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AURICULOTERAPIA NA ANSIEDADE Brenner Renan Silva Garreto, Gabriel José Biazotto, Gilson Ciavolleli da Silva, Giovane Pereira Araújo, Mario Vinicius Chini do Nascimento. Orientador: Resumo: A ansiedade é um estado natural, que normalmente e ocasionada por momentos de stress, ela vem atingido uma boa parcela da população mundial, e como meio de tratamento para esse transtorno vem se utilizando a auriculoterapia como alternativa de tratamento, ela caracterizada da medicina oriental chinesa; essa técnica consiste em aplicar esferas ou sementes na orelha, em pontos específicos, ela também e utilizada para auxiliar no tratamento de outras patologias. Objetivo: Estudo com o objetivo de identificar a eficácia da Auriculoterapia no controle da ansiedade, trata-se de uma revisão bibliográfica, desenvolvida através de pesquisas em sites e artigos relacionados ao assunto. Foram selecionados seis artigos onde três foram utilizados para revisão de literatura e outros três para estudo clinico Palavras-chave: medicina tradicional chinesa, Auriculoterapia, ansiedade, estresse Abstract: A study with the objective of identifying the effectiveness of Auriculotherapy in controlling anxiety, it is a bibliographic review, developed through research on websites and articles related to the subject. Six articles were selected where three were used for literature review and three for clinical study. Keywords: traditional Chinese medicine, auriculotherapy, anxiety, stress. INTRODUÇÃO A ansiedade é um estado natural do corpo humano, geralmente ocasionado por aumento de tensão ou estresse, que é caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão. Ela passa a ser reconhecida como uma patologia quando começa a ser desproporcional em relação ao estímulo que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo, problemas fisiológicos, como gastrointestinais, irritabilidade e palpitações, as quais são classificadas como uma doença internacionalmente, são liberados neurotransmissores no organismo em determinado estado em que o paciente se encontre. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), em 2015 14,9% da população mundial sofreu ou sofre com o transtorno de ansiedade um total de 264 milhões de pessoas, sendo mais comum em mulheres; já nas américas estima-se 7,7% da população feminina tenha ansiedade, um número elevado comparado com os do homens que é 3,6%. Ansiedade geralmente ocasionado por diversos fatores ambientais (pressão no trabalho, faculdade, escola é família), que resulta em mal desempenho, memória, concentração e atenção [1] levando a menor produtividade no trabalho ou na atividade diária. A terapia auricular é uma das alternativas de tratamento, utiliza-se de técnicas com pontos de estimulação especificas na região auricular. Essa estimulação ocorre através de agulhas, esferas, grãos, dentre outros. A auriculoterapia como é mais conhecida tem tido grande aceitabilidade no Brasil, é eficaz para diferentes condições de desequilíbrio, e promove uma sensação de bem estar, nesse contexto tem tido um grande desenvolvimento por não ser uma técnica que possua contra indicações, o indivíduo pode levar o tratamento para casa onde ele mesmo pode estimular as regiões específicas usando sementes ou esferas. O ponto Shemmen, localizado na fossa triangular do pavilhão auricular, é comumente utilizado como ponto analgésico, sedante e anti- inflamatório, sendo um dos mais utilizados nestes casos. De acordo com o diagnóstico inicial que é feito ao paciente, são escolhidos os pontos a utilizar que são combinados com acupuntura sistêmica. Pontos reflexos como o Rim, occipital, coração e estômago são também utilizados para redução da ansiedade. A resposta fisiológica da acupuntura é definida como uma técnica de estimulação dos vários mecanismos de autorregulação do nosso organismo através do sistema nervoso, endócrino e imune [2]. Esta e uma técnica da Medicina tradicional chinesa (MTC), que utiliza meios físicos como calor e massagem, técnicas corporais como dieta e exercícios, práticas de respiração e meditação; A MTC aborda a saúde como um equilíbrio, sendo ligada consequentemente a dois opostos que seriam o Yin-Yang. Na medicina chinesa o corpo deveria ser compreendido pelo Yin-Yang, de maneira em que o Yin tivesse aspectos; construtivos; estruturais; ou ambos e que o Yang era pertinente a função ou atividade denominada como capacidade funcional do nosso organismo de estruturas somáticas. A acupuntura auricular é associada a MTC, técnica desenvolvida por Paul Nogier, sendo assim tratada como uma modalidade da reflexologia. Seu princípio é de uma técnica complementar, baseada fisiologicamente em estimulação mecânica. Como forma de tratamento a Auriculoterapia considera o ser humano como um ser integral, onde o organismo é consideravelmente um campo de energia, baseada na homeostase desse organismo. A técnica é conduzida por estimulação em pontos localizados no pavilhão auricular, estímulos que percorrem por meio de vasos capilares ou por vários filetes de nervos, consequentemente é levado até ao Sistema nervoso central e distribuído no organismo, em qual região foi estimulada. Alguns estudos apontam que a terapia auricular coincide de conhecimentos da embriologia e neurologia, provendo de uma reflexologia de uma ação sendo ela neurológica, ou seja, conduzida pelo sistema parassimpático, ela pode ser um tratamento secundário, porém juntamente com outras técnicas terapêuticas sua eficácia pode ser muito melhor, ou pode ser uma técnica primária, que busca ênfase em prolongar seu efeito no indivíduo. No Brasil, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já disponibiliza informações que a terapia auricular é uma das técnicas mais utilizadas para fins terapêuticos, estabelecendo duas cartografias, tanto a chinesa, como também a francesa, sendo elas recomendadas para diversas patologias e estados psicológicos. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma revisão bibliográfica com levantamento através do Scielo, google acadêmico, no qual foi utilizado palavras chaves como: Ansiedade, auriculoterapia, medicina tradicional chinesa e auriculoterapia aplicada na ansiedade; artigos publicados no período de pelo menos 10 anos e também artigos publicados em português, inglês e espanhol foram inclusos. Já na exclusão de estudos foram retirados artigos em que são retratados como artigo de revisão, que possui mais de 10 anos de publicação e artigos que não condizem com o tema. No presente estudo foram retirados 18 artigos que passaram por uma seleção criteriosa. Destes, 6 foram selecionados sendo que 3 foram utilizados para revisão de Artigos. RESULTADOS A Auriculoterapia tem apresentado resultado significativo no tratamento de muitas condições de desequilíbrio energético assim como, no controle dos sintomas o desencadeamento da ansiedade em atletas tem feito com que os clubes busquem auxilio na MTC e na Auriculoterapia. A coleta de dados ocorreu de março de 2020 a maio de 2020 com obtenção de 18 artigos, destes foram selecionados através de análise criteriosa seis artigos. Em seguida fora organizado uma tabela contendo informações de acordo com título, tipo método de estudo, ano, autores e periódicos. Autor/ Ano Tipo de estudo Amos tra Pontos auricul ares utilizad os Resulta do obtido Klause nitz et al (2016) Ensaio clínico 44 Pulmão, rim, shenme n, subcórte x e glândul a adrenal Eficácia nos níveis de ansiedad e nos estudant es de medicin a Mafeto ni et al (2016) Ensaio clínico 102 Shenme n, útero, Subcórt exe endócri no Mantive ram o controle da ansiedad e durante a fase do trabalho de parto Santos et al (2015) Estudo experim ental 4 Shenme n, rim e sistema nervoso simpátic o Melhora no desempe nho acadêmi co devido a diminui ção da ansiedad e Principais pontos de Auriculoterapia para ansiedade Os pontos existentes são específicos para cada tratamento que é proposto, os pontos são, shenmen, rim, simpático (SNS), analgesia, adrenal (ADR), subcórtex e relaxamento muscular. Cada ponto não é só responsável somente por alguma região do corpo e sim várias e junto com outros pontos é ampliado a área de tratamento. Shenmen: Este ponto e também em conhecido como “porta do espírito ou da mente”, entenda- se mente como sistema nervoso central (SNC). Portanto quando estimulado abre uma condução de subsequentes estímulos neuroquímicos capazes de liberar substâncias analgésicas. O shenmen, o ponto do rim e simpático em uma combinação de pontos denominados de auriculocibernéticos, que seriam obrigatórios, em todas as sessões e todos os pacientes. Rim: O ponto do rim, é o segundo ponto obrigatório conforme os que seguem a ideia auriculocibernética entende-se que seu efeito analgésico pode estar relacionado a ativação de retiradas de toxinas, redução de linfedemas e aumento da capacidade de oxigenação dos tecidos. É preciso lembrar ainda que rim rege os ossos e melhora a vitalidade ou energia (qi), conforme suas funções na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), onde a acupuntura é seu principal representante. Recomenda-se este ponto, no caso em específico de dores por linfedemas, cefaleias pré-menstruais, dores de origem articulares ou ósseas. Tronco cerebral: Este ponto localiza-se na borda superior do antítrago, logo abaixo da base da anti-hélice.Com sua função sedante, tonifica o cérebro, revigora e acalma o espírito, estimula a mente, sendo utilizado em casos de choque, meningite, convulsões, reduz a hiper excitação, acalma o vento interno. Acalma o pânico, tratamento de esquizofrenia e neuroses. Utilizado para diminuir a febre. Subcórtex: O ponto auricular subcórtex recomenda-se como analgésico por sua correspondente importância anatômico- fisiológica. A região conhecida como subcortical ou subcórtex, como o próprio nome designa, está abaixo do córtex cerebral. Esta região é composta por 8 estruturas anatômicas, dentre as quais estão o tálamo e hipotálamo, importantes centros de circulação da informação dolorosa no SNC. De maneira geral o subcórtex está envolto em resposta fisiológica ao estresse, inclui-se aí as reações de dor e prazer. Este ponto auricular ́e recomendado para dores em especifico de natureza aguda, traumática e/ou pós-cirúrgica, acompanhada ou não de inflamação, sendo alguns exemplos: bursites, tendinites, dores pós extrações dentárias, cirurgias, fraturas, lesões ortopédicas. Klausenitz et. Al (2016), realizou um ensaio clinico onde foram selecionados 44 estudantes de medicina sendo eles 35 mulheres e 9 homens destes foram selecionados 15 pessoas participaram do grupo controle, 14 do grupo placebo e 15 do grupo que não recebeu nenhuma intervenção de maneira cruzada e, posteriormente, completaram três exames de anatomia oral comparáveis, com intervalo de 1 mês entre os exames / intervenções. O AA foi aplicado usando agulhas fixas de residência bilateralmente um dia antes de cada exame. Agulhas de placebo foram usadas como controle. Os níveis de ansiedade foram medidos usando uma escala analógica visual antes e depois de cada intervenção, bem como antes de cada exame. Medidas adicionais incluíram o Inventário de Ansiedade-Traço-Estado, duração do sono noturno, pressão arterial, frequência cardíaca e extensão do cegamento dos participantes. Todos os participantes incluídos terminaram o estudo. Os níveis de ansiedade foram reduzidos após a intervenção com AA e placebo em comparação à linha de base e à condição sem intervenção (p < 0,003). O AA foi melhor na redução da ansiedade do que o placebo na noite anterior ao exame (p = 0,018). Os participantes foram capazes de distinguir entre AA e intervenção placebo. As intervenções de AA e placebo reduziram a ansiedade no exame em estudantes de medicina. A superioridade do AA em relação ao placebo pode ser devida ao cegamento insuficiente dos participantes. Nos resultados vimos que a ansiedade foi medida à noite antes do exame; antes da intervenção, após a intervenção, e imediatamente antes do exame, usando uma escala analógica visual de 100 mm (VAS-100; de 0 = sem ansiedade a 100 = ansiedade máxima imaginável) como resultado primário. Além disso, os níveis de ansiedade de estado e traço avaliados com a versão em alemão do Inventário de Ansiedade de Traço de Estado de Spielberg (STAI; variando de 20 = sem ansiedade a 80 = ansiedade máxima imaginável]) foram registrados nos três momentos. Na manhã do exame, os participantes foram solicitados a preencher um questionário sobre a qualidade (escala de 6 pontos variando de 1 = sono excelente a 6 = nenhum sono) e duração do sono na noite anterior, bem como a duração de sono na i) semana anterior e ii) nos seis meses anteriores. A pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas antes e após cada intervenção, bem como antes e após cada exame (Tempo I-IV) Imediatamente após o exame, no Tempo IV, foram registrados o desempenho do exame (aprovado ou reprovado) e a qualidade do cegamento dos participantes. Mafetoni et. Al (2016), realizou um ensaio clinico onde foram selecionadas 102 parturientes com idade gestacional de 37 semanas com duas ou mais contrações em 10minutos, as participantes foram divido em três grupos aleatoriamente com 34 pacientes. Os grupos eram: Grupo de controle, Grupo de intervenção e Grupo placebo. A Auriculoterapia foi aplicada com micro esferas de cristal no ponto shenmen , a ansiedade foi avaliada pela escala de Hamilton , as análises foram realizadas por meio de testes de kruskal-wallis, generalized estimating equation, quiquadrado e exato de Fisher, nos resultados nenhum dos grupos apresentou resultados significativos entre eles, mas o mesmo foi comparado ao um estudo que pertenciam 80 parturientes, feitas através da escala visual analógica, demonstrando que a terapia tem eficácia no alivio de dor nas pacientes. No estudo as pacientes foram submetidas aos estímulos por microesferas de cristais tendo como pontos: Shenmen, útero, área de neurastenia e endócrino, elas mantiveram o controle da ansiedade durante a fase do trabalho de parto. Santos et. Al (2015), desenvolveu um estudo experimental, por meio de uma técnica aurículocibernética baseada na cartografia francesa. A experiência foi feita com 4 pacientes durante 4 meses, o nível de ansiedade de ambos foi medido através do inventario de Hamilton. Os 4 pacientes foram denominados como A, B, C, e D. Se baseando em uma escala de 1 a 5 de incomodo com a ansiedade. No início sessão o paciente A indicava 4 na escala, sendo muito incomodo com a ansiedade. Já o paciente B e C, indicava 3, apresentando pouco incomodo. Ao fim do tratamento, os pacientes que melhor obtiveram resultados, comparados a sua primeira sessão, foram os pacientes A e B, que chegaram ao grau 1, da escala, correspondendo a não incomoda. Para os pacientes A, B e C houve oscilações nas intensidades, pois foi observada a troca do estímulo, de agulhas para sementes. O estudo semelhante comparando a influência da natureza dos estímulos. CONCLUSÃO Este estudo demonstrou que a Auriculoterapia apresenta uma eficácia no tratamento do transtorno de ansiedade como uma terapia alternativa sendo assim concluímos que a Auriculoterapia é uma alternativade tratamento com baixo custo em relação a outros tipos de tratamento convencional. Sugere-se mais estudos clínicos randomizados para uma melhor compreensão desse tratamento. Referências
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