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ERGONOMIA

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ERGONOMIA 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Esta unidade estudará a Ergonomia aplicada à Segurança do Trabalho, buscando o 
aperfeiçoamento constate das condições apropriadas no ambiente laboral, trazendo 
os aspectos teóricos e práticos da Ergonomia Aplicada. Buscou-se enfocar, 
fundamentalmente, o que vem a ser Ergonomia, trazendo seus principais conceitos, 
definições, contextos práticos e respaldo teórico para os estudos e análises de 
ergonomia; as noções de Fisiologia do Trabalho, onde foram definidas as principais 
partes do corpo humano, os tipos de solicitações e cargas dinâmicas e seus efeitos 
nas diversas partes do organismo dos trabalhadores; os sistemas de Trabalho, onde 
buscou-se contextualizar a influência da Ergonomia na customização dos layouts, 
atrelando melhoria de produtividade com bem-estar dos profissionais; os dispositivos 
de Controle e de Informação com enfoque na análise da Ergonomia no sentido 
amplo e a organização e métodos de trabalho. 
 
Palavras-chave: Ergonomia. Informação. Automação. Bem-estar. Organização no 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 5 
CAPÍTULO 1 - ERGONOMIA E NOÇÕES DE FISIOLOGIA DO TRABALHO ........ 7 
1.1 ÉPOCA 1 – ANTES DE 1750 ......................................................................... 7 
1.2 ÉPOCA 2 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – 1ª PARTE ................................... 8 
1.3 ÉPOCA 3 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – 2ª PARTE ................................... 8 
1.4 ÉPOCA 4– REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA ............................................ 8 
1.5 CONCEITUAÇÃO E A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ...................................... 9 
1.6 APLICABILIDADE DAS DIVERSAS ÁREAS DA ERGONOMIA AO 
TRABALHO ............................................................................................................... 12 
1.6.1 Ergonomia na organização do trabalho pesado ........................................... 12 
1.6.2 Biomecânica aplicada ao trabalho ............................................................... 12 
1.6.3 Adequação ergonômica geral do posto de trabalho ..................................... 12 
1.7 A ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL EM SOLUÇÕES ERGONÔMICAS . 
 ..................................................................................................................... 14 
1.8 OS ELEMENTOS EVOLUTIVOS DE IMPLANTAÇÃO DA ERGONOMIA NA 
EMPRESA ................................................................................................................. 15 
1.9 IDENTIFICAÇÃO DOS LIMITANTES DO CORPO HUMANO ..................... 17 
1.10 SISTEMA LOCOMOTOR ............................................................................. 17 
1.11 COLUNA VERTEBRAL ................................................................................ 18 
1.12 DOENÇAS RELATIVAS À POSTURA ......................................................... 21 
1.12.1 Extravasamento ou ruptura entre discos vertebrais .................................. 21 
1.12.2 Hérnia de disco ......................................................................................... 22 
1.12.3 Bico de papagaio (Osteófitos) ................................................................... 22 
1.12.4 Cintura escapular ...................................................................................... 23 
CAPÍTULO 2 - DISPOSITIVOS DE CONTROLE, INFORMAÇÃO E 
ORGANIZAÇÃO, MÉTODOS, SISTEMAS DE TRABALHO COM A NR-17 ............ 24 
2.1 O SISTEMA HOMEM X INSTRUMENTO DE TRABALHO .......................... 24 
2.2 A IMPORTÂNCIA DOS ALCANCES MOTOR E VISUAL ............................. 25 
2.3 ÁREAS DE TRABALHO E ALCANCES ....................................................... 26 
2.4 USO SEQUENCIAL DE COMANDOS E DISPOSITIVOS ............................ 27 
2.5 ESTEREÓTIPOS APLICADOS NOS LOCAIS DE TRABALHO ................... 28 
 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2.6 O REDESENHO DO LOCAL DE TRABALHO ............................................. 29 
2.7 AS DIVERSAS TIPOLOGIAS DE ERGONOMIA COMO DISPOSITIVOS DE 
CONTROLE .............................................................................................................. 29 
2.7.1 Análise/estudo da biomecânica .................................................................... 31 
2.7.2 Avaliação da organização e processos do trabalho ..................................... 31 
2.8 FATORES QUE PROMOVEM O APARECIMENTO DAS LERS/DORTS .... 31 
2.9 A PRESENÇA DA ERGONOMIA NO ARCABOUÇO LEGAL ...................... 33 
2.10 ANÁLISE ERGONÔMICA COMO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DO 
TRABALHO ............................................................................................................... 34 
2.11 ESTUDO E ANÁLISE DA NORMA REGULAMENTADORA 17 ................... 35 
CAPÍTULO 3 - ESTUDO E ANÁLISE ERGONÔMICA APLICADA AOS 
LAYOUTS ................................................................................................... 39 
3.1 CONCEITUAÇÃO INICIAL ........................................................................... 39 
3.2 TIPOS BÁSICOS DE ARRANJOS FÍSICOS ................................................ 40 
3.3 DETALHAMENTO DO DESIGN DO ARRANJO FÍSICO ............................. 43 
3.4 DESIGN DE ESCRITÓRIO (NOVO ARRANJO FÍSICO) ............................. 43 
3.5 CONSIDERAÇÕES PARA O DESIGN DE ARRANJO DE ESCRITÓRIO ... 45 
3.6 PAPEL DA ERGONOMIA NO DESIGN DE ARRANJO FÍSICO .................. 47 
3.7 CONCEITUAÇÃO DE ATIVIDADE E TAREFA ............................................ 48 
3.8 O ESTUDO ERGONÔMICO NO DESENVOLVIMENTO DE ARRANJOS 
FÍSICOS NOS ESCRITÓRIOS .................................................................................. 50 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 53 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
Uma das premissas mais relevantes pela busca constante da eficiência e 
produtividade que qualquer empresa, ou instituição do trabalho, que queira continuar 
sobrevivendo após a passagem dos idos do milênio até a atualidade é a organização 
efetiva do trabalho. As novas tecnologias da informação, da comunicação, e o 
advento do mundo digital, associados às técnicas modernas de gestão eadministração, que levam em conta a qualidade e a produtividade, surgem em ritmo 
intenso e dinâmico. Diante deste panorama, emerge a efetiva relevância de se 
adaptar de forma constante, o dia a dia das empresas às regras da ergonomia. 
A referência para a Ergonomia é o ser humano, sempre. A visão ergonômica se 
insere como um dos aspectos principais da tendência contemporânea de 
crescimento que, além de aumentar a produtividade, garante conforto, segurança e 
maior eficiência na execução do trabalho. A ergonomia e seus procedimentos são os 
princípios de organização do trabalho que melhor compatibilizam a produtividade e o 
bem estar dos trabalhadores. Ela evita procedimentos incompatíveis com os 
princípios dos Sistemas de Gestão Integrada, Qualidade e de outras técnicas de 
gerenciamento. Através de uma atenção prioritária à ergonomia, evita-se energias 
liberadas inutilmente pelos empregados, as fadigas físicas e mentais, além do 
absenteísmo, elemento nocivo ao bom andamento do trabalho. 
Diante destas necessidades, a Ergonomia surge como um conjunto de ciências 
e tecnologias que procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e 
seu trabalho, procurando adaptar as condições de trabalho às características do ser 
humano. Na história do trabalho, a aplicação da ergonomia é muito recente, e 
somente pode-se falar de "ergonomia aplicada ao trabalho "a partir dos anos 50, 
quando se começa efetivamente a se preocupar com tais fatores, tendo início nos 
Estados Unidos. Em ergonomia, o binômio conforto e produtividade andam juntos. 
A ergonomia é capaz de dar sustentação positiva às formas modernas de se 
administrar a produção, mas também é capaz de ajudar as fábricas a diminuir a 
incidência das DORTS (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho). 
Onde houver pessoas, deveria haver uma base sólida de ergonomia, seja em nossa 
residência, definindo a altura da bancada da cozinha, seja no automóvel que 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
dirigimos, a fim de que a interação do ser humano com os objetos e ambientes fosse 
o mais confortável e adequada possível. 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
CAPÍTULO 1 - ERGONOMIA E NOÇÕES DE FISIOLOGIA DO TRABALHO 
 
Uma breve contextualização histórica do trabalho 
 
1.1 ÉPOCA 1 – ANTES DE 1750 
 
O trabalho era obtido simplesmente através da tração animal ou energia física 
do homem. O homem já tinha domínio sobre o fogo, mas não havia conhecimento 
de mais nenhuma outra forma de energia que pudesse ser aproveitada para facilitar 
os meios de produção. As grandes cidades geralmente viviam do comércio e 
formavam-se próximas a portos de mar ou rios navegáveis. O padrão econômico era 
agropastoril de subsistência ou troca. 
 
FIQUE ATENTO 
Para entender as relações do trabalho e a inserção do homem neste cenário, é 
fundamental entender a guinada do sistema do trabalho, gerada com a Revolução 
Industrial, que consistiu basicamente em substituir o trabalho artesanal pelo 
assalariado, trazendo a utilização das máquinas. 
 
IMPORTANTE 
Ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que procura a adaptação 
confortável e produtiva entre o ser humano e seu trabalho, buscando adaptar as 
condições de trabalho às características do ser humano. 
 
SAIBA MAIS 
Filme sobre o assunto: Tempos modernos (Universal, 1988) 
Este filme é referência ímpar para se entender as relações do homem com a 
máquina, a saúde e o bem-estar do trabalhador, e os diversos panoramas históricos 
pelos quais passou o processo de industrialização em todo o mundo. 
 
 
 
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1.2 ÉPOCA 2 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – 1ª PARTE 
 
Desencadeada pela invenção da máquina à vapor de James Watt, em 1780, 
passou-se a utilizar a energia à vapor para uma série de atividades. Máquinas foram 
criadas e a utilização racional delas deram origem as unidades fabris. Houve intenso 
movimento migratório dos trabalhadores rurais para as grandes cidades e com isso 
o início da favelização com condições de sobrevida sub-humana. O número 
excessivo de horas de trabalho e as péssimas condições laborais eram as regras. 
Acidentes de trabalho eram frequentes. Os salários eram baixíssimos, contrastando 
com a opulência dos detentores dos meios de produção. Ao final da primeira metade 
do século XIX, ocorreu uma tensão social severa em diversos países da Europa, 
onde a Revolução Industrial iniciou. 
 
1.3 ÉPOCA 3 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – 2ª PARTE 
 
Teve sua origem nos primórdios da Administração Científica, ao início do 
século XX, em que três nomes se destacaram: Fayol, Taylor e Ford. Fayol 
estabeleceu as regras da hierarquia, enquanto Taylor e Ford estabeleceram as 
regras de funcionamento do chão de fábrica e da organização do trabalho em 
indústrias de produção em massa. O grande resultado dessa época foi um aumento 
significativo da produtividade nas empresas. 
 
1.4 ÉPOCA 4– REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA 
 
De 1973 até os dias atuais: outro salto significativo na produtividade, obtido 
através de quatro cenários, a saber: mudança da base tecnológica, com o 
surgimento de novas tecnologias; mudança na relação de trabalho, com redução 
gradativa do núcleo de trabalhadores da empresa; e aumento gradativo das formas 
alternativas, como terceirização, trabalho de autônomo, cooperativas, etc. 
Novas formas de gerenciamento, com o aparecimento de células 
autogerenciáveis e outras formas de organização de trabalho, segundo o modelo 
japonês de indústria, sendo a principal delas o just-in-time. 
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IMPORTANTE 
A Ergonomia enquanto reforma de conceitos 
O conceito mais alterado pela Ergonomia é o da adaptação do homem ao trabalho. 
A ergonomia propõe basicamente o contrário, a adaptação do trabalho ao ser 
humano. Mas a Ergonomia reconhece que, enquanto não se consegue adaptar o 
trabalho totalmente ao ser humano, é necessário que se adotem medidas de 
adaptação das pessoas ao trabalho. A partir de 1973, caracteriza-se, na história da 
Administração, como o período da Reestruturação Produtiva, conforme visto 
anteriormente. Diante dessas mudanças que, na maioria das vezes contemplam 
apenas a produtividade, a Ergonomia funciona como um contraponto, questionando 
as repercussões sobre o trabalhador e, de certa forma, humanizando as 
transformações em curso. O bem-estar dos empregados surge como uma constante 
preocupação, tornando-se um amplo espectro em ascensão, nas áreas 
administrativas e de pessoal. Cada vez mais fica evidente a importância de adequar 
o ambiente geral, a mobília, oinstrumental a iluminação e o conforto térmico do 
ambiente de trabalho às necessidades dos indivíduos, no intuito de evitar danos à 
saúde e, consequente, queda na produtividade e na qualidade dos produtos e 
serviços. Daí a importância, nas empresas modernas, da Ergonomia, que representa 
um esforço de compreender esses aspectos, muitas vezes difíceis de ser captados 
em função da subjetividade do tema, e propor soluções que propiciem um conforto 
maior e segurança aos trabalhadores. A ergonomia é um conjunto de regras e 
estudos que visa organizar de forma saudável e produtivamente o trabalho em 
vários sentidos. Esta notável ciência trata das relações entre a máquina/dispositivos 
e o homem dentro de determinado ambiente de trabalho, tendo como finalidade o 
bem-estar, a saúde e o bom rendimento dos profissionais. 
 
1.5 CONCEITUAÇÃO E A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Ao publicar a Norma Regulamentadora 17- Ergonomia, o Ministério do 
Trabalho e Emprego, no ano 2000, realizou treinamentos para auditores fiscais do 
trabalho, com especialização em Saúde e Segurança do Trabalho em todo o país, 
analisando a aplicação desta norma pela fiscalização. Nesses cursos, verificou-se 
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uma ampla diversidade de interpretação, o que representa um obstáculo à efetiva 
implantação da norma. 
 
Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, 
equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos 
de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos 
desse relacionamento. (ERGONOMICS RESEARCH SOCIETY, 1949). 
 
Uma outra definição notável é de Wisner: 
 
Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao 
homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e 
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, 
segurança e eficiência. (WISNER, 1987). 
 
Esse conceito foi, com as devidas adaptações, utilizado na redação do item 
17.1. Mais tarde (1994), o mesmo autor reformula sua definição, colocando o saber 
do trabalhador no mesmo nível do saber técnico-científico e como condição 
indispensável para o sucesso da ação ergonômica, como veremos na discussão 
sobre conforto no item 17.1, que define Ergonomia como uma arte, na qual são 
utilizados o saber técnico-científico e o saber dos trabalhadores sobre sua própria 
situação de trabalho. 
Em sua essência, a NR17 "visa estabelecer parâmetros que permitam a 
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, de segurança e de 
desempenho eficiente". As características psicofisiológicas dizem respeito a todo o 
conhecimento que se refere ao funcionamento do ser humano. Se a ergonomia se 
distingue pela sua característica de busca da adaptação das condições de trabalho 
ao homem, a primeira pergunta a se colocar é: quem é ou quem são estes seres 
humanos em que vou adaptar o trabalho? Evidentemente, todo o conhecimento 
antropológico, psicológico, fisiológico está aí incluso. Desta forma, não se pode fazer 
a listagem completa de todas essas características. Ainda não se tem um 
conhecimento acabado sobre o homem. Todavia, todas as aquisições dos diversos 
ramos do conhecimento devem ser utilizadas na melhoria das condições de 
trabalho. 
A NR17 carrega, de maneira implícita, algumas características psicofisiológicas 
do ser humano, que fazem parte do consenso entre os estudiosos, a saber: 
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- Dependendo das exigências da tarefa e do estado de seu meio interno, 
prefere escolher livremente sua postura; 
- Prefere utilizar alternadamente toda musculatura corporal e não apenas 
determinados segmentos; 
- Tolera mal as tarefas fragmentadas com tempo limitado, exíguo para 
execução e, pior ainda, quando esse tempo é imposto por uma máquina, pela 
gerência, pelos clientes ou colegas de trabalho, ou seja, prefere impor sua própria 
cadência ao trabalho; 
- É compelido a acelerar seu ritmo quando estimulado pecuniariamente ou por 
outros meios, não levando em consideração os limites de sua resistência de seu 
sistema músculo esquelético; 
- Quando solicitado a resolver problemas ligados à execução de tarefas, sente-
se bem porque não pode ser encarado como mera máquina, mas como um ser que 
pensa e age; 
- Tem capacidade sensitiva e motora, que funciona dentro de certos limites, 
que variam de um indivíduo para outro, e ao longo do tempo para um mesmo 
indivíduo; 
- Sua capacidade sensória motora modifica-se com o processo de 
envelhecimento, mas perdas eventuais são compensadas de forma satisfatória, por 
melhores estratégias de percepção e resolução de problemas, desde que haja troca 
de experiências e integração com o meio de trabalho. 
 
FIQUE ATENTO 
Nas atividades humanas, a cooperação tem um papel bastante relevante, muito 
mais que a competitividade. O sucesso da raça humana no processo evolutivo deve-
se, em grande parte, a sua capacidade de agir em conjunto, conduta observada em 
várias outras espécies. A extrema divisão do trabalho e a imposição de uma carga 
de trabalho individual impedem os mecanismos de regulação dos grupamentos 
humanos, levando ao adoecimento. 
 
 
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1.6 APLICABILIDADE DAS DIVERSAS ÁREAS DA ERGONOMIA AO 
TRABALHO 
 
1.6.1 Ergonomia na organização do trabalho pesado 
Trata-se de planejar o sistema de trabalho em atividades fisicamente pesadas 
no sentido de que não sejam fatigantes. É uma área que tende a diminuir 
gradativamente no mundo do trabalho, pois, empresas novas privilegiam a 
mecanização, uma vez que os meios mecânicos são muito mais produtivos que o 
ser humano em atividades dessa natureza. No entanto, deve-se destacar que, 
devido à diversidade enorme de nosso país, ainda é uma área em que encontramos 
alguma aplicação. Trata-se, fundamentalmente, de definir se o trabalhador tem 
condições ou não de executar atividades prolongadas com grandes grupos 
musculares. 
Como exemplo, pode-se citar operadores de motosserras, carregadores de 
sacas de mantimentos, trabalhadores rurais em processos não mecanizados. Torna-
se, portanto, indispensável conhecer as características da máquina humana, no 
sentido de ajustar a exigência de dispêndio energético da tarefa a esta capacidade. 
 
1.6.2 Biomecânica aplicada ao trabalho 
Aqui são estudados os esforços feitos pelo trabalhador, ou seja, significa o 
estudo dos movimentos humanos sob a luz da mecânica, estudando a coluna 
vertebral humana e a prevenção das lombalgias, as diversas posturas no trabalho e 
a prevenção da fadiga e outras complicações. Mais recentemente, a biomecânica 
tem se dedicado a estudar os aspectos relacionados aos postos de trabalho com 
computadores. 
 
1.6.3 Adequação ergonômica geral do posto de trabalho 
Através das medições humanas e seus ângulos de conforto/desconforto,e com 
base nisso, planejar postos de trabalho corretos e adequados. 
 
 
 
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1.6.3.1 Prevenção da fadiga no trabalho 
Procura-se entender a fundo porque o trabalhador entra em fadiga, e a 
ergonomia propõe as regras capazes de diminuir ou compensar os fatores de tal 
sobrecarga. Assim, a Ergonomia irá atuar prevenindo não só as diversas formas de 
fadiga física, mas também a fadiga mental e irá interagir com a área de gestão de 
pessoas na prevenção da fadiga psíquica. 
 
1.6.3.2 Prevenção do erro humano 
Aqui procura-se adotar as medidas necessárias para que o indivíduo acerte no 
seu trabalho, principalmente quando a ocorrência de erro humano pode originar 
tragédias. A Ergonomia é a ferramenta fundamental nos programas de qualidade 
total. É também indispensável para o sucesso dos programas de prevenção de 
acidentes do trabalho. 
 
1.6.3.3 Ergonomia no trabalho em altas temperaturas 
Embora haja uma tendência à mecanização, ainda encontramos muitos 
problemas ergonômicos nessa área, especialmente nos processos de transformação 
de metais e também devido ao fato de estar a maior parte do território brasileiro na 
região tropical do planeta. Neste tipo de atividade, o organismo tem que suar 
bastante para tentar eliminar o calor e, assim, manter a temperatura corpórea 
constante. A sudorese excessiva costuma causar desidratação, com queda da 
capacidade de trabalho. O ser humano possui um certo grau de adaptação, tanto a 
climas quentes, quanto a climas frios. Pode-se dizer que nossa possibilidade de 
autoproteção é maior aos climas frios, porém, no trabalho, a adaptação ao frio passa 
necessariamente pelo uso de roupas pesadas e, muitas vezes, desconfortáveis e 
limitadoras dos movimentos. No trabalho em ambientes de altas temperaturas, o 
organismo passa a ter como uma das prioridades a dissipação de calor corpóreo, 
perdendo assim uma quantidade significativa de possibilidade de trabalho físico. A 
adaptação do ambiente de trabalho às características do homem passa por uma 
série de medidas, que vão desde as pausas de recuperação, até a seleção de 
pessoal. 
 
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1.7 A ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL EM SOLUÇÕES ERGONÔMICAS 
 
A ciência ergonomia está fundamentalmente concebida e também preparada 
para atuar de forma multiprofissional, com trocas de experiências de inúmeras áreas 
correlatas ao tema. Este fato se dá pela necessidade e inexistência da possibilidade 
de se fazer ergonomia, sob o ponto de vista integral, com apenas um ou dois 
profissionais ligados à Ergonomia e à Segurança do Trabalho. Para que a 
ergonomia solucione o problema de maneira satisfatória, faz-se necessária a busca 
de constante troca de experiências e teorias. Neste enfoque, o médico do trabalho 
tem em sua formação a capacidade de avaliação biomecânica das tarefas; o 
profissional da engenharia de processos industriais terá a capacidade de reestudar o 
método de fabricação; o técnico industrial irá modificar as informações técnicas que 
recebe em um layout adequado, o profissional de Psicologia do Trabalho identificará 
a maneira com que uma dada tarefa é distribuída, e assim, o engenheiro, 
regularmente, buscará metodologias de atuação para resolver todos os problemas 
oriundos da análise global deste grupo multidisciplinar ora descrito. 
 
ATENÇÃO 
Nota-se que as instituições empresariais colocam cada vez mais a Ergonomia em 
lugar de destaque, priorizando o enriquecimento deste setor, entendendo que é 
preciso mitigar as doenças relativas à postura, como a lombalgia, a tenossinovite, 
dentre outras, pois, estas diminuem consideravelmente a capacidade produtiva dos 
trabalhadores. Atualmente, já se compreende mais que o trabalho desenvolvido com 
níveis adequados de conforto gera, naturalmente, incremento de produção por parte 
dos profissionais, menos faltas ao trabalho e afastamentos, colocando o ramo da 
ergonomia bastante associado a setores como o de qualidade, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
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FIQUE LIGADO 
SAIBA QUAIS SÃO OS CINCO PRÉ-REQUISITOS PARA QUE UMA SOLUÇÃO 
SEJA CONSIDERADA ERGONOMICAMENTE CORRETA 
1. Requisitos de propensão e fatores causadores de doenças - a Ergonomia precisa 
oferecer elementos de redução de doenças da coluna, de doenças associadas à 
fadiga muscular, das doenças de origem traumática etc.; 
2. Requisito da biomecânica– a Ergonomia foca principalmente na execução da 
tarefa em uma posição nova que foi ora proposta, a fim de analisar se esta nova 
configuração traz melhores resultados; 
3. Requisito fisiológico – a Ergonomia oferece subsídios para avaliação do cansaço 
do trabalhador; 
4. Requisito de aceitação– avaliação do nível de satisfação do profissional acerca da 
nova configuração/solução; 
5. Requisito de produtividade – avaliar se na configuração a ser implementada não 
incorre em quaisquer perdas de produtividade, haja vista que o que se espera é 
incremento de capacidade produtiva. 
 
1.8 OS ELEMENTOS EVOLUTIVOS DE IMPLANTAÇÃO DA ERGONOMIA NA 
EMPRESA 
 
1- Condições primitivas 
 
 
2- Postos de trabalho 
 
 
3- Ambientes laborais 
 
 
4- Método de trabalho 
 
 
5- Organização de trabalho 
 
 
6- Ergonomia na concepção 
 
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Tais elementos evolutivos ilustram que o nível mais elevado de implantação da 
Ergonomia numa organização é quando essa se preocupa em implantar a 
Ergonomia na concepção. Mas frequentemente tem-se que trabalhar na 
transformação de situações primitivas em postos de trabalho 
 
1 e 2- Condições primitivas e postos de trabalho: Muitas empresas ainda têm 
situações de trabalho bastante primitivas, que resultam em dor e desconforto ao 
trabalhar. A atuação imediata sobre essas áreas melhora, criando postos de 
trabalho. É o nível mais primário de atuação e fundamental de ser cumprido. 
 
3- Ambientes laborais: Nesse degrau de intervenção ergonômica, preocupa-se 
especialmente com as condições climáticas, de conforto auditivo e de iluminação 
para o trabalho, fundamentais especialmente para a atividade intelectual. 
 
4- Método de trabalho: Nesse estágio da evolução da Ergonomia, ao planejar 
um trabalho, a gerência já se torna preocupada com as ferramentas, dispositivos e 
na racionalização e redução dos esforços nos diversos elementos do trabalho. Aqui 
a Ergonomia cerca-se da ajuda de profissionais de métodos, que irão procurar 
verificar de que forma pode-se conseguir racionalidade e redução dos esforços ao 
se realizar o trabalho. 
 
5- Organizaçãodo trabalho: Organizar o trabalho significa planejar os meios 
para o alcance dos resultados planejados. Toda vez que há o planejamento de um 
trabalho, tem que haver, concomitantemente, o planejamento dos meios. Esses 
meios envolvem o que se pode chamar de 1 T e 7 M: Tecnologia, Maquinário, 
Manutenção, Matéria Prima, Material, Método, Meio Ambiente e Mão de Obra. 
Quando algum dos fatores acima citados não funciona bem, pode haver 
sobrecarga para os trabalhadores. Por exemplo, uma tecnologia incorreta, 
ultrapassada, pode vir acompanhada de sobrecarga térmica: uma máquina sem 
manutenção pode fazer com que os comandos sejam difíceis de serem operados, 
com sobrecarga das articulações dos trabalhadores; um material inadequado numa 
linha de montagem pode ocasionar sobrecarga para as mãos do trabalhador ao 
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tentar fazer as montagens a que se propôs. Da mesma forma, a falta de pessoal, 
mão de obra inadequadamente treinada e outras disfunções quanto a esse item 
podem ocasionar sobrecarga aos trabalhadores em atividade. Um dos pontos mais 
avançados da Ergonomia é quando a gerência, supervisão e corpo técnico da 
empresa conhecem o impacto sobre as pessoas, das falhas na organização do 
trabalho e rapidamente tomam providências adequadas. 
 
6- Ergonomia na concepção: Trata-se do nível mais avançado de instituir a 
Ergonomia. Assim, no planejamento de uma nova fábrica, no detalhamento dos 
equipamentos e dos futuros postos de trabalho, a equipe de Ergonomia já faz uma 
análise do impacto sobre o trabalhador, das futuras condições de trabalho e já 
procura adotar uma série de medidas preventivas. Destaque-se ainda que, nessa 
ocasião, o custo da Ergonomia é zero, exigindo apenas conhecimento do projeto e 
de empenho no estudo prévio das futuras situações de trabalho e de modificações 
naqueles aspectos, que irão trazer problemas aos trabalhadores. 
 
1.9 IDENTIFICAÇÃO DOS LIMITANTES DO CORPO HUMANO 
 
Tendo em vista que o objetivo precípuo da Ergonomia é fazer a adequação do 
trabalho às características dos indivíduos, tanto as psíquicas, quanto as físicas, faz-
se necessário que o profissional da Ergonomia, e os demais profissionais que atuam 
na área, tenham o embasamento teórico mínimo de como funciona o corpo humano, 
além dos seus limitantes, para que se possa estabelecer e desenvolver projetos que 
se encaixem a estas constituições corporais. 
 
1.10 SISTEMA LOCOMOTOR 
 
Pode ser subdividido em esqueleto, ligamentos e músculos. O esqueleto 
consiste na estrutura que sustenta o corpo, promovendo a sua base e atuando nos 
movimentos e na proteção efetiva dos órgãos mais importantes/vitais. Os ligamentos 
e os músculos propiciam a movimentação do corpo e promovem a tração/força 
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aplicada nos diversos aspectos, além de fornecer a alternância de aceleração e da 
agilidade dos movimentos. 
Esqueleto: Para fins meramente didáticos e aplicados ao estudo da ergonomia 
na segurança do trabalho, o esqueleto pode ser dividido em 3 partes principais: a 
cabeça, o tronco e seus membros. A cabeça, primeira parte discriminada, consiste 
parte mais extrema superior do esqueleto e do corpo, sustentada pela coluna 
vertebral; já o tronco, consiste na parte que marca a região do centro do corpo 
humano, que engloba a coluna vertebral e a caixa que compreende as costelas; já 
os membros são subdivididos em superiores e inferiores, que consiste nos braços, 
os antebraços, os punhos e as mãos, sendo estes acima, e na parte inferior, as 
pernas e os pés; as cinturas, escapular (acima) e pélvica (abaixo). 
De todas essas regiões do corpo abordadas, parte delas possuem uma 
relação, algumas merecem destaque para o estudo e aplicação da Ergonomia, em 
virtude das posições, ou que o corpo humano adota quando está em atividade 
laboral. 
 
1.11 COLUNA VERTEBRAL 
 
A coluna vertebral consiste em uma constituição óssea semiflexível que é 
formada por 33 vértebras, que foram localizadas em quatro regiões diferentes, 
sendo descritas, da parte superior para inferior, em: região ou área cervical, 
região/área do tórax ou do dorso, região ou área lombar e a região sacrococcígea. A 
coluna também é formada pelos discos intervertebrais, que consistem em uma 
formação de cartilagem e se localizam entre as vértebras. 
A coluna vertebral exerce basicamente três objetivos no corpo humano, que 
são: 
- Sustentação de toda a estrutura corporal superior; 
- Amortecer e absorver, de certa forma, as cargas que atuam no esqueleto; 
- Promover movimento na área superior do corpo humano, a partir da cintura 
pélvica. 
Há de se destacar os dois últimos objetivos da coluna vertebral no corpo 
humano, em virtude de uma gama de reações ou incidências apresentadas pelo 
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sistema em questão e de alguns limitantes descritos por alguns elementos 
anatômicos que constituem este sistema. 
Amortecimento de Forças: o objetivo básico da constituição conhecida como os 
discos intervertebrais é promover o amortecimento das cargas ou forças que são 
submetidas à coluna. Os discos essencialmente protegem as vértebras, impedindo 
que elas sejam submetidas a tais cargas, vindo a sofrer fissuras ou até mesmo 
fraturas. Estes discos também propiciam a ligação de constituição e característica 
fibrosa entre todas as vértebras, de maneira individual e unicamente entrelaçada, 
promovendo uma efetiva rigidez na coluna em sua estrutura, e quando se é 
necessário, propicia uma configuração de característica flexível. O fator de 
amortecer as pressões exercidas sobre o conjunto é realizado, basicamente, pelos 
chamados Núcleos Pulposos (NPs), que atenuam de maneira radial a pressão 
recebida. Desta forma, esta atenuação ou suavização das cargas realizada pelo 
núcleo, localizado na parte interna dos anéis, tende sempre a aumentar seu 
diâmetro nominal ao receberem o peso ou carga aplicada da parte superior para a 
parte inferior, exercendo uma força sobre a área nas paredes dos anéis que o 
envolvem, enquanto diminui de altura. Naturalmente, o conhecido disco 
intervertebral sofre uma depreciação ou desgaste e que começa a aumentar, 
impreterivelmente, a partir dos 20 anos de idade, fase esta em que as artérias que 
alimentam a região da coluna vertebral começam a sofrer uma constrição, e iniciam 
uma interrupção na irrigação dos vasos e, consequentemente, o fluxo sanguíneo. 
Desta maneira, o disco passa a receber alimentação de líquidos nutritivos, dos quais 
são presentes na região, principalmente aqueles que estão no tecido esponjoso que 
reveste as faces superiores e inferiores dos corpos ou constituições vertebrais. 
Assim, é evidente que quando a coluna recebe uma carga ou peso sobre o conjunto 
das vértebras, o líquido será expulso da região, na qual se encontra naturalmente, 
dada a pressão ali concentrada. O fenômeno pode ser comparado comfidedignidade ao de uma esponja que absorve líquido. Esta ocorrência é muito 
relevante, uma vez que se pode inferir que, pressionada, a coluna vertebral não se 
alimenta ou não se irriga, e que tal situação facilita ainda mais a degeneração dos 
discos intervertebrais. Na ausência desta irrigação, a característica de elasticidade 
das fibras tende a desaparecer, e desta forma, inicia-se a ruptura das estruturas dos 
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anéis que envolvem o NP, toda vez que este tenta se deslocar de sua origem. 
Assim, a função amortecedora vai diminuindo à medida em que a idade do indivíduo 
aumenta. As situações extremas ou crônicas, que promovem rompimento repentino 
de grande número de anéis fibrosos, causam as lesões das mais diversas 
características. 
Mobilidade da coluna vertebral: Conforme já visto, a coluna é formada, dentre 
outros elementos, de 33 vértebras, onde cada uma se apoia sobre um disco que 
está sobre a vértebra imediatamente abaixo da primeira vértebra. Esta configuração 
de formação propicia a todo o conjunto uma capacidade notória de movimentação, 
compreendida pelos limites impostos pela própria estrutura anatômica de cada 
região da coluna. Diante de todo este padrão de constituição, o panorama de 
flexibilidade vai decrescendo, da maior à menor mobilidade, na região cervical, 
seguida pela região lombar e dorsal, até se chegar a região sacrococcígea, que 
apenas gira em torno do próprio eixo da cintura pélvica. 
A flexibilidade deste conjunto, todavia, não representa apenas a mobilidade útil 
para a execução de várias atividades efetuadas pelo indivíduo, mas alguns riscos à 
região da coluna vertebral, que serão objeto deste estudo. Conforme já notado, os 
discos degeneram com o passar do tempo, perdendo a capacidade de se ter a 
elasticidade necessária. Assim, a capacidade do amortecimento da força sobre a 
área (pressão) diminui sobremaneira e existe uma tendência do núcleo pulposo 
extravasar-se da região central que originalmente ocupa. Este cenário sofre um 
efetivo agravamento, e ainda mais quando a coluna vertebral sai da posição em que 
suas curvaturas naturais são mantidas, o que já ocorre com o desgaste natural da 
“máquina motora”. A lordose lombar, por exemplo, surge neste cenário, o que torna 
a região lombar particularmente propensa a lesões nos discos intervertebrais, 
justamente pela disposição agora adotada entre as vértebras e os discos que as 
integram e se ligam. A título de ilustração prática, considerando que um indivíduo 
inclina o seu tronco para baixo, objetivando erguer uma peça que pesa cerca de 30 
kg, mantendo as pernas eretas (sem flexão). No momento em que, nesta postura, o 
indivíduo eleva a peça, a pressão equivalente à carga dos 30 kg será transmitida 
para a coluna, principalmente na região lombar, que servirá como ponto de apoio ou 
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referência à alavanca necessária para tal atividade (erguimento ou elevação da 
peça). 
 
1.12 DOENÇAS RELATIVAS À POSTURA 
 
1.12.1 Extravasamento ou ruptura entre discos vertebrais 
O extravasamento ou ruptura entre os discos vertebrais consiste em uma 
doença postural extremamente grave. Este problema surge quando a postura ora 
estudada apresenta uma alta frequência de ocorrência, em trabalhos ou atividades 
de rotina de um indivíduo ou, quando não frequentes, naqueles indivíduos que já 
possuem um problema degenerativo dos discos intervertebrais. O extravasamento 
ou ruptura entre discos vertebrais é caracterizado pelo fato do núcleo pulposo ser 
arremessado para trás, rompendo os anéis fibrosos que o envolvem, até chegar na 
região periférica do disco. 
Assim, esta área apresenta uma densidade maior e passa a pressionar o 
ligamento que corre ao longo de toda a coluna, conhecido como ligamento posterior. 
Como ele é dotado de diversas ramificações de nervos, o indivíduo passa a sentir 
muitas dores, que são seguidas de espasmos na musculatura. 
 
Figura 1 - Elementos de articulação da coluna vertebral 
 
Fonte: Aula de anatomia, 2019. 
 
 
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1.12.2 Hérnia de disco 
Considerada uma doença de elevada gravidade, a hérnia de disco acomete o 
chamado Núcleo Pulposo (NP), pois, com o deslocamento do disco vertebral, o 
núcleo acaba extravasando-se do interior do anel e saindo do disco intervertebral. 
Este acontecimento gera uma consequência grave, que é de empurrar os tecidos da 
região, exercendo sobre eles uma pressão excessiva, da qual não possuem 
estrutura adequada para suportar. 
A partir daí, forma-se uma lesão que se acentua bastante na região lombar, 
principalmente quando o indivíduo flexiona o tronco para realizar a pega de cargas e 
o rotaciona para as laterais, movimentando a carga da direita para a esquerda, ou 
para outros sentidos de giro e de movimentação. 
 
Figura 2 - Hérnia de disco 
 
 
Fonte: Saúde e osteopatia, 2019. 
 
1.12.3 Bico de papagaio (Osteófitos) 
O bico de papagaio, ou osteófitos, pode ser definido com uma lesão originada, 
principalmente, das ocorrências ou doenças crônicas, a partir de sua origem, 
observadas nos itens anteriores, e que se deriva, fundamentalmente, da hérnia de 
disco. Caracteriza-se pela formação de protuberâncias ósseas nas paredes externas 
do corpo da vértebra, mais precisamente em locais onde há contato de um corpo de 
vértebra com outro, ocasião em que os dois entram em atrito. O tecido ósseo possui 
http://saudeeosteopatia.webnode.pt/tratamentos/hernias-discais/
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uma interessante característica. Quando submetido a pressões concentradas em 
determinados locais, este tecido começa um processo de multiplicação de suas 
células, para que possa compensar ou reforçar aquele determinado local, o que 
forma um tipo de calo ósseo. Esta situação pode ser verificada na ocasião de fratura 
em algum osso, o que possibilita que as duas partes separadas sejam reunidas 
novamente. Porém, esta notada reação de defesa do tecido ósseo traz o 
inconveniente de produzir, quando não controlada, a calcificação indesejada de 
protuberâncias conhecidas como osteófitos, resultando em alterações ou doenças 
graves na coluna. Popularmente conhecidos como bico de papagaio, os osteófitos 
podem exercer uma pressão elevada nos órgãos e tecidos vizinhos, podendo gerar 
uma perfuração ou lesão nestes órgãos e tecidos vizinhos à coluna vertebral. Esse 
processo gera, certamente, bastante inflamação e dor. Quando um núcleo pulposo 
se destaca do interior do disco intervertebral, há um processo de esmagamento do 
anel fibrosoque existe entre duas vértebras, diminuindo a distância entre estas. A 
partir daí, à medida em que o tempo passa, uma vértebra começa a encostar, atritar 
com a outra, o que desencadeia a reação descrita e estudada. 
 
1.12.4 Cintura escapular 
A cintura escapular encontra-se na parte de cima do tronco, pois representa o 
conjunto de elementos anatômicos que formam o ombro. Em muitas das vezes, 
algumas lesões surgem por problemas/doenças de inadequação ergonômica ou 
anatômica na região, sendo foco de estudo da Ergonomia. A cintura escapular é 
compreendida pelas vértebras do tórax, costelas, esterno, clavícula, escápula e pela 
parte superior do úmero (osso do braço). Uma outra constituição muito estudada, 
presente nesta parte do corpo, é a glenoumeral. 
 
Figura 3 - Articulação glenoumeral 
 
Fonte: Fisio News, 2012. 
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CAPÍTULO 2 - DISPOSITIVOS DE CONTROLE, INFORMAÇÃO E 
ORGANIZAÇÃO, MÉTODOS, SISTEMAS DE TRABALHO COM A NR-17 
 
2.1 O SISTEMA HOMEM X INSTRUMENTO DE TRABALHO 
 
No que se pode denominar de sistema homem x instrumento de trabalho, 
pode-se afirmar que, em inúmeras situações, alguém está dominando ou exercendo 
o controle e o prosseguimento das operações e/ou atividades. Assim, um certo 
evento é notado, uma série de ocorrências é registrada, um ciclo de trabalho é 
fechado de forma cíclica, com eventos seguidos que começam e terminam, 
anotações são efetuadas, posições de se assentar, de se levantar, de movimentos 
ou repousos são adotados, informações são originadas e trabalhadas, conclusões 
são tiradas e, caso necessário, ocorre o desempenho de ações, para alterar um 
rumo, uma trajetória, um roteiro estratégico, uma certa quantidade produzida, além 
de muitas outras ações. Como um exemplo notável, pode se reparar no trabalho do 
oficial de máquinas de uma locomotiva de transporte de minério de ferro. Suponha 
que a citada locomotiva já se movimenta em um regime constante sobre os trilhos. 
No seu posto de trabalho (cabine), o oficial de máquinas efetua o controle de 
maneira regular do nível de combustível, da velocidade, do nível e da temperatura 
do óleo lubrificante, da condição dos freios, dentre outras variáveis que fazem parte 
do seu escopo de trabalho. Ele opera parâmetros oriundos da própria locomotiva. 
Olhando sob um outro ponto de referência (do lado de fora da linha da locomotiva, e 
da própria locomotiva), existem outros aspectos, tais como temperatura do ambiente 
externo, condições de tempo seco ou de chuva, interrupções por queda de árvores 
ou barreiras na linha da locomotiva, trajetória liberada em todo o percurso, se viaja 
durante a noite ou dia, condições de visibilidade em função de nevoeiro, chuva, 
fumaça, etc. 
Todos estes parâmetros dizem respeito às informações. Com base ou respaldo 
nestas informações diversas que o oficial de máquinas se dedicará com toda a 
atenção necessária, pois, analisando é que consegue tomar ações para reagir a 
todos os fatores. 
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Por meio deste exemplo, pode-se compreender como se dá o processo de 
recepção e envio de elementos/informações e ações tomadas. Este é consagrada 
como IHM-interface Homem x Máquina ou SHM-Sistema Homem x Máquina. Os 
ergonomistas analisam tais sistemas com o intuito de influenciar nos projetos dos 
locais de trabalho, com vistas à promoção das modificações necessárias nas formas, 
nas dimensões, nas tonalidades de cor mais adequadas, na luminosidade dos 
ambientes, no local das janelas, nas vias de acesso, no quão visível o ambiente 
está, dentre outros importantes elementos. Assim, o profissional ergonomista utiliza 
os conhecimentos anteriormente estudados, conhecendo as limitações dos sentidos 
humanos, tais como visibilidade do espectro colorido, o quanto pode suportar em 
termos de ruídos e frequências sonoras, a sensibilidade/tato etc., além das 
limitações anatômico/fisiológicas, que se referem aos alcances/acessos dos 
membros, o conforto obtido pela variação angular da cadeira, a potência dos 
músculos, dentre outros. O profissional ergonomista também estuda e influência no 
processo comunicativo, que se cria entre o indivíduo e seu local laboral, modificando 
o layout e tamanho de fontes/letras impressas em placas ou painéis indicativos e 
nos visores de equipamentos como multímetros, decibelímetros, termômetros etc. 
Assim, atuam na alteração dos ângulos, mitigando ofuscamento e reflexos e, 
otimizando a iluminação no ambiente, encontrando a velocidade mais adequada 
para que uma escala se movimente, dentre outros parâmetros. As partes de acesso 
e que dão a visão necessária para a tomada de decisão do oficial são foco de 
elaboradas análises e estudos de customização e desenvolvimento. 
 
2.2 A IMPORTÂNCIA DOS ALCANCES MOTOR E VISUAL 
 
Antes de estudar a relevância dos alcances motor e visual, faz-se necessário 
definir tais conceitos. Alcance motor: entende-se que, quando um certo objeto é 
alcançado por um segmento do corpo humano, geralmente pela mão, se tem o 
chamado alcance motor. Quando o oficial de máquinas da locomotiva, do exemplo 
estudado anteriormente, aciona um botão no painel que se encontra a sua frente, 
está executando o alcance motor. 
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Alcance visual: o conceito que permeia o referido termo pode ser explicado 
como tudo aquilo que o indivíduo deve enxergar e que, efetivamente, consegue ver 
e interpretar como informações. Tais informações, em geral, são indispensáveis ao 
bom andamento das atividades, do trabalho. Em se tratando de contextualizar o 
alcance visual no último exemplo (oficial de máquinas da locomotiva), encontra-se 
uma situação que se aplica ao alcance visual, pois, a trajetória da composição nos 
trilhos é acompanhada de forma ininterrupta pelos visores frontal e superior da 
composição locomotiva. 
 
2.3 ÁREAS DE TRABALHO E ALCANCES 
 
Estudar de forma eficaz as áreas de trabalho de um local ou posto requer a 
correlação necessária com os conceitos de alcances motor e/ou visual. Entretanto, 
existem painéis, controles ou botões de acionamentos, e até mesmo certos 
equipamentos, que são muito mais demandados do que outros. Assim, nota-se de 
forma evidente que os instrumentos mais utilizados devem estar mais ao alcance do 
profissional envolvido diretamente na atuação destes, sendo, assim, tratados como 
prioridade. A localização de tais instrumentos, regra geral, não deve implicar em 
alterações posturais do trabalho, na medida do possível. 
Um excelente exemplo verifica-se nos automóveis, quanto ao posto do 
motorista. Pode-se observar que o motorista atua para o controle do percurso do 
veículo sem praticamente exercer grandes transposições de postura, mantendo-se 
sempre na posição sentada, com as mãos e os braços sem efetuar movimentos 
expressivos. O motorista segue seu trabalho com atuações pouco frequentes nos 
comandosdo veículo, e mantendo o volante em uma posição mais ou menos 
constante. O volante, evidentemente, está localizado em uma posição previamente 
analisada e seu posicionamento customizado combina com sua frequente utilização. 
Quando o motorista volta sua atenção para os retrovisores, efetua um leve 
movimento com a cabeça. Ao voltar seu olhar para o espelho retrovisor esquerdo, o 
motorista só gira a cabeça de maneira discreta. Todavia, vale notar na prioridade, 
uma vez que a regulagem do espelho retrovisor se encontra um pouco mais 
afastada, quando se estuda os comandos de ajuste de espelho retrovisor manuais. 
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Assim, o estudo leva em consideração que o motorista só efetua o ajuste uma vez, 
antes de sair com o automóvel. Este notável exemplo leva a dois conceitos muito 
difundidos no estudo de ergonomia, isto é, às áreas de trabalho otimizadas e 
maximizadas. A primeira já fala por si, é uma excelente localização para controles, 
mostradores e instrumentos, que colaboram com a manutenção da postura do 
trabalhador, para que ela fique inalterada, sendo que este não sente qualquer 
desconforto em relação aos alcances. A segunda se refere à máxima localização 
possível, onde os deslocamentos posturais e desvios nos segmentos corporais, 
dentro de limites que não acarretem lesões, aplicam-se apenas a instrumentos 
pouco utilizados. 
 
2.4 USO SEQUENCIAL DE COMANDOS E DISPOSITIVOS 
 
Com as análises efetuadas nos tópicos anteriores acerca do local dos 
comandos de informações e de dispositivos, segundo a frequência de utilização, isto 
é, aqueles que são muito ou pouco usados. Todavia, existe um outro fator que é 
considerado para efeito de localização de dispositivos, que diz respeito à sequência 
de utilização dos comandos e dos instrumentos. Certas operações que são 
efetuadas nos ambientes industriais exigem com que os trabalhadores executem 
tarefas complicadas e com muita atenção, em função do risco para o processo de 
produção, e também com as frequentes e grandes paradas de manutenção em 
unidades de indústrias siderúrgicas, químicas, petroquímicas, dentre outras. 
Enquanto a unidade produtiva flui normalmente, as variáveis do processo 
encontram-se praticamente estáveis, sendo controladas com grande facilidade, 
envolvendo basicamente a monitoração dos parâmetros operacionais. Porém, nas 
paradas de manutenção preventiva ou nos start ups destas fábricas, o processo tem 
suas variáveis alteradas durante um certo período, o que pode demandar muitas 
horas, no qual o controle efetuado torna-se bastante crítico, vez que os 
equipamentos como os motores, as bombas, os compressores, as caldeiras, as 
linhas de processo (tubulações) estão sofrendo mudanças de temperatura, pressão, 
vazão, tensão, corrente, dentre outras. Sabe-se que a parada de manutenção ou o 
start up de uma fábrica precisa respeitar um procedimento padronizado pela 
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empresa, em termos de segurança e de engenharia, em que uma sequência de 
operações é seguida, de modo a desativar ou reativar a fábrica de maneira 
progressiva. A sequência de operações é acompanhada geralmente em salas de 
controle e monitoração, por meio das IHMs (interface homem-máquina), nas quais 
há séries de dispositivos de controle e de informação. Vale dizer que o local destes 
dispositivos deve respeitar uma semelhança na forma entre o acionamento de 
maneira sequencial de comandos (alavancas ou botões) e o que está ocorrendo no 
ambiente fabril. 
Um exemplo notável que pode ter acerca destas considerações é a análise de 
um painel que representa uma série de bombas de água, integrantes do sistema de 
combate a incêndio, localizadas na extremidade norte da fábrica, os botões que 
ligam e desligam tais bombas respeitam uma sequência da direita para a esquerda, 
exatamente na posição relativa das bombas, que devem ser primeiro desligadas, até 
chegar-se à última. De forma prática, esta disposição do sistema supervisório 
facilitará muito o trabalho do operador da sala de controle, pois, o painel reproduz o 
que realmente ocorre no campo. 
 
2.5 ESTEREÓTIPOS APLICADOS NOS LOCAIS DE TRABALHO 
 
Compreender a correlação que ocorre entre aquilo que se manuseia ou 
manipula em um painel de controle e aquilo que se realiza na área de produção é 
fundamental para que se estabeleça a ligação direta com os estereótipos. Isto vale 
dizer que todo esse processo de conhecimento adquirido pelo indivíduo ajuda 
construir e entender melhor os movimentos que deve fazer, pela vivência e intuição. 
Desta maneira, uma dada alavanca é acionada para a direita, se um fluxo de 
produção está sendo dirigido para este mesmo lado. Uma válvula é operada em 
sentido anti-horário se o operador deseja interromper ou cessar o fluxo. Inversões no 
sentido de direção ou de atuação dos dispositivos de comando e controle 
geralmente resultam em incidentes ou até mesmo acidentes e, no mínimo, em 
incômodos para o operador, no instante em que deve executar ações ou decisões 
ágeis e ações imediatas sobre o sistema supervisório, sob sua total 
responsabilidade. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2.6 O REDESENHO DO LOCAL DE TRABALHO 
 
O redesenho ou a customização do local de trabalho sem um layout adequado, 
do ponto de vista ergonômico, é uma atividade que consiste em estudar e avaliar 
todos os problemas de ergonomia no próprio local onde as tarefas são realizadas, 
isto é, onde o trabalho é executado. É verificar a abrangência deste local de 
trabalho, como são adotadas as posturas pelos profissionais, dentre muitas outras 
análises, estudos e aspectos. Quando se parte para o redesenho do local de 
trabalho, levando-se em conta somente o lado teórico deste redesenho, ou seja, 
executando este trabalho somente “no papel”, corre-se o risco de dimensionar partes 
deste ambiente laboral sem testar se os alcances, a visibilidade, o acesso e as 
posturas realmente irão possibilitar um trabalho mais confortável e seguro para os 
que ali executam suas atividades. Desta maneira, é muito comum ao profissional de 
ergonomia, que antes da entrega final do projeto do novo local de trabalho, 
juntamente com os outros profissionais de saúde e segurança do trabalho, faça 
testes em uma espécie de simulador, chamado Mock-up. Neste simulador, o local de 
trabalho é construído em escala 1:1, e o próprio profissional irá simular as situações 
que vivencia na rotina diária de seu trabalho, fazendo comentários daquilo que julgar 
como ainda não totalmente solucionado. Este Mock-up, dependendo do nível de 
detalhes funcionais que lhe forem feitos, servirá até mesmo como prévio treinamento 
para os profissionais do local de trabalho, que será finalmente remodelado e 
reprojetado, visando a adequação necessária e benéfica. 
 
2.7 AS DIVERSAS TIPOLOGIAS DE ERGONOMIA COMO DISPOSITIVOS DE 
CONTROLE 
 
Ao se estudar a ergonomia sob o focode adequação, estudo, análise e ação, 
visando o aperfeiçoamento dos locais ou postos de trabalho, pode-se dizer que as 
atividades desempenhadas pela ergonomia se dividem, fundamentalmente, em 
Ergonomia de concepção e corretiva. A ergonomia de concepção vai atuar na etapa 
em que uma tarefa ou trabalho está sendo desenvolvido/projetado. Os profissionais 
de ergonomia, desta maneira, prestam uma consultoria direcionada à empresa na 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
assimilação de novas tecnologias e também para se desenvolver o mobiliário, 
ferramentas e equipamentos de trabalho. 
Já na ergonomia de correção (corretiva), logo após uma tarefa já estar 
implantada, a função do grupo de trabalho dos profissionais de ergonomia ou 
apenas do ergonomista é estudar e avaliar o andamento do trabalho dentro da 
empresa em todos os seus fatores. Daí, o profissional ergonomista avalia/estuda o 
ambiente onde as pessoas executam suas atividades, as relações entre os 
profissionais, o mobiliário das salas e as ferramentas e formas de se trabalhar com 
os computadores, máquinas, dispositivos eletrônicos, celulares ou telefones fixos 
etc., e também as relações dos profissionais com seus colegas, gerentes e líderes, o 
ritmo de trabalho, as pausas para se descansar e as metas a serem alcançadas. O 
objetivo dessa análise detalhada é levantar divergências relacionadas aos processos 
de trabalho e propor soluções para esses problemas. Depois de analisar as 
condições de trabalho na empresa e compreender, estão as pendências, o 
profissional de ergonomia relata e registra suas propostas de adaptações ou 
substituições no ambiente, no mobiliário, nos equipamentos e nos processos de 
trabalho dentro da empresa. Nota-se, portanto, que as atividades deste profissional 
são amplas e complexas, além de muito importantes. Elas vão desde analisar as 
condições gerais de trabalho na empresa até especificar os projetos a serem 
levados em conta e implementados, com o intuito de correção de problemas 
relativos ao dia a dia das atividades na empresa. Para isso, o ergonomista é levado 
a se associar com outros profissionais especializados e que possuem profundo 
conhecimento de como são e como devem ser essas tarefas. Quanto mais 
cansativas e repetitivas forem as tarefas em um setor da empresa, mais necessário 
é o trabalho dos profissionais de ergonomia. Tanto para avaliar as atividades dentro 
da empresa, quanto para propor soluções. Este profissional deve se preocupar com 
dois aspectos principais do trabalho: 
Como fundamento, faz-se necessário estabelecer todos os aspectos que 
compreendem o ambiente laboral, ou seja, mapear todo o meio ambiente do qual o 
trabalhador está sujeito, inserido e influenciado. Entende-se como meio ambiente, o 
ambiente de trabalho ou laboral. 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2.7.1 Análise/estudo da biomecânica 
A biomecânica é a ciência que estuda as relações entre as partes do corpo em 
movimento ou mesmo em repouso. Avalia as forças envolvidas na manutenção de 
posturas e suas repercussões sobre o organismo. A palavra chave que assegura 
boa postura é flexibilidade, pela simples razão de que a variação de posição ora 
favorece as articulações, ora favorece a economia de energia, uma vez que não 
existe uma única postura que satisfaça as duas necessidades. No trabalho existe 
uma postura que necessariamente será mantida por mais tempo. No escritório, a 
postura base é a sentada e será tolerada por mais tempo se a cadeira e demais 
elementos do posto de trabalho forem bons e estiverem regulados adequadamente. 
 
2.7.2 Avaliação da organização e processos do trabalho 
Para efetuar a efetiva avaliação da organização do trabalho dentro de uma 
organização, alguns aspectos devem ser levados em consideração, tais como as 
relações entre os empregados, as relações deles com gerentes, com seus 
líderes/supervisores e subordinados, o ritmo de atividades durante o trabalho, as 
pausas para descansar, as metas a serem alcançadas dentre outros aspectos, como 
duração de turnos e número de horas extras. Para se alcançar e fechar uma análise 
tão ampla, os profissionais de ergonomia devem avaliar como se dá a organização 
do trabalho de cada setor da empresa em separado. A partir daí, devem ser 
sugeridas soluções para resolver os problemas, de maneira detalhada, tratando 
casa situação separada e minuciosamente. 
 
2.8 FATORES QUE PROMOVEM O APARECIMENTO DAS LERS/DORTS 
 
O tema LER / DORT pode ser adotado como uma representação de um sério 
problema relacionado à atividade laboral e os conceitos de ergonomia como 
dispositivos efetivos de controle. 
Pode-se dizer que existem quatro fatores básicos para o aparecimento de 
LER/DORT: 
- Força 
- Repetitividade 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
- Posturas Viciosas 
- Compressão Mecânica 
 
Uma vez que se comprove a conjugação de dois ou mais fatores citados, o 
processo de lesão é sensivelmente acelerado. 
- Força: o corpo humano não foi feito para realizar esforços acima do que sua 
estrutura geral pode suportar. Trabalhos manuais onde há concentração de força 
acima do convencional – uma vez que a força média exercida depende de vários 
fatores associados, tornando assim subjetiva a sua definição em termos de 
modulação e quantitativo de força – traz consequências danosas ao organismo. 
- Repetitividade: todo o tipo de atividade, ação ou tarefa cíclica, com 
movimentos reiterados, acatando um padrão de movimentos, caracteriza-se como 
ações repetitivas. Tal fator contribui sobremaneira com o processo de formação de 
lesão na estrutura óssea e muscular do ser humano. Via de regra, os esforços 
associados aos padrões de repetitividade, durante um período de tempo alongado, 
geram danos muitas vezes irreversíveis, se as medidas de controle não forem 
tomadas. 
- Posturas viciosas: todo o tipo de adoção de postura, onde se tenha a coluna 
vertebral moldada, em médio ou longo prazos, a uma lesão postural permanente, 
surge graças às posturas viciosas, que consistem em inserir, na maioria das vezes, 
quadros lesivos irreversíveis e dolorosos. A repetição de posturas inadequadas leva 
ao vício postural, difícil de ser corrigido e, quando possível de obter correção, não se 
alcança um quadro clínico satisfatório. 
- Compressão mecânica: define-se como sendo a pressão de compressão que 
se faz no sistema nervoso, muscular e ósseo, graças a posições sentadas ou em pé, 
por períodos prolongados. O indivíduo pode ser submetido à compressão mecânica 
de seu organismo de várias maneiras, porém, na grande maioria das vezes, as 
posições sentadas ou em pé trazem problemas diversos, como por exemplo, a 
LER/DORT. 
 
 
 
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FIQUE ATENTO 
Quaisquer dos quatro fatores básicos levam ao aparecimento de LER/DORT, 
independentemente. 
Todavia, a combinação de no mínimo dois destes fatores, acelera o processo das 
Lesões por Esforços Repetitivos e/ou Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao 
Trabalho (LER/DORT). 
 
2.9 A PRESENÇA DA ERGONOMIA NO ARCABOUÇO LEGAL 
 
A legislação trabalhista brasileira trata com elevado critério, principalmente por 
meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), os critérios de organização e 
métodos de trabalho. Toda a sistemática laboral deve ser feita de forma a não haver 
atividades aos domingos e feriados, seja total ou parcial, com exceção das 
empresas autorizadas legalmente. 
O legislador aborda muitos temas ligados à Ergonomia ao se falar, por 
exemplo, que a lei assegura pelo menos um dia de repouso semanal remunerado 
coincidente com o domingo a cada mês, independentemente de metas, faltas e 
produtividade. As escalas de fins de semana e de feriados devem ser especificadas 
e informadas aos trabalhadores com a antecedência necessária. Há indícios de 
protecionismo ao trabalhador, e conforme pensamentos mais liberais, isso traz um 
peso grande ao se deparar com os custos de se contratar trabalhadores. No entanto, 
tais fundamentos são de suma importância para se garantir a promoção da saúde ao 
trabalhador. Outro aspecto que merece ser abordado é a lei que diz que os 
empreendedores devem levar em consideração as necessidades dos trabalhadores, 
na elaboração das escalas laborais, e que devem acomodar as necessidades 
especiais da vida familiar dos trabalhadores, dando especial respaldo em tal quesito. 
Outros respaldos legais - Sabe-se que as atividades ligadas ao marketing, por 
meio de telefone, ou telemarketing, podem acarretar sérios problemas ao 
trabalhador em termos de doenças ocupacionais. Por isso, é garantido ao 
trabalhador deste ramo uma jornada de trabalho de, no máximo, 06 (seis) horas 
diárias, nela incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração. Deve-se respeitar o 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
limite de 36 horas por semana, caso se queira prorrogar o tempo de trabalho para 
estes profissionais. 
Desta forma, há prevenção de situações onde se gera sérios problemas de 
saúde, muitas vezes irreversíveis, e que evolui para quadros de transtorno 
psicológicos graves. A Ergonomia, como ciência dinâmica e adaptativa, busca 
respaldo no aperfeiçoamento, na organização e nos métodos de trabalho, para 
combater ou pelo menos mitigar tais situações. 
 
2.10 ANÁLISE ERGONÔMICA COMO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DO TRABALHO 
 
Para se compreender tal conceito, faz-se mister avaliar a ferramenta conhecida 
como AET – Análise Ergonômica do Trabalho. Atualmente, existem inúmeros 
métodos e ferramentas que facilitam a identificação de situações que prejudicam a 
saúde e o bom desempenho do trabalhador no seu ambiente laboral, nas mais 
diferentes abordagens, quer dizer, sejam elas posturais, organizacionais ou 
ambientais. A AET é uma das ferramentas mais consagradas para avaliar as 
condições e apontar as melhorias necessárias para se organizar e sistematizar o 
trabalho em cenário propício à saúde. A AET, desde os seus primórdios, tem 
possibilitado a compreensão e a transformação de inúmeras situações de trabalho. 
Além disso, está centrada na análise da atividade, fundamentada no estudo de 
situações de trabalho singulares e socialmente situadas. Busca a adaptação do 
trabalho ao homem e direciona sua atenção para os determinantes de uma situação 
de trabalho, buscando a sua transformação "Transformar o trabalho é a finalidade 
primeira da ação ergonômica." (GUÉRIN, 2001). 
Diante disto, para o profissional de ergonomia, essa transformação deve ser 
realizada de forma a contribuir para a concepção de situações de trabalho que não 
alterem a saúde dos operadores, e nas quais estes possam exercer suas 
competências, ao mesmo tempo num plano individual e coletivo, e encontrar 
possibilidades de valorização de suas capacidades; e alcançar os objetivos 
econômicos determinados pela empresa, em função dos investimentos realizados 
para a otimização dos métodos e sistemas de trabalho. 
 
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2.11 ESTUDO E ANÁLISE DA NORMA REGULAMENTADORA 17 
 
Compreender o processo de formação e intenção das autoridades competentes 
responsáveis por zelar pela segurança e saúde do trabalhador, contribui 
sobremaneira para que o profissional de ergonomia forme um perfil extremamente 
dotado de conhecimento sólido, abrangente e pautado nos procedimentos, análises, 
processos, e entender como os profissionais envolvidos com a implementação da 
NR 17 formaram este compêndio legal relevante. 
Este tópico tratará os principais itens da referida norma, com o objetivo de 
abranger a quase totalidade dos ditames legais. 
- Propósito geral da NR17: a NR17 não traz de maneira objetiva, por meio de 
parâmetros precisos acerca da normalização de qualquer e todos os cenários 
apresentados na situação de trabalho. A NR17 cita somente inputs de dados 
eletrônicos, pois houve uma necessidade precisa para isto (o legislador entendeu 
que neste caso era necessário). Todavia, os dados resultantes nas análises feitas no 
país e no resto do mundo devem ser usados nas alterações das situações no 
ambiente laboral, de forma que seja proporcionado o máximo de ambiente 
adequado, seguro e com eficácia de desempenho. 
Os aspectos psicológicos e fisiológicos se referem a todo o processo cognitivo, 
relacionado ao modus operandi do indivíduo. Uma vez que a ergonomia se distingue 
pela sua maneira de buscar a adaptabilidade das condições laborais ao indivíduo, a 
primeira questão a se fazer é saber quem são estes indivíduos a serem adaptados 
ao trabalho. É evidente que todo o processo sociopsicológico do trabalho é incluso, 
e não há como listar de maneira exaustiva todos esses atributos. O fato mostra que 
não existe um montante cognitivo que possa estudar de maneira integral acerca do 
homem. Todavia, todas as conquistas dos diversos ramos do conhecimento devem 
ser utilizadas com vistas ao aperfeiçoamento das condições laborais. 
- Definição de organização e condição de trabalho: A NR17 buscou definir algo 
que é bastante subjetivo. Condição e organização de trabalho, segundo a norma em 
epígrafe, não deve ser algo que se considerava inalterável e trata como algo 
dinâmico, com necessidade de constante modificação, não somente pela atitude da 
empresa, mas de todos os envolvidos. Mesmo que as análises comprovem o 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
objetivo e os investimentos efetuados pelas empresas, são indispensáveis nas 
diversas ações de compromissos com a saúde do indivíduo, que não se limita 
somente aos vários problemas advindos das doenças

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