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RS, SA 8000, NBR 16000, ISO 26000

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UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
 CECE – Centro de Engenharias e Ciências Exatas
 Curso de ENGENHARIA QUÍMICA
Responsabilidade Social 
ISO 26000 / NBR 16000 / SA 8000
	
Docente: Marcos Moreira
TOLEDO - 2011
2
 	 UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
 CECE – Centro de Engenharias e Ciências Exatas
Curso de ENGENHARIA QUÍMICA
Responsabilidade Social 
ISO 26000 / NBR 16000 / AS 8000
Acadêmicos: Aline R. de Pauli
Alison C. Braga
Hélida M. Fagnani
Maryana S. Gongoleski
Trabalho apresentado à disciplina de Controle de Qualidade, ministrada pelo Professo Marcos Moreira, do 5º ano de Engenharia Química. 
TOLEDO- 2011
Índice
1.	Introdução	7
2.	Responsabilidade social	8
2.1 Responsabilidade social e filantropia	10
2.2. Responsabilidade Social e Ética	12
2.3. As sete diretrizes da responsabilidade social	13
3.	SA 8000	15
3.1. Introdução a Norma	15
3.2. A Norma SA 8000	16
3.2.1. Definições	16
3.2.2. Requisitos de Responsabilidade Social	17
4. NBR 16000	26
4.1 Histórico	29
4.2 Objetivo	30
4.3 Definições	31
4.4 Requisitos do sistema da gestão da responsabilidade social	33
4.5 Planejamento	33
4.6 Requisitos legais e outros	34
4.7 Objetivos, metas e programas	34
4.8 Recursos, regras, responsabilidade e autoridade	35
4.9 Implementação e operação	35
4.10 Requisitos de documentação	36
4.11 Monitoramento e medição	36
4.12 Avaliação da conformidade	37
4.13 Não-conformidade e ações corretiva e preventiva	37
4.14 Auditoria interna	37
4.15 Análise pela Alta Administração	37
4.16 Certificação	38
5. ISO 26000	41
5.1 Histórico	41
5.2 Participantes da construção da ISO 26000	44
5.3 Visão geral da ISO 26000	48
5.3.1 Escopo	48
5.3.2 Termos, definições e abreviaturas	49
5.3.3 A compreensão da responsabilidade social	49
5.3.4 Princípios da responsabilidade social	50
5.3.4.1 Prestação de contas e responsabilidade	50
5.3.4.2 Transparência	51
5.3.4.3 Comportamento ético	52
5.3.4.4 Respeito pelos interesses das partes interessadas	53
5.3.4.5 Respeito pelo estado de direito	53
5.3.4.6 Respeito pelas normas internacionais de comportamento	54
5.3.4.7 Respeito pelos direitos humanos	54
5.3.5 Reconhecimento da responsabilidade social e engajamento das partes interessadas	55
5.3.5.1 Responsabilidade social e esfera de influência da organização	57
5.3.5.2 Identificação e engajamento de partes interessadas	57
5.3.6 Orientações sobre temas centrais da responsabilidade social	58
5.3.6.1 Governança organizacional	59
5.3.6.2 Direitos humanos	60
5.3.6.3 Práticas trabalhistas	62
5.3.6.4 Meio ambiente	64
5.3.6.5 Práticas leais de operação	66
5.3.6.6 Questões relativas ao consumidor	68
5.3.6.7 Envolvimento comunitário e desenvolvimento	69
5.3.7 Orientações sobre a integração da responsabilidade social por toda a organização	70
5.3.7.1 Compreensão da responsabilidade social da organização	70
5.3.7.2 Esfera de influência da organização	71
5.3.7.3 Práticas para integrar a responsabilidade social em toda a organização	72
5.3.7.3 Comunicação sobre responsabilidade social	74
5.3.7.4 Fortalecimento da credibilidade em relação à responsabilidade social	75
5.3.7.5 Análise e aprimoramento das ações e práticas da organização relativas à responsabilidade social	75
5.3.7.6 Iniciativas voluntárias de responsabilidade social	76
5.4 O que pode ser feito para estimular a implementação da ISO 26000 nas organizações	77
6. Estudo de casos	79
6.1 Indústria Metalúrgica	79
6.2 Mahle Componentes de Motores do Brasil	80
6.2.1 Escola MAHLE FORMARE	81
6.3 Schincariol	81
6.4 Unilever	82
7. Referências bibliográficas	85
Índice de Figuras
Figura 1: Modelo do sistema da gestão da responsabilidade social	27
Figura 2. Visão esquemática geral da ISO 26000	48
Figura 3. Relação entre a organização, suas partes interessadas e a sociedade.	56
Figura 4. Quadro com os temas e suas questões.	59
1. 
Introdução
	Há duas décadas atrás, no Brasil, era quase impossível imaginar que, algum dia, uma empresa pudesse ser avaliada pelo mercado, a partir de seu desempenho ético e do relacionamento que ela tem com a comunidade e demais partes interessadas (stakeholders). No entanto, o país tem percebido, cada vez mais, uma força mobilizadora tomando conta da consciência dos indivíduos e sensibilizando as mais variadas instituições.
	Esse fenômeno, denominado Responsabilidade Social Empresarial vem sendo discutido, incessantemente, no meio empresarial e acadêmico e, despertando na sociedade a importância da responsabilidade pelas organizações em geral.
	Atualmente, fatores como educação, saúde, meio ambiente, segurança, cultura, esporte e lazer são responsáveis pela continuidade de um crescente ciclo de consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva em torno da sociedade.
	Por tudo isso, as empresas e as comunidades devem zelar pelo consumo consciente, ou seja, o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas e tragam uma melhor qualidade de vida à população, ao mesmo tempo, que minimizem a utilização de recursos naturais, materiais tóxicos, a emissão de poluentes, de forma a não prejudicar as futuras gerações. Somente assim, as empresas tornam-se verdadeiras empresas-cidadãs, gerando consumidores responsáveis e buscando continuamente a solução ou, ao menos, a diminuição das carências sociais existentes.
	Nem é preciso ser um bom observador para verificar que as empresas socialmente responsáveis, que pensam não somente no lucro, mas, acima de tudo, no ser humano, são mais valorizadas e reconhecidas, com a preferência dos seus clientes. Essas ações estão se transformando numa poderosa vantagem competitiva no desenvolvimento dos negócios das organizações, já que os consumidores valorizam a preocupação das empresas em tornar a sociedade mais equilibrada, com menos injustiças e desigualdades.
2. Responsabilidade social
Responsabilidade social é um conceito amplo, com muitos significados e sinônimos: cidadania corporativa, desenvolvimento sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade, capitalismo sustentável, filantropia empresarial, marketing social, ativismo social empresarial. São muitos termos que em geral se referem ao conjunto de ações empreendidas por empresas em relação à sociedade e que ultrapassam a esfera direta e imediata da sua atividade econômica.
Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social iniciaram-se nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60 (BICALHO et al, 2003.) Os autores consideram que, nas décadas seguintes, o conceito de responsabilidade social corporativa amadureceu em relação à operacionalização, mas que foi um período de intensos debates sobre a legitimidade de as corporações promoverem o desenvolvimento social, com uma forte conotação normativa.
	O desenvolvimento técnico-científico, nas últimas décadas, tem gerado grandes conquistas. No entanto, a sociedade global vem constatando um aprofundamento das desigualdades sociais e dos impactos no meio ambiente. Uma reflexão a respeito do modelo de desenvolvimento atual, portanto, torna-se necessária. Diante deste cenário, uma prática “socialmente responsável” ganha espaço na gestão dos negócios, colocando as pessoas no centro dos processos e preconizando um novo modelo de gestão.
A Responsabilidade Social é uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e consegue incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários (BICALHO, 2003: 369)
Apesar da crescente preocupação mundial pela definição do papel social das empresas, não existe um consenso sobre qual seria esse papel no que se refere aos investimentos não diretamente aplicados em seus processos de negócios.O desempenho financeiro das empresas não é explicado completamente pelo aumento da qualidade e da eficiência de seus processos produtivos ou pela diferenciação de seus produtos e serviços. Além dos acionistas, a empresa precisa se posicionar adequadamente perante seus consumidores, fornecedores e governo, cujas interações são marcadas, por vezes, por relações de poder assimétrico e, por vezes, conflitantes. Em outras palavras, o objetivo de maximização individual dos interesses de cada um dos grupos admite uma vasta gama de variantes, sem, contudo, existir uma que possa conciliar o mérito de todos eles simultaneamente.
Para Friedman (1970, p. 133)
(...) - existe uma e somente uma responsabilidade social do negócio - usar seus recursos e engajar-se em atividades designadas a aumentar seus lucros dentro das regras do jogo, que significa engajar na competição aberta e livre, sem iludir ou fraudar [...] Poucas tendências podem minar tão completamente as fundações da nossa sociedade livre como a aceitação pelos dirigentes corporativos de uma responsabilidade social diferente da de ganhar o máximo de dinheiro possível para seus acionistas. [...] A empresa é um instrumento dos seus acionistas. Se a empresa faz uma contribuição, ela frustra o acionista individual por ele mesmo decidir como poderia dispor de seus provento.
A responsabilidade social é o reconhecimento da responsabilidade de todos os partícipes da sociedade em preservar o ambiente e seus recursos para si e para as futuras gerações, produzindo e consumindo bens e serviços, sob o conceito de desenvolvimento sustentável e sua transformação em ações concretas. Observa-se que o entendimento do escopo e das próprias ações de responsabilidade social por parte dos diversos grupos da sociedade têm se alterado significativamente ao longo do tempo. Todavia, nota-se que o sentido da mudança tem uma direção bastante definida que é a de suprir, principalmente, as deficiências do serviço prestado pelo poder público à sociedade.
A responsabilidade social associada ao sistema organizacional tem sido debatida sob vários e flexíveis pontos de vista, de acordo com a capacidade de compreensão dos profissionais envolvidos, sendo frequentemente vinculada à cultura institucional predominante na empresa.
Segundo Rothgiesser (2006), há um consenso entre as empresas “socialmente responsáveis”, no que tange aos processos adotados para negociação com seus parceiros de negócios – internos e externos – fortalecendo uma cultura institucional voltada à democratização das relações de trabalho.
Segundo esta visão, as empresas associadas a estes parceiros estabelecem relações de comprometimento com uma agenda social consolidada por projetos de caráter sustentável, que visam, principalmente, minimizar a desigualdade social brasileira.
A gestão com Responsabilidade Social prioriza a relação da organização com suas partes interessadas (público interno, fornecedores, clientes, comunidade de entorno, entre outros), visando o desenvolvimento sustentável. Esta premissa desperta o apoio da sociedade, gerando, portanto, a obtenção de diferenciais competitivos para as organizações que adotam este modelo de gestão.
Neste sentido, as organizações estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e sociais de forma consistente com práticas reconhecidas no mercado. Com este objetivo, várias ferramentas de gestão da Responsabilidade Social têm sido criadas, dentre elas a norma internacional ISO 26000.
2.1 Responsabilidade social e filantropia
O fundamento importante quando o assunto é Responsabilidade Social é sobre o conceito do termo, que muitas vezes é mal compreendido e confundido com Ação Social. Ação social ou filantropia é uma atitude que causa impacto momentâneo, exemplos: dar um prato de comida a quem está passando fome; doar um cobertor para um pobre que está passando frio na rua. Já a Responsabilidade Social é uma ação bem mais ampla e abrangente, para o futuro, tal como a educação e o treinamento.
Filantropia é uma ação de caridade dirigida à comunidade, desvinculada do planejamento estratégico da empresa. A filantropia difere de responsabilidade social basicamente porque filantropia é uma ação social, seja praticada isoladamente ou sistematicamente, e nada diz sobre a visão da empresa e sobre o planejamento estratégico de sua atuação social. 
A filantropia foi o passo inicial em direção à responsabilidade social, não sendo esta, portanto, sinônimo daquela, mas representando a sua evolução ao longo do tempo. As ações de filantropia, motivadas por razões humanitárias, são isoladas e reativas, enquanto o conceito de responsabilidade social possui uma amplitude muito maior. A diferença entre as duas, segundo o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, instituição brasileira que se dedica a disseminar a prática da responsabilidade social empresarial, é a de que, enquanto a responsabilidade social faz parte do planejamento estratégico, trata diretamente dos negócios da empresa e de como ela os conduz e é instrumento de gestão, a filantropia é apenas relação social da organização para com a comunidade (INSTITUTO ETHOS, 2002).
Pode-se, assim, resumir que a filantropia difere de responsabilidade social basicamente por ser uma ação social, praticada seja isolada ou sistematicamente, ao passo que os compromissos de responsabilidade social compreendem ações pró-ativas, integradas e inseridas tanto no planejamento estratégico quanto na cultura da organização, envolvendo todos os colaboradores.
Quando a empresa atua com responsabilidade social, os recursos necessários para os projetos sociais são equacionados juntamente com aqueles necessários para as despesas operacionais e investimentos previstos.
As ações esporádicas, doações e outros gestos de caridade não vinculados à estratégia empresarial não podem ser considerados como atuação de responsabilidade social da organização. Grande parte das empresas que acredita estar sendo socialmente responsável pratica, na realidade, caridade e paternalismo, seja por iniciativa de pessoas, de unidades corporativas ou de seus dirigentes.
Para alguns especialistas, quando uma empresa atende a todos os requisitos legais quanto ao corpo funcional, ao meio ambiente e aos direitos dos consumidores, está atingindo um primeiro estágio de responsabilidade social. No entendimento da maioria dos estudiosos, porém, quando as atividades não estão vinculadas ao planejamento estratégico empresarial, não está caracterizada a responsabilidade social corporativa.
Para tornar ainda mais claros os conceitos, considera-se como exemplo duas empresas hipotéticas: empresa A e empresa B. A empresa A despende todos os anos um percentual elevado e variável em atividades sociais nas comunidades onde atua. Nos últimos três anos, o balanço empresarial demonstra que foram gastos 5%, 8% e 3 % de seu faturamento líquido em tais atividades. Foram financiadas campanhas diversas de ajuda a entidades filantrópicas variadas, conforme iam sendo detectadas necessidades urgentes ou conforme chegavam os pedidos de auxílio e havia disponibilidade para atendê-los.
A empresa B, por sua vez, possui apenas dois projetos assistenciais: um ligado a uma entidade filantrópica e outro relacionado a uma causa ambiental. São gastos anualmente 2% de seu faturamento bruto nesses projetos, valor considerado em seu planejamento estratégico e orçamento anual. Existe continuidade, comprometimento e responsabilidade para com as causas assistidas.
É fácil concluir que, no caso da empresa A, embora o valor aplicado possa vir a ser eventualmente mais elevado e serem muitas as instituições assistidas, ela não se sente participando de nenhuma causa social. E as organizações beneficiadas não criam vínculos nem se sentem parceiras daquela que as está ajudando.
2.2. Responsabilidade Social e Ética
A palavra ethos tinha vários sentidos em grego antigo, como habitar, estar, se instalar. Designava ao mesmo tempo a morada e as condições e normas para estar no espaço.Adquiriu, assim, a noção de caráter e, na retórica
aristotélica, fazia parte da prova ética, na qual o orador construía pelo discurso uma imagem moral para seu público.
	Caráter e personalidade afirmam-se, portanto, no modo como o sujeito se conduz, age ou produz. É nessa relação que se instala a consciência “prática”, de onde parte o controle reflexivo sobre a ação dos agentes sociais, a qual, ao se efetuar, pode transformar tanto o sujeito quanto o objeto.
	Ao lado de ética, outra noção recorrente dos discursos sobre responsabilidade social empresarial é o bem-estar social. O "bem-estar" da sociedade pressupõe que exista um "bem" universal, uma forma de a sociedade estar bem de maneira generalizada. Apesar de se tratar de um conceito extremamente simplista, que ignora as inúmeras camadas constitutivas da sociedade, e a pressupõe homogênea, esta noção parte do pressuposto que existe um bem e que este é construído no âmbito das relações sociais. A ética supõe que existe um bem e mais, que há liberdade para escolher entre o bem e o mal:
	Falar de ética significa falar da liberdade. Num primeiro momento a ética nos lembra normas e responsabilidades. Mas não tem sentido falar de norma e
responsabilidade se a gente não parte da suposição de que o homem é realmente livre, ou pode sê-lo. Pois a norma nos diz como devemos agir. E se devemos agir de tal modo, é porque (ao menos teoricamente) também podemos não agir deste modo. (VALLS, 1999, p. 48).
	Na tradução latina, ethikos (para Aristóteles, o que se relaciona com o ethos, tanto no sentido de usos e costumes quanto de atributos do caráter) foi apropriado como mores (moral). Mores eram para os romanos as regras sociais, etiqueta ou ainda as inibições em sociedade. Vem daí a confusão muito freqüente entre ética e moral. Nos tempos modernos, esses significados muitas vezes se confundiram, com ética se tornando a “ciência” e moral se referindo à conduta e ao caráter individuais. A filosofia por vezes atribui à moral um sentido maior que apenas o de costume. Muitos filósofos equivalem os termos. Cabe ressaltar que, em suas origens, as duas palavras refletem a tensão entre visões do que constitui a moralidade guiadas pelo interno (caráter) e concepções de moralidade guiadas pelo externo (conduta).
	Ao relacionarmos ética com responsabilidade social empresarial, estamos indicando que estes processos estão baseados em valores e em aspectos morais. De acordo com José Tolovi Jr., consultor da Great Place to Work Institute no Brasil, as empresas socialmente responsáveis "são empresas que têm fortes valores éticos... Essas empresas fazem bem aos funcionários e à sociedade em geral..." (EXAME, Melhores empresas para você trabalhar, edição 695, p. 38). Mais uma vez, a ética e a opção pelo bem aparecem na definição de responsabilidade social.
	Segundo uma mensagem difundida pelo Instituto Ethos, com relação a ética e responsabilidade social:
	A ética é a base da responsabilidade social, expressa nos princípios e valores adotados pela organização. Não há responsabilidade social sem ética nos negócios. Não adianta uma empresa pagar mal seus funcionários, corromper a área de compras de seus clientes, pagar propinas a fiscais do governo e, ao mesmo tempo, desenvolver programas voltados a entidades sociais da comunidade. Essa postura na condiz com uma empresa que quer trilhar um caminho de responsabilidade social. É importante haver coerência entre ação e discurso (ETHOS, 2005).
2.3. As sete diretrizes da responsabilidade social
As sete diretrizes da responsabilidade social são constituídas por características que envolvem toda ação da empresa e sua relação com seu público interno e externo. Segundo o Instituto Ethos, Responsabilidade Social Empresarial divide-se em sete temas, chamadas diretrizes, são elas:
1. Valores e Transparência;
2. Público Interno;
3. Meio Ambiente;
4. Fornecedores;
5. Consumidores e Clientes;
6. Comunidade;
7. Governo e Sociedade. 
	Hoje, quando se pensa na aquisição de um produto ou de um serviço, a primeira imagem que vem, está intimamente ligada com a segurança que este passa para o consumidor, ou seja, empresas que têm seus valores reconhecidos por sua transparência são apontadas pelos pesquisados, como sendo um ponto fundamental na sua decisão final. 
	Da mesma forma, para que se tenha uma valorização da organização como um todo é vantajoso que haja coerência nas atitudes gerências, pois, o indivíduo dentro da empresa é o que melhor reflete as diretrizes da mesma. Por conseguinte, colaboradores que não são valorizados, por sua vez, não valorizarão a empresa, desacreditando-a perante seus clientes e fornecedores. 
	Tanto os colaboradores, como os parceiros e fornecedores devem estar envolvidos dentro da cadeia produtiva da organização. É necessário haver comprometimento do todo para que o processo decorra de forma coerente, respeitando os valores, diferenças e atitudes, mas deve existir também, meios que os mantenham constantemente informados dos processos desenvolvidos pela organização.
	A diretriz da responsabilidade social é um processo que envolve toda a sociedade, preocupando-se com o bem-estar e com as situações geradas pela ação contínua do desenvolvimento capitalista, no qual, geram-se agravantes para o meio ambiente e para a sociedade como um todo. Portanto, responsabilidade social advém da ação de incorporar todos os atores, dentro de um mesmo cenário de ajuda mútua, no qual, todos participam de forma clara e colaboram para a construção de uma sociedade mais justa e mais humana. 
3. SA 8000
3.1. Introdução a Norma
A SA 8000 é uma norma internacional que define os requisitos referentes às práticas sociais do emprego por fabricantes e seus fornecedores. É uma norma reconhecida mundialmente como a norma mais aplicável ao ambiente de trabalho e pode ser auditada em qualquer tipo de organização, em qualquer localidade e setor. 
A norma SA 8000 foi criada em 1998 por um grupo internacional liderado pelo antigo CEPAA (Council for Economic Priorities Accreditation Agency – Órgão de Credenciamento do Conselho de Prioridades Econômicas) hoje chamada de SAI (Social Accountability International) uma organização não-governamental, sediada nos Estados Unidos. A sua elaboração foi iniciada por ocasião do 50º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos da ONU. A SA 8000 foi feita baseando-se nas normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração Universal dos Direitos da Criança da ONU. Entre as áreas cobertas pela SA 8000 estão: trabalho infantil, trabalho forçado, saúde e segurança, liberdade de associação e direitos a acordos coletivos, discriminação, práticas disciplinares, horas de trabalho, compensação e sistemas de gestão.
	A norma SA 8000 se assemelha em muitos aspectos à série de normas ISO 9000, principalmente no que se refere a ações preventivas e corretivas, revisão gerencial, planejamento e eficácia na implementação e avaliação, controle de fornecedores, registros, além da necessidade de provas objetivas e constatáveis. Entretanto, há algumas diferenças entre os requisitos da norma SA 8000 e os requisitos da série ISO 9000. Algumas características da norma SA 8000 incluem certos cuidados na divulgação de informações confidenciais a terceiros, a credibilidade dada a entrevistas com funcionários – que poderão ser confidenciais e ocorrer fora das dependências da empresa – e a coleta de provas em fontes externas à empresa, como, por exemplo, em departamentos locais de saúde, agências de estudos econômicos, igrejas ou escolas. O escopo do registro não deve se limitar a apenas alguns edifícios, linhas de montagem, processos ou divisões: todas as instalações deverão ser avaliadas, desde áreas de recreação até dormitórios, quando disponíveis. 
Os principais beneficiados da norma SA 8000 e de outros códigos de Responsabilidade Social incluem: 
1) varejistas, em busca de garantias na cadeia de suprimentos, os gestores Relações Públicas e de mídia favorável; 
2) empresasque apóiam o consumo de produtos “éticos” e “verdes”;
3) o interesse e a pressão dos próprios consumidores; 
4) o setor que investe em responsabilidade social.
3.2. A Norma SA 8000
3.2.1. Definições
“Definição de empresa: a totalidade de qualquer organização ou entidade de negócio responsável pela implementação dos requisitos desta norma, incluindo todos os funcionários(i.e., diretores, executivos, gerências, supervisores e demais funcionários, quer seja diretamente empregado, contratado ou de alguma outra forma representando a empresa).”
“Definição de fornecedor / subcontratado: uma entidade de negócio que fornece à empresa bens e/ou serviços necessários e utilizados na/para a produção de bens e/ou serviços da empresa.”
“Definição de sub-fornecedor: uma entidade de negócio na cadeia de fornecimento que, direta ou indiretamente, oferece ao fornecedor bens e/ou serviços necessários e utilizados na/para a produção de bens e/ou serviços do fornecedor e/ou da empresa.”
“Definição de ação de reparação: ação tomada para fazer reparação de dano em relação a um trabalhador ou ex-empregado quanto a uma violação anterior de um direito do trabalhador, como coberto pela SA8000.”
“Definição de ação corretiva: implementação de uma mudança ou solução sistêmica para assegurar uma reparação imediata e contínua de uma não conformidade.”
“Definição de parte interessada: indivíduo ou grupo interessado em ou afetado pelo desempenho social da empresa.”
“Definição de criança: qualquer pessoa com menos de 15 anos de idade, a menos que a lei de idade mínima local estipule uma idade maior para trabalho ou educação obrigatória, situação em que prevalece a idade maior. Se, entretanto, a lei de idade mínima local estiver estabelecida em 14 anos de idade, de acordo com as exceções de países emergentes sob a Convenção 138 da OIT, prevalecerá a menor idade entre as duas condições.”
“Definição de trabalhador jovem: qualquer trabalhador com idade acima da idade de criança conforme definido acima e abaixo de 18 anos de idade”.
“Definição de trabalho infantil: qualquer trabalho realizado por uma criança com idade menor do que as idades especificadas na definição de criança acima, exceção feita ao que está previsto na Recomendação 146 da OIT.”
“Definição de trabalho forçado: todo trabalho ou serviço que seja extraído de qualquer pessoa sob a ameaça de qualquer penalidade para a qual essa dita pessoa não tenha se oferecido voluntariamente, ou cujo trabalho ou serviço seja obrigado como meio de pagamento de débito anterior.”
“Definição de reparação de crianças: todo o apoio e ações necessários para garantir a segurança, saúde, educação e o desenvolvimento de crianças que tenham sido submetidas a trabalho infantil, conforme definido acima e sejam demitidas.”
“Definição de trabalhador em domicílio: uma pessoa que realize trabalho para uma empresa sob contrato direto ou indireto, em local outro que não seja a instalação da empresa, em troca de remuneração, e que resulte no fornecimento de um produto ou serviço conforme especificado pelo empregador, independentemente de quem forneça os equipamentos, materiais ou outros insumos usados.”
3.2.2. Requisitos de Responsabilidade Social
3.2.2.1. Trabalho Infantil
Critérios:
“A empresa não deve se envolver com ou apoiar a utilização de trabalho infantil, conforme definido acima;”
“A empresa deve estabelecer, documentar, manter e efetivamente comunicar aos funcionários e a outras partes interessadas, as políticas e procedimentos para reparação de crianças que forem encontradas trabalhando em situações que se enquadrem na definição de trabalho infantil acima, e deve fornecer apoio adequado para possibilitar que tais crianças frequentem e permaneçam na escola até passar a idade de criança, conforme definido acima;”
“A empresa deve estabelecer, documentar, manter e efetivamente comunicar aos funcionários e a outras partes interessadas as políticas e procedimentos para promoção da educação para crianças cobertas pela Recomendação 146 da OIT e trabalhadores jovens que estejam sujeitos às leis obrigatórias locais de educação ou que estejam frequentando escola, incluindo-se meios para assegurar que tal criança ou trabalhador jovem não esteja empregado durante o horário escolar e que as horas combinadas de transporte diário (de e para a escola e trabalho), período escolar e horário de trabalho não excedam a 10 horas por dia;”
“A empresa não deve expor crianças ou trabalhadores jovens a situações dentro ou fora do local de trabalho que sejam perigosas, inseguras ou insalubres.”
Trabalho infantil. Proíbe trabalho infantil (menores de 15 anos na maior parte dos casos). As empresas certificadas devem também alocar fundos para a educação de crianças que possam perder seus empregos como resultado desta norma.
3.2.2.2. Trabalho Forçado
Critério:
“A empresa não deve se envolver com ou apoiar a utilização de trabalho forçado, nem se deve solicitar dos funcionários fazer ‘depósitos’ ou deixar documentos de identidade quando iniciarem o trabalho com a empresa.”
Trabalho forçado. Os trabalhadores não podem ser coibidos a deixar os seus documentos de identidade ou pagar “depósitos” como condição para obterem o emprego.
 
3.2.2.3. Saúde e Segurança
Critérios: 
“A empresa, tendo em mente o conhecimento corrente da indústria e quaisquer perigos específicos, deve proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável e deve tomar as medidas adequadas para prevenir acidentes e danos à saúde que surjam do, estejam associados com ou que ocorram no curso do trabalho, minimizando, tanto quanto seja razoavelmente praticável, as causas de perigos inerentes ao ambiente de trabalho;”
“A empresa deve nomear um representante da alta direção responsável pela saúde e segurança de todos os funcionários e responsável pela implementação dos elementos de Saúde e Segurança desta norma;”
 “A empresa deve assegurar que todos os funcionários recebam treinamento registrado sobre saúde e segurança regular e que tal treinamento seja repetido para os funcionários novos e para os funcionários designados para novas funções;”
“A empresa deve estabelecer sistemas para detectar, evitar ou reagir às ameaças à saúde e segurança de todos os funcionários;”
“A empresa deve fornecer, para uso de todos os funcionários, banheiros limpos, acesso à água potável e, se apropriado, acesso a instalações higiênicas para armazenamento de alimentos;”
“A empresa deve assegurar que, caso sejam fornecidas para os funcionários, as instalações de dormitório sejam limpas, seguras e atendam às necessidades básicas dos funcionários;”
As empresas devem obedecer a padrões básicos de ambiente de trabalho saudável e seguro, incluindo fornecer água potável, banheiros, equipamentos de segurança adequados e treinamento necessário.
3.2.2.4. Liberdade de Associação & Direito à Negociação Coletiva
Critérios: 
“A empresa deve respeitar o direito de todos os funcionários de formarem e associarem-se a sindicatos de trabalhadores de sua escolha e de negociarem coletivamente;”
“A empresa deve, naquelas situações em que o direito à liberdade de associação e o direito de negociação coletiva forem restringidos por lei, facilitar meios paralelos de associação livre e independente e de negociação para todos esses funcionários;”
“A empresa deve assegurar que os representantes de tais funcionários não sejam sujeitos à discriminação e que tais representantes tenham acesso aos membros de seu sindicato no local de trabalho.”
De maneira geral, protege os direitos dos trabalhadores de unir-se e formar associações para negociar coletivamente, sem temer represálias.
3.2.2.5. Discriminação
Critérios:
“A empresa não deve se envolver ou apoiar a discriminação na contratação, remuneração, acesso a treinamento, promoção, encerramento de contrato ou aposentadoria, com base em raça, classe social, nacionalidade, religião, deficiência, sexo, orientação sexual, associação a sindicato ou afiliação política, ou idade.”
“A empresa não deve interferir com o exercício dos direitos dos funcionários em observarpreceitos ou práticas, ou em atender às necessidades relativas à raça, classe social, nacionalidade, religião, deficiência, sexo, orientação sexual, associação a sindicato ou afiliação política;”
“A empresa não deve permitir comportamento, inclusive gestos, linguagem e contato físico, que seja sexualmente coercitivo, ameaçador, abusivo ou explorativo.”
Nenhuma discriminação a partir de raça, casta, origem, religião, deficiência, sexo, orientação sexual, sindicalização ou filiação política.
3.2.2.6. Práticas Disciplinares
Critério:
“A empresa não deve se envolver com ou apoiar a utilização de punição corporal, mental ou coerção física e abuso verbal.”
Proíbe castigo corporal, coerção física ou mental ou ainda abuso verbal dos trabalhadores.
3.2.2.7. Horário de Trabalho
Critérios:
“A empresa deve cumprir com as leis aplicáveis e com os padrões da indústria sobre horário de trabalho. A semana de trabalho normal deve ser conforme definido por lei, mas não deve regularmente exceder a 48 horas. Aos empregados deve ser garantido, pelo menos, um dia de folga a cada período de sete dias. Todo trabalho extra deve ser remunerado em base especial e, em nenhuma circunstância, deve exceder a 12 horas por empregado por semana.”
“De outra forma,o trabalho extra deve ser voluntário.”
“Quando a empresa fizer parte de um acordo de negociação coletiva, livremente negociado com as organizações de trabalhadores (conforme definido pela OIT), representando uma porção significativa de sua força de trabalho, ela pode requerer trabalho em horas extras, de acordo com tal acordo, para atender demandas de curto prazo.”
Estabelece o máximo de 48 horas de trabalho por semana, pelo menos um dia de folga por semana, o máximo de 12 horas extra por semana com remuneração diferenciada.
3.2.2.8. Remuneração
Critérios:
“A empresa deve assegurar que os salários pagos por uma semana padrão de trabalho devem satisfazer a pelo menos os padrões mínimos da indústria e devem ser suficientes para atender às necessidades básicas dos funcionários e proporcionar alguma renda extra;”
“A empresa deve assegurar que as deduções dos salários não sejam feitas por razões disciplinares, e deve assegurar que a composição de salários e benefícios seja detalhada clara e regularmente para os trabalhadores; a empresa deve também assegurar que os salários e benefícios sejam pagos de plena conformidade com todas as leis aplicáveis e que a remuneração seja feita ou em espécie ou na forma de cheque, de maneira que seja conveniente para os trabalhadores;”
“A empresa deve assegurar que os arranjos de contrato apenas por trabalho executado e esquemas de falso aprendizado não sejam realizados, numa tentativa de evitar o cumprimento de suas obrigações para com os funcionários sob as condições legais aplicáveis e associadas às legislações e regulamentações trabalhistas e de seguridade social.”
Devem atender os mínimos padrões legais e fornecer renda suficiente para as necessidades básicas, sobrando pelo menos um pouco.
3.2.2.9. Sistemas de Gestão
Critérios:
3.2.2.9.1. Política
“A alta direção deve definir a política da empresa quanto à responsabilidade social e as condições para assegurar que ela”:
a) inclua um comprometimento para estar em conformidade com todos os requisitos desta norma;
b) inclua um comprometimento para estar em conformidade com as leis nacionais e outras leis aplicáveis, com outros requisitos aos quais a empresa subscrever e a respeitar os instrumentos internacionais e suas interpretações;
c) inclua um comprometimento com a melhoria contínua;
d) seja efetivamente documentada, implementada, mantida, comunicada e seja acessível de forma abrangente para todos os funcionários, incluindo-se diretores, executivos, gerências, supervisores e a administração, quer seja diretamente empregado, contratado ou de alguma forma representando a empresa;
e) “esteja publicamente disponível.”
3.2.2.9.2 Análise Crítica pela Alta Direção
“A alta direção periodicamente deve analisar criticamente a adequação, aplicabilidade e contínua eficácia da política da empresa, dos procedimentos e dos resultados de desempenho, em particular em relação aos requisitos desta norma e a outros requisitos aos quais a empresa subscrever. As alterações e melhorias de sistema devem ser implementadas quando apropriado.” 
3.2.2.9.3. Representantes da Empresa
“A empresa deve nomear um representante da alta direção o qual, independentemente de outras responsabilidades, deve assegurar que os requisitos desta norma sejam atendidos;”
“A empresa deve proporcionar condições para que funcionários sem função gerencial escolham um representante de seu próprio grupo para facilitar a comunicação com a alta direção sobre assuntos relacionados com esta norma.”
3.2.2.9.4. Planejamento e Implementação
“A empresa deve assegurar que os requisitos desta norma sejam entendidos e implementados em todos os níveis da organização; os métodos devem incluir, mas não estão limitados a:
a) clara definição de papéis, responsabilidades e autoridade;
b) treinamento de empregados novos e/ou temporários quando da contratação;
c) treinamento periódico e programas de conscientização para os empregados existentes;
d) monitoração contínua das atividades e resultados para demonstrar a eficácia dos sistemas implementados, visando atender à política da empresa e aos requisitos desta norma.”
3.2.2.9.5. Controle de Fornecedores / Subcontratados e Sub-fornecedores
“A empresa deve estabelecer e manter procedimentos apropriados para avaliar e selecionar fornecedores / subcontratados (e, quando apropriado, sub-fornecedores), com base em sua capacidade de atender os requisitos desta norma;”
“A empresa deve manter registros apropriados do comprometimento de fornecedores/subcontratados (e, quando apropriado, sub-fornecedores) para com a responsabilidade social, incluindo, mas não limitando-se a, o comprometimento por escrito daquelas organizações em:
a) estar em conformidade com todos os requisitos desta norma (inclusive esta cláusula);
b) participar das atividades de monitoração da empresa, conforme solicitado;
c) prontamente implementar ação de reparação e ação corretiva para tratar quaisquer não conformidades identificadas contra os requisitos desta norma;
d) pronta e completamente informar à empresa sobre qualquer e sobre todas as relações de negócio relevantes com outro(s) fornecedores / subcontratados e sub-fornecedores;”
“A empresa deve manter evidência razoável de que os requisitos desta norma estejam sendo atendidos pelos fornecedores e sub-fornecedores.”
“Além dos requisitos das acima, quando a empresa receber, manusear ou promover bens e/ou serviços de fornecedores / subcontratados ou sub-fornecedores que sejam classificados como trabalhadores em domicílio, a empresa deve tomar medidas especiais para assegurar que a tais trabalhadores em domicílio seja proporcionado um nível similar de proteção ao que seria proporcionado aos funcionários empregados diretamente, sob os requisitos desta norma. Tais medidas especiais devem incluir, mas não se limitarem a:
a) estabelecer contratos de aquisição por escrito e com valor legal que requeiram conformidade com critérios mínimos (de acordo com os requisitos desta norma);
b) assegurar que os requisitos do contrato de aquisição celebrado sejam entendidos e implementados pelos trabalhadores em domicílio e todas as outras partes envolvidas no contrato de aquisição;
c) manter, nas instalações da empresa, registros abrangentes detalhando as identidades dos trabalhadores em domicílio; as quantidades de bens produzidos/serviços realizado e/ou horas trabalhadas por cada trabalhador em domicílio;
d) atividades de monitoração programadas e não programadas para verificar a conformidade com os termos do contrato de aquisição celebrado.”
3.2.2.9.6. Tratando das Preocupações e Tomando Ação Corretiva
“A empresa deve investigar, tratar e responder às preocupações de empregados e outras partes interessadas, com respeito a conformidades/não conformidades frente à política da empresa e/ou frente aosrequisitos desta norma; a empresa deve evitar de repreender, dispensar ou de alguma outra forma discriminar contra qualquer empregado que tenha fornecido informações relativas à observância desta norma.”
“A empresa deve implementar ação de reparação e ação corretiva e alocar os recursos necessários apropriados à natureza e severidade de qualquer não conformidade identificada contra a política da empresa e/ou contra os requisitos desta norma.”
3.2.2.9.7. Comunicação Externa
“A empresa deve estabelecer e manter procedimentos para comunicar regularmente a todas as partes interessadas dados e outras informações relativas ao desempenho frente aos requisitos deste documento, incluindo, mas não se limitando a, os resultados das análises críticas pela alta direção e das atividades de monitoração.”
3.2.2.9.8. Acesso para Verificação
“Quando requerido em contrato, a empresa deve oferecer informações razoáveis e acesso às partes interessadas, as quais buscam verificar conformidade com os requisitos desta norma; quando ademais solicitado em contrato, informações similares e acesso devem também ser proporcionados pelos fornecedores e subcontratados da empresa, através da incorporação de tal requisito aos contratos de compra da empresa.”
3.2.2.9.9. Registros
“A empresa deve manter registros apropriados para demonstrar conformidade com os requisitos desta norma.”
Gestão define procedimentos para a implementação efetiva pela administração, revisão da conformidade à SA 8000, desde a determinação de pessoas responsáveis até a manutenção de registros, solução de problemas e a adoção de ações corretivas.
4. NBR 16000
Não basta achar que, ao estar colocando em prática a responsabilidade social há algum tempo, já é uma empresa socialmente responsável. Para isso, existem as certificações NBR 16000 e a SA 8000. 
A NBR 16000 é uma norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) lançada em 2004 que, além ter os seguintes conceitos muito fortes de proteção à criança, ao trabalhador em regime semi-escravo, à saúde, segurança e discriminação, é mais sistêmica e bem planejada, que se preocupa mais com que a empresa crie um sistema de gestão de responsabilidade social eficaz.
Responsabilidade Social requer a existência de um sistema para sua gestão. A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas deu grande contribuição a este tema ao lançar a NBR 16001. Esta norma trata dos requisitos mínimos para um sistema da gestão da Responsabilidade Social. A NBR 16001 utiliza o conceito de que a Responsabilidade Social está associada à concepção de desenvolvimento sustentável, e que reflete nas suas três dimensões: econômica, ambiental e social. A NBR 16001 fundamenta-se na metodologia do PDCA (planejar, fazer, verificar e atuar).
A NBR 16001 está focada nos requisitos para o sistema da gestão, sem deixar de considerar todos os critérios que caracterizam uma empresa socialmente responsável – este é o grande diferencial a favor da 16001: Sistema de Gestão.
Nas últimas décadas têm crescido a mobilização e a preocupação da sociedade com temas associados à ética, cidadania, direitos humanos, desenvolvimento econômico, desenvolvimento sustentável e inclusão social.
Neste sentido, organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e sociais adequados, controlando os impactos de suas relações, processos, produtos e serviços na sociedade, de forma consistente com sua política e com seus objetivos de responsabilidade social.
Esse comportamento se insere no contexto de legislações cada vez mais exigentes, de práticas de consumo e de investimentos cada vez mais conscientes, do desenvolvimento de políticas econômicas e de outras medidas destinadas a estimular o desenvolvimento sustentável e de uma crescente preocupação manifestada pelas partes interessadas em relação às questões ambientais, econômicas e sociais.
Muitas organizações têm conduzido programas de responsabilidade social e avaliações do seu desempenho ambiental, econômico e social. No entanto, por si só, tais avaliações podem não ser suficientes para proporcionar a uma organização a garantia de que seu desempenho não apenas atende, mas continuará a atender, aos requisitos legais e aos de sua própria política. Para que sejam eficazes, é necessário que esses procedimentos sejam conduzidos dentro de um sistema da gestão estruturado que esteja integrado na organização.
Esta norma foi redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de organizações e para adequar-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais brasileiras. O fundamento da abordagem é mostrado na Figura 1. O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente da Alta Administração.
Figura 1: Modelo do sistema da gestão da responsabilidade social
O conceito de responsabilidade social é freqüentemente associado à concepção de “Desenvolvimento Sustentável” desenvolvido pela Comissão Brundtland e aceito pela conferência da ONU - Rio de Janeiro, 1992. Muitas das atividades associadas com a responsabilidade social refletem as três dimensões da sustentabilidade - econômica, ambiental e social - conceitos descritos como sustentabilidade.
O atendimento aos requisitos da norma não significa que a organização é socialmente responsável, mas que possui um sistema da gestão da responsabilidade social. As comunicações da organização, tanto internas quanto externas, deverão respeitar este preceito.
Convém ressaltar que duas organizações que desenvolvam atividades similares, mas que apresentem níveis diferentes de desempenho de responsabilidade social, podem, ambas, atender aos seus requisitos.
	Após dois anos de preparação, foi publicada em dezembro de 2004, no Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT editou a NBR 16001, primeiro documento normativo a estabelecer requisitos para Sistema da Gestão da Responsabilidade Social. Essa norma foi elaborada com base em algumas referências internacionais (Áustria, Inglaterra, México, Austrália, França e Israel) já existentes em forma de minuta ou em aplicação. No Brasil, a ABNT, diferentemente da ISO, encaminhou a elaboração da norma NBR 16001 como uma norma de especificação, ou seja, passível de auditoria ou certificação.
	A NBR 16001 é recomendada para organizações que buscam relação ética com outros públicos como governo, ONGs, sindicatos, comunidade, imprensa, além no público interno da empresa. Esta norma trata dos requisitos mínimos para um sistema da gestão da Responsabilidade Social – similarmente à ISO 9001 para o sistema da Gestão da Qualidade; caminha-se a passos largos para uma norma internacional, a ISO 26000.
	A NBR 16000 utiliza as três dimensões da sustentabilidade como um dos seus fundamentos. A adoção desta Norma, entretanto, não elimina, engloba ou substitui o uso das normas da série ABNT NBR ISSO 9000 ou ABNT NBR ISO 14000, cabendo às organizações a decisão da aplicá–la em conjunto ou separado, dependendo das suas necessidades estratégicas.
Esta Norma está fundamentada na metodologia conhecida como PDCA (Plan-Do-Check-Act ou planejar, fazer, verificar e atuar). Esta pode ser brevemente descrita como:
· Planejar (Plan): estabelecer os objetivos e processos necessários para se produzirem resultados em conformidade com a política da responsabilidade social da organização;
· Fazer (Do): implementar os processos;
· Verificar (Check): monitorar e medir os processos em relação à política de responsabilidade social e aos objetivos, metas, requisitos legais e outros, e reportar os resultados;
· Atuar (Act): tomar ações para melhorar continuamente o desempenho ambiental, econômico e social do sistema da gestão.
Muitas organizações gerenciam suas operações pela aplicação de um sistema de processos e suas interações, que pode ser denominada de “abordagem de processos”. Como o PDCA pode ser aplicado a todos os processos, as duas metodologias são consideradas compatíveis.
	A adoção e a implementação, de forma sistemática, de um conjuntode técnicas da gestão da responsabilidade social podem contribuir para a obtenção de resultados ótimos para todas as partes interessadas. Contudo, a adoção desta Norma não garantirá, por si só, resultados ótimos. Para atingir os objetivos da responsabilidade social, convém que o sistema da gestão da responsabilidade social estimule as organizações a considerarem a implementação da melhor prática disponível, quando apropriado e economicamente exeqüível.
4.1 Histórico
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no País, que fornece base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É entidade privada, sem fins lucrativos e membro fundador da International Organization for Standardization (ISO); da Comissão Pan-americana de Normas Técnicas (Copant) e da Associação Mercosul de Normalização (AMN).
A ABNT, como representante oficial da ISO no Brasil, estabeleceu em dezembro de 2002 um grupo-tarefa para o desenvolvimento de uma Norma Brasileira de Requisitos em Sistema de Gestão de Responsabilidade Social. 
O projeto foi submetido a consulta nacional. O Grupo teve mais de 140 participantes cadastrados em suas discussões e elaborações, das mais diversas partes interessadas, que representaram empresas privadas, públicas, governos, ONGs, universidades, normalizadores, entre outros.
Após dois anos de preparação, foi publicada, em dezembro de 2004, a norma ABNT NBR 16001 – Responsabilidade Social – Sistema de Gestão – Requisitos, responsabilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que pode ser adquirida por meio do site da ABNT: www.abnt.org.br.
Atualmente, além de dar continuidade ao desenvolvimento dos documentos complementares à ABNT NBR 16001, a comissão é o fórum onde se reúne a delegação brasileira para a discussão das posições nacionais a serem levadas ao Grupo de Trabalho da ISO 26000, de Responsabilidade Social. 
4.2 Objetivo
Tem por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema da gestão da responsabilidade social eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos relacionados com os aspectos da responsabilidade social. Não se pretende criar barreiras comerciais não-tarifárias, nem ampliar ou alterar as obrigações legais de uma organização. 
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema da gestão da responsabilidade social, permitindo à organização formular e implementar uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros, seus compromissos éticos e sua preocupação com a:
· Promoção da cidadania;
· Promoção do desenvolvimento sustentável;
· Transparência das suas atividades.
Os requisitos desta norma são genéricos para que possam ser aplicados a todas as organizações. A sua aplicação dependerá de fatores como a política da responsabilidade social da organização, a natureza de suas atividades, produtos e serviços e da localidade e das condições em que opera.
4.3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:
Ação social: Atividade voluntária realizada pela organização em áreas tais como assistência social, alimentação, saúde, educação, esporte, cultura, meio ambiente e desenvolvimento comunitário. Abrange desde pequenas doações a pessoas ou instituições até ações estruturadas com uso planejado e monitorado de recursos.
Aspecto da responsabilidade social: Elemento das relações, processos, produtos e serviços de uma organização, que podem interagir com o meio ambiente, contexto econômico e contexto social.
Desempenho da responsabilidade social: Síntese dos desempenhos ambientais, econômicos e sociais da organização, de forma integrada, levando-se em consideração todas as partes interessadas.
Desenvolvimento sustentável: Desenvolvimento que supre as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em supri-las.
Notas:
1 – O resultado do desenvolvimento sustentável é a sustentabilidade nas dimensões ambiental, econômica e social.
2 – A dimensão ambiental da sustentabilidade diz respeito aos impactos da organização sobre sistemas naturais, vivos ou não, incluindo ecossistemas terra, água e ar.
3 – A dimensão econômica da sustentabilidade diz respeito aos impactos da organização sobre as circunstâncias econômicas das partes interessadas e sobre os sistemas econômicos em níveis local, regional, nacional e global.
4 – A dimensão social da sustentabilidade refere-se aos impactos da organização sobre os sistemas sociais (incluindo-se as questões política, cultural, institucional, espacial e espiritual, entre outras) nos quais opera.
[adaptado das diretrizes da GRI, 2002]
Diretrizes: Conjunto de instruções ou indicações de como se tratar e levar a termo, da melhor maneira possível, as ações necessárias ao atendimento de um plano preestabelecido ou aos requisitos de uma norma.
Governança: Sistema pelo qual organizações são dirigidas e controladas.
Impacto: Qualquer modificação do meio ambiente, contexto econômico ou contexto social, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das relações, processos, atividades, produtos e serviços de uma organização.
Metas da responsabilidade social: Requisito de desempenho detalhado, sendo quantificado sempre que exeqüível, aplicável à organização ou à parte dela, resultante dos objetivos da responsabilidade social, que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos.
Objetivos da responsabilidade social: Propósitos da responsabilidade social, decorrente da política da responsabilidade social, que uma organização se propõe a atingir, sendo quantificado sempre que exeqüível.
Organização: Organização, companhia, corporação, firma, órgão, instituição ou empresa, ou uma unidade destas, pública ou privada, sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatutária, que tem funções e estruturas administrativas próprias e autônomas, no setor público ou privado, com ou sem finalidade de lucro, de porte pequeno, médio ou grande.
Parte interessada: Qualquer pessoa ou grupo que tem interesse ou possa ser afetado pelas ações de uma organização. Exemplo: Público interno, fornecedor, consumidor, cliente, instituição pública, comunidade, proprietários, banqueiros, sindicatos, órgãos governamentais, entre outros.
Política da responsabilidade social: Intenções e diretrizes globais de uma organização, relativos à responsabilidade social, formalmente expressas pela Alta Administração. Nota: A política da responsabilidade social consistente com a política geral da organização fornece uma estrutura para se estabelecerem os objetivos da responsabilidade social.
Responsabilidade social: Relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável.
Sistema da gestão da responsabilidade social: Conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos, voltados para estabelecer políticas e objetivos da responsabilidade social, bem como para atingi-los.
Transparência: Acesso, quando aplicável, das partes interessadas às informações referentes às ações da organização.
4.4 Requisitos do sistema da gestão da responsabilidade social
A organização deve estabelecer, implementar, manter e continuamente aprimorar um sistema da gestão da responsabilidade social, de acordo com os requisitos desta norma. Quando forem efetuadas exclusões de requisitos desta norma, não será aceita reivindicação da conformidade com esta.
A alta administração deve definir a política da responsabilidade social da organização, consultando as partes interessadas, e assegurando que esta:
a) seja apropriada à natureza, escala e impactos da organização;
b) inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável;
c) inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de impactos adversos;
d) inclua o comprometimento com o atendimento à legislação e demais requisitos subscritos pela organização;
e) forneça a estrutura para o estabelecimentoe revisão dos objetivos e metas da responsabilidade social;
f) seja documentada, implementada e mantida;
g) seja comunicada para todas as pessoas que trabalham para, ou em nome da, organização;
h) esteja disponível para o público; e
i) seja implementada por toda a organização.
4.5 Planejamento
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos documentados para identificar as partes interessadas e suas percepções, bem como os aspectos da responsabilidade social que possam ser controlados e sobre os quais presume-se que tenha influência, a fim de determinar aqueles que tenham, ou possam ter, impacto significativo, positivo ou negativo. A organização deve manter essas informações documentadas e atualizadas.
Exemplo: Aspecto: Excesso de impressões (fato)
Impacto: Degradação ambiental (conseqüência)
O impacto é Negativo ou positivo?
Determinar a significância:
Qual a probabilidade dele acontecer (baixa, média ou alta)
Qual a gravidade?
Qual a influência?
Significativo ou não?
Tem legislação?
4.6 Requisitos legais e outros
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar e ter acesso à legislação aplicável a seus aspectos da responsabilidade social e outros requisitos por ela subscritos.
Identificar e controlar requisitos legais e outros aplicáveis;
Quais leis a empresa precisa seguir?
De que forma são controladas?
Como as áreas são informadas destas mudanças?
Qual impacto que elas geram?
Atenção especial para lei de deficientes físicos e jovem aprendiz	
4.7 Objetivos, metas e programas
A organização deve estabelecer, implementar e manter objetivos e metas documentados da responsabilidade social, em funções e níveis relevantes dentro da organização, bem como em relação às demais partes interessadas.
Ao estabelecer e revisar seus objetivos, a organização deve considerar os requisitos legais e outros requisitos, seus aspectos significativos, suas opções tecnológicas, seus requisitos financeiros, operacionais e comerciais, os meios sociais e culturais em que a organização está inserida, bem como a visão das partes interessadas sobre as suas atividades e os impactos decorrentes.
Os objetivos e metas devem ser compatíveis com a política da responsabilidade social e devem contemplar, mas não se limitar as boas práticas de governança, a combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção, as práticas leais de concorrência, aos direitos da criança e do adolescente, aos direitos do trabalhador, a promoção da diversidade e combate à discriminação, ações sociais de interesse público, entre outros.
Deve haver programas para atingir seus objetivos e metas da responsabilidade social. Esses programas devem incluir a atribuição de responsabilidades às funções e níveis relevantes da organização para se atingirem os objetivos e metas, e os meios e prazos nos quais estes devem ser atingidos.
4.8 Recursos, regras, responsabilidade e autoridade
A alta administração deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema da gestão da responsabilidade social. Os recursos abrangem recursos humanos, qualificações específicas, tecnologia, recursos de infra-estrutura e recursos financeiros. As funções, responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e comunicadas, a fim de facilitar uma gestão eficaz da responsabilidade social.
Deve nomear representante(s) específico(s) que, independentemente de outras atribuições, deve(m) ter funções, responsabilidades e autoridade definidas.
4.9 Implementação e operação
A organização deve assegurar a competência, por meio de educação, treinamento ou experiência apropriados, de qualquer pessoa que realize tarefas para esta, ou em seu nome, e que possa causar impactos significativos.
A organização deve identificar as necessidades de treinamento associadas com seus aspectos e com o seu sistema da gestão da responsabilidade social. A organização deve fornecer o treinamento ou adotar ações para atender às necessidades levantadas, mantendo registros.
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos documentados que façam com que as pessoas que trabalham para esta, ou em seu nome, estejam conscientes da importância da conformidade com a política da responsabilidade social, dos impactos significativos, reais ou potenciais de suas atividades e dos benefícios ao meio ambiental, econômico e social resultantes da melhoria do seu desempenho pessoal, e de suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com a política da responsabilidade social. A organização deve manter registros adequados de educação, treinamento e experiência.
Com relação aos aspectos da responsabilidade social e sistema da gestão da responsabilidade social, a organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para a comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização; recebimento, documentação e resposta às comunicações pertinentes das partes interessadas externas; e elaboração e divulgação periódica de documento, envolvendo as partes interessadas
4.10 Requisitos de documentação
A documentação do sistema da gestão da responsabilidade social deve incluir a declarações documentadas da política da responsabilidade social e dos objetivos e metas da responsabilidade social, o manual do sistema da gestão da responsabilidade social, os procedimentos documentados, documentos e registros requeridos por esta Norma, e os procedimentos documentados, documentos e registros, definidos pela organização como necessários para assegurar o planejamento, a operação e o controle eficazes de seus processos relacionados com a responsabilidade social.
A organização deve estabelecer e manter um manual da responsabilidade social que inclua a política da responsabilidade social, os objetivos e metas da responsabilidade social, o escopo do sistema da gestão da responsabilidade social, os procedimentos documentados requeridos por esta Norma, e a descrição e interação dos elementos principais do sistema da gestão da responsabilidade social.
Os documentos requeridos pelo sistema da gestão da responsabilidade social e por esta Norma devem ser controlados.
A organização deve estabelecer e manter registros para prover evidências da conformidade com os requisitos de seu sistema da gestão da responsabilidade social e com esta Norma.
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) documentado(s) para identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção e descarte dos registros.
4.11 Monitoramento e medição
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos documentados para monitorar e medir, em base regular, as características principais de suas relações, processos, produtos e serviços que possam ter um impacto significativo. Tais procedimentos devem incluir o registro de informações para acompanhar o desempenho, controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas da responsabilidade social da organização.
4.12 Avaliação da conformidade
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para avaliação periódica do atendimento à legislação e demais requisitos por esta subscritos. Ações corretivas devem ser tomadas.
4.13 Não-conformidade e ações corretiva e preventiva
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para tratar não-conformidades, reais e potenciais, e implementar ações corretivas e preventivas.
As oportunidades de melhoria podem ser identificadas na auditoria interna.
As ações adotadas devem ser adequadas à magnitude dos problemas e proporcionais ao impacto verificado.
4.14 Auditoria interna
A organização deve assegurar que as auditorias internas do sistema da gestão da responsabilidade social sejam conduzidas a intervalos planejados para determinar se o sistema da gestão da responsabilidade social está em conformidade com as disposições planejadas para a gestão da responsabilidade social, inclusive com os requisitos desta Norma e se tem sido devidamenteimplementado e mantido. A organização também deve fornecer informações à Alta Administração sobre os resultados das auditorias.
A seleção dos auditores e a execução de auditorias devem assegurar a objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria.
4.15 Análise pela Alta Administração
A Alta Administração deve analisar o sistema da gestão da responsabilidade social, em intervalos planejados, para assegurar sua contínua pertinência, adequação e eficácia. Essa análise deve incluir a avaliação de oportunidades para melhoria e necessidade de mudanças no sistema da gestão da responsabilidade social, incluindo política da responsabilidade social e objetivos e metas da responsabilidade social.
As entradas para a análise devem incluir os resultados das auditorias internas do sistema da gestão da responsabilidade social, das avaliações sobre a conformidade legal e demais avaliações; a comunicação com as partes interessadas, incluindo sugestões e reclamações; o desempenho da responsabilidade social da organização; a situação das ações corretivas e preventivas; o acompanhamento das ações oriundas de análises anteriores pela Alta Administração; as circunstâncias de mudanças, inclusive de requisitos legais e outros associados com os aspectos da responsabilidade social; e as recomendações para melhoria.
As saídas da análise pela Alta Administração devem incluir quaisquer decisões e ações relacionadas a possíveis mudanças na política da responsabilidade social, nos objetivos e metas e em outros elementos do sistema da gestão da responsabilidade social.
Estas saídas da análise devem ser consistentes com o compromisso de melhoria contínua.
4.16 Certificação
A certificação da NBR 16001 é mais complexa e diferenciada que a dos demais sistemas de gestão normalizados, como os da qualidade, ambiental e de saúde e segurança, isso se deve ao fato de que a tentativa de tornar a norma abrangente e flexível ao ponto de moldar-se aos diversos tipos e portes de organizações, acentuou aspectos de generalidade que associados à subjetividade de seus requisitos e à necessidade do envolvimento de partes externas à organização.
	No Brasil, a certificação de sistemas de gestão normalizados é concedida por Organismos Certificadores, cuja competência técnica é reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), que por sua vez é o gestor do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC (INMETRO, 2004).
	De acordo com o RAC – Regulamento de Avaliação da Conformidade, o processo de certificação desse tipo de sistema de gestão deve contemplar, diferentemente da avaliação dos demais tipos de sistemas de gestão, a auditoria em duas fases: 
a) Auditoria fase 1: tem início com a análise crítica, pelo Organismo Certificador, da solicitação da certificação, compreendendo a análise da documentação (manual, procedimentos e instruções), a consulta prévia e divulgação às partes interessadas; 
b) Auditoria fase 2: compreende a auditoria do SGRS nas instalações da organização com entrevistas com a força de trabalho da mesma para verificar o atendimento aos requisitos da norma ABNT NBR 16001:2004. 
	É na fase 2 da auditoria que se encontram as dificuldades potenciais para os auditores, no que diz respeito ao trabalho de constatação da conformidade do sistema de gestão.
	Um dos grandes diferenciais da ABNT NBR 16001:2004 está no item planejamento, que contraditoriamente pode ser considerado o ponto mais crítico da norma. A norma menciona, de modo superficial, os objetivos, metas e programas que a organização deve contemplar na área de responsabilidade social, ressaltando que estes devem ser documentados, implementados e mantidos, tanto na organização, quanto em relação às partes interessadas.
	Essas temáticas são propostas pela norma sem suficiente contextualização, dando margem à livre interpretação e à identificação de outros temas pertinentes, o que, aliás, é textualmente recomendando.
	O esforço de interpretar esses requisitos, só acentua a dificuldade de evidenciá-los nas auditorias de certificação, demonstrando que essa tarefa vai exigir um nível de competência das equipes auditoras, de forma a atender a ABNT NBR 16002:2005, principalmente no que diz respeito à compreensão da interação das relações, processos e produtos da organização auditada com o meio ambiente, contexto econômico e contexto social, tendo como referência as temáticas acima citadas.
 	A que se considerar, ainda, que a falta de detalhamento, na norma, das temáticas acima comentadas, tende não apenas a dificultar o processo de auditoria de certificação, mas a aumentar a responsabilidade do auditor no julgamento de requisitos menos qualificáveis, intangíveis e até certo ponto subjetivos. 
	Ursini e Sekiguchi (2005) comentam que entre os desafios enfrentados pelas iniciativas de elaboração de normas de responsabilidade social está a formação e incorporação de “auditores sociais” nas organizações, com representatividade e legitimidade junto às partes interessadas, promovendo sua participação em processos de verificação e auditorias do SGRS. E é nesse contexto, que ressalta-se a importância do cuidado com a composição da equipe auditora, que deve considerar a competência, principalmente, nas áreas associadas às ações de responsabilidade social empresarial propostas pela norma. 
5. ISO 26000
Em novembro de 2010, a tão esperada norma ISO 26000 - Diretrizes de Responsabilidade Social foi publicada, imediatamente gerando grande interesse entre uma vasta gama de organizações. A norma destina-se a todas as organizações interessadas em garantir que estão agindo de forma socialmente responsável, fornecendo orientações sobre os principais aspectos que devem ser considerados.
Esta Norma Internacional fornece orientações sobre os princípios subjacentes à responsabilidade social, os temas centrais e questões pertinentes à responsabilidade social e sobre formas de integrar o comportamento socialmente responsável com estratégias, sistemas, práticas e processos organizacionais existentes. Essa Norma Internacional salienta a importância de resultados e melhorias em seu desempenho em responsabilidade social.
A ISO 26000 visa ser útil para todos os tipos de organizações nos setores privado, público e sem fins lucrativos, sejam elas grandes ou pequenas, com operações em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Embora nem todas as partes dessa Norma Internacional tenham a mesma utilidade para todos os tipos de organizações, todos os temas centrais são relevantes para todas as organizações. É responsabilidade de cada organização individualmente identificar o que é relevante e significativo para ela abordar, por meio de suas considerações e por meio do diálogo com as partes interessadas.
5.1 Histórico
A International Organization for Standardization (ISO) foi criada oficialmente em 1947, por uma iniciativa de 25 países, com o objetivo de facilitar a coordenação e unificação, no âmbito internacional, de normas industriais. Sediada em Genebra, a ISO se constitui, atualmente, na maior organização do mundo de desenvolvimento de normas técnicas internacionais. É uma organização não governamental, integrada pelos principais organismos nacionais de normalização, tendo um representante por país, contando, atualmente, com 153 membros.
A partir de 1950, segundo Ashley (2003), tornaram-se conhecidos os primeiros Códigos de Ética empresariais elaborados com o objetivo de definir os padrões éticos a serem seguidos pelos empregados. Desde então, os benefícios da instituição ética começaram a ser traduzidos em resultados financeiros surgindo uma nova visão: a da responsabilidade social nas empresas.
No Brasil, a atenção à RSE iniciou-se em 1960, com a criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas -ADCE, cujos princípios defendem a posição de que a empresa possui uma função social que se realiza em nome dos trabalhadores e do bem-estar da comunidade, além da produção de bens e serviços (COELHO, 2004).
Contudo, foi somente na décadade 1990 que a responsabilidade social ganhou forte impulso no Brasil, através da ação de entidades não-governamentais, institutos de pesquisas e empresas sensibilizadas com a questão, especialmente o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas -IBASE, cujo empenho na promoção e divulgação do Balanço Social, merece ressalva.
Segundo Ursini & Sekiguchi (2005), com base na demanda mundial sobre o tema Responsabilidade Social, o Conselho da ISO convidou seu Comitê de Política do Consumidor (COPOLCO), em maio de 2001, a considerar a viabilidade de normas internacionais nessa área. e Responsabilidade Social. 
Em 2002, definem-se os encarregados de estudar em detalhes a viabilidade da norma, estruturando a natureza e seu escopo. Brasil, Estados Unidos e México integram o grupo inicial de oito membros do recém-criado SAG (Strategic Advisory Group).
O SAG finalizou em abril de 2004 o relatório Working Report on Social Responsibility após uma série de pesquisas, discussões e reuniões em âmbito internacional. Esse relatório buscou trazer o estado da arte da Responsabilidade Social no mundo e os principais pontos a serem considerados pela ISO nesta área. Foram destacados os dois aspectos abaixo:
· Tópicos relacionados à normalização da Responsabilidade Social: necessidade ou não da normalização; custos e benefícios; iniciativas já existentes neste campo; integração dos aspectos ambientais, econômicos e sociais; integração dos instrumentos legais e outros requisitos; normalização de processos ou desempenho e aplicação de normas e Responsabilidade Social nos diversos setores;
· Capacidade da ISO desenvolver um trabalho na área de Responsabilidade Social: discussão sobre a competência da ISO para desenvolver uma norma de Responsabilidade Social; qual o conhecimento que a ISO deveria desenvolver nesse campo; quais partes interessadas deveriam ser envolvidas no processo; como a ISO deveria relacionar-se com as demais iniciativas existentes no campo da Responsabilidade Social e outras questões.
A partir das contribuições do SAG, decidiu-se realizar a Conferência Internacional da ISO sobre Responsabilidade Social, que ocorreu em Estocolmo, Suécia, em junho de 2004.
Esta Conferência teve por objetivo discutir os pontos apresentados pelo SAG e aprofundar o debate com a comunidade internacional e países membros, visando a construção de um consenso em relação à Responsabilidade Social e sua normalização. Participaram desta conferência cerca de 350 pessoas de 66 países, incluindo 33 países em desenvolvimento, representantes de diversas partes interessadas, como institutos de normalização, empresas, governos, trabalhadores, consumidores, acadêmicos, organizações não governamentais, entre outros. Após a Conferência Internacional de Estocolmo, o ISO/TMB estabeleceu a Resolução ISO/TMB 35/2004, na qual confirmou a recomendação do SAG sobre a necessidade do desenvolvimento de uma norma que apresentará diretrizes, escrita em linguagem de fácil entendimento, sem ser um documento de requisitos (voltado para certificação). Reconheceu, ainda, a complexidade do tema e a necessidade de se reforçar as declarações da Organização das Nações Unidas e da Organização Internacional do Trabalho, assim como outras iniciativas voluntárias existentes nesse campo. Ressaltou, entre outros assuntos, a necessidade da intensa participação internacional, de diversas partes interessadas e, especialmente, de esforços da ISO para facilitar a participação de experts de países em desenvolvimento, organizações não governamentais, consumidores e demais grupos com recursos limitados.
Em 2005 é aprovada a proposta para o desenvolvimento da norma, definindo a participação de países em desenvolvimento, consumidores, trabalhadores, além de outros órgãos como a ONU (Organização das Nações Unidas) e OIT (Organização Internacional do Trabalho).
A ISO e a OIT assinam o MoU (Memorandum of Understanding), selando o propósito de cooperação.
A segunda reunião do Grupo de Trabalho ocorre em Bangcoc e define a estrutura de capítulos, instituindo grupos-tarefa permanentes para redigir a primeira minuta.
Neste mesmo ano, em Salvador, é criado o Chairman´s Advisory Group (CAG), grupo consultivo de apoio à liderança do processo, além de seis grupos-tarefa, sendo três estratégicos e três encarregados de questões de conteúdo.
	 Ocorre a 3ª Reunião Plenária, Lisboa/Portugal, 15 a 19 de maio de 2006: análise e revisão dos comentários e documentos provenientes dos resultados do encontro anterior. Decidiram-se ainda os temas que seriam abordados pela ISO 26000: meio ambiente, direitos humanos, relações de trabalho, governança organizacional, práticas empresariais justas (fair business practices) e envolvimento comunitário.
	No ano de 2007 ocorre o Quarto encontro em Sidney propõe uma nova definição e uma lista de princípios para a responsabilidade social, além disso, é aprovada uma política para a participação da mídia no Grupo de trabalho. Em Novembro, nove meses depois, acontece o Quinto encontro em Viena, que gera o consenso em torno de questões chave como as definições de Stakeholder e cadeia de valor, o que representou um grande avanço na elaboração da norma.
	A Sexta reunião do grupo de trabalho acontece em Santiago, no Chile, em 2008, passando por uma importante etapa, sendo elevado da categoria de projeto de trabalho para Projeto de Comissão. Segundo o ecodesenvolvimento.org(2009) este foi um dos maiores encontros já realizados pelo grupo de trabalho contando com a presença de 386 especialistas de 76 países participantes.
	A Sétima reunião sediada em Quebec aconteceu em maio de 2009 e debateu questões complexas como entraves ao comércio, direitos humanos e sociabilidade. 
	Na primeira metade de 2010, foi realizada a oitava reunião do Grupo de trabalho, presidido pelo brasileiro Jorge Cajazeira, em Copenhague, na Dinamarca. E no segundo semestre de 2010, a norma ISO 26000 foi publicada.
5.2 Participantes da construção da ISO 26000
A Norma de Responsabilidade Social, ISO 26000, foi construída num processo chamado twinning, em que a liderança do grupo de trabalho acontece em uma dupla formada por um país desenvolvido e um em desenvolvimento. Pela primeira vez, um grupo de construção de uma norma ISO internacional é presidido por um brasileiro, Jorge Emanuel Reis Cajazeira (da Suzano Papel e Celulose). Junto com a Suécia, representada pelo Swedish Standards Institute (SIS), seu instituto de normalização, o Brasil lidera os trabalhos, representado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entidade civil, sem fins lucrativos, que, por delegação do governo, é o único órgão credenciado como Fórum Nacional de Normalização, responsável pela elaboração das Normas Brasileiras.
A Norma Internacional ISO 26000 foi desenvolvida por um processo multi-stakeholder que envolveu especialistas de mais de 90 países e 40 organizações internacionais ou com ampla atuação regional envolvidas em diferentes aspectos da responsabilidade social. Esses especialistas representaram seis diferentes grupos de partes interessadas: consumidores; governo; indústria; trabalhadores; organizações não governamentais (ONGs); serviços, suporte, pesquisa e outros. Além disso, buscou-se um equilíbrio entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, assim como um equilíbrio entre gêneros na elaboração dos grupos. Apesar dos esforços feitos para assegurar a ampla e representativa participação de todos os grupos de partes interessadas, um equilíbrio total e equitativo de partes interessadas foi limitado por diversos fatores, inclusive a disponibilidade de recursos e a necessidade de conhecimento do idioma inglês.
Uma das preocupações da construção da norma ISO 26000 foi criar um processo amplo e participativo que pudesse dar à norma a legitimidade necessária. Abaixo a lista de países participantes e organizações internacionais e regionais:
Países
	África do Sul
	Emirados Árabes
	Noruega
	Alemanha
	Equador
	Nova Zelândia
	Argentina
	Espanha
	Panamá
	Armênia
	Estados Unidos
	Peru
	Austrália

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