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PATOLOGIA GERAL - ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULAR

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PATOLOGIA GERAL – ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULAR 
Patologia é o estudo das doenças, suas causas e os mecanismos que a produzem, suas 
características macro e microscópicas e as consequências dessa para o organismo. 
Quando existe uma doença no organismo, este não está adaptado ao meio ambiente em 
que está inserido, dessa forma os mecanismos de adaptação permitem conhecer os meios em 
que fatores etiológicos produzem lesões ou adaptações em diversas doenças. 
 
O organismo sofre a ação de um agente etiológico e tenta contê-lo através de mecanismos 
de defesa. A agressão do patógeno pode levar diretamente a uma lesão ou ativar o sistema 
imunológico gerando uma resposta imune adaptativa ou de lesão. 
 
 Para que ocorra uma adaptação, a célula precisa captar os estímulos e variações do 
ambiente e se comunicar com outras células para que as respostas adaptativas sejam 
coordenadas e efetivas. 
 Para a produção de uma resposta adaptativa as células precisam de sensores 
discriminantes de estímulos, mecanismos transmissores de sinal do estímulo ao interior da célula 
e mecanismos de controle da atividade metabólica celular e expressão gênica para a síntese de 
macromoléculas atenderem às necessidades dos estímulos. 
 A célula sinalizadora pode sintetizar e liberar um mediador que age nas células vizinhas 
por ação parácrina, ação endócrina (pela circulação), ação autócrina (na própria célula que o 
produziu) ou por sinapses. 
Causa 
(etiologia) 
Mecanismo 
de ação 
(patogênese) 
Alterações 
morfológicas 
e celulares 
Alterações 
funcionais 
Sintomas 
ADAPTAÇÕES CELULARES 
 Capacidade celular de se adequar ao meio para aumentar sua sobrevivência, podendo ser 
fisiológicas ou patológicas. Dessa forma, a célula se altera estruturalmente para que sua função 
celular seja estimulada, reduzida ou permaneça a mesma de acordo com os estímulos atuantes. 
 A adaptação de uma célula depende do estímulo que esta recebe, sua duração e 
intensidade, bem como a capacidade de diferenciação e especialização da célula. 
 HIPERPLASIA: É o aumento no número (quantidade) de células ou proliferação em um 
tecido ou órgão, pode estar ligada também a hipertrofia (aumento no tamanho do 
órgão/tecido). 
ex: Estimulação hormonal excessiva dos fatores de crescimento (hiperplasia do 
endométrio por ação de estrogênio e hipertireoidismo) 
 HIPOPLASIA: Diminuição do no número de células de um tecido ou órgão 
ex: Anemias hipoplásicas, hipoplasia pulmonar e renal na embriogênese e hipoplasia da 
medula óssea por infecção e agentes tóxicos. 
 HIPERTROFIA: Aumento do tamanho/volume celular e, por conseguinte aumento no 
tamanho do órgão ou tecido. 
ex: Hipertrofia cardíaca pela sobrecarga na hipertensão arterial e hipertrofia do rim na 
hidronefrose (causado pelo acúmulo de urina). 
 HIPOTROFIA: Redução dos componentes celulares ou perda de substâncias que 
ocasionam a diminuição do volume celular. Quando essa redução é muito acentuada usa-
se o termo atrofia. 
ex: Perda de inervação, diminuição da irrigação sanguínea, redução do estímulo hormonal 
e compressão extrínseca. 
 METAPLASIA: É uma alteração celular reversível em que um tipo de célula adulta e 
substituída por outro. É uma substituição adaptativa de células mais sensíveis ao estresse 
por tipos mais capazes de suportar diversos ambientes. 
ex: Metaplasia intestinal na mucosa gástrica pela gastrite crônica e metaplasia da mucosa 
do esôfago por refluxo crônico gástrico-esofágico. 
 
LESÃO CELULAR 
 É resultado da ação do estímulo lesivo e a interação com a resposta, a lesão é causada 
pela impossibilidade de adaptação da célula e pode ser reversível ou irreversível. 
 
 A lesão possui diversos mediadores e pode ser causada por: 
 Agentes químicos e drogas (glicose, sal, álcool) 
 Agentes físicos (trauma mecânico, extremos de temperatura, radiação e choque) 
 Agentes infecciosos (vírus, bactérias e fungos) 
 Reações imunológicas (doença autoimune e reações anafiláticas) 
 Defeitos genéticos (anemia falciforme) 
 Alterações nutricionais (obesidade e desnutrição) 
 Isquemia: falta de suprimento sanguíneo para um tecido devido a uma obstrução, pode 
gerar hipóxia pela alteração de concentração, permeabilidade e Ph. 
 Hipóxia: privação de oxigênio nas células causada pela falta de ATP ou por isquemia 
A lesão celular é desencadeada por redução de ATP, que é importante para a atividade 
metabólica da célula, aumento na liberação de radicais livres que causam lesão ao DNA e 
peroxidação dos lipídeos e proteínas da membrana, também ocorre o aumento da concentração 
de cálcio no meio intracelular e perda do potássio, alterações na permeabilidade da membrana 
celular e das organelas que pode gerar dano mitocondrial irreversível. 
 
DEGENERAÇÕES 
 São lesões celulares ou alterações bioquímicas que desencadeiam o acúmulo de 
substâncias no interstício ou dentro das células, as degenerações ocorrem quando a célula atinge 
o limite e não consegue se adaptar, essas degenerações são as lesões reversíveis e podem ser: 
 Degeneração hidrópica: acúmulo de líquidos (água) e pode causar tumefação ou edema 
 Degeneração gordurosa: esteatose, acúmulo de lipídeos – glicerídeos 
 Degeneração hialina: acúmulo de proteínas 
 Degeneração glicogênica: acúmulo de carboidratos 
 
 Quando a lesão chega ao processo de disfunção mitocondrial, perda da função da 
membrana e a alta concentração de cálcio (calcificação) que gera vários distúrbios delimitasse o 
ponto de não retorno em que ocorre a morte celular. 
 Existem dois tipos de morte celular, a necrose que é sempre patológica e provoca 
inflamações e a lise lisossômica, já a apoptose é uma “morte limpa”, sem inflamações. 
 
NECROSE 
 É a morte celular que conta com a atuação de 
enzimas digestivas e ocorre autólise, digestão do lisossomo 
e ruptura da célula com perca de material intracelular que 
modifica a circulação (vasodilatação) e causa a inflamação. 
 A necrose é consequente de lesão celular exógena e é 
um processo passivo. O agente lesivo interrompe os 
processos vitais, o Ph diminui e causa a desnaturação 
proteica, as organelas aumentam e se rompem, a cromatina 
do núcleo fica extremamente condensada e o núcleo diminui 
de tamanho, esse é o processo de picnose, após ocorre a 
cariorrexe (cromatina se distribui irregularmente 
fragmentando o núcleo) e a cariólise (dissolução da 
cromatina). 
 A necrose gera inflamação pelo derramamento das 
substancias intracelulares e recrutamento de células fagocitárias e leucócitos. Ocorre também a 
ativação de fibroblastos para ajudar a recuperar o tecido lesado. 
PADRÕES DE NECROSE 
 Necrose de coagulação: é o tipo mais comum das necroses, causada pela isquemia do 
local, perda de água e desnaturação proteica. Em sua grande maioria, as necroses de 
coagulação são observadas nos infartos, como os que ocorrem no coração, rim, baço e em 
tumores de crescimento rápido. Tem aparência rígida e coloração pálida da área. 
 Necrose de liquefação: causada pela ação de enzimas hidrolíticas que geram a 
dissolução rápida e total do tecido afetado. Apresenta consistência mole, aspecto líquido e 
gelatinoso na área necrótica. Característico de áreas como tecido cerebral que tem baixa 
capacidade de coagulação, o que facilita sua liquefação. 
 Necrose caseosa: é uma combinação da necrose coagulativa e da liquefativa, causada 
principalmente pela agressão celular por bacilos de Konch (causadores de tuberculose). 
Sua aparência é apresentada como uma massa amorfa, com aspecto de “queijo”, o tecido 
esbranquiçado, granuloso e amolecido. Esse tipo de necrose é a marca da tuberculose. 
 Necrose gordurosa: ocorre no tecido adiposo, pincipalmente em áreas de destruição 
gordurosa por lipases, sendo assim, é resultado da ação das enzimas pancreáticas ou 
como uma consequência de trauma mecânico no tecido. É muito comum no pâncreas e no 
subcutâneo adiposo, como nasglândulas mamárias. 
 Necrose fibrinoide: Causada pelo depósito de proteínas, tem aspecto hialino 
(translúcido) e acidófilo. É comum nas paredes dos vasos em caso de hipertensão arterial 
maligna, na poliarterite nodosa e lúpus eritematoso. 
 Necrose gangrenosa: é causada pela isquemia somada à ação de microrganismos, 
geralmente acometem as extremidades dos membros devido a distúrbios da circulação e 
raramente por exposição a baixas temperaturas. Ocorre a destruição proteica e putrefação. 
APOPTOSE 
 A apoptose é a morte celular programada com causas intrínsecas. Não ocorre a 
autólise, mas a digestão controlada do conteúdo celular e formação de corpos apoptóticos. 
 A célula modifica a sua forma, a cromatina se condensa, surgem bolhas na membrana e 
ocorre a fragmentação celular. 
Ocorre a condensação do núcleo e do 
citoplasma (célula diminui de tamanho), ocorre a 
condensação da cromatina. 
A célula forma agregados próximos à membrana 
celular. Ocorre a fragmentação nuclear e celular 
levando à formação de corpos apoptóticos. 
Ocore o processo de fagocitose por um 
macrófago ou por uma célula adjacente. Mudanças que 
ocorrem na membrana tornam a célula alvo de fagocitose sem a liberação de substâncias que 
geram inflamações. (ex: a fosfatidilserina é uma enzima citosólica que durante o processo de 
apoptose passa a ser exposta na superfície da membrana). 
MECANISMOS DE ATIVAÇÃO DA APOPTOSE 
 A apoptose é induzida por uma cascata de eventos moleculares iniciados de modos 
distintos. Se a célula não possuir o ATP necessário para iniciar a apoptose, ocorre o processo de 
necrose. 
VIA INTRÍNSECA/MITOCONDRIAL: A maioria ocorre por essa via. Existem proteínas no interior 
das mitocôndrias que são pró-apoptóticas, essas irão inibir as proteínas inibidoras de apoptose 
concentradas no citoplasma. 
 A Bcl-2 é uma proteína pró-apoptótica que regula a permeabilidade, quando ativada, induz 
a formação de poros na membrana mitocondrial. 
 Quando a célula sofre estresse, proteínas das famílias BAK e BAX alteram a 
permeabilidade da membrana mitocondrial com a formação de poros que permitem a saída do 
citocromo C para o citoplasma 
 Proteína mitocondrial citocromo C: ativa as caspases que são pré-enzimas inativas que 
causam alterações nas células apoptóticas e desencadeiam o processo da apoptose. 
VIA EXTRÍNSECA/RECEPTOR DE MORTE: As células possuem moléculas receptoras, por 
exemplo as da família TNF (fator de necrose tumoral) e FAZ (cd95). 
 Quando o ligante se liga ao receptor de morte na célula desencadeia uma cascata de 
ativação intracelular de apoptose. 
A célula tem um domínio de morte acoplado ao receptor, onde se liga uma proteína 
receptora em que se acoplarão as caspases, por essa ligação será desencadeada a apoptose. 
 O processo da apoptose ocorre de maneira igual nas duas vias. 
GENE P53: conhecido como gene supressor tumoral, quando a célula sofre um dano crítico ele é 
ativado para a apoptose, é inativado pelo MdM2. 
CAUSAS 
 A apoptose pode ter causas fisiológicas, como a involução de estruturas embrionárias, 
involução mamária pós-lactação e hormônios do ciclo menstrual. 
 No âmbito patológico pode ocorrer por algum tipo de lesão no DNA celular, acúmulo de 
proteínas mal dobradas ou lesão por infecções. 
 Na maioria das vezes a apoptose é importante para a renovação celular/tecidual, ou 
eliminação de células prejudiciais ou que sofreram algum tipo de injúria. 
 Na via extrínseca, o sinal extrínseco pode ser ligantes aos receptores, radiação ionizante, 
infecção viral e diversos fatores químicos. Os linfócitos T- citotóxicos ao fazer a defesa do 
organismo, privação dos fatores de crescimento ou algum estímulo interno. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Apoptose"; Brasil Escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/apoptose.htm. Acesso em 13 de julho de 2020. 
MONTENEGRO, Mario Rubens; FRANCO, Marcello. Patologia Processos Gerais. 4. Ed. São 
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Atheneu, 1999, 320 p. 
ABBAS, Abul K; KUMAR, Vinay; FAUSTO, Nelson. Robins & Cotran - Patologia – Bases 
Patológicas Das Doenças. 7. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, 1504 p.

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