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Letícia Nano- Medicina Unimes Antiagregantes plaquetários Os fármacos antitrombóticos são muito importantes clinicamente no manejo de eventos que podem ter uma mortalidade elevada, como infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo pulmonar e acidente vascular encefálico, e outros eventos tromboembólicos. Podem ser divididos em: antiagregantes plaquetários, anticoagulantes e fibrinolíticos. Os antiagregantes plaquetários são agentes diversos, que têm em comum a propriedade de inibir a formação do trombo, sem interferir de forma significativa nos demais segmentos da coagulação. Promovem a inibição das funções plaquetárias como adesividade e agregação, inibem a reação de liberação ou secreção das plaquetas, reduzem os agregados plaquetários circulantes e inibem a formação do trombo, induzido predominantemente por plaquetas. Revisão Hemostasia primária A lesão endotelial leva a exposição de colágeno, e consequentemente, do fator de Von Willebrand (vWF), que funciona com um gancho entre o colágeno e as plaquetas. Quando isso acontece, a glicoproteína Ib é capaz de ligar-se ao fator de Von Willebrand, dando início ao processo de adesão plaquetária. A ligação das plaquetas ao vWF desencadeia a liberação de ADP, que se liga em seu receptor específico a superfície plaquetária e permite a não só a ativação plaquetária, mas também a expressão de outros receptores com atividade pró-trombótica. A ativação dos receptores de ADP ligados a proteina Gq levam a um aumento do cálcio intraplaquetário e, consequentemente, tem-se um aumento da expressão da COX-1 plaquetária, que cursa com aumento da liberação de tromboxano A2, substância capaz de perpetuar a agregação e ativação plaquetária. No processo de ativação, devido ao aumento do cálcio intraplaquetário, há interação entre a actina e a miosina plaquetária, culminando com alteração do citoesqueleto e, consequentemente, alteração da conformação da plaqueta, que passa a apresentar uma expansão de seus pseudópodes. Além disso, ocorre secreção dos conteúdos granulares plaquetário. Uma vez ativadas, as plaquetas aumentam sua expressão superficial de uma glicoproteína conhecida como glicoproteína IIb-IIIa. Tal estrutura permite que as plaquetas se liguem umas às outras, levando a formação da “teia plaquetária”. A agregação plaquetária é completa quando as glicoproteínas IIb-IIIa das plaquetas interagem entre si por intermédio da fibrina. As plaquetas ainda expressam um receptor chamado de PAR-1, este receptor é estimulado pela própria trombina (Fator IIa), e a ativação desse receptor é capaz de propagar o recrutamento e agregação plaquetária. Com o fim destas etapas da hemostasia primária, temos a formação de um tampão plaquetário. (Fonte: Blog Jaleko) Tipos de fármacos: 1. Inibidores da Ciclooxigenase 2. Inibidores do receptor de Adenosina (P2Y)- ADP: Ticlopidina Clopidogrel Prasugrel Ticagrelor Cangrelor Elinogrel 3. Inibidores da fosfodiesterase Ciloslazol Dipirdamol 4. Antagonista de trombina Vorapaxar 5. Inibidores da gliproteina IIb/IIIa Abxicimab Eptifibatide Tirofibana Letícia Nano- Medicina Unimes Fármaco Classe Mecanismo de ação Ligação c/ receptor Princípios farmacológicos Vantagens Desvantagens Aspirina- ácido acetilsalicílico Inibidores da Ciclooxigenase Inibição irreversível da COX1 e 2 e redução da formação de TXA2 (pela COX1). *Função do TXA2: vasocontrição e agregação plaquetária Irreversível Meia vida: 15-20 minutos. Início ação: 20-30 minutos. Duração de 10 dias. Formulação: oral (150-350 mg/dia) - Reduz mortalidade cardiovascular (baixa dose- 75 mg a 160 mg) após IAM nas primeiras 24horas - Uso profilático diminui mortalidade por IAM e morte cardiovascular - Pode predispor à lesões gastrointestinais mesmo em pacientes sem história prévia - Há uma parcela de indivíduos que possuem resistência ao fármaco e o uso pode aumentar o risco cardiovascular - Eficácia no uso profilático em pacientes do sexo feminino somente após os 65 anos - Uso em pacientes com AVC é controverso devido ao AVC hemorrágico - Uso profilático em pacientes diabéticos não tem efeito protetor - Dose ideal ainda é discutida. A administração a cada 3 dias demonstrou mesma eficácia que uso diário, e com menos efeitos gastrointestinais -Contraindicado em gestantes, discrasia, sangramentos digestivos ativos e hipersensibilidade - “formulação entérica”, AAS tamponado ou em comprimidos gastrorresistentes não conferem benefício gástricos Ticlopidina Inibidores da P2Y12 (tienopiridinas) Inibição irreversível do receptor de P2Y12 de ADP, resultando em inibição da agregação plaquetária Irreversível Longa duração de ação. Início de ação: lento (3-7 dias) Formulação: Oral 2x/dia - Rapidamente absorvida (utilizado na urgência). - Pró-droga – requer conversão a tiol por enzima do citocromo P450 hepático - Efeitos adversos: neutropenias e plaquetopenia, sd hemolítico urêmica Letícia Nano- Medicina Unimes Clopidogrel Inibidores da P2Y12 (tienopiridinas) Antagonista dos receptores de ADP P2Y12 na plaqueta, resultando em inibição da agregação plaquetária Irreversível Meia vida: 8 horas Formulação: Oral 2x/dia -Potencializa a ação da Aspirina. O contrário ainda é desconhecido. -Mais potente que a Ticlopidina -Necessita de metabolização pela enzima CYP2C19. - Há resistência em alguns indivíduos - Variabilidade de efeito nos pacientes (devido as isoformas do citocromo 2C19) - Interação medicamentosa com fármacos, como IBP´s e Fluoxetina (^ o tempo de hospitalização e riscos) Prasugrel Inibidores da P2Y12 (tienopiridinas) Antagonista dos receptores de ADP P2Y12 na plaqueta, resultando em inibição da agregação plaquetária Irreversível Meia vida: 7h (2- 15h) Início de ação: 30 minutos. Retorno ao baseline após 9 dias de interrupção do uso Formulação: Oral 1x/dia - Não necessita de metabolização pela enzima CYP2C19 e sim por esterases - Atua mais rapidamente que a Ticlopidina e o Clopidogrel - Superior em eficácia ao clopidogrel - Apresenta maior risco de sangramento em relação ao Clopidogrel Ticagrelor Inibidores da P2Y12 (ciclopentanos) Antagonista (alostérico) dos receptores de ADP P2Y12 na plaqueta, resultando em inibição da agregação plaquetária Reversível Meia vida: 7h e de seu metabólito 9h Formulação: Oral 2x/dia - É um fármaco ativo farmacologicamente (não necessita de metabolização hepática) - Superior em eficácia ao clopidogrel e ação é mais rápida -Reduz mortalidade cardiovascular, em IAM e AVC do que clopidogrel (economicamente importante) - Administração 2x/dia Cangrelor Inibidores da P2Y12 (ciclopentanos) Antagonista dos receptores de ADP P2Y12 na plaqueta, resultando em inibição da agregação plaquetária Reversível Meia vida: 2-3 minutos Início de ação: Imediatamente Formulação: endovenosa - É um fármaco ativo farmacologicamente - Retorno ao baseline 1h após interrupção do uso -Recomendado para suspeita de IAM na emergência médica Vorapaxar “Antagonista de trombina” Antagonista do PAR- 1 (receptor ativado Reversível Meia vida: 311 horas -Mais potente que o Dabigatrana, pois impede a agregação Obs.: NÃO é um anticoagulanteLetícia Nano- Medicina Unimes por proteases, inclusive trombina) Formulação: oral plaquetária mediada por outras proteases Abxicimab Inibidores irreversíveis da glicoptroteína IIb/IIIa Fragmentos de anticorpos monoclonais contra a GPIIb IIIa, responsável pela agregação entre as plaquetas via fibrinogênio Tempo de ligação à plaqueta longo Início de ação: 30 minutos Formulação: endovenosa -Uso principal em angioplastias coronarianas - Redução da chance de reestenose coronariana - Redução da mortalidade e recorrência do IAM Retorno ao baseline 24 horas após - Efeitos adversos: sangramento e trombocitopenia (mais comum do que nos outros fármacos) -Uso associado a aspirina e heparina Eptifibatida Inibidores da glicoptroteina IIb/IIIa Peptídeo cíclico inibidor do local de ligação do fibrinogênio na gp IIb/IIIa Tempo de ligação à plaqueta curto Meia vida: 2,5 horas Duração: 6-12h Formulação: Endovenoso - Tratamento da síndrome coronariana aguda em angioplastias coronarianas geralmente é associada ao AAS e heparina - Retorno ao baseline após 6-12 horas - Efeito adverso: sangramento e trombocitopenia Tirofibana Inibidores da glicoproteina IIb/IIIa inibidor não- peptídico da gp IIb/IIIa Tempo de ligação à plaqueta curto Meia vida:2 horas Curta duração de ação Formulação: endovenosa - Excreção inalterada pelos rins - Eficaz no infarto do miocárdio e angina instável - Utilizada em associação com a heparina - Principal efeito adverso - sangramento Letícia Nano- Medicina Unimes Resumo:
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