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PROJETO - KARMECITA - CERTO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA 
CURSO DE JORNALISMO 
 
KARMECITA DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE PESQUISA 
O JORNALISMO DOCUMENTAL COMO AUXÍLIO NO COMBATE À VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA: RELATOS DE SUPERAÇÃO DAS VÍTIMAS NA CIDADE DE 
SOBRAL (CE) 
´-65 
GGGHCRCR 
O ALUNO DE ENSINO MÉDIO NÃO PROFISSIONALIZANTE 
E A PSSIBILIDADE DE ESTÁGI 
 
 
SOBRAL – CEARÁ 
2019 
 
 
 
 
KARMECITA DE OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O JORNALISMO DOCUMENTAL COMO AUXÍLIO NO COMBATE À VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA: RELATOS DE SUPERAÇÃO DAS VÍTIMAS NA CIDADE DE 
SOBRAL (CE) 
 
 
 
 
Projeto apresentado como exigência da 
disciplina de Elaboração de Projetos em 
Jornalismo sob a orientação metodológica da 
professora Me. Liliane Luz. 
 
 
 
SOBRAL – CEARÁ 
2019 
 
 
 
RESUMO 
 
Intitulado “O Jornalismo Documental como auxílio no combate à violência doméstica: Relatos 
de superação das vítimas na cidade de Sobral (CE)”, este trabalho pretende mostrar por meio 
de um documentário audiovisual relatos de mulheres que foram vítimas de violência 
doméstica e familiar na cidade de Sobral, no interior do Ceará, reunindo informações de 
profissionais e especialistas no assunto, com o intuito de expandir conhecimentos sobre 
formas de prevenção e combate ao crime, como também a conscientização da sociedade 
sobre o problema social estudado. O curta-metragem pretende promover entre outras vítimas 
mais informação para que outras mulheres que passem pela mesma situação possam se 
sentir estimuladas a denunciar a situação. Para isso Nichols (2010), nos apresenta as várias 
possibilidades de documentar a realidade de uma maneira que essas mulheres tornem-se 
parte presente na realidade social. 
 
 
Palavras-chave: Documentário. Jornalismo. Violência Doméstica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 5 
2. JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 6 
3. PROBLEMÁTICA.....................................................................................................8 
3.1 Questões de pesquisa ............................... ................................................9 
4. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................10 
5. OBJETIVOS........................................................................................................... 12 
5.1 Objetivo geral .......................................................................................... 12 
5.2 Objetivos específicos .............................................................................. 12 
6. METODOLOGIA.................................................................................................... 13 
6.1 Classificação de pesquisa ....................................................................... 13 
6.2 Participantes da pesquisa ....................................................................... 13 
6.3 Instrumentos da Pesquisa ....................................................................... 14 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A violência doméstica e familiar contra as mulheres ocorre com frequência e 
está presente na sociedade atual, motivando desrespeito aos direitos humanos e 
aumentando o número de feminicídios1. Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública, em setembro de 2019, apontam que em 2018 houve um 
crescimento de 4%, no número de feminicídios no Brasil, em relação ao ano de 2017. 
Na maioria dos casos o autor do crime é alguém de proximidade da vítima. 
A problemática não é algo atual. A violência contra a mulher é resultado de algo 
que foi construído através das estruturas sociais patriarcais, e trata-se de uma 
organização social primitiva onde a autoridade é exercida por um homem. Portanto, o 
machismo passa a ser reproduzido de geração em geração, sendo retratado na igreja, 
nas relações sociais, em escolas, no espaço jurídico e agora podemos perceber, pela 
mídia e pela produção artística, principalmente a fonografia. 
Com mais de 208 mil habitantes, segundo dados do censo de 2019 do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), população composta em sua maioria por 
mulheres, Sobral ficou em segundo lugar, em todo Estado, com 409 ocorrências de 
casos de violência doméstica, perdendo apenas para Fortaleza, que registrou 421 
casos no ano de 2018. Os dados foram divulgados na Planilha de Doenças de 
Notificação Compulsória, no ano de 2018, documento elaborado pela Secretaria da 
Saúde (Sesa) do estado do Ceará. 
Este projeto pretende mostrar, por meio de um documentário audiovisual, 
testemunhos de mulheres vítimas de violência no âmbito doméstico e familiar, na 
cidade de Sobral, no Ceará. O intuito deste estudo é compreender a realidade e dar 
voz às vítimas, para que outras mulheres possam ter acesso a mais informações e se 
sentirem estimuladas a denunciar crimes cometidos contra elas. 
Com este trabalho também pretendemos manter a sociedade atenta a tais 
situações para que possam contribuir na prevenção e no combate a este tipo de crime. 
Além de retratar histórias de vítimas, também serão abordadas as medidas e os 
 
1 Palavra que define o homicídio de mulheres como crime hediondo quando envolve menosprezo ou 
discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. 
 
 
 
 
trabalhos que são desenvolvidos em Sobral para que haja uma queda no número de 
ocorrências. Para isso serão entrevistadas mulheres que sofreram esse tipo de 
violência, profissionais e especialistas da área. 
A problemática afeta mulheres de todas as classes sociais, sem distinção de 
religiões e cores. Mas além destas vítimas, há filhos e parentes que sofrem, talvez 
pelas dificuldades de lidar com a situação, por não entender a permanência e a não 
prestação de queixa da própria vítima, em algumas vezes. Ainda há mulheres que 
também enfrentam tais situações por dependerem financeiramente de seus 
companheiros ou pelo apoio na criação de filhos menores de idade, ou ainda por não 
terem pra onde ir. Ou seja, este é problema que vai além do trabalho da segurança 
pública. É algo que deva envolver a sociedade, os gestores públicos das áreas da 
educação, saúde e assistência social. 
2. JUSTIFICATIVA 
O interesse pelo tema em questão surgiu a partir do interesse pela área da 
segurança pública, pois desde o ano de 2015 atuo no atendimento do telefone de 
urgência e emergência da Polícia Militar, Guarda Municipal de Sobral, Corpo de 
Bombeiros e Perícia Forense e com isso pude acompanhar o trabalho desenvolvido 
diante do tema em questão. 
Ao longo de minha jornada acadêmica também procurei desenvolver pesquisas 
e reportagens que abordavam o tema. Durante a disciplina de Reportagem, Entrevista 
e Pesquisa Jornalística do curso de Jornalismo, ministrada pela Prof. Dra. Ana Karla 
Dubiela, pude escrever uma reportagem sobre o caso de Soraia Galdino, uma 
professora da rede pública de Sobral, que foi assassinada pelo companheiro a golpes 
de faca enquanto dormia durante a madrugada. O crime aconteceu no dia 31 de 
outubro de 2011. O irmão da vítima foi um dos entrevistados para a reportagem 
acadêmica, e em um dos relatos disse que Soraia não sofria agressões físicas, mas 
as agressões psicológicas eram frequentes no ambiente doméstico. 
Este caso nos faz refletir o quanto é importante destacar que existem diferentes tipos 
de violência doméstica. São elas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. 
Todas trazem consequências à mulher, e é importante extinguir a conduta no começo 
do desrespeito para que não venha se tornaralgo mais agravante. 
 
 
 
Criada em 2006 e nomeada em respeito à luta da farmacêutica Maria da Penha, 
que ficou paraplégica após levar um tiro do marido nas costas, enquanto dormia, a 
ementa da Lei 11.340/ 2006, conhecida como Lei Maria da Penha destaca: 
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, 
nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e a Violência contra a Mulher; 
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra 
a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de 
Execução Penal; e dá outras providências. (BRASIL, 2006) 
Neste âmbito também foi estabelecido que a violência física é aquela que 
ofende a integridade ou a saúde corporal da mulher. A psicológica é considerada 
qualquer conduta que cause dano emocional ou a diminuição da autoestima. A sexual 
é aquela que obriga a mulher a presenciar ou manter relação sexual que não é do seu 
desejo, onde na maioria das vezes é utilizado o uso da força. Já a patrimonial é 
qualquer conduta que configure retenção, subtração ou destruição dos objetos e 
também existe a violência moral que é referente à calúnia, difamação ou injúria. 
De acordo com a pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no 
Brasil”2, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 
o número de mulheres que sofreram agressão física em 2018 foi de 536 a cada hora. 
As vítimas de ofensa verbal, como insulto, xingamentos e humilhação, totaliza 12,5 
milhões. Já o número de mulheres que foram tocadas ou agredidas fisicamente por 
motivos sexuais, chega a 4,6 milhões, um total de nove mulheres por minuto. 1,7 
milhão foram ameaçadas por faca ou arma de fogo e 1,6 milhão sofreram 
espancamento ou tentativa de estrangulamento, o que representa três mulheres por 
minuto. 
Por meio da produção de um documentário, iremos abordar histórias de 
pessoas que passaram por tais situações, procurando dar voz a essas vítimas 
“caladas”, seja por medo do ex-companheiro ou porque foram induzidas a isso. 
Deixando essas mulheres em silêncio não há como ajudar outras, por isso o 
documentário vem com o intuito de transmitir com intensidade, sinceridade, com 
empatia e de forma ética, tais depoimentos. Na visão de Nichols (2010), no 
 
2 2 Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/pdf/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf 
http://www.iff.fiocruz.br/pdf/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf
 
 
 
documentário a representatividade é importante para a transmissão da ideia-chave do 
conteúdo que será reproduzido: 
Os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e 
visuais de uma parte do mundo histórico. Eles significam ou 
representam os pontos de vista de indivíduos, grupos e instituições. 
Também fazem representações, elaboram argumentos ou formulam 
suas próprias estratégias persuasivas, visando convencer-nos a 
aceitar suas opiniões. Quanto desses aspectos da representação 
entra em cena varia de filme para filme, mas a ideia de representação 
é fundamental para o documentário (NICHOLS, 2010, p.30). 
Portanto, neste trabalho iremos apontar questões voltadas à violência 
doméstica por meio de relatos que possibilitarão conhecimentos e reflexões sobre o 
assunto com o objetivo de auxiliar as pessoas a entender o problema social que vem 
se difundindo cada vez mais na sociedade. E para que, acima de tudo, as vítimas 
sejam ouvidas por outras mulheres que passam pela mesma situação. 
3. PROBLEMÁTICA 
 Na maioria das vezes, os vínculos afetivos são permeados por mágoas, 
ressentimentos ou dependência psicológica, os quais impedem ou dificultam que a 
vítima possa identificar uma situação de violência. Isso caracteriza a violência 
psicológica doméstica, a qual pode está associada a fenômenos emocionais 
frequentemente agravados por fatores tais como: o álcool, a perda do emprego, 
problemas com os filhos, sofrimento ou morte de familiares e outras situações de crise. 
Segundo Azevedo & Guerra (2001, p.25): 
O termo violência psicológica doméstica foi cunhado no seio da literatura 
feminista como parte da luta das mulheres para tornar pública a violência 
cotidianamente sofrida por elas na vida familiar privada. O movimento 
político-social que, pela primeira vez, chamou a atenção para o fenômeno da 
violência contra a mulher praticada por seu parceiro, iniciou-se em 1971, na 
Inglaterra, tendo sido seu marco fundamental a criação da primeira "CASA 
ABRIGO" para mulheres espancadas, iniciativa essa que se espalhou por 
toda a Europa e Estados Unidos (meados da década de 1970), alcançando o 
Brasil na década de 1980. (AZEVEDOR E GUERRA, 2001). 
 Os casos de violência contra mulheres são constantemente noticiados em 
veículos de comunicação como forma de prestar esclarecimento à população sobre a 
situação do agressor, se foi preso ou não, se está foragido, sua ficha criminal é 
divulgada e etc. Até então, as vítimas são preservadas. Quando não acontece o pior, 
elas passam por uma série de situações em acordo com a justiça para manter o seu 
 
 
 
agressor na cadeia. Muitas vezes elas têm seu estado psicológico esquecido pelas 
mesmas autoridades que a ajudaram, por isso, em certas situações algumas preferem 
retirar a queixa. Isso acontece quando, na maioria dos casos, a vítima depende 
financeiramente ou emocionalmente de seu companheiro. 
3.1 Questões de pesquisa 
1) Em Sobral existem projetos sociais que acolhem essas vítimas e oferecem apoio 
psicológico e uma oportunidade de capacitação para garantirem seu sustento? 
2) Em Sobral, existem programas de acompanhamento a vítimas de violência 
doméstica? 
3) É possível que a partir do relato de vítimas de violência doméstica, outras mulheres 
possam denunciar casos de agressão? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. REFERENCIAL TEÓRICO 
Os altos índices de violência contra a mulher e as políticas públicas no combate 
a este crime nos sensibiliza a discutir este tema, na tentativa de entender o que motiva 
e conduz os indivíduos a consumarem tais atos, que constantemente tiram a vida de 
várias mulheres. A palavra violência vem tanto do latim violentia que significa abuso 
de força, como de violare, com o sentido de transgredir o respeito devido a uma 
pessoa, segundo Marcondes (2001,p. 26). 
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência é o uso intencional 
da força ou poder em uma forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra 
pessoa ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de 
ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações. 
A violência ganha destaque nas ações do Estado e em todas as instâncias públicas, 
pois o ato violento se tornou algo comum na sociedade, onde grande parte das 
pessoas já sofreu algum tipo de violência. 
Segundo a cartilha “O enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a 
mulher: Uma construção coletiva” organizada por Ministérios públicos Estaduais e da 
União relata que a violência simbólica se expressa na hierarquia do homem sobre a 
mulher e ainda descreve que a violência sexual acontece quando há ameaça e 
coação, e a vítima é obrigada a manter relações sexuais com o agressor. O poder 
público tem demandado atenção especial para a resolução do problema com a 
implantação de políticas públicas para o combate e a prevenção deste crime. Um 
avanço e conquista para a causa foi a promulgação da Lei 11.340/2006, denominada 
Lei Maria da Penha, que traz como conceito de violência doméstica: 
Art. 5º. [...] configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou 
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou 
psicológico e dano moral ou patrimonial. 
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaçode convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
 
 
 
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos 
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou 
por vontade expressa. (BRASIL, 2006) 
Os indivíduos estão inseridos em uma sociedade, mas nem todos que estão no 
meio em questão sentem-se representados. Ao contrário, isolam-se e acabam 
desvalorizados pela maioria que acaba ocupando o lugar dominante na organização 
e promoção social. As novas ferramentas de engajamento estão surgindo e as vozes 
daqueles indivíduos que foram caladas por muito tempo começaram a ser ouvidas. 
Como afirma Nichols): “A prática do documentário é uma arena onde as coisas 
mudam.” (NICHOLS, 2010, p.48). 
O jornalismo documental trabalha com o princípio da representação da 
realidade. A imagem é capaz de transmitir com intensidade a situação proposta. Na 
visão de Nichols (2010 p.27), os documentários expõem problemas sociais como 
forma de representar os interesses de uma determinada causa: 
Os documentários dão-nos a capacidade de ver questões oportunas que 
necessitam de atenção. Vemos visões filmadas do mundo. Essas visões 
colocam diante de nós questões sociais e atualidades, problemas recorrentes 
e soluções possíveis. O vínculo entre o documentário com o mundo histórico 
é forte e profundo. O documentário acrescenta urna nos a dimensão à 
memória popular e à história social. (NICHOLS, 2010, p. 27). 
Ao começar a produzir um documentário, é necessário entender o que o tema 
representa para você e o que mudará com a construção deste conteúdo, se é um 
desejo individual ou a vontade de representar a sociedade, de alguma maneira. A 
alimentação dos desejos transforma o documentário em uma ficção. O documentário 
não-ficcional é aquele que procura se aproximar ao máximo da realidade a ser 
conhecida. A imagem repassada no vídeo pode ganhar sentido contrário aquele ligado 
ao objetivo do produtor no documentário. A compreensão através do documentário só 
é possível através do método de colocar-se no lugar do outro, e como semelhantes, 
entenderem o mundo apresentado. 
 
 
 
 
 
 
5. OBJETIVOS 
 
5.1 Objetivo geral 
Produzir um documentário, com relatos de mulheres que vivenciaram situações 
de violência doméstica na cidade de Sobral, Ceará, com o intuito de encorajar outras 
mulheres vítimas a procurarem ajuda e conscientizar a sociedade do problema social 
referente. 
5.2 Objetivos específicos 
1) Investigar o número de casos de violência doméstica em Sobral (CE). 
2) Averiguar em qual situação as mulheres resolvem denunciar seus agressores. 
3) Analisar se existem políticas públicas que protejam e auxiliem vítimas de violência 
doméstica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. METODOLOGIA 
Esta pesquisa é explicativa com foco em averiguar o número de casos de 
violência doméstica em Sobral e conhecer algumas histórias de mulheres que 
superaram a violência e denunciaram seus agressores. O estudo será desenvolvido 
em pesquisa de campo através das primeiras conversas, entrevistas e também das 
gravações em vídeo. Além de mulheres que foram vítimas de violência doméstica, 
também serão entrevistados profissionais da área da saúde e segurança pública. 
 O trabalho será organizado por meio de um possível roteiro, no qual constará 
as possíveis entrevistadas, os horários e os assuntos a serem tratados. A abordagem 
será quali-quantitativa, na qual haverá o levantamento de dados e também as 
possíveis causas dos resultados que foram obtidos. 
6.1 Classificação de pesquisa 
Representar a realidade de um ou vários indivíduos inseridos em determinada 
situação social por meio de conteúdos audiovisuais como documentários 
proporcionam uma imersão de conhecimento ao desconhecido, ou melhor, colaboram 
para uma percepção aguçada do que já se enxergava, mas não se compreendia. De 
acordo com Nichols (2010): 
Os documentários de representação social são o que normalmente 
chamamos de não ficção. Esses filmes representam de forma tangível 
aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível 
e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social, de 
acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta. (NICHOLS; 
2010, p. 26) 
Após a organização do roteiro, o trabalho será submetido ao Comitê de Ética 
de Pesquisa (CEP), para que logo depois da autorização possamos dar início às 
entrevistas e as gravações em ambiente combinado com o entrevistado. 
6.2 Participantes da pesquisa 
A pesquisa será composta por cinco entrevistados. Três mulheres como 
personagens principais, uma psicóloga e uma delegada da Delegacia de Defesa da 
Mulher (DDM). O documentário audiovisual pretende abordar relatos de vítimas e a 
percepção das especialistas sobre o assunto, de acordo com o roteiro de perguntas 
preparado e criar uma história real de superação a partir dos relatos de cada um dos 
 
 
 
entrevistados. O objetivo é contar as histórias de vida das mulheres, intercalando-as 
com um relato cada profissional para com isso obtermos um amplo conhecimento 
sobre o assunto. O vídeo terá em torno de 25 minutos, passará por uma edição, e 
contará com todos os recursos e técnicas de um documentário. 
 
 6.3 Instrumentos da Pesquisa 
Os instrumentos utilizados na pesquisa serão compostos por: um roteiro com 
perguntas; uma câmera para captação de imagens; um gravador de voz e um 
microfone sem fio para a captação de áudio. É importante ressaltar que durante as 
gravações pode ocorrer de sentimentos virem à tona, por isso também contamos com 
o Termo de Consentimento e Livre Esclarecido (TCLE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AZEVEDO, M.A.; GUERRA, V.N.A. Violência psicológica doméstica: vozes da 
juventude. São Paulo: Lacri - Laboratório de Estudos da Criança/PSA/IPUSP, 2001. 
BRASIL. Lei Maria da Penha: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, que dispõe 
sobre mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 31 de outubro de 2019. 
BUENO, Samira; LIMA, Renato Sérgio de (coord). Visível e Invisível: A 
Vitimização de Mulheres no Brasil. 2ª edição. São Paulo: Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública; Instituto Datafolha, 2019. Disponível em: 
<http://www.iff.fiocruz.br/pdf/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf>. Acesso em: 31 de 
outubro de 2019. 
CORRÊA, R. C. (Org.). O enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a 
mulher: uma construção coletiva. Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, 2011. 
Disponível em: 
http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/cartilhaViolenciaContraMulherWeb.pdf. 
Acesso em: 31 de outubro de 2019. 
MARCONDES FILHO, C. Violência fundadora e violência reativa na cultura 
brasileira. São Paulo Perspectiva, ISSN 0102-8839 versión impresa. São Paulo, 
v.15 n.2, abr./jun. 2001. Disponível em www.scielo.br. Acesso em: 31 de outubro de 
2019. 
NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. 5ª edição. São Paulo: Papirus, 2010. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
http://www.iff.fiocruz.br/pdf/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf

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