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PSP

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Primeiros Socorros 
Psicológicos 
Método desenvolvido pela Johns Hopkins University
Adaptação: Profa. Carolina Alcântara – CRP: 01/12235
Primeiros 
Socorros 
Psicológicos 
- PSP
Desenvolvida 
pela Johns 
Hopkins 
University, pelo 
acrônimo 
RAPID.
É um suporte 
psicológico, uma 
presença empática, para 
mitigar estresse agudo e 
atender a necessidade 
de cuidado contínuo em 
saúde mental. É um 
ponto inicial em processo 
de cuidado. 
Não é psicoterapia, 
avaliação 
psicológica ou 
tratamento 
psicológico. Não é 
uma intervenção de 
uma única ação. 
Foi desenvolvida 
para equipes de 
saúde pública, 
educadores e 
serviços de 
emergência, com 
ou sem prévio 
conhecimento em 
saúde mental.
Objetivos do 
treinamento 
em PSP
• Aumentar as competências sobre: 
• Conhecimento dos principais conceitos 
relacionados a PSP;
• Identificação e diferenciação: distress, 
reações não incapacitantes, crises 
comportamentais mais severas, potenciais 
incapacitantes e reações após crises; 
• Treinamento da escuta ativa e escuta 
reflexiva;
• Priorização e realização da triagem 
psicológica;
• Diminuição do estresse agudo e de reações 
disfuncionais;
• Reconhecimento e facilitação ao acesso a 
serviços de saúde mental;
• Promoção de ações de autocuidado.
• Fortalecimento da empatia e da postura de 
não julgamento.
• Promoção da resiliência grupal.
Pesquisas e práticas que embasam o 
PSP
• 1954 – primeira menção ao termo em uma monografia publicada na APA, trazendo a relação com 
desastres e catástrofes.
• 1992 – Cruz Vermelha Americana em resposta ao furacão Andrew desenvolveu intervenções 
breves em crises psicológicas realizadas por especialistas em Saúde Mental. 
• 2005 – O furacão Katrina exigiu que outros profissionais fossem treinados também. 
• Pesquisas indicam que intervenções em APP são mais eficazes que múltiplas sessões de 
psicoterapia em TSPS (Boscarino et al., 2011).
• A história demonstra a importância da comunidade desenvolver resiliência, a partir de seus próprios 
membros. No entanto, é necessário prover conhecimento e treinamento adequado para que isso 
ocorra.
O modelo RAPID em PSP
Rapport e 
escuta reflexiva 
R
Avaliação das 
necessidades e 
demandas
A
Priorização ou 
triagem
P
Intervenção 
I
Disponibilidade 
e follow-up 
D
Rapport & Escuta Reflexiva
• Objetivos: 
• Fazer contato;
• Apresentar-se;
• Estabelecer relação de confiança;
• Facilitar as demais ações do RAPID.
• É um processo contínuo de interação.
• Usa técnicas específicas de escuta ativa como parafrasear para construção de empatia.
• É o primeiro passo que permite o compartilhar em qualquer contexto a partir da 
compreensão sobre o que está se passando.
• O entendimento pode se converter em confiança;
• A confiança pode se converter em colaboração;
• A colaboração pode se converter em resiliência.
 
Como fazer 
Rapport em 
PSP?
• Apresente-se;
• Explique o que você está fazendo;
• Permita o desabafo, garanta o sigilo e a 
confidencialidade;
• Não julgue;
• Pergunte:
• Perguntas fechadas (restritivas) – boas para 
estabelecer a noção dos fatos e acontecimentos 
• Perguntas abertas (reflexivas) – boas para 
compreender detalhes para retornar
• Escuta reflexiva – síntese parafraseada de modo 
empático, refletindo os aspectos emocionais e 
objetivos (usadas em momentos de pausa e para 
redirecionar a conversa).
Não há nada mais poderoso que uma pergunta bem elaborada que promove o 
insight.
Aristóteles afirma que há 3 elementos do discurso. O logos (a lógica), o ethos (a credibilidade) e o pathos (a 
emoção). O caminho para o logos e a ação racional frequentemente é realizado por meio do pathos. Por 
vezes, temos que evidenciar a emoção de alguém antes que esteja pronto a receber ajuda objetiva. 
Dr. George Everly – Professor da Johns Hopkins University
Exemplo de uma resposta reflexiva
Qual o melhor rapport?
Você já falou com alguém do 
seu departamento sobre 
alojamento?
Vamos encontrar alguém 
para resolver isso.
Parece que você está com 
muito medo agora é um 
pouco confusa. 
O que você já fez até o 
momento?
A pessoa diz – “Estou confusa e com muito medo de contaminar minha 
família. Preciso de um novo lugar para ficar isolada. Isso é o que está 
mais me preocupando agora. Moro com os meus pais que são grupo de 
risco. Eu não sei o que fazer, pois não tenho outro lugar para ficar”.
Regras 
de ouro 
para um 
bom 
Rapport
Esteja presente
Não julgue
Ouça ativamente
Permita o desabafo
Não apresse a pessoa para resolver logo o problema com uma 
solução simples 
Não discuta 
Avaliação das Necessidades
• Objetivo: 
• Compreender a história da pessoa diante situações de estresse e o contexto que a pessoa 
está vivendo.
• Compreender as estratégias psicossociais que a pessoa disponibiliza.
Eustress (positivo, motivado) 
• Grupo estresse-benéfico 
• Nenhuma ação é necessária
Distress 
• Grupo disfuncional -60% a 90% das pessoas que 
experienciam estresse agudo;
• A maioria desenvolverá resiliência;
• Ações - identificar, avaliar e monitorar.
Disfuncionalidade (reações incapacitantes) 
• Grupo do sofrimento – 5% a 49% das pessoas 
afetadas em um situação de desastre 
• Ações - identificar, monitorar e realizar ações 
Como diferenciar Distresse de Disfuncionalidade? 
Possíveis reações cognitivas 
Distresse
• Confusão temporária;
• Inabilidade de concentrar;
• Capacidade de resolver problemas 
reduzida;
• Sobrecarga emocional.
• Pensamentos obsessivos; 
• Pesadelos
Disfuncionalidade
• Confusão incapacitante;
• Falta de esperança;
• Pensamentos de auto-extermínio;
• Pensamentos hetero agressivos;
• Alucinações;
• Delírios paranóicos.
Como diferenciar Distresse de Disfuncionalidade? 
Possíveis reações emocionais
Distresse
• Medo;
• Tristeza;
• Irritabilidade;
• Raiva;
• Frustração;
• Luto;
• Ansiedade.
Disfuncionalidade
• Ataques de pânico;
• Depressão imobilizante;
• TSPT.
Como diferenciar Distresse de disfuncionalidade?
 
Possíveis reações comportamentais
Distresse
• Evitação e fobia temporária;
• Compulsões;
• Acumulação;
• Distúrbios do sono;
• Distúrbios da alimentação.
Disfuncionalidade
• Esquiva persistente;
• Compulsões imobilizantes;
• Agressão e violência;
• Isolamento social com perda dos 
vínculos sociais;
• Impulsividade; 
• Automedicação, uso abusivo de álcool, 
medicações e bebidas estimulantes.
Como diferenciar Distresse de disfuncionalidade? 
Possíveis reações fisiológicas
Distresse
• Mudança no apetite;
• Mudança na libido;
• Dores de cabeça;
• Espasmos musculares (não relacionados 
com esforço físico);
• Rebaixamento do sistema imunológico.
Disfuncionalidade
• Mudanças nas funções cardíacas;
• Mudanças gastrointestinais;
• Dormência ou paralisia de membros;
• Inabilidade de falar ou entender a fala;
• Tontura; 
• Desmaios; 
Encaminhar para avaliação médica
Como diferenciar Distresse de disfuncionalidade? 
Possíveis reações espirituais e crenças religiosas 
Distresse
• Questionar a própria fé;
• Questionar a si mesmo;
• Questionar Deus.
Disfuncionalidade
● Cessação de práticas religiosas para os 
que eram praticantes;
● Projetar a própria fé no outro de maneira 
intolerante;
● Considerar-se como o único detentor da 
verdade de maneira rígida.
Priorização 
Triagem 
psicológica
Objetivo – definir 
quem primeiro 
necessita de ajuda. 
Quais as 
necessidades 
devemos atender 
primeiro?
Como atender essas 
necessidades?
Dois métodos para 
avaliar 
necessidades
Triagem baseado 
em evidências
Triagem baseada 
em riscos
Triagem baseada 
em evidências – 
Tríade da crise 
aguda (Everly & 
Mitchell, 2008)
• Diminuição da capacidade cognitiva 
(insight, memória, resolução de 
problema) e diminuição da capacidade 
de compreender as consequências das 
próprias ações;
• Comportamento impulsivo de 
auto-fracasso ou auto-destruição com 
perda da esperança e desespero 
absoluto.
• Diminuição da funcionalidade - 
capacidade de cuidar de si e dos outros, 
falta de manter as atividades 
necessáriaspara viver (trabalhar, 
higiene pessoal, etc).
Triagem baseada em riscos
Morte 
Como essa pessoa tem lidado 
com a morte dos pacientes?
Ela se sente em risco de morte?
Deslocamento
Essa pessoa tem alguma 
preocupação com a moradia e 
contaminação de familiares?
Como essa pessoa tem lidado 
com o isolamento social?
Impacto 
debilitante
Apresenta sintomas de 
dissociação ou desrealização? 
Intervenção 
● Atender as necessidades basicas – necessidades 
fisicas e medicas primeiramente;
● Aliviar o estresse psicológico agudo; 
● Restaurar a capacidade funcional (se possível);
● O suporte social é o fator primordial na recuperação 
após desastres e situações traumáticas. 
Objetivo
• 1. Apresente-se e explique o propósito do contato 
telefônico; 
• 2. Pergunte o que aconteceu – acolha sem julgamento, 
sintetize, use paráfrases para promover comunicação 
clara e construir vínculo; 
• 3. Pergunte sobre as condições psicossociais da 
pessoa e o impacto pessoal do atual contexto na vida 
pessoal;
• 4. Analise as demandas das pessoas. 
Passos 
Como realizar intervenções em PSP?
2 Tipos de Intervenção:
Se a pessoa se apresenta emocionalmente 
instável, busque construir estratégias para 
estabilizar: 
• Remover possíveis gatilhos 
emocionais;
• Encorajar outras atividades; 
• Permitir a catarse emocional e o 
desabafo;
• Adiar ações impulsivas;
• Usar distratores.
Aliviar situações de estresse agudo e 
promover a funcionalidade, busque promover 
ações: 
• Educar – explicar e orientar; 
• Normalizar possíveis reações de 
estresse;
• Promover esperança;
• Treinar técnicas de manejo de 
estresse;
• Adiar comportamentos impulsos;
• Corrigir desinformações, mitos e 
preconceitos;
• Resignificar, se possível
Disponibilidade & Follow-up
Verificar se a pessoa 
demonstra capacidade de 
cuidar de si mesma e dos 
outros e dar conta das 
responsabilidades, a 
intervenção se encerra.
Em alguns casos, um 
Segundo follow-up pode 
ser necessário.
Busca-se também 
promover o acesso de 
outras pessoas ao PSP.
Se houver necessidade de 
um terceiro follow-up, 
talvez seja necessário 
facilitar o acesso a outro 
nível de cuidado.
Ações de autocuidado
• Clareza sobre as atividades que são de sua responsabilidade;
• Atendimento de necessidades fisiológicas de alimentação, sono e segurança;
• Relaxamento;
• Suporte interpessoal;
• Atitude positiva;
• Fé.
Repasse essas orientações.
Para maiores esclarecimentos, 
treinamentos e palestras entre em 
contato com:
Carolina Alcântara 
●
Carolmalcantara@gmail.com
Lattes:: http://lattes.cnpq.br/0646212059535150
LinkedIn: 
http://linkedin.com/in/carolina-alcantara-00987931
CRP: 01/12235
(61)99117-6551
mailto:Carolmalcantara@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/0646212059535150
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