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APOSTILA DICAS PARA LIDAR COM CRIANÇAS TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO-convertido (1)

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2019 
ORIENTAÇÕES AOS PAIS E 
ESCOLAS 
 
Moira Sampaio Rocha 
Terapeuta Ocupacional 
TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIANTE 
1 
 
DICAS PARA LIDAR COM CRIANÇAS TRANSTORNO OPOSITOR 
DESAFIANTE 
Agressividade, irritação, comportamento vingativo e recusa em obedecer 
às regras podem ser sintomas do transtorno desafiador opositivo. Saiba 
quando buscar ajuda para a criança 
 
 
 
 
Birra e crises de mau humor são comuns em crianças de todas as idades, mas 
há casos em que a desobediência ganha contornos severos. O pequeno passa 
a apresentar dificuldades no controle do temperamento e das emoções, 
tornando-se teimoso e resistente a ordens. Em outras palavras, parece testar 
os limites dos pais a todo instante. 
Se essa descrição lembrou alguma criança que você conhece, saiba que ela 
pode estar sofrendo do transtorno desafiador opositivo (TDO). 
 
“As principais características são a perda frequente da paciência, discussões 
com adultos, desafio, recusa em obedecer a solicitações ou regras, 
perturbação e implicância com as pessoas, podendo responsabilizá-las por 
seus erros ou mau comportamento. Ele se aborrece com facilidade e 
comumente se apresenta enraivecido, agressivo, irritado, ressentido, 
2 
 
mostrando-se com rancor e com ideias de vingança”, resume Gustavo Teixeira, 
psiquiatra da infância e adolescência e autor do livro “O Reizinho da Casa — 
Manual para Pais de Crianças Opositivas, Desafiadoras e Desobedientes” 
(Best Seller). 
Relações abaladas 
Dados estatísticos revelam que 2% a 16% das crianças em idade escolar 
apresentam o TDO. O transtorno ainda é duas vezes mais frequente entre 
meninos, e os sintomas iniciais ocorrem entre os seis e oito anos de 
idade. Mas como diferenciar o transtorno de um caso corriqueiro de mau 
comportamento? 
“No caso de crianças com idade abaixo de cinco anos, o comportamento deve 
ocorrer na maioria dos dias durante um período mínimo de seis meses. Em 
crianças com cinco anos ou mais, deve ocorrer pelo menos uma vez por 
semana durante no mínimo seis meses”, esclarece Luciana Rizo, 
neuropsicóloga (RJ). 
Outra pista é quando o comportamento inadequado causa sofrimento aos 
grupos de convívio da criança, como família e amiguinhos da escola, 
impactando negativamente em seus relacionamentos. 
A raiz do problema 
“A gravidade do sintoma pode ser leve quando se limita a apenas um ambiente. 
É moderada quando está presente em pelo menos dois, e grave quando ocorre 
em três ou mais”, diferencia Luciana. 
A neuropsicóloga explica que os pais não devem se torturar pensando sobre 
onde erraram na educação de seu filho. Segundo ela, as causas da 
manifestação do problema são multifatoriais. “Há evidências de influências 
hormonais, genéticas e neurofuncionais.” Porém a dinâmica familiar pode 
reforçar um padrão de comportamento inadequado. “Em resumo, seria uma 
integração dos fatores genéticos e o quanto o ambiente colabora na expressão 
em maior ou menor grau do transtorno”, conclui. 
3 
 
Transtorno de conduta 
Na hora de procurar ajuda, o psiquiatra, o neuropediatra ou o neuropsicólogo 
especializados em tratamento infanto juvenil podem ajudar no diagnóstico, que 
será clínico. Em algumas situações, é comum o TDO ser confundido com o 
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Os dois transtornos, 
aliás, não raro, aparecerem juntos. “A semelhança é que ambos têm como 
característica a impulsividade, ou seja, os portadores tendem a agir sem 
pensar. Porém, quando é realizada a avaliação adequada, percebe-se 
claramente a diferença entre ambos”, destaca Luciana. 
Cerca de 65% das crianças com o diagnóstico de TDO deixarão de apresentar 
os sintomas nos anos seguintes, desde que acompanhados terapeuticamente. 
O restante pode permanecer ou intensificar os sintomas, evoluindo para o 
chamado transtorno de conduta (em que os jovens apresentam 
agressividade, comportamento antissocial e constantemente violam as 
regras de convívio). 
“Quando o TDO não é tratado, a evolução para o transtorno de conduta 
pode ocorrer em até 75% dos casos. 
Naquelas em que o início dos sintomas se iniciaram antes dos oito anos de 
idade, o risco de evolução será maior. Ou seja, o diagnóstico e o tratamento 
precoces exercem um papel preventivo importante”, pontua Teixeira. Além 
disso, quando adultos, há maior risco de desenvolvimento de problemas de 
controle de impulsos, abuso de álcool e drogas, ansiedade e depressão. 
Manejo do comportamento 
O tratamento para TDO geralmente alia medicação psiquiátrica com 
psicoterapia. “De maneira geral, quando falamos de transtornos, não falamos 
em cura, mas em manejo de comportamentos ou sintomas. Com o tratamento, 
a incidência de comportamentos inadequados diminui bastante”, explica a 
neuropsicóloga. 
Uma série de estratégias de manejo de comportamentos pode ser ensinada 
para aqueles que convivem diretamente com a criança ou adolescente. “O 
4 
 
terapeuta trabalha a percepção de situações que levam à ativação emocional e 
que conduzem ao comportamento de oposição e desafio”, destaca. 
Também pode ser aplicado o chamado reforç o positivo – que são elogios, 
aproximação física, carinho e atenção sempre que a criança apresentar um 
comportamento adequado. Para completar, os pais precisam ficar atentos à 
disciplina. “A falta de limites e de disciplina pioram os sintomas de crianças 
com o transtorno desafiador”, lembra Teixeira. 
Ambiente saudável 
A participação dos pais, aliás, é de extrema importância no tratamento da 
criança com TDO. “Uma criança que cresce em um ambiente respeitador, com 
pais presentes e participativos em sua vida, apresentará menores chances de 
problemas relacionados com comportamentos desafiadores, desobedientes e 
opositivos”, lembra o médico Teixeira. 
Também é importante ser um modelo pacífico e positivo para a criança, 
evitando agressividade e violência. “Muitos pais confundem limite e 
monitoramento com intolerância, autoritarismo e violência. Na verdade, a 
família é um grande modelo de aprendizagem para a criança”, reforça o 
psiquiatra. 
Sempre que possível, fortaleça a autoestima de seu filho, evitando dizer coisas 
como: “você não faz nada certo” ou “você é o pior da escola”. Vale também 
estimular a prática de esportes, que ensina conceitos básicos de respeito, 
ética, moral, hierarquia, companheirismo, organização, liderança, cooperação, 
competição, regras, limites, além do desenvolvimento de habilidades motoras e 
sociais. Por fim, mantenha um canal de comunicação aberto com a escola para 
monitorar comportamento do estudante quando ele estiver fora de casa. 
5 
 
 
 
TDO - Transtorno Desafiador de Oposição 
1. Quando percebo que a indisciplina e a desobediência excede padrão 
normal? 
 Sabemos que tanto as crianças quanto os adolescentes apresentam 
comportamentos de desobediência, oposição e testam os adultos desafiando 
seus limites. É natural observar esses comportamentos tanto por pais quanto 
por professores, contudo, o que fazer quando esses comportamentos torna-se 
excessivos e capaz de desestruturar uma relação familiar/educacional 
harmoniosa? Até que ponto chega um problema de indisciplina em casa e na 
sala de aula? 
6 
 
É imprescindível ficar alerta a casos constantes de desobediência, uma vez 
que eles podem se agravar transformando em uma doença, um transtorno 
muito comum, conhecido como o transtorno desafiador oposição. 
 
 
2. T.D.O. ou T.O.D.– O que é? 
É definido com um padrão recorrente de comportamentos negativista, hostil, 
desafiador e desobediente em relação a figuras de autoridade que acarreta um 
prejuízo significativo ao funcionamento social, acadêmico e ocupacional (Serra-
Pinheiro, Schmitz et al. 2004; Serra-Pinheiro, Guimarães et al. 2005; Giovannini 
2014). Tanto a criança quanto o adolescente discute excessivamente com 
adultos, enfrentam dificuldades em aceitar regras, não aceitamresponsabilidade devido sua má conduta, incomodam exageradamente os 
demais, e perdem facilmente o controle caso as coisas não saiam da forma que 
eles esperam (Serra-Pinheiro, Schmitz et al. 2004; Teixeira 2013; Teixeira 
2014). 
3. Qual Incidência do TDO? 
Estima-se que entre 2% e 16% das crianças em idade escolar apresentem 
TOD (Parra 2012). É destacado como o mais prevalente em crianças entre 9 e 
10 anos (Giovannini 2014). Sendo frequente em meninos, já na adolescência a 
frequência é igual para meninos e meninas. A prevalência no transtorno de 
oposição oscila entre 0,3% e 22%, uma média de 3,2% (Lahey, Miller et al. 
1999). Os chamados transtornos exteriorizantes (problemas de atenção, 
comportamentos delinquentes ou de “quebrar” regras, comportamento 
agressivo)*, incluindo a hiperatividade parecem estar na linha de chegada para 
os problemas de comportamento mais frequentes encaminhados e 
diagnosticados pelos especialistas de saúde mental da infância e adolescência 
(Lahey, Miller et al. 1999; Parra 2012). 
Escalas de atenção e de comportamentos externalizantes no ASEBA* 
7 
 
 
*Extraído do livro Manual para avaliação clínica dos transtornos psicológicos 
(Parra 2012). Itens da “Lista de comportamentos infantis para pais” (CBCL). 
 
4. TDO – Quais são as causas? 
 As causas do TOD ainda não foram bem delimitadas, no entanto, acredita-se 
que componentes biológicos associados aos ambientais possam estar 
envolvidos (Teixeira 2014). No que tange os aspectos biológicos são os 
relacionados a uma possível herança genética, ou seja, a criança herda dos 
pais comportamentos impulsivos, baixo limiar a frustração, irritabilidade e 
disfunções em neurotransmissores serotoninérgicos e dopaminérgicos. Já os 
componentes ambientais estão relacionados com modelos de criação parental, 
comportamento criminoso, alcoolismo e uso de drogas pelos pais ou 
responsáveis, negligência aos cuidados, falta de afeto e suporte emocional à 
criança e adolescente (Pacheco, Alvarenga et al. 2005; Teixeira 
2013; Giovannini 2014). Além desses componentes podem ocorrer alterações e 
complicações no desenvolvimento da criança, tais como: prematuridade, 
8 
 
complicações na gestação e no parto. Vale ressaltar dois comportamentos 
parentais que são frequentes pelos pais, um deles é ser permissivo demais, 
não impondo limites, o outro é característico de lares opressores e de normas 
rígidas (Serra-Pinheiro, Schmitz et al. 2004; Serra-Pinheiro, Guimarães et al. 
2005; Giovannini 2014). Por exemplo, criança e adolescente presenciam 
constantemente violência, agressividade, hostilidade e brigas dos pais ou 
cuidadores. 
 
5. TDO – Sintomas? 
Os sintomas aparecem em varias circunstâncias, contudo, sua repetição ocorre 
em casa e no contexto escolar. Dentre os sintomas destacam-se: 
• Perda da paciência; 
• Acessos de raiva; 
• Baixa autoestima; 
• Baixa tolerância a frustrações; 
• Discussões excessivas com adultos; 
• Recusa em obedecer a solicitações ou regras; 
• Comportamento de indisciplina, desafiador, opositor; 
• Irritação excessivamente; 
• Ou provocações às pessoas. 
• Sintomas na Escola: 
• Dificuldade interpessoal; 
• Desempenho escolar comprometido; 
• Dificuldade em realizar tarefas em grupo; 
• Não aceita ou pede ajuda dos professores; 
9 
 
• Discute com professores e colegas; 
• Apresenta agressividade com colegas de classe; 
• Recusa trabalhar em grupo; 
• Não faz atividades escolares; 
• Não aceita criticas; 
• Desafia autoridade professores, coordenadores e demais educadores; 
• Deseja tudo do seu jeito; 
• Apresenta comportamento de “pavio curto” ou “esquentado” em sala de 
aula; 
• Não assume responsabilidade para si, acusa os outros por seu 
comportamento hostil. 
 
6. TDO – Diagnóstico? 
Transtorno de Oposição Desafiante 
Critérios Diagnósticos 313.81 (F91.3) 
 
A. Um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento 
questionador/desafiante ou índole vingativa com duração de pelo menos seis 
meses, como evidenciado por pelo menos quatro sintomas de qualquer das 
categorias seguintes e exibido na interação com pelo menos um indivíduo que 
não seja um irmão. 
 
Humor Raivoso/Irritável 
1. Com frequência perde a calma. 
2. Com frequência é sensível ou facilmente incomodado. 
3. Com frequência é raivoso e ressentido. 
 
10 
 
Comportamento Questionador/Desafiante 
4. Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e 
adolescentes, adultos. 
5. Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou 
pedidos de figuras de autoridade. 
6. Frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas. 
7. Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau comportamento. 
 
Índole Vingativa 
8. Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses. 
 
Nota: A persistência e a frequência desses comportamentos devem ser 
utilizadas para fazer a distinção entre um comportamento dentro dos limites 
normais e um comportamento sintomático. 
No caso de crianças com idade abaixo de 5 anos, o comportamento deve 
ocorrer na maioria dos dias durante um período mínimo de seis meses, exceto 
se explicitado de outro modo (Critério A8). No caso de crianças com 5 anos ou 
mais, o comportamento deve ocorrer pelo menos uma vez por semana durante 
no mínimo seis meses, exceto se explicitado de outro modo (Critério A8). 
Embora tais critérios de frequência sirvam de orientação quanto a um nível 
mínimo de frequência para definir os sintomas, outros fatores também devem 
ser considerados, tais como se a frequência e a intensidade dos 
comportamentos estão fora de uma faixa normativa para o nível de 
desenvolvimento, o gênero e a cultura do indivíduo. 
 
B. A perturbação no comportamento está associada a sofrimento para o 
indivíduo ou para os outros em seu contexto social imediato (p. ex., família, 
grupo de pares, colegas de trabalho) ou causa impactos negativos no 
funcionamento social, educacional, profissional ou outras áreas importantes da 
vida do indivíduo. 
C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de um 
transtorno psicótico, por uso de substância, depressivo ou bipolar. Além disso, 
11 
 
os critérios para transtorno disruptivo da desregulação do humor não são 
preenchidos. 
 
Especificar a gravidade atual: 
Leve: Os sintomas limitam-se a apenas um ambiente (p. ex., em casa, na 
escola, no trabalho, com os colegas). 
Moderada: Alguns sintomas estão presentes em pelo menos dois ambientes. 
Grave: Alguns sintomas estão presentes em três ou mais ambientes. 
 
Especificadores 
Não é raro indivíduos com transtorno de oposição desafiante apresentarem 
sintomas somente em casa e apenas com membros da família. No entanto, a 
difusão dos sintomas é um indicador da gravidade do transtorno. 
 
Características Diagnósticas 
A característica essencial do transtorno de oposição desafiante é um padrão 
frequente e persistente de humor raivoso/irritável, de comportamento 
questionador/desafiante ou de índole vingativa 
(Critério A). Não é raro indivíduos com transtorno de oposição desafiante 
apresentarem características comportamentais do transtorno na ausência de 
problemas de humor negativo. Entretanto, as pessoas com o transtorno que 
apresentam sintomas de humor raivoso/irritável costumam também demonstrar 
características comportamentais. 
Os sintomas do transtorno de oposição desafiante podem se limitar a apenas 
um ambiente, mais frequentemente em casa. Os indivíduos que apresentam 
sintomas suficientes para atingir o limiar diagnóstico, mesmo que isso ocorra 
somente em casa, podem ter prejuízos significativos em seu funcionamento 
social. Todavia, nos casos mais graves, os sintomas do transtorno estão 
presentes em múltiplos ambientes. Levando-se em conta que a difusão dos 
sintomas é um indicador da gravidade do transtorno, é extremamente 
importante avaliar o comportamentodo indivíduo em vários ambientes e 
relacionamentos. Como são comuns entre irmãos, esses comportamentos 
devem ser observados nas interações com outras pessoas. Além disso, 
12 
 
considerando que, em geral, os sintomas do transtorno são mais evidentes nas 
interações com adultos ou pares que o indivíduo conhece bem, eles podem 
não ficar tão evidentes no exame clínico. 
Os sintomas do transtorno de oposição desafiante podem ocorrer em alguma 
medida entre indivíduos sem esse transtorno. Há várias considerações 
importantes para determinar se os comportamentos são sintomáticos do 
transtorno de oposição desafiante. Em primeiro lugar, o limiar diagnóstico de 
quatro sintomas ou mais durante os seis meses precedentes deve ser atingido. 
Em segundo lugar, a persistência e a frequência dos sintomas deverão exceder 
os níveis considerados normais para a idade, o gênero e a cultura do indivíduo. 
Por exemplo, não é incomum que crianças pré-escolares apresentem ataques 
de raiva semanalmente. Explosões de raiva para uma criança pré-escolar 
seriam consideradas sintomas do transtorno de oposição desafiante somente 
se tivessem ocorrido na maioria dos dias nos seis meses precedentes, se 
tivessem ocorrido com pelo menos três outros sintomas do transtorno e se as 
explosões de raiva tivessem contribuído para o prejuízo significativo associado 
ao transtorno (p. ex., levassem à destruição de propriedade durante as 
explosões, resultassem na expulsão da criança da pré-escola). 
Com frequência, os sintomas do transtorno fazem parte de um padrão de 
interações problemáticas com outras pessoas. Além disso, geralmente 
indivíduos com esse transtorno não se consideram raivosos, opositores ou 
desafiadores. Em vez disso, costumam justificar seu comportamento como uma 
resposta a exigências ou circunstâncias despropositadas. Consequentemente, 
pode ser difícil estabelecer a contribuição relativa do indivíduo com o transtorno 
para as interações problemáticas que ele vivencia. Por exemplo, crianças com 
transtorno de oposição desafiante podem ter vivenciado uma história de 
cuidados parentais hostis, e, com frequência, é impossível determinar se seu 
comportamento fez os pais agirem de uma maneira mais hostil em relação a 
elas, se a hostilidade dos pais levou ao comportamento problemático da 
criança ou se houve uma combinação de ambas as situações. A possibilidade 
de o clínico separar as contribuições relativas dos potenciais fatores causais 
não deve influenciar o estabelecimento ou não do diagnóstico. Nas situações 
em que a criança estiver vivendo em condições particularmente precárias, em 
13 
 
que poderão ocorrer negligência ou maus-tratos (p. ex., em instituições), a 
atenção clínica para diminuir a influência do ambiente pode ser útil. 
 
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico 
Em crianças e adolescentes, o transtorno de oposição desafiante é mais 
prevalente em famílias nas quais o cuidado da criança é perturbado por uma 
sucessão de cuidadores diferentes ou em famílias nas quais são comuns 
práticas agressivas, inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos. Duas 
das condições que mais costumam ocorrer de forma concomitante com o 
transtorno de oposição desafiante são o transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade (TDAH) e o transtorno da conduta (ver a seção 
“Comorbidade” para esse transtorno). O transtorno de oposição desafiante foi 
associado a um risco aumentado para tentativas de suicídio, mesmo depois do 
controle para transtornos comórbidos. 
 
Prevalência 
A prevalência do transtorno de oposição desafiante varia de 1 a 11%, com uma 
prevalência média estimada de 3,3%. A taxa do transtorno pode variar de 
acordo com a idade e o gênero da criança. 
Aparentemente, é mais prevalente em indivíduos do sexo masculino do que em 
indivíduos do sexo feminino (1,4:1) antes da adolescência. Essa predominância 
do sexo masculino não é encontrada de forma consistente em amostras de 
adolescentes ou de adultos. 
Desenvolvimento e Curso 
Geralmente, os primeiros sintomas do transtorno de oposição desafiante 
surgem durante os anos de pré-escola e, raramente, mais tarde, após o início 
da adolescência. Com frequência, o transtorno de oposição desafiante precede 
o desenvolvimento do transtorno da conduta, sobretudo em indivíduos com 
transtorno da conduta com início na infância. No entanto, muitas crianças e 
adolescentes com transtorno de oposição desafiante não desenvolvem 
subsequentemente o transtorno da conduta. O transtorno de oposição 
desafiante também confere risco para o desenvolvimento de transtornos de 
ansiedade e transtorno depressivo maior, mesmo na ausência do transtorno da 
14 
 
conduta. Os sintomas desafiantes, questionadores e vingativos respondem 
pela maior parte do risco para transtorno da conduta, enquanto os sintomas de 
humor raivoso/irritável respondem pela maior parte do risco para transtornos 
emocionais. 
As manifestações do transtorno parecem ser consistentes ao longo do 
desenvolvimento. 
Crianças e adolescentes com transtorno de oposição desafiante estão sob 
risco aumentado para uma série de problemas de adaptação na idade adulta, 
incluindo comportamento antissocial, problemas de controle de impulsos, 
abuso de substâncias, ansiedade e depressão. 
A frequência de muitos dos comportamentos associados ao transtorno de 
oposição desafiante aumenta no período pré-escolar e na adolescência. 
Portanto, durante esses períodos de desenvolvimento é especialmente 
importante que a frequência e a intensidade desses comportamentos sejam 
avaliadas em relação aos níveis considerados normais antes de decidir que se 
trata de sintomas do transtorno de oposição desafiante. 
 
Fatores de Risco e Prognóstico 
Temperamentais. Fatores temperamentais relacionados a problemas de 
regulação emocional (p. ex., níveis elevados de reatividade emocional, baixa 
tolerância a frustrações) são preditivos do transtorno. 
Ambientais. Práticas agressivas, inconsistentes ou negligentes de criação dos 
filhos são comuns em famílias de crianças e adolescentes com transtorno de 
oposição desafiante, sendo que essas práticas parentais desempenham papel 
importante em muitas teorias causais do transtorno. 
Genéticos e fisiológicos. Uma série de marcadores neurobiológicos (p. ex., 
menor reatividade da frequência cardíaca e da condutância da pele; reatividade 
do cortisol basal reduzida; anormalidades no córtex pré-frontal e na amígdala) 
foi associada ao transtorno de oposição desafiante. 
Entretanto, a vasta maioria dos estudos não separou crianças com o transtorno 
de oposição desafiante daquelas com transtorno da conduta. Desse modo, não 
está claro se existem marcadores específicos para o transtorno de oposição 
desafiante. 
15 
 
 
Questões Diagnósticas Relativas à Cultura 
A prevalência desse transtorno em crianças e adolescentes é relativamente 
consistente entre países que diferem em raça e etnia. 
 
Questões Funcionais do Transtorno de Oposição Desafiante 
Quando o transtorno de oposição desafiante é persistente ao longo do 
desenvolvimento, os indivíduos com o transtorno vivenciam conflitos frequentes 
com pais, professores, supervisores, pares e parceiros românticos. Com 
frequência, tais problemas resultam em prejuízos significativos no ajustamento 
emocional, social, acadêmico e profissional do indivíduo. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Transtorno da conduta. Tanto o transtorno da conduta quanto o transtorno de 
oposição desafiante estão relacionados a problemas de conduta que colocam o 
indivíduo em conflito com adultos e outras figuras de autoridade (p. ex., 
professores, supervisores de trabalho). Geralmente, os comportamentos do 
transtorno de oposição desafiante são de natureza menos grave do que 
aqueles relacionados ao transtorno da conduta e não incluem agressão a 
pessoas ou animais, destruição de propriedade ou um padrão de roubo ou defalsidade. Além disso, o transtorno de oposição desafiante inclui problemas de 
desregulação emocional (i.e., humor raivoso e irritável) que não estão inclusos 
na definição de transtorno da conduta. 
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Com frequência, o TDAH é 
comórbido com o transtorno de oposição desafiante. Para fazer um diagnóstico 
adicional de transtorno de oposição desafiante é importante determinar que a 
falha do indivíduo em obedecer às solicitações de outros não ocorre somente 
em situações que demandam esforço e atenção sustentados ou que exigem 
que o indivíduo permaneça quieto. 
Transtornos depressivo e bipolar. Com frequência, os transtornos 
depressivo e bipolar envolvem irritabilidade e afeto negativo. Como resultado, 
um diagnóstico de transtorno de oposição desafiante não deverá ser feito se os 
16 
 
sintomas ocorrerem exclusivamente durante o curso de um transtorno do 
humor. 
Transtorno disruptivo da desregulação do humor. O transtorno de oposição 
desafiante compartilha com o transtorno disruptivo da desregulação do humor 
os sintomas de humor negativo crônico e explosões de raiva. Entretanto, a 
gravidade, a frequência e a cronicidade das explosões de raiva são mais 
graves em indivíduos com transtorno disruptivo da desregulação do humor do 
que naqueles com transtorno de oposição desafiante. Consequentemente, 
apenas uma minoria de crianças e de adolescentes cujos sintomas preenchem 
os critérios de transtorno de oposição desafiante seria também diagnosticada 
com o transtorno disruptivo da desregulação do humor. 
Nos casos em que a perturbação do humor for suficientemente grave para 
preencher os critérios de transtorno disruptivo da desregulação do humor, um 
diagnóstico de transtorno de oposição desafiante não é feito, mesmo que todos 
os critérios para essa condição tenham sido preenchidos. 
Transtorno explosivo intermitente. O transtorno explosivo intermitente 
também envolve altas taxas de raiva. No entanto, indivíduos com esse 
transtorno apresentam agressão grave dirigida a outros, o que não faz parte da 
definição de transtorno de oposição desafiante. 
Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual). Em 
indivíduos com deficiência intelectual, um diagnóstico de transtorno de 
oposição desafiante é feito somente se o comportamento opositor for 
acentuadamente maior do que aquele que em geral se observa entre 
indivíduos com idade mental comparável e com gravidade comparável de 
deficiência intelectual. 
Transtorno da linguagem. O transtorno de oposição desafiante deve também 
ser diferenciado da incapacidade para seguir orientações resultante de uma 
alteração na compreensão da linguagem (p. ex., perda auditiva). 
 
Transtorno de ansiedade social (fobia social). O transtorno de oposição 
desafiante também deve ser diferenciado da recusa decorrente do medo de 
uma avaliação negativa associada com o transtorno de ansiedade social. 
 
17 
 
 
Comorbidade 
As taxas do transtorno de oposição desafiante são muito mais altas em 
amostras de crianças, adolescentes e adultos com TDAH, sendo que isso pode 
ser o resultado de fatores de risco temperamentais compartilhados. Além disso, 
o transtorno de oposição desafiante com frequência precede o transtorno da 
conduta, embora isso pareça ser mais comum em crianças com o subtipo com 
início na infância. 
Indivíduos com transtorno de oposição desafiante também têm risco 
aumentado de transtornos de ansiedade e transtorno depressivo maior, e isso 
parece ser, em grande medida, atribuível à presença de sintomas de humor 
raivoso/irritável. Adolescentes e adultos com o transtorno de oposição 
desafiante também apresentam taxas mais altas de transtornos por uso de 
substâncias, embora não esteja claro se essa associação é independente da 
comorbidade com transtorno da conduta. 
 
7. TDO – Como pode ser tratado? 
Infelizmente o TOD esta associado com mau prognóstico na vida adulta, 
expresso por alto risco de depressão, tentativas de suicídio (Angold and 
Costello 2001; Stringaris, Lewis et al. 2014), abuso de substâncias e problemas 
com a lei (Tremblay, Pihl et al. 1994). 
O diagnóstico e o tratamento precoce podem exercer um papel preventivo 
fundamental para o manejo e melhora dos sintomas (Serra-Pinheiro, Schmitz et 
al. 2004; Serra-Pinheiro, Guimarães et al. 2005). 
Na terapia medicamentosa há relatos do efeito da medicação em caso de 
oposição e agressão, mas especialmente em pacientes que são tratados 
transtorno de conduta ou déficit de atenção e hiperatividade comórbido (Serra-
Pinheiro, Schmitz et al. 2004). A maioria das pesquisas estão focadas na 
agressão ou nos sintomas de TDO não necessariamente em pacientes com um 
diagnóstico de TOD. Estudos mostram que metilfenidato e clonidina diminuem 
os sintomas TOD (Kolko, Bukstein et al. 1999; Connor, Barkley et al. 
18 
 
2000; Serra-Pinheiro, Schmitz et al. 2004; Serra-Pinheiro, Guimarães et al. 
2005). Entretanto, não há evidências que os psicoestimulantes ou a clonidina 
sejam eficazes para o TOD sem combinação com diagnóstico TDAH. 
Terapia que tem se mostrado eficaz é a cognitivo-comportamental, trabalhando 
com técnicas de manejo parental. Que tem como premissa modificar o 
comportamento da criança por meio da alteração na forma dos pais lidarem 
com a criança (Ho, Chow et al. 1999; Kazdin and Wassell 2000; Greene, Ablon 
et al. 2003; Serra-Pinheiro, Schmitz et al. 2004). 
8. Dicas para os pais lidarem com filhos com TDO: 
• Manter sempre o controle, sem apelar para gritos ou palmadas; 
• Educar com firmeza, mas nunca se esquecer do afeto; 
• Ser firmes, mas acolhedor; 
• Dedicar tempo e atenção diariamente; 
• Montar uma tabela com colunas referentes comportamento indesejado, 
conduta que tomou no ato do comportamento e resultados obtidos frente 
à conduta; 
• Sempre que agir de forma inadequada, repreender, colocar para pensar 
(1 minuto por idade) e após prazo conversar sobre ocorrido; 
• Não ceder aos apelos da criança e mantenha a palavra; 
• Incentive a prática de trabalhos e esportes em grupo (interação social); 
• Não dar atenção a “birras”; 
• Explicar claramente regras e instruções; 
• Dê castigos proporcionais (e não se sinta culpado depois); 
• Explique detalhadamente as consequências em casos de indisciplina; 
• Evite medir forças com a criança, mas seja flexível de vez em quando; 
19 
 
• Proponha acordos e privilégios quando a criança tiver atitudes 
assertivas (reforço positivo); 
• Elogie atitudes positivas; 
• Evite punições físicas (bater reforça comportamento agressivo/hostil); 
• Ao corrigir seu filho, olhe diretamente nos olhos e abaixe para ficar no 
mesmo nível, com tom de voz firme orientando sobre as regras, se 
houver resistência, socorrer de uma discreta pressão física (segurar 
firme no braço, por exemplo), sem deixar de ser amoroso; 
• Retirar privilégios, caso descumpra as regras; 
• Evite retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi estabelecida; 
• Evite orientar/corrigir a criança na hora da raiva; 
9. O que os pais NÃO DEVEM fazer? 
• Utilizar de agressão física/verbal para que seu filho obedeça; 
• Orientar a criança à distância (deve orientar olhando para criança e 
certificando que ela compreendeu); 
• Dar instruções vagas (por ex.: “seja uma boa criança”); 
• Orientar com muitas explicações (argumentam excessivamente para 
criança entender), é bem provável que a criança vá se perder durante as 
explicações; 
• Orientar em tom ameaçador (em casos onde existe um acontecimento 
já instalado, é normal que os pais deem bronca com tom ameaçador 
para criança recuar, nesses casos a criança tende a revidar); 
• Pedir que realize alguma tarefa em forma de pergunta (você pode ir 
agora fazer as lições de casa? Vai abrir espaço para que a criança 
pense e diga não); 
20 
 
• Retirar “castigo” já estabelecido (estipula “punição” pornão se 
comportar proibindo de assistir TV por um mês e depois percebe que é 
muito tempo e recua reduzindo), avalie qual “castigo” vai estipular antes 
de estabelecer. 
 
10. Os pais e a instituição de ensino: 
É importante que os pais compreendam que tanto eles quanto seu filho 
precisam da ajuda e apoio dos professores/instituição de ensino. Trazendo-os 
para sua causa, faça deles seus parceiros para que juntos possam ter êxito no 
desenvolvimento e sucesso do seu filho. 
• Procure estar sempre atento às reclamações da escola e evite levar 
para o lado pessoal; 
• Unir forças com professor/instituição. Procurar ser o mais “transparente 
possível” já no início, em uma nova escola ou na mudança de ano 
escolar, explicando as dificuldades enfrentadas pelo seu filho e quais 
são suas necessidades; 
• Ressaltar os conhecimentos adquiridos pelo estudo. Mostrando 
interesse pelo aprendizado, pela leitura. Lembre-se de que os pais são 
os “espelhos” dos filhos; 
• Procurar minimizar as expectativas. Valorizar cada passo alcançado em 
relação a ela mesma (reforço positivo); 
• Fazer com que seu filho realize as atividades escolares em casa, e 
respeite as regras estipuladas pelo professor, criando tabela para rotina 
da criança. 
 
11. O professor e a criança com TDO: 
 
21 
 
Compreendendo que os pais apresentam dificuldade no manejo com os filhos 
com TDO, então não é difícil imaginar que na escola não deve ser diferente 
com o professor, sem mencionar que o professor é responsável por varias 
crianças. 
• Em se tratando de crianças diagnosticadas com qualquer transtorno, o 
primeiro passo para o professor ajudar é buscar informações a respeito 
do transtorno, assim poderá ter maior compreensão a despeito das 
dificuldades enfrentadas pela criança; 
• Motivar sempre os alunos, tendo em mente que o resultado estará 
diretamente ligado à diferença entre a quantidade de reforço positivo em 
relação a uma pressão em excesso; 
• Peça ajuda ao aluno com TDO, permitindo assim, motivá-lo, de forma 
intermitente, exemplo, apagar a lousa, ajudar na distribuição de 
materiais para a classe; 
• Peça gentilmente para o aluno ficar mais próximo de você, sentado a 
frente, de preferência longe de janelas ou porta; 
• Evitar criticar na presença de outras crianças, evitando assim uma 
indisposição do aluno para com o professor; 
• Procurar ressaltar as regras e anotar na lousa o plano de aula, bem 
como as tarefas e datas de provas; 
• Considerar a possibilidade de mudança na forma de avaliação, 
possibilitando provas orais ou com maior tempo para a execução ou 
menor número de questões, em relação ao restante da classe; 
• Procure tornar o ensino prazeroso, estimulando a participação dos 
alunos e a interação social em atividades de grupo; 
• Demonstre percepção dos resultados e progressos alcançados pelo 
aluno; 
22 
 
• Ajude os pais com uma maior comunicação, monitorando os progressos 
ou dificuldades, além da participação no controle em anotar as 
atividades e datas de provas; 
• Evitar fazer reclamações do aluno ao entrega-lo aos pais na saída. 
Qualquer reclamação deve ser feita via agenda ou em particular 
(agendar reunião); 
• As tarefas acadêmicas devem ser compatíveis com as habilidades da 
criança, ir reforçando passo a passo até igualar com as demais crianças 
da classe; 
• Trabalhar questões relacionadas ao planejamento e organização do 
estudo na escola e em casa (rotina diária); 
• Intercalar as aulas expositivas ou períodos de estudo com breves 
momentos de atividade física, ajudando a minimizar a fadiga e a 
monotonia de períodos longos de estudo; 
• Evitar corrigir as lições com canetas vermelhas ou lápis; 
• Criar momentos de descontração para minimizar o stress e ajudar na 
socialização com colegas de classe; 
• Procurar compreender que a criança não tem controle dos seus 
comportamentos, elas estão tão assustadas quanto todos envolvidos e 
precisa de ajuda; 
• É importante comunicar via agenda os comportamentos inadequados, 
entretanto é primordial comunicar os comportamentos positivos da 
criança, evitando que venham escritas somente reclamações. 
 
 12. Aspectos importantes: 
Crianças com TDO podem apresentar outros transtornos associados, sendo os 
mais prevalentes o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtornos 
de aprendizagem, transtorno de humor e os transtornos ansiosos. Quando não 
23 
 
tratado, o TDO pode evoluir para o transtorno de conduta (TC), este fato 
acomete 75% dos casos de crianças com diagnóstico inicial. Nos casos de 
associação as orientações aos pais/instituição de ensino podem ser similares 
para alguns transtornos distinguindo-os em detalhes. 
 
13. Referências Bibliográficas: 
1. Angold, A. and E. J. Costello (2001). “The epidemiology of disorders of 
conduct: Nosological issues and comorbidity.” Conduct disorders in 
childhood and adolescence: 126-168. 
2. Association, A. P. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais: texto revisado (DSM-IV-TR), Artmed. 
3. Connor, D. F., R. A. Barkley, et al. (2000). “A pilot study of 
methyiphenidate, clonidine, or the combination in ADHD comorbid with 
aggressive oppositional defiant or conduct disorder.” Clinical 
Pediatrics 39(1): 15-25. 
4. Giovannini, E. (2014). Psiquiatria da Infância e da Adolescência: Casos 
Clínicos, Artmed Editora. 
5. Greene, R. W., J. S. Ablon, et al. (2003). “A transactional model of 
oppositional behavior: Underpinnings of the Collaborative Problem 
Solving approach.” Journal of Psychosomatic Research 55(1): 67-75. 
6. Ho, T.-p., V. Chow, et al. (1999). “Parent management training in a 
Chinese population: Application and outcome.” Journal of the American 
Academy of Child & Adolescent Psychiatry 38(9): 1165-1172. 
7. Kazdin, A. E. and G. Wassell (2000). “Therapeutic changes in children, 
parents, and families resulting from treatment of children with conduct 
problems.” Journal of the American Academy of Child & Adolescent 
Psychiatry 39(4): 414-420. 
24 
 
8. Kolko, D. J., O. G. Bukstein, et al. (1999). “Methylphenidate and behavior 
modification in children with ADHD and comorbid ODD or CD: main and 
incremental effects across settings.” Journal of the American Academy of 
Child & Adolescent Psychiatry 38(5): 578-586. 
9. Lahey, B. B., T. L. Miller, et al. (1999). Developmental epidemiology of 
the disruptive behavior disorders. Handbook of disruptive behavior 
disorders, Springer: 23-48. 
10. Pacheco, J., P. Alvarenga, et al. (2005). “Stability of antisocial behavior 
on the infancy-adolescence transition: a developmental 
perspective.” Psicologia: Reflexão e Crítica 18(1): 55-61. 
11. Parra, A. F. M., Lydia Munoz (2012). Avaliação dos transtornos de deficit 
de atenção e de comportamento disruptivo. Manual para Avaliação 
Clínica dos Transtornos Psicológicos: Estratégias de avaliação, 
problemas infantis e transtornos de ansiedade. V. E. Caballo, 
Santos: 696. 
12. Serra-Pinheiro, M. A., M. M. Guimarães, et al. (2005). “A eficácia de 
treinamento de pais em grupo para pacientes com transtorno desafiador 
de oposição: um estudo piloto.” Revista de Psiquiatria Clínica 32(2): 68-
72. 
13. Serra-Pinheiro, M. A., M. Schmitz, et al. (2004). “Transtorno desafiador 
de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, 
comorbidades, tratamento e prognóstico.” Revista Brasileira de 
Psiquiatria 26: 273-276. 
14. Stringaris, A., G. Lewis, et al. (2014). “Developmental pathways from 
childhood conduct problems to early adult depression: findings from the 
ALSPAC cohort.” The British Journal of Psychiatry: bjp. bp. 113.134221. 
15. Teixeira, G. (2013). Manual dos Transtornos Escolares, Editora Best 
Seller. 
16. Teixeira, G. (2014). O Reizinho da Casa, Editora Best Seller. 
25 
 
17. Tremblay, R. E., R. O. Pihl, et al. (1994). “Predicting early onset of male 
antisocial behaviorfrom preschool behavior.” Archives of general 
psychiatry 51(9): 732-739.

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