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FTFG- Evelyn Priori

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PULSANDO POR TODOS 
Hospital Cardiológico e 
Clínica de Reabilitação Cardíaca
FUNDAMENTOS PARA TFG
Evelyn Pereira Priori 
A Deus, pela minha vida, e por me ajudar a ultrapassar todos
os obstáculos encontrados ao longo do curso. 
Aos meus pais, que me incentivaram nos momentos difíceis e
compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava
à realização do curso. 
Aos meus avós, por toda a ajuda e apoio para conseguir
realizar a faculdade.
Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me
permitiram apresentar um melhor desempenho no meu
processo de formação profissional.
AGRADECIMENTOS 
"A individualidade mais importante de um hospital não é o
seu diretor, nem o contribuinte, nem o médico, nem a
enfermeira, nem o secretário; a individualidade mais
importante do hospital é, sem dúvida, o enfermo."
GOLDWATER, 1998.
7
8
9
10
11
12
13
16 Introdução1.
1.1. Objetivo Geral 
1.2. Objetivo Específico
1.3. Justificativa 
1.4. Metodologia 
21 2. Hospital Cardiológico
27 3. Arquitetura Hospitalar
3.1. História do edifício hospitalar 
3.2. A arquitetura hospitalar brasileira 
3.3. Principais Leis e Portaria brasileiras utilizadas em projetos hospitalares 
4. Conforto Ambiental
4.1. Conforto Térmico 
56
4.2. Conforto Visual
4.3. Conforto Acústico 
5. Qualidade dos ambientes hospitalares 
5.1. Principais recomendações para projeto de ambientes hospitalares 
64
SUMÁRIO 
14
9. Referência Bibliográfica 109
82 7. Referências 
7.1. Referências Conceituais 
7.2. Referências Programáticas
7.3. Referências Arquitetônicas
7.4. Referências Paisagísticas e Urbanas
97 8. Proposta 
8.1. Conceito e partido 
8.2. Programa de necessidades 
8.3. Organograma / Fluxograma
8.4. Plano de massas 
8.5. Setorização
8.6. Implantação
8.7. Corte
6. Diagnóstico Urbano
6.1. Localização 
71
6.2. Mapas 
10. Apêndice e Anexo114
15
8.8. Fachadas 
INTRODUÇÃO 
1
Atualmente as doenças cardiovasculares tem sido a principal causa de morte no mundo.
Estima-se que 17,7 milhões de pessoas morrem por doenças cardiovasculares,
representando 31% de todas as mortes em nível global. No Brasil, a média anual chega a
350 mil, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS,2015).
De acordo com a OMS (2015), as doenças cardiovasculares podem ser prevenidas por
meio da abordagem de fatores comportamentais de risco, tais como: dietas não
saudáveis, tabagismo, obesidade, falta de atividade física e uso abusivo do álcool. E,
para que haja a prevenção, é fundamental o diagnóstico e tratamento precoce, para que
os números de mortes diminuam e as pessoas consigam ter uma qualidade de vida
melhor.
Ao analisar que hoje mais de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares
ocorrem em países de baixa e média renda, percebe-se que o problema está no suporte
e nas informações que a população recebe da doença e da sua prevenção. (OMS,2015)
Por ser um órgão extremamente importante no funcionamento do nosso corpo, o hospital
necessita de muitos fatores para que tudo funcione da melhor maneira. É importante
ressaltar, que hoje a principal causa de risco do desenvolvimento da doenças é o
estresse. Em um tratamento cardíaco a hospitalidade do paciente precisa ser acolhedora
e familiar, para que não haja outros sintomas na piora do usuário. A arquitetura interfere
diretamente no tratamento, pois como há uma vivência intensa dentro do hospital, o
usuário precisa se sentir bem no espaço que lhe é dado, para que não haja estranheza
ao se adaptar ao meio. Isso tudo a arquitetura traz ao projetar no intuito da humanização
dos usuários que ali estarão sendo ocupados.
Hoje o Brasil possui 15 hospitais e clinicas especialistas em doenças coronarianas,
sendo elas mais ocupadas na região sudeste do país, sendo elas 7 no Estado do Rio de
Janeiro e 8 no Estado de São Paulo. (Google Maps)
Com isso, foi proposto um Hospital de Centro de Reabilitação Cardiológico, focado
especificamente em problemas cardíacos, contendo uma estrutura cirúrgica e também
um centro de reabilitação cardíaca, como por exemplo, espaços para fisioterapia,
nutricionista, hidroginástica e uma academia voltada somente a pessoas com essas
doenças.
 A proposta é que seja um centro de referência em todo o país, com atendimento popular
com valores acessíveis e atendimento gratuito, fazendo assim, que o Hospital seja
ocupado por todas as classes sociais.
Por se tratar de hospital, a escolha do terreno foi analisada no fluxo e na mobilidade que
ele se propõe. Por esta razão, o terreno está localizado na Estrada União e Indústria,
Itaipava, Petrópolis - RJ, na rua principal, em frente ao Horto Municipal; de fácil acesso à
Rodovia, com possibilidades de receber pacientes de várias localidades.
1. INTRODUÇÃO 
17
Estudar o funcionamento do coração.
Estudar como o problema cardíaco se desenvolve;
Estudar qual é a porcentagem de mortes no Mundo e no Brasil;
Estudar a faixa etária dos pacientes;
Estudar sobre o saneamento básico em hospitais;
Entender que tipo de tratamento é o ideal de acordo com a faixa etária; 
Estudar sobre os métodos de recuperação;
Estudar que tipos de exames são feitos;
Estudar sobre o tempo médio de cirurgia e recuperação de um paciente pós-cirúrgico;
Estudar a média de atendimento para pacientes internado.
Estudar como funciona o acompanhamento de um paciente cardíaco dentro do hospital;
Saber os hospitais que atendem no entorno;
Estudar sobre a acessibilidade do hospital; 
Estudar sobre a legislação da área hospitalar para transplante de coração;
Estudar o fluxograma dos hospitais e as normas que existem para projetar;
Estudar sobre a projetos hospitalares em geral;
Estudar sobre Heliponto;
Estudar a gestão de saúde para organização de um hospital;
Entender as necessidades dos funcionários para melhor funcionalidade;
Estudar sobre a quantidade de médicos que são necessários de acordo com a
quantidade de leitos;
Desenvolver uma proposta de projeto arquitetônico hospitalar para tratamento
cardiológico e pós- cirúrgico, que atenda a cidade de Petrópolis e região. Focado em
receber pacientes da saúde pública e particular com custo acessível, proporcionando a
população um atendimento digno para diagnósticos cardíacos. Dentro dessa arquitetura
haverá um centro de reabilitação cardíaca com a ideia de tratar a saúde das pessoas que
possuem ou tendem a possuir doenças cardíacas, ocupando um espaço de
hidroginástica, fisioterapia, nutricionista e uma academia.
1.1. OBJETIVO GERAL
18
1.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
INTRODUÇÃO
 A cada dia que passa o número de pessoas obesas e sedentárias aumentam, gerando
assim uma preocupação com a saúde. Sabemos que as doenças cardiovasculares são
desenvolvidas a partir dessas características e outras. Com a correria do dia-a-dia as
pessoas não têm mais tempo de se preocupar com a saúde e buscam a rapidez em tudo
que fazem, inclusive se alimento mal e comendo comidas de Fast-food. Todo esse
estresse que hoje a população vive, gera consequências na saúde dos mesmos, fazendo
assim que hoje as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. 
Atualmente,mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por
qualquer outra causa, segundo a OMS. (2017)
De acordo com o cardiômetro (2017), no Brasil a doença cardiológica mata
aproximadamente 400 mil pessoas por ano, ou seja, 1.095 por dia. Infelizmente não
possuímos um hospital cardiológico onde atenda todas as classes sociais, dando um
atendimento digno para a população. Em Petrópolis, existe a INCOPE localizada no
Hospital SMH- Beneficência Portuguesa, inaugurado em 2012, porém não atende todos
os planos de saúde e o SUS, gerando assim, uma falta de estrutura para a cidade.
1.3. JUSTIFICATIVA
1.4. METODOLOGIA
Inicialmente, os estudos partiram de uma revisão bibliográfica e a identificação dos
assuntos chaves para desenvolvimento da discussão sobre o tema, conforme a tabela a
seguir:19
INTRODUÇÃO
20
Após a revisão teórica, pode se dar início ao diagnóstico da área de estudo, conforme
demonstrado no capítulo 6: diagnóstico urbano. Nesse capítulo, foram levantados dados
morfológicos, dimensionamento, características geográficas e urbanas, além de estudo
da legislação municipal (LUPOS), entre outras, para compilação de dados
influenciadores nas decisões de projeto. Para isso, foram construídos mapas e
diagramas para a exibição do conteúdo reunido. 
Para que fosse possível a definição de um programa adequado ao projeto, foi necessário
o estudo e a leitura de referências projetuais, que facilitaram a definição da lista de
ambientes e atividades, bem como seu pré dimensionamento, conforme explicitado no
capítulo 7: referências projetuais. 
Em seguida, com base em todas as informações anteriores, e exibida a proposta de
projeto, a ser desenvolvido como trabalho final de graduação. Para tal, utilizou-se a
determinação de conceito e partido, exibição de quadros de áreas,
organograma/fluxograma, setorização, implantação e estudo volumétrico.
INTRODUÇÃO
HOSPITAL
CARDIOLÓGICO 
2
Hoje as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo,
levando cerca de 17,9 milhões de vidas a cada ano. As DCV são um grupo de distúrbios
do coração e dos vasos sanguíneos e incluem doenças coronárias, doenças
cerebrovasculares, doenças cardíacas reumáticas e outras condições. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS) há alguns fatos sobre as DCV, que são:
2. HOSPITAL CARDIOLÓGICO 
Das 17 milhões de mortes prematuras (menores
de 70 anos) devido a doenças não transmissíveis
em 2015, 82% estão em países de baixa e média
renda e 37% são causadas por DCV.
Estima-se que 17,5 milhões de pessoas morreram
de DCV em 2016, representando 31% de todas
as mortes globais. Dessas mortes, 85% são
causadas por ataque cardíaco e derrame;
As DCV são a causa número 1 de mortes em
todo o mundo: mais pessoas morrem anualmente
de DCV do que de qualquer outra causa;
Mais de três quartos das mortes por DCV
ocorrem em países de baixa e média renda;
No Brasil, foi calculado entre 2004-2017, 
mortes de doenças cardiovasculares, sendo elas: 
22
De acordo com a OMS, as doenças cardiovasculares podem ser prevenidas por meio da
abordagem de fatores comportamentais de risco, tais como: dietas não saudáveis,
tabagismo, obesidade, falta de atividade física e uso abusivo do álcool. Esses fatores de
risco podem ser medidos nas unidades básicas de saúde e indicam um risco maior de
desenvolver um ataque cardíaco, derrame, insuficiência cardíaca e outras complicações.
E, para que haja a prevenção, é fundamental o diagnóstico e tratamento precoce, para
que os números de mortes diminuam e as pessoas consigam ter uma qualidade de vida
melhor. O acesso a medicamentos essenciais para doenças não transmissíveis e
tecnologias básicas de saúde em todas as unidades básicas de saúde é essencial para
garantir que os necessitados recebam tratamento e aconselhamento.
As DCVs ocorrem geralmente pelo o bloqueio que impede que o sangue flua para o
coração ou cérebro, sendo o motivo mais comum para isso é o acúmulo de depósitos de
gordura nas paredes internas dos vasos sanguíneos que suprem o coração ou o
cérebro. Os derrames também podem ser causados por sangramento de um vaso
sanguíneo no cérebro ou por coágulos sanguíneos. Cada doença cardiovascular é
propicia de uma causa, sendo elas:
Doença cardíaca coronária - doença dos vasos sanguíneos que suprem o músculo
cardíaco;
Doença cerebrovascular - doença dos vasos sanguíneos que suprem o cérebro;
Doença arterial periférica - doença dos vasos sanguíneos que suprem os braços e
pernas;
Doença cardíaca reumática - dano ao músculo cardíaco e válvulas cardíacas devido à
febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas;
Cardiopatia congênita - malformações da estrutura cardíaca existentes no nascimento;
Trombose venosa profunda e embolia pulmonar - coágulos sanguíneos nas veias das
pernas, que podem desalojar e mover-se para o coração e os pulmões.
Número óbitos de acordo com
os grupos de causas no Brasil, 2004 a 2014
23
HOSPITAL CARDIOLÓGICO
De acordo com a OMS os problemas cardiovasculares são maiores em países de baixa e
média renda pois, essas pessoas geralmente não têm o benefício de programas
integrados de atenção primária à saúde para detecção e tratamento precoces de
pessoas com fatores de risco em comparação com pessoas de países de alta renda.
Entre esses problemas também e evidenciado outros, como:
Pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares e outras doenças não transmissíveis
têm menos acesso a serviços de saúde eficazes e equitativos, que atendem às suas
necessidades. Como resultado, muitas pessoas em países de baixa e média renda são
detectadas no final da doença e morrem mais jovens de doenças cardiovasculares e
outras doenças não transmissíveis, geralmente em seus anos mais produtivos;
As pessoas mais pobres nos países de baixa e média renda são as mais afetadas. No
nível doméstico, estão surgindo evidências suficientes para provar que as DCV e outras
doenças não transmissíveis contribuem para a pobreza devido a gastos catastróficos em
saúde e altos gastos diretos;
No nível macroeconômico, as DCV impõem um fardo pesado às economias dos países
de baixa e média renda.
Algumas intervenções ajudam a reduzir a carga de doenças cardiovasculares, como por
exemplo: Políticas abrangentes de controle do tabaco; tributação para reduzir a ingestão
de alimentos com alto teor de gordura, açúcar e sal; construção de ciclovias e pedestres
para aumentar a atividade física; estratégias para reduzir o uso abusivo de álcool;
fornecendo refeições escolares saudáveis para as crianças.
Número óbitos de acordo com os grupos de 
causas no Brasil, 2004 a 2014
HOSPITAL CARDIOLÓGICO
24
São necessários dispositivos médicos para tratar algumas doenças
cardiovasculares. Tais dispositivos incluem marca-passos, válvulas protéticas e adesivos
para fechar orifícios no coração.
Por ser um órgão extremamente importante no funcionamento do nosso corpo, o hospital
necessita de muitos fatores para que tudo funcione da melhor maneira. Os problemas do
dia a dia fazem que as doenças cardiovasculares sejam pioradas quando submetidas a
tensões como o estresse. Já foi comprovado que as altas liberações de hormônios em
situações estressantes perturbam o organismo, provocando reações que englobam
desde o aumento da pressão arterial a um fulminante ataque cardíaco.
Em um tratamento cardíaco a hospitalidade do paciente precisa ser acolhedora e familiar,
para que não haja outros sintomas na piora do usuário. A arquitetura interfere
diretamente no tratamento do paciente, pois como há uma vivencia intensa dentro do
hospital, o usuário necessita de se sentir bem no espaço que lhe é dado para que não
haja estranheza ao se adaptar ao meio. Utilizar este recurso está diretamente ligado à
integração do paciente com o ambiente, quebrando dessa forma o distanciamento com a
instituição e trazendo uma atmosfera de acolhimento e proximidade. 
 
Além disso, às vezes são necessárias operações cirúrgicas caras para tratar as
DCV. Eles incluem:
Ponte de artéria coronária;
Angioplastia com balão (onde um pequeno dispositivo semelhante a um balão é colocado
através de uma artéria para abrir o bloqueio);
Reparo e substituição de válvulas;
Transplante de coração.
Operações cardíacas artificiais
HOSPITAL CARDIOLÓGICO
25
Para pessoas que já possuem as DCV é necessário o uso de alguns medicamentos para
o tratamento, como: Aspirina, Bloqueadores beta, Inibidores da enzima de conversão da
angiotensina e Estatinas. Segundo a OMS, quase 75% dos casos vasculares recorrentes
podem ser evitados com o uso de medicamentos e a acessão do tabagismo.
A criação de espaços acessíveis e agregadores, o plantio de áreas verdes e a utilização
de amplas áreas de ventilação natural, renovam constantemente o ar e possuem duas
funções concomitantes: proporcionam uma sensação familiar e combatema infecção
hospitalar, ajudando a manter as condições sanitárias dentro do estabelecido pela
legislação. Isso tudo a arquitetura traz ao projetar no intuito da humanização dos
usuários que ali estarão sendo ocupados.
Atualmente o Brasil possui 15 hospitais e clinicas especialistas em doenças
coronarianas, sendo elas mais ocupadas na região sudeste do país, sendo elas 7 no
Estado do Rio de Janeiro e 8 no Estado de São Paulo. 
De acordo com os dados acima, percebe-se que o país sofre bastante ao se tratar de
doenças coronarianas. A população precisa ter um apoio para essas doenças e que haja
uma conscientização do que ela pode causar, caso isso ocorra os índices de mortes
diminuiriam e levaria a população a ter hábitos mais saudáveis.
Com isso, foi proposto um Hospital de Centro de Reabilitação Cardiológico, focado
especificamente em problemas cardíacos, contendo uma estrutura cirúrgica e também
um centro de reabilitação cardíaca, como por exemplo, espaços para fisioterapia,
nutricionista, hidroginástica e uma academia voltada somente a pessoas com essas
doenças. 
Com a criação do Hospital Cardiológico e a clínica de reabilitação faz com que as
pessoas se atentem mais na saúde, buscando uma melhora física e psicológica para
essas doenças. A proposta é que seja um centro de referência em todo o país, com
atendimento popular com valores acessíveis e atendimento gratuito, fazendo assim, que
o Hospital seja ocupado por todas as classes sociais.
Espaços verdes, ambientes abertos, espaços para vivência farão parte do projeto
hospitalar, tendo não somente os ambientes listados pela a legislação e um local voltado
para a humanização dos pacientes.
HOSPITAL CARDIOLÓGICO
26
ARQUITETURA
HOSPITALAR 
3
28
Quando pensamos em arquitetura hospitalar, logo remetemos como um espaço de
esperanças, pois servem para curar enfermidades. Para que isso aconteça, o hospital
tem que funcionar de uma forma rápida, prática e limpa, tornando assim um espaço físico
que auxilia a melhora dos pacientes e a capacitação dos profissionais. (ANTUNES,1989;
MICHELIN,1992; TOLEDO,2003)
O espaço que possui intuito de cura, necessita de foco nos usuários e nos fluxos
utilitários para um atendimento rápido e prático. Por isso, o hospital tem mais
complexidade na hora de projetar, pois precisa de um melhor desenvolvimento espacial e
organizacional para otimizar a logística dos funcionários. Entretanto é um local
multifacetado, onde todos os setores se correlacionam em prol de um único objetivo: a
cura. (TOLEDO,2003)
Projetos hospitalares precisam ter uma relação com o local que será implantado: fluxo e
acesso dos usuários; clima favorável para a saúde; relação com o meio externo;
ambiente sustentável; ambiente higienizado para evitar proliferação de doenças;
e se não agride o meio ambiente (GÓES, 2017).
 
3. ARQUITETURA HOSPITALAR 
3.1. HISTÓRIA DO EDIFÍCIO HOSPITALAR
Originalmente a palavra hospital vem da palavra hospitalidade, do latim, hospitalis,
resultante de hospes (hóspede, estrangeiro, viajante, peregrino). Tinha a característica
de ser um local de abrigo, hospedaria, albergue, que abrigava as pessoas que estavam
viajando. Posteriormente, o local começou a ser utilizado para abrigar pessoas doentes.
(GÓES,2017)
 
"Muito antes que a medicina, a arquitetura foi a primeira arte a
ocupar-se do hospital. A ideia de que o doente necessita de
cuidados e abrigo é anterior à possibilidade de lhe dispensar
tratamento médico.”
 
ANTUNES (1989. p. 2)
 
ANTUNES (1989. p. 2)
 
Segundo Antunes (1989), “as organizações medicas surgiram após a queda o Império
Romano, inspiradas por motivos econômicos e militares”. A proposta arquitetônica se
baseia na assistência a alma dos indivíduos onde o acolhimento era o remédio mais
propicio em casos de doenças. (BADALOTTI e BARBISAN, 2015)
 
ARQUITETURA HOSPITALAR
De acordo com Miquelin (1992), na Grécia existiam três tipos de estabelecimentos
ligados a saúde: pública, privado e religiosa.
 
Os Xenodochium (Xenus = estrangeiro, dexomais = receber) locais onde recebiam os
forasteiros, doentes e pobres. O Prythaneé e o Cynosarge, destinadas respectivamente
ao tratamento de saúde e aos cuidados com os idosos. (GÓES, 2017)
 
Os médicos recebiam os enfermos nas suas casas, onde geralmente eram
casas modestas, sem adaptações, também conhecidas como Iatreia. (MIQUELIN,1992)
 
Eram templos onde os enfermos recebiam a “cura divina “ consagrados a Asclepios, o
deus da medicina, o tratamento acontecia através da água e do jejum. Os enfermos
passavam a noite em locais construídos como pequenos labirintos com pequenas celas
(somente com o tamanho da cama) entre eles os religiosos circulavam levando conforto
espiritual aos corpos doloridos. Os dormitórios eram fechados para o exterior e abertos
para o pátio onde haviam fontes miraculosas e os altares divinos. De acordo com
Miquelin (1992), os pacientes dormiam sob os pórticos em volta do templo para um
período de “incubação” e pela manhã revelavam seus sonhos ao sacerdote-médico
(Asclepiade) que entendia e determinava o tratamento ao enfermo.(VOEGELS,1996;
BADALOTTI e BARBISAN, 2015)
 
29
PÚBLICA
PRIVADO
RELIGIOSOS
ANTUNES (1989. p. 2)
 
Na Grécia antiga, a preocupação com a arquitetura sanitária não era utilizada. Somente
no império romano que começou a preocupação, onde surgiram duas formas
importantes, as Valetudinarias e Termas. (BADALOTTI e BARBISAN, 2015)
 
Tinham finalidade especifica aos dois
personagens principais da força do
império: os legionários e escravos das
grandes propriedades agrícolas. Esses
locais militares ficavam localizados longes
dos centros, tinha um layout em formato
quadrado dividido em 4 pelo cruzamento
de duas vias principais. Em algumas
Valetudinarias, como a de Novaesium, já
se identifica uma preocupação com o
esgoto. A enfermaria romana é o primeiro
local onde o paciente pernoita.
(ANTUNES, 1989)
 
Centros de relaxamento destinados aos cidadãos mais importantes, alguns
estabelecimentos mais simples, destinados a cura e terapia por fontes termais naturais.
Onde seu intuito é dispensar cuidados ao corpo e a alma dos indivíduos. Locais com
espaços para meditação e a prece, juntamente aos oráculos e aos acolhimentos de
peregrinos e doentes. Frequentados por homens e mulheres, separadamente.
(MIQUELIN, 1992)
 
30
ARQUITETURA HOSPITALAR
VALENTUDINARIAS
TERMAS
ANTUNES (1989. p. 2)
 
Os hospitais da idade média ficaram sujeitos aos mosteiros que tinham os dois pré-
requisitos necessários para a construção: a paciência e bastante dinheiro. O conceito de
hospital se inicia no Ocidente, onde a caridade era cultivada pelas principais religiões –
judaísmo, cristianismo e islamismo- e assim toda uma classe de desprovidos não tardou
a reivindicar os benefícios do recolhimento hospitalar, gerando assim, um lugar de
atenção ao enfermo em regime de internação. (VOEGELS, 1996; BADALOTTI e
BARBISAN, 2015; SAMPAIO, 2015)
 Na Idade média, os doentes ficavam esperando a cura ou a morte, “pacientemente”,
então veio o termo “paciente”, um sofredor, doente. Ficavam juntos, sem uma separação
entre eles por doença. Segundo Miquelin (1992), havia uma forma de construção
chamada “ A Nave”, constituía a base formal dos edifícios hospitalares dessa época. Os
vãos foram tornando-se cada vez maiores e as condições de iluminação e ventilação
foram evoluídas.
 
Surgiram na mesma época as cabines sanitárias junto aos leitos, a canalização de esgoto
e um sistema elevatório de água que permitiu a implantação dos hospitais distantes dos
cursos d’agua. Essas inovações foram de grande importância no saneamento do local
(SAMPAIO,2015)
 Para Antunes (1989), os monges foram por muito tempo os únicos conhecedores da
sabedoria clássica do ocidente, aplicando seus conhecimentos em benefício dos que
procuravam os préstimos. 
31
ARQUITETURA HOSPITALAR
IDADE MÉDIA
ANTUNES (1989. p. 2)
 
Nesse período apresenta três tipologias de hospitais, sendo elas: Claustral, basilical e
colônia.
 
Decorrente do tipo átrio, formadapor um
pátio interno que distribui todas as
funções através de galerias. (BADALOTTI
e BARBISAN, 2015).
Surge na Baixa Idade Média, com a necessidade do aumento de leitos, gerando um
crescimento das cidades. Essa tipologia foi adquirida nas edificações com referências as
basílicas, com o intuito de acolher, gerar espaços de repouso, banhos e conforto
espiritual. (SAMPAIO,2015)
 
Encontra-se em toda a idade média, sempre associada à lepra, fazendo com que os
enfermos ficassem em isolamento para que não tivesse transmissão ao contato.
(BADALOTTI e BARBISAN, 2015).
No século XII a igreja se dedicou na disseminação e melhoria dos Leprosários,
transferindo a eles um aspecto hospitalar mais delimitado, pois começaram a tratar o
doente de lepra como sendo portador de uma doença e não mais como um pecador,
vítima da reprovação divina e que deveria ser excluído socialmente. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1965)
Segundo Voegels (1996), até o século XIV eram os padres e as freiras que cuidavam dos
doentes e como não conheciam ainda as razoes das contaminações e infecções
hospitalares, não havia separação entre os enfermos. Existia uma divisão apenas por
gênero, ficando homens de um lado e mulheres do outro.
Em 1312, iniciou o concilio de Viena, que ficou decidido que o tratamento dos enfermos
deveria ser feito por leigos, cabendo religiosos apenas o conforto espiritual. (GÓES,
2017)
32
ARQUITETURA HOSPITALAR
CLAUSTRAL
BASILICAL
COLÔNIA
ANTUNES (1989. p. 2)
 
A idade moderna se inicia a partir da data da Revolução Francesa, período
compreendido entre o ano de 1453 até o ano de 1789.
Após o incêndio do Hospital Dieu de Paris, houveram anos de debates do que iria fazer,
onde foi decidida a demolição dos escombros e a construção de um novo hospital no
mesmo local, a situação em que teve destaque os estudos do médico Tenon.
Observando diversos hospitais, ele percebe a precariedade das instalações e começa a
chamar atenção para as altas taxas de mortalidade. A partir disto, Tenon propôs uma
série de normas para a organização interna do hospital, como meio de impedir os
contágios: a interdição ao uso de leitos coletivos e a separação dos doentes por
categoria de doença e por gênero. (BADALOTTI e BARBISAN,2015)
Surge o hospital pavilhonar, com o intuito de solucionar a arquitetura ideal. Em 1860,
descobriu a transmissão de germes, onde o trabalho de Louis Pasteur sobre o papel das
bactérias como agente de enfermidades demonstra a necessidade de combater o
contagio e a transmissão de doenças, havendo a separação dos pacientes doentes e dos
primeiros conceitos de esterilização dos utensílios médicos. Dessa forma, a composição
de uma arquitetura, distribuída em pavilhões facilita o desenvolvimento dessas
edificações. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1965; MIQUELIN,1992)
 De acordo com Toledo (2003), “ O hospital pavilhonar foi indiscutivelmente, a
formidável resposta arquitetônica a esses novos saberes, permanecendo até hoje
como alternativa válida. ” 
 O desenvolvimento da anestesia, as práticas de assepsia e a disseminação da profissão
de enfermeira, foi característico da Florence Nightingale¹. Uma enfermeira inglesa que
publicou em 1859 as “Notes on Hospitals”, onde estabelece padrões mínimos para um
bom edifício hospitalar. Indicava o hospital Lariboisière como exemplo e responsabilizava
a falta de iluminação e ventilação, atentava também a superlotação dos hospitais por
área mínima por leito, onde se caracterizava como os maiores problemas hospitalares. 
A enfermeira questionava a "teoria dos miasmas", que responsabilizava o mau cheiro,
gás proveniente da matéria em decomposição (miasma), o causador das doenças.
(SAMPAIO, ; BADALOTTI e BARBISAN, 2015)
33
ARQUITETURA HOSPITALAR
IDADE MODERNA
¹ Trabalhou na guerra da Criméia (1854), prestando atendimento a cerca de 4 mil feridos. Era conhecida
como a "Dama da Lamparina", pois percorria com uma lamparina na mão as enfermarias à noite. Ela
lançou as bases dos modernos serviços de enfermagem, mesmo deconhecendo o conceito de contato por
microrganismo, onde ainda não havia sido descoberto. (MIQUELIN, 1992; SAMPAIO, 2015)
ANTUNES (1989. p. 2)
 
As recomendações de Nightingale ficaram conhecidas como “enfermarias Nightingale”,
salões longos e estreitos, com leitos dispostos perpendicularmente em relação as
paredes perimetrais, janelas altas de ambos lados, para garantir a ventilação cruzada e
iluminação natural, grandes alturas e postos de enfermagem nos centros dos salões.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1965; MIQUELIN, 1992).
Toledo (2003) via que, a enfermeira Florence Nightingale, teve uma contribuição
fundamental, estabelecendo a partir de sua experiência no tratamento de soldados
feridos na Guerra da Criméia as dimensões e layout das chamadas “enfermarias
Nightingale”, que segundo Miquelin (1992), constituíram como um dos elementos mais
importantes e característicos da anatomia do hospital do fim do século XIX.
Com os novos saberes da medicina aos edifícios hospitalares, os arquitetos criaram um
conjunto de barreiras físicas contra a disseminação de infecções hospitalares, onde
algumas estão presentes até hoje nas enfermarias em pavilhão, antecâmaras, vestiários-
barreira, pró-pés e corredores exclusivos. (TOLEDO, 2003)
Para um isolamento maior, os pavilhões passaram a ter mais autonomia, interligados por
um pátio central e a receber um pavimento no subsolo (para serviços técnicos e de apoio)
e um pavimento acima do de internação, para a equipe de pessoal. (BADALOTTI e
BARBISAN, 2015)
ARQUITETURA HOSPITALAR
34
ANTUNES (1989. p. 2)
 
A partir do século XX, o número de hospitais se expandiu consideravelmente, pois deixa
de ser um lugar onde se confinavam os doentes preparando-os para a morte e agora
sendo um edifício complexo abrigando especialidades medicas múltiplas. A população
tinha maior confiança nos espaços de saúde e o modelo pavilhonar vai aos poucos sendo
substituído pelos blocos verticais. Os pacientes passam agora a ficar menos tempo
dentro dos hospitais devido aos novos processos terapêuticos e a evolução das ciências,
mas por consequência uma despreocupação com a humanização. O desenvolvimento
das técnicas de construção também favoreceu a construção dos blocos verticais usando
estruturas metálicas e elevadores aliado ao alto custo que a terra passou a possuir.
(LUKIANTCHUKI, 2008; BADALOTTI e BARBISAN, 2015)
Com o aperfeiçoamento de tecnologia na construção civil, como o emprego das
estruturas metálicas, que surge a nova tipologia hospitalar, o monobloco vertical.
Segundo Miquelin (1992), entre a primeira e a segunda Guerra Mundial, os hospitais de
característica “monobloco vertical” eram “nada mais que um empilhamento de
enfermarias Nightingale, com um elevador ligando todos os andares”.
“A anatomia típica de um monobloco vertical da década de 20 organiza as
funções hospitalares em cinco setores básicos: no subsolo localizam-se os
serviços de apoio [...], no térreo localizam-se os consultórios médicos [...] e as
áreas de raio-x, no primeiro andar há laboratórios e os serviços
administrativos, nos pavimentos intermediários ficam as áreas de internação e
no ultimo o Bloco Operatório. O sótão é usualmente ocupado pelos residentes
médicos e pela enfermagem." 
 MIQUELIN,1992 p. 54
ARQUITETURA HOSPITALAR
35
ANTUNES (1989. p. 2)
 
A tecnologia alcançada no século XX se reflete também na medicina e
consequentemente em sua estrutura física hospitalar. As relações de interior e exterior se
extinguem causando problemas no tratamento psicológico, anteriormente evidenciado
com o contato com a natureza e o exterior. Na segunda metade do século XX e com o
grande nível de especialização médica, os hospitais passam a ser divididos em setores
onde são separadas as atividades especificas como UTIs, pediatria, centros cirúrgicos e
áreas administrativas. (OLIVEIRA, 2012; SAMPAIO, 2015)
36
ARQUITETURA HOSPITALAR
3.2. A ARQUITETURA HOSPITALAR BRASILEIRA
Em meados dos séculosXIX, os hospitais modernos brasileiros surgiram na passagem
do modulo religioso para o modulo pavilhonar, procurando acompanhar as construções
na Europa. A princípio a construção foi regida pelo o modulo em claustro, passando por
uma profunda transformação após o higienismo, com os trabalhos de Louis Pasteur e a
bacteriologia (COSTA,2011).
Brás Cubas em 1543, foi construído em Santos a Casa da Misericórdia, o primeiro
hospital do Brasil. A tipologia do hospital, as Santas Casas da Misericórdia em pouco
tempo se espalhou pelas províncias. Após Santos, foi construído a de Vitória, de Ilhéus,
de Salvador, do Rio de Janeiro e em 1730, a de Ouro Preto. O engenheiro Luís Pucci, em
1884 projetou a Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, de partido pavilhonar,
inspirada no modelo francês do Hospital Lariboisière (SAMPAIO, 2015).
Com a independência e o regime republicano, praticamente não houve iniciativas
governamentais que estabelecessem normas para construção de hospitais. Somente
após a Revolução de 30, houve novas inciativas que tentaram reestruturar os conceitos,
padrões e normas das construções hospitalares. (GOÉS, 2017)
Segundo Toledo (2003), a morfologia arquitetônica pavilhonar foi usada pelos arquitetos
brasileiros e a transferência desse modelo para o monobloco vertical pode ser
vista na obra do engenheiro Luiz Moraes Júnior, primeiro especialista em edifícios
laboratoriais e hospitalares. A fundação Oswaldo Cruz, em Manquinhos, no Rio de
Janeiro, foi construída por Luiz Júnior onde participou das modernizações dos serviços
de saúde pública, adquirindo inovações europeias nas reformas e construção de novos
edifícios. (SAMPAIO, 2017)
ANTUNES (1989. p. 2)
 
A morfologia adotada e mais utilizada pelos arquitetos modernistas brasileiros foi o
monobloco vertical, ou o edifício vertical sobre um bloco horizontal. Exemplos como de
Rino Levi e Roberto Cerqueira César no projeto do Instituto Central do Câncer, em São
Paulo, Oscar Niemeyer e Hélio Uchoa no projeto do Hospital Sul América, no Rio de
Janeiro, Ary Garcia Roza no Hemorio e Souza Aguiar, também no Rio de Janeiro e Jorge
Moreira no Hospital das clinicas de Porto Alegre. (TOLEDO, 2003)
Para Góes (2004), não se deve deixar de lado falando em arquitetura hospitalar, a
experiência do Nordeste. O arquiteto Luiz Nunes, levado do Rio de Janeiro pelo o
governador de Pernambuco Carlos de Lima Cavalcanti², para desenvolver um trabalho de
reestruturação dos edifícios públicos da capital pernambucana. Nunes com ajuda do
médico Josué de Castro³ projetaram e executaram a primeira obra no Brasil dentro dos
princípios de Le Corbusieur: a caixa d’agua de Olinda, em Pernambuco. Em 1934 e 1936,
construiu postos de saúde, o Hospital da Brigada Militar, o leprosário de Mirueira, o
Pavilhão de Óbitos da Faculdade de Medicina, hoje Sede do Instituto de Arquitetos do
Brasil (IAB) de Pernambuco, entre outros. 
 
² Um dos líderes no Nordeste da Revolução de 1930.
³ Sanitaristas Saturnino de Brito e faz parte de uma equipe de sanitaristas cariocas, produzindo trabalhos
também no campo habitacional, educacional, de abastecimentos, saneamento e saúde pública. 
37
ARQUITETURA HOSPITALAR
ANTUNES (1989. p. 2)
 
O Hospital da Brigada Militar de Recife, Nunces adotou o partido do monobloco vertical
ao invés do modelos pavilhonar. É constituído por três blocos, sendo eles, dois
longitudinais de três andares e um transversal de seis andares, onde sua estrutura é feita
totalmente de concreto armado. Ainda em atividade, o hospital tem uma funcionalidade
supreendente até hoje. (SAMPAIO, 2015)
ARQUITETURA HOSPITALAR
Ao se tratar de arquitetura hospitalar brasileira, vale lembrar de um dos maiores
arquitetos dessa área, o Jõao Filgueiras Limas, mais conhecido como Lélé. Foi
um arquiteto brasileiro conhecido pelos projetos desenvolvidos junto à Rede Sarah de
hospitais. A maioria de suas obras encontram-se fora do eixo Rio - São Paulo,
especialmente nos estados da região Nordeste do país e em Brasília, cuja construção
acompanhou. (SAMPAIO, 2015; GÓES, 2017)
De acordo com Toledo (2005), a obra de Lelé, é comparada às edificações hospitalares
do final do século XVIII, onde os enfermos deixam de ser tradados como um indivíduo
que ficava esperando a cura ou a morte em ambientes insalubres. Nessa fase, os
hospitais passaram a adotar a forma pavilhonar, os pátios com jardins internos,
ventilação e iluminação naturais.
38
ANTUNES (1989. p. 2)
 
O progresso tecnológico levou os arquitetos a se preocuparem menos com o bem-estar
do enfermo e da equipe de trabalho, criando espaços sem janelas, no centro do
pavimento, resultando uma malha modular estabelecida e de sistemas de ventilação e
condicionamento artificial de ar eficientes, ao invés de espaços com visualização para o
exterior, jardim, ventilação e iluminação natural. (MARQUES, 2012)
ARQUITETURA HOSPITALAR
A arquitetura hospitalar do Lelé, apropriada ao entorno, ao clima, com soluções como a
renovação constante de ar, a iluminação natural, o controle da insolação, pode ser
esclarecida como uma arquitetura que prioriza o conforto ambiental, havendo
preocupação com a qualidade e o bem-estar de todos os usuários dos seus ambientes
projetados. (SAMPAIO, 2015)
39
ANTUNES (1989. p. 2)
 
40
ARQUITETURA HOSPITALAR
3.3. PRINCIPAIS LEIS E PORTARIAS BRASILEIRAS 
 UTILIZADAS EM PROJETOS HOSPITALARES 
No Brasil, dois órgãos governamentais têm editado as normas que estabelecem diretrizes
para a elaboração dos projetos de ambientes ligados a áreas da saúde, sendo eles: o
Instituo da Previdência Social e mais tarde o Ministério da Saúde.
De acordo com a OMS, os edifícios hospitalares podem ser classificados em três níveis:
NÍVEL 1 - ASSÍSTÊNCIA PRIMÁRIA
As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) sem interação e sem atendimento de
emergência. São postos de saúde centros de saúde para agrupamentos populacionais
maiores, que ajudam os serviços de imunização, primeiros socorros, aplicação de
injeções, curativos, atendimento a gestantes, encaminhamento a unidade de apoio.
NÍVEL 2 - ASSÍSTÊNCIA SECUNDÁRIAI
Hospitais gerais distritais com interação, com atendimento de emergência, com as quatro
especialidades básicas: pediatria, obstetrícia, clinica medica e clinica cirúrgica. Pode
haver hospitais especializados. São os ambulatórios gerais, unidades mistas (ações
ambulatoriais nas quatro clinicas e internação), hospitais regionais, de 50 a 150 leitos,
com atendimento a urgências e emergências, internação nas quatro especialidades,
equipamentos de diagnósticos, laboratório de patologia clínica, centro cirúrgico
independente do centro obstétrico e UTI de até seis leitos.
NÍVEL 3 - ASSÍSTÊNCI TERCIÁRIA
Hospitais de base com internação, com atendimento de emergência e com todas as
especialidades de cirurgia. São os hospitais de base ou de referência, de 151 a 200
leitos, geralmente localizados em grandes centros urbanos. Complexo sistema de
emergência, apoio a diagnostico, tratamento e internação, UTI/CTI de 18 a 24 leitos.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
41
ARQUITETURA HOSPITALAR
A Previdência Social através da RESOLUÇÃO no. 300/DNPS, na década de 60, instituiu,
de acordo com Lamb (200), um sistema de classificação hospitalar que despertou a
necessidade dos hospitais se adequarem a um mínimo de exigência com relação à planta
física, equipamentos, organização e pessoal técnico.
Dia 17 de julho de 1975, o Ministério da Saúde com o intuito de reorganizar as normas
para a edificação hospitalar, através da LEI no. 6.229, e em 26 de dezembro de 1975 foi
criada a PORTARIA no.517/BSB, onde resolveu constituir um grupo de trabalho para
estudar, revisar e reformular as publicações referentes a construção hospitalares.
Pela formação do grupo de trabalho, resultou o DECRETO no. 76.973 de 31 de
dezembro de 1975, onde usada sobre normas e padrões para prédios destinados a
serviço de saúde, credenciação e contratos, dando capacidade às Secretarias da Saúde
ou órgão equivalentes dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios para a
aprovaçãodos projetos e autorização de funcionamento, dentro das normas e padrões
estabelecidos na Lei e também às Secretarias de Obras ou equivalentes dos Estados,
Distrito Federal, Territórios e Municípios para o licenciamento para a construção e
aprovação.
Esse decreto determinava conceitos, definições, localização adequada, áreas de
circulação, área total construída, acomodação de pacientes, detalhes sobre os materiais
e seus tipos, sistemas de segurança de acidentes e emergência, instalação para destino
de dejetos e pormenores, de acordo com casos específicos.
 Foi esclarecido neste decreto, que os serviços de saúde ou unidades de saúde seriam
os hospitais, os postos ou casas de saúde, os consultórios, as clinicas em geral, as
unidades médico-sanitárias e outros estabelecimentos afins ou locais onde se
exercessem atividades de diagnóstico e tratamento, visando a promoção, proteção e
recuperação da saúde.
Em 11 de fevereiro de 1977, a PORTARIA 30/BSB aprovou os conceitos, definições e
determinações do Decreto 76.973 feito em 31 de dezembro de 1975, e recomendou
providencias para a sua publicação no território nacional.
Finalmente em 06 de dezembro de 1977, a PORTARIA 400/BSB aprovou as normas e
padrões sobre construções e instalações de serviços de saúde.
Em 15 de fevereiro de 1979 a PORTARIA 61/BSB alterou a PORTARIA 400/BSB,
passando o termo Posto de Assistência Medica a se referir aos estabelecimentos de
saúde destinados à assistência médica ambulatorial.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
42
ARQUITETURA HOSPITALAR
De acordo com Góes (2004) em 11 de janeiro de 1980, a Comissão Interministerial de
Planejamento e Coordenação (CIPLAN) aprovou a RESOLUÇÃO CIPLAN 03, que
estabelecia normas para a adequação e expansão da rede de atenção à saúde e definia
as categorias de atendimento à saúde, classificando em três níveis, o primário,
secundário e o terciário.
O Ministério da Saúde publicou em 11 de novembro de 1994 a PORTARIA 1.884/GM, um
documento que determinava as normas destinadas ao exame e aprovação dos projetos
físicos de Estabelecimentos Assistências de Saúde (EAS) de construções novas,
ampliação e reformas de estabelecimentos já existentes, seja no contexto público ou
privado. Ele revogou a PORTARIA 400 de 06 de dezembro de 1977.
Depois da aprovação do documento, ele passou a ser o instrumento utilizado pelas
Secretarias Estaduais/Municipais na elaboração e análise de projetos de
estabelecimentos assistenciais de saúde a serem construídos, ampliados ou reformados.
De acordo com a PORTARIA 1.884, de 11 de novembro de 1994, o estabelecimento
assistencial de saúde é a denominação dada a qualquer edificação destinada à
prestação de assistência à saúde à população, que demande o acesso de pacientes, em
regime de internação ou não, podendo ser qualquer nível de complexidade.
A PORTARIA 674 em 31 de dezembro de 1997, tem como finalidade a revisão da
PORTARIA DE 1.884, onde a Secretaria da Vigilância Sanitária submeteu-a consulta
pública através da PORTARIA 674, que permaneceu por quatro anos, sendo discutida
em congressos, seminários, reuniões, com o objetivo de ter o maior número de
participações e colaborações
Em 21 de fevereiro de 2002, foi aprovada a Resolução da Diretoria Colegiada número
50, a RDC n.50 – Regulamento técnico para planejamento, programação elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, pela Agencia
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, documento que
aprova o Regulamento Técnico voltado ao planejamento, elaboração, avaliação e
aprovação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistências de Saúde (EAS), de
construções novas, ampliações e reformas de estabelecimentos de saúde já existentes e
os anteriormente não destinados a saúde. Nessa PORTARIA, a ANVISA passa a ser
responsável pela cooperação técnica e orientação as secretarias estaduais e municipais
de saúde para o cumprimento do regulamento técnico.
A PORTARIA número 1.884, ouve algumas alterações, o regulamento da RDC no. 50 é
divido em três partes:
ANTUNES (1989. p. 2)
 
43
ARQUITETURA HOSPITALAR
É apresentado um programa de necessidades onde apresenta uma elaboração de
projetos de estabelecimentos de saúde, sendo divido em vários setores, entre eles:
Elaboração de projetos físicos; terminologia, etapas de projeto; responsabilidades,
apresentação de desenhos e documentos; tipos e siglas adotadas; avaliação de projetos.
1) PROJETO DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAS DE SAÚDE: 
São dadas as atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos de EAS para a
utilização dos projetos pretendidos. Essa parte é sempre passível de modificação, porque
sempre será possível o surgimento e transformação das atividades ou até mesmo das
atribuições.
2) PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DOS ESTABELECIMENTOS 
 ASSISTÊNCIAS DE SAÚDE: 
Essa parte é subdividida. A primeira, ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL, estão
relacionadas com as atividades que são primarias ou que caracterizam os ambientes em
diferentes estabelecimentos de saúde. As atribuições, em número de oito, se desenrolam
em atividades e subatividades conforme o diagrama:
ATRIBUIÇÕES: 
1) PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO EM REGIME AMBULATORIAL E HOSPITAL-DIA: 
Atenção à saúde incluindo atividades de promoção, prevenção, vigilância à saúde da
comunidade e atendimento a pacientes externos de forma programada e continuada,
tendo como principais atividades: imunizações, primeiros atendimentos, controle de
doenças, visitas domiciliares, realização de campanhas e palestras, orientação nas ações
em saneamento básico, recepção, registro e agendamento de consultas, realização de
procedimentos médicos e odontológicos de pequeno porte sob anestesia local, realização
de alguns procedimentos diagnósticos, terapêuticos, e outros.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
44
ARQUITETURA HOSPITALAR
2) PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO IMEDIATO DE ASSISTÊNCIAS À SAÚDE: 
Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde - atendimento a pacientes
externos em situações de sofrimento, sem risco de vida (urgência) ou com risco de vida
(emergência), tendo como principais atividades: prestar o primeiro atendimento, fazer a
higienização do paciente, realizar procedimentos de enfermagem, realizar atendimentos e
procedimentos de urgência e de emergência, prestar apoio diagnostico e terapêutico por
24 horas, fornece refeição para o paciente.
3) PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO EM REGIME DE INTERNAÇÃO: 
Prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação- atendimento
a pacientes que necessitam de assistência direta programada por período superior a 24
horas (pacientes internos). As atividades são separadas em atividade para pacientes
adultos e infantis, para recém-nascidos até 28 dias, para pacientes em regime de terapia
intensiva e para queimados em regime intensivo.
4) PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO E TERAPIA: 
Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia- atendimento a pacientes
internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do
estado da saúde (contato direto). As atividades são separadas em patologia clínica,
imagenologia, métodos gráficos, anatomia patológica e citopatologia, desenvolvimento de
atividades de medicina nuclear, realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos,
realização de partos normais, cirúrgicos e intercorrências obstétricas, desenvolvimento de
atividades de reabilitação em pacientes externos e internos, desenvolvimento de
atividades hemoterápicas e hematológicas, desenvolvimento e atividades de radioterapia,
desenvolvimento de atividade de quimioterapia, desenvolvimento de atividades de diálise,
desenvolvimento de atividades relacionadas ao leite humano e desenvolvimento de
atividade de oxigenoterapia hiperbárica (OHB).
5) PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO TÉCNICO: 
Prestação de serviços de apoio técnico- atendimento direto a assistência à saúde em
funções de apoio (contato indireto), tendo como principais atividades: proporcionar
condiçõesde assistências alimentar a indivíduos enfermos e sadios (públicos visitante),
proporcionar assistência farmacêutica e proporcionar condições de esterilização de
material médico, de enfermagem, laboratorial, cirúrgico e roupas.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
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ARQUITETURA HOSPITALAR
6) FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS E DE PESQUISA: 
Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa- atendimento direta ou
indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em funções de ensino e
pesquisa, tendo como principais atividades: promover treinamento em serviço dos
funcionários, promover o ensino técnico, de graduação e de pós-graduação e promover o
desenvolvimento de pesquisas na área de saúde.
7) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO À GESTÃO E EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA: 
Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa- atendimento ao
estabelecimento em funções administrativas, tendo como principais atividades: realizar os
serviços administrativos do estabelecimento, realizar os serviços de planejamento clinico,
de enfermagem e técnico e realizar serviços de documentação e informação em saúde.
8) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO LOGÍSTICO: 
Prestação de serviços de apoio logístico - atendimento ao estabelecimento em funções
de suporte operacional, tendo como principais atividades: proporcionar condições de
lavagem das roupas usadas, executar serviços de armazenagem de materiais e
equipamentos, proporcionar condições técnicas para revelação, impressão e guarda de
chapas e filmes, executar a manutenção do estabelecimento, proporcionar condições de
guarda, conservação, velório e retirada de cadáveres, proporcionar condições de conforto
e higiene aos pacientes, doadores, funcionários e público, zelar pela limpeza e higiene do
edifício, instalações e áreas externas de materiais e instrumentais e equipamentos
assistenciais, bem como pelo gerenciamento de resíduos sólidos, proporcionar condições
de segurança e vigilância do edifício, instalações e áreas externas e proporcionar
condições de infraestrutura predial.
Percebe-se que as quatro primeiras atribuições são consideradas atribuições fim, que
constituem funções ligadas diretamente à atenção e assistência à saúde. As quatro
ultimas são consideradas atribuições meio pois são necessárias para o desenvolvimento
das primeiras ou de si próprias.
De acordo com a segunda parte, DIMENSIONAMENTO, QUANTIFICAÇÃO E
INSTALAÇÕES PREDIAIS DOS AMBIENTES, da Programação Físico-Funcional dos
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, é abordado os aspectos espaciais
relacionados com as diferentes atribuições e atividades, a partir de uma listagem de
ambientes reunidos por grupo de atividades.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
46
ARQUITETURA HOSPITALAR
As tabelas contidas no documento permitem a elaboração de programas arquitetônicos
diversos, sendo eles: atendimento ambulatorial; atendimento imediato; internação; apoio
ao diagnóstico e terapia; apoio técnico; ensino e pesquisa; apoio administrativo; apoio
logístico. Neles não são mais estabelecidos parâmetros como m² / leito para o
dimensionamento dos estabelecimentos de saúde, como ocorria na PORTARIA no. 400.
O dimensionamento do ambiente é dado em função do equipamento ou população
presentes, sendo considerado o mínimo necessário para aquele ambiente.
São apresentadas variáveis como circulações, condições ambientais de conforto e de
controle de infecções, instalações prediais ordinárias e especiais e condições de
segurança contra incêndio, nas diferentes fases do projeto: estudo preliminar, projeto
básico e/ou projeto executivo.
Serão citados os tópicos da norma relacionados com conforto ambiental e os
relacionados com a qualidades dos EAS, no que se refere ao bem-estar dos pacientes:
3. Critérios para projetos de estabelecimentos assistenciais de saúde: 
os itens 4.1. Acessos, 4.2. Estacionamentos e as considerações mais importantes dos
itens 4.3. e 4.4. Circulações horizontais e verticais, do Capítulo. 
4. Circulações externas e internas: 
do capitulo 5. CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONFORTO, os itens 5.1. Conforto
higrotérmico e qualidade do ar, 5.2. Conforto acústico e 5.3. Conforto luminoso a partir de
fonte natural.
as principais orientações de projeto para evitar infecções, do Capítulo.
6. Condições ambientais de controle de infecção: 
e as diretrizes básicas para iluminação artificial, tomadas, sinalizações e pisos condutivos
do item 7.2. Instalações elétricas e eletrônicas, e as preocupações básicas com ar
condicionado e ventilação do item 7.5. Instalação de climatização, do Capitulo 7.
INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINARIAS E ESPECIAIS.
Em relação aos acessos que serão feitos nos hospitais, como estacionamentos e
circulações horizontais e verticais devem estar de acordo com a ABNT NBR 9050 –
Acessibilidade a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
47
ARQUITETURA HOSPITALAR
De acordo com os Estabelecimentos Assistências de Saúde (EAS), os acessos dizem a
respeito à circulação de pessoas, usuários e materiais, sendo eles: paciente externo
ambulante ou transportado, acompanhante ou doador; paciente a ser internado
ambulantes, transportado e acompanhante; cadáver, acompanhante e visitas
relacionadas a esse; funcionário e aluno, vendedor, fornecedor, prestador de serviços e
outros; suprimentos e resíduos.
Devem estar de acordo com a ABNT NBR 9050, onde fala sobre as vagas para
portadores de deficiências e facilidades de embarque e desembarque. Quanto ao número
geral de vagas, se não houver nada com relação a esse assunto no código de obras
local, deve ser obedecida a área mínima de 12 m² ou uma vaga para cada quatro leitos.
ESTACIONAMENTOS: 
Devem conter corrimãos ao menos em uma parede lateral, tendo medidas a 0,80 m a
0,92 m de altura a partir do piso e deve ter suas extremidades finalizadas em curva. A
largura, para corredores maiores de 11 m, para a circulação de pacientes em cadeiras de
rodas, macas ou camas, para unidades de emergência e urgência, centro cirúrgico e
obstétrico, deve ser de 2 m e 1,2 m para os outros. Caso haja bebedouros, telefones
públicos ou extintores de incêndio, esses não podem reduzir a largura mínima
estabelecida.
CORREDORES: 
Devem conter as dimensões mínimas de 0,80 m x 2,10 m, até mesmo os do banheiro.
Para acesso de camas ou macas a largura deve ser 1,10 m e para acesso a salas de
exame e terapia a largura deve ser 1,20 m. As portas de banheiros e sanitários de
pacientes devem ter abertura para fora ou permitirem a sua retirada por fora caso haja
algum problema. Portas de sala cirúrgicas, parto, quartos de isolamento e quartos ou
enfermarias de pediatria devem possuir visores. As maçanetas das portas devem ser do
tipo alavanca ou similares.
PORTAS: 
De acordo com a norma é dispensado EAS de até dois pavimentos (inferior ou superior)
de elevador ou rampa podendo a movimentação de pacientes ser feita através de
escadas com equipamentos portáteis ou plataforma mecânica tipo plano inclinado. No
entanto se o EAS de até dois pavimentos oferecer atividades de internação, cirurgias não
ambulatoriais, parto-cirúrgico e procedimentos médicos com anestesia geral em
pavimento diferente do de acesso exterior, deve possuir elevador de transporte de
pacientes em macas ou rampa.
CIRCULAÇÃO VERTICAL:
ANTUNES (1989. p. 2)
 
48
ARQUITETURA HOSPITALAR
Ao tratar de escadas o projeto deve seguir os critérios do código de obras local além de
outras exigências legais. As utilizadas por pacientes devem ter uma largura mínima de
1,50 m – 1,20 m as outras, possuindo corrimão na altura de 0,80 m a 0,92 m do piso com
as extremidades finalizadas em curva; em unidades de internação, a distância da escada
à ultima porta do quarto ou enfermaria deve ser inferior a 35 m; o piso do degrau deve ser
revestido de material antiderrapante e o espelho não ser vazado; a relação da altura e
largura do degrau deve ser:
Se o EAS for localizado em edificação de multiuso, com mais de dois pavimentos e que
exerça suas atividades em umpavimento diferente do de acesso exterior, deve ter
elevador, podendo esse ser do tipo transporte de paciente em maca ou não. Entretanto,
se houver atividades de internação, cirurgias não ambulatoriais, parto-cirúrgico e
procedimentos médicos com anestesia geral em pavimento diferente do de acesso
exterior, deve possuir elevador de transporte de paciente em macas.
As rampas podem ser utilizadas como único meio de circulação vertical quando forem
para vencer no máximo dois pavimentos, do térreo ao segundo ou do oitavo ao decimo
por exemplo. O uso de elevador para pacientes possui número de lances livres. Quando
for de uso excluído de serviços e não houver elevador, acredita que o vencimento de
mais um pavimento além dos dois previstos anteriormente. As dimensões da rampa
devem possuir a largura mínima de 1,50 m, podendo ter 1,20 m se for só para
funcionários e serviços; patamares de largura mínima 1,20 m devem ser pensados
quando houver mudanças de direção da rampa. As rampas devem ter pisos não
escorregadios, corrimãos e guarda-corpos; não pode haver abertura de portas sobre as
rampas; o pé-direito não deve ser inferior a 2 m em nenhum ponto da rampa.
Se tiver mais de dois pavimentos, deve possuir elevador ou rampa. Caso haja atividades
de internação, cirurgias não ambulatoriais, parto-cirúrgico e procedimentos médicos com
anestesia geral em pavimento diferente do de acesso exterior, deve possuir elevador de
transporte de paciente em macas.
Caso o EAS tiver mais de três pavimentos é necessário o uso de elevadores, caso
contrário os usos das rampas podem ser substituídos.
ESCADAS:
Sabendo que não deve ultrapassar 0,185 m de altura, nem ter menos do que 0,26 m de
profundidade; a escada não deve ter os degraus em forma de leque e nem possuir o
patamar ultrapassando o espelho; a altura máxima de lance da escada sem patamar
deve ser de 2 m; não pode haver instalação de elevador ou monta-carga no vão da
escada e deve haver a sinalização “SAÍDA” indicando o pavimento que essa se encontra.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
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ARQUITETURA HOSPITALAR
De acordo com o capitulo 8. CONDIÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO, elas
podem ser protegidas, onde as escadas possuem ventilação com paredes e portas
resistentes ao fogo, enclausuradas, que são as que tem paredes e porta corta-fogo ou à
prova de fumaça que são as escadas que possuem uma antecâmara a prova de fumaça
com duto de ventilação. Os lances das escadas devem ser retos com número de degraus
constantes, os patamares devem permitir o giro de maca e as escadas devem ter
corrimãos nos dois lados.
ESCADAS DE INCÊNDIO:
A ABNT NBR 14712 – Elevadores elétricos – elevadores de carga,monta-cargas e
elevadores de maca; Requisitos de segurança para projeto, fabricação e instalação e
NBR NM-207 – Elevadores elétricos de passageiros; Requisitos de segurança para
construção e instalação. As dimensões internas mínimas de cabine do elevador para
transporte de pacientes devem ser 2,10 m x 1,30 m. Os comandos internos e externos
devem estar a uma altura máxima de 1,30 m do piso. Deve estar dotado de nivelamento
automático e dispositivo que ajuda a interrupção da chamada de andares permitindo
levar diretamente o paciente ao andar desejado.
ELEVADORES:
Referente ao capitulo 5. CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONFORTO, a norma considera
amplo pelos sistemas de controle ambiental as dimensões dentro do solo, ou seja, as que
consideram o edifício na sua finalidade de satisfazer as condições de salubridade,
eliminando as variáveis externas, e as dimensões de cima do solo, que são as que
consideram as alterações das condições climáticas naturais pelas construções. Nas
dimensões endógenas são recomendadas algumas normas técnicas e de higiene e
segurança do trabalho e nas exógenas são lembrados alguns instrumentos legais como
os códigos de obras e posturas municipais e as normas urbanísticas, ambientais e de
saneamento no campo federal.
 
CONFORTO AMBIENTAL:
De acordo com os códigos de obras locais, todos os EAS devem respeitar o conforto
hidrotérmico (Conforto em relação à umidade relativa e temperatura do ar),
recomendando a localização do terreno. Importante lembrar que nenhuma janela de
ambiente e de uso prolongado (uso de mais de quatro horas) deva ter um afastamento
menos do que 3,0 m em relação a qualquer edificação, podendo ter nos outros ambientes
um afastamento chegando a 1,50 m, exceto banheiros, sanitários, vestiários, depósitos
de material de limpeza, que podem ser ventilados por poços de ventilação ou similares.
Se tratando do conforto higrotérmico, foi feita uma diferenciação na norma entre os
sistemas de controle das condições ambientais e de qualidade de ar, sendo elas:
 
CONFORTO HIGROTÉRMICO E QUALIDADE DO AR: 
ANTUNES (1989. p. 2)
 
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ARQUITETURA HOSPITALAR
os ambientes que não requerem sistemas especiais de controle das condições
ambientais higrotérmicas nem de qualidade de ar, a norma recomenda seguir o código de
obras local;
os ambientes que não requerem sistemas especiais de controle das condições
ambientais hidrotérmicas, porem requerem sistemas espaciais de controle do ar por
exigirem níveis maiores de assepsia, a norma diz para seguir as especificações indicadas
no item 7.5. Instalação de climatização, do Capitulo 7. INSTALAÇÕES PREDIAIS
ORDINÁRIAS E ESPECIAIS;
os ambientes que não requerem sistemas especiais de controle das condições
ambientais higrotérmicas, porem requerem sistemas espaciais de controle do ar pelas
atividades ali desenvolvidas produzirem odoresou poluírem o ar , apesar de não
necessitarem de condições especiais de temperatura e umidade, necessitam de exaustão
mecânica e devem também seguir as especificações indicadas no item 7.5. Instalação de
climatização, do capitulo 7. INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS E ESPECIAIS;
os ambientes que requerem sistemas especiais de controle das condições ambientais
higrotérmicas e também de controle de qualidade de ar, em função do tempo de
permanência dos pacientes nos ambientes, como as salas de observação do
atendimento imediato, e os quartos, enfermarias e áreas de recreação da internação
geral, devem buscas as melhores condições de temperatura, umidade e qualidade do ar,
através da ventilação e exaustão diretas;
os ambientes que requerem sistemas especiais de controle das condições ambientais
higrotérmicas e também de controle de qualidade de ar, em função das características
particulares dos equipamentos que abrigam, exigindo condições especiais de
temperatura, umidade e qualidade do ar, demandam climatização artificial e necessitam
de exaustão mecânica, devendo seguir as especificações indicadas no item 7.5.
Instalação de climatização, do capítulo 7. INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS E
ESPECIAIS;
os ambientes que requerem sistemas especiais de controle das condições ambientais
higrotérmicas e também de controle de qualidade de ar, em função das características
particulares dos equipamentos que abrigam e das atividades ali desenvolvidas, exigem
condições especiais de temperatura, umidade e qualidade do ar, pois abrigam
equipamentos e atividades geradoras de calor, demandando ventilação direta associada
à exaustão mecânica, devendo também seguir as especificações indicadas no item 7.5.
Instalação de climatização, do capítulo 7. INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS
E ESPECIAIS e o código de obras local.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
51
ARQUITETURA HOSPITALAR
os ambientes que não demandam especiais de controle das condições acústicas, por não
necessitarem barreiras nem isolamento especial, a norma diz que devem seguir o código
de obras local;
os ambientes que exigem sistemas especiais de controle das condições ambientais
acústicas por abrigarem grupos populacionais que necessitam dos menores níveis de
ruído possíveis, apesar de não produzirem níveis de ruído em grau elevado, necessitam
de condições especiais como isolamento sonoro especial.
os ambientes que exigem sistemas especiais de controle das condições ambientais
acústicas por abrigarem atividades e equipamentos geradores de altos níveisde ruído e
os grupos populacionais que os frequentam necessitarem dos menores níveis de ruído
possíveis, exigem condições especiais de níveis de ruído e por produzirem em grau
elevado, necessitam de barreiras acústicas que garantam a não interferência desses
ruídos em outros ambientes. São os atendimentos de emergência e urgência e na
ultrassonografia, a litotripsia extracorpórea.
os ambientes que exigem sistemas especiais de controle das condições ambientais
acústicas por abrigarem atividades e equipamentos geradores de níveis de ruído muito
altos e necessitarem de serem isolados como fonte, apesar não necessitarem de
condições especiais de níveis de ruído, mas por produzirem em grau elevado,
necessitam de barreiras acústicas em relação aos demais ambientes. É a área de
produção da nutrição e dietética, a litotripsia extracorpórea, a área de lavagem e
centrifugação de roupas, as oficinas de manutenção, sala de geradores, casa de
bombas, área para ar comprimido e salas para equipamentos de ar condicionado.
CONFORTO ACÚSTICO: 
Ao se tratar de conforto acústico a ABNT NBR 10151- Níveis de ruído para conforto
acústico e a NBR 12179 – Tratamento acústico em recintos fechados. Essas normas
estão sendo atualizadas e em breve devem ser publicadas pela ABNT.
De acordo com as características do grupo populacional, o tipo de atividades ou os
equipamentos neles utilizados a norma recomenda diferentes exigências de controle
acústico, sendo eles:
ANTUNES (1989. p. 2)
 
52
ARQUITETURA HOSPITALAR
os ambientes que não exigem sistemas especiais de controle das condições ambientais
luminosas, que são aqueles que não necessitam de condições especiais de iluminação,
nem de luz natural direta nem de luz artificial especial, a norma diz para observar o
código de obras local;
os ambientes que exigem sistemas de controle natural das condições ambientais
luminosa, que são as unidades que pedem condições especiais de iluminação como as
salas de observação do atendimento imediato, os quartos e enfermarias de internação
geral.
No capítulo 6. CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONTROLE DE INFECÇÃO, são
apresentadas características ambientais que possam auxiliar nas estratégias contra a
transmissão e infecções adquiridas. As precauções vão desde recomendações para a
localização dos estabelecimentos de saúde, que deve ser afastada de lixo, industrias
ruidosas ou poluentes, as recomendações sobre circulações, referente a norma, não tem
necessidade se ser exclusivas para elementos sujos e limpos, mesmo naqueles
ambientes destinados a realização de procedimentos cirúrgicos, pois a melhor prevenção
é tratar os elementos contaminantes na fonte.
CONFORTO LUMINOSO A PARTIR DE FONTE NATURAL: 
A norma que deve ser seguida por todos os EAS é a norma da ABNT NBR 5413- Níveis
de iluminância de interiores.
De acordo com as características do grupo populacional, o tipo de atividades ou os
equipamentos neles utilizados a norma recomenda diferentes exigências de controle das
condições de conforto luminoso, sendo eles:
LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO: 
Pela a preocupação da facilidade de limpeza e higienização das paredes, os pisos e os
tetos de áreas críticas e semicríticas, devem ser de materiais resistentes à lavagem e ao
uso de desinfetantes, ser de superfícies preferencialmente monolíticas e de índice de
absorção de água não superior a 4%. 
 
Os rodapés devem ser colocados de uma forma que haja o acesso completo para
limpeza, da sua junção com o piso e da sua união com a parede, sem deixar ressalto
para acumulo de poeira. Os arredondados são mais difíceis de executar e não ajudam na
limpeza. O ideal é que eles sejam inseridos nas paredes.
Em relação aos tetos, em ambientes de áreas críticas devem ser contínuos sendo
proibidos os forros falsos removíveis por poderem interferir na assepsia do local. As
entradas de ar externas devem ser posicionadas o mais alto possível em relação ao nível
do piso e devem ficar afastadas das saídas de ar dos incineradores e das chaminés das
caldeiras.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
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ARQUITETURA HOSPITALAR
Iluminação geral em posição que não incomode o paciente deitado;
Iluminação de cabeceira de leito na parede (arandela) para leitura;
Iluminação de exame no leito, com lâmpada fluorescente ou através de
aparelho ligado à tomada junto ao leito;
Iluminação de vigília na parede (a 50 cm do piso);
De acordo com a ABNT NBR 13700 – Áreas limpas; Classificação e controle de
contaminação, deve ser adotada como complementar a essa norma.
Em relação ao Capitulo 7. INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS ESPECIAIS, é
importante falar sobre os subitens de iluminação e tomadas, do item 7.2. Instalações
elétricas e eletrônicas e os subitens 7.5.1. Ar condicionado, 7.5.2. Ventilação e 7.5.2.1.
Exaustão do item 7.5. Instalação de climatização.
Em relação aos consultórios e salas para exame clínicos e recomendação é para que
haja iluminação que não altere a cor do paciente.
INSTALÇÕES: 
É necessário que sejam utilizadas como complementação as normas ABNT NBR 5413-
Iluminância de interiores e a ABNT NBR 13534 – Instalações de elétrica
em estabelecimentos assistenciais de saúde; Requisitos de segurança, sem considerar a
tabela Classificação de locais.
A RDC 50 recomenda quatro tipos de iluminação para os quartos enfermaria da Unidade
de Internação Geral, sendo eles:
Quando ao quarto e área coletiva da Unidade de Internação Intensiva são quatro os tipos
de iluminação recomendados:
Iluminação geral em posição que não incomode o paciente deitado;
Iluminação de cabeceira de leito na parede (arandela);
Iluminação de exame no leito com lâmpadas fluorescente no teto e/ou
arandela;
Iluminação de vigília nas paredes (a 50 cm do piso) inclusive banheiros;
Quanto à sala de cirurgia deve haver: 
Além da iluminação geral de teto com lâmpada fluorescente, iluminação direta
com foco cirúrgico. 
Quando é falado de tomadas, é recomendado que na enfermaria da unidade de
internação geral e nos berçários de sadios haja uma tomada para equipamentos
biométricos por leito isolado ou a cada dois leitos adjacentes, além de acesso a tomada
para aparelho transportável de raios X distante no máximo de 15 m de cada leito. Essa
tomada pode estar no próprio quarto ou na enfermaria ou no corredor da unidade.
ANTUNES (1989. p. 2)
 
54
ARQUITETURA HOSPITALAR
De acordo com a ABNT NBR 6401 – Instalações centrais de ar-condicionado para
conforto: Parâmetros básicos de projeto, que estabelece valores recomendáveis de
temperatura, umidade, velocidade e taxa de renovação do ar e de grau de pureza do ar
para utilização em projetos, onde os setores que exigem condicionamento ambiental para
os fins de conforto, como as salas administrativas, quartos de internação, etc., são
seguidas por essa norma.
Os ambientes que exigem assepsiam e conforto, como as salas de cirurgias, UTI,
berçário, nutrição parental, etc., a norma recomenda que devam atender as exigências da
norma da ABNT NBR 7256 – Tratamento de ar em unidades medico-assistenciais,
devendo ser prestada especial atenção nos sistemas de filtragens, trocas de ar, etc. De
acordo com a PORTARIA MS no. 3.523/98 e a RESOLUÇÂO RE no. 9 que recomendam
que os equipamentos de ar condicionado de janela e minisplits não podem ser instalados
em centros cirúrgicos, pois estes equipamentos não possibilitam a renovação de ar e a
manutenção dos níveis de pressão necessários para uma boa qualidade do ar interior.
Nestes locais o sistema de climatização deve fornecer condições de controle da
temperatura entre 18ºC a 22ºC e umidade relativa entre 45% e 55%, além de possibilitar
insuflamento de ar exterior e 25 trocas totais de ar, além disso, devem possuir fluxo
unidirecional de ar.
Existem outras portarias e resoluções que não citadas, devem ser consultadas na
ocasião da elaboração de projetos de unidade de saúde. As principais e relacionadas
com a questão de adequação ambiental e a qualidade e conforto dos ambientes
hospitalares são:
PORTARIA no. 3.523/GM de 28 de agosto de 1998- Regulamento técnico com
medidas referentesaos procedimentos de limpeza e manutenção dos sistemas de
climatização, para a garantia da qualidade do ar e a prevenção de riscos à saúde dos
ocupantes dos ambientes climatizados;
RESOLUÇÃO– RE no. 9 de 16 de janeiro de 2003 – Orientação técnica sobre
padrões referenciais de qualidade do ar interior em ambientes climatizados
artificialmente de uso público e coletivo. Atualiza a RE no. 176 de 24 de outubro de
2000;
ABNT NBR no. 7256/82 – Exigências básicas para condições de ar ambiental em
instalações de ar condicionado e ventilação para unidades médico-assistenciais;
PORTARIA no. 466 de 04 de junho de 1998 – Proposta de Portaria que estabelece
Regulamento Técnico para funcionamento dos Serviços de Tratamentos Intensivo e
seus respectivos anexos;
ANTUNES (1989. p. 2)
 
55
ARQUITETURA HOSPITALAR
PORTARIA no. 3.432 de 12 de agosto de 1998 – Estabelece critérios de classificação
para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI;
A ABNT editou recentemente algumas normas com relação a desempenho térmico e
iluminação natural: ABNT NBR 15220-1 – Desemprenho térmico de edificações;
Definições, símbolos e unidades, ABNT NBR- 15220-2 – Desempenho térmico de
edificações; Métodos de cálculo de transmitância térmica, da capacidade térmica, do
atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações, ABNT NBR
15220-3 – Desempenho térmico de edificações; Zoneamento bioclimatico brasileiro e
diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social, ABNT NBR
15220-4 – Desempenho térmico de edificações; Medição da resistência térmica e da
condutividade térmica pelo princípio da placa quente protegida e ABNT NBR 15220-5 –
Desempenho térmico de edificações; Medição da resistência térmica e da condutividade
térmica pelo método fluximetrico e ABNT NBR 15215-1 – Iluminação natural; conceitos
básicos e definições, ABNT NBR 15215-2 – Iluminação natural; Procedimentos de
cálculo para a estimativa de disponibilidade de luz natural, ABNT NBR 15215-3 –
Iluminação natural; Procedimento de cálculo para a determinação da iluminação natural
em ambientes internos e ABNT NBR 15215-4 – Iluminação natural; Verificação
experimental das condições de iluminação interna de edificações; Método de medição.
PORTARIA INTERMINISTERIAL no. 482- de 16 de abril de 1999 – Procedimentos de
instalações de Unidade de Esterilização por óxido de etileno e de suas misturas e seu
uso;
PORTARIA no. 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998 – Prevenção e controle das
infecções hospitalares.
RESOLUÇÃO RDC no. 306 de 07 de dezembro de 2004, que revoga a RDC no. 33
de 25 defevereiro de 2003 e RESOLUÇÃO do CONAMA 283 de 12 de julho 2001 – a
respeito do gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde, passando aos
estabelecimentos de saúde a responsabilidade pelos resíduos gerados, não mais a
instancia municipal, como era antes da publicação da RDC no. 306.
CONFORTO 
AMBIENTAL 
4
4. CONFORTO AMBIENTAL
Quando pensamos em conforto ambiental em um projeto, logo associamos as pessoas
que ali estarão vivendo, constituindo a humanização do ambiente como um todo. Em um
local onde a procura é a cura, o usuário que por muitas vezes encontra-se alocado em
um quarto, por muitas vezes em isolamento, gerando sensações que se descrevem
como: expectativa de melhora, ansiedade, desconfiança, insegurança, desanimo, tristeza
e medo. (ALVES, FIGUEIREDO, SÁNCHEZ, 2018)
Muitos arquitetos não se preocupam com o paciente na hora de projetar um ambiente
hospitalar, tornando um espaço sem dignidade para os usuários que ali estarão em
busca de melhora. Ao analisar o clima, insolação, topografia e a parte ambiental,
podemos oferecer o melhor para os usuários dentro do projeto com pequenas
intervenções ao se projetar, fazendo com que os pacientes comecem a mudar as
sensações que antes era oferecido, como: tranquilidade, esperança, conforto,
acolhimento, confiança e familiaridade. . (ALVES, FIGUEIREDO, SÁNCHEZ, 2018)
Nos ambientes hospitalares, o espaço bem projetado e humanizado é parte da
terapêutica do paciente. A organização do espaço interfere na melhoria do paciente,
muitos deles apresentam quadros de ansiedade, colocando em um quarto sem interação
com o meio externo pode haver certas complicações no quadro do paciente. Com uma
intervenção arquitetônica o paciente pode apresentar a melhoria mais rápida,
promovendo a qualidade de vida do paciente. (ALVES, FIGUEIREDO, SÁNCHEZ, 2018)
Existem alguns pontos onde a arquitetura se mostra, como: organização espacial
adequada; funcionalidade; flexibilidade; expansibilidade; racionalidade; acessibilidade;
segurança; declividade de rampas; largura e comprimento dos corredores; escadas e
circulações; adaptação do espaço para portadores de deficiência física; eficiência e
economia. (RIBEIRO, 2007)
O conforto ambiental tem como característica as sensações de bem-estar, sendo dividida
em: conforto térmico; conforto visual e conforto acústico. De acordo com Koeningsberger
(1977), o conforto ambiental é a sensação de bem-estar completo físico e mental, criado
por um arquiteto no ato de projetar. (SAMPAIO, 2015)
Pode ser definido como o conforto de cada indivíduo, tornando variável segundo uma
série de fatores que se dividem em dois grupos básicos: cultural e fisiológico. No grupo
cultural incluem-se os fatores de ordem moral, social e histórica. No fisiológico, estão os
fatores geológicos, luminosos, sonoros, térmicos espacial, de movimento e geográficos.
Estes elementos, ainda passam por outros fatores limitantes: econômicos, necessidades
físicas e necessidades emocionais. (OLGAY,1963)
57
Segundo Ashe (1993), conforto térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação
com o ambiente térmico que envolve a pessoa. A sensação de conforto térmico ocorre
quando o organismo perde para o ambiente o calor produzido pelo metabolismo e
atividade, sem recorrer para nenhum mecanismo de termo regulação, como por exemplo:
a vasoconstrição e o arrepio em locais frios; e vasodilatação e o suor nos locais quentes.
Esses elementos climáticos devem, obrigatoriamente, ser analisados cuidadosamente em
um projeto arquitetônico, pois dependendo da maneira que eles são tratados podem
resultar em soluções diferentes de projeto, consequentemente, em condições diferentes
de conforto. (LAMBERTS, 1997; SAMPAIO, 2015)
CONFORTO AMBIENTAL
4.1. CONFORTO TÉRMICO
No meio hospitalar, as pessoas tendem a ficar abaladas emocionalmente quando se
encontram doentes, e o estranhamento em relação a esse ambiente pode acentuar esse
processo, do mesmo modo que um ambiente acolhedor pode aliviá-lo. Acredita-se que,
quando o ambiente dá condições para a realização de atividades de interesse dos
pacientes, favorece-se sua apropriação e uma experiência mais satisfatória (ULRICH,
1995; CABE, 2006; ULRICH; ZIMRING, 2007).
O Arquiteto deve estar sempre buscando soluções que tirem partido das condições
climáticas local. Procura-se controlar os efeitos dos elementos do clima, como: variações
de temperatura, radiação solar, direção e intensidade dos ventos, umidade relativa e
índices pluviométricos. A avaliação do microclima local é uma etapa de projeto
determinante dos materiais e métodos construtivos mais indicados. (BARBOSA, 2002)
Na arquitetura é importante minimizar as diferenças entre temperaturas externas e
internas do ar, tendo propostas que valorizem o desempenho térmico natural, podendo
ajudar a redução da potência dos equipamentos de refrigeração ou aquecimento, pois
diminuiria a quantidade de calor a ser retirada ou fornecida ao ambiente, aproveitando o
edifício no consumo e na eficiência energética. (FROTA & SHIFFER, 1995).
Segundo Rivero (1985), todos os seres vivos têm exigências físicas, químicas e de
segurança em relação com meio que habitam e poderes de adaptação às variáveis
ambientais. Entretanto, o desenvolvimento desses seres será mais pleno se estiver
dentro de limites ótimos de temperatura, pressão, umidade, luminosidade, nível sonoro,
conteúdo de oxigênio e anidrido carbônico necessários ao seu organismo.

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