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Metodologias Ativas e Processos Colaborativos

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Aulas expositivas, em que o aluno age passivamente, apenas responsável 
por absorver a matéria lecionada, é o modelo mais conhecido e praticado nas 
instituições de ensino. Por muitos anos, porém, já são observadas consideráveis 
imperfeições quanto ao processo e aos resultados obtidos por esse método, 
atribuídas em parte ao protagonismo dado do professor. 
Nesse método, o docente é considerado personagem principal do processo 
de ensino e aprendizagem por ser aquele que monopoliza o conhecimento e mais 
ativamente age dentro da sala de aula, enquanto espera-se do discente apenas a 
absorção acrítica de informações e posterior reprodução metódica das informações 
transmitidas. Nesse cenário, o principal impasse é manter os alunos interessados, 
motivados e engajados. 
Em contrapartida, surgiram os métodos ativos, desenvolvidos, 
principalmente, por meio dos esforços da Escola Nova, no fim do século XIX, que 
objetiva o desenvolvimento da autonomia do educando. Esse modelo almeja um 
aprendizado integrado e dinâmico, construído de forma colaborativa, que torne o 
discente capaz de autogerenciar seu processo de formação, além de torná-lo capaz 
de promover transformações no mundo atual. 
Na metodologia ativa, o aluno torna-se o principal responsável pelo processo 
de construção do seu conhecimento, mediante atividades que demandam 
imaginação, pesquisa, análise, reflexão, discussão, experimentação e síntese, entre 
outras. Além disso, é possível desenvolver estratégias cognitivas, trabalhar 
competências sociais e permitir ​feedback​ entre pares e com o professor. 
É observado que, por meio dos métodos ativos, o aluno assimila maior 
volume de conteúdo, retém a informação por mais tempo e encara as aulas com 
maior satisfação, sobretudo por poder reconhecer a aplicação do teórico no factual, 
agregando valor ao conhecimento obtido. Por isso, os métodos ativos têm ganhado 
maior destaque e aplicação em instituições de ensino de todos os níveis e em 
diversas disciplinas. 
A utilização dessas metodologias, que muitas vezes são aplicadas por meio 
de atividades em grupo, permite aprender a interagir com colegas e professor, 
explorar atitudes e valores pessoais e sociais, explorar a interdisciplinaridade dos 
tópicos abordados e estimular tomada de decisões individuais e coletivas. 
Em meio a isso tudo, o professor passa a atuar como mediador, tutor, guia, 
orientador, supervisor e facilitador do processo de aprendizagem. Existe aqui o 
desafio de transformar o docente em uma figura mais próxima a de um 
companheiro, ao invés de figura isolada e superior, detentora e repassadora de 
conhecimento. 
Existem diversas abordagens, que podem ser trabalhadas isolada ou 
conjuntamente. Alguns exemplos serão explicitados resumidamente a seguir. 
 
Aprendizagem Baseada em Problemas 
 
Esse é um método baseado na investigação para a resolução de um 
problema contextualizado, partindo dos conhecimentos prévios dos alunos em 
direção à aquisição de novos, com uma visão transdisciplinar. 
O docente expõe organizadamente um cenário que seja, simultaneamente, 
relacionado ao conteúdo da disciplina e à realidade vivida pelos alunos. Tal cenário 
deve ser necessariamente real, ainda que adaptado ao nível dos discentes. 
Os alunos, então, divididos em grupos de trabalho, identificam problemas, a 
partir do exposto e de seus conhecimentos prévios. Em seguida, investigam 
correlações, confrontam ideias e hipóteses, e produzem possíveis soluções ou 
recomendações, tendo em vista a produção de conhecimento de forma cooperativa. 
Para isso, é necessário que o aluno tenha acesso a fontes de informação, 
fornecidas ou não previamente pelo professor, de modo a estimular a pesquisa e 
seleção de informação. Portanto, é possível afirmar que a Aprendizagem baseada 
em Problemas enfatiza muito mais a compreensão do que a memorização. 
A partir das leituras e pesquisas, os grupos procedem, sob supervisão e 
orientação do professor, a discussões e reflexões, e, finalmente, sintetizando suas 
conclusões. Posteriormente, faz-se uma apresentação oral e/ou escrita para 
demonstrar os caminhos percorridos pelo grupo. Por fim, é necessário o ​feedback 
do professor; além da autoavaliação do grupo e individual. 
O papel do professor, nesse processo, compreende assumir a 
responsabilidade pela apresentação do cenário problemático, orientar e colaborar 
com o processo de aprendizagem, auxiliar na compreensão dos conhecimentos 
conceituais, facilitar as relações entre os membros do grupo e estimular a 
criatividade e a independência. 
Esse método foi inicialmente pensado para área de Medicina, aproximando 
teoria e prática, de forma a desenvolver profissionais mais bem preparados para 
tomar decisões diante casos reais. 
 
Aprendizagem Baseada em Inquéritos ou Investigação 
 
Nesse método, o professor apresenta uma situação problema que conduzirá 
o aluno a atividades investigativas, nas quais deve aplicar procedimentos científicos 
e alcançar conclusões que sejam sustentadas por argumentos fundamentados. 
Durante sua investigação, o discente desenvolve a habilidade de avaliar 
situações, coletar dados, levantar questões e formular hipóteses. O aluno aprende 
buscando, individualmente e em grupo, soluções possíveis. Finalmente, elaboram 
conclusões e comunicam os resultados. 
É papel do professor, como guia e facilitador, criar as situações de ensino, 
emitir instruções claras e precisas, prestar assistência contínua, fazer o aluno refletir 
sobre suas experiências, propor sugestões perante o erro, e auxiliar na 
sistematização dos conhecimentos adquiridos. Assim, ao invés do professor explicar 
explicitamente todo o conteúdo e seus conceitos, os alunos tornam-se os 
“descobridores” do conhecimento. 
Parece não haver modelo único para a investigação em sala de aula, 
cabendo a cada docente escolher a técnica que considere a mais eficiente ou 
melhor se adapte ao seu contexto escolar. 
A Aprendizagem Baseada em Inquéritos ou Investigação é utilizada 
especialmente no ensino das Ciências Naturais, dando maior ênfase aos processos, 
o “fazer a investigação”, no lugar da memorização de vocabulário técnico. 
 
 
Aprendizagem Baseada em Casos 
 
O recurso pedagógico fundamental nessa metodologia é o caso, geralmente 
uma narração, que inclui um conflito ou dilema, que exige solução por parte dos 
alunos, forçando-os a tomar uma decisão. 
O caso, uma “história com uma mensagem educativa”, é um recorte 
intencional e necessário da realidade com a função de familiarizar os alunos com a 
personagem principal e o contexto da situação, e direcionar o debate ao caminho 
pretendido pelo professor e disciplina. As informações disponíveis são, por vezes, 
incompletas e ambíguas, havendo margem para incertezas, de forma a admitir 
múltiplas soluções possíveis. 
Ao final do caso são propostas perguntas críticas, que não devem estar 
relacionadas a informações memorizadas, como nomes, datas e lugares, mas a 
aspectos importantes do caso, por exemplo os porquês e comos. 
As etapas básicas são: 1) análise dos fatos, elaborando um diagnóstico da 
situação; 2) síntese e classificação deproblemas, identificando os urgentes, o 
principal e a prioridade de solução para cada um; 3) análise das possíveis soluções, 
geralmente por debates em grupo; 4) síntese da decisão e escolha de uma das 
soluções propostas na etapa anterior; e 5) plano de ação para lidar com o conflito, 
descrevendo fases, procedimentos e recursos necessários. 
O papel do professor não é de corrigir ou demandar o que fazer; forçando os 
alunos a confiar em seus próprios julgamentos. Ele deve escutar e compreender o 
que querem dizer, respeitar as ideias de forma que os alunos não temam participar 
e mediar todo o processo. 
É considerada uma variante da Aprendizagem Baseada em Problemas e, 
assim como ela, trabalha habilidades de análise, formulação de hipóteses, síntese, 
liderança e tomada de decisão. Mas diferente dela, enfatiza não só a aprendizagem 
do conteúdo, mas também a importância do processo de tomada de decisão. 
 
Instrução entre Pares 
 
Assim, como o nome sugere, essa metodologia fundamenta-se em os alunos 
ensinarem e aprenderem entre si. Ela é similar à metodologia interativa 
Think-Pair-Share (TPS), na qual o professor apresenta uma questão, os alunos 
desenvolvem respostas individuais (Think), interagem com os colegas comparando 
respostas (Pair) e, finalmente, compartilham as respostas com o professor (Share). 
A Instrução entre Pares tem como recurso educativo central a aplicação de 
Testes Conceituais com o objetivo de identificar as dificuldades dos alunos, 
oportunizar a interação entre eles e focar a atenção dos mesmos no entendimento 
de conceitos fundamentais. 
A etapa inicial dessa metodologia é uma apresentação oral pelo professor, 
curta, não sendo maior do que 20 minutos, sobre os elementos centrais de um 
conceito ou teoria. 
Em seguida, é proposto o Teste Conceitual, que é uma pergunta de múltipla 
escolha relativa à apresentação e que exija reflexão, não podendo ser mera 
memorização ou aplicação de fórmula. 
Aos alunos são concedidos 2 minutos para respondê-la, silenciosa e 
individualmente. Ao fim do tempo, suas respostas são registradas por meio de 
clickers​, que são controles remotos individuais, ​flashcards​ com código QR ou ​apps​. 
Se a proporção de acertos for menor que 30%, o professor não deve divulgar 
o resultado da primeira votação e deve revisitar o conceito. 
Se a proporção for entre 30% e 70%, o professor não divulga o resultado da 
primeira votação e permite que os alunos discutam em pequenos grupos, 
explicando seu raciocínio, para que tenham a oportunidade de modificar suas 
respostas. 
Se, porém, a proporção for acima de 70%, o professor explica a resposta, 
frequentemente solicitando sugestões da classe, e escolhe entre propor uma nova 
questão sobre o conceito ou seguir para o próximo tópico. 
 
Pseudoteaching 
 
O termo, cunhado por Frank Noschese e John Burk, foi inspirado no conceito 
de pseudocontexto de Dan Meyer, que aborda problemas de livros didáticos que 
aparentemente tratam de problemas e situações do mundo real, mas na verdade 
são cenários de faz de conta com pouca conexão com o mundo real. Foi 
inicialmente observado e analisado em aulas de Matemática e Física, em nível 
universitário. 
A ideia-chave de pseudoteaching é uma boa aula que não ocasiona um bom 
ensino. É o nome que pode ser dado a técnicas utilizadas em sala de aula que são 
divertidas, mas que na verdade não levam ao aprendizado. Indica o nível de 
showmanship que o professor é capaz de empregar em sala de aula, como piadas, 
utilização de Tecnologia de Informação e Comunicação, compartilhamento de 
causos e outros, porém com pouco aprendizado de fato ocorrendo. É chamado 
pseudo, porque os alunos sentem que estão aprendendo, mas avaliações 
posteriores não mostram que os alunos se tornaram capazes de aplicar as 
habilidades que compreenderam na teoria. 
 
Aprendizagem Baseada em Jogos 
 
Essa metodologia busca reforçar o processo de ensino e aprendizagem de 
forma lúdica, através de concepção, desenvolvimento, uso e aplicação de jogos 
pedagógicos em sala de aula. 
Jogos pedagógicos, com ou sem o apoio das tecnologias de informação e 
comunicação, são considerados jogos sérios, cujo objetivo principal não é o 
entretenimento, prazer ou diversão, mas parte de objetivos educativos, promove a 
resolução de problemas ou dilemas e aplica conceitos em situações práticas. 
A Aprendizagem Baseada em Jogos deve ser utilizada como instrumento de 
apoio no currículo, reforçando conteúdos já aprendidos. É indicado que antes da 
aplicação do jogo seja feita uma rápida síntese do conteúdo para verificar o 
conhecimento dos alunos. 
Jogos pedagógicos objetivam desenvolver a criatividade e habilidades de 
investigação, proporcionar ao aluno fazer suas próprias descobertas, aprender a 
aceitar e respeitar regras, lidar com os resultados independente de quais sejam e 
fomentar autoconfiança e concentração. 
Os jogos podem ser individuais ou em grupo, colaborativos ou competitivos. 
Jogos em grupo, desenvolvem ainda a sociabilidade, troca de ideias, diálogo, 
consenso, trabalho em equipe, liderança e colaboração. 
Bons jogos estimulam a participação e motivação dos alunos por meio da 
compreensão do jogador de que bons resultados dependem de suas próprias ações 
e decisões, do ​feedback ​imediato por ações corretas (novas vidas ou níveis) ou 
incorretas (perda de vida ou dedução de pontos); de permitir ao aluno aprender com 
seus próprios erros; e do grau de dificuldade ajustado para evitar aborrecimentos 
(desafios muito fáceis) ou ansiedade (desafios muito difíceis). 
Recentemente, graças às novas tecnologias disponíveis, há o aumento de 
indivíduos e organizações que trabalham no desenvolvimento de jogos pedagógicos 
e, embora estes projetos geralmente produzam materiais de qualidade, não há uma 
sistematização no uso e aplicação deles em salas de aula. 
 
OBJETIVOS 
 
Ao planejar uma aula para Ensino Fundamental com uso de métodos ativos 
de ensino e aprendizagem, é possível refletir sobre as variadas novas possibilidades 
que os tempos atuais vêm permitindo, e pensar a complexidade da prática da 
Didática em sala de aula. 
Aprender a elaborar uma aula utilizando metodologias ativas permite a 
reflexão sobre os conhecimentos prévios dos alunos como ponto de partida em 
lugar da fragmentação promovida pelo currículo tradicional. Além disso é possível 
experimentar os novos desafios presentes aos docentes e os papéis em que este 
deve atuar dentro e fora de sala de aula. 
 
METODOLOGIA 
 
Esse relatório constituiu-se, metodologicamente, em uma revisão literária 
sobre as algumas das muitas metodologias ativas, configurando-se como uma 
investigação do estado da arte. 
Os referenciais foram coletados em biblioteca digital e mediante mecanismos 
de pesquisa em portais de periódicos e repositórios de universidades, em especial 
Portal de Periódicos CAPES e SciELO, o que proporcionou o recolhimento de um 
número significativo da melhor produção bibliográfica sobre o tema. 
O modelo de plano de aula pensado é resultado de ​cross referencing entre a 
BNCC, considerandoos conteúdos e habilidades almejados pelo processo de 
ensino e aprendizagem no Ensino Fundamental, e os exemplos e ideias de 
aplicação das Metodologias Ativas encontrados na revisão literária. 
 
PLANO DE AULA 
 
Componente Ciências 
Segmento 4º ano do Ensino Fundamental 
Unidade Temática Matéria e energia 
Objetos de Conhecimento 
Misturas, Transformações reversíveis e não 
reversíveis 
Habilidades 
Testar e relatar transformações nos materiais do dia a 
dia quando expostos a diferentes condições 
(aquecimento, resfriamento, luz e umidade). 
Tema da aula A transformação do papel pela água 
Duração 50 minutos 
Objetivos 
Relatar as transformações que ocorrem no papel em 
contato com a água; 
Avaliar situações, interpretar dados e evidências; 
Apresentar resultados de investigações. 
Metodologia 
• Apresentar o problema: “O Mistério do 
Desaparecimento da Carta”; 
• Propor perguntas críticas aos alunos; 
• Investigação em grupo das propriedades do papel e 
as reações dele com a água; 
• Apresentação dos resultados e conclusões. 
Recursos 
• Papel sulfite; 
• Papel seda; 
• Papel jornal; 
• Água. 
Avaliação 
Através da síntese e conclusão dos resultados da 
investigação. 
 
O mistério do desaparecimento da carta: 
Marina estava em casa e decidiu escrever uma carta para sua melhor amiga 
da escola. Guardou-a no bolso e foi brincar com seus brinquedos. Depois de 
brincar, era hora de tomar banho. A mãe de Marina colocou suas roupas dentro da 
máquina de lavar e pediu que ela não demorasse muito, pois no dia seguinte tinha 
aula cedo e precisava jantar e dormir. No dia seguinte, ao pegar sua roupa no varal, 
Marina ficou apreensiva... "onde foi parar a carta que estava bem aqui, no meu 
bolso?", disse ela. Decidiu investigar o que aconteceu com a carta e percebeu que, 
estranhamente, havia aparecido alguns fragmentos úmidos no bolso da calça, 
parecidos com um papel. Mas não era a carta. 
 
A partir do problema, o professor propõe algumas perguntas para ativar os 
alunos: “O que pode ter acontecido com a carta de Marina?”, “Como pode ter 
acontecido?”, “Quais elementos da história indicam o que aconteceu?” 
Em seguida, os alunos partem para a experimentação e coleta de dados, 
quando cada grupo recebe pedaços de diferentes tipos papel e recipientes com 
água para realizar o experimento e tomar notas sobre as diferentes reações do 
papel em contato com a água por diferentes tempos e em diferentes quantidades. 
Os resultados e conclusões podem ser organizados em um relatório ou 
cartaz. 
A Aprendizagem Baseada em Investigação ou Inquérito foi originalmente 
desenvolvida para as Ciências Naturais, então parece natural a escolha dessa 
metodologia para envolver os alunos nessa atividade, Mistério do Desaparecimento 
da Carta, no qual podem aplicar procedimentos científicos, observar reações, 
coletar dados para chegar à solução do mistério e fazer experiências. 
Além disso, a reação entre papel e água preenche os requisitos de ser, ao 
mesmo tempo, uma reação presente no cotidiano, aproximando a teoria da prática, 
e permitir que os alunos cheguem a princípios gerais (a água como solvente) a partir 
de observações específicas. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As novas possibilidades em sala de aula advindas do desenvolvimento de 
práticas em que os alunos podem participar ativamente da construção do seu 
conhecimento são interessantes, engajadoras e integram o teórico e o prático, 
conteúdo curricular e desenvolvimento de competências cognitivas importantes para 
a formação do indivíduo. 
Aos professores, a aplicação desses métodos é desafiante e reflexiva, 
integrando conhecimentos da disciplina e da sua própria vivência. 
As metodologias ativas são enriquecedoras para ambos os agentes, pois vai 
muito além da transmissão e absorção mecânica de dados teóricos que muitas 
vezes parecem alienados da vida real. 
 
REFERÊNCIAS 
 
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS. ​In: WIKIPEDIA: the free 
encyclopedia. [San Francisco, CA: Wikimedia Foundation, 2010]. Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem_baseada_em_problemas. Acesso em: 14 
de mai. 2020. 
 
BURK, J. [PT] Pseudoteaching FAQ. ​Blog Quantum Progress​. Disponível em: 
https://quantumprogress.wordpress.com/2011/02/22/pt-pseudoteaching-faq/. Acesso 
em: 19 mai. 2020. 
 
CARVALHO, C. V. de. Aprendizagem Baseada em Jogos. In: World Congress on 
Systems Engineering and Information Technology, 2., 2015, Vigo. ​Proceedings [...]. 
Disponível em: http://copec.eu/wcseit2015/proc/works/40.pdf. Acesso em: 20 mai. 
2020. 
 
DIESEL, A.; BALDEZ, A, L. S.; MARTINS, S. N. Os princípios das metodologias 
ativas de ensino: uma abordagem teórica. ​Revista Thema​, Pelotas, v. 14, n. 1, p. 
268 a 288, 2017. Disponível em: http://revistathema.ifsul.edu.br/index.php/thema/ 
article/view/404/295. Acesso em: 14 mai. 2020. 
 
HAYDT, R. C. C. ​Curso de Didática Geral​. 1. ed. São Paulo: Ática, 2011. E-book. 
 
MELLO, C. de M.; ALMEIDA NETO, J. R. M. de; PETRILLO, R. P (coord). 
Metodologias ativas: desafios contemporâneos e aprendizagem 
transformadora​. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2019. E-book. 
 
METODOLOGIA ATIVA. ​In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA: 
Wikimedia Foundation, 2010]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/ 
Metodologia_ativa. Acesso em: 14 mai. 2020. 
 
MONTANHER, V. C. ​Aprendizagem baseada em casos nas aulas de física do 
ensino médio​. 2012. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, 
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012. Disponível em: 
http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/250953. Acesso em: 20 mai. 
2020. 
 
MÜLLER, M. G. et al. Uma revisão da literatura acerca da implementação da 
metodologia interativa de ensino Peer Instruction (1991 a 2015). ​Revista Brasileira 
de Ensino de Física​, vol. 39, n. 3, 2017. Disponível em: https://www. 
scielo.br/pdf/rbef/v39n3/1806-1117-rbef-39-03-e3403.pdf. Acesso em: 20 mai. 2020. 
 
NOSCHESE, F. Pseudoteaching. ​Blog Action-Reaction Reflections on the 
dynamics of teaching​. Disponível em: https://fnoschese.wordpress.com/ 
pseudoteaching/. Acesso em: 19 mai. 2020 
 
NUNES, T. O que é metodologia ou aprendizagem ativa? ​Pontodidática​, 2017. 
Disponível em: 
https://pontodidatica.com.br/metodologias-ativas-aprendizagem-ativa/. Acesso em: 
14 mai. 2020. 
 
PINTO, D. de O. Metodologias Ativas de Aprendizagem: o que são e como 
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https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de- aprendizagem/. Acesso em: 14 
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SANTOS, A. C. dos et al. Ensino de ciências baseado em investigação: uma 
proposta didática inovadora para o uso de laboratórios on-line em AVEA. ​Revista 
UNIVAP​, São José dos Campos, v. 24, n. 44, p. 54-68, 2018. Disponível em: 
https://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/1874/1461. Acesso em: 
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SOUZA, S. C.; DOURADO, L. Aprendizagem Baseada Em Problemas (ABP): um 
método de aprendizagem inovador para o ensino educativo. ​Holos​, Pelotas, v. 5, p. 
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view/2880. Acesso em: 18 mai. 2020.

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