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57 UNIDADE 2 MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, o(a) acadêmico(a), deverá ser capaz de: • conhecer os fundamentos do marketing de relacionamento; • promover a reflexão e discussão sobre as ferramentas utilizadas no marketing de relacionamento; • fomentar o debate sobre a importância do marketing de relacionamento e do CRM para uma organização. Esta unidade aprofundará os conceitos relacionados ao tema Marketing de Relacionamento e de ferramentas tecnológicas utilizadas como suporte no seu processo de desenvolvimento, que será realizado através de quatro tópi- cos assim dispostos: TÓPICO 1 – CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO TÓPICO 2 – O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) TÓPICO 3 – O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE TÓPICO 4 – ESTRATÉGIAS DE AUTOMACÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 58 59 TÓPICO 1 CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Já foram apresentados alguns conceitos básicos relacionados ao marketing de relacionamento na Unidade 1 deste Caderno de Estudos. É importante salientar que dentro do marketing de relacionamento iremos utilizar também alguns conceitos que você aprendeu na disciplina de Marketing. Por isso é interessante, em algum momento, você rever os conteúdos dessa disciplina. Quando uma organização está focada no marketing de relacionamento, todas as suas ações de marketing são influenciadas, e os 4 P (Produto, Preço, Praça (distribuição) e Promoção (comunicação integrada de marketing) precisam ser ajustados à filosofia de relacionamento da empresa, e por consequência, toda a sua estratégia de negócios também sofrerá um up grade. Zenone (2010, p. 51) resume muito bem esta mudança quando descreve que “a empresa deverá estar disposta a mudar, começando pela adequação do composto de marketing a partir da perspectiva do cliente integrando todas as áreas organizacionais ao redor do cliente”. Até agora falamos da relação organização e consumidor, precisamos entender que esse consumidor, pode ser também outra organização, ou seja, é um relacionamento business to business, ou como é identificado no mundo dos negócios B2B. DICAS O termo business to business (B2B) se popularizou nos últimos anos, e significa negócios realizados entre duas empresas. Um exemplo deste tipo de negócio é quando uma montadora de automóveis compra produtos de um fabricante de peças, ou quando um prestador de serviço executa um serviço em uma empresa etc. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 60 Para Gummesson (2010), nas relações comerciais, são 12 propriedades importantes para fortalecer este relacionamento, os quais estão apresentados no quadro a seguir: QUADRO 3 – 12 PROPRIEDADES IMPORTANTES PARA FORTALECER ESTE RELACIONAMENTO COLABORAÇÃO PODER LONGEVIDADE COMPROMETIMENTO, DEPENDÊNCIA E IMPORTÂNCIA CONFIANÇA, RISCO E INCERTEZA ADAPTAÇÃO PROXIMIDADE E DISTANCIA FORMALIDADE, INFORMALIDADE E TRANSPARÊNCIA ROTINIZAÇÃO CONTEÚDO PROPRIEDADES PESSOAIS E SOCIAIS PROPRIEDADES DA PROPRIEDADE FONTE: Gummesson (2010) Assim, dentro destas doze propriedades apresentadas por Gummesson (2010), a relação entre o consumidor e as organizações busca desenvolver uma COLABORAÇÃO entre as partes, de forma amistosa, em que o PODER precisa ser equilibrado, buscando uma LONGEVIDADE nos negócios. Busca-se um COMPROMETIMENTO, de tal forma que se consiga transformar esta relação comercial em uma DEPENDÊNCIA IMPORTANTE entre as partes, trabalhadas através da criação de CONFIANÇA comercial e reduzindo os RISCOS e INCERTEZAS a todos, de tal forma que os negócios sejam realizados com uma FREQUÊNCIA adequada aos negócios. Para entendermos esta frequência, vamos ao exemplo da pessoa que vai comprar um carro, o ciclo médio para a compra de um novo veículo para esta pessoa é estimado em três anos em média no mercado, logo a frequência é de três anos, já para uma família que compra pãozinho diariamente para se alimentar, a sua frequência é de um dia. Nesta relação entre as partes, elas precisam se ADAPTAR, as ofertas (empresa) e desejos (consumidores), de forma que se ATRAIAM, e para isto é fundamental que a opção de aquisição do produto ou serviço esteja PRÓXIMO, ou disponível de forma fácil para o seu consumidor. Esta relação também precisa se ajustar às questões FORMAIS (legalidade), e também da FORMALIDADE e INFORMALIDADE das transações (aqui falando da forma de se comportar e negociar, e não na questão legal do negócio), além da ROTINIZAÇÃO do negócio. Um exemplo de rotinização das atividades comerciais está simplificadamente apresentado em muitas empresas de franquia, como as lojas do Boticário, Sub Way, entre outras. O procedimento ou rotinas de atendimento são padrões entre as lojas. O CONTEÚDO está relacionado ao produto em si e aos fatores monetários do negócio. As PROPRIEDADES PESSOAIS E SOCIAIS estão relacionadas às questões de fatores ligados à idade, sexo, status etc. Por último temos a questão PROPRIEDADE DAS PROPRIEDADES, ou seja, qual é a propriedade mais importante para cada um dos lados da negociação. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 61 Quanto mais estudamos estes pontos apresentados por Gummesson (2010), mais próximos ficamos de desenvolver estratégias de relacionamento melhores, e quanto mais aprofundamos estes conhecimentos, melhores deverão ser as estratégias desenvolvidas. Este é um fato presenciado por todos, pois quanto mais experiência nós temos, menores serão as nossas probabilidades de errar, mas, mesmo assim, ainda existe a possibilidade do erro. Stone e Woodcock (apud ZENONE, 2010, p. 7) relatam que as estratégias de relacionamento e sua implementação trazem os seguintes benefícios às organizações: 1 Aumento da retenção e fidelidade do cliente: os clientes acabam se relacionando com a empresa por períodos mais longos, realizam um número maior de transações e com maior frequência (aumento do valor de tempo de vida). 2 Maior lucratividade por cliente ou por grupos de clientes que apresentam o mesmo perfil de compra, não apenas porque cada cliente compra mais, mas em função de: • Custos menores para conquistar os clientes (e desnecessidade de conseguir tantos clientes se você deseja um volume de negócios mais ou menos estável). • Redução de custos de venda e marketing (geralmente os clientes já existem e reagem mais e melhor ao seu marketing). Conforme podemos ler: FIGURA 20 – RELACIONAMENTO É LUCRO FONTE: O autor Então vamos estudar no próximo tópico, como aplicar os conceitos nas organizações, e aprofundar os quatro pontos essenciais que devem ser trabalhados no desenvolvimento das estratégias de relacionamento. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 62 2 A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS NAS ORGANIZAÇÕES Um dos grandes problemas evidenciados pelas organizações brasileiras está no fato de que elas, através de seus profissionais, geralmente qualificados com cursos superiores, muitas vezes, após adentrarem ao campo de trabalho, esquecerem aplicar o que aprenderam na academia. Portanto, todo o conhecimento adquirido na academia, deve ser aplicado no gerenciamento dos negócios. Para Zenone (2010, p. 8), a aplicação do marketing de relacionamento pelas organizações está ligada a servir como “um bloqueio à saída dos clientes, dificultando a entrada de novos concorrentes, uma vez que os clientes já estarão “protegidos” contra outras ações”.Madruga (2006) descreve que a forma de aplicação do marketing de relacionamento nas organizações está relacionada com o profissionalismo de seus funcionários e da sua gestão. Uma gestão focada em resultado focará o relacionamento em todo o seu conjunto, conforme os quatro pontos essenciais que devem ser trabalhados no desenvolvimento das estratégias de relacionamento, ou relembrando-as: • estratégias de relacionamento; • oferta do produto (empresa e concorrentes); • pessoas; • tecnologia. Desenvolvendo estes quatro pontos, conseguimos desenvolver as 12 propriedades apresentadas por Gummesson (2010) e estudadas anteriormente. Vamos detalhar mais estes quatro pontos focais do relacionamento. A teoria complementa a prática e vice-versa. Assim, erroneamente afirmam que a prática é diferente da teoria, e isto não é a verdade, pois a teoria das disciplinas estudadas fomenta a prática. Principalmente, nas áreas de ciências humanas, esta teoria vai evoluindo. Assim, o que se usava há 10 ou 20 anos pode ser que não é correto hoje, mas foi uma evolução teórica necessária. Assim, utilize a teoria estudada e a ajuste para a nova realidade em sua organização. Sem teoria não existe prática em qualquer área do saber humano. ATENCAO TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 63 2.1 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO As estratégias de relacionamento aplicadas pelas organizações estão relacionadas ao que elas esperam realizar para reforçar o relacionamento entre o cliente/consumidor e a empresa. Buscando entender o conceito de estratégia temos uma definição pragmática apresentada por Ansoff em 1965. Ansoff, (1977), que define estratégia como um conjunto de regras de tomada de decisão em um ambiente com condições de desconhecimento parcial de informações e ações a serem seguidas, e as decisões estratégicas tomadas são em relação à empresa e ao ecossistema em que estão inseridas. O autor ainda descreve que são três os pontos básicos no processo de definição das estratégias e são dadas por ser 1) um processo racional e formal, 2) é um processo negociado, e 3) é um processo em construção permanente. Veja a figura a seguir. FIGURA 21 – PILARES DA CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA FONTE: Ansoff (1977) Como já foi mencionado neste Caderno de Estudos, são vários os elementos que podem influenciar o consumidor, quanto à organização nas questões estratégicas de relacionamento. Na figura a seguir será apresentado um resumo sobre estes elementos (fatores ligados ao consumo do cliente) e na Figura 23 (fatores ligados a decisões das organizações). UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 64 FIGURA 22 – FATORES LIGADOS AO CONSUMO DO CLIENTE INFLUENCIADORES NA ESTRATÉGIA FIGURA 23 – PILARES DA CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL FONTE: Zenone (2010, p. 12) FONTE: O autor TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 65 Analisando estas duas figuras, conseguimos entender melhor o conceito de planejamento estratégico apresentado por Oliveira (1993, p. 280), quando o define como “uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, visando maior grau de interação com o ambiente", ou seja, os gestores com seus objetivos empresariais (Figura 23), buscando desenvolver ações futuras (estratégias) para satisfazer o mercado (Figura 22). Zenone (2010, p. 13) descreve ainda que “após analisar o potencial de compra do consumidor, a empresa deve analisar o potencial de atendê-lo”. O autor ainda apresenta uma tabela correlacionando o potencial de compra com o potencial de atendimento e estratégias de relacionamento. Veja no quadro a seguir. QUADRO 4 – POTENCIAL DE COMPRA, POTENCIAL DE ATENDIMENTO E ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO Grupo Potencial de compra Potencial de atendimento Estratégias de relacionamento 1 Alto Alto A estratégia mais adequada é a de fidelização. A empresa deve desenvolver todos os esforços para satisfazer este grupo de clientes investindo em tecnologia, processos e pessoas. 2 Alto Baixo A empresa deve aumentar sua capacidade de atendimento investindo em desenvolvimento de novos produtos/serviços ou aumentando a oferta através de alianças estratégicas e disponibilizando das formas mais convenientes. 3 Baixo Alto A empresa deve estimular o consumidor à compra a partir de técnicas de comunicação com o objetivo de aumentar o potencial. 4 Baixo Baixo Este grupo de clientes exige da empresa investimentos tanto com o objetivo de aumentar o potencial de compra como também investimentos para aumentar o potencial de atendimento. Por isso, talvez seja o caso de a empresa buscar outro mercado de atuação. FONTE: Zenone (2010, p. 14) Entre as principais estratégias de relacionamento, podemos citar: • Todas as estratégias de marketing que envolvem comunicação, trocas, relações, pessoais, via internet ou outra forma, entre as partes. • Telemarketing, 0800, Call Center, Sac. • Estratégias de fidelização. • Vendedores e atendentes que estão em contato com os consumidores. • DBM (DataBase Marketing), CRM (Customer Relationship Manager) etc. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 66 NOTA Caro(a) acadêmico(a)! Para aprofundar os seus conteúdos, sugerimos a leitura do resumo do texto “Estratégias de marketing de relacionamento que realmente trazem resultados”. O texto integral encontra-se disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com. br/textos/artigos06.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. Recomendamos o acesso a este site, pois a empresa é uma das referências em marketing de relacionamento e sua aplicação em organizações. O material que segue foi resumido do site apresentado acima. Estratégias de Marketing de Relacionamento que Realmente trazem Resultados O marketing de relacionamento é uma filosofia de administração empresarial baseada na aceitação da orientação para o cliente e para o lucro por parte de toda a empresa, e no reconhecimento de que se deve buscar novas formas de comunicação para estabelecer um relacionamento profundo e duradouro com os clientes, prospects, fornecedores e todos os intermediários, como forma de obter uma vantagem competitiva sustentável. Portanto, marketing de relacionamento usa as ferramentas de Database Marketing, Telemarketing e Comunicação Dirigida, assentando-se sobre informações, conhecimento e experiência (knowledge-based e experience-based): - Sobre a tecnologia na qual compete; - Sobre a sua concorrência; - Sobre os seus clientes; - Sobre novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente competitivo; - Sobre sua própria organização: 1. capacidades, 2. planos, 3. recursos, e 4. maneira de fazer negócio. Visando ao desenvolvimento de estratégias que objetivem, entre outros, o aumento da lealdade e o incremento das vendas. As principais características do marketing de relacionamento relacionadas com o paradigma de kwoledge-based, segundo McKenna, são: a) A integração do cliente no processo de planejamento dos produtos ou serviços, para garantir que os mesmos sejam desenvolvidos, não somente em função das necessidades e desejos do cliente, mas também de acordo com a sua estratégia. Isto é válido, principalmente, no mercado business-to-business. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 67 b) O desenvolvimento de nichos de mercado onde o conhecimento da empresa sobre canais de distribuição e identificação de segmentos, leva a um ganho de mercado. c) Desenvolvimento da infraestrutura de fornecedores, vendas, parceiros, governo, e clientes, em que o relacionamento irá ajudar a criar e sustentar a imagem da empresa e o seu desenvolvimento tecnológico. Quanto aos aspectos de experience-based, o marketing de relacionamentoenfatiza a interatividade, conectividade e criatividade, significando que: d) A empresa irá despender esforços mercadológicos e tempo com os seus clientes, monitorando constantemente as mudanças que ocorrem no ambiente competitivo, através de um Sistema de Suporte a Decisões Mercadológicas, possuindo um afinado sistema de Market Intelligence integrado a toda a empresa. e) Monitoramento constante da concorrência, dentro do conceito definido por Porter onde uma análise da concorrência é usada como um importante ponto de partida para prever as condições futuras da indústria. Em que os prováveis movimentos de cada concorrente e da sua capacidade de responder a mudanças pode determinar a perda ou ganho de vantagem competitiva da empresa. f) Desenvolvimento de um Sistema de Análise Mercadológica, que pelo feedback, (principalmente pela mensurabilidade) retorna a informação sobre mercado, concorrência, e comportamento dos clientes, fornecedores e outros intermediários, para o Sistema de Suporte à Decisão, aperfeiçoando o próprio sistema e permitindo uma tomada de decisão ágil e consistente, num processo contínuo de adaptação às condições mutantes do ambiente competitivo. A experiência nos tem mostrado que o marketing de relacionamento é aplicado com sucesso nas seguintes linhas estratégicas: 1. Suporte à Força de Vendas O marketing de relacionamento, como suporte à força de vendas, permite aumentar a produtividade do vendedor, realizando para ele todas as atividades de prospecção, apoio (ex.: envio de informações para o cliente), liberando tempo para que o vendedor se dedique ao trabalho de negociação e fechamento da venda. As funções específicas do MKR (marketing de relacionamento) como suporte à força de vendas são as seguintes: 1. Fazer a prospecção de clientes potenciais, separando aqueles efetivamente interessantes da enorme massa de compradores aparentes. Em outras palavras, identificar os prospects entre os suspects. 2. Identificar todas as pessoas chaves na cadeia decisória de compra do produto ou serviço para atingi-los com informações que deem sequência ao processo de vendas. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 68 3. Através da informatização e estruturação de um Database, acionar campanhas de comunicação segmentada - através de comunicação dirigida (Mala Direta) ou telemarketing - visando romper barreiras iniciais, fornecer argumentos básicos, fazer uma pré-venda do conceito do produto/serviço e, acima de tudo, colocar o vendedor em uma posição favorável perante o prospect já predisposto a iniciar a negociação. 4. Gerenciar o trabalho de vendas, pois ao qualificar o prospect através do MKR, a empresa entrega para seus vendedores apenas as oportunidades realmente interessantes, tornando o esforço de vendas mais eficiente e controlável, impedindo que boa parte dessa função de Marketing fique na dependência do estilo pessoal e da sorte de cada vendedor. Isto é possível através da construção de algoritmos que percorrem, o database. 5. Apoiar todo o processo de venda. Pois, com as informações contidas no database sobre cada prospect - tais como decisores efetivos, comportamento de compra e perfil da empresa, entre outras - o vendedor pode ser mais eficiente em todo o seu trabalho, contando com excelente apoio do sistema de marketing de relacionamento para agilizar até o fechamento da venda. 6. Possibilitar uma perfeita mensuração de resultados. Pela capacidade de acompanhamento do sistema e o controle objetivo da ação do vendedor, a empresa pode avaliar com precisão os resultados do trabalho de cada um e aferir a eficácia de sua força de vendas como um todo. 2. Geração de Leads É uma das aplicações como maior potencial de crescimento, inclusive no Brasil. Consiste numa série de ações que buscam gerar nomes qualificados para revendedores e força de vendas. 3. Cross Selling É a venda de outro produto (complementar ou não) a clientes ou consumidores atuais de um determinado produto. Através das ferramentas que dão suporte ao Marketing de Relacionamento, são detectadas as necessidades e as oportunidades de venda: - O Banco de Dados e sistemas de suporte à decisão permitem identificar público-alvo, produto/necessidade. - O telemarketing e a comunicação dirigida possibilitam a ativação e estímulo à compra e meio de resposta. 4. Vendas Diretas A aplicação do ferramental do marketing de relacionamento como canal de vendas (ativo ou receptivo), fazendo parte dos canais de marketing para venda e distribuição de produtos e serviços tem sido bem-sucedidas no Brasil. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 69 O canal de marketing tradicional normalmente pode ter vários intermediários, entre o fabricante e o consumidor final, diferente da venda direta. Nesta última, as duas principais funções do canal de distribuição são: 1. Como intermediário 2. Como agente facilitador As principais características do Canal de Venda Direta são: Imediatismo "immediacy": Concentração Personalização Mensurabilidade • A mensurabilidade é particularmente importante na aferição dos resultados do canal de vendas, pois permite o teste. O teste pode ser realizado em relação: - Ao mix de mídia utilizado. - À estratégia de comunicação. - Ao tipo de oferta. - Ao produto ou mix de produtos (principalmente no caso de catálogos). Conveniência. 5. Promoção de Vendas Através do Banco de Dados é possível segmentar a base de clientes utilizando critérios como o FRVC (Frequência, Regência, Valor e Categoria de Produto). E assim, realizar promoções dirigidas, de acordo com a necessidade da empresa (desova de estoques etc.) e o potencial de conversão do cliente. Além disso, pode-se "premiar" os melhores clientes com ofertas especiais, descontos diferenciados, gerando satisfação, oportunidade e conveniência. 6. Programas de Fidelização A decisão de repetir a compra pode estar baseada em fatores objetivos e subjetivos. A fidelização pode resultar de características intrínsecas e extrínsecas dos produtos ou de valores. Nos dois casos a fidelidade se relaciona com a satisfação com o produto ou seus atributos - essa satisfação pode ser real ou apenas uma percepção. Estimular a repetição da compra através de um círculo vicioso de desconto e promoções faz com que os consumidores comprem o produto ou serviço por razões periféricas às qualidades dos mesmos. Para construir a fidelização é essencial entender as necessidades, desejos e valores, pois constantemente a comunicação, nesse contexto, deve reforçar a percepção sobre o produto ou serviço com a mensagem certa, na hora certa. FONTE: Adaptado de: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos06.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 70 Quando falamos sobre estratégias de relacionamento, podemos lançar mão de diversas opções nos mais variados focos de marketing, mas o que precisamos entender, é que elas precisam estar concatenadas com os objetivos organizacionais, a necessidade do consumidor, e preferencialmente ter os outros três pontos também atendidos. Vamos entender os demais elementos chaves para trabalhar o relacionamento. 2.2 OFERTA DO PRODUTO (EMPRESA E CONCORRENTES) Um dos grandes focos para o relacionamento do consumidor e a organização está relacionado com os produtos por ela ofertados no mercado. O consumidor busca se relacionar com as organizações e adquirir produtos que sejam compatíveis com as suas necessidades e desejos pessoais, influenciados pelos diversos fatores ambientais e sociais. A oferta de produtos está relacionada a: • Características específicas dos produtos. • Características técnicas. • Design. • Característicasfísicas (odor, peso etc.). • Características da oferta: preços, condições de pagamento, promoção etc. • Características de oferta da empresa (características de negociação, como exemplo venda casada etc.). • Característica de oferta de concorrência (exemplo: a influência de prazo de garantia dado pela concorrência em um produto etc.). • Características especiais do produto. Veja o exemplo apresentado a seguir. Para você entender um pouco sobre produtos procurados por públicos específicos, podemos citar um dos cafés mais caros do mundo O café é comido por jacus (aves) e depois é expelido pelas fezes e recolhido. Depois as sementes são processadas gerando um dos cafés de mais fino sabor. Veja um pouco mais sobre este café: Café do Jacu, caro e exótico 26/03/2009 Autor: Julio Huber TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 71 A TRIBUNA - VITÓRIA-ES - DOMINGO - 22/03/2009 – REGIONAL – Página 14 Em Domingos Martins, café feito com sementes ingeridas pelo pássaro jacu é vendido a cerca de R$ 240,00 o quilo Você já imaginou tomar um cafezinho feito com os grãos tirados das fezes de uma ave? E se esse café custasse algo em torno de R$240,00 o quilo? Esse café existe. Trata-se do Jacu BIRD Coffee, ou Café do Jacu, que é produzido na fazenda Camocim, em Pedra Azul, Domingos Martins. Parece estranho, mas esse café exótico é um dos mais caros do mundo e o mais caro do Estado. Para se ter uma ideia, a maior parte da produção é vendida para as melhores cafeterias de Tóquio, Londres, Los Angeles e São Francisco. No Espírito Santo, apenas a Casa do Porto, em Vitória, a Estalagem Petra e o restaurante Don Lorenzoni, em Pedra Azul, comercializam o Café do Jacu. O motivo de ser tão caro, e raro, é porque passa por um processo diferente dos tradicionais. Os grãos do Jacu Bird são colhidos das fezes de uma ave chamada jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeito e completamente maduros. Considerado uma ameaça para o lucro dos cafeicultores, pois em certos cafezais comiam até 10% da produção, o jacu passou de vilão a grande colaborador do cafeicultor e empresário Henrique Sloper, proprietário da Fazenda Camocim, em Domingos Martins. Após saber que o café mais caro do mundo – o Kopi Luwak –, da Indonésia, é produzido a partir dos grãos encontrados nas fezes do civeta, um tipo de gato selvagem, Sloper resolveu fazer a experiência com os grãos encontrados nas fezes dos jacus que devoravam a produção de arábica em sua propriedade. E o resultado o deixou animado. Além de ser um produto exótico, o sabor do café surpreendeu até os melhores especialistas em degustação do país. A provadora e consultora de café de São Paulo Eliana Relvas provou o Café do Jacu e afirmou que vale a pena. “O sabor desse café é equilibrado e muito bom. Fica um gosto bom na boca. O mais diferenciado é que se trata de um produto exótico”, disse Eliana. A primeira produção do Café do Jacu ocorreu em 2006, com poucos quilos. Em 2008, atingiu cerca de 150 quilos. Agora, toda a produção é exportada. O preço? Quem dá é o produtor, que só vende quando encontra alguém que pague o valor que ele quer. “Por ser um produto exótico e o único no mundo, só vendo quando o meu comprador paga o valor que eu estipulo. Essa é uma prova de que a natureza e o homem podem viver em harmonia, pois sem o jacu esse café seria como outro qualquer”, disse Sloper. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 72 PRODUTO É SUCESSO EM RESTAURANTES DOMINGOS MARTINS – A procura pelo Jacu Bird Coffe vem aumentando em restaurantes e cafeterias no Estado, como na Estalagem Petra, em Pedra Azul, restaurantes Don Lorenzoni, em Venda Nova do Imigrante, e Casa do Porto, na Praia do Canto, Vitória. O proprietário do restaurante Don Lorenzoni, Fernando Lorenzoni, disse que o estabelecimento já se tornou referência na venda do Café do Jacu. Segundo ele, são vendidos pelo menos 150 cafezinhos por mês, a R$ 8,00 cada. “Quem já experimentou, não quer saber de outro. Começamos a vender o produto há uns oito meses e a procura só tem aumentado. Com a chegada do inverno, acredito que será ainda melhor. Após saborear as nossas massas especiais, nada melhor que tomar um Café do Jacu”, disse. A atendente da Estalagem Petra Priscila Machado Moraes observou que muitas pessoas que não conhecem o café se assustam quando são informadas que o motivo do alto preço é em função dos grãos serem retirados das fezes do Jacu. “Muitas pessoas conhecem o café e vêm aqui só para comprá-lo. Mas, quem pergunta o motivo do preço diferenciado fica assustado quando explicamos”, comentou. A Casa do Porto, na Praia do Canto, Vitória, também vende o exótico café. Lá, são oferecidos em sachê, para preparar um cafezinho, além do pacote com 250g de pó ou de grãos torrados. OS PREÇOS CASA DO PORTO, PRAIA DO CANTO, VITÓRIA Sachê para um cafezinho: R$ 2,50 Pacote com 250g do pó: R$ 59,00 ESTALAGEM PETRA, KM 90 DA BR-262, PEDRA AZUL Pacote com 250 gramas do pó: R$90,00 Um cafezinho do jacu: 4,50 Cafezinho tradicional: R$ 0,50 RESTAURANTE DON LORENZONI, KM 102 DA BR-262, VENDA NOVA DO IMIGRANTE Cafezinho do jacu: R$ 8,00 Pacote com 250 gramas do pó: R$90,00 OBS: No Restaurante Sampaulim, localizado na Rod. ES 164, Km 69 em Pedra Azul, o Café Jacu Bird pode ser degustado por R$ 7,00 a xícara. FONTE: HUBER, Julio. Café do Jacu, caro e exótico. Disponível em: <http://www. revistacafeicultura.com.br /index.php?tipo=ler&mat=20245>. Acesso em: 21 jan. 2012. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 73 Lembre-se do seu manual, “não basta saber, tem que saber fazer”, por isso, como forma de fixação deste conhecimento, faça uma pesquisa sobre outros produtos diferenciados, que podem ser encontrados no mercado e escreva-os. AUTOATIVIDADE O produto é um elemento fundamental, para o sucesso das estratégias de relacionamento, pois os clientes somente terão interesse em se relacionar com empresas que possuam produtos adequados a sua necessidade e desejo, e vimos ações mais fortes de relacionamento em produtos com maior grau de sofisticação, status. Sem um produto ou serviço adequado, não se consegue manter estratégias de relacionamento consistentes. 2.3 PESSOAS As pessoas referidas aqui nestes fatores chaves são todas envolvidas dentro e fora da organização e têm contato direto ou indireto com o cliente. Quando tratamos de pessoas em relação ao marketing de relacionamento, temos que analisar dois grandes fatores, que são: Pessoas adequadas para tratar com os clientes. Um ponto importante a ser considerado é a postura, a forma de trabalho e atendimento. São muitos os fatores que temos que considerar neste ponto, mas o primeiro ponto a ser considerado é ajustar o perfil do atendente com o perfil do cliente, levando-se em conta o objetivo de seu trabalho na organização. Assim, quem atender ao cliente para executar uma venda, precisa estar sintonizado com ele, ser amistoso, além de gerar confiança, entre outros fatores. Já para quem vai trabalhar com a área de garantia (pós-vendas), precisa gerar confiança no cliente, maturidade de entender os problemas gerados pelos produtos (já que o cliente não pode ter e usufruir do mesmo por algum tempo). Estes são alguns exemplos de perfis para determinadas empresas se ajustarem as suas necessidades. Cada organização precisa identificar os perfis adequados a cada função de contato com o cliente. Conforme um dito popular no mundo dos negócios: UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 74 As pessoas são o principal ativo de um negócio. FONTE: Disponível: <http://www.oemprego.com.br/blog/5-maneiras-de-se-divertir-mais-no- trabalho/>. Acessado em: 12 fev. 2012. Treinamento O treinamento é um dos elementos essenciaispara o sucesso de um programa de relacionamento, pois é aí que iremos ensinar as pessoas a como deverão agir sobre os diversos pontos relacionados à questão das estratégias de relacionamento. Ou seja, o treinamento é fundamental para o sucesso das estratégias de relacionamento. Muitas estratégias de relacionamento não atingem os seus objetivos, porque as pessoas não receberam as orientações adequadas para colocá-las em prática. Por isto planeje adequadamente todos os pontos essenciais da estratégia de relacionamento nestes quatro elementos que são estudados de forma detalhada. Elabore um treinamento adequado abrangendo todos estes fatores. ATENCAO Por último, falaremos sobre as tecnologias necessárias para dar suporte às estratégias de relacionamento. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 75 Customer Relationship Management ou Gerenciamento do Relacionamento, como o próprio nome indica é a integração entre o Marketing e a tecnologia da Informação para prover a empresa de meios mais eficazes e integrados para atender, reconhecer e cuidar do cliente, em tempo real e transformar estes dados em informações que disseminadas pela organização permitem que o cliente seja “conhecido” e cuidado por todos. 2.4 TECNOLOGIA As estratégias de relacionamento modernas estão intimamente interligadas com as novas tecnologias de informação e têm evoluído constantemente. Atualmente, os softwares (programas computacionais) e hardwares (equipamentos) têm evoluído de modo a dar suporte às questões de velocidade de processamento e de respostas rápidas aos consumidores. A tecnologia sempre foi uma aliada do marketing de relacionamento, começando com o telefone, o 0800, telemarketing, call center, DBM (Database Marketing), CRM, redes de relacionamento etc., e vem evoluindo constantemente, por isto, precisamos ficar atentos às novidades tecnológicas para as nossas estratégias. Podemos afirmar categoricamente que as estratégias de relacionamento poderiam ficar comprometidas, se não houvesse um avanço contínuo da tecnologia. Atualmente, a principal tecnologia estratégica esta no CRM integrado ao ERP da organização, com a interação com as redes sociais. Pois conforme Bretzke (2012), o CRM pode ser entendido como: FONTE: Disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos04.htm>. Acesso em: 17 mar. 2012. UNI Nos Tópico 3 e 4 desta unidade, você estudará mais aprofundadamente as questões tecnológicas, CRM e suas ferramentas utilizadas no marketing de relacionamento. A tecnologia é algo que geralmente instiga as pessoas, estamos disponibilizando um texto extraído do site: Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/ detalhe _artigo/835>. Acesso em: 12 fev. 2012. O texto a seguir, aborda alguns pontos interessantes para sua reflexão. ATENCAO UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 76 AUTOMAÇÃO DO RELACIONAMENTO De acordo com Madruga (2004), incrivelmente, enquanto a automação do relacionamento com o consumidor é disseminada nas organizações, cresce a necessidade de colaboradores mais experientes e hábeis para negociações especiais com clientes. Inicialmente, há uma concorrência de recursos, mas como a demanda reprimida por relacionamento é muito grande, haverá nos próximos anos diversas ofertas de novos empregos no setor de relacionamento com o consumidor. Ainda para Madruga (2004), a gestão do relacionamento com o cliente nos ensina que seu comportamento é paradoxal. Embora a tecnologia viabilize o contato entre ele e a empresa, há sinais de que o excesso de automatização pode não ser bem recebido por uma categoria de clientes que gostariam de um atendimento humano e especializado. As organizações, motivadas pelos resultados de automação e perspectiva de redução de custos, continuam investindo. Segundo Persona (2007), o lado nefasto dessa tecnologia, pelo menos para quem vende, é que o cliente tem também poder para divulgar aos quatro ventos sua insatisfação com a compra, com o produto e até com o vendedor, o que não é nada agradável. Percebendo tudo isso, o profissional de vendas irá enxergar que também pode fazer uso das novas tecnologias para se antecipar ao cliente que é o real papel de quem vende deve assumir. Se antes a venda não passava de atender a uma necessidade ou desejo, hoje ela deve ir além e apontar perspectivas futuras. Madruga (2004) afirma que a tecnologia definitivamente é uma grande aliada do profissional de marketing de relacionamento, desde que ele saiba dominá-la. Já foi o tempo em que as pessoas que trabalhavam na gestão do relacionamento com o cliente se orgulhavam de anotar tudo em papel e de não precisarem de computador. As novas exigências dos consumidores definitivamente transformaram rotinas de trabalho burocráticas e manuais em workflows inteligentes, integrados por computadores e operacionalizados por colaboradores competentes. Para Persona (2007), tudo o que puder ser automatizado será, portanto a venda verdadeira, aquela que informa, ajuda, esclarece e cria um momento de satisfação e encanto, continuará a existir, porque máquinas não conseguem criar um momento emocional como fazem os humanos. Madruga (2004) comenta que o CRM e o marketing de relacionamento andam lado a lado e juntos formam uma força empresarial sem precedentes na conquista, gestão e satisfação dos clientes. Os profissionais que entenderem essa sinergia poderão se beneficiar com resultados sustentados e duradouros. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 77 Segundo Madruga (2004), assim como os profissionais de vendas, executivos de todo o mundo estão repensando a forma de gerenciar o relacionamento com clientes e, definitivamente, estão se voltando para construir estratégias e dirigir recursos para as áreas que interagem com os clientes e parceiros. Madruga vem advogando junto com tantos outros renomados brasileiros, há muitos anos, para que o marketing estratégico, o marketing direto, o call center, o e-commerce, o varejo e a força de vendas entrem definitivamente na era do marketing de relacionamento, CRM e no processo de venda consultiva. FONTE: LORETO, Alessandra F. et al. Marketing de relacionamento e o papel do engenheiro de vendas. Disponível em: < http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/835>. Acesso em: 12 fev. 2012. O marketing de relacionamento é um processo que continuamente precisamos desenvolver e quando aplicamos estes quatro pontos de forma profissional, os resultados poderão ser sentidos por todos, e principalmente pelos clientes que deverão ser atendidos dentro de suas expectativas. Vamos agora estudar como as organizações trabalham o marketing de relacionamento. 3 AS ORGANIZAÇÕES E O MARKETING DE RELACIONAMENTO O marketing de relacionamento é aplicado em todas as organizações existentes, mas o que diferem entre as suas concepções está na forma como é implantado, e principalmente como ela é trabalhada na cultura da empresa. Uma empresa que tem uma cultura de relacionamento bem estruturada, também terá os quatro pontos focais do marketing de relacionamento bem estruturados, principalmente estruturados para gerar o crescimento da empresa e consequentemente dar mais lucro. Demo e Ponte (2008, p. 23) afirmam que um dos principais pontos que uma estratégia de relacionamento é a “decisão estratégica mais importante é a escolha dos clientes estratégicos” e os autores apoiam esta definição afirmando que “Todos são importantes (clientes), porém invariavelmente, alguns são mais lucrativos que outros para a empresa.” As ferramentas tecnológicas como o CRM, permitem aos gestores, juntamentecom os analistas de CRM, identificar estes clientes mais lucrativos, como também outros pontos estratégicos ao sucesso do negócio. (figura a seguir) UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 78 FIGURA 24 – OS DOIS TIPOS DE CLIENTES EMPRESARIAIS FONTE: O autor O mundo do consumo é dinâmico e, conforme o tipo de consumidor, nós teremos produtos específicos ao seu consumo. Podemos ver no quadro a seguir, que conforme o tipo de produto, temos que ter ações específicas de relacionamento entre clientes e empresa. QUADRO 5 – CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS E CARACTERÍSTICAS COMODITIES PRODUTOS DE USO INTERMEDIÁRIO PRODUTOS SUPÉRFLUOS DE GERAÇÃO DE STATUS Uso comum diário Baixo esforço de aquisição Grande consumo Baixo custo Produtos padronizados Marketing de relacionamento de massa Alto consumo Não gera status o seu consumo Produtos de grande uso com alguma diferenciação Esforço pra aquisição médio baixo Custo médio / baixo Produtos com diferenciação Marketing de relacionamento de massa Médio / alto consumo Diferenciação mas não gera status Produtos diferenciados Vendas em locais diferenciados ou exclusivos Esforço de aquisição alto e exclusivo Grande valor agregado Marketing diferenciado Grande valor no relacionamento diferenciado Baixo consumo Status FONTE: O autor Dentro deste esforço de relacionamento, as organizações precisam ajustar a sua conduta de trabalho, e, conforme apresentado por Gummesson (2010), Madruga (2006), Poser (2005), esta mudança precisa ser arraigada inclusive na cultura da organização. Conforme foi apresentado no tópico anterior, as pessoas devem ser o foco principal desta ação. Para que as organizações se estruturem adequadamente para entender o cliente e atendê-lo, elas precisam conforme Madruga (2006), desenvolver um bom sistema de CRM, implantando um processo de trabalho em toda a organização orientado para atender ao cliente em suas necessidades, suportadas uso intenso da TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 79 informação do cliente, suportado por sistemas de informatização das atividades de vendas, marketing e serviços. DICAS O Database Marketing (DBM), junto com o sistema de ERP (Enterprise Resourcing Planning) da empresa e o conjunto de filosofia do CRM com os seus softwares, e a integração de todas estas ferramentas é que permitem aos funcionários desenvolverem uma rede de relacionamento com os clientes da organização, pois sem informação, como um funcionário poderá resolver os problemas dos clientes? Conforme Bretzke (2012): Essa integração singular pressupõe que a empresa esteja disposta a manter um relacionamento suportado por processos operacionais mais ágeis e selecione a tecnologia adequada, e isto requer metodologia, expertise e experiência comprovada neste tipo de solução. É uma grande virada no conceito de atendimento ao cliente, que extrapola a prática existente em qualidade, e possibilidade de aumentar a fidelidade do cliente e consequentemente a rentabilidade. FONTE: Disponível em: <http://www.bretzke-marketing.com.br/textos/artigos04.htm>. Acesso em: 17 mar. 2012. Atualmente todos os esforços dentro das organizações estão sendo realizado no sentido de aumentar a sua rentabilidade, é por isto, que as estratégias de relacionamento é tão primordial para as organizações. NOTA Como aprendizado complementar, sugerimos que o acadêmico(a) assista ao vídeo “Tá dando onda”, e correlacione o filme com o tema relacionamento estudado neste tópico. BOM FILME! UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 80 LEITURA COMPLEMENTAR NOTA Como leitura complementar, sugerimos a leitura do texto de Carlos Eduardo Machado Munhoz, publicado no site: <www.portaldomarketing.com.br>, que traz a temática do marketing de relacionamento para a sua aplicação a pequenas empresas. O MARKETING DE RELACIONAMENTO PARA PEQUENAS EMPRESAS Diversas fontes de informação relacionadas a novas formas de gestão empresarial têm abordado uma ferramenta que vem ganhando espaço em grandes empresas no mundo inteiro, o CRM (Customer Relationship Management, ou Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente). Nestas recentes discussões têm sido apresentados valores elevados quando se fala sobre o custo para implementação do CRM – valores que podem variar entre R$ 20 mil e R$ 5 milhões. A primeira coisa a se esclarecer quando o assunto é CRM diz respeito justamente a estes valores apresentados. Ao contrário do que muita gente pode ser levada a pensar, o CRM não se resume a um software que a empresa compra, instala e começa a usar. Se isto fosse verdade, bastaria a empresa instalar o software de CRM (e há vários no mercado) para dizer que faz o marketing de relacionamento – o que está muito longe da realidade. O marketing de relacionamento, antes de resumir-se a um software, é na verdade uma filosofia da empresa. Premissa: é necessário haver um relacionamento com o cliente para que só então ele possa ser gerenciado. Muitas empresas têm adotado softwares sofisticados de gerenciamento com o cliente, mas esquecem-se de que elas deveriam, antes, construir um relacionamento com seus consumidores – e isso não é tarefa para nenhum software. Primeiramente, tentemos compreender que “relacionamento” é uma palavra com significado bastante objetivo: pode haver um relacionamento entre duas pessoas (amizade, casamento etc.), entre duas empresas (fornecedor- comprador, produtor-distribuidor etc.) e finalmente entre a empresa e seus consumidores. Muitas características são comuns a todos estes relacionamentos. A princípio, o respeito: seja o respeito para contratos e/ou normas estabelecidas de comum acordo, seja pelo respeito às características individuais (e únicas) de cada um dos envolvidos no relacionamento para com a outra parte. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 81 Com isso em mente fica mais fácil entender o marketing de relacionamento: ele será o responsável por gerenciar, da melhor forma, o relacionamento da empresa com seus consumidores, fornecedores, outras empresas (concorrentes inclusive) etc. Neste ponto a filosofia do CRM vai ser a grande diferença – desde que bem aplicada. O cliente tem uma percepção de produto que engloba diversos fatores: preço, qualidade, entrega no prazo, utilidade, atendimento, durabilidade etc. Estes fatores variam, evidentemente, de acordo com os produtos envolvidos. No geral, podemos dizer que a percepção de produto por parte com consumidor se divide entre itens tangíveis e intangíveis - os tangíveis são aqueles facilmente mensuráveis, como preço (pode ser diretamente comparado, em números). Os elementos intangíveis, entretanto, são o grande diferencial entre os mais diversos produtos, especialmente os do tipo commodity. Aos fatores intangíveis cabe a tarefa de mostrar ao cliente que a empresa é única, e trata cada um de seus clientes de maneira igualmente única – são itens como o tipo de atendimento, a presteza de informações, a eficácia na resolução de problemas, a percepção das atuais e futuras necessidades e desejos de seus clientes etc. A percepção intangível é difícil de ser medida, mas recentemente tem sido extremamente valorizada. O CRM surgiu então como uma poderosa ferramenta (na visão de muitos, erroneamente, trata-se apenas de um software para gerenciar o relacionamento, quando na verdade o CRM diz mais respeito à filosofia do que à tecnologia) para valorizar a percepção do intangível por parte do cliente. Levantamento realizado pelo Ibope apontou que 58% das pessoas que compram via Internet o fazem por conveniência, 49% são atraídos pela facilidade de fazer pesquisas/comparações, e 43% pelo preço. Vemos que entre as 3 respostas mais votadas, duas são aspectos intangíveis- somente o preço pode ser facilmente medido. No mesmo levantamento - realizado uma semana antes do Dia das Mães de 2001 - concluiu-se que 80% pretendem voltar a comprar pela Internet em datas especiais. Ou seja: esses 80% serão atraídos pelos aspectos intangíveis da percepção do produto - e podem representar um volume generoso financeiramente. Devemos lembrar que essas características não existem apenas no comércio eletrônico, mas também no varejo “tradicional”. O Banco do Brasil, por exemplo, tem que gerenciar o relacionamento com cerca de 13 milhões de correntistas - seria impossível fazer isso sem a informática. Entretanto, é inútil investir em tecnologia e esquecer-se de que as pessoas são o mais importante do processo de gerenciar o relacionamento. Daí a necessidade de investir nos funcionários juntamente com os investimentos em equipamentos/ softwares. O funcionário precisa ter novas visões da função de atendimento ao cliente, precisa estar preocupado e motivado em demonstrar a vontade de criar vínculos com o consumidor em nome da empresa etc. UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO 82 A partir de uma breve análise de estudos e pesquisas realizadas entre as micro, pequenas e médias empresas brasileiras, é possível afirmar que grande parte delas já tem um relacionamento com o seu cliente, em decorrência principalmente do seu próprio tamanho: diferentemente do Banco do Brasil, por exemplo, as pequenas empresas não têm cerca de 13 milhões de clientes diretos. Desta maneira, o investimento necessário para se ter um sólido marketing de relacionamento diminuiu, na mesma proporção: os sistemas informatizados (hardware+software) necessários para gerenciar 1.000 clientes exigem um investimento muito menor do que aqueles demandados por 13 milhões de clientes. Desta maneira, o investimento em TI (Tecnologia de Informação) não deve ser tido como um fator restritivo para que micro e pequenas empresas adotem o marketing de relacionamento – analisemos, por exemplo, uma pequena empresa do comércio. Atualmente é possível comprar um microcomputador, com no máximo, R$ 1.500,00. O investimento em software varia muito de acordo com as necessidades de cada empresa – mas, como exemplo, suponhamos que a empresa invista mais R$ 1.500,00 em alguns aplicativos básicos (softwares para gerenciamento de e-mails e fax, banco de dados, planilha eletrônica e editor de textos). Isso é tudo que a empresa precisa, em termos de equipamentos (hardware + software), para iniciar o marketing de relacionamento. O próximo passo será crucial: mostrar aos funcionários a importância do bom relacionamento com os clientes – e isso não inclui APENAS o bom atendimento na hora da venda, mas principalmente a manutenção de um RELACIONAMENTO de longo prazo, no qual o respeito seja indispensável. Com o fator humano bem aliado ao fator tecnológico, o marketing de relacionamento mostra-se consideravelmente simples: caberá à empresa (o pequeno comércio do nosso exemplo) cadastrar seus clientes, montando um banco de dados completo, que deverá ser constantemente atualizado. Este banco de dados (BD) deverá ser montado com o consentimento de cada um dos clientes incluídos, para evitar “chateações” como malas-diretas sem propósito, ligações telefônicas inoportunas etc. O BD deverá contemplar, ainda, registros do histórico de cada cliente: o que ele comprou, quando, como pagou etc. O primeiro passo é tentar identificar padrões nas compras, formas de pagamento, datas das compras, volume, tipo de entrega (cliente retira ou solicita o transporte), local da entrega, entre outros fatores. Deverão ser priorizados aqueles fatores relevantes para a empresa – e detalhá-los sem conhecer bem a empresa em questão é impossível. Na sequência, deve-se verificar se é possível agrupar os clientes em diferentes características – por exemplo: a empresa pode ter o grupo de clientes que sempre parcela o pagamento no cheque, outro grupo que sempre paga à vista e pede descontos, um terceiro grupo que paga sempre com cartão de crédito e assim por diante. Novamente: os fatores utilizados para “filtrar” os diferentes grupos (processo chamado de “segmentação”) devem ser escolhidos conforme cada caso específico. TÓPICO 1 | CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 83 O próximo passo é um pouco mais complicado: abrange a análise detalhada dos dados mostrados a partir da manipulação deste banco de dados dos clientes, para que a empresa consiga determinar quais estratégias deverão ser utilizadas. Podemos, ainda utilizando o exemplo do comércio, citar uma característica relativa ao mix de produtos da loja (ou seja, o portfólio de produtos que a loja oferece aos clientes): possivelmente uma análise de dados, realizada em conjunto com uma pesquisa feita entre os clientes mais lucrativos (é fundamental segmentar os clientes em termos de lucratividade, pois geralmente 20% dos clientes são responsáveis por 80% das receitas), possa indicar se os clientes têm sentido falta de algum produto em especial. A partir desta constatação, é necessário verificar o custo de oportunidade de incluir novos itens no mix de produtos. O mesmo raciocínio vale, evidentemente, para um “enxugamento” do portfólio, excluindo produtos que têm pouco giro ou baixa lucratividade. Este tipo de análise nos leva, naturalmente, ao passo seguinte: a capacidade de identificar novos produtos e/ou serviços que possam interessar aos clientes mais lucrativos. Antecipar os desejos dos seus consumidores é uma situação perseguida por todas as empresas mais modernas, em termos de administração. Trata-se, pois, do primeiro passo no sentido da fidelização do cliente – conseguir que, apesar de haver grande concorrência, o cliente escolha a sua empresa e não a concorrente. Neste momento, podemos considerar que algumas marcas conseguem um elevado índice de fidelização de seus clientes – e a maioria delas não consegue esta vantagem a partir de uma guerra de preços. Ao contrário: marcas que conseguem a fidelização de seus clientes em elevados índices geralmente conseguem cobrar um preço maior do que o praticado pelos concorrentes, pois oferecem um “algo a mais”, na percepção (intangível) do cliente. Para identificar os desejos, anseios e necessidades dos clientes antes mesmo que eles consigam percebê-los a empresa deverá consolidar um relacionamento baseado na confiança, prestar atenção redobrada nos dados internos e externos (pesquisas com clientes, com possíveis clientes, relatórios de venda, relatórios de pós-venda etc.), ao mesmo tempo em que acompanha a evolução do mercado (fornecedores e concorrentes). FONTE: MUNHOZ, Carlos E. M. O marketing de relacionamento para pequenas empresas. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing%20de%20 Relacionamento%20para%20pequenas%20empresas.htm>. Acesso em: 12 jan. 2012. 84 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você estudou os seguintes pontos: • As estratégias de relacionamento e sua implementação trazem os seguintes benefícios às organizações, Aumento da retenção e fidelidade do cliente e aumento da lucratividade através da redução dos custos para conquistar os clientes e pela redução de custos de venda e marketing. • Relacionamento significa lucro para as organizações. • As estratégias de relacionamento aplicadas pelas organizações estão relacionadas ao que elas buscam realizar para reforçar o relacionamento entre o cliente/ consumidor e a empresa. • Após analisar o potencial de compra do consumidor, a empresa deve analisar o potencial de atendê-lo de forma viável. • As principais estratégias de relacionamento são: • Todas as estratégias de marketing que envolvem comunicação, trocas, relações, pessoais, via internet ou outra forma,entre as partes. • Telemarketing, 0800, Call Center, Sac. • Estratégias de fidelização. • Vendedores e atendentes que estão em contato com os consumidores. • DBM (DataBase Marketing), CRM (Customer Relationship Manager) etc. • O marketing de relacionamento utiliza as ferramentas assentando-se sobre informações, conhecimento e experiência sobre tecnologia, concorrência, seus clientes, novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente competitivo e sobre sua própria organização. • Um dos grandes focos para o relacionamento consumidor e organização são os produtos por ela ofertados no mercado. O consumidor busca se relacionar com organizações e adquirir produtos que são compatíveis com as suas necessidades e desejos pessoais, influenciados pelos diversos fatores ambientais e sociais. • Quando tratamos de pessoas em relação ao marketing de relacionamento, temos que analisar dois grandes fatores: ter pessoas adequadas para tratar os clientes e o treinamento técnico das mesmas. 85 • As estratégias de relacionamento modernas estão interligadas com as novas tecnologias de informação. • O marketing de relacionamento é aplicado em todas as organizações existentes, mas o que difere entre as suas concepções está na forma como é implantado, e principalmente como ela é trabalhada na cultura da empresa. 86 AUTOATIVIDADE Prezado(a) acadêmico(a)! Vamos realizar os exercícios de revisão deste tópico. Bom exercício! 1 Cite três exemplos de estratégias de relacionamento que podem ser utilizadas pelas organizações. 2 O marketing de relacionamento pode ser utilizado por pequenas empresas? Explique. 3 Por que a tecnologia é importante para o marketing de relacionamento? 87 TÓPICO 2 O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Um dos pontos importantes que os executores das estratégias de relacionamento nas organizações precisam ter claro para si, é que em todas as ações de relacionamento estamos tratando com pessoas. As pessoas são os consumidores, que as organizações querem que consumam mais, os funcionários que atenderão os clientes, e mais as pessoas/funcionários que servirão de staff nas organizações dão suporte para que as funções internas e externas da organização sejam realizadas. Assim, tudo funciona através das pessoas. O marketing de relacionamento funciona através das pessoas. Gummesson (2010, p. 31) descreve que “a sociedade é uma rede de relacionamentos e os negócios também”, logo precisamos desenvolver esta rede de forma consistente para a organização. Conforme Gummesson (2010), a interação que ocorre entre o cliente e os fornecedores é apresentada de forma resumida na figura a seguir. Um dos pontos que precisamos ressaltar é que todas estas interações são dadas por pessoas em seus mais diversos níveis. FIGURA 25 – A RELAÇÃO CLIENTES E EMPRESA E MERCADO SIMPLIFICADO FONTE: Gummesson (2010, p. 95) 88 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO Kotler (2000, p. 35) afirma que “cada vez mais, a concorrência não é entre empresas, mas entre redes de marketing, e o prêmio é conferido à empresa que tiver construído a melhor rede. O princípio operacional é simples: construa uma rede efetiva de relacionamentos com os principais públicos interessados e os lucros serão uma consequência.” Assim, podemos utilizar o conceito de Janela de Overton, onde em uma linha escalar, colocamos de um lado da escala o cliente, e do outro lado a empresa, e assim a interação entre ambos vai se deslocando conforme a realidade momentânea influenciada por diversos fatores ambientais e internos a organização, conforme apresentado na figura a seguir. FIGURA 26 – JANELA DE OVERTON FONTE: O autor Analisando o modelo da janela de Overton, podemos afirmar que as estratégias de relacionamento utilizadas atualmente, tendem para o lado do cliente, mas, por consequência, os lucros maiores tendem para organização, pois, como já estudamos, são muitas as vantagens para a organização. 2 O RELACIONAMENTO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM AS ORGANIZAÇÕES O comportamento do consumidor já foi estudado em diversos pontos deste caderno, e como já apresentamos, é fundamental para as organizações conhecerem as reações dos consumidores sob diversos focos, pois com estes conhecimentos, a organização poderá desenvolver estratégias de marketing e de marketing de relacionamento mais acertadas para o seu público-alvo. Compreender as necessidades e os desejos dos clientes, conforme Kotler (2000, p. 43), “nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns consumidores têm necessidades das quais não têm plena consciência. Ou não conseguem articular essas necessidades [...] responder apenas à necessidade declarada pode não ser o bastante para o cliente.” As organizações, através de seus analistas, pessoal TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 89 de marketing e de desenvolvimento de produtos precisa buscar afunilamento destas percepções e informações de modo a poderem desenvolver estratégias de relacionamento com os clientes. Em um estudo desenvolvido por Berry e Parasuraman (1992), concluíram que a qualidade dos serviços prestados pode ser avaliada sob a ótica de cinco dimensões, que são: • Confiabilidade: é dado pela capacidade da organização prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão, satisfazendo as necessidades básicas dos clientes dentro do prazo estipulado e na quantidade exigida. • Tangíveis: são as características tangíveis associadas ao produto/serviço, como a aparência física das instalações, equipamentos, pessoas e materiais de marketing. • Sensibilidade: a sensibilidade está associada às questões da organização se dispor a ajudar o cliente e proporcionar com presteza um serviço. • Segurança: são os fatores relacionados ao conhecimento e a cortesia dos atendentes e a sua habilidade em transmitir confiança ao consumidor. • Empatia: é o grau de sintonização e empatia gerada pelos atendentes junto aos clientes. O comportamento das organizações, conforme Madruga (2006), por outro lado, é de desenvolver produtos adequados ao mercado, com estratégias de cativar o cliente, principalmente, para gerar relacionamentos duradouros e geradores de lucro. Segundo Kotler (2000, p. 58), “[...] algumas das empresas mais bem- sucedidas estão elevando expectativas e encontrando formas de garantir seu desempenho superior” principalmente por meio da satisfação plena do cliente. Conforme Zenone (2007, p. 21), “[...]por isso, saber identificar a ocorrência de eventos que determina mudanças nas necessidades passa a ser fundamental para, cada vez mais, participar da vida de cada um dos clientes que a empresa tem como objetivo atender”. DICAS Para entendermos um pouco mais sobre a interação dos sistemas de informação de mercado (SIM), apresentamos um texto extraído de Zenone (2007), de seu livro CRM – Customer Relationship Management. BOA LEITURA! Por isso uma empresa não pode se lograr de estruturar um bom sistema de informação de mercado (SIM). Entende-se por sistema de informação de mercado a união das seguintes ferramentas: pesquisa de mercado, database marketing e sistema de informação gerencial. • Pesquisa de mercado – é um instrumento de coleta de informações externas com o objetivo de identificar, analisar determinados problemas mercadológicos enfrentados pela empresa ou indicar oportunidades ou ameaças no mercado de atuação da empresa. • Database marketing – ferramenta que permite arquivar e analisar informações provenientes do mercado. Com o banco de dados,a empresa pode gerenciar o relacionamento e, também, criar ações individuais e diretas para cada um de seus públicos-alvo. 90 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO • Sistema de informação gerencial – é a busca de informações internas que possibilitem identificar os pontos fortes e fracos da empresa em relação a sua atuação no mercado. Por intermédio do sistema gerencial, a empresa analisa o potencial ou capacidade produtiva, financeira, tecnológica, de logística, de recursos humanos etc. Contudo, além de um sistema de informação de mercado, é fundamental que a empresa consiga processar as informações transformando-as em estratégia de mercado. Isso é muito importante já que muitas empresas nos últimos anos construíram verdadeiros “bancos de dados”, ou seja, estruturas com uma enorme quantidade de informações, mas com baixa utilização destas para o desenvolvimento de estratégias mercadológicas. Uma empresa deve passar mais tempo desenvolvendo estratégias baseadas nas informações coletadas do que propriamente coletando informações. Resumindo: informações de mercado são fundamentais para uma empresa moderna, mas somente a adequada utilização trará o diferencial competitivo necessário para sua sobrevivência. FONTE: ZENONE, Luiz C. CRM: customer relationship management. São Paulo: Novatec, 2007. p. 21-22. São muitos os fatores com que uma organização deve se preocupar em manter uma boa estratégia de relacionamento com o mercado. Adaptando o conceito de Kotler (2000), deve se buscar estratégias de relacionamento criativas, e não ficar somente com estratégias de reação. “Um profissional de marketing reativo encontra uma necessidade declarada e a preenche. Um profissional de marketing pró-ativo vê adiante, pensando nas necessidades que os clientes possam vir a ter no futuro próximo. Um profissional de marketing criativo descobre e produz soluções que os clientes não pediram, mas às quais respondem com entusiasmo.” (KOTLER, 2000, p. 43). Assim, quando tratamos do comportamento humano, do cliente e da indústria, buscamos integrar os quatro pontos focais do marketing de relacionamento de modo a gerar uma sinergia entre eles, de modo a atender às necessidades e desejos dos clientes. TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 91 3 O MARKETING DE RELACIONAMENTO NA ORGANIZAÇÃO Um ponto importante para se implantar estratégias de relacionamento em uma organização, é entender que precisamos ter disponíveis profissionais realmente comprometidos com este objetivo. Conforme colocado anteriormente, a questão de se relacionar bem com o cliente precisa ser algo cultural ao negócio, e não só uma jogada de campanha de marketing, pois o cliente sabe quando algo que lhe apresentam é superficial, ou é algo permanente e concreto. Conforme Swift (2001), a gestão do relacionamento deve ser um processo organizacional de evolução contínua em que constantemente surgem novas variáveis para serem entendidas e gerenciadas, e isto tanto é verdade, pois é consequência da evolução do próprio mercado. Um exemplo típico da evolução do mercado é a própria evolução dos produtos que consumimos, como no exemplo de máquinas de escrever, que atualmente são raras e difíceis de encontrar para comprá-las, pois o mercado deseja o moderno, o computador, o tablet (figura a seguir). FIGURA 27 – EVOLUÇÃO DO MERCADO EM TERMOS DE DIGITAÇÃO FONTE: O autor A evolução da metodologia e dos processos de relacionamento está intimamente ligada à evolução da tecnologia da informação, da educação e do treinamento, tanto dos funcionários como dos consumidores, em um processo contínuo de evolução. Desta evolução, podemos afirmar que o ciclo do processo de relacionamento vai se formando, conforme podemos ver no diagrama apresentado na figura a seguir e desenvolvida por Zenone (2007). Este processo inicia com o mercado e os 92 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO consumidores adquirindo os produtos, o mapeamento deste mercado e possíveis tendências através de sistemas e setores de inteligência de mercado, abastecendo os sistemas de informação da empresa e os seus gestores com informações importantes para a administração do negócio. Entendendo estas informações, precisamos atender ao público interno da organização e aos consumidores, com produtos e atendimento aos compradores em suas necessidades. É nesta fase que a estrutura da organização interage novamente com o mercado através da venda de produtos, relacionamento, atendimento e outras formas mais. FIGURA 28 – CICLO DO PROCESSO DE RELACIONAMENTO COM O MERCADO FONTE: Zenone (2007, p. 37) Se as organizações agirem de forma consistente, veremos a afirmação de Mckenna (1992) se concretizar e gerar crescimento para as organizações. Conforme Mckenna (1992, p. 7), “o objetivo é ganhar o mercado, não apenas vender produto”. Para Gummesson (2010), cada indivíduo na organização é uma fonte de relacionamento, e todos precisam estar preparados para lidar com o cliente, e para isto, todos os funcionários precisam entender o que precisam fazer. Para que realmente o processo funcione, a empresa precisa estar focada na gestão dos seus clientes, e não simplesmente ser comprada pelo mercado. Conforme Madruga (2004), o marketing de relacionamento tem com objetivo, um processo contínuo no qual o cliente tenta ser compreendido nas suas necessidades e serem criados valores individualizados e relacionamentos duradouros. O relacionamento está TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 93 além da simples venda ou repetição da compra pelo mesmo produto no mesmo estabelecimento. Sabe-se que manter um cliente no portfólio é menos oneroso, e apresenta sinais de estabilidade para a empresa. Madruga (2006) descreve que para a implantação do marketing de relacionamento em uma organização precisa de pelo menos ser trabalhado em seis pontos essenciais ao processo, que são: 1. Elaboração conjunta de nova visão e cultura empresarial voltada para os clientes e parceiros. A empresa deseja e age de forma integrada na busca da excelência no relacionamento interno e externo. 2. Construção de objetivos de marketing de relacionamento conectados à visão e sempre de natureza límpida. Os objetivos são entendidos, negociados e acompanhados por toda a organização. 3. Estabelecimento das estratégias de marketing de relacionamento voltadas para a criação de valores em conjunto com os clientes. As trocas relacionais de sucesso e as estratégias são inúmeras, claras e focadas. 4. Implementação de ações táticas com o foco no relacionamento colaborativo com clientes. Elas são apoiadas por uma infraestrutura que traz segurança e precisão para os funcionários que estão na linha de frente com o cliente. 5. Obtenção de benefícios mútuos, isto é, empresas e clientes tiram proveito da cooperação ocorrida em vários momentos de contato. A empresa entende melhor as necessidades do cliente, que se prontifica a fornecer informações valiosas a seu respeito, produtos e serviços. 6. Direção da ação, capacitação e envolvimento dos colaboradores da empresa para relacionamentos superiores. A maior contribuição para gerar diferenciais competitivos no contato com o cliente sempre é dada pelos colaboradores, desde que treinados e encorajados e motivados. (MADRUGA, 2006, p. 22). Os seis pontos apresentados por (MADRUGA, 2006) desenvolvem um processo de aprofundamento nas informações que as empresas precisam entender sobre o processo de relacionamento com os clientes levando a entender que estes são ativos a longo prazo, e que poderá levar a empresa ao sucesso no futuro, desde quecuide adequadamente deste ATIVO. Conforme Swift (2001, p. 12), a Gerência de Relacionamento com Clientes (CRM) “é uma abordagem empresarial destinada a entender e influenciar o comportamento dos clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar as compras, a retenção, a lealdade e a lucratividade deles.” Para encerrarmos este tópico, Swift (2001, p. 13) apresenta uma verdade fundamental para entendermos as estratégias de relacionamento e as formas de se relacionar de uma organização. Swift (2001, p. 13) afirma que “No fim das contas, cada empresa deve decidir o que significa CRM para a sua organização e para o futuro de seu sucesso no mercado.” Com esta afirmação, podemos entender o porquê quando desenvolvemos um processo de relacionamento em uma organização, por mais que utilizamos sempre o mesmo processo, as mesmas ferramentas e as mesmas estratégias, mesmo assim, de uma organização para outra, sempre teremos questões particulares para cada negócio. 94 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO DICAS Como leitura complementar, apresentamos uma entrevista do professor Marcelo Miyashita, ao Jornal Empregue-se falando sobre o Marketing de relacionamento, o seu passo a passo. BOA LEITURA! LEITURA COMPLEMENTAR Entrevista: MARKETING DE RELACIONAMENTO: PASSO A PASSO Professor Marcelo Miyashita dá dicas importantes de como implementá-lo nas empresas. Nesta edição, o Jornal EMPREGUE-SE traz uma entrevista com o professor Marcelo Miyashita. Consultor e palestrante da Miyashita Consulting. Ele leciona em diversas instituições de ensino, tais como a Cásper Líbero, PUC-SP, Trevisan, Fundação Getúlio Vargas, entre outras. Nesta entrevista, Miyashita fala sobre a importância do marketing de relacionamento para as empresas de varejo e dá dicas importantes sobre como implementá-lo. Como você define marketing de relacionamento? Marcelo Miyashita: O que caracteriza o marketing nas empresas é a aplicação da orientação para o mercado como um processo interno de gestão. Portanto, marketing de relacionamento é a gestão do relacionamento de uma organização com seu mercado. E o que é a gestão do relacionamento? É o trabalho de gerir de forma estruturada, sistematizada e planejada as diversas ações de relacionamento da instituição com seus diversos públicos. Relacionamento que precisa ser uniforme e mensurável. Nesse sentido, o marketing de relacionamento vai além do relacionamento humano entre as pessoas da empresa e as pessoas do cliente, por exemplo. Claro que nada substitui a empatia e o relacionamento pessoa-pessoa. Mas, se uma organização não estabelece políticas, normas e não define o que é qualidade, ela irá depender muito do empenho humano. E nem sempre temos equipes e pessoas com níveis uniformes de qualidade de atendimento e prestação de serviços. Portanto, todas as empresas têm relacionamentos com seus públicos, mas nem todas têm marketing de relacionamento. Outra questão importante é que o marketing de relacionamento, ao promover eventos, encontros institucionais e ações de comunicação dirigida, acaba por realizar um “follow-up institucional”. Isto é, mantém contatos vivos e fortalece o trabalho humano das pessoas da linha de frente – que sabem da importância do follow-up e são até cobradas por isso. TÓPICO 2 | O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) 95 Como um lojista que nunca utilizou o marketing de relacionamento pode começar? Qual é o ponto de partida? MM: O ponto de partida é analisar seu processo de atendimento e prestação de serviços. Primeiramente, há um processo? Ou será que cada funcionário desempenha atividades conforme sua qualificação e formação? Implantar um controle de qualidade em serviços significa, antes de tudo, estudar o desempenho de cada pessoa e buscar propor padrões e normas. Além de claro, empreender processos de capacitação e treinamento de pessoas e rever modelos de gerência e até administração. É preciso arrumar a casa antes de se pensar em voos maiores. Feito isso, há uma segurança maior sobre a prestação de serviços que, por conseguinte, gera mais clientes satisfeitos e estimula suas indicações para seus contatos. Com base nisso, pode-se empreender um segundo passo: desenvolver um programa de tratamento especial para clientes valiosos para o negócio. Um programa de cliente VIP se baseia em três pilares: oferta de benefícios exclusivos, tangíveis e valiosos; comunicação dirigida; e atividades presenciais, com eventos e encontros. Fazendo isso, uma loja se aproxima institucionalmente de seus clientes, fortalecendo o trabalho de relacionamento humano de sua linha de frente e estimulando as indicações desses clientes para seus conhecidos. Quem faz mais e mais próximo, é mais comentado e indicado. Qual o maior erro que se pode cometer no relacionamento com um cliente? MM: É passar direto do primeiro passo para o segundo. Ou seja, buscar empreender um programa de clientes VIPs quando o básico ainda nem está pronto e funcionando como um relógio. Acaba tornando-se até um contrassenso: como uma empresa que atende mal, ou sem qualidade definida, pode tentar melhorar seu nível com alguns poucos clientes? Parece até meã- culpa. Cliente não é bobo e sabe que não adianta vir com flores depois se, na hora do atendimento, não há qualidade. O estrago está feito e, nessa situação, flores não revertem. O que pode reverter é um desconto, um preço menor. Essa é a penalidade para quem não trabalha com qualidade hoje em dia. Para continuar interessante para o cliente, precisa abaixar sua margem, pois não consegue que o cliente o escolha pelo que a empresa oferece. E cliente que escolhe em função de preço, sabemos, é menos fiel e mais volátil. Qual é a estrutura mínima necessária para realizar um trabalho de marketing de relacionamento? MM: Varia conforme o tamanho do negócio. Vamos pensar numa empresa com uma a três lojas. Ela precisa, primeiro, estruturar uma área de marketing. Num primeiro momento, isso significa a contratação de um profissional de nível júnior a pleno, que deverá realizar um trabalho de analista de marketing. Ou seja, ele irá analisar “como as coisas são feitas atualmente”. Realizará pesquisas continuamente, 96 UNIDADE 2 | MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO implementará processos para isso, estudará as pessoas que trabalham na linha de frente e as relações de chefia e liderança, e buscará mensurar níveis de satisfação e percepção de qualidade junto aos clientes mais frequentes. Feito isso, ele terá um diagnóstico e poderá propor um plano de ação baseado em melhorias nos processos, na gestão interna e nas relações com os clientes. Esse profissional poderá também ser um consultor autônomo, contratado por tempo determinado para realizar esse tipo de serviço. Para implantar o prognóstico, pode ser necessária a contratação de estagiários de marketing ou mesmo mais profissionais de nível júnior a pleno, já que, a partir de agora, as atribuições do departamento passam de pesquisa e análise, para também coordenação e operação. Deixam de só trabalhar com a informação e começam a trabalhar com as pessoas. Comunicar, treinar e integrar são novos processos que precisam ser coordenados e realizados. Claro que, a partir desse momento, o trabalho deixa de ser só interno e passa a envolver fornecedores externos, como agências, gráficas, empresas de eventos, marketing direto, treinamentos e palestras, softwares, sistemas etc. Qual é o custo médio para implementar um sistema eficiente de marketing de relacionamento? MM: Como dito, varia conforme o tamanho do negócio. Eu sempre recomendo, para pequenas empresas,
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