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Introdução à Microbiologia e Classificação dos Seres Vivos

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MICROBIOLOGIA 
1. INTRODUÇÃO 
A Microbiologia é classicamente definida como a área da ciência que se dedica ao 
estudo de organismos que somente podem ser visualizados ao microscópio. Com 
base neste conceito, a microbiologia aborda um vasto e diverso grupo de 
organismos unicelulares de dimensões reduzidas, que podem ser encontrados 
como células isoladas ou agrupados em diferentes arranjos. Assim, a microbiologia 
envolve o estudo de organismos procarióticos, eucarióticos e também seres 
acelulares. Esta área do conhecimento teve seu início com os relatos de Robert 
Hooke e Antony van Leeuwenhoek, que desenvolveram microscópios que 
possibilitaram as primeiras observações de bactérias e outros microrganismos a 
partir da análise de diversos espécimes biológicos. Embora van Leeuwenhoek seja 
considerado o "pai" da microbiologia, os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura 
de um bolor, foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek. Assim, embora 
Leeuwnhoek tenha fornecido importantes informações sobre a morfologia 
bacteriana, estes dois pesquisadores devem ser considerados como pioneiros nesta 
ciência. Recentemente foi publicado um artigo discutindo a importância de Robert 
Hooke para o desenvolvimento da Microbiologia. 
2. REVOLUÇÃO NA MICROBIOLOGIA 
Nas últimas décadas, houve uma "revolução" na microbiologia, a qual passou e 
ainda vem passando por profundas modificações, especialmente no que se refere 
aos conhecimentos sobre ecologia e classificação dos microrganismos. 
Anteriormente, os microrganismos (principalmente os procarióticos) eram 
considerados seres unicelulares de comportamento independente, mesmo que 
fossem encontrados em agrupamentos contendo diversas células. Assim, a maior 
parte dos conhecimentos foi obtida a partir de culturas puras. Isto é, o 
microrganismo era isolado da natureza e, após ser "separado" dos demais 
microrganismos, era cultivado em laboratório, gerando populações contendo um 
único tipo celular. Hoje, sabe-se que grande parte dos microrganismos vive em 
comunidades na natureza, compostas muitas vezes por inúmeros gêneros e 
espécies distintos, que cooperam entre si, como em uma cidade microbiana. Tais 
associações são denominadas biofilmes e exercem importantes atividades em 
nosso planeta. Outra área que sofreu intensas modificações nas últimas décadas foi 
a classificação dos microrganismos. Esta área ainda vem sendo muito debatida, mas 
para os microbiologistas é fundamental destacar um novo grupo, o qual foi por 
muito tempo considerado o "ancestral" das bactérias. Tal grupo corresponde ao 
domínio Archaea, que consiste em um grupo bastante peculiar de células 
procarióticas. Assim, é importante que tal tema seja melhor discutido. 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS 
Linnaeus (séc. XVIII): Embora não tenha sido o primeiro a tentar classificar os seres 
vivos, Linnaeus é considerado o "pai" da taxonomia moderna. Seus estudos são 
considerados os pilares da taxonomia botânica e zoológica, pois foi o primeiro 
estudioso a utilizar o sistema binomial de classificação. De acordo com Linnaeus, os 
seres vivos podiam ser classificados em dois reinos: Animal e Vegetal. Haeckel 
(1866): Inclusão do reino Protista, para classificar "animais" e "vegetais" unicelulares. 
Haeckel apresentou um esquema que representaria a árvore da vida, classificando 
os seres vivos em três reinos. Whittaker (1969): Propos um novo sistema de 
classificação, onde os seres vivos seriam agrupados em cinco reinos, sendo 
separados principalmente pelas características morfológicas e fisiológicas: Monera: 
Procariotos 
Protista: Eucariotos unicelulares - Protozoários (sem parede celular) e Algas (com 
parede celular) Fungi: Eucariotos aclorofilados; Plantae: Vegetais 
Animalia: Animais. Embora extremamente úteis, tais sistemas de classificação não 
refletiam a história evolutiva dos seres vivos, uma vez que se baseavam 
essencialmente em características fenotípicas dos organismos. Sua utilização trouxe 
um conceito profundamente errôneo e ainda difundido atualmente que é o de 
seres "menos evoluídos" e "mais evoluídos". Tais termos, quando analisados por 
uma perspectiva mais moderna deveriam ser extintos, uma vez que todos os seres 
estão em constante evolução e estes se modificam por diversificação e não por 
progressão. No entanto, esta questão foi abordada pelos estudos pioneiros de Carl 
Woese e colaboradores, inicialmente publicados no final da década de 70. 
4. SUBDIVISÃO DOS SERES VIVOS EM TRÊS DOMÍNIOS 
A princípio, acredita-se que estes três domínios divergiram a partir de um ancestral 
comum. Archaea: são organismos procariotos, anteriormente denominados 
arqueobactérias, porque foram inicialmente isolados de ambientes inóspitos, 
considerados semelhantes ao ambiente existente quando a vida surgiu na Terra. 
Por esta razão, as archaeas foram durante muito tempo consideradas "fósseis 
vivos", como se fossem as formas ancestrais das bactérias existentes atualmente. 
Posteriormente, verificou-se que, embora vários membros deste grupo sejam, de 
fato, encontrados em ambientes extremos, muitos são isolados a partir de 
ambientes considerados "amenos", tais como solos, oceanos, trato intestinal de 
mamíferos, etc. 
Bacteria: Corresponde a um enorme grupo de procariotos, anteriormente 
classificados como eubactérias, representadas pelos organismos que compõem a 
microbiota normal e invasora do homem e outros animais, e bactérias encontradas 
nas águas, solos, vegetais, ar e ambientes em geral. 
Eukarya: No âmbito microbiológico, compreende as algas, protozoários e fungos. 
As algas caracterizam-se por apresentarem, sendo encontradas basicamente nos 
solos e águas. Os protozoários correspondem a células eucarióticas, não 
pigmentados, geralmente móveis e sem parede celular, nutrindo-se por ingestão e 
podendo ser saprófitas ou parasitas. Os fungos são também células sem clorofila, 
que apresentam parede celular, realizam metabolismo heterotrófico, e nutrem-se 
por absorção. Como mencionado anteriormente, os vírus são também abordados 
pela microbiologia, embora sejam entidades acelulares, que não apresentam 
metabolismo próprio, sendo dependentes de uma célula hospedeira. 
5. A MICROBIOLOGIA NA ATUALIDADE 
A definição clássica de "microbiologia" mostra-se bastante imprecisa, e até mesmo 
inadequada, frente aos dados da literatura publicados nestas últimas décadas. 
Como exemplo pode-se citar duas premissas que já não podem mais ser 
consideradas como verdade absoluta na conceituação desta área de conhecimento: 
as dimensões dos microrganismos e a natureza independente destes seres. Em 
1985 foi descoberto um organismo, denominado Epulopiscium fischelsoni que, a 
partir de 1991, foi definido como sendo o maior procarioto já descrito, exibindo 
cerca de 500 µm de comprimento. Esta bactéria foi isolada do intestino de um 
peixe marinho, encontrado nas águas da Austrália e do Mar Vermelho. Além de 
apresentar dimensões nunca vistas, tal bactéria mostra-se totalmente diferente das 
demais quanto ao processo de divisão celular, que ao invés de ser por fissão 
binária, envolve um provável tipo de reprodução vivípara, levando à formação de 
pequenos “glóbulos”, que correspondem às células filhas. Mais recentemente, em 
1999, outro relato descreve o isolamento de uma bactéria ainda maior, isolada na 
costa da Namíbia. Esta, denominada Thiomargarita namibiensis, pode ser 
visualizada a olho nu, atingindo até cerca de 0,8 mm de comprimento e 0,1 a 0,3 
mm de largura. 
6. ANÁLISE DO TAMANHO DOS MICROORGANISMOS 
Durante muito tempo se acreditava que o tamanho das bactérias era imposto pelo 
seu próprio metabolismo, ou seja, se a bactéria aumentasse muito em tamanho, ela 
seria incapaz de se manter viável e morreria. Tal fato decorre da seguinte dedução: 
A área superficial da membrana citoplasmática seria o fator limitante para a 
eficiência das trocas com o meio externo. Sabendo-seque a área de uma esfera é 
calculada pela fórmula e que o volume de uma esfera é obtido pela fórmula , à 
medida que a área aumenta, seu volume aumenta muito mais rapidamente. Assim, 
se uma bactéria começasse a crescer, aumentando sua área, a proporção 
área/volume diminuiria. Isto faria com que a célula passasse a apresentar um 
volume muito grande, sendo que sua área superficial seria insuficiente, em termos 
de trocas através da membrana, para manter sua viabilidade. A partir dos isolados 
de bactérias “gigantes”, o conceito da limitação de tamanho bacteriano vem sendo 
revisto, pois não há mais como questionar a existência e viabilidade destas 
bactérias e, possivelmente, novos relatos serão incorporados, deixando de ser 
meras curiosidades. Uma das explicações mais prováveis para tal fato reside na 
existência de grandes mesossomos nestes tipos bacterianos, refutando assim a 
hipótese de que tais estruturas seriam meros artefatos de microscopia. Alguns 
estudos também revelam a presença de grandes compartimentos vazios ("bolsas de 
ar") no citoplasma de procariotos gigantes. Novos estudos vêm sendo realizados, a 
fim de se obter mais informações sobre outras estratégias desenvolvidas pelos 
microrganismos para que sobrevivam, quando apresentam dimensões 
extremamente maiores que os microrganismos "convencionais". 
7. MICRO-ORGANISMOS ATUANDO COMO SERES MULTICELULARES 
Um aspecto bastante estudado nos últimos anos refere-se ao caráter “multicelular” 
das bactérias. Embora estas exibam a capacidade de sobreviver como uma célula 
única, realizando os processos metabólicos necessários à sua perpetuação, quando 
as bactérias encontram-se associadas, formando colônias, ou biofilmes, exibindo 
divisão de tarefas e alterando seu perfil fisiológico de forma a apresentar uma 
cooperação que se reflete em diferentes níveis metabólicos. Sabe-se que muitos 
genes de virulência são expressos somente quando a densidade populacional 
atinge um determinado ponto. Da mesma forma, a capacidade de captar DNA do 
meio externo, a bioluminescência, etc, envolve a percepção da densidade 
populacional por parte das bactérias. Este tipo de mecanismo de comunicação é 
denominado “sensor de quorum” (quorum sensing) e vem sendo amplamente 
estudado nas mais diferentes áreas da Microbiologia, uma vez que foi descrito 
tanto para bactérias como para fungos. Ainda em relação às novas pesquisas 
desenvolvidas na área de Microbiologia, temos o cultivo de bactérias pré-históricas, 
visando à busca de compostos com atividade antimicrobiana ou de interesse 
comercial. Neste sentido, empresas foram criadas, especializadas na reativação de 
formas bacterianas latentes, isoladas de insetos preservados em âmbar. Os 
resultados obtidos revelam a reativação de mais de 1200 espécies bacterianas, 
apresentando de dois a até 135 milhões de anos. 
Em 2000, foi publicado um relato descrevendo o isolamento e cultivo de uma 
espécie bacteriana a partir do líquido contido em um cristal de sal de 250 milhões 
de anos. Os estudos de sequenciamento do DNA que codifica o RNA ribossomal 
16S indicam que o organismo pertence ao gênero Bacillus, uma bactéria em forma 
de bastonete, Gram positiva, com a capacidade de formar endósporos. 
8. A QUESTÃO DA VIDA EM MARTE 
Em 1997, foram publicados relatos de expedições da NASA a Marte, sugerindo a 
presença de possíveis microrganismos (“nanobactérias”) em espécimes minerais, 
sendo que achados semelhantes foram também detectados em partículas de 
meteoritos de Marte, que atingiram a Terra. A favor desta hipótese há o achado de 
microrganismos que decompõem minerais, frequentemente isolados das 
profundezas marinhas. Os meteoritos apresentam carbono, fósforo, nitrogênio, 
além da presença de água. Já em relação às condições ambientais de Marte, temos 
como contra-argumento o isolamento de Archaea a partir de ambientes 
absolutamente inóspitos, inicialmente considerados como inadequados à vida. De 
acordo com alguns pesquisadores, não é absurdo considerar que a vida surgiu em 
Marte, pois estudos com o meteorito Nakhla, que caiu em 1911 no Egito, com 
aparentemente de 1,3 bilhões de anos, revelam a presença de elementos cocóides, 
potenciais fósseis bacterianos, variando de 0,25 a 2,0 µm de tamanho, o que seria 
correspondente ao tamanho médio atual das bactérias. Curiosamente, estas formas 
ovais apresentam um teor maior de carbono no seu interior que nas áreas ao seu 
redor. Além disso, exibe também um elevado teor de óxido de ferro, um composto 
comum em células fossilizadas. 
Recentemente, a NASA enviou outra sonda para Marte e os dados recebidos 
reforçam cada vez mais a ideia da existência anterior de vida em Marte, devido aos 
achados da possível ocorrência de água naquele planeta. Assim, com base nestes 
novos achados e principalmente com estudos envolvendo as Archaea, a 
microbiologia vem levantando uma série de questões quanto à fisiologia e o 
metabolismo celular, além de questionar permanentemente os limites das 
condições de vida. 
9. UBIQUIDADE DOS MICRO-ORGANISMOS 
Os microrganismos são os menores seres vivos existentes, encontrando-se em uma 
vasta diversidade de ambientes e desempenhando importantes papéis na natureza. 
Este grupo caracteriza-se por ser completamente heterogêneo, tendo com única 
característica comum o pequeno tamanho dos organismos. 
Acredita-se que cerca de metade da biomassa do planeta seja constituída pelos 
microrganismos, sendo os 50% restantes distribuídos entre plantas (35%) e animais 
(15%). Em termos de habitat, os microrganismos são encontrados em quase todos 
os ambientes, tanto na superfície, como no mar e subsolo. Desta forma, podemos 
isolar microrganismos de fontes termais, com temperaturas atingindo até 130°C; de 
regiões polares, com temperaturas inferiores a -10°C; de ambientes extremamente 
ácidos (pH=1) ou básicos (pH=13). Alguns sobrevivem em ambientes 
extremamente pobres em nutrientes, assemelhando-se à água destilada. Há ainda 
aqueles encontrados no interior de rochas na Antártida. Em termos metabólicos, 
temos também os mais variados tipos, desde aqueles com vias metabólicas 
semelhantes ao de eucariotos superiores, até outros que são capazes de produzir 
ácido sulfúrico, ou aqueles capazes de degradar compostos pouco usuais como 
cânfora, herbicidas, petróleo, etc. Uma vez que os microrganismos precederam o 
homem em bilhões de anos, pode-se dizer que nós evoluímos em seu mundo e 
eles em nosso. Desta forma, não é de se estranhar que a associação homem-
microrganismo mostra-se com grande complexidade, com os microrganismos 
habitando nosso organismo, em locais tais como a pele, intestinos, cavidade oral, 
nariz, ouvidos e trato genitourinário. 
10. PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS MICRO-ORGANISMOS NA NATUREZA 
Além de seu importante papel como componente da microbiota residente de 
animais e plantas, em nosso dia a dia conviveu com os mais diversos produtos 
microbiológicos “naturais”, tais como: vinho, cerveja, queijo, picles, vinagre, 
antibióticos, pães, etc. Paralelamente, não pode ser deixada de lado a importância 
dos processos biotecnológicos, envolvendo engenharia genética, que permitem a 
“criação” de novos microrganismos, com as mais diversas capacidades metabólicas. 
Os microrganismos desempenham também um importante papel nos processos 
geoquímicos, tais como o ciclo do carbono e do nitrogênio, sendo genericamente 
importantes nos processos de decomposição de substratos e sua reciclagem. 
Dentre os compostos utilizados como substrato temos alguns de grande 
importância atualmente: DDT, outros pesticidas, cânfora, etc. O carbono encontra-
se na atmosfera primariamente como CO2, sendo utilizado pelos organismos 
fotossintetizantes, para sua nutrição. A energia para o desenvolvimento da vida na 
Terra é derivada, em última análise, a partir de a luz solar. Esta é captada pelas 
plantas e microrganismos fotossintetizantes, que convertemo CO2 em compostos 
orgânicos. Os herbívoros alimentam-se de plantas e os carnívoros alimentam-se 
dos herbívoros. O CO2 atmosférico torna-se disponível para a utilização na 
fotossíntese e se origina de duas fontes biológicas principais: 5 a 10% a partir de 
processos de respiração e 90 a 95% oriundos da degradação, decomposição ou 
mineralização, microbiana de compostos orgânicos. Em termos de ciclo global, há 
um balanço entre o consumo de CO2 na fotossíntese e sua produção através da 
mineralização e respiração. Este balanço, no entanto, vem sendo fortemente 
alterado por atividades humanas, tais como a queima de combustíveis fósseis, 
promovendo um aumento da quantidade de CO2 atmosférico, resultando no 
conhecido “efeito estufa”. 
11. FUNGOS 
Na natureza há diferentes tipos de fungos. Pode-se dizer que eles são uma forma 
de vida bastante simples. Com relação às diferenças, existem aqueles que são 
extremamente prejudicais para a saúde do homem, causando inúmeras 
enfermidades e até intoxicação. Encontramos também os que parasitam vegetais 
mortos e cadáveres de animais em decomposição. Temos também os que são 
utilizados para alimento e até aqueles dos quais se podem extrair substâncias para 
a elaboração de medicamentos, como, por exemplo, a penicilina. Durante muitos 
anos, os fungos foram considerados como vegetais, porém, a partir de 1969, 
passaram a ser classificados em um reino à parte. Por apresentarem características 
próprias, tais como: não sintetizar clorofila, não possuir celulose na sua parede 
celular, e não armazenar amido como substância de reserva, eles foram 
diferenciados das plantas. Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só 
núcleo. Estão incluídos neste grupo organismos de dimensões consideráveis, como 
os cogumelos, mas também muitas formas microscópicas, como bolores e 
leveduras. Diversos tipos agem em seres humanos causando várias doenças como, 
por exemplo, micoses. Outro tipo importante de fungo é o mofo, que surge através 
dos espórios, células quase microscópicas que encontramos flutuando no ar. Os 
espórios preferem locais escuros e úmidos para realizar a reprodução. Em função 
desta característica, nota-se uma maior quantidade de mofo em ambientes úmidos, 
como paredes, gavetas, armários, etc. Estas mesmas células minúsculas também se 
agrupam em pães, frutas e vegetais, pois buscam alimentos em ambientes 
propícios para o seu desenvolvimento. Os fungos são encontrados no solo, na 
água, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos em geral. O vento age 
como importante condutor espalhando seus propágulos e fragmentos de hifa. 
12. MICROORGANISMOS 
Os microorganismos são uma forma de vida que não pode ser visualizada sem 
auxílio de um microscópio. Estes seres diminutos podem ser encontrados no ar, no 
solo, e, inclusive, no homem. Com relação ao seu contato com o homem, este pode 
ocorrer de forma positiva e indispensável à vida ou bastante negativa. Neste caso, o 
efeito prejudicial à saúde, e, até mesmo à vida do homem, se dá pelo contato com 
microorganismos. Estes seres tão minúsculos e não são todos iguais, eles podem 
ser muito diferentes em tamanho e modo de vida. Contudo, todos têm em comum 
uma estrutura bastante simples e a impossibilidade de serem vistos sem o uso de 
microscópio. O conhecimento deste tipo de vida se deu graças a descobertas 
ocorridas ao longo de muitos anos. O ápice destas descobertas ocorreu em 1878, 
quando Pasteur apresentou a "Teoria dos Germes", a partir daí, deu-se início a 
chamada Era Bacteriológica. As pesquisas de Pasteur foram acompanhadas por um 
grande número de cientistas e médicos. Alguns deles, impressionados pelas 
descobertas, promoveram mudanças bastante significativas em seus métodos de 
trabalho. Além dos microorganismos já identificados e classificados (bactérias, 
fungos, parasitas), havia outra categoria que só pôde ser observada após a 
invenção do microscópio eletrônico. Tratava-se de um ser de estrutura 
organizacional bastante simples e de existência já presumida: o vírus. Somente após 
a invenção do microscópio, foi possível identificar uma grande variedade de seres 
vivos. A partir daí, eles passaram a fazer parte da classificação dos seres vivos em 
reinos. Eles compõem o Reino Monera (seres unicelulares como bactérias e algas 
azuis), Protista (seres unicelulares como protozoários e algas eucariontes) e Fungi 
(seres uni ou pluricelulares, como fungos elementares e fungos superiores). 
13. MONERA 
Monera é um obsoleto reino biológico e o pioneiro na classificação científica dos 
outros cinco. Ele compreende muitos organismos com organização celular 
procarionte. Por esta razão, este reino foi algumas vezes chamado de Procariota ou 
Procariotae. Antes de sua criação, os seres vivos desta espécie foram considerados 
como duas divisões das plantas: Esquizomicetas ou bactérias e Cyanophyta, em que 
eram incluídas as algas azuis-esverdeadas, que posteriormente passou a pertencer 
ao grupo das bactérias, comumente chamado de Cyanobactérias. Recentes análises 
da sequência de DNA e RNA têm demonstrado que há dois grupos principais de 
procariontes: Bactéria e Archae. A partir da divisão do reino monera em Archae e 
Bactéria, surgiu um sexto reino. Consequentemente, todos os novos esquemas 
abandonaram o anterior e passaram a adotar esta mais nova classificação. 
Atualmente, Bactéria, Archae e Eucariota estão classificados em domínios 
separados. Eubactéria e Archae se diferem de forma perceptível quando está em 
ambientes favoráveis a sua sobrevivência. A maioria das eubactérias está em 
contato com o homem, as mais conhecidas são a ecoli e a salmonela. As 
archaebactérias sobrevivem em condições extremas, como, por exemplo, fontes de 
água quente, ambientes ácidos, grandes profundidades de geleiras e podem 
respirar até metano. 
14. VÍRUS 
A palavra vírus tem sua origem no latim e significa toxina ou veneno. O vírus é um 
organismo biológico com grande capacidade de automultiplicação, utilizando para 
isso sua estrutura celular. É um agente capaz de causar doenças em animais e 
vegetais. O vírus é formado por um capsídeo de proteínas que envolve o ácido 
nucléico, que pode ser RNA ou DNA. Em alguns tipos de vírus, esta estrutura é 
envolvida por uma capa lipídica com diversos tipos de proteínas. Um vírus sempre 
precisa de uma célula para poder replicar seu material genético, produzindo cópias 
da matriz. Portanto, ele possui uma grande capacidade de destruir uma célula, pois 
utiliza toda a estrutura da mesma para seu processo de reprodução. Podem infectar 
células eucarióticas e células procarióticas. A classificação dos vírus ocorre de 
acordo com o tipo de ácido nucléico que possuem, as características do sistema 
que os envolvem e os tipos de células que infectam. De acordo com este sistema 
de classificação, existem aproximadamente trinta grupos de vírus. 
15. CICLO DE VIDA DO VÍRUS 
O ciclo de vida de um vírus são os seguintes: entrada do vírus na célula: ocorre a 
absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em seguida a penetração 
através da membrana celular; eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica 
adormecido e não mostra sinais de sua presença ou atividade; multiplicação: ocorre 
a replicação do ácido nucléico e as sínteses das proteínas do capsídeo. Os ácidos 
nucléicos e as proteínas sintetizadas se desenvolvem com rapidez, produzindo 
novas partículas de vírus. Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar 
novas células sadias. As vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois 
estimulam o sistema imunológico das pessoas a produzirem anticorpos contra 
determinados tipos de vírus. A virologia é a ciência que estuda os vírus e suas 
propriedades. 
16. BACTÉRIA 
As bactérias apresentam uma estrutura celular bastante simples. Diferente do que 
ocorre com as células animais e vegetais, elas nem sempre apresentam asmesmas 
características, com isso apresentam variações em sua forma, tamanho, virulência, 
etc. Esta forma de vida unicelular e procarionte pode ser encontrada isolada ou em 
colônias. Muitas bactérias possuem estruturas extracelulares, como flagelos ou 
cílios, organelas de locomoção presentes nas bactérias móveis. Muitas delas podem 
possuir esporos, devido ao meio ambiente inadequado à sua condição de vida, esta 
é uma forma delas se manterem vivas até encontrarem sua condição ideal de 
sobrevivência. Há ainda aquelas que não possuem esporos, estas são chamadas de 
vegetativas. De forma geral, as bactérias apresentam entre suas organelas: cápsula, 
membrana plasmática, ribossomos, parede celular, DNA, flageloe pílus. Elas podem 
ser classificadas em dois grupos: gram-positvas ou gram-negativas. As gram-
positivas possuem uma parede celular mais espessa e constituição química formada 
por poliptídeos, açúcares e fosfato de ribitol. As gram-negativas possuem a mesma 
constituição química das citadas no parágrafo acima e, além disso, apresentam 
ainda 10 a 20% de lipóide. Este grupo forma o maior número de bactérias 
patogênicas. As bactérias patogênicas são causadoras de inúmeras doenças, tais 
como: tétano, febre tifóide, pneumonia, sífilis, tuberculose, etc. A infecção pode 
ocorrer através do contato, do ar, alimentos, água, etc. Os antibióticos são 
excelentes ferramentas no combate às bactérias patogênicas, pois o organismo 
infectado por elas pode ser tratado com o uso adequado deste medicamento. Nem 
todas as bactérias são sensíveis ao mesmo antibiótico, por isso cabe somente ao 
médico prescrever qual o melhor para cada caso. 
17. PARASITAS 
Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os recursos 
necessários para a sua sobrevivência. Eles são considerados agressores, pois 
prejudicam o organismo hospedeiro através do parasitismo. O parasita pode viver 
muitos anos em seu hospedeiro sem lhe causar grandes malefícios, ou seja, sem 
prejudicar suas funções vitais. Entretanto, alguns deles podem até levar o 
organismo à morte, neste caso, porém, o parasita sucumbirá junto com seu 
hospedeiro, uma vez que, era através dele, que ele se beneficiava unilateralmente. 
Dentre as diferentes espécies de parasitas, existem os parasitas facultativos, que são 
assim chamados por não necessitarem unicamente de um hospedeiro para 
sobreviver. Esta espécie é capaz de sobreviver tanto dentro (na forma parasita) 
quanto fora (vida livre) de outro organismo vivo. É o caso das larvas de moscas que 
podem desenvolver-se tanto em feridas necrosadas (como parasitas) ou em 
matéria orgânica em estado de decomposição (como larvas de vida livre). O 
parasita é capaz de se reproduzir disseminando seus ovos, e estes, costumam 
infectar outros hospedeiros, dos quais eles retirarão seus meios de sobrevivência 
através do parasitismo. Eles podem ser transmitidos entre os seres humanos através 
do contato pessoal ou do uso de objetos pessoais. Podem também ser transmitidos 
através da água, alimentos, mãos sem a devida higienização, poeira, através do solo 
contaminado por larvas, por hospedeiros intermediários e por muitos outros meios. 
18. AMEBA 
A ameba é um animal unicelular, ou seja, é composto por apenas uma única célula. 
Em função do seu tamanho, em média 0,2 milímetro, é observável apenas com a 
ajuda de microscópio. É classificado como protozoário e sua vida remonta o 
período de origem do nosso planeta. As amebas vivem em meio aquático (lagos, 
poças de água, riachos), terrestre e até mesmo no organismo de outros seres vivos 
como, por exemplo, o homem. Neste último caso pode provocar doenças perigosas 
como, por exemplo, a amebíase. Grande parte das doenças causadas por amebas 
são provocadas pela ingestão de água contaminada ou alimentos preparados sem 
as devidas condições de higiene. O corpo da ameba não possui uma forma 
definida, sendo que o corpo é quase totalmente formado por uma substância 
gelatinosa (protoplasma). No interior do protoplasma podemos encontrar o núcleo. 
A ameba alimenta-se por um sistema chamado de fagocitose. Ela utiliza os 
pseudópodes (falsos pés) para envolver o alimento. Esses pseudópodes se fecham 
e o alimento é digerido numa bolsa que fica no interior da ameba. Outro recurso 
interessante que as amebas utilizam é a transformação em cistos. Quando o meio 
em que ela vive é desfavorável (local seco ou sem alimentos), ela se transforma 
num cisto. Nesta forma pode viver muito tempo. Quando se encontra em meio 
líquido novamente este cisto se rompe aparecendo a ameba novamente. 
19. LEVEDURAS 
As leveduras são fungos formados por apenas uma célula (unicelulares). Não são 
visíveis a olho nu, portanto podem ser visualizadas apenas com o auxílio de 
microscópio. Grande parte das leveduras apresenta-se no formato oval. A 
reprodução das leveduras ocorre de maneira assexuada (sem intervenção de 
gametas), através de um processo conhecido como brotamento. Desta forma, uma 
levedura pode gerar outras, sem a necessidade de outra levedura. As leveduras 
vivem em locais com presença de matéria orgânica ou como parasitas em outros 
seres vivos. Podem, inclusive, parasitar os seres humanos, provocando doenças. A 
levedura Cândida Albicans é a levedura parasita mais conhecida do ser humano, 
pois provoca uma doença chamada candidíase que afeta, principalmente, os órgãos 
genitais femininos. Algumas espécies de leveduras são usadas na indústria de 
bebidas e alimentos. O vinho e a cerveja, por exemplo, usam leveduras em 
determinadas etapas de produção. Também são utilizadas no processo de 
fermentação da massa de pão. 
20. MICOLOGIA E SALMONELA 
A Micologia é uma ciência, ramo da Microbiologia, que estuda os fungos e suas 
propriedades. Esta ciência também é conhecida como micetologia. Os profissionais 
(cientistas) que estudam os fungos são chamados de micologistas ou 
micetologistas. São profissionais formados na área de Biologia que se especializam 
em fungos, através, principalmente, de cursos de pós-graduação. O termo 
micologia tem origem na língua grega, onde "mikes" significa cogumelo e "logos" 
significa estudo. As salmonelas são bactérias Gram negativas não esporuladas e 
móveis pertencentes à família Enterobacteriáceas. Este gênero de bactéria 
apresenta-se em três espécies: Salmonella typhi, Salmonella choleraesuis e 
Salmonella enteridtis. Esta última apresenta mais de 1400 variações. Com exceção 
da Salmonella typhi, que afeta aos seres humanos provocando a febre tifóide, a 
maioria são patogênicas tanto para os homens quanto para os animais. Nos seres 
humanos as salmonelas são responsáveis por diferentes quadros clínicos (doenças 
provocadas) como a febre tifóide e paratifoidea, gastrenterite por salmonela, 
infecções localizadas, etc. Entretanto, existem pessoas que podem sofrer quadro de 
infecção assintomática, ou, ainda, serem portadoras transitórias ou crônicas, sendo 
as responsáveis pela disseminação dos bacilos. As principais fontes de transmissão 
de salmonela são os alimentos contaminados. 
 
	1. INTRODUÇÃO
	2. REVOLUÇÃO NA MICROBIOLOGIA
	3. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
	4. SUBDIVISÃO DOS SERES VIVOS EM TRÊS DOMÍNIOS
	5. A MICROBIOLOGIA NA ATUALIDADE
	6. ANÁLISE DO TAMANHO DOS MICROORGANISMOS
	7. MICRO-ORGANISMOS ATUANDO COMO SERES MULTICELULARES
	8. A QUESTÃO DA VIDA EM MARTE
	9. UBIQUIDADE DOS MICRO-ORGANISMOS
	10. PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS MICRO-ORGANISMOS NA NATUREZA
	11. FUNGOS
	12. MICROORGANISMOS
	13. MONERA
	14. VÍRUS
	15. CICLO DE VIDA DO VÍRUS
	16. BACTÉRIA
	17. PARASITAS
	18. AMEBA
	19. LEVEDURAS
	20. MICOLOGIA E SALMONELA

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