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Prévia do material em texto

© Hexag Editora, 2017
Direitos desta edição: Hexag Editora Ltda. São Paulo, 2016
Todos os direitos reservados.
Autores
José Tadeu de Moraes Barros
Lucas Limberti
Murilo de Almeida Gonçalves
Pércio Luis Ferreira
Cora de Andrade Ramos
Cosme Cunha
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial
Hexag Editora
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Revisora
Maria Cristina Lopes Araujo
Programação visual
Hexag Editora
Editoração eletrônica
Claudio Guilherme da Silva
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Stephanie Lippi Antonio
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Fotos da capa (de cima para baixo)
http://www.fcm.unicamp.br
Acervo digital da USP (versão beta)
http://www.baia-turismo.com
Impressão e acabamento
Meta Solutions
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen-
tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2017
Todos os direitos reservados por Hexag Editora Ltda.
Rua da Consolação, 954 – Higienópolis – São Paulo – SP
CEP: 01302-000
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
CARO ALUNO
Desde de 2010, o Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de 
Medicina. Você está recebendo o primeiro caderno R.P.A.(Revisão Programada Anual) - ENEM do Hexag Vestibu-
lares. Este material tem o objetivo de verificar se você apreendeu os conteúdos estudados, oferecendo-lhe uma 
seleção de questões ideais para exercitar sua memória, já que é fundamental estar pronto para realizar o Exame 
Nacional do Ensino Médio.
Além disso, este material também traz sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-lhe 
ainda mais a compreender os itens que, possivelmente, não tenham ficado claros e a relembrar os pontos que foram 
esquecidos. 
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.
Bons estudos!
Herlan Fellini
ÍNDICE
GRAMÁTICA E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5
LITERATURA 73
INGLÊS 167
REDAÇÃO 187
R.P.A.
ENEM
Gramática e Interpretação de Texto
Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para 
sua vida.
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras 
culturas e grupos sociais.
H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da 
identidade.
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
H11
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para 
diferentes indivíduos.
Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e 
da própria identidade.
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.
Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante 
a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da 
realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional
Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
H24
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, 
chantagem, entre outras.
Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização 
do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida 
pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, 
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar pela análise de suas linguagens,as tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem
7
BREVIÁRIO 
Funções de linguagem
A língua não é um fim em si, mas apenas um meio
Roman Jakobson
Toda comunicação apresenta uma variedade de funções, sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o 
destinador/emissor quer dar ou do efeito que quer causar no destinatário/receptor. As funções da linguagem são 
as seguintes:
 § Emissor – emite a mensagem, codificando-a em palavras; 
 § Receptor – recebe a mensagem e a decodifica, ou seja, apreende a ideia;
 § Mensagem – aquilo que é comunicado, o conteúdo da comunicação;
 § Código – sistema linguístico escolhido para a transmissão e recepção da mensagem;
 § Referente – contexto em que se encontram o emissor e o receptor; 
 § Canal – meio pelo qual a mensagem é transmitida.
 § Emotiva ou expressiva – centralizada no emissor, ressalta sua opinião, trata das emoções; prevalece a 1ª 
pessoa do singular (eu), interjeições e exclamações; é a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas 
e cartas de amor.
Competências 1, 6, 7 e 8
Habilidades 1, 2, 3, 4, 19, 23, 24, 25 e 26
Aulas 1 e 2
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústica rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre...
(Manuel Bandeira)
 § Referencial – centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade; objetiva, direta, 
denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular (ele/ela); é a linguagem usada nos textos científicos, arte 
realista, notícias de jornal.
“Aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, para que ele permita uma investigação 
independente sobre os aparentes erros dos seus serviços de inteligência no que se refere às armas de des-
truição em massa do Iraque. A indicação do governo americano, também questionado sobre a sua avaliação 
da ameaça iraquiana, de que um inquérito pode ser aberto no país, reforçou o argumento dos críticos de 
Blair. O Partido Conservador britânico deverá apresentar nesta semana uma moção pedindo a investigação.”
Fonte: Folha de São Paulo - 02-02-2004
 § Conativa ou apelativa – centralizada no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do 
receptor; como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso da 2ª pessoa do singular (tu), do pronome 
de tratamento você ou do nome do próprio receptor, além de vocativos e imperativos; usada nos discursos, 
sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
8
9
 § Fática – utilizada para testar o canal, para manter o contato físico ou psicológico com o interlocutor.
 § Metalinguística – é a linguagem utilizada para falar da própria linguagem; a linguagem como fazer ar-
tístico; põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, preocupa-se mais em “como dizer” do que com 
“o que dizer”.
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
(Paulo Leminski)
 § Poética – é a linguagem que põe em evidência a forma como a mensagem é veiculada. Está mais interes-
sada nos aspectos estéticos, na beleza e nos enfeites atribuídos à mensagem.
Sem
Mim
Ando
Com 
Igo
Sigo
Sem 
Com
Ando
(Arnaldo Antunes)
Variação linguística
Variações linguísticas são as peculiaridades que a língua adquire com o tempo em função do seu uso por comuni-
dades específicas.
Contexto de conversação
Conforme a situação em que nos encontramos ao falar ou escrever, mudamos o nosso trato com a linguagem. A 
cada instante, utilizamos a língua de uma maneira particular, uma vez que nos adaptamos ao contexto em que 
estamos. Como exemplo, agimos diferentemente quando nos dirigimos aos nossos pais ou quando falamos com 
nossos amigos; escrevemos na escola de um modo diferente daquele que escrevemos nos aplicativos de comuni-
cação. Isso significa que precisamos dominar várias modalidades do português.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.)
Origem geográfica do falante 
Pelo fato de ser falado em várias regiões, a língua portuguesa apresenta grandes variações regionais que modifi-
cam o vocabulário utilizado, na forma como as palavras são pronunciadas e até na ordem na qual elas aparecem 
em uma oração. A leguminosa conhecida por muitos como aipim recebe o nome de mandioca ou macaxeira, em 
muitas outras regiões do Brasil.
10
11
Idade do falante
A idade do falante é também um aspecto importante nos estudos de variação linguística e está relacionado ao 
fato de as línguas variarem de acordo com o passar do tempo. O português nem sempre foi como é atualmente, 
portanto, pessoas de idades diferentes aprenderam a falar em épocas diferentes e apresentam um modo de falar 
que reflete essa variação.
Aspectos sociais
A classe social à qual pertence o falante é um aspecto que pode estar intimamente interligado com seu grau de 
escolaridade, ou seja, tal situação social pode influenciar a variação linguística dos falantes.
A questão do gênero
Não podemos desconsiderar a diferença entre os modos de falar masculino e feminino, pois, se as condições sociais 
dos falantes determinam o modo como eles utilizam seu próprio idioma, se há diferenças nos papéis sociais histori-
camente atribuídos a homens e mulheres, essas condições também poderão produzir uma variação entre os gêneros.
Linguagem formal versus linguagem informal
a. Norma culta/padrão: é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de 
maior prestígio dentro da classe literária. 
*Não se trata da única forma correta.
b. Linguagem informal/popular: é a denominação dada à variedade linguística utilizada no cotidiano em 
que não exige a observância total da gramática. 
Língua falada versus língua escrita
a. Língua falada/oral: dispõe de um número incontável de recursos rítmicos e melódicos – entonação, pau-
sas, ritmo, fluência, gestos – porque, claro, o emissor (pessoa que fala ou transmite uma mensagem numa 
dada linguagem) está presente fisicamente. Algumas das características principais são:
 § frequência da ocorrência de repetições, hesitações e bordões de fala (“Pois, eu aaa... eu acho que... pron-
to, não sei...“, Cara, o que é isso, cara?);
 § frases curtas;
 § frases inacabadas, porque foram cortadas ou interrompidas;
 § uso frequente da omissão de palavras. Ex.: Eu vou com minha mãe e com meu pai; Empresta o seu caderno? 
 § formas contraídas. Ex.: prof, med, refri, facul;
 § afastamento das regras gramaticais. Ex.: Eu vi ele;
 § possibilidade de adequar o discurso de acordo com as reações dos ouvintes.
b. Língua escrita: recorre a sinais de pontuação e de acentuação para exprimir os recursos rítmicos e meló-
dicos da oralidade:
 § uso de ricas descrições; 
 § faz atenção às regras gramaticais com um maior rigor; 
 § sinais de pontuação e acentuação para transmitir a expressividade oral; 
 § frases longas, apesar de também poder usar frases curtas; 
 § uso de vocabulário maisamplo e cuidadoso; 
 § conectivos e estruturas sintáticas para garantir a coesão textual. 
tipos de linguagem
 § Linguagem verbal: utiliza a língua falada ou escrita, sendo estas compostas por palavras.
 § Linguagem não verbal: emprega todo código que não seja composto por palavras – movimentos faciais 
e corporais, gestos, olhares, entoação, imagens, símbolos, sons etc.
12
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semântica – elementos de análise
Já que se fala a todo o momento de semântica no curso de Gramática, nada melhor do que apresentá-la logo no 
início do material de Interpretação (já que ela é parte essencial dos processos interpretativos). A semântica é o cam-
po de estudos linguísticos que cuida dos significados das palavras e dos textos. Ela está presente em praticamente 
todos os outros campos gramaticais (com exceção dos estudos básicos de fonética e fonologia, ligados à ortografia 
e à acentuação). Pode ter certeza de que, onde há acepções de sentido, há semântica.
Além de sua presença em várias áreas da Gramática, a semântica possui seus próprios elementos de análise, 
que conheceremos a seguir.
Sinonímia
Ocorre sinonímia quando temos palavras com significados idênticos ou muito semelhantes a outras.
 § Cão = cachorro
 § Jerimum = abóbora
A sinonímia tem forte relação com a paráfrase (possibilidades de se reconstruir uma frase ou texto com 
outras palavras similares) e ajuda nos processos de coesão textual (por meio de sinônimos, evitamos a repetição 
de termos em um texto).
Antonímia
Ocorre antonímia quando temos palavras com significados contrários a outras.
 § Bonito ≠ feio
 § Alto ≠ baixo
Homonímia
Ocorre homonímia quando temos palavras de grafia igual ou pronúncia igual, mas com significado diferente. Isso 
nos dá três tipos de homônimos:
1. Homônimo homófono heterógrafo (pronúncia igual – grafia diferente)
Exemplo: acento (marca gráfica de tonalidade) e assento (local para se sentar).
2. Homônimo homógrafo heterófono (escrita igual – pronúncia diferente)
Exemplo: jogo (substantivo) e jogo (verbo).
3. Homônimo homófono homógrafo (pronúncia igual – escrita igual)
Exemplo: rio (substantivo) e (eu) rio (verbo).
Paronímia
Temos parônimos quando as palavras são muito parecidas, mas o sentido é diferente.
Exemplo: comprimento (largura) e cumprimento (saudação).
Exemplo: discriminar (separar) e descriminar (absolver).
Polissemia
Temos polissemia em palavras que preservam sua classe gramatical, mas que possuem significados múltiplos.
Exemplo: natureza (meio ambiente) e natureza (essência de algo).
Exemplo: banco (local onde se senta) e banco (instituição financeira).
Hiperonímia e hiponímia
São fenômenos que operam relações de abrangência entre palavras (palavras que englobam outras ou que são 
englobadas). As palavras que englobam são conhecidas como hiperônimos; as englobadas, como hipônimos.
Exemplo: Comprei um bacalhau para preparar na semana santa. Esse peixe é bastante salgado. (peixe é uma 
palavra mais abrangente, que dá conta de bacalhau e de outros diversos peixes, portanto, podemos afirmar que 
peixe é hiperônimo de bacalhau, e bacalhau é hipônimo de peixe).
Exemplo: Houve um aumento da gasolina. Esse fato deixou os brasileiros irritados. (fato é uma palavra que dá 
conta de aumento da gasolina, portanto, podemos afirmar que fato é hiperônimo do trecho sublinhado).
o gênero publicitário
Entende-se por gênero publicitário aquele que tem como objetivo principal fazer com que o interlocutor/ouvinte 
tome parte em alguma causa, seja comprar um produto ou aderir a uma ideia. São textos de cunho persuasivo, por 
isso estão completamente ligados à função apelativa/conativa da linguagem. Os textos publicitários estão forte-
mente inseridos na sociedade contemporânea, e, por esse motivo, estão presentes em muitos vestibulares. Ao lado 
do gênero jornalístico, é dos que apresenta maior número de questões registradas.
Estrutura do texto publicitário
Como dito anteriormente, os textos publicitários têm uma configuração bastante ampla. Por esse motivo, sua es-
trutura apresenta um conjunto significativo de elementos que conheceremos a seguir.
O título
Habitualmente, os textos publicitários apresentam um título, que consiste num texto mais curto que já evidencia, 
logo de cara, as intenções do anúncio. Pode ser um pequeno texto assertivo ou interrogativo, e deve atrair a aten-
ção do interlocutor de maneira imediata.
O texto
No texto do anúncio publicitário encontramos as principais estruturas de persuasão. Nele encontramos os argu-
mentos que levariam o interlocutor a adquirir um produto ou a adotar um comportamento. Aqui, concentra-se a 
função apelativa da linguagem.
14
15
A assinatura
A assinatura aparece como uma estratégia de encerramento do texto publicitário. Em anúncios impressos, costuma 
vir posicionado à direita, no canto inferior do texto. É formado pela marca do produto (por exemplo, Coca-Cola) 
ou pela evidenciação da campanha (Previna-se contra a dengue!). No caso de marcas famosas, é comum que a 
assinatura seja composta pelo slogan dessa marca. Entende-se por slogan aquela frase de efeito que evidencia a 
principal característica do produto.
A imagem
Comentamos acima que as imagens são um recurso que está presente em alguns tipos de espaço publicitário. 
Quando usadas, têm como objetivo potencializar as marcas textuais de persuasão, ou seja, as imagens trabalham 
em conjunto com o texto, com intenções variadas. Habitualmente, a imagem em gêneros publicitários, confirma o 
texto e também lhe dá suporte.
Atenção ao argumento de autoridade: é muito comum encontrarmos em anúncios publicitários algum 
elemento imagético que sirva como argumento de autoridade. Entende-se por argumento de autoridade aquela 
imagem de um indivíduo que seria um especialista em determinado assunto, e que, justamente por possuir essa 
posição de autoridade, transmite maior credibilidade ao que está sendo veiculado no anúncio.
Por exemplo, a imagem de um famoso atleta ligada a um anúncio de produtos vitamínicos transmite a ideia 
de que o produto é confiável, pois o atleta o utiliza.
Qual é a linguagem do gênero publicitário?
A linguagem dos textos publicitários é marcada por uma maior flexibilidade em relação à gramática normativa. 
Como o objetivo básico desses textos é atingir rapidamente o interlocutor, é necessário que se opte, em 
alguns momentos, por uma linguagem mais coloquial/informal. Portanto, encontraremos, muito frequentemente, 
anúncios publicitários, cujos textos apresentam “desvios” em relação à norma padrão.
Outra característica muito comum nesses textos é a presença de verbos no imperativo, implicando relações 
semânticas de ordem, pedido, sugestão ou conselho. São esses verbos que articulam as estratégias de persuasão.
Também estão presentes os vocativos, que são elementos sintáticos que invocam/convocam interlocutores. 
Essa invocação/convocação do interlocutor é também uma estratégia recorrente em textos publicitários.
(Época, 06/05/2011.)
o gênero jornalístico
Dos vários tipos de gêneros existentes, o jornalístico é um dos mais amplos, pois envolve características pertencen-
tes a vários tipos de composição textual. Por esse motivo, é também um dos gêneros mais trabalhados em provas 
de vestibulares e no ENEM.
A notícia
A notícia é um dos elementos que compõe o gênero jornalístico. Está espalhada pelos mais diversos meios de 
comunicação (jornais, revistas, rádio, internet). Tecnicamente, podemos dizer que a notícia se caracteriza pelo 
puro registro de fatos, sem que haja a emissão de opinião da pessoa que a escreve. O objetivo básico 
de uma notícia é transmitir informações a um leitor de maneira objetiva e precisa. A partir dessa definição, podemos 
inferir que a notícia trabalha pelos mesmos termos da funçãoreferencial da linguagem (buscar informações de um 
referente no mundo, e transmiti-las objetivamente).
“Nenhum país do mundo faz o que o Brasil está fazendo: leiloar aos poucos o acesso da produção de pe-
tróleo de campos, cujo total é desconhecido”, adverte Ildo Sauer, em entrevista concedida à IHU.
On-line, ao comentar o leilão do Campo de Libra, anunciado para 21 de outubro deste ano. Na avaliação 
dele, a iniciativa da Presidência da República é equivocada, porque “não faz sentido” colocar em leilão o Campo 
de Libra, que, “segundo a Agência Nacional do Petróleo – ANP, pode ter entre 8 e 12 bilhões de barris, apesar de 
haver estimativas de que possa chegar a 15 bilhões de barris.
Se os dados forem esses, trata-se da maior descoberta do país”. De acordo com ele, o “Brasil não sabe se 
tem 50 bilhões, 100 bilhões ou 300 bilhões de barris. Se o país tiver 100 bilhões, estará no grupo de países de 
grandes reservas; se tiver 300 bilhões, será o dono da maior reserva do mundo, porque 264 bilhões é o volume de 
barris da Arábia Saudita”.
Disponível em: http://www.mabnacional.org.br/noticia/pr-sal-eembate-geopol-tico-estratgico-entrevista-especial-com-ildosauer. 
Acesso em: 15/10/2013. Fragmento adaptado.
16
17
Reportagem
A reportagem também é um tipo de gênero jornalístico que costuma apresentar textos mais longos e bastante 
detalhados. Costuma retratar a observação direta de um repórter sobre acontecimentos e situações específicas. 
Escassez de água já afeta mais de 40% da população do planeta Terra
Estiagem não atinge só o Brasil, mas outros lugares do mundo. Veja as medidas que foram adotadas em países 
como EUA e Cingapura.
Reportagem de Tonico Ferreira em parceria com Globo Natureza.
O Jornal da Globo, em parceria com o Globo Natureza, exibe, esta semana, uma série especial sobre a crise 
hídrica no mundo. A série “Água – Planeta em Crise” vai mostrar de que maneira a seca está afetando populações 
em todo o planeta.
Quando a gente olha para os oceanos, para os rios e lagos, a Terra parece ter muita água. Quase três quartos 
da superfície são cobertos por oceanos. É o planeta azul visto do espaço.
Mas será que é isso tudo? Vejam a realidade: a camada de água dos oceanos é muito fina e, por isso, a 
quantidade de água é relativamente pequena. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de basquete, toda a água 
do planeta caberia dentro de uma bolinha de pingue-pongue.
E mais: dessa bolinha de pingue-pongue, quase tudo, 97,5% é água salgada. E, desse pouquinho que sobra, 
70% é agua congelada nos polos e nas geleiras, 30% está debaixo da superfície da Terra e apenas 0,3% é água 
potável nos lagos e rios.
E essa água está mal distribuída. Sobra em algumas regiões e falta em outras. Some-se a isso o fato de várias 
regiões do mundo estarem passando por secas mais prolongadas.
Seca na califórnia (EUA)
É o caso do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que está entrando no quarto ano seguido de seca. 2013 
foi o mais seco em 120 anos, diz o climatologista do governo, Michael Anderson. E ele prevê para este ano um 
novo recorde de pouca chuva e de temperaturas altas.
O nível dos reservatórios baixou. O lago Cachuma está com 26% da capacidade e, em outubro, pode deixar 
de fornecer água para a cidade de Santa Bárbara.
O governador do estado, Jerry Brown, acaba de tomar medidas drásticas: a redução obrigatória de 25% no 
consumo de água nas cidades e corte do fornecimento para fazendas que usam irrigação. 
Tulare tem a agricultura mais produtiva da Califórnia. É uma região rica. As famílias de trabalhadores que 
vivem em casas modestas se abastecem de água em poços, mas os poços estão secando.
O poço da casa de Lala e Benjamin Luengas, da comunidade mexicana, secou em junho do ano passado. Foi 
um desespero. “O que vamos fazer, o que vamos fazer?”, Lala pergunta.
Eles não tinham US$ 25 mil para perfurar um poço profundo, ficaram seis meses sem uma gota d’água até 
que receberam um pequeno reservatório da organização não governamental Self-Help Enterprises. A água chega de 
carro-pipa duas vezes por mês. É pouco. Lala economiza água na cozinha, reusa no banheiro e os banhos são curtos.
“No máximo entro, me molho, fecho a água, me ensaboo, abro e já saio”, conta Lala.
Paul Boyer, da Self-Help Enterprise, diz que o lençol de água subterrânea que deveria ter subido nos primei-
ros meses do ano ficou estático. Para Boyer, a crise ainda vai piorar antes de melhorar.
Cadê a água no Nordeste?
A situação também pode piorar no Nordeste brasileiro. Em São Miguel (RN), cidade de 23 mil habitantes, nin-
guém recebe mais conta de água. É que a água encanada acabou em dezembro passado, quando o açude secou. 
E não foi sem aviso.
“Desde 2013, quando a gente só estava com 10% da capacidade da água, nós demos o grito, nós pedimos 
socorro”, diz Adalcina Vieira, presidente da Câmara de Vereadores. O socorro não veio. A água só chega em 
carros-pipa, carroças, motos ou na mão.
Desde que a água encanada acabou, a cidade se movimenta basicamente em torno de um objetivo: conse-
guir água, vender e comprar água, transportar água, carregar balde d’água. E essa situação deve se manter por 
um bom tempo porque as autoridades locais não estão vendo uma solução de curto prazo.
“A situação de nossa cidade é muito difícil. É uma situação de colapso, uma situação de calamidade”, decla-
ra Dario Vieira, prefeito de São Miguel (RN).
Contratar um carro-pipa com 8 mil litros custa R$ 150. Quem não tem recursos depende das cacimbas da 
prefeitura.
“Essa caixinha de água aqui não dá nem para começar. Nesses dias, nós vamos morrer de sede aqui, se Deus 
não tiver misericórdia”, diz a dona Maria Lúcia da Silva.
É uma trabalheira. “Eu vou levar na mão”, mostra Sandra Leite Lopes, moradora da cidade. São cinco via-
gens da cacimba à casa dela para encher a caixa de mil litros.
Esse transtorno seria evitado se São Miguel não dependesse de apenas um açude, construído 60 anos atrás.
Crise dos reservatórios
A crise também bateu na porta da rica região Sudeste. Os dois maiores reservatórios que atendem a Grande São 
Paulo, Cantareira e Alto Tietê, estão com níveis críticos. O Cantareira, o mais importante deles, entrou no volume 
morto em maio do ano passado e nunca mais saiu.
O presidente da ANA (Agência Nacional de Água) reconhece que o Brasil tem um nível muito baixo de água 
reservada e reclama que a legislação ambiental pouco flexível não ajuda.
“Porque, como um reservatório tem impacto ambiental, muitas vezes se abandona a discussão dos reser-
vatórios por conta desses impactos ambientais e sociais. É verdade, eles existem. Agora a gente tem que, precisa 
colocar na outra coluna também, é a segurança hídrica que esses reservatórios propiciam”, diz Vicente Andreu 
Giullo, presidente da ANA (Agência Nacional de Água).
Artigo de opinião e editorial
Os artigos de opinião e editoriais também são parte do gênero jornalístico e têm como característica serem textos 
que articulam notícias a partir de elementos argumentativos. Existem algumas pequenas diferenças entre 
os dois estilos de texto. O artigo expressa um ponto de vista da pessoa que o assina, e geralmente aborda questões 
sociais, políticas e culturais. Sua condução é feita com elementos argumentativos que tentam persuadir o leitor da 
opinião que está sendo apresentada.
Já o editorial manifesta a opinião não de um indivíduo, mas de um órgão de imprensa como um todo, por 
esse motivo não é assinado por um particular (não expressa ponto de vista particular). Costumam abordar temas 
de grande projeção nacional ou internacional, também sobre temas sociais, políticos ou culturais. Embora sua 
condução também apresente elementos argumentativos de persuasão, o editorial costuma ser mais equilibrado e 
informativo do que o artigo de opinião.
Vontade de punir
Deuno Datafolha que a maioria dos brasileiros quer baixar a maioridade penal. Maiorias assim robustas, que já são 
raras em questões sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre especialistas, o assunto é 
controverso. Como explicar o fenômeno? Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da natureza. 
Se você pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um modo de fazer com que eles colaborem uns com os 
outros e, ao mesmo tempo, se protejam dos indivíduos dispostos a explorá-los. A fórmula que a evolução encontrou 
para equacionar esse e outros dilemas foi embalar regras de conduta em instintos, emoções e sentimentos que 
provocam ações que funcionam em mais instâncias do que não funcionam.
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Assim, para evitar a superexploração pelos semelhantes, desenvolvemos verdadeiro horror àquilo que per-
cebemos como injustiças. Na prática, isso se traduz no impulso que temos de punir quem tenta levar vantagem 
indevida. Quando não podemos castigá-los diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, além de garantir o 
sucesso de filmes de Hollywood, torna a justiça retributiva algo popular em nossa espécie. Isso, porém, é só parte 
do problema. Uma sociedade pautada apenas pelo ideal de justiça soçobraria. Se cada mínima ofensa exigisse 
imediata reparação e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente idêntica, a vida comunitária seria 
impossível. A natureza resolve isso com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras coisas, 
que mães prefiram seus próprios filhos aos de desconhecidos.
Nas sociedades primitivas, em bandos de 200 pessoas, onde todos tinham algum grau de parentesco, o 
sistema funcionava razoavelmente bem. Os ímpetos da justiça retributiva eram modulados pela empatia familiar. 
Agora que vivemos em grupos de milhões sem vínculos pessoais, a vontade de punir impera inconteste.
SCHWARTSMAN, Hélio. Folhaonline, em 24 jun. 2015
textos cientíFicos
Os textos científicos têm como principal objetivo colocar o público não especializado em contato com pesquisas 
científicas e tecnológicas. São predominantemente informativos, trazendo dados interessantes sobre alguma pes-
quisa realizada pela comunidade científica. Em geral, são textos produzidos por especialistas em alguma área (ou 
com o apoio destes) e devem possuir uma linguagem mais acessível, menos técnica para que estejam ao alcance 
do leitor.
Onde circulam os textos científicos?
Os textos de divulgação científica, nos últimos anos, têm aparecido não apenas em revistas especializadas (cien-
tíficas), mas também em seções específicas de jornais, revistas de curiosidades e até mesmo em livros estilo best- 
-seller. Toda essa variedade é uma demanda do público por saber cada vez mais a respeito dos avanços científicos, 
avanços esses que podem trazer mudanças significativas para a vida das pessoas. 
A recepção do texto científico
Os textos de cunho científico costumam ser procurados por públicos variados, desde pessoas curiosas por assuntos 
determinados, até pessoas que leem mais assiduamente a respeito de tudo o que se publica. Essa variedade de pú-
blico implica certas dificuldades de produção, pois o texto precisa denotar seriedade sem necessariamente possuir 
uma linguagem complexa (técnica).
A estrutura do texto científico
Os textos de divulgação científica não possuem estrutura pré-determinada, mas, geralmente, encontramos um 
título e uma introdução mais geral, que têm como objetivo angariar a atenção do leitor para o tópico científico 
que será abordado/discutido. O desenvolvimento e a conclusão do texto se dão de acordo com os interesses do 
especialista.
Nesse sentido, temos um texto de estrutura bem variável, que é muito usado em vestibulares.
A linguagem dos textos científicos
Como dito anteriormente, há nos textos de divulgação científica uma necessidade de se “traduzir” os conceitos 
altamente complexos da ciência para uma linguagem mais acessível ao leitor. Nesse caso, encontraremos em textos 
científicos um grau elevado de coloquialidade.
Para fazer com que o leitor entenda um texto mais complexo, recorre-se, por exemplo, a muitas figuras de 
analogia, como a comparação e a metáfora; figuras que permitem ao leitor entender mais facilmente o que está 
sendo dito. Ou seja, opta-se por uma linguagem conotativa (figurada). Também devem ser evitados os usos de 
jargões da área científica, sempre optando por uma analogia mais simples. Sendo inevitável o uso de um jargão, 
este deve ser explicado no próprio texto.
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aplicação dos 
conhecimentos - sala
 1. (ENEM 2016) De domingo
— Outrossim...
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
— É.
— O que é que tem?
— Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra 
de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece mais uma palavra de 
segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
— “Ônus”.
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquí-
cio”.
— “Resquício” é de domingo.
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente...
— Qual o problema?
— Retira o “outrossim”.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é 
uma palavra difícil de usar. Não é qualquer 
um que usa “outrossim”.
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada.
Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
No texto, há uma discussão sobre o uso de 
algumas palavras da língua portuguesa. Esse 
uso promove o(a): 
a) marcação temporal, evidenciada pela pre-
sença de palavras indicativas dos dias da 
semana.
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrên-
cia de palavras empregadas em contextos 
formais.
c) caracterização da identidade linguística dos 
interlocutores, percebida pela recorrência de 
palavras regionais.
d) distanciamento entre os interlocutores, pro-
vocado pelo emprego de palavras com signi-
ficados pouco conhecidos.
e) inadequação vocabular, demonstrada pela 
seleção de palavras desconhecidas por parte 
de um dos interlocutores do diálogo.
 2. (ENEM) Poema tirado de uma notícia de jor-
nal
João Gostoso era carregador de feira livre e 
morava no morro da Babilônia num barracão 
sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de No-
vembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas 
e morreu afogado.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias 
reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.
No poema de Manuel Bandeira, há uma res-
significação de elementos da função referen-
cial da linguagem pela: 
a) atribuição de título ao texto com base em 
uma notícia veiculada em jornal.
b) utilização de frases curtas, características de 
textos do gênero jornalístico.
c) indicação de nomes de lugares como garan-
tia da veracidade da cena narrada.
d) enumeração de ações, com foco nos eventos 
acontecidos à personagem do texto.
e) apresentação de elementos próprios da notí-
cia, tais como quem, onde, quando e o quê. 
 3. (ENEM) Lisboa: aventuras 
tomei um expresso 
 cheguei de foguete 
subi num bonde 
 desci de um elétrico 
pedi um cafezinho 
 serviram-me uma bica 
quis comprar melas 
 só vendiam peúgas 
fui dar a descarga 
 disparei um autoclisma 
gritei "ó cara!" 
 responderam-me «ó pá» 
 positivamente 
as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam 
como lá. 
PAES, J. P. A poesia está morta mas juro que 
não fui eu. São Paulo: Duas Cidades, 1988.
No texto, a diversidade linguística é apresen-
tada pela ótica de um observador que entra 
em contato com uma comunidade linguística 
diferente da sua. Esse observador é um: 
a) falante do português brasileiro relatando o 
seu contato na Europa com o português lu-
sitano.
b) imigrante em Lisboa com domínio dos regis-
tros formal e informal do português euro-
peu.
c) turistaeuropeu com domínio de duas varie-
dades do português em visita a Lisboa.
d) português com domínio da variedade colo-
quial da língua falada no Brasil.
e) poeta brasileiro defensor do uso padrão da 
língua falada em Portugal.
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 4. (ENEM) Grupo transforma pele humana em 
neurônios
Um grupo de pesquisadores dos EUA conse-
guiu alterar células extraídas da pele de uma 
mulher de 82 anos sofrendo de uma doença 
nervosa degenerativa e conseguiu transfor-
má-las em células capazes de se transforma-
rem virtualmente em qualquer tipo de órgão 
do corpo. Em outras palavras, ganharam os 
poderes das células-tronco pluripotentes, 
normalmente obtidas a partir da destruição 
de embriões.
O método usado na pesquisa, descrita hoje 
na revista Science, existe desde o ano pas-
sado, quando um grupo liderado pelo japo-
nês Shinya Yamanaka criou as chamadas iPS 
(células-tronco de pluripotência induzida). 
O novo estudo, porém, mostra pela primeira 
vez que é possível aplicá-lo a células de pes-
soas doentes, portadoras de esclerose lateral 
amiotrófica (ELA), mal que destrói o sistema 
nervoso progressivamente.
“Pela primeira vez, seremos capazes de ob-
servar células com ELA ao microscópio e ver 
como elas morrem”, disse Valerie Estess, di-
retora do Projeto ALS (ELA, em inglês), que 
financiou parte da pesquisa. Observar em 
detalhes a degeneração pode sugerir novos 
métodos para tratar a ELA.
KOLNERKEVIC, I. Folha de S. Paulo. 1 ago. 2008 (adaptado).
A análise dos elementos constitutivos do 
texto e a identificação de seu gênero permi-
tem ao leitor inferir que o objeto do autor é :
a) apresentar a opinião da diretora do Projeto 
ALS.
b) expor a sua opinião como um especialista no 
tema.
c) descrever os procedimentos de uma experi-
ência científica.
d) defender a pesquisa e a opinião dos pesqui-
sadores dos EUA. 
e) informar os resultados de uma nova pesqui-
sa feita nos EUA. 
 5. (ENEM) Descubra e aproveite um momen-
to todo seu. Quando você quebra o delica-
do chocolate, o irresistível recheio cremoso 
começa a derreter na sua boca, acariciando 
todos os seus sentidos. Criado por nossa em-
presa. Paixão e amor por chocolate desde 
1845.
Veja, n. 2.320, 8 mai. 2013 (adaptado).
O texto publicitário tem a intenção de persu-
adir o público-alvo a consumir determinado 
produto ou serviço. No anúncio, essa inten-
ção assume a forma de um convite, estraté-
gia argumentativa linguisticamente marca-
da pelo uso de:
a) conjunção (quando).
b) adjetivo (irresistível).
c) verbo no imperativo (descubra).
d) palavra do campo afetivo (paixão).
e) expressão sensorial (acariciando).
 6. (ENEM) O humor e a língua
Há algum tempo, venho estudando as piadas, 
com ênfase em sua constituição linguística. 
Por isso, embora a afirmação a seguir pos-
sa parecer surpreendente, creio que posso 
garantir que se trata de uma verdade quase 
banal: as piadas fornecem simultaneamen-
te um dos melhores retratos dos valores e 
problemas de uma sociedade, por um lado, 
e uma coleção de fatos e dados impressio-
nantes para quem quer saber o que é e como 
funciona uma língua, por outro. Se se quiser 
descobrir os problemas com os quais uma 
sociedade se debate, uma coleção de pia-
das fornecerá excelente pista: sexualidade, 
etnia/raça e outras diferenças, instituições 
(igreja, escola, casamento, política), morte, 
tudo isso está sempre presente nas piadas 
que circulam anonimamente e que são ou-
vidas e contadas por todo mundo em todo 
o mundo. Os antropólogos ainda não pres-
taram a devida atenção a esse material, que 
poderia substituir com vantagem muitas en-
trevistas e pesquisas participantes. Sabere-
mos mais a quantas andam o machismo e o 
racismo, por exemplo, se pesquisarmos uma 
coleção de piadas do que qualquer outro cor-
pus.
POSSENTI. S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).
A piada é um gênero textual que figura en-
tre os mais recorrentes na cultura brasileira, 
sobretudo na tradição oral. Nessa reflexão, a 
piada é enfatizada por: 
a) sua função humorística.
b) sua ocorrência universal.
c) sua diversidade temática.
d) seu papel como veículo de preconceitos.
e) seu potencial como objeto de investigação.
 7. (ENEM) Brasil: o país dos 100 milhões de 
raios
Dos 3,15 bilhões de raios que golpeiam a 
Terra e seus habitantes durante um ano, 100 
milhões deles vêm desabar em terras brasi-
leiras. O número, divulgado no ano passado 
por uma equipe de cientistas do Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 
São José dos Campos, São Paulo, não é su-
perado por nenhum outro país. E ficou bem 
acima das estimativas que davam conta de 
30 milhões ao ano. Agora, sabemos com 
23
segurança: em quantidade de relâmpagos, 
ninguém segura este país.
FON, A. C.; ZANCHETTA, M. I. Disponível em: http://
super.abril.com.br. Acesso em: 27 jan. 2015.
Diversos expedientes argumentativos são 
empregados nos textos para sustentar as 
ideias apresentadas. Nesse texto, a citação 
de um instituto especializado é uma estra-
tégia para: 
a) atestar a necessidade de ações de prevenção 
de danos causados por raios.
b) apresentar as estimativas de incidência de 
raios em terras brasileiras.
c) promover discussão sobre as consequências 
das descargas de raios.
d) conferir credibilidade aos resultados de uma 
investigação sobre raios.
e) comparar o número de raios incidentes no 
Brasil e no mundo.
 8. (ENEM) Fraudador é preso por emitir atesta-
dos com erro de português
Mais um erro de português leva um crimi-
noso às mãos da polícia. Desde 2003, M.O.P., 
de 37 anos, administrava a empresa MM, que 
falsificava boletins de ocorrência, carteiras 
profissionais e atestados de óbito, tudo para 
anular multas de trânsito. Amparado pela 
documentação fajuta de M.O.P., um motoris-
ta poderia alegar às Juntas Administrativas 
de Recursos de Infrações que ultrapassou o 
limite de velocidade para levar uma paren-
te que passou mal e morreu a caminho do 
hospital.
O esquema funcionou até setembro, quando 
M.O.P. foi indiciado. Atropelara a gramática. 
Havia emitido, por exemplo, um atestado de 
abril do ano passado em que estava escrito 
aneurisma “celebral” (com l no lugar de r) e 
“insulficiência” múltipla de órgãos (com um 
l desnecessário em “insuficiência” – além 
do fato de a expressão médica adequada ser 
“falência múltipla de órgãos”).
M.O.P. foi indiciado pela 2ª Delegacia de Di-
visão de Crimes de Trânsito. Na casa do acu-
sado, em São Miguel Paulista, zona leste de 
São Paulo, a polícia encontrou um computa-
dor com modelos de documentos.
Língua Portuguesa, n. 12, set. 2006 (adaptado).
O texto apresentado trata da prisão de um 
fraudador que emitia documentos com erros 
de escrita. Tendo em vista o assunto, a orga-
nização, bem como os recursos linguísticos, 
depreende-se que esse texto é um(a): 
a) conto, porque discute problemas existen-
ciais e sociais de um fraudador.
b) notícia, porque relata fatos que resultaram 
no indiciamento de um fraudador.
c) crônica, porque narra o imprevisto que levou 
a polícia a prender um fraudador.
d) editorial, porque opina sobre aspectos lin-
guísticos dos documentos redigidos por um 
fraudador. 
e) piada, porque narra o fato engraçado de um 
fraudador descoberto pela polícia por causa 
de erros de grafia.
 9. (ENEM) Pedra sobre pedra
Algumas fazendas gaúchas ainda preservam 
as taipas, muros de pedra para cercar o gado. 
Um tipo de cerca primitiva. Não há nada que 
prenda uma pedra na outra, cuidadosamen-
te empilhadas com altura de até um metro. 
Engenharia simples que já dura 300 anos. A 
mesma técnica usada no mangueirão, uma 
espécie de curral onde os animais ficavam 
confinados à noite. As taipas são atribuídas 
aos jesuítas. O objetivo era domar o gado 
xucro solto nos campos pelos colonizadores 
espanhóis.
FERRI, M. RevistaTerra da Gente, n. 96, abr. 2012.
Um texto pode combinar diferentes funções 
de linguagem. Exemplo disso é Pedra sobre 
pedra, que se vale da função referencial e 
da metalinguística. A metalinguagem é es-
tabelecida: 
a) por tempos verbais articulados no presente e 
no pretérito.
b) pelas frases simples e referência ao ditado 
“não ficará pedra sobre pedra”.
c) pela linguagem impessoal e objetiva, marca-
da pela terceira pessoa.
d) pela definição de termos como “taipa” e 
“mangueirão”.
e) por adjetivos como “primitivas” e “simples”, 
indicando o ponto de vista do autor.
 10. (ENEM) Há muito se sabe que a Bacia Bauru 
– depósito de rochas formadas por sedimen-
tos localizado entre os estados de São Paulo, 
Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso e 
Mato Grosso do Sul – foi habitada, há mi-
lhões de anos, por uma abundante fauna de 
crocodiliformes, um grupo de répteis em que 
estão inclusos os crocodilos, jacarés e seus 
parentes pré-históricos extintos. Entre as 
famílias que por lá viveram está a Baurusu-
chidae, que, na região, englobava outras seis 
espécies de crocodiliformes exclusivamente 
terrestres e com grande capacidade de des-
locamento, crânio alto e comprimido lateral-
mente e com longos dentes serrilhados. Ago-
ra, em um artigo publicado na versão on-line 
da revista Cretaceous Research, um grupo de 
pesquisadores das universidades federais do 
Rio de Janeiro e do Triângulo Mineiro, em 
24
Minas Gerais, identificaram mais um mem-
bro dessa antiga família.
Disponível em: http://revistapesquisa.
fapesp.br. Acesso em: 2 nov. 2013.
A circulação do conhecimento científico 
ocorre de diferentes maneiras. Por meio da 
leitura do trecho, identifica-se que o texto 
é um artigo de divulgação científica, pois, 
entre outras características, 
a) exige do leitor conhecimentos específicos 
acerca do tema explorado.
b) destina-se a leitores vinculados a diferentes 
comunidades científicas.
c) faz referência a artigos publicados em revis-
tas científicas internacionais.
d) trata de descobertas da ciência com lingua-
gem acessível ao público em geral.
e) aborda temas que receberam destaque em 
jornais e revistas não especializados.
 11. (ENEM) Da corrida de submarino à festa de 
aniversário no trem
Leitores fazem sugestões para o Museu das 
Invenções Cariocas
“Falar ‘caraca!’ a cada surpresa ou aconteci-
mento que vemos, bons ou ruins, é invenção 
do carioca, como também o ‘vacilão’.”
“Cariocas inventam um vocabulário próprio”. 
“Dizer ‘merrmão’ e ‘é merrmo’ para um ami-
go pode até doer um pouco no ouvido, mas é 
tipicamente carioca.”
“Pedir um ‘choro’ ao garçom é invenção ca-
rioca.”
“Chamar um quase desconhecido de ‘queri-
do’ é um carinho inventado pelo carioca para 
tratar bem quem ainda não se conhece di-
reito.”
“O ‘ele é um querido’ é uma forma mais fe-
minina de elogiar quem já é conhecido.”
SANTOS, J. F. Disponível em: www.oglobo.globo.
com. Acesso em: 6 mar. 2013 (adaptado).
Entre as sugestões apresentadas para o Mu-
seu das Invenções Cariocas, destaca-se o va-
riado repertório linguístico empregado pe-
los falantes cariocas nas diferentes situações 
específicas de uso social.
A respeito desse repertório, atesta-se o(a): 
a) desobediência à norma-padrão, requerida 
em ambientes urbanos.
b) inadequação linguística das expressões ca-
riocas às situações sociais apresentadas.
c) reconhecimento da variação linguística, se-
gundo o grau de escolaridade dos falantes.
d) identificação de usos linguísticos próprios 
da tradição cultural carioca.
e) variabilidade no linguajar carioca em razão 
da faixa etária dos falantes.
 12. (ENEM) o::... o Brasil... no meu ponto de vis-
ta... entendeu? o país só cresce através da 
educação... entendeu? Eu penso assim... en-
tão quer dizer... você dando uma prioridade 
pra... pra educação... a tendência é melhorar 
mais... entendeu? e as pessoas... como eu 
posso explicar assim? as pessoas irem... to-
mando conhecimento mais das coisas... né? 
porque eu acho que a pior coisa que tem é a 
pessoa alienada... né? a pessoa que não tem 
noção de na::da... entendeu? 
Trecho da fala de J. L., sexo masculino, 26 anos. In: 
VOTRE, S.; OLIVEIRA, M. R. (Coord.). A língua falada e 
escrita na cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: www.
discursoegramatica.letras.ufrj.br. Acesso em: 4 dez. 2012. 
A língua falada caracteriza-se por hesita-
ções, pausas e outras peculiaridades. As 
ocorrências de "entendeu" e "né", na fala 
de J. L., indicam que: 
a) a modalidade oral apresenta poucos recursos 
comunicativos, se comparada à modalidade 
escrita.
b) a língua falada é marcada por palavras dis-
pensáveis e irrelevantes para o estabeleci-
mento da interação.
c) o enunciador procura interpelar o seu inter-
locutor para manter o fluxo comunicativo.
d) o tema tratado no texto tem alto grau de 
complexidade e é desconhecido do entrevis-
tador.
e) o falante manifesta insegurança ao abordar 
o assunto devido ao gênero ser uma entre-
vista.
raio x
 1. Ao associar palavras usadas em contextos 
formais a dias da semana, o diálogo cria uma 
situação humorística devido à carga irônica 
que o autor imprime ao texto. Assim, é cor-
reta a opção [B]. 
 2. No poema de Manuel Bandeira, o uso da fun-
ção referencial da linguagem reflete a neces-
sidade de transmitir ao interlocutor dados 
da realidade de uma maneira direta e obje-
tiva, no caso com elementos próprios da no-
tícia, tais como “quem”, “onde”, “quando” e 
“o quê”. Assim, é correta a opção [E]. 
 3. O poema de José Paulo Paes, “Lisboa: aven-
turas”, estabelece intertextualidade com o 
de Gonçalves Dias, “Canção do exílio”, apre-
sentando uma disposição de versos (duas co-
lunas em que cada verso da primeira coluna 
parece se opor ao verso seguinte, da segunda 
coluna) que simulam um diálogo onde ter-
mos diferentes têm o mesmo significado. 
Assim, depreende-se que o eu lírico é um fa-
lante do português brasileiro relatando o seu 
contato na Europa com o português lusitano, 
25
como se afirma em [A].
 4. Trata-se de um texto informativo que preten-
de dar a conhecer ao público-leitor comum os 
avanços científicos no desenvolvimento de 
métodos para tratar a esclerose lateral amio-
trófica (ELA), mal que destrói o sistema nervo-
so progressivamente. Assim, é correta a opção 
[E].
 5. Na primeira frase do texto publicitário, o uso 
do imperativo nos termos verbais “descubra” 
e “aproveite” configura o uso da função apela-
tiva da linguagem sob a forma de um convite, 
tentando persuadir o público-alvo a consumir 
determinado tipo de chocolate. Assim, é corre-
ta a opção [C]. 
 6. O último período do texto (“Saberemos mais a 
quantas andam o machismo e o racismo, por 
exemplo, se pesquisarmos uma coleção de pia-
das do que qualquer outro corpus”) indica que 
o autor enfatiza a tese inicial de que a pia-
da, além de divertir, fornece dados de análise 
relativamente a valores e problemas de uma 
sociedade. Assim, é correta a opção [E]. 
 7. É correta a opção [D], pois a conclusão apre-
sentada no texto é sustentada pela citação de 
um instituto especializado no assunto o que 
constitui argumento de autoridade, conferin-
do credibilidade à informação. 
 8. É correta a opção [E], pois o próprio título do 
texto indica que se trata de uma notícia que 
relata fatos que resultaram no indiciamento 
de um fraudador. 
 9. É correta a opção [D], pois a função meta-
linguística ocorre quando a preocupação do 
emissor está voltada para o próprio código ou 
linguagem, como acontece na explicação do 
significado dos termos “taipas” e “manguei-
rão”. 
 10. É correta a opção [D], pois os textos de divul-
gação científica possuem a finalidade principal 
de “popularizar a ciência”, ou seja, difundir o 
conhecimento científico ao transmitir diversas 
informaçõescom linguagem ao público em ge-
ral. 
 11. As expressões enviadas pelos leitores como 
sugestões para o Museu das Invenções Cario-
cas pertencem ao repertório coloquial carioca 
(“caraça”,”vacilão”, “merrmão”, etc). Assim, é 
correta a opção [D]. 
 12. A língua falada adota estratégias específicas 
que incluem hesitações, interrupções, corre-
ções, repetições, digressões e sintaxe interati-
va, como acontece no trecho do enunciado. As-
sim, é correta a opção [C], pois os marcadores 
discursivos, interrogações diretas ou indiretas, 
representados pelos termos “entendeu" e "né" 
na fala de J. L indicam que o emissor procura 
interpelar o seu interlocutor para manter o 
fluxo comunicativo. 
gabarito
1. B 2. E 3. A 4. E 5. C
6. E 7. D 8. B 9. D 10. D 
11. D 12. C 
26
prática dos 
conhecimentos - e.o.
 1. (ENEM) Um menino aprende a ler 
Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me 
de livro na mão, ao lado dela, ao pé da má-
quina de costura. O livro tinha numa pági-
na a figura de um bicho carcunda ao lado 
da qual, em letras graúdas, destacava-se 
esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar 
"es-to-ma-go", pronunciei "estomágo". Eu 
havia pronunciado bem as duas primeiras 
palavras que li, camelo e dromedário. Mas 
estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, 
bonita como só pode ser mãe jovem para fi-
lho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos 
enrolados no pescoço, parou a costura e me 
fitou de fazer medo: "Gilberto!". Estremeci. 
"Estomágo? Leia de novo, soletre". Soletrei, 
repeti: "Estomágo". Foi o diabo. 
Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse 
então, a palavra estômago. A cozinheira, 
o estribeiro, os criados, Bernarda, diziam 
"estambo". "Estou com uma dor na boca do 
estambo...", "Meu estambo está tinindo...". 
Meus pais teriam pronunciado direito na mi-
nha presença, mas eu não me lembrava. E 
criança, como o povo, sempre que pode repe-
le proparoxítono. 
AMADO, G. História da minha infância. Rio 
de Janeiro: José Olympio, 1958.
No trecho, em que o narrador relembra um 
episódio e sua infância, revela-se a possi-
bilidade de a língua se realizar de formas 
diferentes. Com base no texto, a passagem 
em que se constata uma marca de variedade 
linguística pouco prestigiada é: 
a) "O livro tinha numa página a figura de um 
bicho carcunda ao lado da qual, em letras 
graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMA-
GO".
b) "'Gilberto!'. Estremeci. 'Estomágo? Leia de 
novo, soletre'. Soletrei, repeti: 'Estomágo'".
c) "Eu havia pronunciado bem as duas primei-
ras palavras que li, camelo e dromedário".
d) "Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse 
então, a palavra estômago".
e) "A cozinheira, o estribeiro, os criados, Ber-
narda, diziam 'estambo'".
 2. (ENEM) Até que ponto replicar conteúdo é 
crime? “A internet e a pirataria são insepa-
ráveis”, diz o diretor do instituto de pesqui-
sas americano Social Science Research Coun-
cil. “Há uma infraestrutura pequena para 
controlar quem é o dono dos arquivos que 
circulam na rede. Isso acabou com o controle 
sobre a propriedade e tem sido descrito como 
pirataria, mas é inerente à tecnologia”, afir-
ma o diretor. O ato de distribuir cópias de 
um trabalho sem a autorização dos seus pro-
dutores pode, sim, ser considerado crime, 
mas nem sempre essa distribuição gratuita 
lesa os donos dos direitos autorais. Pelo con-
trário. Veja o caso do livro O alquimista, do 
escritor Paulo Coelho. Após publicar, para 
download gratuito, uma versão traduzida da 
obra em seu blog, Coelho viu as vendas do 
livro em papel explodirem.
BARRETO, J.; MORAES, M. A internet existe sem pirataria? 
Veja, n. 2 303, 13 fev. 2013 (adaptado).
De acordo com o texto, o impacto causado 
pela internet propicia a: 
a) banalização da pirataria na rede.
b) adoção de medidas favoráveis aos editores.
c) implementação de leis contra crimes eletrô-
nicos.
d) reavaliação do conceito de propriedade inte-
lectual.
e) ampliação do acesso a obras de autores reco-
nhecidos.
 3. (ENEM) O livro A fórmula secreta conta a 
história de um episódio fundamental para 
o nascimento da matemática moderna e re-
trata uma das disputas mais virulentas da 
ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, 
duelos públicos, traições, genialidade, am-
bição – e matemática! Esse é o instigante 
universo apresentado no livro, que resgata 
a história dos italianos Tartaglia e Cardano e 
da fórmula revolucionária para resolução de 
equações de terceiro grau. A obra reconstitui 
um episódio polêmico que marca, para mui-
tos, o início do período moderno da matemá-
tica.
Em última análise, A fórmula secreta apre-
senta-se como uma ótima opção para co-
nhecer um pouco mais sobre a história da 
Prescrição: Para resolver os exercícios dessa aula, será necessário instrumentalizar conhecimentos 
a respeito de linguagem coloquial (usos orais) e de linguagem prescritiva (usos relacionados à 
gramática normativa). Isso envolve saber diferenciar usos linguísticos espaciais (regionais), temporais 
(históricos), sociais e também situacionais.
27
matemática e acompanhar um dos debates 
científicos mais inflamados do século XVI no 
campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil 
leitura e uma boa mostra de que é possível 
abordar temas como álgebra de forma inte-
ressante, inteligente e acessível ao grande 
público.
GARCIA, M. Duelos, segredos e matemática. Disponível em:
http://cienciahojeuol.com.br. Acesso 
em: 6 out. 2015 (adaptado).
Na construção textual, o autor realiza esco-
lhas para cumprir determinados objetivos. 
Nesse sentido, a função social desse texto é :
a) interpretar a obra a partir dos acontecimen-
tos da narrativa.
b) apresentar o resumo do conteúdo da obra de 
modo impessoal.
c) fazer a apreciação de uma obra a partir de 
uma síntese crítica.
d) informar o leitor sobre a veracidade dos fa-
tos descritos na obra.
e) classificar a obra como uma referência para 
estudiosos da matemática.
 4. (ENEM) Mandinga – Era a denominação que, 
no período das grandes navegações, os por-
tugueses davam à costa ocidental da África. 
A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria 
porque os exploradores lusitanos considera-
vam bruxos os africanos que ali habitavam 
– é que eles davam indicações sobre a exis-
tência de ouro na região. Em idioma nativo, 
manding designava terra de feiticeiros. A 
palavra acabou virando sinônimo de feitiço, 
sortilégio.
COTRIM, M. O pulo do gato 3.
São Paulo: Geração Editorial, 2009 (fragmento).
No texto, evidencia-se que a construção do 
significado da palavra mandinga resulta de 
um(a): 
a) contexto sócio-histórico.
b) diversidade étnica.
c) descoberta geográfica.
d) apropriação religiosa.
e) contraste cultural.
 5. (ENEM) O último longa de Carlão acompanha 
a operária Silmara, que vive com o pai, um 
ex-presidiário, numa casa da periferia pau-
listana. Ciente de sua beleza, o que lhe dá 
certa soberba, a jovem acredita que terá um 
destino diferente do de suas colegas. Cruza 
o caminho de dois cantores por quem é apai-
xonada. E constata, na prática, que o roman-
tismo dos contos de fada tem perna curta.
VOMERO, M. F. Romantismo de araque. 
Vida Simples, n. 121, ago. 2012.
Reconhece-se, nesse trecho, uma posição 
crítica aos ideais de amor e felicidade en-
contrados nos contos de fada. Essa crítica é 
traduzida:
a) pela descrição da dura realidade da vida das 
operárias.
b) pelas decepções semelhantes às encontradas 
nos contos de fada.
c) pela ilusão de que a beleza garantiria melhor 
sorte na vida e no amor.
d) pelas fantasias existentes apenas na imagi-
nação de pessoas apaixonadas.
e) pelos sentimentos intensos dos apaixonados 
enquanto vivem o romantismo. 
 6. (ENEM) Parestesia não, formigamento 
Trinta e três regras que mudam a redação de 
bulas no Brasil
 
Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a 
traduçãodo jargão farmacêutico para a lín-
gua portuguesa – aquela falada em todo o 
Brasil – e a regulamentação do uso de medi-
camentos no país, cinco anos depois, o Brasil 
começou a sair das trevas. 
O grupo comandado por uma doutora em 
Linguística da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar 
tudo. Elaborou, também, "A redação de bulas 
para o paciente: um guia com os princípios 
de redação clara, concisa e acessível para o 
leitor de bulas", disponível em versão adap-
tada no site da Anvisa. Diferentemente do 
que acontece com outros gêneros, na bula não 
há espaço para inovações de estilo. "O uso de 
fórmulas repetitivas é bem-vindo, dá força 
institucional ao texto", explica a doutora. "A 
bula não pode abrir possibilidades de inter-
pretações ao seu leitor". 
Se obedecidas, as 33 regras do guia são de 
serventia genérica – quem lida com qualquer 
tipo de escrita pode se beneficiar de seus en-
sinamentos. A regra 12, por exemplo, manda 
abolir a linguagem técnica, fonte de possível 
constrangimento para quem não a compreen-
de, e recomenda: "Não irrite o leitor." A regra 
14 prega um tom cordial, educado e, sobretu-
do, conciso: "Não faça o leitor perder tempo".
Disponível em: revistapiaui.estadao.com br. 
Acesso em: 24 jul. 2012 (adaptado). 
As bulas de remédio têm caráter instrucional 
e complementam as orientações médicas. No 
contexto de mudanças apresentado, a prin-
cipal característica que marca sua nova lin-
guagem é o(a): 
a) possibilidade de inclusão de neologismo.
b) refinamento da linguagem farmacêutica.
c) adequação ao leitor não especializado.
d) detalhamento de informações.
e) informalidade do registro.
28
 7. (Enem) As plataformas digitais têm ganha-
do mais espaço entre os internautas como 
ferramenta para exercer a cidadania. Através 
delas, é possível mapear problemas da cida-
de e propor soluções, utilizando-se das redes 
sociais para aproximar os moradores e arti-
cular projetos. O espaço colaborativo PortoA-
legre.cc, um dos mais ativos no país, tem 150 
participantes e ajudou a estudante de jorna-
lismo Renata Gomes, 25, a chamar 80 pesso-
as para retirar 1 tonelada de lixo da orla do 
rio Guaíba. “Foi a partir da sugestão de um 
integrante da plataforma que criei a causa. 
Foi fundamental porque sempre senti vonta-
de de fazer algo pela cidade, mas não sabia 
como”, diz Renata. O projeto colaborativo 
baseia-se no conceito de wikicidade (ins-
pirado na enciclopédia virtual Wikipédia), 
em que um território real recebe anotações 
virtuais das pessoas por meio de wikispots, 
que se referem a uma praça, uma rua ou um 
bairro. “A ideia de wikicidade é fomentar a 
cocriação, elaboração e experimentação de 
sugestões que possam ser aplicadas em uma 
cidade”, explica Daniel Bittencourt, um dos 
desenvolvedores do projeto PortoAlegre.cc.
DIDONÊ, D. Cidadania 2.0. Vida Simples, n. 119, jun. 2012.
O texto, ao falar da utilização das redes so-
ciais e informar sobre a quantidade de pro-
jetos colaborativos espalhados pelo país, ex-
põe a importância das plataformas digitais 
no exercício da cidadania. O espaço colabo-
rativo PortoAlegre.cc tem como principal ob-
jetivo: 
a) contratar pessoas para realizarem a limpeza 
de ruas e de margens dos rios.
b) sugerir a criação de grupos virtuais de apoio 
à cidade e sua divulgação na Wikipédia. 
c) reunir pessoas dispostas a utilizar sugestões 
virtuais para a manutenção e a preservação 
da cidade.
d) divulgar as redes sociais para que mais pes-
soas possam interagir e resolver os proble-
mas da cidade.
e) aproximar as pessoas de cidades distantes 
para mapear problemas e criar projetos em 
comum. 
 8. (ENEM) Árvore é cortada para dar lugar à 
propaganda sobre preservação ambiental
“Uma criança abraça uma árvore com o sorri-
so no rosto. No fundo verde, uma mensagem 
exalta a importância da preservação da na-
tureza e lembra o Dia da Árvore”. O que seria 
um roteiro padrão para uma peça publicitá-
ria virou motivo de revolta e indignação em 
uma cidade do interior de São Paulo. Isso 
porque uma empresa de outdoor derrubou 
uma árvore centenária em um terreno para a 
instalação de suas placas.
A empresa teria informado que tinha auto-
rização da prefeitura e da polícia ambiental 
para cortar a árvore. Sobre a propaganda, 
a empresa disse que foi “uma infeliz coin-
cidência”, já que não sabia o que iria ser 
anunciado.
Em nota, a Companhia de Tecnologia de 
Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à 
Secretaria do Meio Ambiente do governo 
paulista, informou que não há nenhuma au-
torização em nome da empresa para o corte 
da árvore.
A multa, segundo a polícia ambiental, varia 
entre R$ 100 e R$ 1.000 por árvore ou planta 
cortada.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. 
Acesso em: 21 set. 2015 (adaptado).
O texto apresenta uma crítica ao uso social 
de um outdoor. Essa crítica está associada ao 
fato de 
a) uma multa de R$ 100 a R$ 1.000 ser aplicada 
por corte de árvore ou de planta.
b) a Secretaria do Meio Ambiente ter negado a 
autorização do corte da árvore.
c) a empresa informar que foi uma “infeliz 
coincidência” o corte da árvore.
d) uma campanha ambiental ter substituído 
uma árvore centenária.
e) a empresa utilizar a imagem de uma criança 
na campanha.
 9. (ENEM) Texto I
Nesta época do ano, em que comprar com-
pulsivamente é a principal preocupação de 
boa parte da população, é imprescindível re-
fletirmos sobre a importância da mídia na 
propagação de determinados comportamen-
tos que induzem ao consumismo exacerbado. 
No clássico livro O capital, Karl Marx aponta 
que no capitalismo os bens materiais, ao se-
rem fetichizados, passam a assumir quali-
dades que vão além da mera materialidade. 
As coisas são personificadas e as pessoas são 
coisificadas. Em outros termos, um automó-
vel de luxo, uma mansão em um bairro nobre 
ou a ostentação de objetos de determinadas 
marcas famosas são alguns dos fatores que 
conferem maior valorização e visibilidade 
social a um indivíduo.
LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em:
http://observatoriodaimprensa.com.
br. Acesso em: 18 jan. 2015.
Texto II
Todos os dias, em algum nível, o consumo 
atinge nossa vida, modifica nossas relações, 
gera e rege sentimentos, engendra fanta-
sias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz 
29
gozar. Às vezes constrangendo-nos em nos-
sas ações no mundo, humilhando e aprisio-
nando, às vezes ampliando nossa imaginação 
e nossa capacidade de desejar, consumimos 
e somos consumidos. Numa época toda co-
dificada como a nossa, o código da alma (o 
código do ser) virou código do consumidor! 
Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. 
Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, 
elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, fa-
mília e corpo são hoje reféns da engrenagem 
do consumo.
BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: 
www.diplomatique.org.br. Acesso em: 18 jan. 2015.
Esses textos propõem uma reflexão crítica 
sobre o consumismo. Ambos partem do pon-
to de vista de que esse hábito: 
a) desperta o desejo de ascensão social.
b) provoca mudanças nos valores sociais.
c) advém de necessidades suscitadas pela pu-
blicidade.
d) deriva da inerente busca por felicidade pelo 
ser humano.
e) resulta de um apelo do mercado em determi-
nadas datas.
 10. (ENEM) Centro das atenções em um plane-
ta cada vez mais interconectado, a Floresta 
Amazônica expõe inúmeros dilemas. Um dos 
mais candentes diz respeito à madeira e sua 
exploração econômica, uma saga que envolve 
os muitos desafios para a conservação dos re-
cursos naturais às gerações futuras.
Com o olhar jornalístico, crítico e ao mesmo 
tempo didático, adentramos a Amazônia em 
busca de histórias e sutilezas que os dados 
nem sempre revelam. Lapidamos estatísticas e 
estudos científicos para construir uma síntese 
útil a quem direciona esforços paraconservar 
a floresta, seja no setor público, seja no setor 
privado, seja na sociedade civil.
Guiada como uma reportagem, rica em infor-
mações ilustradas, a obra Madeira de ponta a 
ponta revela a diversidade de fraudes na ca-
deia de produção, transporte e comercialização 
da madeira, bem como as iniciativas de boas 
práticas que se disseminam e trazem esperan-
ça rumo a um modelo de convivência entre de-
senvolvimento e manutenção da floresta.
VlLLELA. M.; SPINK, P. In: ADEODATO, S. et al, Madeira 
de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o 
consumo. São Paulo: FGV RAE, 2011 (adaptado).
A fim de alcançar seus objetivos comunica-
tivos, os autores escreveram esse texto para: 
a) apresentar informações e comentários sobre 
o livro.
b) noticiar as descobertas científicas oriundas 
da pesquisa.
c) defender as práticas sustentáveis de manejo 
da madeira.
d) ensinar formas de combate à exploração ile-
gal de madeira.
e) demonstrar a importância de parcerias para 
a realização da pesquisa.
 11. (ENEM) O mistério do brega
Famoso no seu tempo, o marechal Schön-
berg (1615-90) ditava a moda em Lisboa, 
onde seu nome foi aportuguesado para 
Chumbergas. Consta que ele foi responsável 
pela popularização dos vastos bigodes tufa-
dos na Metrópole. Entre os adeptos estaria 
o governador da província de Pernambuco, 
o português Jerônimo de Mendonça Furta-
do, que, por isso, aqui ganhou o apelido de 
Chumbregas – variante do aportuguesado 
Chumbergas. Talvez por ser um homem não 
muito benquisto na Colônia, o apelido deu 
origem ao adjetivo xumbrega: “coisa ruim”, 
“ordinária”. E talvez por ser um homem tam-
bém da folia, surgiu o verbo xumbregar, que 
inicialmente teve o sentido de “embriagar-
-se” e depois veio a adquirir o de “bolinar”, 
“garanhar”. Dedução lógica: de coisa ruim 
a bebedeira e atos libidinosos, as palavras 
xumbrega ou xumbregar chegaram aos anos 
60 do século XX na forma reduzida brega, 
designando locais onde se bebe, se bolina e 
se ouvem cantores cafonas. E o que inicial-
mente era substantivo, “música de brega”, 
acabou virando adjetivo, “música brega” – 
numa já distante referência a um certo ma-
rechal alemão chamado Schönberg.
ARAÚJO, P. C. Revista USP, n. 87, nov. 2010 (adaptado).
O texto trata das mudanças linguísticas que 
resultaram na palavra “brega”. Ao apresen-
tar as situações cotidianas que favoreceram 
as reinterpretações do seu sentido original, 
o autor mostra a importância da: 
a) interação oral como um dos agentes respon-
sáveis pela transformação do léxico do por-
tuguês.
b) compreensão limitada de sons e de palavras 
para a criação de novas palavras em portu-
guês.
c) eleição de palavras frequentes e representa-
tivas na formação do léxico da língua portu-
guesa.
d) interferência da documentação histórica na 
constituição do léxico.
e) realização de ações de portugueses e de bra-
sileiros a fim de padronizar as variedades 
linguísticas lusitanas.
30
 12. (ENEM) Ao acompanharmos a história do 
telefone, verificamos que esse meio está se 
mostrando capaz de reunir em seu conteúdo 
uma quantidade cada vez maior de outros 
meios – envio de e-mails, recebimento de 
notícias, música através de rádio e mensa-
gens de texto. Esta última função vem ser-
vindo como suporte para uma nova forma 
de sociabilidade, o fenômeno do flash mob 
– mobilizações relâmpago, que têm como 
característica principal realizar uma encena-
ção em algum ponto da cidade.
 PAMPANELLI, G. A. A evolução do telefone e uma nova 
forma de sociabilidade: o flash mob. Disponível em: www.
razonypalabra.org.mx. Acesso em: 1 jun. 2015 (adaptado). 
De acordo com o texto, a evolução das tec-
nologias de comunicação repercute na vida 
social, revelando que: 
a) o acúmulo de informações promove a socia-
bilidade.
b) as mudanças sociais demandam avanços tec-
nológicos.
c) o crescimento tecnológico acarreta mobiliza-
ções das grandes massas.
d) a articulação entre meios tecnológicos pres-
supõe desenvolvimento social.
e) a apropriação das tecnologias pela sociedade 
possibilita ações inovadoras.
 13. (ENEM) O acervo do Museu da Língua Por-
tuguesa é o nosso idioma, um “patrimônio 
imaterial” que não pode ser, por isso, guar-
dado e exposto em uma redoma de vidro. As-
sim, o museu, dedicado à valorização e difu-
são da língua portuguesa, reconhecidamente 
importante para a preservação de nossa 
identidade cultural, apresenta uma forma 
expositiva diferenciada das demais institui-
ções museológicas do país e do mundo, usan-
do tecnologia de ponta e recursos interativos 
para a apresentação de seus conteúdos.
Disponível em: www.museulinguaportuguesa.org.
br. Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado).
De acordo com o texto, embora a língua por-
tuguesa seja um “patrimônio imaterial”, 
pode ser exposta em um museu. A relevân-
cia desse tipo de iniciativa está pautada no 
pressuposto de que: 
a) a língua é um importante instrumento de 
constituição social de seus usuários.
b) o modo de falar o português padrão deve ser 
divulgado ao grande público.
c) a escola precisa de parceiros na tarefa de va-
lorização da língua portuguesa.
d) o contato do público com a norma-padrão 
solicita o uso de tecnologia de última gera-
ção.
e) as atividades lúdicas dos falantes com sua 
própria língua melhoram com o uso de re-
cursos tecnológicos.
 14. (ENEM) O que é Web Semântica?
Web Semântica é um projeto para aplicar 
conceitos inteligentes na internet atual. 
Nela, cada informação vem com um signifi-
cado bem definido e não se encontra mais 
solta no mar de conteúdo, permitindo uma 
melhor interação com o usuário. Novos mo-
tores de busca, interfaces inovadoras, criação 
de dicionários de sinônimos e a organização 
inteligente de conteúdos são alguns exem-
plos de aprimoramento. Dessa forma, você 
não vai mais precisar minerar a internet em 
busca daquilo que você procura, ela vai pas-
sar a se comportar como um todo, e não mais 
como um monte de informação empilhada. 
A implementação deste paradigma começou 
recentemente, e ainda vai levar mais alguns 
anos até que entre completamente em vigor 
e dê um jeito em toda a enorme bagunça que 
a internet se tornou.
Disponível em: www.tecmundo.com.br. 
Acesso em: 6 ago. 2013 (adaptado).
Ao analisar o texto sobre a Web Semântica, 
deduz-se que esse novo paradigma auxiliará 
os usuários a: 
a) armazenar grandes volumes de dados de 
modo mais disperso.
b) localizar informações na internet com mais 
precisão.
c) captar os dados na internet com mais velocidade.
d) publicar dados com significados não definidos.
e) navegar apenas sobre dados já organizados.
 15. (ENEM) A carreira nas alturas 
A água está no joelho dos profissionais do 
mercado. As fragilidades na formação em 
Língua Portuguesa têm alimentado um cam-
po de reciclagem em Português nas escolas 
de idiomas e nos cursos de graduação para 
pessoas oriundas do mundo dos negócios. 
O que antes era restrito a profissionais de 
educação e comunicação, agora já faz parte 
da rotina de profissionais de várias áreas. 
Para eles, a Língua Portuguesa começa a ser 
assimilada como uma ferramenta para o de-
sempenho estável. Sem ela, o conhecimento 
técnico fica restrito à própria pessoa, que 
não sabe comunicá-lo. 
"Embora algumas atuações exijam uma pro-
dução oral ou escrita mais frequente, como 
docência e advocacia, muitos profissionais 
precisam escrever relatório, carta, comuni-
cado, circular. Na linguagem oral, todos têm 
de expressar-se de forma convincente nas 
reuniões, para ganhar respeito e credibilida-
de. Isso vale para todos os cargos da hierar-
quia profissional" – explica uma professora 
de Língua Portuguesa da Faculdade de Filo-
sofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
NATALI, A. Revista Língua, n. 63, jan. 2011 (adaptado).
31
Nos usos cotidianos

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