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Guia da Disciplina-Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia

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FUNDAMENTOS NEUROFISIOLOGIA E 
NEUROPSICOLOGIA 
Me. Denise Marques Alexandre 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2020 
 
 
1 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. INTRODUÇÃO À NEUROFISIOLOGIA 
 
Objetivo 
Propiciar conhecimentos básicos sobre a neurofisiologia, promovendo a 
compreensão do funcionamento do sistema nervoso como estrutura responsável pelo 
controle dos diferentes sistemas. 
 
Introdução 
Iniciaremos nesta unidade, uma ampla jornada do estudo do corpo humano, teremos 
a oportunidade de desvendar suas funções, sua estrutura e compreender que cada detalhe 
está designado a desempenhar uma função específica e muitas vezes complementar no 
organismo. 
 
Certamente, muitos de vocês devem estar se perguntando por que estamos 
estudando um assunto tão distante do campo de conhecimento da educação, mas é sabido 
que cada dia mais, a interdisciplinaridade exige dos profissionais amplo conhecimento para 
transitar em territórios que antes eram exclusivos de profissionais especialistas. 
 
Para os profissionais que atuam com educação se torna imprescindível conhecer as 
funções do sistema nervoso central, bem como, questões relacionadas ao comportamento 
humano. 
 
Vale lembrar que o processo de aprendizagem nada mais é do que uma mudança 
de comportamento resultante de uma prática ou experiência anterior. Direcionando o nosso 
assunto para um olhar multidisciplinar, podemos dizer que a aprendizagem é uma mudança 
de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos. 
 
Agora que já compreendemos a importância do estudo da neurofisiologia e da 
neuropsicologia, daremos início às descobertas relacionadas aos conceitos e uso dessas 
ferramentas tão importantes para nossas práticas. 
 
Para compreender as definições de neurofisiologia e neuropsicologia, precisaremos 
“dissecar” de maneira metódica os conceitos, para desvendar suas ações e estruturas. 
 
 
2 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A fisiologia é considerada a ciência que estuda o funcionamento dos organismos 
vivos. Observando a concepção da palavra; physis significa natureza, função ou 
funcionamento; e logos, palavra ou estudo. 
 
De forma geral, a fisiologia aborda assuntos relacionados à nutrição, circulação, 
respiração, excreção, aos sistemas de integração aos movimentos corporais, suporte e 
movimentos corporais, controle imunitário e reprodução. 
 
Como a maioria das ciências ocidentais, a fisiologia nasceu na Grécia, há mais de 
2500 anos e foi descoberta por pensadores pré-socráticos, e que foram considerados os 
primeiros fisiólogos, pois realizaram um estudo racional e científico da natureza. 
 
A primeira concepção de fisiologia foi descrita por 
Hipócrates (460 e 370 a.C.); em sua obra forma o Corpus 
Hippocraticus, onde encontramos descrita sua a doutrina dos 
“quatro humores”, segundo a qual o corpo humano seria 
constituído por uma mistura de quatro fluidos, ou humores: o 
sangue, a fleuma, a bile amarela e a bile negra. 
 
Porém, foi Cláudio Galeno (129-200 d.C.) a figura fisiológica mais influente da 
Antiguidade. Foi considerado o pai da fisiologia experimental sendo ainda responsável 
pelos cuidados do Imperador Marco Aurélio e médico dos gladiadores. 
 
Oficialmente, o termo “fisiologia” foi utilizado pelo médico francês Jean François 
Fernel (Fernelius 1497-1558) para descrever o estudo das funções corporais. 
 
O próximo grande passo na investigação anátomo-fisiológica foi realizada por 
Andreas Vesalius (1514-1564), criador da “A Estrutura do Corpo Humano” uma obra 
ricamente ilustrada, que se destacou como uma das maiores contribuições da medicina e 
marca o início da anatomia e fisiologia moderna. 
 
A fisiologia como entendemos e praticamos hoje, ainda foi moldada ao longo do 
século XIX, especialmente na França e Alemanha. Após esse período ainda tivemos 
grandes contribuições de diversos estudiosos, perpassando pelo século XX e chegando à 
incrível descoberta do DNA. 
Fonte da imagem: 
https://2.bp.blogspot.com/-
N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAA
F9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7
RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg 
https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg
https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg
https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg
https://2.bp.blogspot.com/-N2A93cI56tw/WUf0vmDAA2I/AAAAAAAAF9Y/QtAqxTPKYzMiK2APTdscKvANEqS7RHFAQCLcBGAs/s1600/fisiologia222.jpg
 
 
3 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Percorrendo esse breve histórico da fisiologia, pudemos perceber como são 
fascinantes as descobertas em relação ao corpo humano desde os primórdios até os dias 
atuais. 
 
Como vimos no início da nossa unidade, a fisiologia surge como uma ferramenta 
para desvendarmos algumas características do funcionamento do corpo humano. 
 
Segundo Guyton (1988), a fisiologia é o estudo do funcionamento dos órgãos e 
sistemas que constituem o organismo humano, considerando que o corpo humano tem seis 
níveis de organização estrutural: 
 
Visualizando os seis níveis de organização estrutural do corpo humano, é possível 
perceber que a Fisiologia estuda o funcionamento dos sistemas celulares e orgânicos 
(nervoso, muscular, endócrino, cardiovascular, respiratório, digestório e urinário). 
 
Fonte: Elaborado pela autora (2018) 
 
QUÍMICO - inclui todas as substâncias químicas necessárias
para manter a vida.
CELULAR - inclui todas as substâncias químicas necessárias
para manter a vida.
TECIDUAL - Os tecidos são grupos de células (tecido
muscular, etc)
ORGÂNICO - órgãos são compostos de dois ou mais tecidos
diferentes ( o coração, o cérebro, etc)
SISTÊMICO - órgãos relacionados que desempenham uma
função comum (sistema disgestório: boca, laringe,
estomago)
ORGANISMO - os sistemas do corpo, funcionando como um
todo compõe o organismo = um ser vivo
 
 
4 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A Neurofisiologia, particularmente estuda as funções do sistema nervoso 
(integradora, sensorial, motora e adaptativa) responsável em nos permitir perceber e 
interagir com o nosso ambiente. Vale lembrar que é a função cerebral nos torna a pessoa 
que somos. 
 
Para compreender um pouco melhor o funcionamento cerebral, abordaremos 
brevemente como o sistema nervoso se compõe: suas classes celulares, região, divisões 
e componentes. 
 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o organismo a 
perceber as variações do meio (interno e externo), e a difundir as modificações que essas 
variações produzem ao executar as respostas adequadas, para que seja mantido o 
equilíbrio interno do corpo (homeostase). 
 
O sistema nervoso possui duas classes de células, responsáveis pela recepção dos 
sinais sensoriais: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia). 
 
O neurônio é a célula responsável pela capacitação do estímulo, sendo composto de 
quatro partes distintas: corpo celular (soma), Centro metabólico da célula (contém o núcleo 
onde ficam os genes da célula); retículo endoplasmático rugoso e liso (que sintetizam as 
proteínas da célula) e o corpo celular origina dois importantes prolongamentos que 
constituem o neurônio: dendritos e axônios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como 
receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio. Os 
axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. 
 
 
5 Fundamentos Neurofisiologiae Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-
se sinapse. 
 
O sistema nervoso central se divide em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde 
ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco 
cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado 
cranialmente; e PONTE, situada entre ambos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1. Conclusão 
Tivemos aqui nosso primeiro contato com algumas estruturas do nosso sistema 
nervoso central, em breve exploraremos outras áreas que nos trarão mais subsídios para 
compreender o funcionamento do cérebro e seus desdobramentos no nosso cotidiano 
profissional. 
 
Já aprendemos que o sistema nervoso central recebe, analisa e integra as 
informações. Podemos dizer que, é o local onde as tomadas de decisão e o envio de ordens 
acontece, então se você ficar em dúvida hoje, saberá que é o seu sistema nervoso central 
que está se mobilizando. Temos em média 86 bilhões de neurônios trabalhando juntos! 
 
Fonte: https://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&biw=1011&bih=542&tbm=isch&sa=1&ei=2BzPWp3HJcifwgTQraqoCA&q=cerebro&oq=c
ereb&gs_l=psy-
ab.1.0.0i67k1j0j0i67k1j0l2j0i67k1j0j0i67k1j0l2.2169.3609.0.5726.6.6.0.0.0.0.119.528.2j3.6.0..
..0...1c.1.64.psy-ab..0.5.527.0...101.sbVCz5UFEWY#imgrc=9dqgd6EoGDrtvM: 
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6 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. BREVE HISTÓRICO DA NEUROPSICOLOGIA 
 
Objetivo 
Apresentar breve do histórico da Neuropsicologia, como intuito de pontuar a 
evolução dos estudos do cérebro e suas contribuições 
 
Introdução 
O termo Neuropsicologia foi inicialmente utilizado com o intuito de demonstrar, um 
estudo cientifico, que combinava o interesse comum de neurologistas e psicólogos pelo 
funcionamento cerebral. 
 
O desenvolvimento da Neuropsicologia acompanhou a evolução do estudo do 
cérebro, partindo da busca pela compreensão sobre a relação entre o organismo e os 
processos mentais. 
 
Atualmente, as pesquisas ainda se desenvolvem com o intuito de compreender como 
o sistema nervoso modula nossas funções cognitivas, comportamentais, motivacionais e 
emocionais. (Cosenza, Fuentes e Malloy-Diniz, 2008). 
2.1. O Cérebro e a Antiguidade 
O papiro, que foi chamado de “O papiro cirúrgico de Edwin Smith”, foi adquirido em 
1862, na cidade de Luxor, continha as mais antigas descrições anatômicas, fisiológicas e 
patológicas das mais diversas doenças, incluindo oito estudos de danos cerebrais fazendo 
correlação entre funções cerebrais e suas localizações. 
 
Considerado o primeiro registro em que palavras como “cérebro”, “meninges” e 
“liquido cefalorraquidiano”, além de conter de 48 casos de observação, incluindo casos de 
traumatismos cranianos e de pescoço. 
 
Segundo Walsh (1994), apenas em 1930 que o papiro foi traduzido e comentado, 
abrindo assim um caminho em direção à “corticalização” das funções com a descrição dos 
danos cerebrais. 
 
 
 
7 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.2. Linha do Tempo 
 
 
 
 
 
 
 
 
470 - 360 a.C. Demócrito 
Considera que o cérebro é a sede do 
pensamento e localizava as faculdades 
afetivas em diferentes partes do corpo 
– o desejo no fígado e a ira no coração. 
460 – 355 a.C. Hipócrates 
Afirma que o cérebro é a parte mais 
importante do corpo e é onde está 
localizado o pensamento. 
Estabelece que o cérebro está 
envolvido com nossas sensações e 
emoções e é o sítio da inteligência. 
428 – 347 a.C Platão 
 Atribui a idéia de imortalidade ao 
intelecto situado na cabeça. 
348 – 322 a.C Aristóteles 
Diz que cérebro nada mais resta que 
a simples tarefa de refrigerar o 
organismo, uma vez que nada mais é 
além de um “composto de água e 
terra”. 
200-129 a.C. Galeno 
Atribui ao cérebro o comando do 
corpo e das atividades mentais. 
Idade Média – Renascimento 
 Os estudos sobre neuroanatomia são 
retomados por Leonardo da Vinci que 
atuou no Hospital de Santa Maria 
Nuova – Florença (1504). 
Fonte da imagem: 
https://png.pngtree.com/el
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8 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.3. Visão dos Autores 
No intuito de ampliar nossos conhecimentos, vamos recorrer à visão de alguns 
autores sobre a Neuropsicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
2.4. Fatos Importantes 
 
 
 
 
 
 
 
O médico inglês Thomas Willis 
(1621-1675) escreveu um dos livros mais 
importantes da história das ciências do 
cérebro, o Cerebri anatomie (Anatomia 
cerebral), em 1664 (Lambert e Kinsley, 
2006). 
Os egípcios, por exemplo, acreditavam 
que o coração era o local onde habitava a alma; 
eles embalsamavam cuidadosamente o coração 
dos mortos, enquanto, simplesmente, jogavam 
o cérebro fora. 
(Gazzaniga e Heatherton, 2005) 
Pierre Paul Broca (1881) 
Demonstra que a perda da fala em 
alguns indivíduos é proveniente de uma 
lesão do lóbulo frontal superior esquerdo. 
 “Nós falamos com o hemisfério 
esquerdo”. 
 
Fonte da imagem: 
https://png.pngtree.com/element_o
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Fonte da imagem: 
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 Santiago Ramon y Cajal (1880) 
Sistema Nervoso é composto por bilhões 
de neurônios e que se comunicam entre si 
através de ligações especializadas chamadas 
sinapses. 
(Possível relação com a aprendizagem) 
 
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9 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.5. Atividade Mental Humana 
Segundo Luria, “toda atividade mental humana é um sistema funcional complexo 
efetuado por meio de uma combinação de estruturas cerebrais funcionando em concerto, 
cada uma das quais dá a sua contribuição particular para o sistema funcional como um 
todo”. (LURIA, 1981, p. 23). 
 
 
 
Durante toda a história das neurociências, a investigação do funcionamento 
cerebral e sua correlação com o comportamento foram analisadas de diversas 
formas. 
Vimos nessa unidade de maneira lúdica, algumas contribuições que 
demonstram pontos no percurso histórico e que serviram de base para o nítido 
desenvolvimento que a Neuropsicologia encontra na contemporaneidade. 
 
 
 
 
10 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. INTRODUÇÃO A NEUROPSICOLOGIA 
 
Objetivo 
Promover uma concisa introdução da neuropsicologia, destacando seus objetivos. 
 
Introdução 
A Neuropsicologia é uma ciência do século XX, que se desenvolveu inicialmente a 
partir da convergência da neurologia com a psicologia. Surge com o objetivo comum de 
estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão cerebral. 
 
Podemos situá-la numa área de interface entre as neurociências e as ciências do 
comportamento, podendo ser entendida também como uma disciplina das neurociências, 
que está interessada em relacionar os mais diversos comportamentos dos indivíduos com 
os sistemas cerebrais. (Gil, 2002; Caixeta et al. 2007; Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 
2008; Miotto, 2011) 
 
Atualmente, a disciplina de neuropsicologia vive uma grande expansão, 
principalmente por atuar no campo da multidisciplinaridade, pois é constituída por diversos 
profissionais dos campos da psicologia, medicina, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia 
ocupacional e muitos outros profissionais. (Mendonça, Azambuja & Schlecht, 2008; Haase 
et al., 2012; Miotto, 2012). 
3.1. Neuropsicologia 
O enfoque central da Neuropsicologia é o estudo da relação sistema nervoso, 
comportamento, e cognição, ou seja, o estudo das capacidades mentais mais complexas 
como: 
 Linguagem 
 Memória 
 Consciência 
3.2. Profissionais e a Neuropsicologia 
Como vimos anteriormente, existem muitos profissionais interessados pela 
Neuropsicologia, mas daremos ênfase nos profissionais de educação, pois atuam com os 
processos de ensino-aprendizagem, dificuldade de aprendizagem e distúrbios de 
aprendizagem. 
 
 
11 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Posteriormente, veremos em uma unidade específica da nossa disciplina que todos 
os aspectos que envolvem a Neuropsicologia e os processos de aprendizagem. 
 
Aproveito para salientar que nesta unidade ainda estamos tateando alguns conceitos 
que introduzem a disciplina de Neuropsicologia, na próxima semana mecanismos neurais 
de aprendizagem e memória. 
3.3. Relação Cérebro-Mente 
As investigações científicas da relação cérebro-mente começaram a ocorrer nas 
últimas décadas do século XIX, e merecem ser destacadas, pois forneceram as bases para 
as abordagens metodológicas que surgiram posteriormente. 
 
Na atualidade, as formas de abordar a análise das funções cerebrais e o 
desenvolvimento cognitivo estão diretamente relacionados à capacidade de interação 
social com os outros indivíduos, sendo considerada cognição social. (De Taquaral ET AL, 
2009) 
 
Pontuamos nesta unidade, que a neuropsicologia é fruto da evolução das 
neurociências e da psicologia, suas contribuições ressaltam que além das descobertas em 
relação ao comportamento humano e o cérebro, pode ainda desenvolver ações que 
possibilitam reabilitar questões ligadas a aprendizagem. 
 
Na próxima semana, teremos a oportunidade de conhecer detalhadamente, todos os 
processos que envolvem o desenvolvimento da neuropsicologia. 
 
 
 
12 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. CONCEPÇÕES DA ORGANIZAÇÃO CEREBRAL 
 
Objetivo: 
Parte-se de Vygotsky para analisar o desenvolvimento humano com relação às 
especificidades da neuropsicologia para com o funcionamento cerebral humano, visto que 
este teórico é referência nos estudos pedagógicos e sua contribuição ressignificou o fazer 
pedagógico contemporâneo. 
 
Introdução: 
O local onde nós estamos inseridos, o nosso cotidiano e as relações com as quais 
nos desenvolvemos influenciam significativamente em nossa formação cerebral onde estes 
processos estão inseridos em uma ampla rede de neuroconexões bioquímicas, 
eletroquímicas, dentre outras. Estes impulsos cerebrais e conexões diversas constituem 
não apenas o nosso cérebro humano – enquanto máquina produtiva – como também a 
forma com que possamos desenvolver os mais diversos saberes. 
 
A influência do saber biológico entrecruza toda a obra de Vygotsky pois, psicólogo 
como era, debruçou-se nos estudos de que o desenvolvimento intelectual das crianças e 
dos adolescentes se davam, prioritariamente, a partir das relações interpessoais 
constituídas ao longo de suas formações dos processos sociais. Crítico a algumas posturas 
do regime stalinista da extinta União Soviética, teve suas obras censuradas e por muitas 
décadas invisibilizadas naquele país. 
 
O desenvolvimento da neuropsicologia esteve inserido num momento de 
efervescência dos estudos do comportamento humano e de como não apenas o cérebro 
em si, mas também as interações e relações interpessoais poderiam influenciar a formação 
cerebral dos sujeitos. 
4.1. Desenvolvimento cerebral e interação social 
Para Vygotsky, durante suas pesquisas iniciais sobre as questões cerebrais 
humanas, tudo que se relacionava a surdez, cegueira, deficiência mental, dentre outras, 
estão entrecruzadas pelo desenvolvimento biológico. Ao fim de sua carreira, “a ênfase na 
pedologia e nas teorias psicológicas orienta seu trabalho para o estudo do desenvolvimento 
ontogenético humano, nos critérios de periodização e nas características de cada idade da 
criança” (Andrade; Smolka, 2012). 
 
 
13 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Dividia o cérebro em duas categorias principais: o cérebro em funcionamento e o 
funcionamento do cérebro. Para a primeira, o cérebro funcionava constantemente e 
justamente por isso as interações e relações interpessoais eram de fundamental 
importância para o seu desenvolvimento, já para a segunda categoria, afirmava-se que o 
funcionamento do cérebro era algo que se permanecia. Ou seja, enquanto a primeira 
necessitava de estímulos para ocorrer, a segunda ocorria naturalmente. 
 
Quanto mais um cérebro fosse estimulado, mais ele desenvolveria suas ações 
cognitivas e, justamente por isso, recomendava-se que as interações pessoais estivessem 
sempre presentes nos cotidianos infanto-juvenis. A partir do momento que tais interações 
ocorressem, aquilo que estava posto e presente (o seu funcionamento, em si) faria a sua 
função naturalmente. 
 
Ainda que ele não tenha se debruçado com o objetivo de explorar com exaustão esta 
sua teoria, acabou por influenciar diretamente os trabalhos de Alexander Romanovich Luria 
pois, a seu ver, o cérebro não era apenas um órgão presente no corpo humano, sim um 
órgão capaz de ser influenciado pelo contexto socio-histórico e cultural a qual o sujeito 
estivesse inserido. Não centrou a sua análise nos fatores biodeterministas, permitiu-se se 
influenciar pelos estudos históricos, culturais, sociológicos e antropológicos ao 
compreender que a dinâmica cerebral seria influenciada pela dinâmica local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2. Entre as subjetividades e as necessáriasobjetividades 
Ao partir do ponto de análise sobre a dialética existente no desenvolvimento cerebral, 
Vygotsky reconheceu que a sua formação é muito mais complexa do que se imaginava e 
também trouxe uma ampla subjetividade aos estudos das interações sociais, visto que tal 
reconhecimento também possibilitou uma série de críticas ao seu trabalho pela falta de 
 
 
14 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
objetividade e singularidade. Ainda que pudessem afirmar que seus estudos eram sobre 
tudo e nada ao mesmo tempo, ele afirmou que a dialética presente na sociedade 
influenciaria significativamente na formação cerebral. 
 
Ressalta-se, entretanto, que seus estudos não podem ser usados para pautar 
discursos discriminatórios sobre uma falsa relação entre periferia, pobreza e baixa 
escolaridade, como se a baixa formação cerebral influenciasse a baixa escolaridade e 
pobreza. O que se discute é inversamente ao contrário: como a periferia, a pobreza e a 
baixa escolaridade estão intimamente relacionadas ao mesmo tempo em que a riqueza e 
alta escolaridades também estão intimamente relacionadas. Olhar para a dialética social e 
analisar a sua influência no cotidiano dos sujeitos foi central em seu trabalho. 
 
Para exemplificar com maior precisão, Vygotsky usou a evolução humana, sobretudo 
perante o polegar opositor, como forma de mostrar como o cérebro humano se desenvolveu 
a partir do momento que pudemos fazer o movimento de pinça com nossos dedos e 
manusear com maior precisão os alimentos, confeccionar objetos, etc.1 Outro fato que deve 
ser lembrado é a questão de como o social tinha importância na obra de Vygotsky pois, 
como estava inserido num contexto da União Soviética, onde o regime socialista da extinta 
URSS investia fortemente nesta questão, a sua obra foi fortemente influenciada por esta 
produção do saber. 
 
Engels (conjuntamente com Marx) foi responsável pela fundação do socialismo 
científico, conhecido popularmente como Marxismo, e foi exatamente neste contexto 
histórico que Vygotsky estava inserido, o que, obviamente, acabou por influenciar 
significativamente a sua produção do saber. 
 
 
1 Recomenda -se ass is t i r ao f i lme ILHA DAS FLORES . 
 
 
15 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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5. NOÇÕES DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL 
 
Objetivo: 
Conhecer a estrutura neuroanatômica do corpo humano e suas consequentes 
funções para o desenvolvimento de tudo o que o corpo necessita para se viver. Haverá 
diversas explicações com rica exposição imagética, de setores e zonas neurais e corporais, 
para que o conhecimento possa ser mais facilmente articulado entre a teoria e a prática. 
 
Introdução: 
O sistema nervoso humano é, sem dúvidas, o sistema mais complexo de todo o 
corpo humano, pois, como somos seres pluricelulares, várias atividades orgânicas são 
desenvolvidas pelas células que se agrupam em todo o corpo e, consequentemente, nos 
órgão, organismos e sistema. Para que todo o corpo humano tenha condições de se 
desenvolver, estas células fazem a condução e alimentação de tudo o que o corpo 
necessita para sobreviver. Será justamente sobre estas conexões que debateremos neste 
capítulo. 
 
O sistema nervoso é dividido em diversas partes como, por exemplo, I) o neurônio, 
II) o sistema nervoso central contendo a medula espinhal, o cérebro, o bulbo ou medula 
obloga, o cerebelo, a ponte, III) o sistema nervoso periférico é dividido em duas partes, o 
sistema nervoso voluntário e o sistema nervoso autônomo, e o iv) arco reflexo. 
 
A seguir, visualizaremos, a partir de imagens, cada uma dessas partes e suas 
consequentes explicações. Reconhece-se a extrema importância em trazer uma rica 
iconografia sobre cada uma destas regiões com o objetivo de facilitar o processo de ensino-
aprendizagem ao exemplificar visualmente, não apenas suas regiões como também as 
suas funções em nosso corpo. 
5.1. O neurônio 
São as células nervosas que têm como responsabilidade transmitir os impulsos 
nervosos para todo o cérebro, esta transmissão ocorrer a partir da sinapse, que é a 
comunicação entre um neurônio e outro que ocorre por meio do Terminal do Axônio. Os 
neurônios têm três partes principais, são elas: I) dendrito: que é a parte receptora de cada 
neurônio; II) corpo celular: responsável pela integração de todas as informações recebidas 
 
 
16 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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a eles e III) axônios: responsáveis pela comunicação com outro neurônio, formando, assim, 
a rede neural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2. O sistema nervoso central 
Formado pelo encéfalo e medula espinhal, é protegido pelas cavidades ósseas do 
corpo humano onde o encéfalo é protegido pela caixa craniana e a medula espinhal pela 
coluna vertebral. O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, tendo 
em torno de 35 bilhões de neurônios. O cérebro é o responsável por comandar nossas 
ações motoras, sensoriais e tudo o que se relaciona com a nossa aprendizagem (memória, 
fala, olfato, visão, sensação, etc.), o cerebelo tem como objetivo realizar a manutenção 
corporal e aprendizagem motora. A medula espinhal tem como função estabelecer a 
conexão entre o corpo e o sistema nervoso - não por outro motivo que quando alguma 
pessoa fratura a coluna há toda uma preocupação se ela perderá os movimentos dos 
membros superiores ou inferiores pois, a partir do momento em que há a interrupção desta 
conexão, o cérebro deixará de transmitir estímulos para tais membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.3. O sistema nervoso periférico 
Dividido entre Sistema Nervoso Voluntário e Sistema Nervoso Autônomo, ambos se 
relacionam diretamente com seus próprios nomes. Enquanto o Sistema Nervoso Voluntário 
está relacionado aos movimentos voluntários do nosso corpo, o Sistema Nervoso 
Involuntário está relacionado aos músculos que trabalham de forma involuntária como o 
sistema circulatório, respiratório, cardíaco, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.4. O arco reflexo 
O arco reflexo é o responsável por todas as reações involuntárias que temos em 
nosso corpo, tendo como exemplo mais conhecido o contato mais forte de alto externo com 
o joelho que, ao ser "batido por um martelinho", faz com que o joelho "dê um chute no ar", 
visto que o tendão do joelho funciona enquanto receptor de estímulos diversos que ao ser 
estimulado (tocado, batido), encaminha aos neurônios, por meio da sinapses, que 
encaminha aos neurônios motores e que, por fim, resulta no movimento do "chute no ar". 
 
 
 
18 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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6. NEUROPSICOLOGIA DA MEMÓRIA E DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS
 
Objetivo: 
Conhecer a memória sensorial a partir da memória visual, auditiva, tátil, olfativa e 
gustativa, assim como as memórias de curto prazo e memórias de longo prazo, e também 
compreender as suas importâncias, como elas são acionadas e/ou mantidas num momento 
de não usabilidade. 
 
Introdução: 
Tudo o que nós temos em nossa vida é memória: lembramo-nos da nossa infância, 
de um determinado dia em que vivenciamos algo bom ou ruim, do resultado de um esporte, 
da conquista de um prêmio ou da conclusão de um objetivo, de um evento, de um 
acontecimento, de tudo, ou de nada. A memória é isso: é tudo, ou nada. É o que somos, o 
que vivenciamos e o que vivemos – não obstante, muitos têm medo de padecerem sem as 
suas memórias. 
 
A memória vem sendo estudada por pesquisadores dasCiências Psis (psicologia, 
psiquiatria, etc.) e atualmente está dividida em duas categorias, são elas: memória 
declarativa e memória não-declarativa. Enquanto à primeira se remete a memória de curto 
prazo, à segunda remete a memória de longo prazo. Ou seja, uma é sobre um saber de 
algo (eu sei de tal coisa) e a outra é como se deu este algo (eu sei que tal coisa ocorreu 
por conta de x, y, z). 
 
Enquanto a memória é uma das formas que nos constituímos enquanto sujeitos, as 
funções executivas são as nossas habilidades 
cognitivas para que tenhamos condições suficientes 
de regular os nossos pensamentos, vivenciarmos 
as nossas emoções e lidarmos cotidianamente com 
os conflitos existentes em nossos cotidianos. Uma 
não existe sem a outra e ambas são necessárias 
para que possamos viver em sociedade, 
coletivamente e em concordâncias às regras sociais existentes. 
 
 
20 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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6.1. Memória declarativa (ou memória de curto prazo) 
Memória que obtemos a partir do processo interno do cérebro por meio de deduções 
e a criação de ideias com a vivência de situações que nos possibilitam ver imagens como 
aquela memória que temos de um jardim colorido, ouvir sons como de pássaros em um 
campo aberto ou buzinas e motores de veículos das metrópoles, sentir cheiros específicos 
que nos remetem à um determinado tempo-espaço como a comida da vó, etc. Ela também 
é possibilitada a partir de fatos vivenciados pela pessoa num específico episódio de sua 
vida, e por isso chamado de memória episódica, ou de informações que obtivemos ao 
lermos algo em algum lugar, olhamos e ouvimos, mas que não estão inseridas num 
determinado tempo-espaço e, justamente por isso, são chamadas de memórias 
semânticas. 
 
Como exemplo desta memória de 
curto prazo, cita-se o teste feito com macacos 
onde eles veem o compartimento em que o 
alimento é deixado, os dois compartimentos 
são fechados, uma cortina encobre a sua 
gaiola, instantes depois a gaiola é descoberta 
e eles têm que abrir o compartimento em que 
está o seu alimento para que possam ter o 
direito a come-lo. 
 
 
6.2. Memória não-declarativa (ou memória de longo prazo) 
Memória que obtemos a partir do processo de realizar uma mesma tarefa inúmeras 
vezes e que acabamos por executa-la sem nos atentarmos às suas especificidades como 
o ato de dirigir, ir ao trabalho, ir para um shopping que tem o costume de frequentar, etc. 
Realizamos inúmeras tarefas em nossos cotidianos sem nem ao menos nos atentarmos e 
percebermos como que as realizamos, apenas realizamos sem nem nos perguntar o 
porquê. 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Esta memória é a mais utilizada para se 
trabalhar com pessoas em processos de 
amnésias pela possibilidade de que, ao 
realizarem tarefas robotizadas, ou seja, que 
faziam sistematicamente sem nem perceber 
como, possam desencadear o processo de 
retomada da memória e construção de seu 
passado e seu presente. Afinal de contas, quem nunca ouviu a máxima de que “é que nem 
andar de bicicleta, nunca esquece” ou a pessoa estar tão habituada a digitar algo no 
computador e/ou celular/tablet que nem olha mais as teclas, os dedos vão sozinhos às 
respectivas consoantes e vogais. 
6.3. Funções executivas (e as memórias sensoriais) 
As funções executivas, como o próprio nome já diz, são aquelas que possibilitam 
que executemos as funções em nosso cotidiano sem que percamos o controle de nossos 
pensamentos, emoções e sensações. Quem nunca estava morrendo de vontade de fazer 
algo, comprar algo ou até mesmo não fazer algo e não comprar algo, mas que, pelo 
autocontrole, foi sensato e fez o que deveria ser feito conforme objetivo traçado 
inicialmente? Ou então estava vivenciando alguma situação em específica e, por meio de 
sua memória, trouxe outras formas de resoluções e vivências diversas? Ou, até mesmo, 
estar de frente a uma dificuldade e criar alguma possibilidade de intervenção e adaptação 
àquela demanda em específica? A isso se nomeia como autocontrole, memória de trabalho 
e flexibilidade cognitiva, respectivamente. 
 
Já as memórias sensoriais são aquelas que nos lembramos a partir de seu cheiro, 
de suas cores, de seus sons, etc. Usemos como exemplo você mesmo, cursista desta 
disciplina: busque se lembrar de uma comida de algum parente, vizinho ou amigo que você 
goste muito (com certeza você lembrou do cheiro dela ou de seu sabor!) Ou então de um 
local em que você esteve e gostou muito (com 
certeza lembrou das cores, do cheiro ou de alguma 
característica em específica deste local). 
 
A isso se dá o nome de memória sensorial, ou 
seja, aquela memória que é acionada a partir de 
 
 
22 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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nossas sensações que vivenciamos em algum momento de nossas vidas e nos marcou 
profundamente ao ponto que lembramos dela a partir do sensorial. 
 
 
 
Leitura Complementar 
5 frases muito comuns que revelam um trauma de infância que não foi 
superado 
http://www.psiconlinews.com/2017/11/5-frases-muito-comuns-que-
revelam-um-trauma-de-infancia-que-nao-foi-superado.html Acesso em 
17/12/2019. 
 
 
http://www.psiconlinews.com/2017/11/5-frases-muito-comuns-que-revelam-um-trauma-de-infancia-que-nao-foi-superado.html
http://www.psiconlinews.com/2017/11/5-frases-muito-comuns-que-revelam-um-trauma-de-infancia-que-nao-foi-superado.html
 
 
23 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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7. AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 
 
Objetivo: 
Compreender a importância da avaliação neuropsicológica para compreender a 
formação, desde o processo embrionário até a concepção da vida após o nascimento do 
feto e, assim, analisar todos os marcadores aos quais a criança esteve inserida para que 
se possa realizar um processo de avaliação neuropsicológica objetivo. 
 
Introdução: 
A avaliação neuropsicológica tem como o objetivo avaliar as condições do 
funcionamento cerebral e possíveis dificuldades psicológicas e/ou neurológicas. Muito 
utilizado nos exames diagnósticos, revolucionou a maneira como médicos e psicólogos 
passaram a olhar para os pacientes. Centra-se não apenas nas condições do 
funcionamento cerebral, mas também se atenta aos aspectos cognitivos e 
comportamentais. A sua avaliação, ainda que extremamente específica, também é 
extremamente abrangente. 
 
Analisa-se o desempenho, as questões emocionais que estão relacionadas ao 
paciente perante as suas variáveis comportamentais, e assim possibilita que as 
intervenções necessárias sejam mais bem direcionadas e com seus objetivos propostos 
atingidos. A partir de marcadores específicos de análise, pode-se reconhecer as 
dificuldades de aprendizagens clássicas como a dislexia, discalculia, como também 
questões mais específicas do desenvolvimento do cérebro como, por exemplo, dificuldades 
de aprendizagens resultados de uma gravidez conturbada, acesso a drogas lícitas e/ou 
ilícitas ao longo da gestação, etc. O campo de atuação é extremamente amplo e requer 
muita atenção nos diversos marcadores as quais o feto e a criança estiveram contato desde 
o processo embrionário até concepção da vida, após o nascimento do feto. 
7.1. Avaliação neuropsicológica infantil 
Ao se realizar uma avaliação neuropsicológica em uma criança, deve-se centrar a 
sua atenção inicial ao processo de formação do feto, se houve algum contato com drogas 
(sejam elas lícitas e/ou ilícitas) para que se possa analisar se houve algum 
comprometimento cerebral para a criança, suas consequentes gravidades e necessárias 
intervenções com o intuito de proporcionar melhores condições de saúde e reduções de 
danos necessárias. Ao se deparar com uma criança com idade escolar, e já inseridano 
 
 
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processo de escolarização, faz-se necessário analisar se o desenvolvimento da fala, do 
relacionamento interpessoal, condições intelectuais, clareza nas ideias, domínio das 
habilidades específicas como letras e cálculo estão condizentes com a sua idade e seu 
processo de escolarização. 
 
Para que possa mapear de forma inicial o contexto sócio histórico daquela criança 
em específica, recomenda-se a utilização de um questionário semiestruturado a ser 
aplicado com seus responsáveis e com a unidade escolar a qual a criança está matriculada. 
Neste questionário, faz-se necessária analisar o contexto socioeconômico da família da 
criança, como se deu o processo de gestão e seu período de duração, a estrutura familiar 
quanto acesso a saneamento básico, alimentação rica em nutrientes (e a necessária 
ausência de açúcares diversos contidos em produtos industrializados), dinâmica familiar, 
etc. e, sobretudo, atentar-se aos sinais não-verbais expressados ao longo da dinâmica da 
entrevista. Ressalta-se, expressamente, que não se deve analisar os resultados obtidos 
com a entrevista num viés hierarquizado e elitizado, ao compreender que família correta 
deve ser estruturada a partir de uma determinada forma, ou que se deve ter ou não uma 
determinada religião, etc. Deve-se analisar a partir de como tais marcadores presentes nas 
respostas influenciam positiva e/ou negativamente na formação daquela criança, nada além 
disso. 
 
Argimon e Lopes (2017) recomendam a utilização do seguinte questionário 
estruturado com possibilidade de desencadear outras perguntas para melhor averiguar o 
paciente: 
 
 
 
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8. NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM 
 
Objetivo: 
Compreender como Vygotsky influenciou significativa e positivamente a 
compreensão sobre o processo de ensino aprendizagem de crianças e adolescentes 
enquanto uma necessidade de os conhecimentos cotidianos dialogarem com os 
conhecimentos científicos existentes na sociedade. 
 
Introdução: 
Como pudemos perceber ao longo dessa disciplina, o processo de aprendizagem 
está inserido diretamente com as questões neurais. Uma pessoa que teve um bom 
desenvolvimento intrauterino, estrutura familiar que possibilitasse vivenciar marcadores 
positivos e apoio para enfrentar os marcadores negativos tem grandes chances de obter 
sucessos diversos – o que não se torna uma regra e uma obrigatoriedade, visto que muito 
se influencia subjetivamente os sujeitos e todos têm seus direitos de escolhas ao longo de 
seus desenvolvimentos. 
 
A partir do momento em que a neuropsicologia se debruça sobre o desenvolvimento 
do cérebro para analisar o processo de aprendizagem dos sujeitos, reconhece-se que para 
o seu bom funcionamento toda uma estrutura necessita estar muito bem organizada e 
articulada para que este desenvolvimento seja positivo. Reconhece-se, ainda, que a 
aprendizagem se dá por um processo contínuo que, enquanto formos vivos, estaremos e 
continuaremos aprendendo. Portanto, o desenvolvimento psicossocial e cerebral dos 
sujeitos está em constante processo de aprendizagem, amadurecimento e mudanças. 
 
Qualquer que seja o transtorno de aprendizagem que um sujeito vivencie, acaba por 
influenciar significativamente a sua vida, dificultando em seu relacionamento interpessoal, 
organização cotidiana e aprendizagem diversa. Sempre que há alguma identificação de 
dificuldade no processo de aprendizagem de uma criança, nós somos urgentemente 
acionados para tentar identificar quais patologias estão presentes naquele cotidiano. 
8.1. Atenção ao processo de aprendizagem 
O processo cognitivo é extremamente acionado quando uma pessoa está em 
aprendizagem, justamente por isso se faz necessário uma integração em toda a rede neural 
para que esta aprendizagem tenha os efeitos e objetivos desejados. Qualquer informação 
 
 
32 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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que chega ao nosso cérebro é codificada e transformada em signos por meio dos impulsos 
neurais. 
 
As diversas formas de comunicação, orais ou não, visuais ou táteis, estão inseridas 
num dos principais meios de formação da aprendizagem dos sujeitos visto que será por 
meio da troca de saberes e de sensações existentes naquele meio que a aprendizagem se 
fará presente. Sendo assim, a escola tem que compreender que a todo instante os sujeitos 
são ensinados e aprendem algo novo – seja numa atividade tradicional, numa atividade 
lúdica, num debate, num exemplo do professor e o professor como exemplo, etc. 
 
O imenso caminho existente entre a vivência sensorial de algo e a interpretação e 
materialização deste algo dentro do cérebro percorre numa fração de segundo 
inimaginável. Três são as integridades existentes no processo de aprendizagem, são elas: 
I) funções psicodinâmicas, II) funções do sistema nervoso periférico e III) funções do 
sistema nervoso central. As três estão relacionadas entre si e são centrais para o 
desenvolvimento humano. 
 
Quando ocorre um transtorno de aprendizagem numa pessoa, parte-se do 
entendimento de que há uma disfunção cerebral que pôde ser alterada por fatores externos 
e internos, genéticos e ambientais. Como se compreende que o processo de aprendizagem 
está inserido num todo, reconhece-se que apenas a avaliação neuropsicológica tem 
condições suficientes de diagnosticar com precisão se houve algum comprometimento 
neste processo. 
As funções psicológicas e o funcionamento cerebral são descritos, considerando o 
cérebro como um sistema inter-relacionado a partir de três unidades funcionais: 
 Unidade para regular o tono, a vigília e os estados mentais (área de projeção 
que abrange a formação reticular); 
 Unidade para receber, analisar e armazenar informações (área de projeção que 
abrange parietal, occipital e temporal primários; área de associação que abrange 
parietal, occipital e temporal secundários); 
 Unidade para programar, regular e verificar a atividade (área de sobreposição 
que abrange as áreas pré-frontais e frontais).
Cada unidade funcional 
compreende, portanto, um conjunto de órgãos ou de áreas corticais que, em 
termos interdependentes, constituem o grande sistema neuropsicológico da 
aprendizagem humana 
(Paula, Beber, Boschi, Petry, 2006: 228) 
 
 
Vygotsky dá especial atenção para o processo de aprendizagem pelo fato de estar 
inter-relacionado com o desenvolvimento dos sujeitos, justamente por isso ele reconhece 
que há dois tipos de conhecimentos: i) conceitos cotidianos ou espontâneos e ii) conceitos 
 
 
33 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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científicos. Ao primeiro, afirma-se que a pessoa obtém durante seu cotidiano em sua prática 
diária de interação com o meio no qual vive, ao segundo, estão mais inseridos nas práticas 
da observação da criança. 
 
Justamente por isso é extremamente recomendado que as crianças tenham acessos 
irrestrito aos brinquedos, sem distinções de gêneros ou quaisquer outras discriminações 
infundadas, pois,será a partir do contato com os brinquedos que as crianças poderão 
desenvolver um mundo imaginário completamente rico que possibilitará um amplo 
desenvolvimento psicossocial. A exemplo disso, cita-se as brincadeiras de faz de conta em 
que as crianças criam histórias, acreditam nela e dão valores morais para seus enredos. 
Será a partir destas histórias que elas desenvolverão e construirão relações para com a 
sociedade. 
 
O contato com o outro, com o diferente e com o desconhecido possibilitarão que as 
crianças desenvolvam zonas cerebrais que muito provavelmente não o seriam dentro de 
suas próprias casas. A isso se justifica o fato de que na escola sempre haverá o novo 
diariamente por meio de atividades lúdicas diversas propostas pela professora. 
 
Já para crianças em processos de alfabetização, que cursam o Ensino Fundamental 
I, o diferente será proposto por meio dos conteúdos curriculares e dos novos conceitos 
científicos. No Ensino Fundamental II o aluno terá condições de mudar suas visões de 
mundo e paradigmas – não obstante será nesta transição do Ensino Fundamental II para o 
Ensino Médio que os jovens terão mudanças comportamentais (o que erroneamente é 
chamado de aborrecência). 
 
Os estudos sobre adolescência nos mostram que os comportamentos dos 
adolescentes não são similares em todas as organizações societárias, não possuem 
as mesmas influências culturais e históricas. Em alguns casos, enquanto o Homem 
Aranha é o herói dos meninos que vivem em condomínios fechados, o chefe do 
tráfico é o herói do menino que vive no morro ou na favela. (P. 12) [...] Segundo 
Vygotsky (1996), na idade de transição a chave para entender todo o 
desenvolvimento psicológico é o problema dos interesses. Nega o automatismo e 
as causalidades das funções psicológicas que, para ele, são determinadas por um 
sistema de aspirações, atrações e interesses sedimentados na personalidade. 
(Faria, Leão, s/d 13) 
 
 
 
34 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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9. DIFERENTES TRANSTORNOS E A CONTRIBUIÇÃO DA 
NEUROPSICOLOGIA 
 
Objetivo: 
Conhecer as características dos transtornos de aprendizagens mais presentes em 
sala de aula 
 
Introdução: 
A mente humana padece dos mais diversos tipos de transtornos que possamos 
imaginar e aqueles que ainda não podemos imaginar por estarem em estudos, em busca 
de evidências e resultados comprobatórios. O mesmo ocorre com os transtornos que 
influenciam diretamente no processo de ensino aprendizagem. 
 
Por razões óbvias, não teríamos como nos deter em cada um deles, nem se a 
disciplina tivesse um ano de duração, pois além de serem muitos, cada transtorno tem a 
sua especificidade. Com o objetivo de encerrar esta disciplina tratando dos transtornos mais 
corriqueiros na sala de aula, buscarei evidencia-los, elenca-los e discorrer sobre as suas 
características para que possa contribuir para a sua formação docente e na possibilidade 
de se deparar com alguma ocorrência desta em sua sala de aula. 
 
Por fim, ressalto que há de se ter uma enorme atenção para a não medicalização do 
comportamento humano que, contemporaneamente, tem crescido de forma descontrolada 
na educação brasileira onde, qualquer comportamento de criança tida como bagunceira, 
acaba sendo encaminhada para acompanhamento psicológico, psiquiátrico e sua 
consequente medicalização. 
 
 
 
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Transtorno Característica Sintoma 
Dislexia Dificuldade na leitura e escrita. 
 
Dificuldade no desenvolvimento da fala, 
da leitura textual e da memorização de 
regras ortográficas. 
Disgrafia Dificuldade na escrita. 
 
Uso incorreto de letras maiúsculas e 
minúsculas, dificuldade na formação das 
letras e palavras e letras sobrepostas. 
Discalculia 
Dificuldade na operação matemática. 
 
Léxica: dificuldade na leitura de 
símbolos, números e expressões; 
Gráfica: dificuldade na escrita de 
símbolos 
Verbal: dificuldade em nomear 
conceitos matemáticos 
Operacional: dificuldade para concluir 
cálculos 
Ideognóstica: dificuldade na realização 
mental das operações 
Practognóstica: dificuldade em tornar 
real um conceito abstrato. 
Dislalia 
Dificuldade em articular corretamente 
as palavras 
 
Evolutiva: corrige-se durante o processo 
de alfabetização. 
Funcional: troca fonética de letras, 
escrita espelhada e acréscimo de letras 
na escrita e na fala. 
Audiógena: alteração fonética de em 
deficientes auditivos pela dificuldade em 
imitar sons. 
Orgânica: pronúncia incorreta em 
virtude de lesão cerebral 
 
 
36 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Disortografia Dificuldade na leitura e escrita associada 
ao desinteresse na aprendizagem 
 
Traçado incorreto no momento da 
escrita, alteração espacial da letra e 
letras e formação textual reduzida. 
TDAH Dificuldade em manter a atenção 
associada a hiperatividade e 
impulsividade 
 
Inquietação, impulsividade e 
irritabilidade, dificuldade em 
concentração, ansiedade e dificuldade 
de aprendizagem. 
 
Atentem-se ao fato de que uma criança em processo de alfabetização evidenciará 
inúmeras características dos mais diversos transtornos e nem por isso será categorizada 
como portadora de algum, sim que está num processo de alfabetização. Atentem-se, ainda, 
a mais um fato: muitas vezes a escola é desinteressante ao aluno, que acaba por se 
interessar em outras atividades para além da escola, que não tem interesse na escola e 
que exterioriza sua insatisfação de diferentes maneiras. 
 
Lembrem-se: Não patologizem e nem medicalizem as crianças desnecessariamente! 
 
 
 
Leitura Complementar 
Como diferenciar Transtorno de Aprendizagem de Dificuldade de 
Aprendizagem? 
https://neurosaber.com.br/como-diferenciar-transtorno-de-aprendizagem-
de-dificuldade-de-aprendizagem/ Acesso em 17/12/2019. 
 
 
 
https://neurosaber.com.br/como-diferenciar-transtorno-de-aprendizagem-de-dificuldade-de-aprendizagem/
https://neurosaber.com.br/como-diferenciar-transtorno-de-aprendizagem-de-dificuldade-de-aprendizagem/
 
 
37 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
ANDRADE, Joana de Jesus de; SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. Reflexões sobre 
desenvolvimento humano e neuropsicologia na obra de Vygotsky. In.: 
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n. 4 p. 699-709, out/dez 2012 
ARGIMON, Irani Iracema de Lima; LOPES, Regina Maria Fernandes. Avaliação 
Neuropsicológica Infantil: Aspectos Históricos, Teóricos e Técnicos. In.: TISSER, 
Luciana. Avaliação neuropsicológica infantil. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2017 
Balen, S. A. (1997). Processamento auditivo central: Aspectos temporais de 
audição e percepção acústica da fala. Dissertação de mestrado não publicada, 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP. 
Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (2002). Educação da criança surda: 
Evolução das abordagens. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e 
aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 229-256). São Paulo, SP: 
Scortecci, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. 
Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (2001). Compreendendo a natureza dos 
problemas de aquisição de leitura e escrita: Mapeando o envolvimento de 
distúrbios cognitivos de discriminação fonológica, velocidade de 
processamento e 
Capovilla, F. C., Nunes, L. R. O. P., Nogueira, D., Nunes, D., Araújo, I., Bernat, A. 
B., Capovilla, A. G. S. (1997a). Análise da validade concorrente do Teste de 
Vocabulário por Imagens Peabody por comparação com o desempenho 
escolar de pré-escola a 8ª série: Amostra fluminense. Ciência Cognitiva: Teoria, 
Pesquisa e Aplicação, 1(2), 533-60. 
FARIA, Simone Menezes de; LEÃO, Inara Barbosa. Adolescência: um conceito 
deestágio de desenvolvimento psicossocial definido historicamente. In.: 
Simpósio de Políticas Públicas, UFU, s/d 
Levy, R., Eagger, S., Griffths, M., Perry, E., Honavar, M., Dean, A., & Santos, P. 
(1994). Lewy bodies and response to tacrine. Lancet, 343, 176. 
PAULA, Giovana Romero; BEBER, Bárbara Costa; BAGGIO, Sandra Boschi; 
PETRY, Tiago. NEUROPSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM In.: Rev. Psicopedagogia 
2006; 23(72) 
Ribeiro do Valle, A. L. (2002). O Estatuto da Criança e do Adolescente. In F. C. 
Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem 
multidisciplinar (pp. 275-282). São Paulo, SP: Scortecci, Sociedade Brasileira de 
Neuropsicologia. 
Santos, T. M. M., & Russo, I. C. P. (1986). A prática da audiologia clínica. São 
Paulo, SP: Cortez. 
Santos, L. C. L. F. (2002). O papel da leitura e da escrita na terapia 
fonoaudiológica com sujeitos jargonafásicos. In F. C. Capovilla (Org.), 
Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 347-
354). 
Witter, G. P. (1996). Pesquisa em psicologia escolar. In S. M. Wechsler (Org.), 
Psicologia escolar: Pesquisa, formação e prática (pp. 39- 60). Campinas, SP: 
Alínea.ANDRADE, Joana de Jesus de; SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. 
Reflexões sobre desenvolvimento humano e neuropsicologia na obra de 
 
 
38 Fundamentos Neurofisiologia e Neuropsicologia 
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Evolução das abordagens. In F. C. Capovilla (Org.), Neuropsicologia e 
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problemas de aquisição de leitura e escrita: Mapeando o envolvimento de 
distúrbios cognitivos de discriminação fonológica, velocidade de 
processamento e 
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2006; 23(72) 
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Capovilla (Org.), Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem 
multidisciplinar (pp. 275-282). São Paulo, SP: Scortecci, Sociedade Brasileira de 
Neuropsicologia. 
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Paulo, SP: Cortez. 
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fonoaudiológica com sujeitos jargonafásicos. In F. C. Capovilla (Org.), 
Neuropsicologia e aprendizagem: Uma abordagem multidisciplinar (pp. 347-
354). 
Witter, G. P. (1996). Pesquisa em psicologia escolar. In S. M. Wechsler (Org.), 
Psicologia escolar: Pesquisa, formação e prática (pp. 39- 60). Campinas, SP: 
Alínea. 
	1. INTRODUÇÃO À NEUROFISIOLOGIA
	1.1. Conclusão
	2. BREVE HISTÓRICO DA NEUROPSICOLOGIA
	2.1. O Cérebro e a Antiguidade
	2.2. Linha do Tempo
	2.3. Visão dos Autores
	2.4. Fatos Importantes
	2.5. Atividade Mental Humana
	3. INTRODUÇÃO A NEUROPSICOLOGIA
	3.1. Neuropsicologia
	3.2. Profissionais e a Neuropsicologia
	3.3. Relação Cérebro-Mente
	4. CONCEPÇÕES DA ORGANIZAÇÃO CEREBRAL
	4.1. Desenvolvimento cerebral e interação social
	4.2. Entre as subjetividades e as necessárias objetividades
	5. NOÇÕES DE NEUROANATOMIA FUNCIONAL
	5.1. O neurônio
	5.2. O sistema nervoso central
	5.3. O sistema nervoso periférico
	5.4. O arco reflexo
	6. NEUROPSICOLOGIA DA MEMÓRIA E DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS
	6.1. Memória declarativa (ou memória de curto prazo)
	6.2. Memória não-declarativa (ou memória de longo prazo)
	6.3. Funções executivas (e as memórias sensoriais)
	7. AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
	7.1. Avaliação neuropsicológica infantil
	8. NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM
	8.1. Atenção ao processo de aprendizagem
	9. DIFERENTES TRANSTORNOS E A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOLOGIA

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