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TRABALHO FINAL - MC 14 66-72 - MATHEUS LAURENCE


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INTERPRETANDO OS EVANGELHOS 
- Dr. KEVIN LARSEN - 
 
 
 
TRABALHO FINAL 
- Pedro nega a Jesus - 
Mc 14.66-72 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATHEUS LAURENCE CIRINO MANOEL 
 
Texto Bíblico: Marcos 14:66-72 – Paráfrase Pessoal 
“E estando Pedro no pátio da residência do Sumo sacerdote, chegou uma das escravas 
daquele senhor e enquanto Pedro se aquecia com os demais junto a fogueira olhando para 
ele disse-lhe: Você também estava com Jesus! Mas Pedro negou de imediato dizendo que 
não sabia sobre o que ela estava dizendo, imediatamente ele saiu para frente da residência, 
e neste momento o galo cantou. A escrava vendo-o novamente começou a dizer a todos os 
que estavam presentes: Ele também é um dos seus seguidores. Pedro mais uma vez afirmou 
a sua negação: Não o conheço! Mas devido ao seu sotaque, os homens que ali estavam 
identificaram que ele era um galileu e lhe disseram: Realmente você é um dos seus 
seguidores, pois até o seu falar é semelhante. Pedro começou a esbravejar e a praguejar, 
jurando em nome de Deus que não conhecia a Jesus. E o galo cantou a segunda vez. Pedro 
caindo em si, lembrou-se do alerta que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas 
vezes, três vezes você me negará. E, saindo daquele lugar, chorou.” 
Introdução: 
A proposta deste artigo visa refletir sobre todo o entorno que culminou na negação de 
Pedro quanto ao seu papel de discípulo de Cristo. A pergunta a ser respondida é: Como 
situações conflitantes, embaraçosas e ameaçadoras podem levar as pessoas a constatarem 
que não possuem todas as credenciais necessárias para estarem dispostas a morrerem por 
Cristo? Na análise dos contextos histórico e cultural, dos termos utilizados pelo texto, dos 
personagens e seus comportamentos, será estruturado um pensamento que ofereça uma 
mínima compreensão a esta pergunta. 
 
https://www.bibliaonline.com.br/acf/mc/14/66-72+
Sobre a autoria do livro: 
De acordo com a tradição, considera-se Marcos o autor desse livro, pela simples 
premissa de que, onde quer que se mencione este nome no Novo Testamento, a mesma 
pessoa é indicada. Essa pessoa é chamada de Marcos, como podemos ver em At 15.39; Cl 
4.10; Fm 24; II Tm 4.11; I Pe 5.13. O seu nome na língua do mundo greco-romano; escreve-
se Markos em grego e Marcus em latim. É claro que, sendo ele judeu (Cl 4.10,11), Marcos 
era seu cognome, o seu “outro” nome, que seria seu nome original, ou nome judeu, era João 
(At 12.12,25–15.37). 
É muito provável que Marcos seja “o jovem” cuja interessante história é contada pelo 
próprio evangelista (Mc 14.51–52). Marcos, assim como sua mãe, eram seguidores de Jesus, 
mesmo não sendo ele um dos doze. Entre os anos de 30 e 44 d.C. o que aconteceu com 
Marcos não é revelado na Escritura. 1 O incidente mais próximo envolvendo Marcos que 
pode ter sido relatado está em Atos 12.12,17. A data é provavelmente 44 d.C., quando Pedro 
é milagrosamente solto da prisão, vai direto para a casa de “Maria, mãe de João, cujo 
sobrenome era Marcos, onde muitos estavam juntos e oravam”. Essa pessoa chamada Maria, 
para ser diferenciada de Maria, a mãe de Jesus, Maria Madalena, Maria de Betânia, e Maria, 
mãe de Tiago e de João, era uma mulher de posses. A casa da mãe de Marcos tinha um pátio, 
ou vestíbulo, e um segundo andar, grande o suficiente para acomodar um razoável número 
de pessoas. Maria não era somente rica, mas era também generosa, e de todo o coração ela 
se dedicou à causa de Jesus, disponibilizando sua casa sempre que a comunidade cristã 
precisasse. Essa era a mãe virtuosa de quem Marcos era filho. 
Depois do ano 44 d.C., ao qual nos referimos em conexão a Marcos, nós o vemos em 
companhia de Barnabé e Paulo, mas não em companhia de Pedro. Fica claro que a posição 
de Marcos em relação aos outros dois era de subordinação, ele era um ajudador, mas não 
sabemos exatamente o que ele fazia. 
Mais tarde, provavelmente de 61 a 63 ou 64, Marcos está cumprindo seu ministério na 
capital do mundo. Depois do martírio de Pedro, Marcos parece se tornar o assistente de Paulo 
mais uma vez. A pedido de Paulo e com cooperação com Timóteo, ele faz uma viagem pelas 
igrejas da Ásia Menor. Ele ainda estava lá quando, possivelmente, no ano 66, Paulo, um 
pouco antes de sua morte, está escrevendo sua carta final que chegou até nós. Nela, o 
apóstolo exorta Timóteo, que nesta época provavelmente estava em Éfeso deste modo: 
“Pegue Marcos e traga-o consigo, pois ele me é muito útil para (o) ministério” (2Tm 4.11). 
2Alguns comentadores acham que o evangelho de Marcos contém “impressões digitais” 
do autor. Fazem também outra comparação: o famoso pintor Rembrandt gostava de pintar a 
si mesmo dissimulado em seus quadros. De modo igualmente singular, Marcos deu a 
entender aos conhecedores: aqui está quem escreveu. 
Trata-se principalmente de passagens que pertencem ao acervo específico de Marcos. 
Em 14:51s aparece “um jovem” que, devido às suas vestes finas, está cercado de uma aura 
abastada e aristocrata. Rienecker escreve sobre isto: “Este acontecimento, em si 
insignificante, só interessa àquele que o protagonizou, que só pode ter sido o próprio 
Marcos”. Ele fora testemunha ocular e auricular, e aqui se dá a conhecer como fiador da 
tradição. 
3Uma característica que se encaixa na autoria de Marcos são os latinismos, os 
estrangeirismos do latim que entraram no texto grego, e expressões do grego que deixam 
transparecer a influência do latim. É claro que latinismos não precisam estar apontando para 
a Itália, mas são possíveis em todo lugar aonde os romanos chegaram. Só que no evangelho 
de Marcos eles são especialmente numerosos e de traços característicos. 
O fato de Marcos afirmar ao todo dez vezes explicitamente que está traduzindo, 
esclarecendo costumes judaicos, reforça a impressão de que ele sabia que seus leitores 
estavam bem longe do palco da ação. 
O estilo grego do livro confirma, na opinião praticamente unânime dos estudiosos, que 
seu autor não pode ter sido um gentio cristão. Ele deve ter sido um greco-palestino: falava e 
escrevia em grego, mas tinha suas raízes na Palestina e no idioma aramaico. 
4Em várias ocasiões Marcos transcreve em grego palavras latinas, as quais são extraídas, 
muitas vezes, do contexto militar romano tais como: legion (latim: legio = legião, Mc 5.9), 
spekoulátor (latim: speculator = soldado romano encarregado da guarda dos prisioneiros, 
Mc 6.27) ou denarion (latim: denarius = denário, Mc 6.37). Benício também nos fornece 
outros exemplos, a saber: kenturíon (latim: centurio = centurião, Mc 15.39,44,45) e fragellóo 
(latim: flagellus = açoitar, Mc 15.15), entre outros. 
Portanto, é confiável a tradição de que João Marcos de Jerusalém, o auxiliar de Pedro, 
escreveu o segundo evangelho para a cristandade romana.
Contexto no Evangelho 
Sobre o local, os fariseus e os sacerdotes. 
O tribuno romano acedeu à petição do comandante da polícia do Templo e entregou Jesus 
sob custódia das autoridades judias, enquanto não era julgado diante do governador na 
manhã seguinte. A polícia do Templo levou-o ao palácio do sumo sacerdote e ali Jesus 
encontraria todos os principais sacerdotes e anciãos de Israel 
reunidos. Tudo indica que por causa de suas ligações com o conselho do sinédrio alguns de 
seus “discípulos” estavam presentes durante o interrogatório, como José de Arimatéia; 
Nicodemos e o próprio Saulo. 5 A liderança judaica não possuía autoridade legal para 
executar Jesus. Eles poderiam somente recomendar um curso de ação, essa restrição foi o 
motivo deles o terem levado para Pilatos, por outro lado eles se livrariam do peso da 
execução ao verem esta ordem sendo executada por um governante estrangeiro. 
 Provavelmente a audição de Jesus foi feita no salão acima do nível de entrada da casa do 
sumo sacerdote. (James, 2012). O alpendre para o qual Pedro saiu era o pátio externo ou o 
vestíbulo que dava da rua para o pátio interno. O texto não serefere a todo o palácio, mas 
somente ao pátio interno deste, que é diferente do pátio externo do v. 68. O julgamento no 
sinédrio era dividido em três partes: Investigação preliminar diante de Anás – Audiência 
com o máximo de membros do sinédrio reunidos – Confirmação do veredito feito pelo 
Sinédrio ao Alvorecer. 
 
Sobre aqueles que identificaram a Pedro: 
6O texto grego indica que foi a mesma criada que acusara Pedro duas vezes. Entretanto, Mt. 
26:71 fala de outra criada, enquanto que Lc. 22:58 declara que uma outra pessoa (do sexo 
masculino) dirigiu-se a Pedro diretamente. Não é necessário procurar contradições entre as 
narrativas neste ponto. Evidentemente havia duas criadas, o porteiro e outra pessoa, os quais 
apontaram Pedro entre os circunstantes. Além disso, um homem disse a Pedro "Você 
também é um deles". 
Pedro se misturara com os empregados em volta da fogueira, por causa da noite fria de 
primavera o que não deixava de ser perigoso, a luz do fogo, permitiu que seus traços fossem 
reconhecidos. Veio uma das criadas do sumo sacerdote e, vendo a Pedro, que se aquentava, 
fixou-o e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno. Reconhecendo-o, ela lembra de 
ter visto este homem como um dos seguidores de Jesus. Mas aquilo que para ela talvez só 
fosse interessante, para Pedro pareceu perigoso. Mas ele o negou, dizendo: “Não o conheço, 
nem compreendo o que dizes.” Pedro fez uso do recurso de subtrair-se a uma pergunta 
indesejada declarando-se ignorante demais para ter de responder. Ele saiu para longe do 
alcance da luz da fogueira, para fora, para o alpendre, talvez para o pórtico escuro, que 
separava o pátio interno da rua. [E o galo cantou.] E a criada, vendo-o, tornou a dizer aos 
circunstantes: Este é um deles. Observe que mulheres não gostam de serem feitas de bobas, 
não o deixaria escapar tão facilmente. Segundo Mateus, dessa vez sua negação foi 
acompanhada por um juramento. Em sua frustração resultante do primeiro constrangimento, 
Pedro tentou sair do prédio. Todavia, os porteiros não o deixam sair. Então, ele não se afasta 
muito da entrada ou vestíbulo que, pelo portão, leva para fora. Várias pessoas estão ao redor. 
Agora era vez dos homens tomarem conta da situação, mas ele outra vez o negou. Com isto, 
seu dialeto chamou a atenção, ele foi descoberto por seu sotaque e dialeto. Eles disseram a 
Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu e a tua fala é semelhante. 
Segundo o Talmude os galileus falavam um aramaico que chamava a atenção (com 
influência assíria e não babilônia como os moradores da Judéia). Os galileus eram suspeitos 
de simpatizarem com Jesus e de serem predispostos para se rebelarem. Pedro realmente 
corria perigo e estava exposto neste momento. 
 
Significado da Passagem – (Termos) 
O texto é repleto de termos e expressões que merecem uma atenção para que se perceba todo 
o entorno da situação em que Pedro e Jesus estavam envolvidos. 
No Vs 66, as maneiras de descrever o átrio ou pátio não podem ser entendidas sem o 
conhecimento de um palácio oriental ou da casa de uma pessoa próspera. Essa casa olha para 
o seu próprio interior, isto é, seus quartos são construídos ao redor de um pátio aberto. Uma 
passagem em arcos leva da porta pesada de entrada, ou (melhor) do portão até o seu pátio 
interior. Nessa passagem há um lugar (em algumas casas, um pequeno quarto) para o 
porteiro. Algumas vezes, como no presente caso, o pátio ficava mais baixo do que os quartos 
ao seu redor. Não é inteiramente impossível que o cômodo para o qual Jesus tinha sido 
levado fosse um tipo de galeria, do qual aquilo que acontecia no pátio poderia ser visto ou 
ouvido. 
7 Paidiska, “menina”, termo usado na Bíblia sempre para mulheres da classe servil, muitas 
vezes para mulheres que viviam como escravas. (Vs. 66) 
A negação de Pedro foi reforçada pelo uso da repetição. Marcos dá ênfase neste estilo, (“Não 
o conheço, nem sei o que dizes”, Vs. 68 – “Não conheço esse homem de quem falais.” 
Vs.71). 
V.s 70. Durante o intervalo de uma hora, a notícia sobre Pedro se espalhou. Agora os servos 
do palácio e os oficiais, os homens que estavam ao redor do fogo com Pedro, começam a lhe 
dizer (lego) que ele é um dos discípulos de Cristo e que seu sotaque o identifica como um 
galileu. Cf. Mateus 26.73. Uma comparação das narrativas dos evangelhos mostra que 
algumas pessoas estavam falando com Pedro, outras, sobre Pedro. Acusações começam a vir 
de todos os lados. Isso era o suficiente para deixar qualquer um agitado, especialmente o 
agitado Simão 
O termo utilizado nos versos 68 e 72 “e o galo cantou” abre margem para o entendimento 
do uso figurado da palavra “galo” e não o seu sentido literal. 
8Jesus fez menção ao período compreendido entre as 18:00h e a meia-noite, pois entre a 
meia-noite e as 3:00h da madrugada, se daria, então, o “primeiro toque da trombeta” pela 
guarda romana, que era chamado em latim de primum gallicinium. E, depois, entre as 
3:00h da madrugada e as 6:00h da manhã, havia o secundum gallicinium, ou seja, o 
“segundo toque da trombeta”. Portanto, esse “cantar do galo” não era uma referência ao 
som emitido pela ave, “galo”, mas sim uma alusão ao toque da trombeta, conhecido em 
latim como gallicinium. 9William Barclay, também faz referência ao canto do galo, 
acrescentando, aliás, alguns dados curiosos, os quais transcrevemos a seguir: A casa do 
Sumo Sacerdote estava no centro de Jerusalém. E certamente não haveria um galinheiro no 
centro da cidade. De fato, havia uma regra na lei judia, segundo a qual era ilegal criar galos 
e galinhas na cidade santa, porque eles sujavam as coisas santas. Mas o período das três da 
madrugada foi chamado de canto do galo porque naquela hora, a guarda romana era trocada 
no castelo de Antónia, e o sinal da mudança da guarda era um toque de trombeta. O termo 
latino para aquele toque de trombeta era gallicinium, que significa canto do galo. É possível 
que assim que Pedro fez sua terceira negativa, a trombeta da muralha do castelo ecoou sobre 
a adormecida cidade e Pedro lembrou: e por causa disso ele derramou o seu coração. (Vs. 
72) 
10No verso 71, Pedro começou a praguejar e a jurar. É provável que ele amaldiçoou a 
si mesmo caso estivesse mentindo e colocou-se sob juramento ao fazer a sua negativa. O 
termo anathematizein, amaldiçoar levanta a pergunta se Pedro está amaldiçoando a si 
mesmo ou a Jesus. A maioria opta pela primeira alternativa. Todavia, a Septuaginta nunca 
usa a palavra no sentido de amaldiçoar a si mesmo e a utilização do termo “não conheço este 
homem” foi comprovado como maldição no uso entre os judeus, indica que Pedro pode ter 
amaldiçoado o seu Senhor, para provar sua inocência. 
Caindo em si. A palavra epibalôn há muito que constitui um problema de tradução aqui. 
Enquanto epibalôn descreve o início do choro, o tempo imperfeito eklaien, chorou, descreve 
a continuação dele. Os antigos copistas, tradutores e intérpretes tinham dificuldades com 
esta expressão estranha. O significado mais provável é “começou a chorar” 
Desatou a chorar. A palavra klaio o tempo imperfeito descreve a duração ou, pelo menos, 
o início e a intensidade do choro: bem de repente uma convulsão de choro tomou conta dele. 
Lamentação como o sinal de dor e aflição por algo significativo, chorar por sentir profunda 
tristeza, lamentar. 
 
 
 
 
Verdade Teológica 
A negação de Cristo por parte de Pedro teve início quando este se manteve afastado dele. 
Aqueles que se envergonham do testemunho cristão e não preservam uma vida de 
santificação, construída através da oração estão bem avançados no caminho de negar a 
Cristo. Pedro era conhecido como um homem de coragem, os evangelhos indicam que, entre 
os discípulos, ele era um dos mais ousados. Não foi Pedro quem disse “Senhor, se és tu, 
convide-me para ir a ti sobre a água” (Mt 14.28)? Não foi ele também que ousadamente 
declarou: “tués o Cristo” (Mc 8.29)? Não foi ele que, sozinho, contra a multidão que veio 
ao Getsêmani prender Jesus, sacou sua espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando 
sua orelha direita? (Mc 14.47; cf. Lc 22.50; Jo 18.10). No entanto, quando se esquecia, que 
para a posse e exercício desse dom ele era inteiramente dependente de Deus, Pedro falhava. 
Pedro foi um homem de fortes contrastes. Ele tinha arroubos de intensa ousadia e atitudes 
de extrema covardia. Era um homem de altos e baixos, de escaladas e quedas, de bravura e 
fraqueza. A constância e a temperança é outro grande desafio do cristão. 
11Na tríplice negação de Pedro constata-se um paralelo em relação ao Getsêmani de Jesus. 
Pedro nega de três maneiras: Ele disse que não compreendia do que a criada do sumo 
sacerdote o acusava. Ele negou a Jesus, dizendo que não o conhecia. Ele praguejou e jurou, 
dizendo que não o conhecia. Três vezes Pedro negou a Jesus e o galo cantou por duas vezes. 
O paralelo com o Getsêmani nos mostra a forte ênfase no número três nesta história. Agora 
é Pedro que passa por seu Getsêmani, só que não é aprovado nele porque “dorme”, isto é, 
não ora, mas é forte em si mesmo. Por isso a sua história também tem outro desfecho. O 
Getsêmani de Jesus começou com pavor e fraqueza e terminou na paz forte de Deus. Pedro 
começa audacioso correndo riscos em sua auto-afirmação, e termina na miséria lamentável. 
A veemência na negativa de Pedro quando este afirma sob juramento que não conhecia a 
Jesus, foi como se ele tivesse dito: “Que Deus me faça cair morto se eu estiver mentindo”. 
Existem duas ações que são totalmente condenáveis nesta atitude de Pedro. O juramento que 
se torna como uma blasfêmia ao nome de Deus e a mentira que também é uma ação motivada 
pela liberdade que damos a nossa carne e por isso, se, tornam ações desastrosas e nocivas na 
vida daquele que professa a fé em Jesus Cristo. 
Por fim, a experiência que Pedro vivenciou mudaria por completo a sua vida a partir daquele 
momento. Pedro passaria de um discípulo desanimado e imaturo que agia de maneira 
impulsiva e inconsequente, para um cristão verdadeiramente quebrantado e arrependido dos 
seus pecados, apto para viver e depender verdadeiramente de Deus. Este é exatamente o tipo 
de homem do qual Jesus procurava para usar com o propósito de servir a Igreja pela qual Ele 
estava dando a sua vida. 
12 Quais foram as faces deste personagem da história? 
Pedro, o fugitivo - Ele abandonou ao seu Senhor, quebrou seus votos e tornou-se fraco; 
Pedro, o que segue a Jesus de longe A sua queda foi gradual e progressiva; 
Pedro, o que se assenta na roda dos escarnecedores. Ele busca o aconchego de uma fogueira, 
na presença dos escarnecedores. Aquele ambiente tornou-se um terreno escorregadio para 
os seus pés e um laço para a sua alma; 
Pedro, o covarde. Uma criada identifica Pedro e o aponta como discípulo de Cristo, mas ele 
nega isso. O Pedro seguro do Cenáculo torna-se um homem medroso, covarde no pátio da 
casa do sumo sacerdote. 
Pedro, o perjuro. Ele não apenas nega que é discípulo de Cristo, mas faz isso com juramento. 
Pedro, o praguejador. Além de negar a Cristo com juramento, começa a praguejar e a falar 
asneiras na tentativa de esquivar-se de Cristo. 
 Pedro, o arrependido. Diferente de Judas, Pedro e os outros discípulos não tentam destruir 
Jesus para se salvar. “Eles não estão contra Jesus. Eles falham em ser por Ele”. Pedro caiu 
em si mesmo e desatou a chorar e chorou amargamente. Em vez de engolir o veneno como 
Judas, Pedro o vomitou. Esse foi o choro do arrependimento, da vergonha pelo pecado, da 
tristeza segundo Deus. Pedro foi restabelecido na comunhão e no ministério, o que está 
narrado em João 21.15-17. 
 
Candidatura para hoje 
Embora a maioria de nós não seja como os judeus e os líderes romanos que entregaram 
Jesus para ser crucificado, somos iguais aos discípulos, porque temos a culpa de termos 
negado a Cristo como Senhor em áreas de nossa vida. As vezes sentimos orgulho por não 
termos cometido determinado tipos de pecados, no entanto, nos tornamos indesculpáveis 
quando negamos o mestre em áreas de nossas vidas, principalmente quando precisamos 
nutrir nosso homem interior através de uma vida de oração e constante vigilância. O nosso 
dever é orar e vigiar, para não cairmos na mesma tentação em que Pedro caiu. Talvez 
condene Judas, o traidor, o Sinédrio injusto e Pedro, o autoconfiante que negou. Mas não 
nos esqueçamos de que quando não dependemos de Jesus podemos fazer o mesmo. 
Pedro falhou como discípulo e como amigo, seu choro de profundo lamento não se 
baseou apenas por ter constatado que havia negado o messias, mas por entender que seria 
afastado de um amigo muito querido e de um mestre que o amou e o ensinou princípios e 
verdades durante três anos e meio de convivência quase que diária. 
Não falhamos apenas com Deus ou com a igreja quando agimos da maneira que Pedro 
agiu, falhamos também com nossos familiares, amigos, mestres e parceiros de caminhada 
que se dedicam por nós e que se tornam parte de quem nós somos. A melhor maneira de não 
darmos lugar a hipocrisia, a mentira e ao abandono daqueles que precisam de nós e 
cultivarmos constantemente um real relacionamento com Deus. A jornada cristã nunca foi e 
nunca será fácil, o caminho que nos leva ao céu é estreito e desafiador, sempre seremos 
tw://bible.*/?id=43.21.15-43.21.17|_AUTODETECT_|
colocados a prova e muitas vezes seremos testados ao limite. Que Deus nos ajude a honrá-
lo e a permanecermos firmes até que nossa carreira aqui esteja completa. 
 
Conclusão 
Conforme a pergunta introdutória deste artigo, é necessário estar preparado para defender a 
razão e a finalidade da fé, ciente de que o caráter e as convicções do cristão serão forjados 
pelas lutas e pelas circunstâncias da vida. O mais importante neste processo é conservar uma 
vida espiritual íntima e frutífera em Deus, tendo como objetivo honrá-lo e respeitá-lo em 
cada pensamento, palavra ou atitude. Mesmo que falhas e deslizes possam acontecer, Deus 
é graciosamente misericordioso para perdoar e restaurar o coração arrependido. 
 
Bibliografia 
1William Hendriksen. Comentário do Novo Testamento, Exposição do Evangelho de 
Marcos © 2003, Editora Cultura Cristã. 
2 Benício, Paulo José. O valor das línguas bíblicas nos cursos de teologia e de ciências da 
religião: feições estilísticas do Evangelho segundo Marcos no manuscrito 2437. Apud: 
3 Pohl, A. (1998). Comentário Esperança, Evangelho de Marcos (pp. 17–22). Curitiba: 
Editora Evangélica Esperança. 
4Gomes, Antonio Maspoli de Araújo. (Org.). Teologia: Ciência e Profissão. São Paulo, 
Fonte Editorial, 2005, p.187. 
 
5. Bock, Darrell L. Jesus segundo as escrituras. Introdução e comentário aos evangelhos, 
2006, pp. 344-345. 
 
6. Fyvie, F. Bruce . Comentário Bíblico do Novo Testamento. São Paulo 2012, pp. 1167-
1169. 
 
7. Lenski R. C. H. The Interpretation of St. Luke’s Gospel. Minneapolis, Augsburg. 
Publishing House, 1961, p.1066). 
8. Liddell, H. G. & Scott, R. An Intermediate Greek-English Lexicon, p.877. 
9. Barclay, William. The Gospel of Matthew. Vol.2. Philadelphia, The Westminster Press, 
1975, pp.346,347. 
https://ref.ly/logosres/bb-sbb-cemc?ref=Page.p+17&off=21&ctx=.+O+t%C3%ADtulo+do+livro%0a~O+manuscrito+mais+an
10. Strong – Dicionário Léxico de Grego e Hebraico - 2010 
11. Souza, Itamir Neves. Marcos: comentário bíblico — São Paulo, Rádio Trans Mundial, 
2008. 
12. Lopes, Hernandes Dias. Comentários Expositivos – Editora Hagnos - 2019

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