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PROJETO VÍNCULO AFETIVO-

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A importância do vínculo afetivo na construção do conhecimento
Sheila Boccaldi Cordeiro da Silva
Professora Orientadora: Keles Firmina Rosa Soares
RESUMO
 A pesquisa tem como tema a importância da afetividade na construção do
conhecimento e os benefícios dessa relação em sala de aula. Sabemos que o
afeto é um ingrediente primordial em qualquer relação humana, e que deve estar
presente em todas as fases da vida do indivíduo. 
 O referido trabalho se baseará numa pesquisa bibliográfica. A pesquisa será de
cunho qualitativo, buscando embasamento nas obras de Henri Wallon, Lev S.
Vygotski e Jean Piaget que defendem a dimensão da afetividade no processo
ensino-aprendizagem e ação do professor como fator determinante.
Palavras chaves: Vinculo. Afetividade. Motivação. Aprendizagem..
INTRODUÇÃO
 O presente artigo estuda a relação entre afetividade e educação, e a sua
relação no ambiente escolar. A educação é um processo que envolve valores,
transmissão e construção de relações sociais e, por conta disso precisa estar
voltada para as transformações culturais da sociedade. É perceptível que as
demonstrações de afeto durante as práticas pedagógicas influenciam no aspecto
emocional da criança, não somente na autoestima distanciando-se do
tradicionalismo das carteiras enfileiradas e da postura em sala de aula, mas
também na relação que o aluno mantém com o professor e com o grupo.
 O processo para a construção do conhecimento depende de inúmeros fatores,
dentre os quais, são: o talento do professor, o tipo intelectual do aluno, as
oportunidades oferecidas pelo ambiente tanto da escola, quanto em casa,
perspectivas futuras de vida do aluno e o vínculo com o professor. 
APRESENTAÇÃO DO TEMA
 Portanto a relação afetiva contribui para o desenvolvimento do
conhecimento em sala de aula? Diante dessa questão, surge a hipótese: A
afetividade no desenvolvimento humano, especialmente na Educação, envolve o
acreditar que a criança é capaz de se tornar uma pessoa mais autônoma nas
resoluções de problemas em sua vida e ser socialmente participativa ao interagir
com o meio. 
 No seu sentido etimológico o termo “afeto” vem do substantivo latino affectus,
us, que significa “estado psíquico ou moral, afeição, disposição da alma, estado
físico, sentimento, vontade” (HOUAISS, 2015. p. 26)
 A palavra afeto no sentido nominal define-se como a capacidade individual de
experimentar o conjunto de fenômenos afetivos (tendências, emoções, paixões,
sentimento). A afetividade consiste na força exercida por esse fenômeno no
caráter de um indivíduo. (BEZERRA, 2006. p. 21)
 O ser humano para se desenvolver com saúde, necessita de certos estímulos,
no momento adequado e na medida certa. No caso da criança, isto é
especialmente verdadeiro, tendo em vista que a criança que recebe uma
estimulação inadequada, pode sofrer alterações no desenvolvimento integrativo de
seu organismo.
 Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, que estão presentes em
qualquer atividade. Cognição entende-se por uma função psicológica na aquisição
de conhecimento já o afeto pode ser entendido como uma energia necessária para
que a estrutura cognitiva passe a agir de maneira mais eficaz e influência também
na velocidade com que se constrói o conhecimento, pois quando as pessoas
sentem-se seguras e queridas, aprendem com mais facilidade.
JUSTIFICATIVA
 A afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua, com a cognição
e o ato motor, no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento. A
escola é um lugar onde a maioria das crianças e adolescentes passam ao menos
a metade do dia, logo esse local não pode ser apenas para transmitir
conhecimento, e sim um ambiente que estimule a criatividade e as descobertas, e
que permita a construção desse ambiente em conjunto, com cooperação e
afetividade. 
 Entende-se que o indivíduo que é tratado com afeto, torna-se uma pessoa
destemida, motivada, mais centrada, com capacidade de enfrentar os problemas
que ocorrem no dia-a-dia. Verifica-se também a necessidade do educador ser uma
pessoa equilibrada para poder intervir de forma adequada nos conflitos que
surgirem na sala de aula, levando em consideração que o bom relacionamento é o
caminho para bons resultados escolares e consequentemente na vida adulta
desses alunos. 
A afetividade no processo educativo é importante para que a criança
manipule a realidade e estimule a função simbólica. Afetividade está
ligada à autoestima e às formas de relacionamento entre aluno e aluno e
professor e aluno. Um professor que não seja afetivo com seus alunos
fabricar a uma distância perigosa, criará bloqueios com os alunos e
deixará de criar um ambiente rico em afetividade (COSTA; SOUZA, 2006,
p. 12).
 A afetividade possui grande importância no processo ensino aprendizagem, é
com um bom relacionamento entre professor e aluno é que acontece uma
aprendizagem satisfatória. O professor não deve esquecer que o seu papel como
educador não é apenas de planejar, ensinar e avaliar, mas formar educando,
como cidadãos conscientes e inseri-los na sociedade. O aluno necessita ser
amado e respeitado no contexto escolar. A função da escola não se limita apenas
em transmitir conhecimentos, mas também na formação de pessoas conscientes e
equilibradas emocionalmente 
OBJETIVO GERAL
“As escolas deveriam entender mais de seres
humanos e de amor do que de conteúdos e
técnicas educativas. Elas têm contribuído em
demasia para a construção de neuróticos por
não entenderem de amor, de sonhos, de
fantasias, de símbolos e de dores”. 
Cláudio Saltini 
 Refletir sobre influência da relação afetiva entre professor e aluno no processo
ensino aprendizagem. Duas funções básicas constituem a personalidade:
afetividade e inteligência; a afetividade está relacionada às sensibilidades internas
e se orienta em direção ao mundo social e para a construção da pessoa; a
inteligência, por sua vez, vincula-se às sensibilidades externas e está voltada para
o mundo físico.
 Para a construção do objeto, a afetividade se faz presente na mediação sutil
que incentiva a empatia, a curiosidade, capaz de fazer a criança avançar em suas
hipóteses no processo de desenvolvimento e aprendizagem.
 Nesse sentido razão e emoção não se dissociam, visto que uma não acontece
sem outra, a emoção é o primeiro e mais forte vínculo entre os indivíduos.
 A afetividade cria os laços formando vínculos afetivos, possibilitando uma
relação de confiança dentro de sala de aula, ocorrendo então um melhor
aprendizado, motivação e disciplina, atenção, cooperação e uma aprendizagem
efetiva. Quando a educação não lapida com esse cuidado, podem ocorrer diversas
implicações para o desenvolvimento integral desse aluno, afetando também a
relação entre professor/aluno. 
 Quando se fala do conceito de uma aprendizagem efetiva, há de se pensar no
significado de aprendizagem, pois definir o que é aprendizagem e sua ligação com
a afetividade é algo complexo, mas sabe-se que a afetividade esta ligada a
diversos sentimentos, afetividade e aprendizagem são indissociáveis, intimamente
ligadas e influenciadas pela socialização. 
 Cury em seu livro “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes” nos mostra que a
utilização da prática pedagógica afetiva pelo professor pode estimular não só a
relação afetiva, como a questão cognitiva, social do aluno (2008, p. 48): 
METODOLOGIA
 O encaminhamento da pesquisa se dará pela pesquisa bibliográfica. A pesquisa
bibliográfica enquanto encaminhamento metodológico de estudos científicos
objetiva compreender o tema estudado através das contribuições teóricas dos
autores consultados.Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica a coleta de dados se realizará
através de livros, revistas, artigos, com a finalidade de selecionar autores e
conhecer as suas interpretações sobre uma educação embasada no afeto, no
respeito e na boa convivência atendendo aos objetivos propostos nesta pesquisa. 
REFERENCIAL TEÓRICO
 De acordo com (Wallon apud Werebe e Nadel-Brulfert, 1986, p. 8), “jamais
pude dissociar o biológico e o social, não porque o creia redutíveis entre si, mas
porque, eles me parecem tão estreitamente complementares, desde o nascimento,
que a vida psíquica só pode ser encarada tendo em vista suas relações
recíprocas”.
 Muitos autores vêm defendendo que o afeto é indispensável na atividade de
ensinar, entendendo que as relações entre ensino e aprendizagem são movidas
pelo desejo e pela paixão e que, portanto, é possível identificar e prever condições
afetivas favoráveis que facilitam a aprendizagem Diante disso, reafirma-se que a
afetividade não é só importante na relação professor-aluno, mas também é
primordial como estratégia pedagógica. Um professor que é afetivo com seus
alunos estabelece uma relação de segurança, evita bloqueios afetivos e
cognitivos, favorece o trabalho socializado, ajuda o aluno a superar erros e a
aprender com eles; e, nessa perspectiva sociointeracionista, se o professor for
afetivo a criança aprenderá a sê-lo.
 Em sua psicogênese, Wallon (1968;1989) divide o desenvolvimento humano
em etapas sucessivas, nas quais há predominância alternada, ora da afetividade,
ora da cognição. Em todas essas etapas, existe o entrelaçamento dos aspectos
afetivos e cognitivos, sendo que as conquistas no plano afetivo são utilizadas no
plano cognitivo, e vice-versa.
 Wallon (1941) retrata em sua teoria que todas as influências afetivas,
emocionais e sentimentais rodeiam a criança desde o seu nascimento,
determinante que influenciará na sua evolução mental, além de ela ser
imprescindível no processo de desenvolvimento da personalidade e este, por sua
vez, se constitui sob a alternância dos domínios funcionais.
 
Segundo o autor,
 No próprio domínio da afetividade, as transformações
constituem o resultado desse conflito, e, se é possível a existência
de teorias intelectualistas das emoções, ela o é graças à
preponderância adquirida pelos motivos e imagem intelectuais no
domínio de sentimentos e das paixões. O seu erro consiste em não
ter nele notado a submissão simultânea do aparelho
verdadeiramente emocional, de ter assemelhado emoção e
sentimento ou paixão quando de uma aos outros se opera uma
transferência funcional, que, na criança depende da idade. Porém,
os mais emotivos não se tornam necessariamente os mais
sentimentais ou os mais apaixonados; muito longe disso. Trata-se
evidentemente de tipos diferentes ligados a um diferente equilíbrio
entre as atividades psíquicas (WALLON,1941, p.139-140). 
 Wallon afirma que a afetividade é expressa de três maneiras: por meio da
emoção, do sentimento e da paixão. Essas manifestações surgem durante toda a
vida do indivíduo, mas, assim como o pensamento infantil, apresentam uma
evolução, que caminha do sincrético para o diferencial. A emoção, segundo o
educador, é a primeira expressão da afetividade. Ela tem uma ativação orgânica,
ou seja, não é controlada pela razão.
 Vygotsky (1998), por sua vez, destaca o importante papel das interações sociais
para o desenvolvimento, a partir da inserção do sujeito na cultura. Essa inserção
acontece por meio das interações sociais com as pessoas significativas que estão
no ambiente da criança
“Cada aluno é sujeito de seu processo de aprendizagem, enquanto o
professor é o mediador na interação dos alunos com os objetos de
conhecimento” (PCNs; 1998 p.93)
 Segundo os PCNs, a construção de conhecimento é dada por meio da
interação: professores/alunos e alunos/alunos. A visão de que o professor passa
seus conhecimentos para os alunos e esses absorvem os conhecimentos do
professor sem nenhuma reflexão é superada pela visão de aprendizagem que é
sugerida pelos parâmetros. Ao professor cabe criar situações de aprendizagem
que dinamizem a interação, motivem e, consequentemente, a aprendizagem,
nessa interação e através dela, o aluno constrói, modifica e interpreta. A relação
com o outro, a intermediação, tem papel fundamental no desenvolvimento de cada
indivíduo. Todo conhecimento é apropriado pelo sujeito, face ao que presencia e
vive no ambiente em que está inserido.
 Teórica fundamentalmente social, Vygotsky, (1994) defende a manifestação
da afetividade na relação professor-aluno que se constitui elemento inseparável do
processo de construção do conhecimento. E ao destacar a importância das
interações sociais traz a ideia da mediação e da internalização como aspectos
fundamentais para aprendizagem e defende que a construção do conhecimento
ocorre a partir de um intenso processo de interação entre as pessoas. o processo
de internalização envolve uma série de transformações que colocam em relação o
social e o individual. Afirma que “todas as funções no desenvolvimento da criança
aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, depois no nível individual;
primeiro entre pessoas, e, depois, no interior da criança (intrapsicológica)” (1994,
p. 75).
 De acordo com Paulo Freire, a “educação é um ato de amor”, sentimento em
que homens e mulheres veem-se com o seres inacabados e, portanto, receptivos
para aprender, sendo que “não há diálogo [...] se não há um profundo amor ao
mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de
criação e recriação, se não há amor que o funda [...] . ( FREIRE, 1987, p. 79-80).
 “A autoridade docente é decisiva, autoritarismo não.” Em entrevista a Revista
Nova escola em sua 300ª edição, Mário Sérgio Cortella fala exatamente sobre a
relevância da afetividade no processo educativo. Ele diz: Quando falamos de
autoridade docente nos referimos a responsabilidade por conduzir um processo
pedagógico de forma mais eficiente possível. Segundo Cortella um dos elementos
mais eficientes nesse processo do desenvolvimento da aprendizagem é a alegria,
o afeto, é a capacidade de sentir prazer naquilo que faz. “É necessário desvincular
a autoridade docente de tristeza, feições carrancudas.” Na Educação não ser
carrancudo, e procurar ter mais afeto com aos alunos é possível ser amigo do
aluno sem que se tenha intimidade. Essa troca de cumplicidade torna o
desenvolvimento do trabalho mais leve.
 Segundo Piaget (1972) o desenvolvimento afetivo ocorre paralelamente ao
desenvolvimento moral, e a moral independe dos interesses pessoais do
indivíduo, por exemplo, se uma pessoa faz uma ação que a sociedade julga
correta visando os próprios interesses, ou deixa de fazê-la por medo de possíveis
punições, essa ação não é considerada moral. Complementa ainda Souza (2003.
p. 65), no que diz respeito à afetividade, ela não se restringe apenas às emoções
e aos sentimentos, mas engloba as tendências e a vontade.
A afetividade é comumente interpretada como uma “energia”, como algo
que impulsiona as ações. Vale dizer que existe algum interesse, algum
móvel que motiva a ação. O desenvolvimento da inteligência permite,
sem dúvida, que a motivação possa ser despertada por um número cada
vez maior de objetos ou situações. Todavia, ao longo desse
desenvolvimento, o princípio básico permanece o mesmo: a afetividade é
a mola propulsora das ações, e a Razão está a seu serviço. (LA TAILLE
et al., 1992, p. 65)
 Para Piaget (1970), ao longo da infância e através da socialização é que se
consolida a moral, entendendo que todo processo de desenvolvimento caminha
pelas dimensõespsíquicas: cognição, afeto e moral, aos aspectos afetivos
dependem o desenvolvimento intelectual e cognitivo. Uma característica relevante
é a constatação de que o conhecimento se desenvolve por etapas, as quais Piaget
define como estágios de desenvolvimento, e vão sendo construídas à medida que
acontece a socialização.
A natureza dos estudos de Piaget nos informa que ao observarmos a
maneira com que o conhecimento se desenvolve nas crianças, podemos
entender melhor o desenvolvimento cognitivo humano. Suas pesquisas
sobre a epistemologia genética e a psicologia do desenvolvimento
tinham o objetivo de entender como o conhecimento evolui. Com isso,
conseguimos compreender que estudar o desenvolvimento humano,
dentro dessa perspectiva, possibilita conhecer as características de
cada faixa etária, em cada etapa da vida (denominadas “estágios”).
( SOUZA; WECHSLER 2014. p 2)
PRIMEIRO ESTAGIO – SENSÓRIO-MOTOR (DE 0 Á 2 ANOS)
 O estágio sensório-motor vai do nascimento do bebê até este começar a falar.
Durante este estágio, as crianças aprendem sobre o mundo por meio dos seus
sentidos e da manipulação de objetos, ocorre também a organização psicológica
básica, em todos os aspectos: perceptivo, motor, intelectual, afetivo e social. A
principal conquista durante este estágio é a permanência do objeto, ou seja, saber
que um objeto ainda existe, mesmo que você não possa vê-lo. 
SEGUNDO ESTAGIO – PRÉ-OPERATÓRIO (DE 2 Á 7 ANOS)
 Durante esse estágio, as crianças desenvolvem a imaginação e a memória,
função simbólica ou semiótica (símbolos mentais: imagens e palavras que
representam objetos ausentes) Elas também são capazes de entender a ideia de
passado e futuro, e interpretar as coisas simbolicamente. O pensamento nessa
fase ainda é egocêntrico, desse modo, a criança tem dificuldade em ver o ponto
de vista dos outros.
TERCEIRO ESTAGIO – OPERATÓRIO CONCRETO (DE 7 Á 11 ANOS)
 Durante esse estágio, as crianças se tornam mais conscientes do sentimento
dos outros e dos eventos externos. Elas vão se tornando menos egocêntricas,
começando a entender que nem todos compartilham seus pensamentos, crenças
ou sentimentos.
Para Piaget, esse estágio é um grande ponto de virada no desenvolvimento
cognitivo da criança, pois marca o início do pensamento lógico ou operacional.
Isso significa que a criança pode resolver as coisas internamente em sua cabeça,
em vez de apenas fisicamente.
QUARTO ESTAGIO–OPERACIONAL FORMAL (11 ANOS EM DIANTE…)
 Apresenta como característica essencial a distinção entre o real e o possível.
O estágio operacional formal começa aproximadamente aos onze anos e dura até
a idade adulta. Durante esse estágio, as crianças são capazes de usar a lógica
para resolver problemas, planejar seu futuro e ver o mundo ao seu redor. Convém
lembrar as transformações físicas que surgem nesta fase, que desencadeiam
novos sentimentos que deverão ser bem trabalhados, para a contribuição da
valorização de si mesmo e para a afirmação do sentimento de identidade. 
CONCLUSÃO
 O objetivo do artigo era identificar se a relação afetiva contribui para o
desenvolvimento do conhecimento em sala de aula. O afeto, um assunto pouco
valorizado na educação escolar, se mostra fundamental na construção da pessoa
e do conhecimento. 
 Essa ligação entre o aluno e o professor dentro da sala de aula é
imprescindível para que haja entre eles a conexão que resultará no avanço
educacional, cognitivo e social da turma e profissional, pessoal e papel humano
para o educador na formação do ser. Essas atitudes precisam ser pensadas e
colocadas em prática na instituição escolar, modificando as relações humanas,
principalmente dentro da sala de aula, onde formamos socialmente e
cognitivamente os alunos, para que possamos envolver na sociedade seres
emancipados, com pensamentos de justiça social, igualdade e respeito.
A relação estabelecida ultrapassa os limites educacionais, visto que essa
relação envolve muito mais do que aprofundamento teórico e prático de
disciplinas, ela envolve sentimentos que podem gerar efeitos positivos ou
negativos para toda vida. Dessa forma pode-se dizer que a relação entre ambos
necessita de uma real interação a fim de que as duas partes sejam motivadas e
obtenham frutos significativos na construção do conhecimento, Reforçando assim
a importância da educação afetiva para o êxito na aprendizagem, é necessário
que os professores entendam que o lugar que ocupam na sala de aula em relação
aos seus alunos não é apenas daquele que ensina, mas aquele que deixa marcas
e boas recordações no futuro. 
 A partir do momento em que o professor deixa de lado a intenção de ensinar
e se preocupa com o aprender torna-se muito mais relevante para a construção
dos conhecimentos do aluno. A partir dessa visão leva-se em conta que o
professor busca atender um trabalho mais amplo baseado nos valores, atitudes e
nos conhecimentos que realmente são indispensáveis para uma vida. “O modo
como se dá nossa relação com os alunos pode e deve incidir positivamente tanto
no aprendizado deles, [….] como em nossa própria satisfação pessoal e
profissional” (Morales, 2006, p.10).
 Na condição de docentes, precisamos estar atentos ao fato de que, enquanto
não dermos atenção ao fator afetivo na relação educador-aluno, corremos o risco
de estarmos só trabalhando com a construção do real, do conhecimento, deixando
de lado o trabalho da constituição do próprio sujeito – que envolve valores e o
próprio caráter – necessário para o seu desenvolvimento integral. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção e o professor: um estudo à luz da teoria
de Henri Wallon.Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 13, n º 2, p. 239-249,
mai/ago. 1997. 
BEZERRA, Ricardo José Lima. Afetividade como condição para a
aprendizagem: henri wallon e o desenvolvimento cognitivo da criança a
partir da emoção. Disponível em:
<https://periodicos.furg.br/redsis/article/view/1219> . Acesso em 19 de maio de
2020. 
CHALITA, Gabriel. Pedagogia do Amor: a contribuição de histórias universais
para a formação de valores das novas gerações. São Paulo: Editora Gente,
2003. 
COSTA, Keila Soares da, SOUZA, Rose Keila Melo de. O aspecto Sócio-afetivo
no processo ensino-aprendizagem na visão de Piaget, Vygotsky e Wallon.
Disponível em: < http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com
_content&view=article&id=29>. Acesso em: 19 de maio de 2020.
CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro:
sextante, 2008. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987. p 79-80. 
http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com%20_content&view=article&id=29
http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com%20_content&view=article&id=29
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª Ed. São
Paulo. Objetiva. 2001. 
LA TAILLE, Yves Joel Jean Marie Rodolphe, OLIVEIRA, Marta Kohl de, DANTAS,
Heloysa. Pieget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. et al.,
1992, p. 65.
LEITE, Sérgio Antônio da Silva, TASSANI, Elvira Cristina Martins. A afetividade
em sala de aula: As condições de ensino e a mediação do professor.
Disponível em: <https://www.fe.unicamp.br/alle/textos/SASL-
AAfetividadeemSaladeAula.pdf>. Acesso 19 de maio de 2020.
MORALES, Pedro. A relação professor-aluno o que é, como se faz – São
Paulo: Loyola, 2006. p. 10. 
SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade & inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997. 
SOUZA, Natalia de, WECHESLER, Amanda Muglia. Reflexões sobre a teoria
piagetiana: o estágio operatório concreto. Disponível em: <
http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014074217.pdf>
SOUZA, Maria Thereza Costa Coelho. O desenvolvimento afetivo segundo Piaget,
São Paulo: Summus Editorial, 2003. p. 35-57. 
http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014074217.pdf
http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014074217.pdf
https://www.fe.unicamp.br/alle/textos/SASL-AAfetividadeemSaladeAula.pdf
https://www.fe.unicamp.br/alle/textos/SASL-AAfetividadeemSaladeAula.pdf

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