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SUMÁRIO 1. Introdução .................................................................... 3 2. Resistência bacteriana ............................................ 3 3. Carbapenêmicos ....................................................... 3 4. Monobactâmicos ........................................................ 7 Referências Bibliográficas .......................................... 9 3CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS 1. INTRODUÇÃO Os carbapenêmicos e os monobactâ- micos são antibióticos pertencentes ao grupo dos beta-lactâmicos. Esse grupo é constituído por antimicrobia- nos úteis e frequentemente prescritos, semelhantes em estrutura e no meca- nismo de ação (inibição da síntese da parede celular bacteriana). Além dos carbapenêmicos e monobactâmicos, outros medicamentos dessa classe são as penicilinas e cefalosporinas. Vale ressaltar que os carbapenêmicos são os beta-lactâmicos que possuem a maior amplitude de espectro contra as bactérias. 2. RESISTÊNCIA BACTERIANA Os microrganismos desenvolveram alguns mecanismos para diminuir ou bloquear a ação dos antimicrobianos. A resistência contra essa classe de medicamentos continua aumentando em uma velocidade assustadora. Os principais mecanismos de resistência são: produção de beta-lactamases, alterações das proteínas de ligação das penicilinas ou aquisição de novas proteínas de ligação e a redução da penetração, ou do efluxo ativo do an- tibiótico. Diante disso, algumas subs- tâncias são usadas em associação aos antibióticos com o intuito de inibir a ação das beta-lactamases, como por exemplo: clavunalato, sulbactam, tazobactam e vaborbactam, sendo esse último utilizado em associação com o Meropenem. 3. CARBAPENÊMICOS Como dito anteriormente, são fárma- cos que possuem um anel beta-lactâ- mico acoplado e uma estrutura anular de cinco elementos. Diferem das pe- nicilinas por ser insaturado e conter um átomo de carbono em lugar do átomo de enxofre. Esses antibióticos possuem espectro de atividade mais amplo que a maioria dos outros do mesmo grupo. SE LIGA! Todos os carbapenêmicos devem ser usados com cautela em pa- cientes com disfunção renal, uma vez que estes antimicrobianos atingem altas concentrações no líquido intersticial de vários tecidos corporais e são metabo- lizados e excretados principalmente pe- los rins. Imipenem Atividade antimicrobiana: A exem- plo de outros beta-lactâmicos, liga-se às proteínas de ligação da penicilina, interrompendo a síntese da parece celular bacteriana, levando à morte das bactérias sensíveis. Uma caracte- rística importante desse medicamen- to é o fato dele ser muito resistente à hidrólise pela maioria das beta-lac- tamases, mas não resiste as metalo- -beta-lactamases. Sua cobertura é ampla, os estreptococos (inclusive o 4CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS S. pneumoniae resistente à penicili- na), os enterococos (com exceção do E. faecium e as cepas resistentes às penicilinas não produtoras de beta- -lactamase), os estafilococos e a Lis- teria, são todos sensíveis, sendo ex- celente contra as Enterobacteriaceae, incluindo os microrganismos que são resistentes às cefalosporinas. Vele lembrar que, a maioria das cepas de Pseudomonas e Acinetobacter é re- sistente a esse medicamento. Farmacocinética e reações adver- sas: Sua via de administração é a parenteral, visto que o imipenem não é uma droga absorvida por via oral. Esse fármaco é rapidamente hidro- lisado por uma dehidropeptidase encontrada na borda em escova do túbulo renal proximal (a dehidropepti- dase 1 – DH1), por isso a necessidade de sua combinação com a cilastatina - fármaco que inibe a degradação do imipenem pela DH1, aumentando as- sim o seu tempo de meia-vida. Dian- te disso, fica evidente a necessidade de ajuste de dose nos pacientes que possuem algum grau de insuficiência renal. Quanto as reações adversas, as mais comuns são: náuseas, vômi- tos e diarreias. Os pacientes podem apresentar convulsões, em especial quando administradas altas doses. Indicações terapêuticas: A combi- nação (imipenem-cilastatina) é muito eficaz no tratamento de uma ampla variedade de infecções, tais como: infecções do trato urinário e das vias respiratórias inferiores; infecções in- tra-abdominais e ginecológicas e in- fecções da pele, dos tecidos moles, dos ossos e das articulações. Além disso, é bastante útil para tratar in- fecções hospitalares resistentes às cefalosporinas, inclusive Citrobacter freundii e espécies de Enterobacter. Meropenem Atividade antimicrobiana: Sua ati- vidade é semelhante à do imipenem, atuando contra algumas cepas de P. aeruginosa resistentes ao imipenem, mas com um espectro menor em re- lação aos cocos gram-positivos. Farmacocinética e reações adver- sas: Sua via de administração tam- bém é a parenteral, possui uma boa penetração no Sistema Nervoso Central (SNC) e tem uma meia-vida maior do que o imipenem. Sua toxi- cidade assemelha-se a do imipenem, mas tem menor tendência a provocar convulsões. O meropenem não precisa ser ad- ministrado com a cilastatina, pois ele não é sensível à DH1. Indicações terapêuticas: Esse me- dicamento é uma arma importante contra a meningite bacteriana, al- cançando níveis terapêuticos mesmo sem inflamação. 5CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS Ertapenem Atividade antimicrobiana: O erta- penem possui uma atividade antimi- crobiana inferior aos outros dois me- dicamentos dessa classe no que diz respeito à atuação contra a P. aeru- ginosa e espécies de Acinetobacter. Porém, possui um melhor espectro na cobertura de bactérias gram-positi- vas, Enterobacteriaceae e anaeróbios. Farmacocinética e reações adver- sas: Possui como vias de administra- ção a intravenosa e a intramuscular. Como dito anteriormente, é o medi- camento com maior meia-vida, cerca de 24h. Por isso, pode ser utilizado de forma domiciliar. Os possíveis efeitos colaterais, são: flebite, diarreia, náu- seas e vômitos. Indicações terapêuticas: É um me- dicamento que pode ser utilizado para tratar infecções intra-abdomi- nais e pélvicas, bem como no caso de infecções prolongadas por germes gram-negativos. Outros carbapenêmicos O Doripenem tem um espectro de atividade semelhante ao imipenem e do meropenem e apresenta uma maior potência contra P. aeruginosa. Possui uma boa eficácia para tratar infecções do trato urinário complica- dos e infecções intra-abdominais. 6CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS CARBAPENÊMICOS Meropenem(IV) Cobertura Imipenem (IV) Ertapenem (IV e IM) Toxicidade ao SNC Associado a Cilastatina Cobertura Boa penetração no SNC Cobertura Meia-vida de 24h Infecções abdominais e pélvicas Enterococos, Estafilococos, Listeria, Enterobacteriaceae Inibe a degradação pela dehidropeptidase tubular renal (DH1) Melhor cobertura para P. aeruginosa Útil em meningite bacteriana por gram - Bactérias gram-positivas, Enterobacteriaceae e anaeróbios 7CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS 4. MONOBACTÂMICOS A característica principal dessa clas- se é definida pela sua estrutura: um composto beta-lactâmico monocícli- co tendo como principal representan- te o Aztreonam. Aztreonam Interage com proteínas de ligação da penicilina dos microrganismos sensí- veis, induzindo a formação de longas estruturas bacterianas filamentosas. É um antibiótico resistente a muitas beta-lactamases, mas não resiste à ação das beta-lactamases da Kleb- siella Pneumoniae Carbapenemase (KPC). Atividade antimicrobiana: Possui um espectro de atividade diferente dos outros medicamentos do grupo e se assemelha com os aminoglico- sídeos. Sua eficácia está restrita às bactérias gram-negativas, não pos- suindo qualquer atividade contra as bactérias gram-positivas e microrga- nismos anaeróbios. No entanto, pos- sui uma atividade excelente contra as Enterobacteriaceae e contra P. aeru- ginosa, além de boa atividade contra H. influenzae e gonococos. Farmacocinética e reações adver- sas: É administrado por via intramus- cularou intravenosa. Sua meia-vida é de aproximadamente 1,7h e a maior parte dele é recuperada em sua for- ma inalterada na urina. Nos pacientes anéfricos, a meia-vida aumenta para cerca de 6h. Em geral é um medi- camento bem tolerado, provocando poucos efeitos colaterais, mas pode causar flebite, erupções cutâneas e, ocasionalmente, testes de função hepáticas anormais. Os pacientes alérgicos às penicilinas ou às cefalos- porinas parecem não reagir ao aztre- onam, com exceção da ceftazidima. Indicações terapêuticas: Tem sido utilizado com sucesso no tratamento de algumas infecções causadas por microrganismos gram-negativos, que normalmente seriam tratadas com um antibiótico beta-lactâmico. Logo, observa-se que pode ser uma alter- nativa para os pacientes alérgicos aos outros beta-lactâmicos. 8CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS MONOBACTÂMICOS CARBAPENÊMICOS Beta-lactâmico monocíclico Cobertura para gram negativos IM ou IV Exemplo: Aztreonam Aspectos geraisMecanismos de resistência Betalactâmico Amplo espectro: Gram +, Gram - e anaeróbios Proteínas ligadoras de penicilinas relacionadas Via produtora de beta lactamase Principais fármacosMeropenem Ertapenem Imipenem IV Boa penetração no SNC IM e IV Meia vida longa IV Infecções graves (MSSA) Associado a Cilastatina 9CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brunton, L.L. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012. Whalen, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Letourneau, A. R. Combination beta-lactamase inhibitors, carbapenems, and Monobac- tams. UpToDate. 2019. Disponível em: < http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 09/02/2020. 10CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS
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