, nas ruas e, até mesmo, no lazer. Quando a Ergo- nomia está presente, a atividade a ser desenvolvida flui melhor, devida aos princípios que visam, principalmente, ao conforto, ao bem-estar, à saúde e à segurança. Para que estes princípios sejam utilizados e aplicados corretamente, compreenderemos, também, a importância do uso de dados antropomé- tricos e suas formas de aplicações, para que o ambiente, o produto ou a vestimenta desenvolvida sejam adequados ao uso humano e não causem desconforto, insegurança ou problemas de saúde, e não atrapalhe o indi- víduo a concluir suas inúmeras atividades diárias com prazer, saúde segu- rança e conforto. 14 ERGONOMIA Como já citado na apresentação, a Ergonomia surgiu na pré-história, a partir da necessidade de so- brevivência do homem primitivo. Ele começou a afiar e amodificar alguns detalhes das ferramentas de caça para que tivesse mais segurança e eficácia durante as caçadas, além disso faziam utensílios de barro para retirar água das nascentes e levá-laspara seu uso. Na era da produção artesanal, a preocupação em adequar as tarefas às necessidades humanas sempre esteve presente. Entretanto, as mudanças significati- vas da ergonomia vieram com a Revolução Industrial, que começou na Inglaterra, em meados do século Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a). Para iniciar nosso aprendizado, começaremos compreendendo o que é a Ergonomia, tanto no significado da palavra quanto no seu surgimento. A palavra “ergonomia” deriva do latim cujos significados são: ergo = traba- lho e nomos = leis naturais e/ou regras. Desta forma, compreendemos que a Ergonomia se refere às regras do trabalho com relação ao homem e, com o passar dos tempos, estes princípios se estenderam a todos os produtos criados para o uso do ser humano. Sen- do assim, a ergonomia adapta produtos, serviços, ferramentas de trabalhos e ambientes aos usuários. Definição e Surgimento da Ergonomia 15 DESIGN XVIII. Tal revolução caracterizou-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica e com a introdu- ção de máquinas fabris, que multiplicaram o rendi- mento do trabalho e aumentaram a produção global. Inicialmente, as fábricas eram escuras, sujas, ba- rulhentas e perigosas. As jornadas de trabalho chega- vam a 16 horas por dia, sem férias, com chefes auto- ritários e castigos corporais. A Figura 1 mostra uma fábrica, nos anos de 1912, com crianças trabalhando. Industrial, que realizou inúmeras pesquisas referen- tes à fadiga na indústria, principalmente nas de mi- nas de carvão. Em 1929, este órgão foi reformulado para Instituto de Pesquisa para Saúde do Trabalho, desta forma teve seu campo de pesquisa ampliado com desenvolvimento de pesquisa de posturas de trabalho, de carga manual, de treinamento, de ilu- minação, de ventilação, entre outras (IIDA, 2005). Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os conhecimentos científicos e tecnológicos adquiridos foram utilizados ao máximo, para construir instru- mentos bélicos complexos, como submarinos, tan- ques, radares, sistemas contra incêndio e aviões. As- sim, a ergonomia se fez essencial, pois qualquer erro no manuseio poderia ser fatal, por isso, as pesquisas foram redobradas para adaptar os instrumentos bé- licos às características e às capacidades do operador, com o intuito de melhorar o desempenho do usuário, reduzindo a fadiga e os acidentes (IIDA, 2005). De acordo com os fatos históricos anteriormente relatados, a Ergonomia começou a ser elaborada a partir de pesquisas para combater os efeitos da Re- volução Industrial, em busca de trabalho humaniza- do. Em seguida, foi profundamente pesquisada, nos períodos das Primeira e Segunda Guerra Mundial, com intuito de minimizar a fadiga e, com isso, di- minuir os riscos de acidentes fatais no manuseio de equipamentos bélicos. Porém, o termo “ergonomia” teve seu nascimento oficial em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, quando cientistas e pesquisadores reu- niram-se e decidiram formalizar a existência deste novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência (IIDA, 2005). A partir de sua formalização, esta área se apresenta para repensar o trabalho e questionar: como ter qualidade de vida no trabalho? Figura 1 - Crianças trabalhando em fábrica A partir desses fatos, alguns estudos começaram a ser desenvolvidos no final do século XIX e no início do século XX, sobre a fisiologia do trabalho, os gas- tos energéticos e afadiga, para solucionar problemas decorrentes da industrialização. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914- 1917), na Inglaterra, foi criada a Comissão de Saúde dos Trabalhadores na indústria de Munição e, em 1915, fisiologistas e psicólogos foram chamados para colaborar com estratégias para aumentar a produção de armamentos. Quando a guerra chegou ao fim, passou a chamar-se Instituto de Pesquisa da Fadiga 16 ERGONOMIA A saúde é priorizada na ergonomia quando seu limite é respeitado, evitando estresse, riscos de aci- dente e doenças ocupacionais. A segurança condiz com o respeito às capacidades e às limitações do usuário, que contribuem com a redução de erros, de acidentes, de estresse e fadiga. O conforto se dá pelo resultado das necessidades atendidas junto ao bom planejamento. Necessidades estas que têm como foco a adequação do produto/ambiente ao homem de forma que respeite seus limites, priorize seu bem- -estar e, consequentemente, aumente seu rendimen- to, seja no trabalho ou nas atividades diárias. Como já vimos, a Ergonomia defende que o pro- duto se adapte ao homem, e não o contrário.Para isso, atua em correção de produtos mal projetados, na concepção de novos produtos, na conscientiza- ção de uso e na participação do sistema para busca de soluções. Os princípios ergonômicos defendem o bem-estar, o conforto, a saúde, a segurança, a sa- tisfação e a eficiência do indivíduo. A eficiência do trabalho e o aumento da produtividade virão como consequência, pois, quando o indivíduo trabalha de forma confortável, naturalmente produzirá mais, pois sua fadiga, se houver, será tardia. Abrangência da Ergonomia 17 DESIGN ria-prima que será desenvolvida, a vestimenta ou o acessório, desta forma, proporciona ao usuário a percepção de conforto no uso da vestimenta, resul- tando em melhor desempenho de suas atividades di- árias. No caso do Design de Interiores, a Ergonomia é aplicada no espaço, tanto em busca de conforto térmico, visual e auditivo, quanto na disponibilida- de dos móveis e aplicações de facilitadores no uso diário do ambiente. Isso resulta em facilidade no uso do espaço, seja no fluxo de pessoas, no conforto do lar ou na implantação de soluções ergonômicas em ambientes de trabalho. A contribuição da ergonomia pode ser feita na concepção do produto/ambiente na correção, na conscientização ou até mesmo na participação. A ergonomia de concepção ocorre quando a contri- Também pode contribuir de diversas maneiras para melhorar as condições do usuário. Em alguns casos, para ter melhor aproveitamento, envolve di- versos profissionais de diferentes áreas de uma em- presa, isso porque a ergonomia pode ser estudada por diversas profissões, como médicos do trabalho, engenheiros, enfermeiros, fisioterapeutas, admi- nistradores, compradores, designers, entre outros. Cada área se apropria para atender sua necessidade específica, porém sempre dentro dos mesmosprin- cípios, os de favorecer o usuário e melhorar sua qua- lidade de vida (IIDA, 2005). Os designers, quando fazem uso da ergono- mia, auxiliam nessa adaptação de produto/espaço ao usuário. Especificamente, o designer de produto pesquisa formas de torná-lo mais adequado ao uso humano, facilitando aberturas e fechamentos, com- preensão do uso, minimização de força para manu- seio do produto dentre outros detalhes que favore- cem a aceitação do item. No caso do Design de Moda, a pesquisa é fei- ta com foco tanto na modelagem quanto na maté- 18 ERGONOMIA buição se faz durante o projeto de desenvolvimento do produto, da máquina, do ambiente ou do sistema. É uma ótima situação, pois as alternativas poderão ser amplamente examinadas para evitar inadequa- ção durante o uso, porém exige mais conhecimento e experiência, uma vez que as decisões são tomadas com base em situações hipotéticas, por não existir o produto, o ambiente ou o sistema de forma real. Para obter melhor resultado, aconselha-se usar como base situações semelhantes ou produtos similares. Algu- mas situações podem ser simuladas no computador, com uso de modelos virtuais (IIDA, 2005). A Ergonomia de Concepção é mais utilizada na criação de postos de trabalho, pois, antes de comprar maquinários e equipamentos para pro- dução, que costumam ter alto custo, deve-se pen- sar em todas as possibilidades, para que depois não necessite correção do sistema de trabalho, o que, muitas vezes, não é viável pelo alto investi- mento sobre o mesmo sistema. Por isso, neste caso, as correções, quando necessárias, são rea- lizadas inicialmente, modificando os elementos parciais do posto de trabalho, como as dimensões, a iluminação, o ruído, a temperatura e a conscien- tização sobre posturas e usos do sistema. Se todas estas possibilidades não resolverem o problema, então, busca-se a correção do sistema por meio de compras de novos maquinários. A imagem a seguir ilustra um projeto de layout com Ergonomia de Concepção, pois avalia as formas de uso do ambiente e aplica os aspectos ergonômi- cos necessários. Figura 2 - Layout de posto de trabalho ergonômico 19 DESIGN A Ergonomia de Correção é aplicada em situações ou produtos já existentes e serve para resolver pro- blemas detectados durante o uso do produto, como: segurança, desconforto, dificuldade de manejo, fadi- ga excessiva, doenças derivadas do uso do produto ou ambiente e quantidade e/ou qualidade de produ- ção (IIDA, 2005). A Ergonomia de Correção é uma das mais uti- lizadas, pois a todo momento designers procuram criar produtos com melhorias, baseando-se nas ina- dequações dos produtos anteriores, por exemplo, os celulares, que já passaram por inúmeras correções com a intenção de se adequarem ao uso do indiví- duo, facilitando seu manejo e concentrando várias utilidades em um só produto, como: despertador, agenda, bloco de notas, acesso fácil à internet etc. As roupas também passam por correções a todo momento e suas intervenções ergonômicas ocorrem, geralmente, na modelagem e na escolha da matéria- -prima, como os uniformes esportivos, que sempre são modificados com a intenção de melhorar o de- sempenho do atleta e favorecer sua saúde. Nos uni- formes de basquete, por exemplo, os tecidos foram criados para serem os mais leves possíveis para não atrapalhar nos saltos dados pelos atletas para alcan- çar a cesta. Para que se torne mais confortável e ain- da mais leve, as emendas são coladas com materiais específicos em vez de serem costuradas. Na Ergonomia de Conscientização, busca, como o nome sugere, conscientizar o próprio trabalhador para identificar e corrigir o problema quando necessário, seja do dia a dia ou de forma emergencial. Os impre- vistos podem surgir a qualquer momento, e os operá- rios devem estar preparados para enfrentá-los. É importante conscientizar o operador por meio de cursos, de treinamentos e de frequentes recicla- gens, ensinando-o, de forma segura, a reconhecer os Figura 3 - A ergonomia no uniforme de basquete 20 ERGONOMIA fatores de risco que podem surgir a qualquer mo- mento no ambiente de trabalho. Ele deve saber exa- tamente a providência a ser tomada numa situação de emergência (IIDA, 2005). Além disso, ensina o colaborador a usufruir os benefícios de seu posto de trabalho com boa postura, uso adequado de mobili- ários e de equipamentos, auxilia na implantação de pausas e conscientiza sobre a importância delas. A Ergonomia de Conscientização é muito utili- zada por seguranças de trabalho, que conscientizam os operários a manusear a máquina de forma cor- reta, com postura adequada, com atenção, e a utili- zarem os equipamentos de segurança corretamente. O segurança do trabalho supervisiona os ope- rários, enquanto estão trabalhando, para evitar que sofram acidentes por usos inadequados de maqui- nários ou equipamento de segurança e, quando per- cebe algo errado, conscientiza o operário para que faça da forma certa e, assim, preserve sua saúde e sua integridade física. A Ergonomia de Conscientização se vê também em produtos, como o verso das embalagens de ci- garros, que contém os malefícios que o uso contí- nuo daquele produto pode causar ao consumidor. A Figura 4 demonstra a aplicação da Ergonomia de Conscientização em rótulo de embalagem, com o intuito de conscientizar o fumante dos males que o cigarro pode causar. E, por fim, a Ergonomia de Participação envol- ve o próprio usuário do sistema na resolução do problema de forma mais ativa, na busca da solução para o problema, seja trabalhador, seja consumidor, Figura 4 - Ergonomia de conscientização em produto Fonte: Anvisa (2017, on-line)1. enquanto a Ergonomia de Conscientização procura apenas manter os trabalhadores e usuários informa- dos. Este princípio acredita que o usuário tenha o conhecimento prático, de uso, o que contribui para evitar que detalhes passem despercebidos pelo pro- jetista (IIDA, 2005). 21 DESIGN A ergonomia deve ser aplicada no produto junto as premissas do design, para que resultem em produtos e/ ou espaços adequados ao ser humano. Devemos sempre levar em consideração que o produto será uti- lizado pelo corpo humano, por isso deve partir de suas medidas, necessidades e expectativas. O projeto ergo- nômico tem como objetivo facilitar a vida do usuário, deixando-o mais confortável para, assim, aumentar seu desempenho, diminuir seu desgaste e eliminar os riscos de danos à saúde provocados pelo uso de produto/ambiente mal projetado. Quando aplicamos a ergonomia no projeto, temos que pensar no usuário do produto e levar em consideração suas necessida- des, dificuldades e limitações. Devemos também pen- sar em possibilidades de facilitar o uso do produto, a fim de aumentar o desempenho do usuário. A ergonomia deveria estar presente a todo momento em nosso dia a dia, pois sua ausência é facilmente percebida, por exemplo, quando você acorda, depois de ter dormido com um pijama apertado, ou em um colchão inapropriado ou, até mesmo, com um travesseiro que não estava na al- Aplicação na Vida Diária 22 ERGONOMIA tura correta, e, imediatamente, as dores no cor- po são percebidas. Isso ocorre também quando o indivíduo levanta da cama de forma incorreta, podendo causar um mal jeito imediato. Posterior- mente, você resolve limpar a casa e, caso não le- vante os objetos pesados com a postura correta, pode desenvolver lesões corporais sentidas ime- diatamente ou após a finalização da tarefa. Ao la- var uma louça numa pia mais baixa ou mais alta que o correto, as dores nas costas são inevitáveis. Caso você não costume fazer serviços domésticos, seguranças. Ufa, quanta coisa, não? Como essa tal er- gonomia é importante, não é? Consegue imaginar a di- ficuldade da rotina que relatei? Sabia que muita gente passa exatamente, todos os dias, por esses obstáculos? Imagine, agora, que maravilha seria morar em uma casa ergonômica, numa cidade ergonômica e, ainda, trabalharnuma empresa ergonômica. Muito do stress, da fadiga e das dores no corpo seriam evitadas. Por isso cabe a nós, designers, tentar inserir, ao máximo, a ergonomia em cada projeto que desenvolvermos e em cada adequação que fazermos. Figura 5 - Posições do dia a dia com e sem ergonomia Fonte: RPG Souchard ([2018], on-line)2. A Figura 5 ilustra alguns movimentos do dia a dia que muitas pessoas fazem de maneira completamen- te incorreta, o que pode acarretar problemas futuros como dores, inflamações, entre outras enfermidades causadas por posturas incorretas. usuário ao lado e uma insegurança quando o ônibus frear rapidamente ou fizer uma curva em velocidade por conta da falta de cintos de segurança. Ao chegar em seu ambiente de trabalho, pode ser que se depare com uma cadeira desconfortável, uma mesa baixa, um computador sem apetrechos de apoio que evite doenças causadas por movimentos repetiti- vos. Ou pode ser que você trabalhe horas seguidas em pé, às vezes, até sem poder se movimentar, como os mas trabalhe, ou estude fora, sentirá falta da ergonomia quando sair de casa e andar por calçadas desniveladas e esburacadas. Se for pegar um ônibus, e o ponto não for cor- retamente coberto, irá se mo- lhar caso esteja chovendo, ou, então, sentirá o forte calor do sol, dependendo do horário. Ao observar uma pessoa de mais idade subir os altos degraus do ônibus, perceberá quão inadequados são. Quando se sentar no ônibus, que, geral- mente, tem o assento estreito, sentirá um desconforto com o 23 DESIGN F ig ur a 6 - H om em d e V itr úv io (H om em V itr uv ia no ) A Antropometria é ferramenta utilizada pela Ergo- nomia, que utiliza pesquisas intensas das medidas dos usuários de diversas formas, desde eretas, em movimento e, até mesmo, em alcances. Como já foi dito, um projeto que será desenvolvido para o uso humano deve se basear nas medidas humanas, além de levar em consideração as formas de usos, necessi- dades, capacidades e limitações. 24 ERGONOMIA As formas e as proporções da constituição física humana têm encantado artistas, filósofos, arquitetos e teóricos há muito tempo, desde épocas remotas. No século I a.C., o arquiteto romano Vitrúvio estu- dava as proporções do corpo humano, um século e meio mais tarde estes mesmos estudos foram reto- mados por Leonardo da Vinci, com o Homem de Vitrúvio. Mais tarde, outros estudiosos também se debruçaram sobre o assunto, como o inglês Gibson e Bonomi, em 1957, e o arquiteto Francês Le Corbu- sier com o tão conhecido Modulador, nos anos de 1960. (MARTINS, 2008). Nesse sentido, essa pesquisa é fundamental para a criação de ambientes, arquiteturas, postos de trabalhos, bem como para o desenvolvimento de roupas, calçados, acessórios, artigos para espor- tes, vestimentas para atender às diversas deficiên- cias, entre muitos outros produtos, como assevera Saltzman (2008). A Antropometria dá-se pelo estudo das me- didas do indivíduo em diferentes situações. Desse modo, os tipos de medidas dependem do produto ou ambiente a ser desenvolvido. Por exemplo, no caso do desenvolvimento de um teclado de computador, deve-se levar em con- sideração as medidas das mãos e o alcance dos de- dos para que o teclado não seja projetado maior que o alcance das mãos, o que causaria desconfor- to no uso do objeto. Essas medidas antropométricas devem ser tira- das com muito cuidado e com muita precisão, pois qualquer detalhe pode alterar os dados do estudo. Se pessoas serão medidas com ou sem roupas, com ou sem sapatos, entre outros detalhes que devem ser definidos antes de começar as medições. Se fi- car determinado que as medidas serão feitas com roupas íntimas, então, todos deverão estar vestidos apenas com roupas íntimas, e assim por diante. Isso torna o estudo mais preciso. Um produto adequado ao corpo deve ser em- basado em medidas antropométricas, se levarmos em consideração que, em alguns casos, o usuário não permanecerá estático com o produto ao cor- po, esse é o caso das vestimentas. Por isso, quan- do se pretende trabalhar com vestuário, o ideal é conhecer as proporções e dimensões do corpo, para que a vestimenta se ajuste ao usuário e se mova de forma confortável. Figura 7 - O Modulor, de Le Corbusier Fonte: Dezeen (2015, on-line)4. As proporções do corpo humano foram estuda- das em diferentes épocas e com pretensões diver- sas, por isso, ao criarmos algo para o uso huma- no, devemos considerar esses estudos, a fim de evitar erros, como o de adequação ao corpo. 25 DESIGN Figura 8 - Alcance ótimo e máximo (antropometria dinâmica) para determinar o tamanho da superfície de trabalho Fonte: Adaptado de IIDA, 2005, p. 146. Figura 9 - Dimensionamento da superfície de trabalho para postura em pé Fonte: Adaptado de IIDA, 2005, p. 147. 26 ERGONOMIA Figura 10 - (A) Dimensões do posto de trabalho sentado, (B) Problemas dimensionais causados por assentos inadequados. Fonte: Adaptado de IIDA (2005, p. 145 - 152). A Cadeira Mesa regulável Dimensões em cm 37-5354-74 Mesa fixa Apoios para os pés Cadeira 74 47-57 0-20 B 27 DESIGN O designer/projetista deve conhecer a estrutura bá- sica do corpo, como os movimentos, a anatomia, as formas e as medidas, já que o dimensionamento adequado do vestuário é tão importante quanto as sensações de conforto, de segurança, de proteção e a estética do produto (BOUERI, 2008). Um único estudo antropométrico não é válido para toda a população mundial, pois existem di- ferenças étnicas e climáticas que influenciam nas medidas do corpo humano. Além disso, há diferen- ciações de medidas entre homens e mulheres, bem como as variações de medidas que ocorrem em um ser humano ao longo de sua vida, há diferenças in- questionáveis entre uma criança de 5 anos, um ado- lescente de 15, um adulto de 30 e, assim, por diante. Por isso, é preciso saber para quem estamos desen- volvendo o produto, para nos basearmos nas medi- das relativas à etnia do indivíduo, à faixa-etária e ao tipo de uso do produto, para nos referirmos ao tipo de medidas estáticas, dinâmicas ou funcionais. Até 1940, a antropometria visava determinar apenas algumas grandezas médias, como o peso e a estatura da população, depois passaram a determi- nar as variações das medidas e os alcances dos mo- vimentos (IIDA, 2005). Os primeiros estudos são datados há muitos anos, mas essas pesquisas foram aplicadas de fato, e de forma sistêmica, em projetos somente a partir da década de 1950, por conta do desenvolvimento de métodos para aplicação das medidas corporais em diferentes tipos de projetos. Nesse mesmo período, surgiu, nos Estados Unidos, o escritório de projetos Henry Drey- fuss, que atuou na área de design, elaborando projetos com dados ergonômicos e antropomé- tricos da população usuária (BOUERI, 2008 apud FERREIRA, 2016, p. 37). A princípio, estas medidas eram tiradas de forma manual, mas, atualmente, existem máquinas que es- Figura 11 - Evolução antropométrica ao longo da vida do ser humano. Pode-se notar que algumas medidas variam mais que outras. Por exemplo, o tamanho da cabeça varia menos que o comprimento dos braços e pernas 28 ERGONOMIA Esses dados podem ser utilizados em todo e qual- quer produto que seja destinado ao uso do homem, como um mobiliário, um posto de trabalho, objetos de uso e, até mesmo, uma vestimenta. Este estudo de medidas é fundamental em diferentes setores, o que prova isso são os inúmeros produtos inadequa- dos que já foram e ainda são exportados para outros países sem considerar as variações de medidas por influências étnicas e/ou climáticas. Um exemplo de inadequação foram as antigas máquinas locomotivas exportadas pelos ingleses para a Índia. Elas não se adaptavam aos operadores indianos, por desconformidade com as medidas dos locais. Outro exemplo ocorreu durante a guerra do Vietnã, quando os soldados vietnamitas com altu- ra média de 160,5 cm tinham muita dificuldade emoperar as máquinas bélicas fornecidas pelos norte-a- mericanos, e isso porque foram projetadas para uma altura média de 174,5 cm (IIDA, 2005). Esses exemplos demonstram o risco que um usu- ário corre ao utilizar um produto que não tenha sido projetado de acordo com suas medidas corporais e medidas de alcances. Riscos ao usuário, no entanto, caneiam o corpo humano e identificam, detalhada- mente, suas dimensões, facilitando o detalhamento dos dados antropométricos para aplicação em dife- rentes setores, tanto da moda como no projeto de ambientes ou na criação de novos produtos. existem em diversos produtos. Isso acontece quando não se pesquisa as mediadas da constituição física para criar um produto para o corpo, ou quando não se leva em consideração as medidas da região para a qual se destina determinado produto,, aumentando o risco de inadequação do produto ao usuário. Pode-se apontar, como exemplo, pesquisas de medidas para a população brasileira, que apresentam diversos problemas, devido à miscigenação existente, desse modo, há uma variação considerável de medi- das, se considerarmos todo o país. Essas diferenças concentram-se nas cinco regiões brasileiras, tendo, em cada uma, variações consideráveis. Desta forma, os estudos que se destinam às medidas corporais ou a modelagens brasileiras devem ser divididos por regi- ões, resultando em cinco padrões de medidas. As medidas antropométricas podem ser estáti- cas ou dinâmicas. As estáticas referem-se às medidas do corpo parado, sem movimento, e são muito utili- zadas no processo de alfaiataria. As medidas antro- pométricas dinâmicas, por sua vez, são tiradas com o corpo em movimento, assim como as funcionais, esta, porém, refere-se a movimentos específicos que serão desenvolvidos com o produto. Essas informa- ções são adequadas para projetar, principalmente, vestuários esportivos, pois considera todos os movi- mentos que o atleta produzirá, e, em cada esporte, o tipo de movimento será diferente (BOUERI, 2008). A imagem a seguir traz as imagens das prin- cipais formas de medição das diferentes partes do corpo humano estático, na tabela a seguir é possível notar a média de medidas feita por meio do estudo antropométrico realizado na Alemanha, assim po- demos perceber que há inúmeras formas de se me- dir o corpo humano, tudo vai depender a utilidade das medidas, e do quanto elas são importantes para aquele determinado projeto. Quando o ponto de contato entre o produto e as pessoas se torna um ponto de fricção, então o design industrial falhou. (Henry Dreyfuss) REFLITA 29 DESIGN 1,5 1,4 1,6 1,8 1,1 2,8 2,9 2,10 1,7 1,9 3,3 3,2 3,1 4,21 4,6 4,5 2,12 5,1 2,13 4,4 4,7 2,1 2,2 2,3 2,4 2,6 2,5 2,111,3 1,2 1,1 3,4 5,2 5,3 4,1 4,3 3,5 Figura 12 - Medição estática Fonte: Brendler (on-line, 2013)8. MEDIDAS DE ANTROPOMETRIA ESTÁTICA (CM) MULHERES HOMENS 5% 50% 95% 5% 50% 95% 1 CO RP O E M P É 1.1 Estatura, corpo ereto 151 161,9 172,5 162,9 173,3 184,1 1.2 Altura dos olhos, em pé, ereto 140,2 150,2 159,6 150,9 161,3 172,1 1.3 Altura dos ombros, em pé, ereto 123,4 133,9 143,6 134,9 144,5 154,2 1.4 Altura do cotovelo, em pé, ereto 95,7 103 110 102,1 109,6 117,9 1.5 Altura do centro da mão, braço pedindo, em pé 66,4 73,8 80,3 72,8 76,7 82,8 1.6 Altura do centro da mão, braço erguido, em pé 174,8 187,8 200 191 205,1 221 1.7 Comprimento do braço, na horizontal, até o centro da mão 61,6 69 76,2 66,2 72,2 78,7 1.8 Profundidade do corpo, na altura do tórax 23,8 28,5 35,7 23,3 27,6 31,8 1.9 Largura dos ombros, em pé 32,3 35,5 38,8 36,7 39,8 42,8 1.10 Largura dos quadris, em pé 31,4 35,8 40,5 31 34,4 36,8 Tabela 01 - Média de medidas tomadas em antropometria estática 30 ERGONOMIA MEDIDAS DE ANTROPOMETRIA ESTÁTICA (CM) MULHERES HOMENS 5% 50% 95% 5% 50% 95% 2 CO RP O S EN TA D O 2.1 Altura da cabeça, a partir do assento, tronco ereto 80,5 85,7 91,4 84,9 90,7 96,2 2.2 Altura dos olhos, a partir do assento, tronco ereto 68 73,5 78,5 73,9 79 84,4 2.3 Altura dos ombros, a partir do assento, tronco ereto 53,8 58,5 63,1 56,1 61 65,5 2.4 Altura do cotovelo, a partir do assento, tronco ereto 19,1 23,3 27,8 19,3 23 28 2.5 Altura do joelho, sentado 46,2 50,2 54,2 49,3 53,5 57,4 2.6 Altura poplítea (parte inferior da coxa) 35,1 39,5 43,4 39,9 44,2 48 2.7 Comprimento do antebraço, na horizontal, até o centro da mão 29,2 32,2 36,4 32,7 36,2 38,9 2.8 Comprimento nádega-poplítea 42,6 48,4 53,2 45,2 50 55,2 2.9 Comprimento da nádega-joelho 53 58,7 63,1 55,4 59,9 64,5 2.10 Comprimento nádega-pé, perna estendida na horizontal 95,5 104,4 112,6 96,4 103,5 112,5 2.11 Altura da parte superior das coxas 11,8 14,4 17,3 11,7 13,6 15,7 2.12 Largura entre os cotovelos 37 45,6 54,4 39,9 45,1 51,2 2.13 Largura dos quadris, sentado 34 38,7 45,1 32,5 36,2 39,1 3 CA BE ÇA 3.1 Comprimento vertical da cabeça 19,5 21,9 24 21,3 22,8 24,4 3.2 Largura da Cabeça, de frente 13,8 14,9 15,9 14,6 15,6 16,7 3.3 Largura da cabeça de perfil 16,5 18 19,4 18,2 19,3 20,5 3.4 Distância entre os olhos 5 5,7 6,5 5,7 6,3 6,8 3.5 Circunferência da cabeça 52 54 57,2 54,8 57,3 59,9 4 M ÃO S 4.1 Comprimento da mão 15,9 17,4 19 17 18,6 20,1 4.2 Largura da mão 8,2 9,2 10,1 9,8 10,7 11,6 4.3 Comprimento da palma da mão 9,1 10 10,8 10,1 10,9 11,7 4.4 Largura da palma da mão 7,2 8 8,5 7,8 8,5 9,3 4.5 Circunferência da palma 17,6 19,2 20,7 19,5 21 22,9 4.6 Circunferência do pulso 14,6 16 17,7 16,1 17,6 18,9 4.7 Cilindro da pega máxima (diâmetro) 10,8 13 15,7 11,9 13,8 15,4 5 PÉ S 5.1 Comprimento do pé 22,1 24,2 26,4 24 26 28,1 5.2 Largura do pé 9 9,7 10,7 9,3 10 10,7 5.3 Largura do calcanhar 5,6 6,2 7,2 6 6,6 7,4 Fonte: IIDA (2005, p. 118). 31 DESIGN Os supermaiôs utilizados pelos nadadores alguns anos atrás foi proibido. As polêmicas começaram na natação mundial, em fevereiro de 2008, quando uma marca de acessórios esportivos da Austrália lançou o supermaiô LZR, produzida em parceria com a Nasa e pa- tenteada em Portugal. A nova roupa auxiliava o fluxo de oxigênio no corpo do atleta, que também ganhava nova posição hidrodinâmica e velocidade incrível dentro da água. Com essa medida, uma nova regra surge na natação mundial: “Nenhum nadador será auto- rizado a utilizar ou vestir qualquer máquina ou maiô que possa lhe dar velocidade, resistência ou flutuação extras durante uma competição”, consta no regulamento. Mas não podemos deixar de reconhecer o quanto este produto é inovador e ergonômico, mas que o produto é sensacional, isso é. Fonte: UOL ([2018], on-line)7. SAIBA MAIS Adução Abdução Fle xã o Extensão Extensão Flexão Adução Abdução Fle xã o Extensão Flexão Se partirmos do princípio de que não são apenas os atletas que vivem em movimentos constantes, pode- mos, então, levar em consideração o uso dessas medidas dinâmicas no projeto de roupas comuns, sem o apelo esportivo, já que um indivíduo com inúmeras ativida- des diárias precisa ter liberdade para movimentar-se de forma geral, como: sentar, levantar, agachar, deitar, subir e descer escadas, andar, correr, entre muitos outros mo- vimentos comuns presentes no nosso dia a dia, de modo que estes produtos não nos impeçam de fazê-lo de for- ma confortável ou, até mesmo, de forma rápida e segu- ra, sem causar desgaste, desconforto ou insegurança em pequenos movimentos cotidianos (FERREIRA, 2016). A imagem demonstra o corpo parado em diferen- tes posições para que seja feita a medição antropo- métrica estática. Em seguida, demonstra os pontos de articulação que devem ser levados em consideração no momento das medidas dinâmicas. Figura 13 - Medição dinâmica Fonte: IIDA, 2005, p. 127. 32 ERGONOMIA Como os dados antropométricos podem ser extraí- dos de diversos países, deve-se, antes de qualquer coi- sa, certificar-se da origem dos dados. Posteriormente, deve-se verificar alguns fatores que influenciam nos resultados das medidas, tais como: etnia, profissão, faixa etária, épocae condições especiais (IIDA, 2005). A etnia influencia nos resultados dos dados, por isso, deve-se ter conhecimento da região que os da- dos foram retirados e para qual região serão aplica- dos para que não haja incoerência, devido às dife- renças nas proporções corporais (IIDA, 2005). O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são. (Protágoras de Abdera) REFLITA Aplicação da Antropometria A imagem a seguir demonstra as diferenças de pro- porções dos corpos de diferentes etnias. 33 DESIGN A profissão deve ser levada em consideração para que alguns cuidados sejam tomados, com relação à predominância de homens ou mulheres ou, até mes- mo, à faixa etária predominante, que também deve ser considerada por conta das formas corporais que se modificam, continuamente, com a idade. A época em que os dados antropométricos foram realizados também é importante, pois eles evoluem com o tem- po. E, por fim, as condições em que as medidas fo- ram tiradas, se as pessoas estavam com ou sem rou- pas, com ou sem calçados, e assim por diante. Os itens mencionados anteriormente são apenas para adequar os dados antropométricos ao público, no qual o produto ou espaço será projetado. Além da adequação às proporções, deve-se, também, definir se utilizará as medidas dinâmicas ou estáticas, para isso, é preciso ter conhecimento de como o corpo se portará durante o uso do produto, pois, caso o pro- duto exija poucos ou nenhum movimento do cor- po, as medidas utilizadas poderão ser as dinâmicas, como postos de trabalhos de escritórios. Se o produ- to exigir maiores movimentos corporais, a exemplo das vestimentas, então, os dados antropométricos deverão ser os dinâmicos. Ou, então, caso seja ne- cessário, pode-se aplicar a antropometria funcional, na qual se baseia nas medidas associadas à tarefa. Do ponto de vista industrial, visando reduzir custo, o ideal seria fabricar um produto padroniza- do para toda a população, em contrapartida propor- cionaria desconforto e insegurança ao usuário, além disso, se tornaria crítico em caso de produtos de uso individual, como vestuário, calçados e equipamento Figura 14 - Diferenças étnicas Fonte: IIDA, 2005. 34 ERGONOMIA de proteção individual. A falta de adaptação pode reduzir a eficiência do produto. Para que isso não aconteça, vejamos os cinco princípios para aplicação de dados antropométricos propostos por Iida (2005). Para a indústria, quanto mais padronizado melhor, pois minimiza o custo. Sendo assim, é mais comum a aplica- ção do primeiro e segundo princípio. Os custos aumen- tam, relativamente, no caso da aplicação do terceiro e quarto princípios, já o quinto é inviável para a indústria, necessitando de mão de obra especializada. Em contra- partida, para a ergonomia, quanto menos padronizado e mais adaptável melhor, pois se entende que os corpos são diferentes e necessitam de cuidados, adequações e ajustes diferentes para que cumpra seus princípios de conforto, saúde, eficiência e prazer no uso. Ao desenvolver um produto ou ambiente, é ne- cessário ter conhecimento do usuário para que se possa utilizar os dados antropométricos e aplicá-los da forma correta, levando em consideração as ne- cessidades dos usuários. 1 4 5 2 3 Primeiro princípio: Quarto princípio: Quinto princípio: Segundo princípio: Terceiro princípio: refere-se aos projetos dimensionados para a média da po- pulação neste caso, utiliza-se o percentil de 50%. É mais uti- lizado em produtos de uso coletivo, como o banco do ponto de ônibus. Isso não quer dizer que será ótimo para todos, mas, coletivamente, causará menos incômodo à maioria, por isso, em produtos de uso coletivo, são aplicados os da- dos antropométricos referentes à média da população. refere-se aos projetos que apresentam dimensões reguláveis para se adaptar ao usuário, geralmente, não abrangem o produto como um todo, apenas nas regiões críticas para o desempenho. Um exemplo é o banco do automóvel, que possui regulagem de distân- cia, de altura, de encosto e, às vezes, até de encaixe da coluna. Estes ajustes são necessários para preser- var a segurança, conforto e eficiência do usuário. este último refere-se aos projetos adaptados ao in- divíduo, especificamente, para um indivíduo. Como os aparelhos assistivos de deficientes físicos, aparel- hos ortopédicos, roupas feitas sob medida, sapatos ortopédicos que precisem de ajuste por conta de al- guma deficiência, entre outros. refere-se aos projetos dimensionados para um dos ex- tremos da população, pois, em alguns casos, o uso de dados médios não funciona, por exemplo, em uma saída de emergência, onde 50% da população não conseguiria passar. Assim como, se for construído um painel de con- trole para a média da população, dificultaria o acesso das pessoas mais baixas. Para utilizar este princípio, é necessário saber qual a variável limitante, ou seja, se considerado o painel de controle, o limitante é o alcance dos braços. Desta forma, se quisermos englobar 95% da população, a medida do al- cance dos braços não pode ser maior que o comprimento dos braços de 5% da população. refere-se aos projetos que são para faixas da população, como acontece no caso das roupas, que são fabricadas em tamanhos diferentes como P (pequeno), M (médio), G (grande) etc. Neste caso, atende ao maior número de pes- soas, diminuindo a inadequação. 35 considerações finais Caro(a) aluno(a), espero que tenham compreendido o quão importante é o uso da ergonomia nos projetos de design, independentemente, de ser vestimenta, produtos diversos, ambientes comerciais ou residenciais, enfim, tudo o que se cria para o uso do homem deve-se ter em mente seu corpo, sua origem, para que seja levado em consideração as diferenças étnicas. A faixa-etária também é importante para que não ocorram inadequações em virtude das diferenças corporais ao longo da vida. Necessidades, possibilidades de uso, facilidades e dificuldades também devem ser consideradas, pois quanto mais informações você tiver do seu usuário, melhor será a adequação do seu produto a ele. Este capítulo permitiu-nos a discussão sobre a Ergonomia, quando surgiu, por que foi criada. Falamos sobre a importância dela em todas as áreas do design e o quanto o produto torna-se mais adequado ao uso humano quando se considera o corpo para criar um produto. Foi possível compreender, também, as medidas antropométricas, os tipos existentes e suas formas de aplicação. Por isso, devemos, sempre, atermo-nos ao usuário que utilizará nosso produto ou ambiente, preci- samos saber de que região ele é, qual asua idade, quais suas dificuldades e quais suas necessidades. Desta forma, buscaremos a tabela de medidas antropométricas adequada para que os usuários do meu produto se sintam confortáveis, tenham suas necessidades su- pridas, além da sensação de conforto durante o uso do produto. Quando as medidas antropométricas não são levadas em consideração, inadequações podem acontecer durante o uso do produto. Essas inadequações podem resultar em desconforto, constrangimento ou, até mesmo, sérios problemas de saúde. Agora, que os conhecimento básicos sobre a Ergonomia e a Antropometria foram apreendidos, seus objetivos, sua abrangência e sua importância, acredito que a compreensão dos próximos capítulos será mais fácil e eficaz. 36 atividades de estudo 1. A adaptação ergonômica de produtos tem uma longa história. A conside- ração de fatores humanos no desenvolvimento de produtos tem sido um dos elementos de sua diferenciação no mercado consumidor. Trata-se de uma forma de adaptar a natureza às necessidades do homem, modifican- do-a e criando meios artificiais, quando ela não lhe é conveniente. A adaptação de produtos já existentes para inserção de características ergonô- micas enquadra-se em qual tipo de ergonomia? a. Ergonomia de conscientização. b. Ergonomia de correção. c. Ergonomia de participação. d. Ergonomiade concepção. e. Ergonomia espacial. 2. A ergonomia é um conjunto de ciências que visa ao bem-estar e ao conforto do ser humano. Quando a Ergonomia surgiu de forma intuitiva, começou a ser utilizada de forma consciente e quando foi denominada Ergonomia? a. De forma intuitiva, na Pré-história, de uso consciente, em 1949, e denomi- nada nos anos 1970. b. De forma intuitiva, na Revolução Industrial, de uso consciente, em 1949, e denominada nos anos 1970. c. De forma intuitiva, na Pré-história, de uso consciente, na Revolução Indus- trial, e denominada ergonomia em 12 de julho 1949. d. De forma intuitiva, na Pré-história, de uso consciente, na revolução indus- trial, e denominada ergonomia em 1970. e. De forma intuitiva, na Pré-história, de forma consciente, na revolução in- dustrial, e denominada ergonomia também na revolução industrial. 3. Com relação à Antropometria Estática e Dinâmica, analise as afirmativas: I. A estática refere-se às medidas tiradas do corpo sem movimentos. II. A medida estática é feita com o corpo em movimento apenas no caso de atletas. III. As medidas dinâmicas são tiradas com o corpo em movimento. IV. As medidas dinâmicas são tiradas apenas no caso de desenvolvimento de uniformes para atletas. 37 atividades de estudo Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas II, III e IV estão corretas. e. Nenhuma das alternativas está correta. 4. Com relação à aplicação da Antropometria, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas seguintes afirmações: ( ) Para desenvolvimento de produtos de uso coletivo, o mais apropriado é o uso da média da população para menos inadequação dos usuários. ( ) Em caso de produtos adaptáveis, utiliza-se as medidas antropométricas de um usuário específico, neste caso, o que utilizará o produto. ( ) Existem os produtos com dimensões reguláveis para se adaptar ao usuário, geralmente, não possuem regulagens no produto como um todo, apenas nas regiões críticas para o desempenho. Abrangem maior parte das pessoas com segurança e eficácia. Assinale a alternativa correta: a. V, V e F. b. F, F e V. c. V, F e V. d. F, F e F. e. V, V e V. 5. A ergonomia deveria estar presente a todo momento em nosso dia a dia, pois sua ausência é facilmente percebida. De que forma a ergonomia pode ser aplicada numa residência com o intuito de facilitar os trabalhos diários? 38 LEITURA COMPLEMENTAR LEVANTAMENTO DE DADOS ANTROPOMÉTRICOS PARA O DIMENSIONAMENTO DE ARMÁRIOS DE GUARDAR ROUPA PARA CADEIRANTES Seleção de variáveis antropométricas Além da seleção dos percentis corretos para o desenvolvimento de um projeto de pro- duto, faz-se necessária a correta seleção das variáveis antropométricas. Na verdade, uma das maiores razões de erro na aplicação de dados antropométricos encontra-se na seleção incorreta da variável pertinente. É frequente a utilização da estatura para definir o local de melhor visualização de mostradores, quando o certo seria utilizar a altura do nível dos olhos e, a partir daí, delimitar o campo de visão. Outro erro cometi- do é a seleção da largura de ombros bideltóide, quando o que se quer é dimensionar a largura do apoio lombar. Neste caso, seria melhor, então, a largura do tórax entre as axilas para não atrapalhar a movimentação do usuário. Tal fato explica, parcialmente, porque, até em países onde existe profusão de levanta- mentos, os produtos não são bem dimensionados (MORAES, 1994, p. 37). Moraes (1983, p. 327) lembra que se deve observar a especificidade do projeto, explicitada a partir da análise da tarefa, pois só dessa forma é que se determinará, em última instância, as va- riáveis que serão necessárias ao dimensionamento da estação de trabalho ou produto. Variáveis antropométricas para dimensionamento de armários para guardar roupa As recomendações para o dimensionamento de armário de guardar roupas para ca- deirantes que aqui apresentamos estão baseadas no referencial teórico levantado, assim como nas referências de Panero (2003) cujas indicações mostraram que o cor- reto dimensionamento de um produto é fundamental para o conforto dos usuários e a prevenção de patologias. Ressaltamos que as recomendações aqui elaboradas ape- nas servem como referência para um primeiro passo ao se dimensionar um armário 39 LEITURA COMPLEMENTAR de guardar roupas. Estes dados são teóricos e devem ser, exaustivamente, testados quanto à validade por meio da elaboração de testes antes da elaboração do produto final quando feito sob medida para um único usuário ou encaminhamento dos projetos para linha de produção. Foram levantadas as variáveis antropométricas para dimensio- namento considerando os 5º e 95º percentis, sendo o 5º da mulher e 95º do homem, de forma a atender a 90% da população usuária. Variáveis antropométricas para dimensionamento de armários para guardar roupa Algumas variáveis dimensionais devem ser levadas em consideração, então, define-se a variável dimensional e se aplica o percentil baseado nas medidas dos homens ou das mulheres, de acordo com o que se adequa melhor a maioria uma vez que não se dife- rencia um armário para homens e outro armário para mulheres. Tanto na profundidade do armário como na altura máxima da arara, aplica-se o per- centil 5 da mulher, enquanto na largura da porta aplica-se o percentil de 95 do homem. O ângulo de abertura da porta deve ser de 90º, no mínimo, e, na circulação, aplica-se o percentil de 95 do homem. Na altura máxima do topo de gavetas, altura mínima do fundo de gavetas, altura máxima de prateleiras, altura mínima de prateleiras e altura máxima do armário devem ser aplicadas o percentil de 5 das medidas das mulheres. Com relação ao campo de visão e visualização de objetos no armário, deve se consi- derar o campo visual na postura sentado, sendo aplicado, então, 30º acima da linha padrão e 30º abaixo da linha padrão - 60º total abrangendo, assim, o percentil de 5 para mulheres e de 95 para homens. Conclusão Com base na análise feita até o momento, as pessoas com deficiência adquiriram gran- des conquistas a partir da década de 1990, tanto no campo de pesquisa como em leis que garante o direito de acessibilidade, identificando e eliminando as diversas barreiras 40 LEITURA COMPLEMENTAR que impeçam a realização e exerçam as atividades no corpo social, a fim de garantir uma sociedade democrática. Portanto, a antropometria e a ergonomia, sob o vetor do design, trazem estudos de medidas físicas do corpo humano e sua relação com o trabalho, originando resultados que garantam as modificações nos diversos âmbitos sociais, dando autonomia nos espaços, nos mobiliários e equipamentos urbanos, nas edificações, nos serviços de transporte e dispositivos, nos sistemas e meios de comu- nicação e informação. Considera-se, para tanto, de modo conclusivo e pautado nos limiares da pesquisa, que a aplicação adequada das práticas projetuais, associadas aos princípios do Design Uni- versal e o emprego de requisitos antropométricos permitirão o desenvolvimento de mobiliário acessível e adaptado à inclusão de todas ou da maioria das pessoas ao uso do mesmo. No estudo aqui proposto, os requisitos antropométricos delimitados deve- rão, exclusivamente, ser aplicados ao projeto de guarda-roupas. No entanto cabe ao designer, partindo do mesmo princípio aqui exposto, estabelecer parâmetros projetu- ais adequados ao uso no que tange à relação homem x tarefa x máquina. Sugere-se como propostas futuras a continuidade da pesquisa no âmbito de estudo de requisitos para outros mobiliários, propor ambiente mobiliado inclusivo bem como o estudo de aplicação dos parâmetros citados à indústria moveleira. Aqui, também se propõe o uso do resultado da pesquisa e da sua continuidade, pautada na produção industrial com valor acessível à maioria. Fonte: adaptado de Mariño, Silveira e Silva (2016). 41material complementar Ergonomia: Projeto e Produção Itiro Iida e Lia Buarque Editora: Blucher Sinopse: nas últimas décadas, alargou-se a abrangência da ergonomia, com a visão macro ergonômica e com maior respeito a certas minorias populacionais, como as pessoas idosas, obesas e portadoras de deficiências. Neste volume, fo- ram colocados casos de aplicação ao final dos capítulos. Sempre que possível, baseou-se em pesquisas brasileiras ou aquelas com possíveis aproveitamentos em nossas situações de trabalho. A aplicação dos conhecimentos deste livro con- tribuirá para melhorar o desempenho humano no trabalho, reduzindo erros, acidentes, estresses e doenças ocupacionais. Ao mesmo tempo, contribuirá para aumentar o conforto e a eficiência dos trabalhadores, com evidentes resultados custo/benefício favoráveis. Tempos Modernos Ano: 1936 Sinopse: Tempos Modernos é uma crítica ao modo capitalista de produção. Os operários trabalhavam com cargas horárias extensas, com obrigação de pro- duzir sempre mais em condições subumanas, lugares sujos e máquinas de ma- nuseio perigoso. A luta por melhores salários, melhores condições de trabalho e por uma carga horária menor eram constantes desde a Revolução Industrial. O filme continua sendo atual, porque mostra um contexto social parecido com nosso dia a dia, como se Chaplin tivesse uma visão do futuro. O avanço tecnológi- co não atingiu plenamente o objetivo da melhoria da sociedade humana, porque trouxe consequências que o homem não consegue administrar. Comentário: o filme apresenta os problemas citados no primeiro tópico da unida- de, onde se relata a necessidade da criação de estudos como a Ergonomia. Indicação para Assistir Indicação para Ler 42 material complementar O artigo a seguir relaciona a Ergonomia com o Design de Moda, especificamente, na modelagem. Acesse: http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202006/artigos/107.pdf. O artigo a seguir relaciona a Ergonomia com o Design de Interiores. Acesse: https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276. Indicação para Acessar http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio de Moda - 2006/artigos/107.pdf https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 https://eed.emnuvens.com.br/design/article/view/276 43 referências BOUERI, J. 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Referências on-line 1Em: http://portal.anvisa.gov.br/tabaco/imagens-de advertencia?p_p_id=110_ INSTANCE_ZaYCxY1QptBQ&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_ mode=view&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=4&_ 110_ INSTANCE_ZaYCxY1QptBQ_struts_action=%2Fdocument_library_display%2Fview_file_ entry&_110_INSTANCE_ZaYCxY1QptBQ_redirect=http%3A%2F%2Fportal. anvisa.gov.br%2Ftabaco%2Fimagens-de-advertencia%2F %2Fdocument_library_ display%2FZaYCxY1QptBQ%2Fview%2 F4314710%3F_110_INSTANCE_ZaY- CxY1QptBQ_redirect%3Dhttp%253A%252F%252Fportal.anvisa.gov.br%252F- tabaco%252Fimagens-deadvertencia%253Fp_p_id%253D110_INSTANCE_ ZaYCxY1QptBQ%2526p_p_lifecycle%253D0%2526p_p_state%253Dnor- mal%2526p_p_mode%253Dview%2526p_p_col_id%253Dcolumn2%2526p_p_ col_pos%253D1%2526p_p_col_count%253D4&_110_INSTANCE_ZaYCxY- 1QptBQ_fileEntryId=3827702. Acesso em: 07 mar. 2019. 44 referências 2Em: http://www.rpgsouchard.com.br/pacientes/postura-correta/. 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Acesso em: 13 mar. 2019. 8Em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/22408/22408.PDFXXvmi=QZnZlVWe- R65O1tpxpC7e3QFeWAiMpF0gFog1ldfdjk2kOrjf5qt9ianfKH2bn3s3sK4Oxk3i- G6EvzxLEpgOJqdZcU2nj5RmzCroBMrTtxz07xLMZ3BItOIGKK54QWrpzTOa- Gh5aPFbxdWKd0mVucEcxph2getHOow06O5gFLsD0qodqMaWZP9Wgr0wHu- fvTMv0CChhoKUockDD7OB6EL4Ud5sUBJrvvZv8COp1AlqMG5qNT3UzO0u- 35ZxHIqdeqK. Acesso em: 13 mar. 2019. 45 gabarito 1. Alternativa b - Ergonomia de correção. 2. Alternativa c - De forma intuitiva, na pré-história, de uso cons- ciente na revolução industrial, e denominada Ergonomia em 12 de julho 1949. 3. alternativa a - Apenas I e II estão corretas. 4. Alternativa e - V, V e V. 5. De diversas formas, sempre com o intuito de facilitar a vida do in- divíduo e contribuir para que ele realize suas tarefas comeficácia e conforto. Por exemplo, caso o indivíduo não levante os objetos pesados com a postura correta, pode desenvolver lesões corpo- rais sentidas imediatamente ou após a finalização da tarefa. Ou, então, ao lavar louça numa pia mais baixa que o correto, as dores nas costas são inevitáveis. ERGONOMIA EM AMBIENTE DE TRABALHO Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Biomecânica ocupacional • Posto de trabalho, controles e manejos • Percepção e processamento de informação • Dispositivo da informação • Ergonomia no dia a dia Objetivos de Aprendizagem • Detalhar a postura do corpo no ambiente de trabalho, além de compreender aplicações de forças e examinar levantamento e transporte de cargas. • Detalhar o trabalho estático, dinâmico e os enfoques do posto de trabalho, analisando tarefas e arranjo físico de posto de trabalho. • Explicar sensação e percepção e compreender memória humana e organização da informação. • Apresentar principais tipos de mostradores e alarmes e definir ergonomia de sinalização • Apresentar formas de utilização da ergonomia no dia a dia e nas atividades domésticas e cotidianas. Professora Me. Veridianna Cristina Teodoro Ferreira Berbel Ergonomia unidade II INTRODUÇÃO O lá, caro(a) aluno(a), nesta segunda unidade, compreenderemos como a ergonomia funciona no ambiente de trabalho, tanto a postura do corpo no trabalho como as formas de prevenção para que o trabalho não prejudique a saúde do corpo e da men- te. Para isso, compreenderemos as posturas de trabalho, que podem ser em pé, sentado ou deitado, mas todos têm seus prós e contras que, aqui, serão discutidos. Para cada tipo de tarefa a ser desempenhado, existe uma postura mais adequada. Discutiremos, também, sobre os danos à saúde do indivíduo quando ele desenvolve tarefas, como levantamento e transporte de cargas sem os cuida- dos necessários. O trabalho que o indivíduo desenvolve pode ser estático ou dinâmico, e serão apresentadas as duas formas, além de relatados os seus pon- tos positivos e seus pontos negativos para cada tipo de função. Os postos de trabalhos inadequados provocam estresses musculares, dores e fadiga que, na maioria das vezes, pode ser resolvida com interven- ções ergonômicas simples, como aplicação de dimensões reguláveis nas mesas ou cadeiras, para que o indivíduo se sinta confortável, independen- temente de ele ter 1,60 de altura e 70 kg, ou 1,90 de altura e 110 kg, entre outras variações de pesos e alturas. Muitas vezes, a melhoria do indivíduo no mercado de trabalho dá-se também com a inserção de pausas, quando em trabalhos muito fatigantes. Além dos aspectos físicos do trabalhador e compreensão de como o corpo funciona, precisamos, também, compreender como funciona o cére- bro do ser humano, como ele recebe, processa e interpreta a informação, e isso fazemos por meio da ergonomia cognitiva. Compreenderemos, então, como nosso cérebro funciona com este turbilhão de informações que recebe a todo momento, como processa, percebe, compreende e toma uma decisão. Finalizaremos nossa unidade compreendendo como a ergonomia está presente em nosso dia a dia, em nosso emprego, em nossa casa, em nossas vestimentas e produtos. 50 ERGONOMIA Olá, caro (a) aluno (a), para compreendermos a bio- mecânica ocupacional, precisamos compreender a biomecânica geral que se refere aos movimentos corporais relacionados ao trabalho, logo, a biome- cânica ocupacional refere-se aos movimentos rela- cionados ao trabalho do usuário, com suas especi- ficidades, como ferramentas, máquinas, materiais utilizados etc. Desta forma, a biomecânica visa re- duzir os riscos de lesões no músculo esquelético, bem como acidentes de trabalho. Segundo Iida (2005, p. 159), a biomecânica “ana- lisa basicamente a questão das posturas corporais no trabalho, a aplicação de forças, bem como as suas conseqüências”. Quando as máquinas, os ambientes ou as ferramentas referentes aos postos de trabalho estão inadequadas ao corpo do trabalhador, podem ocorrer estresses musculares, dores e fadiga. Para evitar tais complicações, o ambiente deve passar por intervenções ergonômicas para adequação do posto de trabalho, isso pode acontecer por meio de ade- Biomecânica Ocupacional 51 DESIGN quações no layout, inserção de pausas ou, até mes- mo, com simples adequações em mesas e cadeiras. O corpo humano é a máquina mais complexa que existe, assemelha-se a um sistema de alavancas mo- vidos pela contração muscular, e estes movimentos permitem-nos fazer várias coisas, porém esta má- quina possui diversas limitações e fragilidades que não podem ser ignoradas na projeção de um espaço, produto, vestimenta ou posto de trabalho. Quando as limitações do corpo são ignoradas, aumentam as chances de inadequação, consequentemente, aumen- tam riscos de dores, lesões, acidentes etc. O corpo é como uma máquina e, desta forma, precisa ser aquecido antes de iniciar suas tarefas, pois isto reduz o risco de acidente. Um atleta precisa aquecer antes da competição para manter seu corpo aquecido e minimizar lesões musculares. O primeiro passo para aplicação das interven- ções ergonômicas na biomecânica ocupacional é en- tender, como já dito, que o corpo é como uma má- quina, posteriormente, deve se compreender como esta trabalha, para isso, é preciso diferenciar o traba- lho estático do dinâmico. APLICAÇÃO DE FORÇAS Os movimentos humanos são resultados de contra- ções musculares, sua força depende da quantidade de fibras musculares contraídas. Geralmente, apenas dois terços da forma de um músculo pode ser con- traída de cada vez, mas se nos referirmos aos longos períodos, a contração muscular não deve ultrapas- sar 20% da força máxima. No ambiente de trabalho, as exigências de for- ças devem ser adaptadas às capacidades do usuário e às suas condições operacionais reais. Para cada tipo de trabalho haverá um movimento específico, uma “No Japão existem empresas que reúnem to- dos os trabalhadores para uma ginástica de aquecimento, antes da jornada de trabalho. Outros instituíram também pausas regulares [...] Isso é importante [...] no caso de trabalhos estáticos ou tarefas altamente repetitivas” Fonte: Ilda (2005, p.161). SAIBA MAIS aplicação de força necessária e um movimento cor- reto para aplicação da força da forma correta, sendo assim, cada ambiente de trabalho deve ser averigua- do, isoladamente, assim como a capacidade de força de cada operador. Para fazer determinado movimento, podem ser utilizadas diversas combinações de contrações mus- culares, cada uma delas com um tipo específico de velocidade, precisão e movimento. Os custos ener- géticos são diferentes para cada tipo de músculo. Quando o operador é experiente, ele fadiga menos que um operador inexperiente, pois aprende a usar aquela combinação com maior eficiência, economi- zando, assim, suas energias (IIDA, 2005). 52 ERGONOMIA Este é um processo natural. Por exemplo, quando começamos a fazer algo, muitas vezes, começamos de forma desajeitada ou mesmo descoordenada. Com a repetição desta atividade, vamos, natural- mente, modificando nossa postura e nossa forma de agir para fazermos de forma mais confortável e ágil. Uma exigência muito comum no dia a dia de operadores, em diversas áreas produtivas, é o esfor- ço repetitivo. Estas tarefas estão presentes em nosso dia a dia sem que a gente perceba, como ao bater clara em neve com as mãos, ao utilizar tesoura, lixar madeira ou, até mesmo, em simples tarefas de casa. Porém, quando estes esforços não são realizados por muito tempo, não notamos seus efeitos. Há algumas profissões que exigem atividades que demandam esforços repetitivos, desta forma, o operador a desempenha em toda sua jornada de trabalho, isso acontece, por exemplo, em setores de desossa de carnes em frigorífico. Acontece, também, com manicures, operadores de linha de montagem, pessoas que trabalham com digitação,
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