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Gerenciamento dos Serviços de Saúde Tema 06 – Gerenciamento de recursos humanos em enfermagem Bloco 1 Úrsula Westin 1 OBJETIVOS Entender o conceito de Gestão de pessoas; Compreender o processo de trabalho gerencial do enfermeiro relacionado a recursos humanos; Identificar as facilidades e dificuldades no gerenciamento de recursos humanos em enfermagem; Refletir sobre a importância do gerenciamento de recursos humanos em enfermagem nos diferentes cenários de prática do enfermeiro. INTRODUÇÃO Gerenciamento de recursos humanos é uma das dimensões do processo de trabalho do enfermeiro; Enfermeiro: teorias e saberes específicos que fundamentam a prática profissional numa perspectiva crítico-reflexiva; INTRODUÇÃO Recursos humanos constituem-se a maior parte de uma empresa; Área da saúde: 60% ou mais de profissionais da enfermagem; Sucesso da organização: capital intelectual; Qualidade de vida dos trabalhadores e sobrecarga de trabalho: interferem diretamente na qualidade da assistência prestada. GERENCIAMENTO DE RECURSOS MATERIAIS Formam a base de sustentação das instituições. (LOPES et al,2010) Fonte: (GRECO; DEUS, 2013). Sucesso da organização depende: Gestão de pessoas e cultura organizacional Saúde: influência das teorias administrativas (científica, clássica e burocrática), modelos tradicionais de gestão: - Atividades fragmentadas; - Modalidade funcional de organização do trabalho; - Organograma vertical e hieraquizado; - Relações de poder. (MATOS; PIRES, 2006) Gestão de pessoas e cultura organizacional Saúde: Teoria das relações humanas, de Elton Mayo – quebra de paradigma; - Homem social; - Relações humanas. (MATOS; PIRES, 2006) Perspectiva integral e holística do cuidado. (LUCCA, et al, 2016) Gestão de pessoas e cultura organizacional Mudanças econômicas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, políticas, demográficas e ecológicas, a administração ou gerenciamento de recursos humanos, também denominada de gestão de pessoas, gestão do capital humano ou ainda administração do capital intelectual, tem sofrido grande influência. (CHIAVENATO, 2004) Gestão de pessoas e cultura organizacional GESTÃO DE PESSOAS: Definido por Dutra (2002): Conjunto de princípios, diretrizes, procedimentos, métodos e técnicas que fundamentam as decisões e comportamentos do serviço e das pessoas em sua relação com a organização e direcionam a implementação de decisões entre a organização e seus funcionários. Gestão de pessoas e cultura organizacional Rocha et al (2014): Há uma relação entre a cultura organizacional, o modelo de gestão e a organização do trabalho em saúde adotado pela instituição. Gestão de pessoas e cultura organizacional Cultura organizacional: A realidade da organização, representada pela coletividade dos membros distintos e únicos que compartilham valores e crenças, configurando um conjunto de significado dentro da organização. (VAITSMAN, 2000) Gestão de pessoas e cultura organizacional Cultura organizacional: Resultante da convergência de crenças e valores de todos os trabalhadores, que coletivamente expressam suas opiniões e estabelecem normas que direcionam seu trabalho, e orienta as decisões do gestor. (JERICÓ; PERES; KURCGANT, 2008) Gestão de pessoas e cultura organizacional Cultura organizacional: Influencia as reações de trabalho e poder dentro de uma organização, sendo necessário que os gestores saibam lidar com os conflitos inerentes a processo de trabalho, bem como considerar o trabalhador um agente facilitador na busca dos objetivos organizacionais. Gestão de pessoas e cultura organizacional Ajuste entre: - Objetivos da organização + objetivos dos indivíduos que lá trabalham: Facilitar o alcance das metas pessoais e da empresa, convergindo forças para o objetivo final. (PERES; LEITE; GONÇALVES, 2011) Gestão de pessoas e cultura organizacional Importante: recrutamento e seleção de pessoal de enfermagem; educação permanente; dimensionamento de pessoal de enfermagem. Para alcançar os objetivos da organização em sintonia com os objetivos de cada individuo em sua coletividade! Gerenciamento dos Serviços de Saúde Tema 06 – Gerenciamento de recursos humanos em enfermagem Bloco 2 Ursula Westin 16 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Processo impulsionador para transformações dentro da organização, gerando oportunidades de capacitação e desenvolvimento/crescimento pessoal e profissional. (PERES; LEITE; GONÇALVES, 2011) EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Política Nacional: aprendizagem no trabalho, ou seja, o aprender e o ensinar estão presentes no cotidiano dos trabalhadores, que utilizam a problematização da própria prática para aprendizagem colaborativa. (BRASIL, 2004) EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EPS: Trabalhadores: sujeitos ativos no seu processo de ensino aprendizagem e na construção dos saberes e práticas; Processo de mudança de postura e melhoria contínua dos saberes e práticas que transcendam o tecnicismo; Instiga a participação ativa e desenvolve a capacidade crítica-reflexiva de todos os atores sociais envolvidos. (LEMOS, 2016) RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM ANTIGAMENTE: captar a melhor mão de obra, mais produtiva e tecnicista; lucros, sem levar em consideração o ser humano e suas relações sociais; ATUALMENTE: complexo e relacionado à política e objetivos organizacionais, economia vigente, mercado de trabalho, oferta de mão de obra qualificada e necessidades individuais dos trabalhadores. (PERES; LEITE; GONÇALVES, 2011) RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM Principal capital de toda empresa incluso na área da saúde é o capital intelectual, que necessita atender e ser atendido em suas expectativas, a fim de que a organização sobreviva à sociedade competitiva e em constante transformação. (LASELVA; COSTA, 2011) ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM Levar em consideração: número dos funcionários; cargas horárias; licenças médicas (CLT); turnos; limitações e produtividade dos funcionários envolvidos; absenteísmo; grau de dependência dos pacientes e complexidade da clínica. (SOUZA, et al, 2011) ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM Dificuldades: redução de gastos; diminuição do quadro de profissionais; sobrecarga de trabalho; insatisfação dos trabalhadores; precarização e condições inadequadas de trabalho. (SOUZA, et al, 2011) ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Instrumento de gestão, fundamentando o planejamento, previsão e avaliação do quantitativo e qualitativo de pessoal de enfermagem, tendo em vista a melhor qualidade possível no atendimento. (FUGULIN; GAIDZINSKI, 2011) ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Segundo Kurcgant (1991): é a etapa inicial do provimento de pessoal, que tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionários por categoria, requerida para suprir as necessidades de assistência de enfermagem, direta ou indiretamente, prestada à clientela. ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Processo sistemático que estabelece parâmetros para dimensionar o quantitativo mínimo de diferentes níveis de formação dos profissionais de enfermagem, orientando os gestores das instituições de saúde no planejamento e programação das ações de saúde e na priorização das ações a serem desenvolvidas. (FUGULIN; GAIDZINSKI, 2011) ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 Unidades de Internação (UI): - utilizar SCP: PCM: 4h PCI: 6h PCAD: 10h PCSI: 10h PCIt: 18h 33% enfermeiros e demais técnicos e auxiliares.... 36% enfermeiros 42% enfermeiros 52% enfermeiros Ainda, de acordo com a Resolução 543/2017, paracuidado mínimo e intermediário, deve-se ter 33% de enfermeiros e os demais técnicos e auxiliares; Para cuidados de alta dependência, deve ser 36% de enfermeiros e demais técnicos e auxiliares; para cuidados semi-intensivo, deve ter 42% de enfermeiros e para cuidados intensivos, 52% de enfermeiros e demais técnicos e auxiliares. (BRASIL, 2017) 27 ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 Unidades de Internação (UI): THE = [(PCMx4) + (PCIx6) + (PCADx10)+ (PCSI x10)+ (PCItx 18)] KM= DS x (1+IST) dividido por CHS Fórmula: QP= THE x KM 28 ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 Unidades Assistenciais (UA): THE= [(NMP1x TMP1) + (NMP2 x TMP2) +.....( NMPn x TMPn)] QP=THE x KM *KM: para UA, o funcionamento (DS) é de 2ª a 6ª feira (5 dias) ou de 2ª a sábado (6 dias) e não 7 dias na semana, como usa-se em UI. 29 ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 Centro Cirúrgico: THE= (P1xH1) + (P2 x H2) + (P3 x H3) + (P4 x H4) H= hso+hl+he (hl=0,5h e he=0,2h) QP= THE x KM 30 ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 - Saúde mental, CAPSI, CAPSII, CAPS III, UTI Psiquiátrica, PS Psiquiátrico e enfermaria Psiquiátrica, CAPSi e CAPSad: THE - tempo médio de pacientes x tempo médio de assistência QP= THE x KM 31 ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 - Unidades assistenciais Especiais (UAE): UPA, CO, Ambulatório, Hematologia, etc Utiliza-se sítios funcionais (SF), áreas operacionais e período de tempo, através do espelho semanal padrão (ESP). TSF= [(SF1) + (SF2) + (SF3) +.... (SFn)] QP= TSF x KM 32 ESCALA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM DIMENSIONAMENTO: Resolução COFEN nº 543/2017 Atenção primária Utiliza-se uma ferramenta adaptada do Workload Indicators of Staffing (WISN), por Bonfim et al (2015): QP= Qdir dividido por 1-Qind% dividido por 100 33 Considerações finais Quadro de profissionais de enfermagem inadequado; Sobrecarga de trabalho; Influencia diretamente nos resultados/qualidade da assistência prestada: riscos ao paciente, ao profissional; Internações mais prolongadas: aumento dos custos e comprometimento da qualidade do cuidado, bem como da qualidade de vida dos profissionais. Considerações finais Quadro de profissionais de enfermagem inadequado; Sobrecarga de trabalho; Influencia diretamente nos resultados/qualidade da assistência prestada: riscos ao paciente, ao profissional; Internações mais prolongadas: aumento dos custos e comprometimento da qualidade do cuidado, bem como da qualidade de vida dos profissionais. Considerações finais Lei Nº7.498/86 e o Código de Ética dos profissionais da enfermagem: cabe ao enfermeiro utilizar métodos adequados para compor um quadro apropriado de pessoal que consiga suprir as necessidades do serviço, além de assumir as questões éticas, políticas e legais frente às reais condições de trabalho, tendo em vista sempre a qualidade da assistência prestada e a gestão do cuidado baseada no usuário. Considerações finais Quantitativo ideal para continuidade do cuidado; Cuidado de qualidade; Rotatividade excessiva gera sobrecarga do trabalho e aumento de custos; Investimentos em programas de educação permanente.
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