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Resumo sobre Teoria do Processo

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TEORIA GERAL DO PROCESSO:
Processo
1) Noções Introdutórias: O processo é algo que pode transformar o mundo e conduzir a uma ordem jurídica justa. E, apesar de só se legitimar com a participação dos sujeitos que irão sofrer a eficácia do seu resultado, é também a disciplina do poder estatal, no processo há uma relação de poder. E quando se fala em uma relação de poder, se fala também no contraposto do poder que é a sujeição. Fundamentalmente essas três noções estão ligadas ao conceito de processo.
 Não adianta termos uma constituição garantidora dos direitos fundamentais se não há o processo para garantir a concretização desses direitos. Esse reconhecimento de direitos se dá através do processo que vem ao longo de uma evolução muito grande e rápida. Hoje, nós temos um processo tanto penal, como civil, muito mais efetivos e há uma maior busca pela efetividade.Hoje há um processo que é capaz de operar e transformar a realidade, um processo de resultados, de entregar um bem da vida. 
O processo retrata o regime político do estado, sendo assim o processo não é algo neutro que está além da realidade, ele esta na vida das pessoas. 
O processo hoje tutela não só direitos individuais, mas sim direitos coletivos e difusos. 
TGP: A teoria geral do processo vai se debruçar sobre o processo e fundamentalmente o processo jurisdicional, mas não somente ele, pois ela tenta descobrir o que há de comum em todos os processos, quer os estatais ou não estatais. Ela busca uma identificação e unificação entre todas as espécies de processos, por isso ela é uma disciplina universalizante. A maior parte dos doutrinadores negavam a existência dessa unificação, afirmando que o processo é tão fragmentado que não há a possibilidade de institutos idênticos, mas ela busca sistematizar os princípios, conceitos, institutos dos processos, com uma pretensão de que isso não implicara em uma unidade legislativa, mas uma unidade de forma de raciocínio. O propósito da TGD é conhecer os institutos do processo e seus mecanismos. 
A coisa julgada no processo civil pode ser recindida se contiver alguns dos vícios elencados no CPC no prazo de 2 anos. Passados 2 anos, ela se torna coisa soberanamente julgada. Já no processo penal, não existe a possibilidade de recindir a sentença absolutória, só a condenatória e a qualquer tempo. É o mesmo instituto com soluções diferentes, mas para a TGP o que importa é o instituto da coisa julgada aplicada a todos os processos jurisdicionais, a jurisdição, o instituto da defesa...
2) Processos estatais X Processos não estatais: Os primeiros estão ligados as funções essenciais de estado: jurisdicional, administrativa e legislativa. E os segundos não estão ligados a essas funções. Todos os processos e até os não estatais eles tem em comum relações de poder em seus troncos. E a CF de 88 teve um papel fundamental, pois hoje é possível se falar em garantias processuais que funcionam como uma própria limitação ao exercício do poder, no momento que exige a participação efetiva do sujeito. Claro que tudo isso está mais claro nos processos estatais. 
4.1) Processos estatais: Entre eles temos os processos jurisdicionais, administrativos e legislativos. 
4.1.1) Jurisdicionais: Os jurisdicionais vão ter a jurisdição no centro e a participação do sujeito, o que remete ao principio do contraditório (possibilidade da parte influir na decisão judicial com provas, alegações e etc.) Na medida em que o estado proibiu a justiça privada, ele assumiu essa atribuição de resolver os conflitos de interesses e, através da jurisdição o estado resolve os conflitos de interesses que são apresentados a ele. Dentro do processo jurisdicional, a jurisdição é o centro. Mas ela precisa ser provocada e acionada, por isso temos o principio da inércia da jurisdição. O processo jurisdicional envolve a jurisdição e o seu principio da inércia, ação e suas condições, a pretensão que é objeto do processo, as partes em conflito, a sujeição das partes á resolução judicial e em relação ao juiz temos o dever de imparcialidade, o dever de motivação e a coisa julgada. 
Algo muito especifico da jurisdição é que o conflito de interesses é solucionado por um terceiro parcial. Isso é importante quando se compara o processo jurisdicional ao administrativo. Outra característica fundamental é a coisa julgada. Então, os atos jurisdicionais são os únicos atos dentro de todo contexto que fazem a coisa julgada ou seja: resolvem o conflito de forma definitiva. E mais, o estado tem o monopólio da jurisdição.
 4.1.1.1)Fundamento jurídico substancial da pretensão: Esses processos estão divididos através do fundamento jurídico substancial da pretensão (o que efetivamente se pretende com o processo). De acordo com esse fundamento se divide os processos jurisdicionais em processos penais, civis, trabalhistas, eleitorais. 
* O processo penal vive em uma eterna tensão entre o direito de punir do estado e o direito de liberdade do individuo. Ele lida também com a indisponibilidade da ação e da defesa. Em processo penal, a defesa é indisponível. Nele se busca a punição do infrator. O processo civil, é tudo que não é penal, envolve direito constitucional, tributário. Ele discute direito público, privado, administrativo, tributário, civil... O processo civil tem tido muito maior atenção do que o penal. No processo trabalhista temos as relações de trabalho individuais e coletivos. E o processo eleitoral versa sobre pretensões eleitorais. 
4.1.1.2) Natureza de provimento: De acordo com a natureza do provimento ele pode ser cautelar ou principal que pode ser cognitivo ou executivo. 
4.1.1.2.1) Cautelar: Onde há uma pretensão de mera segurança, busca-se assegura um determinado estado de coisas para assegurar o processo principal, há uma fase probatória. É uma mera medida de segurança. Ex.: escuta telefônica) 
4.1.1.2.2) Principal: Ele pode ser cognitivo ou executivo. O primeiro é um processo de conhecimento. Ex.: alguém me deve algo, mas eu não tenho nenhum titulo com essa pessoa. Sendo assim, se busca um reconhecimento dessa divida, desse direito, dessa obrigação. Quando se tem essa prova, se entra com um processo executivo para obter um bem da vida. É aquele fundado num titulo executivo extrajudicial, como uma nota promissória. É aquele processo que não busca discussões que envolvem o processo de conhecimento, mas que se busca a execução. Para se ter um processo executivo, é necessário um titulo extrajudicial e um inadimplemento. 
4.1.2) Administrativos: O processo administrativo tem uma relação com normas jurídicas de cunho administrativo. A CF deu ao processo administrativo diversas garantias. Ele é mais fragmentado que o civil, mas é possível estuda-lo dentro da disciplina da TGP. Nele não há necessidade de uma parte provocar a administração para gerar o processo. A própria administração pode dar inicio a ele. A decisão produzida no processo administrativo não é definitiva, pois ela pode ser revista pela jurisdição, as decisões administrativas podem ser revistas pelo poder judiciário. Nele há a igualdade das partes, há garantias constitucionais e a necessidade da observância do devido processo legal, tanto quanto ao processo jurisdicional. 
4.1.3)Legislativos: O processo legislativo fica um pouco mais distante do processo jurisdicional, todavia se encontra traços comuns com os jurisdicionais. É o processo de produção das leis. Esse processo de uma maneira geral. Dada a iniciativa, ele é encaminhado a uma das casas, passa pelas comissões e ocorre a discussão e votação em plenário. É nesse momento de discussão que se revela o principio do contraditório. E quando aprovado poderá ser aprovado e promulgado. Nele se sobressai o contraditório nas discussões tanto a nível de plenário, como a nível das diversas comissões de justiça. Aqui também se verifica o contraditório. 
4.2) Processos não estatais: As entidades não estatais são as privadas (associações, partidos, cooperativas, por exemplo). Elas estão obrigadas a realizar um processo em determinados casos como na exclusãode um dos seus membros. São entidades privadas mas nem por isso estão livres de instaurar um processo quando se trate da restrição de direitos. Os estatutos das entidades não estatais tem que estar compatíveis com a CF. 
Fenomenologia Processual:
1) Sociedade e Processo: Aristoteles dizia que o homem é um ser político, então desde que surgiram as primeiras organizações sociais, o direito esteve presente. O homem como um ser político, sempre buscou viver em grupo. Em meio a isso, surge o direito. Desde os primórdios da humanidade o direito rege a vida da sociedade. Essa sociabilidade é inerente ao homem e é o direito que organizar essa sociedade, desde as formas mais primitivas de sociedades até as mais complexas. 
2) Grupamento social: Então, podemos observar nesse contexto os agrupamentos sociais com suas necessidades, interesses, pretensões e conflitos e assim como o direito é inerente a sociedade, essa vida em comum também é um calo que superfavorece os conflitos de interesses e o direitos aparece para regular esses conflitos de interesses. A razão de ser do processo é a resolução dos conflitos de interesses.
· Necessidades: Pelo conceito de Carnelutti, a necessidade é uma situação de carência ou desequilíbrio. Falta de alguma coisa. O homem depende de certos elementos para se realizar de forma intelectual, pessoal e etc. A necessidade é a carência de algo. Os ente que vão satisfazer as necessidades do homem são os bens materiais e imateriais. 
*** Todo bem precisa ter uma utilidade que é a capacidade do bem para satisfazer uma necessidade. 
· Interesses: Posição favorável á satisfação de uma necessidade. Então temos que o homem com as suas necessidades e os bens com a sua utilidade. O interesse vai se situar entre os bens e as necessidades. O homem tem interesse pelo gozo dos bens da vida. O que liga o sujeito das necessidades ao objeto é o interesse. O interesse imediato é quando a situação que se apresenta é capaz de resolver a necessidade imediatamente. No mediato, a situação propicia a realização da necessidade não imediatamente. O interesse individual é aquele que diz respeito a um só individuo, é uma posição favorável a satisfação da necessidade de um individuo. E interesse coletivo é uma posição favorável a satisfação de uma necessidade de um grupo. O interesse difuso, é coletivo também e este se refere a um grupo onde não há uma relação, como por exemplo consumidores de um determinado produto, turistas de um local. No coletivo o grupo de indivíduos está ligado a uma relação de base, por exemplo: empregados de uma fabrica, alunos de uma universidade. 
Os conflitos surgem das limitações dos bens e interesses da sociedade. E acontecem a toda hora 
*** Conflitos de interesses:
Conflito entre interesses individuais: Disputa de território, por exemplo.
Conflitos entre interesses individual e coletivo: Empregados e empregador e quando alguém quer fornecimento pelo SUS de uma cirurgia e o interesse da coletividade dos usuários, por exemplo.
Conflito entre interesses coletivos: médicos cubanos e médicos brasileiros, por exemplo. 
Obs.: Os conflitos podem ser de ordem quantitativa e qualitativa. Os primeiros se relacionam com a questão da escassez. Exemplo: transplante de órgãos. A qualitativa acontece quando um mesmo bem passa para patrimônio de outra pessoa e representa uma perda de um e o ganho de outro. Exemplo: diminuição do devedor e ganho do credor. 
· Pretensões: Exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio. A pretensão pode estar fundamentada no direito ou não, pouco importa para que se configure a pretensão. Ela pode ser fundada ou infundada. Ela consiste na exigência de subordinação ao interesse alheio, ao interesse próprio. Ela se manifesta como um ato do individuo. O individuo quer o bem e ele assim se manifesta, exercendo essa pretensão, o interesse no bem. 
A resistência a pretensão: Em seguida temos a resistência a pretensão que significa a não adaptação do interesse próprio ao interesse alheio. O conflito de interesses surge a partir dessas resistência. A atitude de não se subordinar, de se opor, configura a resistência a pretensão e como consequência, o conflito está posto. A pretensão é manifestada no processo, onde temos o autor e o réu. O autor apresenta uma pretensão que pode ser de natureza declaratória, constitutiva ou condenatória. A pretensão do réu se opõe á do autor, e por isso essa pretensão é declaratória (ele quer mim. A resistência pode aparecer como atuação que busca impedir a satisfação da pretensão e como manifestação de inconformismo com a satisfação consumada. (exemplo: poluição ambiental). 
· Contratos:
3)Tarefa de ordem jurídica: Por mais que exista todo o ordenamento jurídico, os conflitos são inevitáveis. A tarefa do direito é elaborar normas de conduta e comportamento e atribuir bens e direitos para que esses conflitos não existam, eles existem devido as necessidades humanas ilimitadas e bens ilimitados. Então o direito surge para dar forma a sociedade, atribuir direitos e deveres e tornar as relações sociais mais harmônicas, coordenar interesses, atribuir bens, como também exercer o controle social. O direito existe para dar as sociedades a certeza e a segurança. A certeza de que vai haver no estado um órgão que ficara responsável pela atribuição do sentido das normas jurídicas e para a sua execução. Ao lado da certeza, está a segurança social. Algo inerente ao individuo: ter segurança e segurança no sentido de definição das regras desse convívio social. Assim pode-se dizer que o direito é um instrumento de controle social. Os conflitos existem e a tendência é que eles sejam resolvidos pelos próprios indivíduos, mas há conflitos que não são resolvidos tão facilmente, por isso a importância do direito. Há uma necessidade de que as relações jurídicas estejam equilibradas, pois ao Estado interessa e muito a resolução desses conflitos, pois eles fomentam o caos, a instabilidade... O direito não deriva de valores éticos e morais superiores e sim da segurança, para que ele consiga assegurar que as pessoas vivam em paz e harmonia e a função do processo será a concretização e realização desses direitos previstos no ordenamento jurídico. Ao longo da historia, houve muitas formas de resolução dos conflitos, no primeiro instante, tínhamos a defesa privada, em que o Estado não conseguia ordenar a sociedade e estabelecer essa cooperação, então os conflitos eram resolvidos pela defesa privada (autotutela). É interessante observar aqui um sentido de igualdade nessa defesa privada. Na autotutela prevalecia a razão do mais forte. É um modo de resolução de conflitos que se revela muito violento, pois até então o que prevalecia era o mais forte. Hoje, a autotutela é permitida em alguns casos residuais, como na legitima defesa. Num segundo momento temos o arbitramento voluntário, onde o Estado não era suficientemente forte e foi se fortalecendo aos poucos pela necessidade de se proteger pelas guerras internas, então nesse momento temos o arbitramento voluntario, onde o Estado chamava pessoas como o pretores, sacerdotes, para resolver conflitos pela aceitação voluntária das pessoas. Num outro momento, tempos o arbitramento obrigatório, onde se tem o Estado ditando a solução dos conflitos de interesse e por fim, temos o Estado resolvendo através da jurisdição, do processo. O Estado é monopolizador da distribuição da justiça. Quando se fala nesse Estado resolvendo pelo processo, se quer referir á um terceiro parcial resolvendo conflitos. Porém, há outras formas de resolução de conflitos como a autocomposição (resolução do conflito pelas próprias partes) que pode se dar pela renuncia, desistência ou transação. Na renuncia o individuo “abre mão” do direito, na desistência, há a “desistência do processo” e na transação o individuo decide com a outra parte. 
A evolução da resolução de conflitos está ligada ao Estado, então na medida que o estado se impõe aos seus cidadãos, ele aprimora esse modo de resolução de conflitos. O conflito de interessesestá na própria razão de ser do direito. 
Dentro dessa ideia de controle social, o direito impõe os valores coletivos, os modelos sociais, dentro de um espaço social. 
· Harmonizar as relações sociais:
· Coordenação de interesses:
· Atribuições de bens:
· Controle social:
Obs.: A resolução de conflitos por um terceiro: Não é exclusivo da jurisdição a resolução de conflitos por terceiro, como na mediação (mediador leva as partes a autocomposição) e arbitragem. 
3) O conflito de interesses: O conflito de interesses existe pois um individuo não satisfaz a pretensão de outro. Para a aplicação da pena, há a necessidade do processo, mas não se pode esquecer. 
3.1) Lide: Todo o sistema processual está pautado na resolução de uma lide. A lide é um conflito de interesses qualificado por uma pretensão insatisfeita ou resistida. Quando o conflito de interesses entra no processo, ele se transforma em uma lide. Ela é a mesma no processo civil, no processo penal, no processo eleitoral. No processo penal, a lide que sucede. A lide é o conflito de interesses processualizada. O conflito e interesses tendem a se diluírem por si só no meio social, mas quando isso não ocorre, haverá a processualização do conflito de interesses que é justamente a lide. No processo penal há conflito de interesse do estado de exercitar o jus puniendi e o direito de resistência do infrator a essa punição. 
Nem todo o conflito vai desaguar em um processo, e por isso a grande critica que se faz ao conceito de Carmellutti em relação ao conceito, pois há diversas situações e processos que não há a lide.O direito processual busca a resolução desses conflitos processualizados. Ela ingressa no processo de várias maneiras que os códigos disciplinam, como no CPP, art. 41; CLT, art. 840; CPC, art. 282. 
· Há uma discussão se a lide é algo primário em todos os processos ou não. Quem sustenta que ela está em todos os processos, dizem que na separação amigável, há um conflito de interesses já que houve a vontade de acabar o relacionamento, o que configura uma lide. 
EQUIVALENTES JURISDICIONAIS:
· Equivalentes Jurisdicionais: São formas de tutela de direitos que não são definitivas. São outras formas que se colocam a forma jurisdicional da resolução de conflitos e com a diferença de que não há a coisa julgada. 
1) Autocomposição: 
2) Mediação: 
3) Julgamentos dos conflitos pelos órgãos administrativos: 
4) Formas de resolução de conflitos: 
AUTONOMIA: As próprias partes tentam resolver o conflito de interesses 
- Autotutela ou a Autodefesa: São formas de resolução de conflitos cuja a decisão vinha de uma das partes que impunha pela força bruta, a resolução dos conflitos. Imperava a lei do mais forte. Não havia uma ideia de individualização, quando havia uma agressão a uma tribo, se considerava uma agressão ao todo. Os estados modernos repelem a autodefesa porque ela não é compatível com a concepção de justiça que se tem. Contudo, ela é aceita em casos residuais, como na legitima defesa, no direito de greve, 
-Autocomposição: 
 Unilaterais (quando a solução parte de uma pessoa): A autocomposição unilateral pode vim da renuncia ou da submissão. 
 Renuncia a pretensão (ou desistência) 
 Submissão (ou reconhecimento) 
 Bilaterais: 
 Transação: São concessões recíprocas que as partes fazem. As partes perdem e ganham. Exemplo: banco cobrando uma divida, ele libera juros, faz uma redução, parcela... Há um perde e ganha. 
 Mediação: O mediador é uma pessoa habilitada e preparada que vai conduzir as partes a uma solução.
 Conciliação: O conciliador não vai ter um papel destacado, mas vai auxiliar as partes em pontos específicos para atingirem uma resolução dos conflitos.O conciliador se envolve mais do que o mediador. 
HETEROTOMIA: O titular da resolução do conflitos é um terceiro desinteressado que pode ser tanto pela arbitragem como pela jurisdição. 
 -Arbitragem: Existe uma lei que prevê a arbitragem, onde as partes devem ser capazes e optar por essa forma de resolução de conflitos e ao optarem por isso, abrem mão da jurisdição. Elas têm que ser capazes e versar sobre os direitos disponíveis, elas podem escolher os árbitros ou arbitro que solucionarão esse conflitos e podem escolher o fundamento que esse arbitro vai usar para solucionar. Não é preciso a homologação judicial para valer. A arbitragem feita no exterior pode ser homologada no Brasil para ser executada. É uma forma mais rápida e mais barata de resolução de conflitos. 
-Jurisdição: 
TEORIA JURISDICIONAL – Art. 2º CPC:
1) Tutela jurisdicional Plena: Ela é a proteção que por obra dos juízes é dada a parte que ostenta o direito material dentro do processo. Ela não se confunde com a ação, pois a ação é o direito de buscar uma pretensão, o direito a uma sentença de matéria que é improcedente ou procedente. O direito de ação é o direito a sentença. A tutela jurisdicional é algo maior, porque ela implica no reconhecimento e na efetivação do direito. Então, ela será prestada a quem tem razão no processo. Essa proteção que a parte obtém a partir do processo. Então, a parte esboça uma pretensão e ai se desenvolvem atividades probatórias afim da verificação do direito e por fim há a sentença. O reconhecimento de que a parte tanto autora quanto réu, ostenta do direito material. O direito de ação não se vincula a uma sentença que vai ser procedente ou não. A sentença de procedência ou improcedência se refere a um mérito. A tutela jurisdicional é prestada a quem tem razão no processo, no direito de ação, a parte pode ou não ter razão, ela é exercida independentemente da parte ter razão. 
Nem sempre a sentença emprega a prestação. A tutela jurisdicional vai representar a entrega da prestação e do bem. Se não há a entrega do bem, não se considera prestada a tutela jurisdicional. 
Se houver o julgamento de mérito, a parte não pode mais voltar. Se ela volta ao juízo, vai haver a extinção pela coisa julgada. Não há a possibilidade de reapreciação. 
2) Tutela jurisidiconais parciais: Isso significa que ambas as partes são sujeitas de tutela jurisdicional, então quando há o julgamento de ação improcedente. Ao reconhecer que o autor não tem razão, o juiz está protegendo o réu e por isso, ele ta prestando uma tutela jurisdicional parcial ao réu. Quando ele extingue o processo sem resolução de mérito, significa que não houve o preenchimento de algum dos requisitos para se chegar ao direito de ação. Quando ele assim age, ele está prestando uma tutela jurisdicional parcial ao réu. Para se chegar a sentença do processo, quem tem o direito de ação tem o direito de sentença. A lei estipula algumas condições e só quem obedece essas condições, pode ter um pronunciamento quanto ao réu. Ao lado das condições da ação, ela precisa de um atendimento de outro requisito que são os pressupostos processuais, um exemplo é a capacidade. Atendidos as condições de ação e os pressupostos processuais, a parte terá direito a uma sentença de mérito que é o reconhecimento do direito da parte. 
2.1) Condições da ação: Para que se preencha as condições da ação, é necessário que a pretensão não seja contraria ao ordenamento (possibilidade jurídica do pedido), que a pessoa que conduz o processo seja titular do direito (legitimidade de parte) e em terceiro lugar, que se faça a necessário o pronunciamento jurisdicional (interesse de agir). Essa ultima condição se assenta justamente no interesse. Não se pode movimentar a maquina judiciária sem que haja uma necessidade. Quem titulariza o direito de ação, é quem preenche as condições da ação. Quem não tem direito de ação é conhecido como carente de ação.
2.2) Pressupostos processuais: A parte deve ser capaz de formular uma demanda seguindoos requisitos, perante o juiz competente. Se alguém incapaz ou que não tem personalidade jurídica vai ao juízo diretamente. Os pressupostos envolvem a capacidade de parte e capacidade postulatória de poder formular uma demanda regular perante o juízo competente. 
3)Garantias para o executado: São garantias políticas da execução. A execução não pode ferir a dignidade do executado e nem de tirar os meios de sobrevivência. 
4) Crises e tutelas condenatória, reparatória, constitutiva e mandamental: 
4.1) Crises de certeza (tutela declaratória): Essas crises levam a necessidade de uma tutela declaratória.A certeza é um bem a ser buscado com essa tutela. Quando há a necessidade de se imprimir a certeza ao direito á uma relação jurídica, a tutela declaratória pode se fazer presente. Em varias situações as partes podem ter a necessidade de uma certeza a ser buscada pela tutela. Ela não depende da pratica de qualquer ato executivo, a tutela jurisdicional nessa situação, é obtida com a sentença. (Art. 4º do CPC). 
4.2) De situação jurídica (tutela constitutiva): Essas crises levam a necessidade de uma tutela constitutiva. Quando há uma crise com uma situação jurídica, as partes buscam uma extinção, modificação, criação de uma situação jurídica. Ela irá ser sanada por uma tutela constitutiva que se ligam a direitos potestativos. Elas estão ligadas a criação, extinção ou modificação de uma relação jurídica. Ela também é capaz de por si só entregar o bem ou de prestar a tutela jurisdicional e não demanda nenhum ato de execução. 
4.3) De inadimplemento (tutela condenatória): Essas crises levam a tutela condenatória. Aqui há uma obrigação que não foi cumprida e o que se busca é uma condenação que pode incidir sobre um fazer ou não fazer, entregar ou não entregar coisa móvel ou imóvel e de pagar a quantia. Aqui tutela tem a função de reparação. Ela é uma tutela parcial, em razão da sua natureza, ela por si não é capaz de fazer essas entregas de fazer ou não fazer, dar ou não dar e etc. Essa tutela versa sobre direitos prestacionais ou obrigacionais. Aqui o juiz pode fazer a execução de oficio em relação ao fazer ou não fazer, entregar coisa móvel ou imóvel. Já quando se trata de pagar quantia, ele tem que aguardar a iniciativa do credor, ele tem que requerer o cumprimento da sentença. 
* Tutela mandamental: Ela não é uma espécie autônoma de tutela jurisdicional, embora já tenha sido considerada como tal. Hoje se entende que ela é apenas uma derivação da condenatória. Ela é uma espécie de tutela condenatória. A diferença da condenatória propriamente dita e mandamental é que a segunda tem um comando mais forte (ex.: mandado de segurança), há uma ordem com uma força mais robusta. Ela impõe pela sua própria força o cumprimento independentemente de qualquer procedimento. O comando é mais eficaz, forte e autoritário, mas no fundo é uma tutela condenatória, não gozando de autonomia. A diferença é a concentração do comando. Aqui há uma norma para que se faça, para que se cumpra. 
4.4) Tutela jurisdicional executiva: Na tutela jurisdicional executiva, o direito está reconhecido, e ela vai tratar de exigir o cumprimento de uma sanção. Ela propicia a entrega do bem, não se discute mais nada. Ela se preocupa em praticar atos para a satisfação da obrigação. Sem titulo executivo extrajudicial não se faz essa execução (antes existiam o judicial – se cumpre no próprio processo e o extrajudicial – titulo capaz de desencadear a pratica de atos de execução). Exemplo de títulos: cheque, nota promissória. Eles estão previstos no 585 N, CPC. São títulos que são capazes de desencadear o processo executivo. Aqui se lida com pratica de atos para satisfazer a obrigação. A parte credora promove um processo de execução, para obter uma tutela executiva que é a execução daquele titulo. Ela é uma tutela autônoma. 
5) Conceitos para a compreensão de outras espécies de tutela jurisdicional condenatória: 
5.1) Sentença: É o meio processual preordenado a prestar tutela. A tutela é prestada através da sentença, via de regra. Ela só não será através da sentença se ela for antecipada. Nem sempre a sentença é capaz de prestar tutela. 
5.2) Tutela do direito: É o resultado efetivo que o processo proporciona ao autor no plano do direito material. É o resultado efetivo na realidade fática. 
5.3) Ilícito: A relação que se faz é simples no sentido de que para o ilícito, o ordenamento jurídico, reserva um tipo de tutela. Apenas para o ilícito. Existem tutelas jurisdicionais apenas para o dano. Há tutelas que visam combater o ato ilícito, quer ele cause dano, quer ele não cause. Daí a necessidade de compreendermos as diferenças entre o ilícito e o dano. O ato ilícito é o ato contrario ao direito. 
5.4) Dano: O dano é a face mais visível do ato ilícito, mas não está necessariamente ligado ao ato ilícito. É o prejuízo, a lesão. Há atos ilícitos que não produzem danos, eles não são consequências essenciais ao ato ilícito. Existem direitos fundamentais que independente da existência de dano, eles são protegidos. Pode haver dano decorrente de ato licito e o próprio CC prevê isso – Art. 188 e art. 297 (Ex.: Legitima defesa, exercício regular de direito). Sendo assim, dano não está ligado a ato ilícito, necessariamente. 
5.5.) Urgência: É uma situação de perigo que demanda uma pronta atuação. Perigo da ocorrência de um dano ou da pratica de um ato ilícito. Uma situação que não se pode esperar, que demanda a atuação de uma medida urgente, para evitar essa ocorrência. 
5.6) Evidência: Determinados direitos são passiveis de demonstração de plano, são possíveis de serem provados de plano, não há dificuldade probatória, são inequívocos. Uma situação assim via desafiar um tipo de tutela. A urgência e a evidência são diferentes porque em um há o perigo e no outro há direitos que são inequívocos e evidentes, direitos liquido e certos. 
* A urgência e a evidência desafiam situações tutelas jurisdicionais especificas. Elas não se anulam e podem acontecer juntas. 
6) Outros tipos de tutelas jurisdicionais condenatórias: 
6.1) Tutela jurisdicional final: Ela vem consubstanciada na sentença. É aquela tutela deferida após o tramite regular do processo. 
6.2) Tutela antecipatória (técnica) 273, CPC: Ela não é uma espécie de tutela diferente, mas é uma técnica para se prestar a tutela antecipadamente. Aquela tutela que seria prestada na sentença (meio processual preordenado a prestação de tutela), é possível que ela seja prestada antes da sentença. É uma das modificações do CPC e foi algo revolucionário, pois aquela tutela que só seria prestada ao final da sentença, foi antecipada, através de uma técnica que concebe essa tutela ao autor. Ela visa satisfazer antecipadamente a satisfazer o direito da parte. Ela é provisória porque se assenta em um juízo que fala de cognição superficial, que é aquela cognição rarefeita que se opõe a tutela exauriente que a sentença presta (onde se exauriu todos os meios de prova, apreciou todas as alegações das partes e se aprofundou). É mais superficial e por isso é provisória. E o juiz só pode antecipar os efeitos da tutela, a requerimento da parte, desde que ocorra a verossimilhança da alegação (evidência), como requisito. Ela exige fundamentalmente a verossimilhança e o perigo. Ela está compreendida no processo e não tem uma função de garantir, a garantia do bem da vida é reservada a tutela cautelar, ela tem a potencialidade de satisfaz antes e provisoriamente. Ela se funda na evidência e ela vem assentada em outras premissas, como:
- Receio de dano: a urgência 
-Abuso do direito de defesa
-Parcela incontroversa de demanda
*Se combina um desses três a evidência. Ela pressupõe a evidência e a urgência, mas ela pode prescindir a urgência se houver abuso do direito de defesa ou a parcela incontroversa de demanda. A urgência não é um pressuposto necessário para essa tutela, pois o pressuposto necessário é a evidência. Já na cautelar, é exigido a urgência. 
*Ela pode aparecer depois da sentença, se essa provocar efeitos depois de muito tempo.6.3) Tutela Preventiva – art. 5º, XXXV, CF: Na tutela preventiva a parte se antecipa á lesão. É a tutela mais completa, porque vem antes da lesão e busca evitar a lesão ao direito ou a ocorrência de dano. Ela chega antes, daí a possibilidade de remediar isso. Ela tem a sua consagração no art. 5, inciso 35 da CF. Ela pode ser conferida diante da simples ameaça de lesão. Esse artigo garante também a tutela inibitória. 
6.4) Tutela Repressiva: Contrapondo-se a tutela preventiva, temos a repressiva que é aquela que vem após a lesão ou a ocorrência do dano. Essa tutela visa remediar ou tenta chegar ao máximo do que havia antes da ocorrência do dano. Se tenta melhorar ou repor as coisas naquele estado anterior ao dano. Se ela consegue evitar a pratica de um ato, ela é preventiva, se ela não consegue, ela é preventiva. 
6.5) Tutela pelo equivalente monetário: Ela contrapõe a tutela especifica. No estado liberal havia a concepção de que qualquer lesão que houvesse aos direitos poderia ser traduzida em pecúnia. Não havia a preocupação com a tutela efetiva do direito, porque esse direito poderia ser traduzido em dinheiro. Não havia preocupação com a tutela do direito em si, pois todo direito deveria ser traduzidos em pecúnia. No Estado liberal havia valores como autonomia privada das partes, segurança jurídica, então não se cogitava invadir patrimônio por outra forma que não fosse a descrita em lei. 
6.6) Tutela especifica (pode ser preventiva ou repressiva): E no estado constitucional passou-se a buscar a proteção do direito em si, na compreensão de que não se podia traduzir alguns direitos em pecúnia. Esse estado passo a exigir uma tutela especifica das obrigações, ou seja, conferir a parte aquilo que o direito material assegura a parte. Hoje, a primazia do processo é buscar proporcionar a parte a tutela especifica ou o resultado útil equivalente e só quando isso não for possível, que se busca traduzir o direito em pecúnia. 
-> Tutelas especificas: 
6.6.1) Tutela inibitória (ela é preventiva, pois preventiva é gênero): Essa tutela é aquela tutela preventiva, porque ela visa evitar a prática do ato ilícito. Ela se volta para o futuro e busca evitar a lesão, então não se cogita a existência de dano aqui. O dano aqui é irrelevante, porque ela busca evitar a prática do ilícito. Enquanto, tutela preventiva que é, ela exige a demonstração da ameaça da ocorrência do ato ilícito. O perigo tem que ser demonstrado objetivamente, então ela pode tanto evitar que o ilícito seja praticado, como ela pode também evitar a repetição ou a continuação do ato ilivito. É uma tutela que a cognição judicial fica restrita a essa possibilidade do ato ilícito ou a sua ocorrência. Ela visa evitar a lesão ou a alegada lesão, busca a prevenção Ela é preventiva e uma espécie da tutela especifica. Exemplo de tutela inibitória: invasão de domicilio. A grande novidade dessa tutela é que ela para ser requisitada independente do dano, ele é irrelevante, partindo da compreensão de que o dano não é elemento integrante do ato ilícito. Ela pode ser concedida de forma antecipada ou pode ser adquirida no final da sentença. Os requisitos para ela ser viabilizada antecipadamente são: urgência e evidência. É especifica, sumária (Exemplo: Art. 932, CC). 
6.6.1.1) Art. 461, CPC – Tutela especifica da obrigação: Esse artigo é a fonte normativo processual da tutela inibitória, antecipatória, preventiva e mandamental (o juiz poderá impor multar diária ao réu) individual. Essa tutela pode ser concedida antecipadamente ou na sentença. 
Paragrafo 3º: Aqui se fala em evidência e urgência. 
Paragrafo 4º : Consagração do provimento mandamental. 
Paragrafo 5º: Trata do provimento executivo. 
*** Provimento mandamental ou executivo: Ela visa a eficácia da tutela mandamental e ela vai se utilizar de meios para convencer o obrigado a cumprir a obrigação. Ele vai aplicar multa “fazer sob pena de...”. A técnica utilizada no provimento mandamental é convencer o obrigado a fazer, a prestar, o que quer que seja. Ela procura influenciar na vontade do objeto por meio da multa. É o convencimento. Então no provimento mandamental há a coerção que é através da multa ou “astreintes”. Quem vai executar esse provimento é o obrigado que será convencido a fazer. Mas há situações em que isso pode se revelar ineficaz quando o obrigado não tem dinheiro e ai a tutela pode vir através do provimento executivo, onde se faz a própria execução contra a vontade do obrigado, se adota uma medida para a obtenção do resultado pratico, é contra a vontade do obrigado e se utiliza da força. São medidas que podem ser adotadas para se conceber a tutela. Os dois partem do juiz, o mandamental é uma ordem, uma obrigação e determinação a se fazer e se a pessoa não fizer, vai ser aplicada a multa. Quando isso não é possível, ou esse provimento é ineficaz, ele pode determinar que o poder publico cuide de cumprir aquela determinação. 
6.6.2) Tutela reintegratoria (remoção do ilícito): É uma tutela especifica e repressiva tem em mira o ilícito, mas ao contrario da inibitória, ela se volta para o passado. Busca remover os efeitos do ato ilícito. O ilícito já foi praticado e se busca com essa tutela a remoção do ilícito. O restabelecimento daquela situação que vigia antes do ilícito ser praticado. Se o ilícito tiver ocorrido, ela busca assegurar a parte. Essa tutela fará todo o possível para reestabelecer essa situação equivalente ou mais próximo do equivalente possível, ao que existia no passado. Aqui não há a preocupação com o dano, ele é irrelevante. É muito comum que ela seja utilizada quanto á violação aos direitos autorais. Exemplo: nome do individuo já está no Serasa. A tutela vai buscar remover esse nome. Art. 926, CPC. 
6.6.3) Tutela Ressarcitória: É uma tutela que visa a reparação do dano. É a tutela que vai se preocupar com a ocorrência do dano (não integra a estrutura do ato ilícito), porque ela tem um escopo de reparar o dano causado, quer ele decorra de um ato licito* ou ilícito. Essa reparação pode ser pelo equivalente em pecúnia que é aquela tutela genérica (tutela do equivalente monetário), quando não for possível ser dada a tutela especifica, onde se visa reparar a diminuição patrimonial sofrida pela parte, ou seja, o dano. Mas a prioridade é que essa tutela seja especifica. A tutela especifica in natura, é aquela tutela que vai buscar assegurar o próprio bem protegido pelo direito material. Ao lado dessa tutela in natura, temos outra tutela que é a reparação através de um meio não pecuniário, mas é uma obrigação de fazer, de entregar a coisa, não é de pagar (Exemplo: por uma ofensa contra alguém publicamente, é possível pedir desculpa públicas, o direito de resposta em direito eleitoral). 
Há situações que podem desafiar as três espécie de tutela. Por exemplo: derramamento de óleo por um navio, ou qualquer acidente ambiental, pode dar origem a diversas tutelas que podem ser cumuladas (tutela ressarcitoria para reconstruir a fauna marina, indenizar moradores e tutela preventiva, por exemplo ao contratar uma empresa para evitar outros atos ilícitos). 
A responsabilidade civil vai exigir: o dano e o elemento subjetivo (a culpa ou o dolo). A responsabilidade subjetiva vai exigir o dolo ou a culpa e ao lado dela, temos a objetiva. Essa tutela visa combater o ilícito de natureza civil.
*Exemplo: legitima defesa (929, CPC + 188, CP), exercício regular de direito. 
* A obrigação de pagar pode ser obrigação especifica, quando a obrigação for especificamente de pagar. 
6.6.4) Tutela do adimplemento da obrigação contratual na forma especifica (art. 18, 19, 20, CDC): Não é uma forma autônoma de tutela, ela vai se encaixar em uma dessas tutelas, acima. Essa tutela é uma tutela dada dentro do contexto do contrato, será inibitória se o contratante vai deixar a sua parte ou já deixou de cumprir, ou reintagratoria, ou ressarcitoria. Mas ocorre no mundo do contrato e visa a proteger a boa-fé dos contratantes. Quem contrata visa o cumprimento a obrigação contratada. Ela tente a forçar o devedor da obrigaçãoa cumprir o que ele contratou. 
6.6.7) Tutela jurisdicional definitiva: É uma tutela que é dada após o exercício de uma cognição exauriente (o processo se esgota, o juiz conhece as alegações, as provas e então dá a sentença). Ela tem o escopo de formar a coisa julgada, a decisão definitiva. Ela prioriza um valor acima de todos os outros que é a segurança jurídica sobre o que foi decidido. Essa tutela definitiva pode satisfazer ou não satisfazer. 
6.6.7.1) Satisfativa: Visa certificar e efetivar direitos. É a tutela padrão. Ela vem para resolver as crises de certeza, de situação jurídica e crise de inadimplemento. Ela visa satisfazer e oferecer as partes.
6.6.7.2) Não satisfativa: Essa tutela que se predispõe a não satisfazer é uma tutela satisfativa. Ela não visa proporcionar um bem da vida, o objetivo dela está em outro patamar. Ela visa apenas assegurar direitos e não satisfazer. Diante da provabilidade da existência de um direito, ela visa conservar direitos. Ela é uma tutela cautelar que é dada diante da provabilidade da existência de um direito. Ela exige dois requisitos: o fumus boni iuris (verossimilhança) e o periculum in mora. Se assegura aquele direito, pois se não se assegurar, quando sair a sentença, pode não haver mais aquela situação. O direito vai ser discutido ainda. Deve haver a verossimilhança e a urgência. Não cabe a ela definir e satisfazer direitos, mas assegurar. Analisando a verossimilhança e a urgência, ela faz coisa julgada quanto a necessidade de acautelar aquela situação. Ela vai existir até quando durar a situação de perigo. Há um processo que assegura e outro que efetiva. 
A) Cunho assecuratório
B)Conservativo de direitos
6.6.8) Tutela provisória:
6.6.8.1) Tutela antecipada (liminar): A tutela provisória é uma tutela antecipada que pode ser satisfativa ou não satisfativa.Ela pode ser modificada a qualquer momento. Uma das suas características é a precariedade (porque ela se assenta em um juízo de cognição sumária) e pode ser revogada a qualquer momento. Ela é a famosa liminar, a decisão dada no inicio do processo. Essa antecipação vem atender uma necessidade de eliminar o tempo do processo. Como não há em algumas situações essa possibilidade de espera, é possível que a tutela satisfativa e não satisfativa sejam antecipadas. Visão minorar os efeitos do tempo. 
A) Satisfativa: Antecipação da tutela, 273 CPC. Deve haver a verossimilhança, que é formada pela prova inequívoca + o perigo de dano, pedido incontroverso da demanda ou abuso de direito. A urgência não é um pressuposto inafastavel. Ela pode ser dada sem a urgência. Visa satisfazer de pronto. Exemplo: nomeação em concurso. 
B) Cautelar: Art. 804 
*Tutela inibitória provisória (art. 461, parágrafo 3): Ela pode ser dada antecipadamente também. 
6.6.9) Tutela cautelar (tutela definitiva não satisfativa): Aquela dada na sentença 
- Instrumental: Ela é acessória da ação principal, sempre vai haver outro processo.
-Temporária (não provisória): Provisória é a antecipada satisfativa. A tutela cautelar faz coisa julgada, mas não é provisória. É definitiva e temporária. A doutrina distingue esses conceitos: o temporário é aquele que dura um certo tempo, mas não está destinado a ser substituído por outro de outra natureza e o provisório nasce para ser substituído por outro, que no caso é a sentença. A cautelar não será substituída por outro provimento igual de outra natureza, não será substituída por outra cautelar. A antecipatória vai ser substituída por uma sentença. 
-Mérito na cautelar: O pedido na cautelar é um pedido de segurança (a segurança de um credor de receber seu crédito, por exemplo. Ele pode pedir ao juiz para bloquear os bens de um sujeito) e a causa de pedir é o fumus boni iuris e o periculum in mora. A razão do pedido é essa. Como a cautelar está fundada na urgência, a cognição dela é sumária. Nela, ainda não se definiu direitos ainda. 
	TUTELA CAUTELAR
	TUTELA ANTECIPADA
	Preserva os efeitos uteis da tutela definitiva satisfativa
	Antecipa os efeitos de tutela definitiva (satisfativa ou não, isto é, da própria cautelar)
	Garante a futura eficácia da tutela definitiva
	Confere eficácia imediata a tutela definitiva
	Espécie de tutela jurisdicional
	É técnica processual
	Pressupõe sempre o perigo: situação de urgência
	Não pressupõe necessariamente o perigo
	Definitiva e Temporária
	É decisão provisória (sumária e precária)
 
DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL: NOÇÕES GERAIS E POSIÇÃO ENCICLOPEDICA DO DIREITO PROCESSUAL:
1) Introdução: O ordenamento jurídico como um todo pode ser visto como um composto de normas de primeiro graus ou substanciais e normas de segundo grau ou processuais ou jurisidicionais. 
2) Normas de primeiro graus ou substanciais: As normas de primeiro grau são aquelas que estabelecem a cooperação entre os indivíduos. Atribuem aos indivíduos obrigações, faculdade, deveres. Existe uma gama enorme delas como as normas que estabelecem o que é licito, ilícito, que estabelecem padrões de comportamento, disciplinam as relações jurídicas relativas aos bens da vida. São normas que tratam de direitos materiais. Quanto mais desenvolvido o Estado, maior o numero de normas a regular a conduta dos indivíduos, as suas relações jurídicas. Elas regulam as relações jurídicas entre os indivíduos. 
Exemplo: norma que proíbe o homicídio.
3) Normas de segundo grau ou processuais (ou jurisdicionais): Essas normas entram em ação quando as primeiras não são observadas. O ordenamento jurídico estaria melhor garantido se composto por essas duas qualidades de normas. Então essas normas só entrariam em ação quando houvesse descumprimento das normas de direito material (normas direito civil, direito tributário, direito comercial, por exemplo). Funcionam como um reforço do próprio ordenamento jurídico, no sentindo de manter a integridade das normas de primeiro grau. Essas normas são aquelas que disciplinam o próprio exercício da jurisdição. Elas vão disciplinar as relações que se estabelecem no processo. Enfim, o exercício conjugado da jurisdição pelo juiz, do direito de defesa pelo demandado e do direito de ação do demandado. Essas normas são normas de direito público, visto que a jurisdição é monopólio do Estado e tem natureza reparatória. Elas visam disciplinar o exercício da jurisdição pelo Estado. Nesse sentido, essas normas são reparadoras ou normas de reforço e somente vigerão quando houver uma quebra de norma de primeiro grau ou norma substancial. 
Exemplo: norma que disciplina a aplicação da sanção penal ao homicida.
3.1) Relação jurídica composta: 
3.1.1) Dos sujeitos: autor, réu e juiz
3.1.2 Do objeto: Prestação jurisdicional 
3.1.3) Causa: Descumprimento da norma de primeiro grau +vedação da autotutela 
4) Posição enciclopédica do direito processual: É a posição que o direito processual ocupa no conjunto do ordenamento jurídico. O direito processual se insere como norma de direito público, embora possa tratar de uma reparação de norma de direito privado. A norma processual será sempre uma norma de direito público. 
A ciência processual é relativamente nova que surge através de Oscar Von Bullow que é o primeiro doutrinador que consegue diferencias normas processuais de normas substanciais. Ele em 1868, vai sistematizar essa diferença entre a relação de direito material e relação de direito processual. E a partir daí, a ciência processual tem um impulso. Essa ciência é relativamente nova se comparada ao processo do direito romano. Embora o direito processual visa o cumprimento do direito material, ele goza de ampla autonomia. Isso se verifica na questão dos erros judiciários, na própria formação da coisa julgada quando ela contraria o direito material, por exemplo. Dentro dessa posição enciclopédica é possível perceber uma relação do direito processual com outros ramos do direito. 
4.1)Direito constitucional X Direito Processual: 
* Tutela constitucional do processo estabelecida pela CF: A questão do acesso a justiça, a teoria do devido processo legal, direito ao contraditório e a ampladefesa, juiz natural, coisa julgada, igualdade, proibição da prova ilícita, presunção da inocência, instituição do juiz, motivação das decisões judiciais, celeridade, principio da publicidade. Esses princípios processuais residem na CF, demonstrando uma profunda simbiose entre direito processual e direito constitucional. 
* Organização do poder judiciário e magistratura: 
* Tutela constitucional das liberdades – ações constitucionais (mandato de segurança individual ou coletivo, habeas corpus, habeas data, ação civil pública, mandato de injunção...)
4.2)Direito civil X Direito Processual: 
*O direito civil disciplina da capacidade das partes 
*O direito civil estabelece a classificação das pretensões
*O direito civil faz a interpretação judicial de alguns conceitos indeterminados (como a boa-fé)
*Ele traz a função social do contrato
*Noções de prescrição e decadência
*A questão do domicilio 
4.3) Direito Administrativo X Direito Processual: 
*A estrutura organizacional dos tribunais é moldada com base no direito administrativo. 
4.4) Direito Penal X Direito Processual (338 e 350, CP): 
*Ele tem um capitulo que trata dos crimes contra a administração da justiça. Existe, portanto, toda uma proteção penal á figura do processo. São normas que criminalizam condutas processuais. 
4.5) Processo Civil X Processo Penal: 
*A questão da prejudicialidade
*Os efeitos civis da ação condenatória
4.6) Processo Civil X Direito do Trabalho: 
*A aplicação subsidiário do código de processo civil á CLT. 
5) Teoria unitarista: O ordenamento não se basta com as normas de direito material, as normas de direito processual compõem elas, eles veem o ordenamento como um todo, não é algo separado e a sentença se comunica com elas, vê a sentença como uma norma no ordenamento jurídico, então ela não vê uma diversidade de normas, mas algo uno. 
EVOLUÇÃO HISTORICA DO DIREITO PROCESSUAL BRASILEIRO:
1) O processo em Portugal – séc XI á XIII: O processo que Portugal utilizava, tinha muita influencia do processo romano e também do processo germânico. No império Português houve a necessidade de compilar toda a legislação. Havia uma tendência dos monarcas portugueses de elaborarem uma legislação que pudesse ser aplicada em Portugal e todo o reino que fosse conquistado a partir daí. Então, surgem as ordenações: Afonsinas, Manuelinas e Filipinas. Nós sofremos uma forte influencia das ordenações no que diz respeito ao Processo. 
2) Ordenações Afonsinas ( 1456): Segundo as ordenações afonsinas, a justiça portuguesa era dividida em três graus de jurisdição. A ultima instancia era exercida pela casa de suplicação, tem os órgãos de segundo grau que eram exercido pelo desembargo do paço e mesa de consciência e ordem. E havia a justiça de primeiro grau que era exercida pelos juízes. Os juízes ordinários eram eleitos entre os membros da Camara de vereadores, então eram escolhidos dentro o legislativo. Já os juízes de fora eram juízes nomeados pelo rei e eles tinham uma função de corrigir os erros dos juízes ordinários, tanto que se fala que os juízes fora usavam a vara vermelha que tinha mais poder. Além disso, eles tinham a função de fortalecer o poder do rei. Os juizes de vintena eram os juizes de lugares mais longínquos (aldeias e lugares mais afastados) e os juizes de órfãos que tratavam do direito de menores e casos de família. 
2.1)Justiça Portuguesa (três graus de jurisdição) 
2.1.1) Ultima instancia (Casa de Suplicação) 
2.1.2) Órgãos de segundo grau: Desembargo do paço 
 Mesa da consciência e da ordem
2.1.3)Primeiro grau (Juízes ordinários, Juízes de fora, juízes de vintena, juízes de órfãos). 
2.2) Processo Penal: O processo Penal quanto as ordenações afonsinas era marcado por penas terríveis. Só que essas penas não eram aplicadas aos nobres. Foi uma grande luta para nos livrar dessas penas pois era incompatível com os valores vigentes. 
2.3) Processo Civil: Era organizado em ritos; ordinário e sumário. O rito ordinário é mais longo, as fases do processo são demarcadas e divididas. O rito ordinário era mais formal e o rito sumário, exatamente como existe hoje. O que diferenciava entre um e outro, eram os valores da causa. 
2.4) Recursos (agravo, apelação e carta testemunhável): Havia um sistema de recursos, exatamente como temos hoje.Em toda sentença cabe a apelação e a carta testemunhável é um recurso no Processo Penal. 
2.5) Respeito o contraditório:É um valor perseguido no Processo das ordenações. 
2.6) Busca da verdade real: A verdade real, hoje, é algo que se busca muito mais no Processo Penal do que no Processo Civil, ela se relaciona com a verdade que transparece nos fatos, que se transporta dos fatos. A verdade formal se contenta com algumas ficções e presunções. Na época das ordenações, se aplicava aos dois processos. 
2.7) Fases Procedimentais: Era um processo muito formal no qual havia uma divisão muito grande de fases processuais. As fases procedimentais são rigorosamente instituídas. Nesta época, a prova testemunhal era secreta, o que hoje é inconcebível no processo moderno já que o que 
2.7.1) Fase postulatória: Os atos praticados aqui são o libelo (petição inicial), a contrariedade, a replica e a treplica. Até hoje nos temos até a replica (autor volta a falar, autor contra argumenta as objeções oferecidas na contestação), no Processo Civil. 
2.7.2) Instrutória: 
2.7.3) Descisória
2.7.4) Executória: 
2.8) Processo: 
2.8.1) Ordinário: 
2.8.1) Sumário: 
2.8.3) Especiais: Ações promissórias (temos dentro do código), despejo, executivos fiscais, cominatórias. Essas ações visam obrigações de fazer e não fazer. 
2.9) Aditamento do libelo ou da denuncia pelo autor: Havia a possibilidade de aditamento do libelo ou denuncia pelo autor. Hoje se verifica essa possibilidade, com uma condição. No passado ele podia aditar o libelo ou denuncia, quantas vezes ele quisesse, desde que fosse ouvido o réu. Hoje temos esse aditamento com a exigência de que a parte tenha sido ouvida, mas hoje só é possível até o saneamento do processo, porque houve a estabilização da demanda e por isso não é possível editar. Por exemplo, se no processo civil, o autor esqueceu de formular um pedido, ele pode acrescer a petição inicial. Na mesma maneira no processo penal, se o juiz verifica que a prova colhida não reflete a prescrição feita na denuncia, é possível o aditamento da mesma. 
2.10) Principio da persuasão racional na valoração da prova: A persuasão raciona se refere ao fato de que o juiz não pode decidir segundo a consciência dele, ele tem que demonstrar porque ele foi convencido em um sentido ou outro. Há essa liberdade que o juiz tem de avaliar as provas, mas ele precisa demonstrar e justificar, até porque em um processo pode existe até provas contraditórias. Ele tem que motivas a sua decisão e não pode decidir segundo a consciência dele. Ele é livre para apreciar a prova e pode até decidir contra um laudo judicial, ele pode afastar as conclusões daquele laudo, mas por esse principio, ele tem que justificar as razões que ele afasta laudos ou qualquer outra prova. 
2.11) Proibição do julgamento “secundum coscientiam” pelo magistrado: É uma decorrência do principio da persuasão racional na valoração do processo. É algo banico, todavia remanesce no ordenamento processual brasileiro, a possibilidade do julgamento segundo a consciência nos casos de julgamento pelo júri. É a única situação que se admite esse julgamento. 
2.12) Proibição da sentença ultra petita: Hoje, acolhemos integralmente esse principio. O ordenamento jurídico processual brasileiro aceita. Por esse principio, a sentença tem que guardar uma conexão restrita com o que foi pedido. Não é possível ela dar mais do que foi pedido. Isso não quer dizer que o juiz não possa para efetivar cumprimento jurisdicional, lançar mão de uma medida que não foi pedida, para o seu cumprimento. 
2.13) Necessidade da sentença levar em conta os fatos, no momento de seu proferimento:O processo se caracteriza por se desenvolver no tempo. Ele demoraum tempo para acontecer e aqui, segundo essa característica, no momento da sentença, o juiz deve levar em conta a situação fática daquele momento. É possível que tenha ocorrido uma mudança na situação fática e aquela mudança deve ser considerada no momento que o juiz for proferir a sentença. 
*As ordenações Manuelinas não tem nada que se destaque, apenas que cada imperador queria fazer a sua ordenação, o que revela um absolutismo da época. 
3)Ordenações Filipinas (1603): 
3.1) A sentença deve ser coerente com o pedido inicial: Isso nos já vimos. Esse é o principio da congruência: a sentença tem que ser congruente com o pedido. A sentença deve ser conforme com o pedido. 
3.2) Mantida a vedação da sentença liquida: Já vimos nas Afonsinas. Essa proibição é vigente hoje e é uma vedação expressa nos Juizados Especiais. É a sentença que está pronta para ser executada e tem a definição da qualidade e da quantidade. 
3.3) Processo Civil: 
-Principio Dispositivo: O processo que atende esse principio é aquele que deixa com as partes as iniciativa probatórias, as iniciativas de alegações, de renunciar. É o processo que as partes tem um protagonismo muito maior. Oposto a isso é o processo inquisitivo. Hoje se fala que o processo civil atende muito mais ao principio dispositivo do que o processo penal. 
-Forma escrita e as fases regularmente distintas: É um processo rígido, formal e as fases são: 
3.4) O processo no Brasil – Justiça Colonial: O Brasil tanto como colônia, como reino unido e depois da sua independência política continuou a ser regida pelas ordenações portuguesas. Neste ultimo caso pelas ordenações Filipinas. Por muito tempo a justiça era composta de:
3.4.1) 1ª instancia: Era integrada pelos juízes ordinários e juízes de fora. Os primeiros eram eleitos pela camara dos vereadores para atuarem na subscrição do município e os juízes de fora tinham formação técnica. Quem usava a vara vermelha eram os de fora. 
3.4.2) 2ª instancia:Era regida pelo tributal da relação. O Brasil teve nessa época dois tribunais de relação. Havia um no RJ e um em Salvador e o processo da inconfidência mineira foi julgado pelo tribunal de relação do RJ. 
3.5) Processo Civil: O processo civil podia ser oral ou escrito. O penal só poderia ser escrito. O que determinava o procedimento oral ou escrito era o valor da causa, como um critério objetivo determinante dessa separação. 
3.5.1)Oral: . As causas de até 400 reis tinham procedimento oral.
3.5.2)Escrito: Após o valor de 400 reis, as causas após esse valor, tinha procedimento escrito. No processo escrito as alegações das partes eram redigidas, havia proibição de provas, as partes não tinha vistas no processo, havia a sentença e partia-se para a execução. 
-Alegações
-Proibição de provas
-Vista do processo
-Sentença ->Execução
3.6) Processo Penal: Era desumano, as penas eram terríveis como açoites, torturas. E, hoje temos ainda em alguns países, a pena de morte. 
4)Constituição Imperial 1824: Havia nessa época uma preocupação muito grande com essas penas desumanas, pois era algo incompatível com a evolução. Então, essa CF se preocupou com isso e previu algumas mudanças importantes. 
4.1) Proibição de prender alguém sem previa culpa formada: Essa previa culpa formada acontece quando não há uma acusação formal e as pessoas não sabem porque estão sendo presas. Então, essa CF proibiu que as pessoas fossem presas sem saber porque. 
4.2)Abolição imediata de todas as penas degradantes: Açoites, tortura, enforcamento...
4.3) Determinou-se a elaboração C. Criminal: Em razão desse valor que havia, determinou-se a elaboração esse código criminal. 
5) Código Criminal do Império: Foi promulgado em 1830 que trouxe inegáveis avanços, era um diploma inovador quando comparado ás ordenações. 
5.1) Principio Básico da reserva legal: Ele tratou de prever o principio básico da reserva legal que é algo caro para nós. Esse principio está na CF de 88 e já estava desde esse código de 1930. Ele se refere a necessidade da previsão do crime do anteriormente á conduta a ser punida. 
5.2) Com disposições provisórias acerca da justiça civil: Ele foi muito inovador tanto no aspecto da justiça civil e justiça penal. Ele tratou de simplificação procedimentos desnecessários, supressão de formalidades inúteis e eliminação de alguns recursos. 
5.3) 1841- Alterou-se o Código Criminal: Houve um retrocesso, houve a necessidade de fortalecimento da centralização do poder e por isso eliminou-se conquistas trazidas pelo código criminal. 
6) Regulamente 737 de 1850: Foi promulgado do código comercial e ainda em 1850, o regulamento 737. Essa era uma época de desenvolvimento, de relações comerciais e havia a necessidade de regular essas relações. Então, foi editado o código comercial e esse regulamento veio tratar da parte processual das relações comerciais. Ele é uma verdadeira lei processual para as causas processuais. E na época que ele foi editado, despertou muitas controvérsias. Ao mesmo tempo que ele foi elogiado como um sinal de avanço, ele foi contestado. Mas, ele foi muito importante e ficou muito tempo vigorando entre nós, apenas para as causas comercias. Somente mais tarde que ele foi estendido para reger as causas civis. 
Na verdade, apenas em 1871, na consolidação de Antonio Ribas, começou-se a tratar das causas civis. Antes dessa consolidação, as causas civis eram tratadas pelas ordenações. 
7)República – 1989: 
7.1) Constituição – 1981: Primeira constituição republicana. Já havia o regulamento e a consolidação de Ribas para as causas civis. Uma das consequências dessa constituição foi que a o regulamento 737 passou a reger as causas civis e comerciais. Essa CF estabeleceu o federalismo e em consequência do federalismo estabeleceu a dualidade de justiça e processo. Essa dualidade significa a criação da Justiça Federal ao lado das justiças estaduais. A criação do STF foi nessa época. Se estabeleceu no país a Justiça Federal para as causas da União, ao lado das justiças estaduais. Atribui-se aos estados competência para legislar em matéria processual. Foi o único momento da nossa historia que houve a atribuição aos Estados para legislar sobre isso. Vários Estados editaram seu código de processo, foi o caso da Bahia, que teve um diploma muito inovador e que estava em consonância com o direito na Europa. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro também elaboraram seus códigos e os que não elaboraram continuaram seguindo o 737. 
No Código da Bahia, atribuía ao juiz um papel super importante: “o juiz não era um cego em que as parte iriam guia-lo para a decisão, ele precisava ter um protagonismo maior, ele não deveria ficar a mercê as iniciativas probatórias das partes.” Há uma ênfase no papel do juiz que hoje se chama ativismo judicial. 
E ai veio a revolução constitucionalista de 1930 onde houve iniciativas para a elaboração de códigos, de legislações processuais civis e penais e veio a constituição de 1934. 
7.2) Constituição de 1934: Essa CF acabou com a competência dos Estados de legislar em matéria processual. Os Estados perderam essa competência para legislar sobre o processo.
 7.3) Constituição de 1937: Havia a ditadura do Estado novo, um regime fascista que se instala no pais. Houve uma guinada muito grande em todos aspectos e também no aspecto processual. Foi nessa época que foram editados os grandes diplomas processuais. Temos sob a égide da CF de 1937 o Código do Processo Civil de 1939, a CLT de 1943, o código de processo penal de 1940. Foi a época da elaboração dos códigos. Foi um período muito duro na vida política do pais e isso refletiu na elaboração dessas leis. O processo reflete o regime político do pais e aqui, nesses códigos editados nessa época, também aconteceu isso.
 O código de 39 revela uma, foi um código muito importante e trouxe avanços em matéria do processo: ele cuidou de estabelecer o principio da oralidade e como consequência dele temos o principio da imediatidade, um subprincipio. Ele trabalho também a mitigação do pulso oficial e da iniciativa das partes, ele buscou um equilíbrioentre o processo dispositivo e inquisitivo. Foi um código muito inspirador de outros códigos da America latina. O país mergulhou numa crise de justiça efetivamente, pois não havia um processo efetivo e para atender o direito das partes, era um processo avançado, mas rigoroso e que não foi capaz de proporcionar a realização da justiça. 
A CLT tem uma parte que cuida do processo do trabalho. 
O CPP revela um perfil fascista e bastante autoritário e nada inovador, porque ele praticamente reeditou e repetiu o que até então havia. Não representou novidades no cenário jurídico. 
7.4) CPC de 1973: É o código em vigor até hoje. Ele é resultado da edição do código de 1939. O Código de 73 estabeleceu a tricotomia processual. Essa tricotomia quer dizer que ele estabeleceu três tipos de processo. Ele é formado por livro I, II, III, IV, V e VI. O I trata do processo de conhecimento. O livro II trata do processo de execução. O livro III trata do processo cautelar. O livro IV trata dos procedimentos especiais de jurisdição voluntaria e contenciosa. O livro V trata das disposições transitórias. 
A parte de processo de conhecimento é a parte mais básica e cuida de normas que irradiam em todo o código: trata da imunidade processual, regra de competência, de definição do juiz, das partes processuais, da petição inicial, da audiência, das provas, do pedido, toda a parte da petição inicial, a parte recursal. 
A parte do processo de execução vai tratar dos títulos executivos extrajudiciai, das diversas espécies de execução, vários procedimentos de execução... 
A parte do processo cautelar trouxe mudanças inovadoras, sobre o processo cautelar, quando se trata de assegurar diretos. Serviu de modelos para outros códigos.
Os procedimentos especiais são vários como ação de consignação em pagamento. 
7.5) CPP de 1941: O CPP sofreu alterações e críticos afirmam que ele perdeu até a essência. 
I- Do processo em geral
II- Dos processos em espécie
III – Das nulidades e dos recursos em geral 
IV – Da execução
V – Das relações jurisdicionais com autoridades estrangeiras
VI – Disposições Gerais
7.6) CF de 1988: Acabou com a jurisdição condicionada. Antes não era possivel que o funcionário fosse ao judiciário sem haver o percurso do direito administrativo. Atualmente pode-se abrir mão do processo administrativo para o processo judiciário.
Evolução do direito Processual no Brasil (síntese de Ada):
1) Do plano abstrato ao concreto: Essa evolução exemplifica a necessidade de um processo civil efetivo que se materializa com a entrega da tutela especifica da obrigação, com elaboração de procedimentos com jurisdição sumária e com vistas a abreviar o tempo do processo. Se busca evitar a corrosão do direito. Aqui há a necessidade da tutela especifica da obrigação e a criação de procedimentos de jurisdição e de cognição sumária para acelerar o processo e evitar o perecimento do direito. Essa evolução consiste da necessidade da entrega tempestiva da tutela especifica. 
*Ação monitoria: art. 1102A CPC: A ação monitoria permite que a pessoa que não tem um titulo formado, pudesse entrar com uma ação executiva. É uma forma de constituir e executar um titulo. 
2) Do plano nacional ao internacional: Cada vez mais se verifica uma tendência- a internacionalização do direito. A existência de unidades econômicas verificam uma internacionalização do direito. Temos, por exemplo, a existência de códigos de modelo sendo adotadas entre alguns países. Cada vez mais se verifica a criação de mecanismos de colaboração na jurisdição estrangeira, como por exemplo a existência de procedimentos de homologação de sentença estrangeira. 
3) Do plano individual ao plano social: 
Direito Processual Coletivo: Pela estrutura do CPC, dá para perceber que ele está montado á semelhança do CC numa estrutura individualista. Ele foi estruturado pensando em tutelas individuais. Só que hoje vivemos uma verdadeira expansão da tutela coletiva. É uma tutela que se encontra em franca expansão, só que não há uma linha no CPC a respeito dela. O CPC não pensou nela, então é um fenômeno relativamente recente no pais que ganhou grande fôlego com o código de defesa do consumidor que prevê a tutela de direitos e interesses difusos, coletivos e direitos e interesses individuais e homogêneos. Os coletivos tem uma coletividade determinável. Os difusos tem um numero indeterminado de pessoas que não tem um vinculo jurídico determinado entre si. Os coletivos em espécie são um grupo de pessoas determinadas ligadas por uma base jurídica. Os individuais homogêneos são divisíveis; eles podem ser discutidos individualmente, mas por uma questão de conveniência e relevância social, eles são discutidos conjuntamente. No direito difuso, a coisa julgada é erga omnes, já nos coletivos a coisa julgada é ultra partes. Hoje, vários institutos tiveram que se revistos em se tratando da tutela coletiva e um grande diploma da legislação coletiva é o CDC, mas ainda temos a lei de ação civil publica, temos a lei do ECA que prevê a tutela coletiva, o LAP, o LACP, a lei 7913 de 1989. 
*É possível a existência da ação coletiva e da individual. 
NORMA PROCESSUAL; NATUREZA; OBJETO CARACTERES; CLASSIFICAÇÃO; FONTES; EFICACIA NO TEMPO E NO ESPAÇO; INTERPRETAÇÃO:
1) Normas jurídicas: 
1.1) Editadas pelo Estado: São as normas que o Estado positiva o seu poder. São as leis federais, ordinárias... A principal característica é a inevitabilidade; todos tem que cumprir. 
1.2) Positivadas pelos grupos sociais: São os usos e costumes ou o direito consuetudinário.
1.3) Entes intermediários: São os estatutos, regimentos... 
1.4) Próprios indivíduos: São os contratos, por exemplo. 
2) Natureza: 
2.1)Normas jurídicas materiais (error in judicando): Essas traduzem um direito em si, atribuem direitos, definem o ato ilícito, estabelece as sanções. São as normas de direito material. Elas constituem verdadeiros critérios de julgamento, que se inobservadas levam ao erro de julgamento. 
2.2)Normas instrumentais (error in procedendo): São instrumentais, processuais ou normas de segundo grau. Vai disciplinar a atividade jurisdicional do Estado. Se elas forem inobservadas, elas levam a um erro de procedimento; um erro do ponto de vista formal. 
3) Objeto: O objeto da norma processual é a atividade jurisdicional do Estado. 
4) Classificação das normas processuais: 
3.1) Normas de organização judiciária: São normas que estruturam o aparelho jurisidicional do Estado, criando órgãos, varas, estabelecendo competências do judiciário. Enfim, estruturam o aparelho jurisdicional. Essas normas estão na CF, na lei estadual, leis orgânicas.. São todas as normas de organização judiciária.
3.2) Normas processuais em sentido estrito: São aquelas normas que vão regular a relação processual que se estabelece entre os sujeitos processuais: o autor e o réu. Essas normas cuidam de estabelecer direitos, poderes, faculdades, obrigações, deveres, ônus. Enfim, cuidam da relação jurídica que se trava entre os sujeitos processuais. 
3.3) Normas procedimentais: Vão cuidar de prever os atos processuais, a forma de encadeamento dos atos processuais dentro do procedimento, a forma como esses atos processuais podem ser praticados quanto ao tempo, quanto ao lugar. Para a compreensão dessas normas, é necessário que se estabeleça o processo como relação jurídica (sujeitos processuais: autor, juiz e réu) e o procedimento (encadeamento dos atos processuais). A face mais exposta do processo é o procedimento e a face mais interna é a relação entre os sujeitos processuais. 
5) Natureza da norma processual: A natureza da norma processual é uma norma de direito público, porque são atinentes a uma função essencial do Estado. Todavia, enquanto elas ostentem natureza de direito público, nem sempre tem caráter cogente; há normas processuais dispositivas (art. 333, 245, 114), ou seja, que deixam a critério da parte a pratica ou não do ato processual. Só que em algumas situações, o legislador leva em conta o interesse das partes e prioriza esse direito.Cabe ao autor provar o ato constitutivodo seu direito e ao réu cabe a prova do fato modificativo, extintivo, impeditivo do direito do autor, são os fatos que o réu vai colocar para tornar a ação do autor improcedente, como por exemplo que ele pagou a divida. (ônus da prova -233). A atribuição do ônus da prova pode ser convencionada de forma diferente, ai se trata de uma norma dispositiva. As partes podem acordar de forma diferente, desde que não tornem difícil a produção da prova para a outra parte. 
Outra norma processual de cunho dispositivo, está no artigo 245 do CPC quando trata da nulidade. Essa é uma norma processual dispositiva porque permite a alegação das partes, mas a parte pode abrir mão dessa alegação. Se não houver alegação, haverá preclusão. 
No artigo 114, temos que o se o réu não arguir a competência relativa. Há uma faculdade do réu. 
6) Elementos do processo: O processo é composto pela relação jurídica e o procedimento. A primeira é o vinculo jurídico que se estabelece entre as partes processuais. Já o procedimento será de atos que se iniciam com a propositura da ação e se encaminha para o final que no processo de conhecimento é a sentença. 
7) Fontes da norma processual: 
7.1) Reais ou materiais: As fontes materiais ou reais são a própria realidade jurídica. Os fatores econômicos, sociais, políticos que determinam a elaboração da norma processual; da norma jurídica. Podemos citar a quesito de exemplo no Direito Penal. Na década de 80 havia muitos sequestros violentos e esse índice aumentou de forma muito rápida, a ponto do legislador ter sido levado a criar a lei dos crimes hediondos. Esses fatores podem ser políticos, econômicos, sociais.. 
7.2) Formais: As fontes formais são as formas como as normas jurídicas se exteriorizam e se corporificam. Existem muitas fontes formais e no sistema jurídico como o nosso, a principal fonte formal da norma é a lei. A fonte formal por excelência, nos países que adotam o Civil Law, é a lei. Ela é a principal fonte. A CF, então, que é a lei maior, é a grande fonte formal. Exemplo: CF, leis complementares, leis ordinárias, tratados e convenções internacionais, costumes (norma jurídica que não está prevista em lei, mas na construção pratica), a MP não pode (a lei proíbe), jurisprudências (decisões judiciais reiteradas nos tribunais sobre determinada matéria), doutrina (a opinião dos estudiosos do direito. Ela também, á semelhança dos costumes, tem uma origem bastante antiga, desde o Direito Romano se ouvia a opinião dos outros), sumulas (é a consolidação do entendimento jurisprudencial). Sendo assim, existem normas jurídicas editadas pelo Estado, pelos grupos sociais (usos e costumes), entes intermediários e pelos próprios indivíduos (negócios jurídicos). 
7.2.1)Estatais: As fontes formais estatais são as leis e a jurisprudência. 
7.2.2) Não estatais: O costumes e a doutrina. 	
7.3)Fontes subsidiárias: São formas de integração do ordenamento jurídico. Existem em relação ao ordenamento jurídico, o dogma da completude, não podendo haver lacuna na lei. Mas há lacunas na lei, visto que ela não pode prevê todas as situações sociais. 
7.3.1) Analogia: Aplicação de uma norma que existe e rege uma situação jurídica á uma situação jurídica não prevista, mas semelhante a esta. Onde há a mesma razão jurídica deve haver a mesma norma jurídica a reger o caso concreto. A analogia não se aplica ao direito penal, mas ao direito processual sim. 
7.3.2) Costumes: São praticas repetidas e aceitas pela coletividade como obrigatória. Para valer como fonte jurídica, ele não pode ser contra legem. 
7.3.3) Princípios Gerais do Direito: São princípios básicos do direito, são normas fundamentais e que vão ter aplicação nas mais diversas situações em que não se possa ter uma regra especifica. Eles irradiam a sua força para todos os campos do direito. Exemplo: principio do contraditório. 
CPP, 3º : 6
LINDB, 4º, 5º: Exibem formas de preenchimento de lacunas e de integração.
CPC, 126: O juiz moderno, ao contrario do juiz romano, não pode pronunciar “non liquet”, ou seja, ele precisa dar a solução do caso. Ainda que seja um caso complexo, ainda que não aja a previsão legal, é proibido o “non liquet”, isso equivale á denegação da jurisdição. 
8) Normas jurídicas: Elas servem para regular as condutas humanos num dado momento de espaço de tempo. Então se fala nos ambitos de vigência da norma jurídica que teria esses aspectos: 
8.1) Pessoal: se refere ao sujeito que se submetem a norma
8.2) Material: Aspectos da conduta regrada, são os aspectos objetivos da conduta. 
8.3) Espacial: Espaço que a norma vai viger
8.4) Temporal: O tempo que ela vai viger. 
9) Eficácia da lei processual no tempo: Os princípios que regem a eficácia da lei no tempo são o da irretroatividade e da eficácia imediata. A eficácia da norma é variável, mas via de regra, ela entra em vigor imediatamente, salvo se ela dispuser em sentido contrário. Quanto a irretroatividade, temos que a lei não é retroativa, ela tem que obedecer o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. O valor que se protege a irretroatividade é a segurança jurídica. 
5º, XXXVI; LI 6º; CPC, 1111; LIPP, 1º ; CPP, 2º 
10) A eficácia da norma processual em um processo pendente: Quanto a norma processual, temos uma questão quando é promulgada uma lei e o processo está em curso. Que lei será aplicada? Quando a lei é editada com um processo pendente, existem três sistemas para explicar a eficácia da norma processual desse processo pendente: 
10.1) Unidade processual: Por esse sistema, ao ser editada uma lei no curso do processo, ela não incidirá nesse processo. O processo, segundo esse sistema, é um todo unitário. Então, qualquer lei que surja nesse meio tempo não terá efeito sobre esse processo. Então aqui há a ultratividade da norma antiga. A norma antiga continua a vigorar. 
10.2) Fases processuais: As fases são postulatória, instrutória, decisória e executória. Por esse sistema, iniciada uma fase, a lei que vigia no inicio da fase, irá vigorar por toda essa fase. 
10.3) Isolamento dos atos processuais: Esse sistema é o adotado pelo direito brasileiro. Com exceção na lei dos juizados especiais, se adota o sistema das fases processuais (lei 9099, art. 90). Por aqui, os atos processuais se regem pela lei no momento que são praticados. Se surgir uma lei nova no curso do processo, ela passará a reger o próximo ato processual. Por exemplo: Se for publicada uma decisão e surge uma nova lei, o direito ao recurso, como ele nasce da própria decisão, respeitará a lei que estava vigendo e não a lei nova. O processo é visto de modo muito mais fragmentado do que o sistema da unidade e o sistema das fases. Se o ato é valido segundo uma lei e segunda uma lei posterior ele é considerado nulo, essa lei não vai retroagir para anular aquele ato. O que vale é a lei vigente no momento da pratica daquele ato processual. A modificação posterior não influenciará nesse ato processual. A lei editada vai regrar o ato processual seguinte. 
11) Eficácia da lei processual: O principio que vige a eficácia da norma no espaço é o da territorialidade. No direito processual, isso é muito mais absoluto, pois nenhum estado soberano permite a aplicação de normas processuais de outro estado soberano. Pois a jurisdição está associada á própria soberania do Estado. O que há em relação ao direito estrangeiro é a questão da carta rogatória (tem que haver “exequato” e ela vem de uma autoridade estrangeira para ser cumprida no Brasil. Quem concede essa carta no país é o STJ, quem dá o “exequato” é o STJ. O “exequato” é uma autorização se ela está em conformidade com a lei do pais estrangeiro e com a lei daqui) e homologação de sentença estrangeira. 
Quanto ao território da embaixada, sempre se entendeu que ela fosse uma extensão do pais estrangeiro. Mas não é verdade, o território de embaixadas situadas no Brasil, é território brasileiro. O que acontece é a imunidade dos representantes desta, os chefes terão essa imunidade, mas os funcionários não e incidirá a jurisdição brasileira. A sede de embaixada

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