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PSIQUIATRIA transtornos delirantes

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PSIQUIATRIA 
Transtorno Delirante: 
 
Psicose: é o conjunto de sintomas nos quais a capacidade mental, a resposta afetiva e a 
capacidade do indivíduo de reconhecer a realidade, de se comunicar e de se relacionar com 
outras pessoas, estão comprometidas. 
Transtornos psicóticos: psicose é uma característica definidora. 
Sintomas psicóticos: podem estar presentes em outras síndromes. 
 
Esquizofrenia: 
Mortalidade 8x maior que a população geral. Altos índices de tentativa de autoextermínio. 
Expectativa de vida 20 a 30 anos menor que a população geral. 
São definidos por anormalidades em um ou mais dos cinco domínios a seguir: delírios, 
alucinações, pensamento desorganizado, comportamento motor grosseiramente 
desorganizado ou anormal (inclui catatonia) e sintomas negativos. 
1. Delírios: alterações do pensamento, que se caracterizam por serem crenças fixas, não 
passíveis de argumentação lógica. 
• Delírio bizarro: claramente implausíveis, incompreensíveis para outros da mesma 
cultura. 
• Delírio não bizarro: não totalmente impossível. Ex.: “estou sendo perseguido por 
fulano”. 
2. Alucinações: alteração da sensopercepção, acontecem sem estímulo externo. São 
vívidas e claras, sem controle voluntário. 
3. Desorganização do pensamento: alteração do discurso 
• Afrouxamento: ainda é possível o entendimento do assunto em geral e porque 
foi de um assunto para outro, mas de maneira um tanto confusa. 
• Descarrilhamento: não há associação lógica. Ocorre uma desorganização do 
conteúdo, muitas vezes não sendo possível entender o que o indivíduo quer 
comunicar. 
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• Desagregação: profunda e radical perda dos laços associativos. Pedaços de 
pensamento, sem articulação, não sendo possível entender nem o assunto 
central. Pode ocorrer “salada de palavras”. 
4. Desorganização do comportamento: alteração da psicomotricidade. 
• Desorganizado: pode se manifestar de várias formas, como comportamento tolo 
e pueril, maneirismos ou agitação imprevisível. 
• Catatônico: redução acentuada da reatividade ao ambiente. Varia de resistência 
a instruções (negativismo), passando por postura rígida, inapropriada ou bizarra, 
até falta total de respostas verbais e motoras (mutismo e estupor). Pode incluir 
atividade motora sem propósito e excessiva sem causa óbvia (excitação 
catatônica). 
5. Sintomas negativos: alteração da volição, afeto, pensamento e cognição. 
• Expressão emocional diminuída: redução na expressão das emoções pelo rosto, 
no contato visual, na entonação da fala e nos movimentos das mãos, da cabeça 
e da face, os quais, normalmente conferem ênfase emocional no discurso. 
• Avolia: redução de atividades motivadas, autoiniciadas e com uma finalidade. 
• Anedonia: redução da capacidade de sentir prazer ou degradação da lembrança 
do prazer anteriormente vivido. 
• Falta de sociabilidade: aparente ausência de interesse em atividades sociais. 
Pode estar relacionado à avolia, mas pode ser uma manifestação de 
oportunidades limitadas. 
• Pensamento concreto. 
• Prejuízo cognitivo. 
Dois ou mais sintomas presentes por, pelo menor, um mês (ou menos, se tratados com 
sucesso). 
Nível de funcionamento em uma ou mais áreas importantes (trabalho, relações, 
autocuidado...) acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início dos sintomas. 
Sinais de perturbação contínuos por, pelo menos, 6 meses. 
Diagnóstico: 
• Até um mês → Transtorno Psicótico Breve; 
• De um a seis meses → Transtorno esquizofrêniforme 
• Após seis meses → Esquizofrenia. 
Antipsicóticos Típicos de alta potência: 
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• Haloperidol: disponível no SUS. Utilizado na dosagem de 2mg a 20mg e está disponível 
na formulação comprimido, gotas, IM (ação imediata) e depósito. 
• Trifluoperazina: disponível no SUS apenas para casos especiais. Dosagem de 2 a 30mg. 
Causa menos sintomas extrapiramidais que o haldol. 
• Zuclopentixol: dosagem VO 20 a 100mg, IM imediato 50 a 150 mg a cada 2/3 dias, IM 
depósito 200 a 400mg a cada 2 a 4 semanas. Causa menos sintomas extrapiramidais 
que o haldol. 
Antipsicóticos Típicos de baixa potência (em baixas doses podem ser utilizados como 
hipnóticos) 
• Clorpromazina: 100 a 1200mg. 
• Levomepromazina: 100 a no máximo 1000mg em crise. Causa mais sono que a 
clorpromazina. 
• Tioridazina: 100 a 800mg, mas causa muito prolongamento do QTc, por isso não deve 
ser utilizado com fluoxetina. 
• Periciazina: 15 a 300mg. 
Antipsicóticos Atípicos: aumento de dopamina na via nigroestriatal e no córtex pré-frontal. 
• Risperidona: 1 a 8mg 
• Clozapina: deve-se fazer hemograma semanal nas primeiras 18 semanas, quinzenal nas 
próximas 18 semanas e mensal enquanto estiver fazendo uso, após esse período, pois 
pode causar neutropenia <500 = suspender. Deve-se atentar para constipaçõ intestinal. 
• Olanzapina: 5 a 20mg. Causa ganho de peso! 
• Quetiapina: 400 a 800mg. 
• Ziprazidona: 80 a 160mg. Deve ser ingerido com 500kcal. Possui um bom perfil 
metabólico. 
• Aripiprazol: agonista parcial do receptor D2. 
• Lurasidona 
• Amissulprida 
• Paliperidona 
Típicos (mais baratos e causam menos síndrome metabólica, mas causam sintomas 
extrapiramidais) x Atípicos (causam menos sintomas extrapiramidais e por isso tem mais 
adesão, mas são mais caros, causam síndrome metabólica e pioram a condução cardíaca – 
prolongamento do QTc). 
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Efeito colateral, raro, mas importante, principalmente dos antipsicóticos típicos: Síndrome 
Neuroplégica Maligna – hipertermia, hipertonia, flutuação de consciência, disfunção 
autonômica (PA, pulso e FR), rabdomiólise, leucocitose. 
 
Transtorno Delirante: 
Presença de delírio (pode ser de conteúdo bizarro) com duração de um mês ou mais. Exceto 
pelo impacto do delírio, o funcionamento não está acentuadamente prejudicado e o 
comportamento não é bizarro. 
Diagnóstico geralmente estável, mas uma parte pode desenvolver esquizofrenia. 
Transtorno Esquizoafetivo: 
Período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo maior ou maníaco 
concomitante com o critério A de esquizofrenia.

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