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CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PSICOPATOLOGIA Definição: O termo psicopatologia foi criado por Jeremy Benthan, em 1817 = Psyché significa alma, Páthos significa sofrimento ou doença e Lógos significa estudo ou ciência. Sendo assim, é o estudo da doença da alma, estudo de como eu protocolo e identifico as alterações mentais do meu paciente. É uma disciplina científica que estuda a doença mental em seus vários aspectos: o Suas causas; o As alterações estruturais e funcionais relacionadas; o Os métodos de investigação; o E suas formas de manifestações (sinais e sintomas). Resumindo... a Psicopatologia é a “semiologia” para a psiquiatria, é como eu vou investigar o paciente, como é o estado normal e fisiológico da minha psiquê e como é a manifestação da alteração/ patologia. As formas de manifestações das doenças mentais: 1. COMPORTAMENTO (Como eu me comporto, como eu lido com as situações) 2. COGNIÇÃO (Como eu aprendo, guardo, como eu consigo trabalhar com algum tipo de informação) 3. EXPERIÊNCIAS SUBJETIVS ANORMAIS (Como eu sinto, como eu me emociono com aquilo que está acontecendo). A psicopatologia é uma ciência autônoma (é única, não dependente de outras ciências), e não meramente um ramo da psicologia enquanto esta tem sua origem na filosofia. A psiquiatria não é uma ciência e, sim, uma especialidade medica, cujo fundamento é a psicopatologia. Sendo assim, a psiquiatria é uma especialidade baseada na ciência da psicopatologia – se eu pegar alterações de consciência, de humor, de atenção, em qualquer lugar do mundo eu vou ter um paciente rebaixado, deprimido e ansioso e quem descreve esses elementos é o a psicopatologia. A psiquiatria representa a aplicação pratica da psicopatologia, mas se utiliza também de conhecimento de outras disciplinas cientificas. Didaticamente, as psicopatologias podem ser divididas em dois grupos: Explicativas e Descritivas. ❖ EXPLICATIVAS: Baseiam-se em modelos teóricos ou achados experimentais. → Buscam esclarecer quanto a etiologia dos transtornos mentais – O que gerou isso? Porque essa pessoa está com essa manifestação sintomatológica? Vai explicar toda a alteração. Elas podem seguir: A. Uma orientação psicodinâmica (como a psicanalise – Freud). B. Cognitiva. C. Existencial D. Biologia ou social, entre outras. Resumindo... essas formas citadas acima são exemplos de como podemos explicar as psicopatologias. ❖ DESCRITIVAS: Consistem na descrição e na categorização precisas de experiencias anormais, como informadas pelo paciente e observadas em seu comportamento. – Vou apenas descrever, relatar o que está acontecendo com o meu paciente. Possuem um caráter semiológico e propedêutico em relação à psiquiatria clínica. Entre as psicopatologias descritivas está a psicopatologia fenomenológica. Método Fenomenológico – Fenomenologia: Lambert, um médico francês, criou a palavra fenomenologia, que designou como “descrição da aparência” Para a fenomenologia, tudo que existe é fenômeno e só existem fenômenos - Fenômeno é todo objeto aparente, é o que se apresenta à nossa consciência - A consciência é doadora de sentido às coisas, tem o poder de constituir e crias as essências. Descreve experiencias psicológicas subjetivas e seu objeto é o que aparece na consciência; Ela centra-se na vivencia das coisas pelo sujeito, e não nas coisas em si. O observador deve prestar atenção aos seus próprios pressupostos, deixando de lado todas as teorias, para evitar que distorçam a observação. Coube a Karl Jaspers, a aplicação do método fenomenológico na investigação psiquiátrica. Fenomenologia + Psicopatologia: Segundo Jaspers, a psicopatologia representa uma descrição compreensiva. Por Compreensão entende-se a intuição do psiquismo do outro alcançada no interior do próprio psiquismo. (se eu for descrever uma emoção eu só consigo descrever ela se eu tenho na minha base de conhecimento quais são as emoções) O método fenomenológico utiliza como instrumento a mente do entrevistador, sua experiencia emocional e cognitiva. (diferente do exame pulmonar, que temos um estetoscópio e outros métodos para avaliar. Aqui o instrumento de avaliação é a mente do profissional) As vivencias dos pacientes não podem ser percebidas diretamente como os fenômenos físicos, mas após o relato do paciente (subjetivo), fazemos, por meio da empatia, uma analogia (comparação) com as nossas vivencias, e assim podemos compreender a sua experiencia subjetiva. – Eu vejo um paciente chorando e ele me conta uma história traumática, eu preciso entender e ter empatia que aquilo é traumático para ele, a sensação de angustia e tristeza é um fenômeno que eu tenho que captar, tenho que ter essa empatia. Se eu não estiver essa empatia o paciente vai estar chorando na minha frente e eu não vou identificar que é angustiante para ele. O profissional deve sempre fazer analises, e estar com suas “feridas” curadas, para não haver confusão de sentimentos. A mera observação objetiva de seu comportamento não permitiria um maior aprofundamento no fenômeno psicopatológico. Os focos da psicopatologia fenomenológica são, portanto, as vivencias subjetivas – conscientes – dos pacientes, descritas pelos próprios. O que está inconsciente não é o objeto da fenomenologia. Por fim, a psicopatologia fenomenológica não busca explicações teóricas para eventos psicológicos. Através da redução fenomenológica os fenômenos são colocados “entre parênteses”: são descritas as vivencias em si, sem a preocupação com as suas origens e consequências. SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA Entende-se como sinal qualquer estimulo emitido pelos objetos do mundo Semiótica ou semiologia médica é o estudo dos sinais e sintomas das enfermidades Este estudo inclui: 1. Identificação das alterações físicas e mentais 2. Ordenação dos fenômenos observados 3. Formulações de diagnósticos SINAIS E SINTOMAS: Os sinais são objetivos, ou seja, são verificáveis pela observação direta. Eles podem ser detectados por outra pessoa, as vezes pelo próprio paciente. São exemplos de sinais: o A flexibilidade cerácea (alteração psicomotricidade) – ex: esquizofrenia catatônica, paciente não consegue se mexer; o Uma fácies de tristeza; o Solilóquio (falar sozinho). Os Sintomas são objetivos e aparecem nas queixas do paciente. São exemplos de sintomas: o Dor; o O sentimento de tristeza; o E a escuta alucinatória, por exemplo, são sintomas. Uma experiencia psíquica anormal possui: Forma e Conteúdo: 1. A FORMA se refere à estrutura em termos fenomenológicos. Por exemplo, o delírio. 2. O CONTEÚDO se refere ao “colorido” ou “recheio” da experiência. Por exemplo, estar sendo perseguido por marcianos. SÚMULA PSCIOLÓGICA É a descrição do exame do estado mental (é como se fosse o exame físico que a gente aprende em semiologia medica). Os itens que compõem a sumula psicopatologia são: Aparência, Atitude, Consciência, Atenção, Sensopercepção (envolve as questões alucinatórias e de sentido), Memoria, Fala e linguagem, Pensamento, Inteligência, Imaginação, Conação, Psicomotricidade, Pragmatismo, Humor e afetividade, Orientação, Consciência do eu, Prospecção e Consciência de morbidade. Os elementos da súmula são examinados no exame psíquico, ou seja, a sumula psicopatológica e o exame psíquico possuem o mesmo conteúdo, sendo a sumula um resumo do exame psíquico. Sendo assim, a partir de um exame psíquico bem feito, qualquer outra pessoa ter que formular a mesma sumula psicopatológica. A diferença da sumula e do exame é que a sumula só coloca o que está alterado, por exemplo, paciente com delírio. Enquanto o exame fica “nega isso, nega aquilo, nega, nega, nega...” Além disso, na sumula torna-se explicita a subdivisão das funções mentais e são utilizados termos técnicos. O exame psíquico também é chamado de exame do estado mental, exame mental, exame psicopatológico, examepsiquiátrico. Ele começa no primeiro contato com o paciente, antes de se obterem os dados de identificação (quando e como o paciente entra na sala na inicia o exame, e já devemos analisar tudo). O psiquiatra experiente será capaz de realizar a maior parte do exame do estado mental ao mesmo tempo em que completa a tomada da história. Resumindo.... A PSIQUIATRIA é uma especialidade medica. Para eu exercer essa especialidade medica eu preciso de uma ciência que é denominada como PSICOPATOLOGIA. Essa ciência pode ser tanto explicativa quanto descritiva. A EXPLICATIVA fala o porquê essa patologia está acontecendo. A DESCRITIVA dá apenas a foto no momento que está acontecendo, e para que eu faça uma boa psicopatologia descritiva eu preciso me embasar em uma outra ciência denominada FENOMENOLOGIA. Esta ciência fala “não se preocupa com tudo que está acontecendo ela apenas descreve o fenômeno, ou seja, aquilo que está acontecendo através do relato do paciente” e depois é feito um EXAME DO ESTADO MENTAL, que é resumido através da SUMULA PSICOPATOLÓGICA.
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