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GINECOLOGIA II SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL O sangramento uterino anormal (SUA) não é um diagnóstico, mas um sintoma! Pode ser disfuncional ou orgânico! Geralmente as questões trazem termos como menorragia, metrorragia, menometrorragia e hipermenorreia. · Menorragia – regular, ↑duração / fluxo · Metrorragia – irregular · Menometrorragia – irregular, ↑ duração / fluxo · Hipermenorreia – regular e ↑ fluxo DISFUNCIONAL ORGÂNICO EXCLUSÃO de causas orgânica (descontrole do eixo hipotálamo-hipófise-ovário) CAUSA ORGÂNICA (gestação, mioma, adenomiose, pólipo, trauma, câncer... Perguntas-chave - Origem → 1º exame: especular - Idade → causas por faixa etária NEONATAL Privação de estrogênio materno INFÂNCIA Corpo estranho / infecção inespecífica Excluir: trauma / queda à cavaleiro, abuso sexual, neoplasias - sarcoma botroide (vagina), puberdade precoce (tumor de ovário) ADOLESCÊNCIA Disfuncional · Até 2 anos da menarca: imaturidade hipotálamo-hipófise-ovariana (ciclo irregular) Excluir: gestação, infecção (neste caso podemos ter infecções específicas), SOP, coagulopatia (ex.: PTI, DvWB) – exemplo clássico de coagulopatia: sangramento intenso, mas com ciclos regulares ADULTAS Disfuncional / Anormalidades da gestação Excluir: neoplasias hormônio-dependentes (CA colo) / infecção (DST) PÓS-MENOPAUSA Atrofia (30%) ocorre por hipoestrogenismo → endométrio < 4mm Terapia hormonal (30%) Excluir: câncer de endométrio (15%) - Sexualmente ativa → gestação / DST - Momento do sangramento → pós-coito: trauma / DST / Ca de colo - Doença sistêmica → doenças da tireoide / hepatopatias... Exames complementares · β-HCG quantitativo → no menacme sem contracepção · USGTV → avaliação inicial uterina · Histeroscopia → padrão-ouro para avaliar cavidade uterina · Hemograma / coagulograma → depende da clínica O USGTV define as patologias, e deve ser usado como primeiro exame, sendo capaz de identificar tumores de cavidade uterina, principalmente os miomas! MIOMAS · 95% dos tumores benignos do trato genital · Maioria assintomático! · Raro em mulheres < 20 anos! Classificação - Subseroso: não causa sangramento; pode comprimir estruturas ou causar dor se muito grande! - Intramural: causa sangramento! A relação com infertilidade é controversa; deve ser pensado em mioma se não houver outra justificativa! - Submucoso: sangra muito! Pode ser removido por histeroscopia! Os miomas sangram por 3 mecanismos: · Aumento da área de sangramento · Diminuição da contratilidade do miométrio · Estase venosa endometrial O USGTV é suficiente para diagnosticar miomas, mas pode ser solicitado RNM e histeroscopia. Através da histeroscopia é possível remover miomas submucosos. Tratamento · Sintoma x desejo de gestação · Assintomático: não tratar! · Sintomático · Leve / moderado / pequeno → expectante / clínico (ACO) · Intenso e nulípara → miomectomia · Intenso e multípara → histerectomia Se tiver apenas um mioma submucoso deve ser removido por miomectomia histeroscópica! · Droga no preparo cirúrgico: análogo de GnRH 3 a 6 meses → ↓tumor / ↓anemia · Auxilia na retirada do mioma por diminuir seu tamanho! Miomas podem sofrer degeneração: · Hialina: mais comum · Rubra ou vermelha ou necrose asséptica: dor, abdome agudo na gestação · Sarcomatosa: < 0,5% (rara) · Suspeita: mioma cresce após menopausa → indicação cirúrgica! Diagnóstico diferencial · Adenomiose: sangramento + dismenorreia secundária (cólica tardia e progressivamente pior) · USG / RNM / Histopatológico (definitivo) · Miométrio heterogêneo + zona juncional mioendometrial > 12mm · Tratamento definitivo: histerectomia · Outras opções: DIU progesterona, ablação de endométrio Miomatose SUA Adenomiose SUA + dismenorreia 2ª Endometriose Dismenorreia 2ª + infertilidade ENDOMETRIOSE Endométrio (glândulas e estroma) fora do útero · Não causa sangramento uterino anormal pois está fora do útero · Dismenorreia + infertilidade + dispaneuria + dor pélvica · Etiologia: · Menstruação retrógrada: dissemina pelas trompas · Imunológica: endométrio “escapa” do sistema imune · Metaplásica: células totipotentes viram endométrio · Localização mais comum: ovários (endometrioma) · Exames: USG (endometrioma) / RNM (ruim para implante baixo) · Padrão-ouro: laparoscopia → permite visualização e bx da lesão · Não há correlação direta entre a extensão da doença e a intensidade da dor! · CA 125: não define doença (↓ sensibilidade) – pode dar negativo em casos leves · Melhor no controle pós-tratamento Tratamento DOR Inicialmente clínico: · Pílula combinada · Progesterona · Análogo GnRH · Inibidores da aromatase Não resolveu laparotomia ENDOMETRIOMA Cistectomia INFERTILIDADE Tratamento clínico não resolve · Endometriose mínima / leve: laparoscopia · Endometriose severa: FIV (fertilização in vitro) INFERTILIDADE Ausência de gravidez após 1 ano de relações sexuais regulares! - Principais causas: · Fator masculino: 35% · Fator tuboperitoneal: 35% · Anovulação: 15% Investigação do casal infértil - Idade da mulher x frequência das relações · < 35 anos: aguardar até 1 ano · > 35 anos: imediato ou após 6 meses · Sempre convocar o parceiro (filhos anteriores não excluem o parceiro) Avaliação básica Avaliação avançada Hormônios (FSH, progesterona; TSH, prolactina se irregularidade menstrual) USGTV Histerossalpingografia Espermograma Videolaparoscopia Videohisteroscopia Quando o básico vier alterado! Infertilidade masculina · Espermograma: rotina básica · Normal: não repetir! · Anormal: repetir em 3 meses · Azoospermia: biópsia testicular – saber se não produz ou produz e tem obstrução Infertilidade feminina FATOR OVARIANO (rotina básica) · Biópsia de endométrio: já foi padrão-ouro (atualmente em desuso) · Observa se passou de proliferativo p/ secretor, ou seja, se a mulher ovulou · Dosagem de progesterona: na fase lútea (21-24º dia) > 3ng/ml · Dosagem de FSH: · Avalia reserva ovariana (bom se < 10 entre 2º e 5º dia) · Opção (ao invés de dosar FSH): dosar hormônio antimülleriano · USGTV seriada: · Documenta ovulação: programar coito ou intervenções · Contagem de folículos: avalia sucesso na reprodução assistida (valor prognóstico) FATOR TUBOPERITONEAL · Histerossalpingografia: exame inicial para trompa · Trompa pérvia = prova de Cotte positiva · Trompa obstruída = videolaparoscopia · Videolaparoscopia: padrão ouro para doença tubária e peritoneal (é o tratamento inicial caso o fator seja tuboperitoneal) FATOR UTERINO · USGTV e histerossalpingografia: se alterados, encaminhar para histeroscopia HISTEROSCOPIA = padrão-ouro para cavidade endometrial Para avaliar o fator tuboperitoneal através da histerossalpingografia, é injetado contraste que deve extravasar no peritônio. É o exame inicial para trompa; se a trompa for pérvia, chama-se de Prova de Cotte positiva! Se a Prova de Cotte for negativa, procede-se a videolaparoscopia, que é padrão-ouro para doença tubária e peritoneal. A histeroscopia é o padrão-ouro para avaliar a cavidade endometrial. TRATAMENTO · MASCULINO: maioria é FIV · FIV convencional: oócito e espermatezoide na placa · FIV com ICSI: inseminação intra-citoplasmática, é uma micro manipulação de gametas – já fecunda, maior chance de sucesso que a FIV convencional · FATOR TUBOPERITONEAL: laparoscopia (retirar aderência, endometriose – o ideal é que o foco seja retirado, salpingoplastia) ou FIV · FATOR UTERINO: cirurgia (retirada de pólipos, septos) ou FIV · FATOR OVARIANO: indução da ovulação (clomifeno) ou FIV · FATOR CERVICAL: inseminação intrauterina · Sem causa aparente: inseminação intrauterina – concentrado do ejaculado é injetado quando USG mostrar que a mulher está ovulando
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