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Projeto de Melhoria da Performance Operacional e Financeira das Empresas de Distribuição da Eletrobras Elaboração de Manuais para Normatização e Padronização de Procedimentos Operacionais na Área Ambiental das Empresas de Distribuição da Eletrobras Projeto Energia+ BANCO MUNDIAL Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD (Loan: 7884 – BR) Manual Ambiental de Obras BANCO MUNDIAL Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD (Loan: 7884 – BR) Projeto de Melhoria da Performance Operacional e Financeira das Empresas de Distribuição da Eletrobras Elaboração de Manuais para Normatização e Padronização de Procedimentos Operacionais na Área Ambiental das Empresas de Distribuição da Eletrobras Projeto Energia+ A P R E S E N T A Ç Ã O No âmbito do Projeto Energia+, foi definida a necessidade de estabelecer e internalizar um padrão de boas práticas com relação ao meio ambiente nas Empresas de Distribuição da Eletrobras (EDE), quais sejam: Eletrobras Amazonas Energia, Eletrobras Distribuição Acre, Eletrobras Distribuição Alagoas, Eletrobras Distribuição Piauí, Eletrobras Distribuição Rondônia e Eletrobras Distribuição Roraima. O presente trabalho tem como finalidade a normatização e a padronização de procedimentos operacionais na área ambiental das EDEs, de modo a contribuir para a implementação das diretrizes formuladas nas Políticas Ambientais e de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras, de forma adequada ao segmento de distribuição de energia elétrica, em conformidade com os requisitos da legislação ambiental brasileira. Dentre os objetivos específicos desse trabalho, destaca-se a elaboração de Manuais para consolidar conceitos, definições, processos e técnicas para promover a sistematização e a padronização dos procedimentos para dar suporte à gestão socioambiental, adequada à tipologia dos projetos e às regiões onde se localizam as EDEs. No Termo de Referência, relativo ao contrato de consultoria individual por mim celebrado com as Empresas de Distribuição da Eletrobras (EDEs), é requerida a elaboração de Manuais relativos aos seguintes temas: Execução de Obras, Gestão de Resíduos Perigosos e Gestão de Resíduos Sólidos. Conforme definido no Plano de Trabalho, apresentado e aprovado pela Coordenação e pelos gestores das empresas, a Atividade 5 tem como finalidade a elaboração do Manual Ambiental de Obras, consolidando conceitos, definições, processos e técnicas, bem como estabelecendo e uniformizando os procedimentos específicos e/ou protocolares para a atuação ambientalmente adequada das Empresas de Distribuição Eletrobras durante a execução de obras de expansão e melhoria das redes de distribuição. O presente relatório corresponde ao Produto 5, “Manual Ambiental de Obras”. Este Manual estabelece um referencial para a gestão socioambiental nas diversas etapas do desenvolvimento dos empreendimentos das EDEs, desde o planejamento, elaboração dos projetos e contratação de obras até a construção e a manutenção dos seus empreendimentos, englobando os processos de licenciamento ambiental e o cumprimento de condicionantes e, ainda, os procedimentos relacionados à saúde e à segurança no trabalho. Mais uma vez não poderia deixar de destacar que, para a realização deste trabalho, contei com a colaboração da Pesquisadora e Dra. em Biologia e Ciências Ambientais Luciana Silva Contador. Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2014. Silvia Helena Menezes Pires DIRETORIA DA ELETROBRAS Presidente José da Costa Carvalho Neto Diretor de Distribuição Marcos Aurélio Madureira da Silva Diretor de Administração Alexandre Vaghi de Arruda Aniz Diretor de Geração Valter Luiz Cardeal de Souza Diretor Financeiro e de Relação com Investidores Armando Casado Diretor de Transmissão José Antônio Muniz Diretor de Regulação Josias Matos de Araujo DIRETORIA DAS EMPRESAS DE DISTRIBUIçãO Diretor Comercial Luiz Armando Crestana Diretor Financeiro Paulo Roberto dos Santos Silveira Diretor de Gestão Luis Hiroshi Sakamoto Diretor de Assuntos Regulatórios e Projetos Especiais (Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima) Nelisson Sérgio Hoewell Diretor de Planejamento e Expansão (Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima) Pedro Mateus de Oliveira Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Acre (interino) Luiz Armando Crestana Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Alagoas Cícero Vladimir de Abreu Cavalcanti Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Piauí Marcelino da Cunha Machado Neto Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Rondônia Luiz Marcelo Reis de Carvalho Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Roraima Rodrigo Moreira Diretor-presidente da Eletrobras Amazonas Energia Antônio Carlos Faria de Paiva Diretor de Operação da Eletrobras Amazonas Energia Eduardo Xerez Vieiralves Diretor de Planejamento e Expansão da Eletrobras Amazonas Energia Marcos Vinícius Almeida Nogueira Diretor de Geração Distribuída da Eletrobras Amazonas Energia José Francisco Albuquerque da Rocha Assessoria de Gestão do Projeto Energia+ Ariovaldo Stelle Coordenação Socioambiental do Projeto Energia+ Cynthia Chiarelli dos Santos Coordenação do Macroprocesso de Sustentabilidade e Meio Ambiente das Distribuidoras Alexandre Farias Benjamim Gerências/Assessorias de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental das Distribuidoras Kelly Lacerda (AC) Jeane Santos (AL) Thiago Flores (AM) Eulália Rocha (PI) Marcio Ferreira (RO) João Roberto do Rosário (RR) SUPERVISãO E CONTRIBUIçãO Gestora do Contrato na Eletrobras Distribuição Acre Kelly C. Lacerda Gestora do Contrato na Eletrobras Distribuição Alagoas Jeane Luiz dos Santos Gestor do Contrato na Eletrobras Distribuição Amazonas Thiago Flores dos Santos Gestor do Contrato na Eletrobras Distribuição Piauí Valdemar da Silva Torres Gestora do Contrato na Eletrobras Distribuição Rondônia Maria do Socorro Teixeira da Silva Gestor do Contrato na Eletrobras Distribuição Roraima Deivinson Marques da Silva ELABORAçãO Consultora e Editora Silvia Helena Menezes Pires Pesquisa e Colaboração Luciana Silva Contador E x P E D iE N T E LiSTA DE SiGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica ANTT Agência Nacional de Transporte Terrestre APA Área de Proteção Ambiental APP Análise Preliminar de Perigos APP Área de Preservação Permanente APR Análise Preliminar de Riscos ARL Área de Reserva Legal ART Anotação de Responsabilidade Técnica ASV Autorização de Supressão de Vegetação AT Alta Tensão BM Banco Mundial BT Baixa Tensão CEM Campo Eletromagnético CEMiG Companhia Energética de Minas Gerais CiPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito COPEL Companhia Paranaense de Energia DETRAN Departamento de Trânsito DNiT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DSTs Doenças Sexualmente Transmissíveis EDACRE Eletrobras Distribuição ACRE EDALAGOAS Eletrobras Distribuição Alagoas EDEs Empresas de Distribuição Eletrobras EDPi Eletrobras Distribuição Piauí EDRO Eletrobras Distribuição Rondônia EDRR Eletrobras Distribuição Roraima EHS Environmental, Health and Security (Meio Ambiente, Saúde e Segurança) EiA Estudo de Impacto Ambiental EPC Equipamento de Proteção Coletiva EPi Equipamento de Proteção Individual FAT Ficha de Acidente de Trabalho FCP Fundação Cultural Palmares FUNAi Fundação Nacional do Índio GLP Gás Liquefeito de Petróleo Ha Hectare HHER Horas-Homem de Exposição ao Risco de Acidentes iBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis iCMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade iDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal iEF Instituto Estadual de Florestas iFC InternationalFinance Corporation (Corporação Financeira Internacional) iGS Indicadores para Gestão da Sustentabilidade das Empresas Eletrobras iPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional LAU Licença Ambiental Única LCp Lei Complementar LD Linha de Distribuição Li Licença de Instalação LO Licença de Operação LP Licença Prévia LT Linha de Transmissão MMA Ministério do Meio Ambiente MT Média Tensão MTE Ministério do Trabalho e Emprego MTRP Manifesto de Transporte de Resíduos Perigosos NACTER Número de acidentes com terceiros envolvendo a rede elétrica e demais instalações da distribuidora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NMOFUPR Número de mortes decorrentes de acidentes do trabalho (funcionários próprios) NMOFUTE Número de mortes decorrentes de acidentes do trabalho NMOTER Número de mortes decorrentes de acidentes com terceiros envolvendo a rede elétrica NR Norma Regulamentadora OMS Organização Mundial da Saúde ONGs Organizações Não Governamentais ONU Organização das Nações Unidas PBA Projeto Básico Ambiental PCA Plano de Controle Ambiental PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PNMA Política Nacional do Meio Ambiente PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PRAD Programa de Restauração de Área Degradada PROCONVE Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores RAA Relatório de Avaliação Ambiental RAS Relatório Ambiental Simplificado RCA Relatório de Controle Ambiental REN Resolução Normativa RiMA Relatório de Impacto ao Meio Ambiente SE Subestação SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SGTD Sistema de Gestão Técnica da Distribuição SiSNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação TR Termo de Referência TxFQAC Taxa de frequência de acidentes do trabalho TxGRAC Taxa de gravidade de acidentes do trabalho S U M á R iO APRESENTAçãO 2 LISTA DE SIGLAS 6 SUMÁRIO 8 INTRODUçãO 14 CAPÍTULO 1. ESCOPO DO MANUAL AMBIENTAL DE OBRAS DAS EDEs 1.1 Critério Básico 16 1.2 Aplicação do Manual 16 1.3 Principais questões socioambientais associadas aos Sistemas de Distribuição 18 1.4 Estrutura do Manual de Obras das EDEs 20 CAPÍTULO 2. CRITÉRIOS SOCIOAMBIENTAIS PARA AS ETAPAS DE PLANEJAMENTO E ELABORAçãO DE PROJETOS 2.1 Planejamento Socioambiental dos Projetos de Linhas de Distribuição e Subestações em Alta Tensão 23 2.1.1 Levantamento das Informações Socioambientais para os Projetos de Linhas de Distribuição e de Subestações em AT 23 2.1.2 Critérios Socioambientais para a Definição da Localização das Subestações e da Rota da LD 25 2.1.2.1 Localização das SEs 25 2.1.2.2 Definição da Rota das LDs 26 2.1.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento do Projeto 27 2.2 Planejamento Socioambiental dos Projetos de Expansão da Rede na Área Urbana 28 2.2.1 Levantamento das Informações Socioambientais para a Elaboração dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na Área Urbana 28 2.2.2 Projeto de Locação dos Postes nas Áreas Urbanas 30 2.2.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na Área Urbana 31 2.3 Planejamento Socioambiental das Atividades de Reforço e Reforma de Redes Urbanas 32 CAPÍTULO 3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 3.1 Licenciamento Ambiental 34 3.1.1 Fases do Licenciamento, Licenças Ambientais e Respectivos Prazos 35 3.1.2 Competências dos Órgãos Ambientais Federais, Estaduais e Municipais para o Licenciamento 38 3.1.3 Estudos Ambientais 40 3.1.4 Outras Licenças e Autorizações 43 3.1.5 Compensação Ambiental 45 3.1.6 Participação Pública 46 3.2 Acompanhamento do Processo de Licenciamento Ambiental e da Gestão Ambiental Associada 46 3.2.1 P rocedimentos para Acompanhamento do Licenciamento Ambiental 48 3.2.2 Responsabilidades por Danos ao Meio Ambiente e Penalidades 48 CAPÍTULO 4. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS GERAIS 4.1 Responsabilidade pela Gestão Socioambiental 50 4.1.1 Da Responsabilidade por Danos 52 4.2 Planejamento Ambiental da Contratada 52 4.2.1 Atendimento às Normas do Ministério do Trabalho 55 4.2.2 Plano de Atuação em Segurança e Medicina do Trabalho 55 4.2.3 Plano de Atuação com as Comunidades Afetadas 56 4.3 Documentação das Ações 56 4.4 Relatórios de Incidentes e Ocorrências 57 4.5 Contatos da Contratada com Proprietários e Moradores de Imóveis Afetados 58 4.6 Cumprimento das Exigências Legais 59 CAPÍTULO 5. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS RELATIVOS A LOGÍSTICA, CONSTRUçãO E MANUTENçãO 5.1 Topografia e Sondagem em Linhas de Distribuição e Subestações 60 5.1.1 Topografia em Linhas de Distribuição 61 5.1.1.1 Implantação do Traçado 61 5.1.1.2 Levantamento em Planta e Perfil 61 5.1.1.3 Levantamento de Seções Diagonais 61 5.1.2 Topografia em Subestações 62 5.1.3 Serviços de Sondagem 62 5.1.4 Supressão de Vegetação 62 5.1.5 Estradas de Acesso 63 5.1.6 Recuperação de Áreas Degradadas 63 5.1.7 Revisão Final 63 5.2 Canteiros e Alojamentos 64 5.2.1 Mobilização para Implantação 64 5.2.1.1 Escolha de Local 64 5.2.1.2 Terraplenagem 65 5.2.1.3 Drenagem dos Canteiros 65 5.2.2 Instalações para Repouso (Alojamentos) 66 5.2.3 Instalações de Produção e Apoio 66 5.2.4 Desmobilização de Canteiros e Alojamentos 66 5.2.4.1 Eliminação das Instalações 67 5.2.4.2 Adequação das Instalações 67 5.3 Construção e Manutenção de Linhas de Distribuição 68 5.3.1 Estradas de Acesso 68 5.3.1.1 Definição do Traçado 68 5.3.1.2 Terraplenagem para Estradas de Acesso 68 5.3.1.3 Drenagem das Estradas de Acesso 69 5.3.1.4 Manutenção dos Acessos 70 5.3.1.5 Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora 70 5.3.1.6 Recuperação de Áreas Degradadas 70 5.3.2 Limpeza da Faixa de Servidão 70 5.3.2.1 Supressão da Vegetação 71 5.3.2.2 Recuperação de Áreas Degradadas 71 5.3.3 Construção das Fundações e Montagem das Estruturas 72 5.3.3.1 Limpeza da Área 72 5.3.3.2 Escavação e Reaterro das Fundações 72 5.3.3.3 Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora 72 5.3.3.4. Concretagem 73 5.3.3.5 Montagem das Estruturas 73 5.3.3.6 Recuperação de Áreas Degradadas 73 5.3.4 Aterramento 73 5.3.5 Lançamento e Grampeamento de Cabos 74 5.3.5.1 Implantação de Praças de Lançamento 74 5.3.5.2 Montagem e Operação de Equipamentos 74 5.3.6 Revisão Final e Comissionamento 75 5.4 Construção e Manutenção de Subestações 75 5.4.1 Estradas de Acesso 75 5.4.2 Obras Civis 75 5.4.2.1 Supressão de Vegetação 75 5.4.2.2 Terraplenagem 76 5.4.2.3 Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora 76 5.4.2.4 Drenagem 76 5.4.2.5 Fundações, Estruturas em Concreto e Edificações 77 5.4.3 Montagem Eletromecânica 78 5.4.3.1 Montagem de Estruturas e Equipamentos 78 5.4.3.2 Montagem dos Barramentos 79 5.4.3.3 Aterramento 79 5.4.4 Revisão Final e Comissionamento 79 5.5 Execução de Atividades de Expansão, Reforço e Reforma de Redes Urbanas 80 5.5.1 Serviços de Topografia 80 5.5.2 Montagem de Postes e Estruturas 80 5.5.2.1 Abertura de Cavas 80 5.5.2.2 Levantamento e Engastamento de Poste 81 5.5.2.3 Lançamento de Cabos 82 5.5.2.4 Montagem dos Equipamentos 82 5.5.2.5 Iluminação Pública 83 5.6 Armazenagem de Materiais e Equipamentos 84 5.7 Transporte de Trabalhadores, Equipamentos e Materiais 84 5.7.1. Aspectos Gerais 84 5.7.1.1 Consumo de Combustíveis no Transporte de Trabalhadores, Equipamentos e Materiais 85 5.7.2 Transporte de Equipamentos e Materiais 87 5.7.3 Controle de Trânsito 87 5.7.3.1 Dispositivos de Sinalização Diurna 88 5.7.3.2 Dispositivos de Sinalização Noturna 88 5.7.3.3 Recuperação da Sinalização Afetada 89 5.8 Controle de Ruído 90 5.9 Planos de Gerenciamento de Riscos e Ações de Emergência 91 CAPÍTULO 6. ASPECTOS RELATIVOS A SAÚDE, SEGURANçA E CONFORTO DOS TRABALHADORES 6.1 Marcos Legais Relacionados a Saúde, Segurança e Conforto Operacional 94 6.2 Mobilizaçãode Mão de Obra 94 6.2.1 Informações à Comunidade 95 6.2.2 Admissão/Transferência de Funcionários 95 6.2.3 Treinamento 96 6.2.3.1 Importância e Inserção da Obra no Meio Ambiente e Educação Ambiental 96 6.2.3.2 Orientações sobre Segurança no Trabalho e Saúde 96 6.2.3.3 Orientações quanto ao Comportamento 97 6.3 Canteiros de Obras, Alojamentos e Instalações de Apoio 98 6.3.1 Gestão dos Resíduos 98 6.3.2 Instalações de Água e Esgotos 99 6.3.3 Instalações Elétricas 100 6.3.4 Proteção contra Incêndios 101 6.3.5 Instalações para Alimentação 102 6.3.6 Instalações para Repouso (Alojamentos) 103 6.4 Atendimento Médico e Segurança 103 6.4.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) 104 6.4.1.1 Equipe de Segurança 104 6.4.1.2 Equipe Médica 104 6.4.1.3 Programas de Saúde e Segurança do Trabalho 104 6.4.1.4 Análise Preliminar de Risco 106 6.4.2 Monitoramento de Saúde e Segurança no Trabalho 106 6.4.3 Instalações para Atendimento Médico e Segurança 109 6.4.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) 109 6.4.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs) 110 6.4.5.1 Utilização de Escadas 110 6.5 Segurança no Transporte 111 6.5.1 Transporte de Pessoal 111 6.5.2 Transporte de Materiais e Equipamentos 112 6.6 Segurança na Operação de Máquinas e Equipamentos 112 6.6.1 Ferramentas de Uso Individual 112 6.6.2 Máquinas em Oficinas 113 6.7 Medidas de Segurança nas Obras de Linhas de Distribuição 113 6.7.1 Faixa de Servidão 113 6.7.2 Escavações Manuais e Mecânicas 114 6.7.3 Operações de Estaqueamento 114 6.7.4 Concretagem 114 6.7.5 Reaterro 114 6.7.6 Contrapeso 115 6.7.7 Montagem das Estruturas e Cadeias de Isoladores 115 6.7.7.1 Estruturas de Madeira e de Concreto 115 6.7.7.2 Estruturas Metálicas 115 6.7.7.3 Estruturas Estaiadas 115 6.7.7.4 Cadeia de Isoladores 115 6.7.8 Lançamento de Cabos Condutores e Para-raios 116 6.7.9 Trabalhos Próximos a Linhas Energizadas 116 6.8 Medidas de Segurança nas Obras Civis das Subestações 117 6.8.1 Escavações Manuais e Mecânicas 117 6.8.2 Malha de Terra 117 6.8.3 Montagem Eletromecânica 117 6.8.3.1 Cablagem e Fiação Geral 117 6.8.3.2 Estruturas e Arranjos 117 6.8.3.3 Aterramento 118 6.9 Medidas de Segurança nas Atividades de Expansão, Reforço e Reforma de Redes Urbanas 118 6.10 Medidas de Segurança para a Utilização de Substâncias Perigosas 118 6.11 Sinalização de Segurança 119 6.11.1 Sinalização de Trânsito 119 6.11.2 Outros tipos de Sinalização 120 6.12 Medidas de Segurança para Trabalho em Linha Viva 120 6.13 Medidas de Segurança para Trabalho em Altura em Postes e Estruturas 120 6.14 Medidas de Segurança relativas à Exposição Ocupacional aos Campos Eletromagnéticos (CEM) 121 6.15 Desmobilização de Mão de Obra 121 6.15.1 Informações à Comunidade 121 6.15.2 Exames Demissionais 121 6.15.3 Orientação ao Trabalhador 121 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122 ANEXOS ANEXO I – LICENCIAMENTO 126 I.1 Terras Indígenas 126 I.2 Áreas Ocupadas por Populações Tradicionais 129 I.3 Proteção ao Patrimônio Arqueológico 129 I.4 Proteção ao Patrimônio Espeleológico 131 I.5 Acompanhamento do Licenciamento Ambiental 134 ANEXO II – ARBORIZAçãO EM ÁREA URBANA E PODAS DE ÁRVORE 138 II.1 Importância da arborização 138 II.2 Aspectos Legais e Arborização Urbana 138 II.3 Convivência entre Árvores e Redes de Distribuição de Energia Elétrica 141 II.3.1 Alternativas Técnicas para Distribuição de Energia Elétrica 141 II.3.2 Alternativas Técnicas para Iluminação Pública 142 II.3.3 Alternativas Técnicas de Manejo das Árvores 142 II.4 Planejamento da Arborização 144 II.4.1 Inventário da Arborização 144 II.4.2 Escolha das Espécies 146 II.4.3 Avaliação e Correção do Solo 147 II.5 Plantio 147 II.5.1 Mudas 147 II.5.2 Escolha de Local 147 II.6 Manejo de Arborização 147 II.6.1 Remoção de Árvores em Risco 147 II.6.2 Controle de Pragas e Doenças 148 II.6.3 Poda de Árvores 148 II.7 Segurança nos Procedimentos de Intervenções em Árvores 150 II.7.1 Normas Reguladoras para Segurança 151 II.7.2 Equipamentos de Segurança 152 II.7.3 Procedimentos Preliminares 154 II.7.4 Recomendações na Execução 154 II.8 Técnicas de Poda 155 II.9 Gestão de Resíduos 156 ANEXO III – SUPRESSãO DE VEGETAçãO 158 III.1 Introdução 158 III.2 Aspectos Legais 158 III.3. Definições 162 III.4 Critérios para Corte da Vegetação 163 III.4.1 Orientações Gerais 163 III.5 Gestão de Resíduos 164 III.6 Segurança nos Procedimentos de Corte de Vegetação 164 ANEXO IV – IMPLEMENTAçãO E MANUTENçãO DE FAIXA DE SERVIDãO 168 IV.1 Introdução 168 IV.2 Aspectos Legais 168 IV.3 Definições 170 IV.4 Etapas da Implementação da Faixa de Servidão 170 IV.5 Critérios Gerais para Corte da Vegetação em Faixa de Servidão 171 IV.6 Manutenção de faixa de Servidão 172 IV.7 Segurança nos Procedimentos 172 IV.8 Gestão de Resíduos 174 ANEXO V – RECUPERAçãO DE ÁREAS DEGRADADAS 176 V.1 Definições 176 V.2 Aspectos Legais 177 V.3 Procedimentos 178 V.4 Medidas de Acompanhamento/Indicadores 179 ANEXO VI – EXPLORAÇÃO DE ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E BOTA-FORA 181 VI.1 Princípios Básicos 181 VI.2 Áreas de Empréstimo 181 VI.3 Áreas de Bota-Fora 181 ANEXO VII – OBRAS EM ÁREAS ESPECIAIS 182 VII.1 Cuidados com Áreas Sensíveis 182 VII.2 Obras Civis Próximas a Cursos D’água 182 VII.3 Obras em Áreas Urbanas 183 ANEXO VIII – Redes Subterrâneas 184 VIII.1 Introdução 184 VIII.2 Características das Redes Subterrâneas 186 VIII.3 Recomendações para as Escavações 188 VIII.4 Saúde e Segurança em Construção e Manutenção de Redes Subterrâneas 190 ANEXO IX – Guia para Elaboração de Mapa de Risco 192 ANEXO X – Guia para Inspeção de Segurança 193 X.1 Guia de Inspeção Civil 194 X.2 Guia de Inspeção Montagem Eletromecânica 197 X.3 Guia de Inspeção da Montagem Elétrica 200 X.4 Guia de Inspeção para Linha de Distribuição 203 X.5 Checklist da Documentação de Segurança 206 As Empresas de Distribuição da Eletrobras estão buscando a normatização e a padronização dos procedimentos na área ambiental, para apoiar a melhoria do seu desempenho socioambiental e, assim, contribuir para o avanço na direção da sustentabilidade. Visando evitar e minimizar os impactos socioambientais associados aos sistemas de distribuição das EDEs, o “Manual Ambiental de Obras”, apresentado neste relatório, consolida um conjunto de critérios, procedimentos, técnicas e recomendações a ser adotado pelas empresas, abrangendo as etapas iniciais do processo de planejamento e elaboração dos projetos, a construção e as atividades de manutenção do sistema. Esse conjunto deverá ser incluído nos contratos de prestação de serviços e de fornecimento de materiais. Neste Manual, são também destacados os processos de licenciamento ambiental e o cumprimento das condicionantes relativas aos empreendimentos. Com a incorporação de critérios e procedimentos socioambientais às atividades desenvolvidas pelas EDEs, de modo sistemático e padronizado, busca-se atender aos requerimentos legais e aos conceitos, iN T R O D U Ç Ã O Manual Ambiental de Obras das Empresas de Distribuição da Eletrobras princípios e diretrizes das políticas, códigos, compromissos e Manuais já estabelecidos para as Empresas Eletrobras, bem como às políticas de salvaguarda e diretrizes socioambientais que norteiam os projetos financiados pelo Banco Mundial. Para a elaboração do Manual Ambiental de Obras, foram tomados como referência: • Dispositivos da legislação ambiental federal e estadual pertinentes. • Normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) pertinentes. • Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. • Políticas de Salvaguarda e Diretrizes para Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Banco Mundial. • Environmental, Health, and Safety Guidelines for Electric Power Transmission and Distribution (IFC, World Bank). • Environmental, Health, and Safety General Guidelines (IFC,World Bank). • Conceitos, diretrizes, instruções e metas pertinentes contidos nos seguintes documentos produzidos para as Empresas Eletrobras: - Políticas e Diretrizes Institucionais das Empresas Eletrobras. - Política Ambiental das Empresas Eletrobras. - Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras. - Política de Recursos Hídricos. - Código de Ética. - Política de Logística de Suprimentos. - Manual de Boas Práticas de Sustentabilidade para a Cadeia de Suprimento das Empresas Eletrobras. - Política Corporativa de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. - Declaração de Compromisso da Eletrobras sobre Mudanças Climáticas. - Programa de Coleta Seletiva Solidária. • Conjunto de relatórios que compõem os “Subsídios para Adequação das Especificações Técnicas para Construção de Linhas de Transmissão e de Subestações aos Critérios Ambientais”, elaborados pela Eletrobras, no âmbito do Projeto de Interligação Elétrica Norte-Sul. (Eletrobras, 2000). • “Manual de Procedimentos de Redes de Distribuição” (EDE, 2012), que estabelece procedimentos e critérios para projetos de redes de distribuição aéreas urbanas, de modo a garantir as condições técnicas, econômicas e de segurança necessárias a um adequado fornecimento de energia elétrica. • “Manual de Normatização da Expansão de Alta Tensão – Projetos de Subestações de Linhas de Distribuição de Alta Tensão”. (EDE, 2014, em aprovação). • Documentos relativos ao Projeto IGS (conjunto de indicadores e protocolos). • Procedimentos que já se encontram normalizados ou que constam em Guias ou Manuais nas EDEs, bem como aqueles que, embora não se constituam em normas, já vêm sendo adotados como rotina pelas empresas na execução de obras de expansão e melhorias das suas redes de distribuição, bem como na manutenção, e que foram destacados no Produto 4. • Procedimentos utilizados pelas empresas de referência considerados como boas práticas, bem como procedimentos e recomendações contidos nos Manuais/ Especificações de Segurança no Trabalho de algumas destas empresas, tomando como base o levantamento apresentado nos relatórios dos Produtos 2 e 3 deste trabalho. Destacam-se dois Manuais para sistemas de distribuição elaborados por duas empresas brasileiras: “Manual de Instruções Técnicas – (MIT – 163101) – Procedimentos para Execução de Obras”, elaborado pela COPEL Distribuição (2014), e “Especificação de Segurança do Trabalho em Obras de Linhas e Subestações de Distribuição”, elaborado pela CEMIG (2007). 16 Neste Manual, são estabelecidos os critérios e procedimentos a serem aplicados pelas Empresas de Distribuição Eletrobras, de modo a garantir que o fornecimento de energia elétrica seja realizado sob condições socioambientais adequadas, em conformidade com os requisitos legais e atendendo às diretrizes das Empresas Eletrobras e do Banco Mundial e seguindo as boas práticas adotadas pelas empresas de referência no segmento de distribuição de energia elétrica do país. Neste Capítulo, inicialmente, são apresentados os critérios básicos e é estabelecida a abrangência da aplicação do Manual. Em seguida, são indicados os potenciais impactos associados às diversas etapas de desenvolvimento das atividades envolvidas na execução das obras das EDEs, que norteiam a definição das ações e procedimentos para evitá-los ou reduzi-los. Finalmente, é apresentada a estrutura adotada para organização dos tópicos deste Manual. 1.1 CRiTÉRiO BáSiCO Este Manual adota como critério básico a incorporação de procedimentos e técnicas socioambientalmente adequados aos processos desenvolvidos nas EDEs, visando a prevenção e a mitigação dos impactos sobre o meio ambiente e a saúde e a segurança dos colaboradores das EDEs e da população local e a melhoria da gestão ambiental. A incorporação de requisitos e critérios socioambientais será observada desde o planejamento e a elaboração dos projetos de expansão, reforma ou reforço, durante a construção e a implantação de tais projetos e na operação do sistema de distribuição, bem como nas atividades de manutenção. Deve estar em conformidade com as políticas públicas, com os marcos legais e regulatórios pertinentes, bem como com os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário, com as Políticas Ambientais e de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras e com as Políticas de Salvaguarda e Diretrizes para Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Banco Mundial. Com a internalização de um padrão de boas práticas em relação aos aspectos socioambientais associados à execução de obras de expansão, reforma e reforço nas EDEs e à manutenção do sistema de distribuição, espera-se, ainda, proporcionar uma maior conscientização por parte dos colaboradores e estabelecer um canal de comunicação com as comunidades para difusão das boas práticas, envolvendo, também, as empresas prestadoras de equipamentos e serviços às EDEs no processo de melhoria da qualidade ambiental. 1.2 APLiCAÇÃO DO MANUAL Os critérios, procedimentos, técnicas e recomendações para prevenção e mitigação dos potenciais impactos socioambientais apresentados no Manual deverão ser aplicados a: 1) Obras de melhoria de desempenho operacional (reforço) das redes de Média Tensão (MT) e Baixa Tensão (BT) em áreas urbanas consolidadas já servidas por energia elétrica, para melhoria da qualidade de serviço e controle de perdas técnicas, abrangendo os consumidores residenciais, comerciais e de serviços. Envolve atividades tais como: Escopo do Manual Ambiental de Obras das EDEs CAPíTULO 1 17 • Construção de novos alimentadores de redes de distribuição de MT e BT (< 34,5 kV). • Recondutoramento, reforma e seccionamento das redes de MT e BT. • Instalação de religadores telecomandados. • Instalação de bancos de capacitores e reguladores de tensão. 2) Obras de Reformas das redes de Média Tensão e Baixa Tensão (< 34,5 kV) em áreas urbanas, para redução de perdas não técnicas em áreas urbanas consolidadas – residenciais, incluindo as de baixa renda, e usos comerciais, industriais e de serviços. Engloba atividades tais como: • Aquisição e instalação de equipamentos de leitura de medição remota e monitoramento de grandes consumidores em AT, MT e BT (< 138kV) – digitalização de unidades consumidoras em MT e BT, substituição de medidores obsoletos e telemedição de alimentadores. • Regularização de unidades consumidoras em áreas com processo de integração à malha urbana regular (substituição de redes improvisadas, introdução de medidores e cobrança de energia consumida; digitalização de condomínios). 3) Expansão dos Sistemas de Distribuição em Alta Tensão (AT) – Linhas de Distribuição e Subestações para conexões interurbanas, envolvendo as seguintes atividades: • Construção de novas linhas de distribuição e interligações em 69kV: 1. Instalação de canteiros de obras. 2. Implantação dos acessos. 3. Limpeza da faixa de servidão. 4. Locação, execução das fundações, montagem das estruturas e pintura da sinalização. 5. Lançamento e instalação de cabos condutores. 6. Instalação do sistema de aterramento. 7. Revisão final e comissionamento. 8. Desmobilização dos canteiros da obra e alojamentos. • Aquisição de materiais e equipamentos (estruturas, isoladores e cabos, etc.). • Construção de subestações: 1. Instalação de canteiros de obras e alojamentos. 2. Estradas de acesso. 3. Preparo da área (supressão de vegetação, terraplenagem, áreas de empréstimo e bota-fora, drenagem). 4. Obras civis (drenagem, estruturas em concreto e edificações). 5. Montagem eletromecânica (estruturas, equipamentos, barramentos, aterramento). 6. Recuperação complementar de áreas degradadas. 7. Desmobilização dos canteiros da obra e alojamentos. O Manual também se aplica aos aspectos socioambientais associados às atividades de manutenção das redes urbanas e rurais.Buscou-se também destacar alguns aspectos ambientais relacionados a linhas e redes subterrâneas. 1.3 PRiNCiPAiS QUESTÕES SOCiOAMBiENTAiS ASSOCiADAS AOS SiSTEMAS DE DiSTRiBUiÇÃO Para as obras de reforço e reforma de redes, as ações que deverão ser objeto de maior atenção sob o ponto de vista da gestão ambiental são aquelas que ocorrem no período de implantação das intervenções propostas, tais como: (i) Construção de novos alimentadores em MT e BT, locação de postes. Para a expansão dos sistemas de distribuição em AT, com implantação de linhas de distribuição e de subestações, os principais impactos socioambientais potenciais que se destacam para a gestão ambiental durante os períodos de construção e de operação e manutenção encontram-se indicados no Quadro 2. Quadro 1. impactos Socioambientais associados às Obras de Reforço e Reforma de Redes Urbanas ATiViDADES POTENCiAiS iMPACTOS AMBiENTAiS NEGATiVOS Transporte das equipes de obra - Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros)- Emissões de CO2 Transporte de materiais/equipamentos (condutores, postes, isoladores, transformadores, religadores, reguladores de tensão, capacitores, para-raios, chaves seccionadoras, etc.) - Vazamento/derramamento de produtos químicos - Emissões de CO2 - Risco de acidente Retirada e/ou instalação de condutores, condutores protegidos, cabos multiplexados, postes, isoladores, transformadores, religadores, reguladores de tensão, capacitores, para-raios, chaves seccionadoras, etc. - Poda de árvores - Supressão de vegetação - Geração de resíduos perigosos - Geração de resíduos sólidos - Remoção do solo e de pavimentação (pavimentos de calçadas demolidos). - Contaminação do solo (resíduos de concreto, alumínio, ferro, cobre, plástico, porcelana, vidro, estopa, óleo, graxa e solvente) - Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros) - Poluição sonora e visual - Emissão de particulados, poeira - Interferência no trânsito nas áreas urbanas Desligamentos programados - Substituição de redes improvisadas - Interrupção no fornecimento de energia -Regularização de unidades consumidoras (instalação de medidores de energia ou telemedição) - Ônus adicional mensal sobre o orçamento familiar Operação e manutenção - Risco de eletrocussão (a pessoal próprio, terceiros e população) - Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros) (ii) Substituição de condutores, postes, troca de medidores e outros equipamentos. (iii) Transporte das equipes. (iv) Transporte e manejo de equipamentos elétricos. (v) Manuseio de resíduos perigosos. (vi) Geração de grande volume de resíduos gerados pelo desmanche de equipamentos ou substituição de equipamentos obsoletos. No Quadro 1, são apresentados os impactos socioambientais potenciais associados a tais ações, sendo necessário observar critérios e medidas ambientais para sua prevenção ou mitigação na elaboração dos projetos, durante o período de construção e durante a operação e a manutenção. 18 Quadro 2. impactos Socioambientais Potenciais associados a Linhas de Distribuição e Subestações em AT ETAPA ATiViDADE POTENCiAiS iMPACTOS AMBiENTAiS NEGATiVOS Abertura de estradas de acesso, de áreas para o canteiro de obras, de faixa de servidão, de áreas para montagem das estruturas e para lançamento de condutores - Supressão da cobertura vegetal - Erosão do solo - Interferência nos habitats terrestres - Interferência nos habitats aquáticos - Contaminação de corpos d’água - Contaminação do solo - Geração de resíduos sólidos - Geração de resíduos perigosos - Interferência em áreas legalmente protegidas - Geração de expectativas na população afetada - Desapropriação de terras - Restrição ao uso do solo na faixa de servidão - Deslocamento da população afetada - Interferências com populações indígenas ou minorias étnicas - Indução à ocupação desordenada das margens da LD e/ou das estradas de acesso - Interferência em atividades agropecuárias - Interferência em edificações, vias públicas e no tráfego - Interferência em locais de interesse histórico e/ou cultural Fundações, montagem de estruturas e lançamento de condutores - Danos temporários às áreas cultivadas - Supressão da cobertura vegetal Transporte de equipamentos e materiais pesados - Interferência no tráfego, com danos às estradas vicinais e às vias públicas, principalmente nas áreas urbanas - Contaminação do solo por vazamentos de produtos perigosos - Contaminação dos corpos hídricos por vazamentos de produtos perigosos - Emissões de CO2 - Risco de acidentes Transporte das equipes de obra e afluxo de trabalhadores durante a construção - Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros) - Emissões de CO2 - Disseminação de doenças transmissíveis Presença de obstáculo artificial - Exposição da população aos efeitos dos campos eletromagnéticos, principalmente em áreas urbanas - Risco de eletrocussão - Interferências eletromagnéticas e ruído audível - Impacto visual em áreas de importância cultural, histórica ou paisagística - Interferências com populações indígenas ou minorias étnicas Manutenção das linhas e Subestações - Risco de acidentes no transporte das equipes (ao pessoal próprio e a terceiros) - Contaminação do solo por vazamentos de óleos e outros produtos perigosos - Contaminação dos corpos hídricos por vazamentos de óleos e outros produtos perigosos - Emissões de CO2 - Risco de acidentes devido a trabalho em altura elevada - Exposição aos campos eletromagnéticos (ao pessoal próprio e a terceiros) - Exposição a produtos químicos (ao pessoal próprio e a terceiros) - Para as redes e estações transformadoras subterrâneas, destaca-se o trabalho em espaços fechados, como caixas subterrâneas e estações Manutenção da faixa de servidão - Podas e supressão de vegetação - Geração de resíduos sólidos Manutenção deficiente da faixa de servidão da LD, permitindo invasões - Interferência na linha, com risco de acidentes - Risco de eletrocussão para a população - Interrupção no fornecimento de energia - Deposição de lixo/entulho C O N S T R U C Ã O O P E R A Ç Ã O / M A N U T E N Ç Ã O 19 20 O Manual Ambiental de Obras é constituído por seis Capítulos e nove anexos, de acordo com a seguinte organização: 1.4 ESTRUTURA DO MANUAL DE OBRAS DAS EDEs 21 1.4 ESTRUTURA DO MANUAL DE OBRAS DAS EDEs Capítulo 1: Escopo do Manual Ambiental de Obras das EDEs, apresentado neste Capítulo. Capítulo 2: Critérios Socioambientais para as Etapas de Planejamento e Elaboração de Projetos – apresenta critérios socioambientais voltados para as etapas iniciais do processo de planejamento e de desenvolvimento das atividades associadas aos sistemas de distribuição, de forma que os projetos e as ações já sejam concebidos e planejados adequadamente sob os pontos de vista socioambiental e de sustentabilidade. Capítulo 3: Licenciamento Ambiental – apresenta os requisitos legais para o licenciamento ambiental dos empreendimentos (licenças ambientais e autorizações, competências dos agentes federais, estaduais e municipais no processo, compensação ambiental, participação pública); documentos técnicos e estudos complementares; e sugestão de procedimentos para o acompanhamento do processo de licenciamento e da gestão ambiental associada. Capítulo 4: Aspectos Socioambientais Gerais – são destacadas as principais questões e exigências relacionadas aos aspectos socioambientais a serem observadas durante a realização das obras, visando orientar as equipes próprias das EDEs envolvidas no desenvolvimento dessas atividades, seja como executora dos serviços, seja como gestora, bem como para a elaboração dos contratos de prestação de serviços e para a sua fiscalização por parte das EDEs. Capítulo 5: Aspectos Socioambientais Relativos a Logística, Construção e Manutenção – estabelece as instruções e os procedimentos socioambientais para execução de obrase serviços para as atividades abrangidas no escopo deste Manual. Capítulo 6: Aspectos Relativos a Saúde, Segurança e Conforto dos Trabalhadores – apresenta as diretrizes e recomendações para a Saúde, a Segurança e o Bem-Estar dos trabalhadores envolvidos na execução de obras das EDEs. Foram elaborados os ANEXOS, indicados a seguir, contendo informações e indicações mais detalhadas sobre temas socioambientais e de segurança e saúde ocupacional considerados mais relevantes para o desenvolvimento das atividades abordadas neste Manual. ANEXO I – Acompanhamento do Licenciamento Ambiental ANEXO II – Arborização em Área Urbana e Podas de Árvore ANEXO III – Supressão de Vegetação ANEXO IV – Limpeza da Faixa de Servidão ANEXO V – Recuperação de Áreas Degradadas ANEXO VI – Exploração de Áreas de Empréstimo e Bota-Fora ANEXO VII – Obras em Áreas Especiais ANEXO VIII – Guia para Elaboração de Mapa de Risco ANEXO IX – Guia para Inspeção de Segurança 22 Critérios Socioambientais para as Etapas de Planejamento e Elaboração de Projetos Considerando os princípios da Política Ambiental das Empresas Eletrobras, destacam-se para a elaboração deste Manual: • Assegurar a manutenção de um processo sistemático e contínuo de melhoria nas práticas de gestão. • Assegurar a incorporação da dimensão ambiental aos processos das empresas. Dentre as diretrizes gerais dessa Política, aquelas relativas à articulação interna, à articulação externa e ao relacionamento com a sociedade sintetizam as orientações básicas a serem observadas nas etapas de planejamento e na elaboração dos projetos, por buscarem garantir não somente a melhoria das práticas socioambientais, mas, principalmente, a integração da dimensão socioambiental aos processos da empresa e à melhoria do relacionamento com a sociedade. São destacadas dentre esse conjunto de diretrizes: • As questões ambientais dos empreendimentos devem ser tratadas de forma articulada entre as áreas da empresa e incorporadas aos processos de tomada de decisão. • Os princípios e as diretrizes desta política devem ser incorporados aos contratos e parcerias firmados. CAPíTULO 2 23 • As oportunidades de desenvolvimento sustentável local e regional decorrentes dos empreendimentos devem ser potencializadas. • As especificidades dos ecossistemas e das comunidades locais devem ser consideradas nas articulações das ações e programas ambientais com ações e políticas públicas. • As empresas Eletrobras devem dialogar com os diversos atores sociais envolvidos desde o início do planejamento dos empreendimentos, identificando suas expectativas e necessidades. • As empresas Eletrobras devem estabelecer um processo contínuo de comunicação e esclarecimento ao público sobre questões relacionadas à energia elétrica e às ações ambientais. Nesse sentido, neste Capítulo são apresentados critérios socioambientais voltados para as etapas iniciais do processo de planejamento e de desenvolvimento das atividades associadas aos sistemas de distribuição, de forma que os projetos e as ações já sejam concebidos e planejados adequadamente sob os pontos de vista socioambiental e de sustentabilidade. Busca-se, por um lado, evitar, sempre que possível, e reduzir os impactos negativos e, por outro lado, potencializar as oportunidades para o desenvolvimento sustentável nas áreas de atuação das EDEs. As demais diretrizes gerais e as diretrizes específicas da Política Ambiental também dão suporte e orientam o detalhamento desses critérios, bem como as salvaguardas e diretrizes (EHS Guidelines) estabelecidas pelo Banco Mundial. 2.1 PLANEJAMENTO SOCiOAMBiENTAL DOS PROJETOS DE LiNHAS DE DiSTRiBUiÇÃO E SUBESTAÇÕES EM ALTA TENSÃO 2.1.1 Levantamento das informações Socioambientais para os Projetos de Linhas de Distribuição e de Subestações em AT A relativa flexibilidade locacional associada aos sistemas de distribuição permite que sejam evitadas e minimizadas diversas interferências socioambientais negativas com a escolha da localização das subestações e das linhas de distribuição, orientada também por critérios socioambientais. Nesse sentido, o levantamento de informações para a elaboração dos projetos deve abranger, além das informações necessárias para garantir as condições técnicas, econômicas e de segurança necessárias a um adequado fornecimento de energia elétrica, aquelas relativas aos aspectos socioambientais necessárias à efetiva incorporação da dimensão socioambiental na concepção dos projetos. O levantamento, nesta etapa, deve tomar como base os dados secundários existentes sobre a região onde ocorrerá a intervenção, sendo realizado, principalmente, com base em informações obtidas junto a órgãos públicos, agências governamentais especializadas (federais, estaduais e municipais), universidades e institutos de pesquisa. As informações compreendem referências bibliográficas, documentais, cartográficas e estatísticas, bem como imagens de satélite, fotos, restituições e eventuais sobrevoos em situações especiais. No Quadro 3 é apresentado um conjunto de aspectos socioambientais cujas informações são relevantes para o projeto das linhas de distribuição, levando em conta as regiões onde serão implantadas. 24 Quadro 3. Levantamento de informações Socioambientais para Projetos de Linhas de Distribuição e Subestações ASPECTOS AMBiENTAiS CONTEÚDO Clima - Características do clima e das condições meteorológicas (vento, temperatura, umidade do ar, nível ceráunico e regime de chuvas). Geologia/Geomorfologia/ /Geotecnia - Características geológicas da região e condições geotécnicas e geomorfológicas. - Características morfodinâmicas (áreas críticas em relação à erosão, etc.). - Hipsometria e altimetria da região. Recursos Minerários - Áreas com potencial exploração metalogenético. - Áreas com ocorrências minerais de valor econômico e estratégico mineral (minas com decreto de lavra e garimpos). - Ocorrências hidrominerais. Solos - Características dos tipos de solos existentes ao longo do corredor, bem como de seus potenciais agrícolas. Recursos Hídricos e Usos Da Água - Identificação de corpos d’água, áreas inundáveis e usos da água na área de estudo (navegação, pesca, irrigação, etc.). Vegetação e Uso do Solo - Identificação das principais fitofisionomias da região de estudo, localizando e caracterizando o estado de conservação e quantificando a área das principais tipologias florestais. - Caracterização do uso do solo na região (áreas urbanas, áreas de pastagem, áreas de agricultura, áreas industriais, áreas para lazer, recreação, turismo na região de estudo). Habitats Naturais - Estado de conservação dos ecossistemas, estimativa da distribuição e composição da fauna, com base na literatura existente. - Identificação de habitats especiais e áreas de interesse ecológico e da presença de espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, de interesse científico ou econômico, tanto animais quanto vegetais. Áreas Protegidas - Identificação e localização das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável federais, estaduais e municipais. - Identificação e localização de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade, Corredores Ecológicos e Reserva da Biosfera. - Identificação e localização das Áreas de Preservação Permanente (matas ciliares e encostas) e demais áreas protegidas por lei. Patrimônio Físico-Cultural - Localização de patrimônios da humanidade, históricos, culturais arqueológicos, paleontológicos, paisagísticos, espeleológicos e ecológicos. - Identificação e caracterização de sítios de relevante interesse ambiental, principalmente monumentos naturais e acidentes geográficos relevantes. Organização Territorial das regiões atravessadas (ou dos municípios interligados ou atravessados pelo sistema de distribuição) - Localização e identificação das sedes municipais e distritais e contingente populacional.- População urbana e rural, dinâmica populacional e distribuição espacial, e IDH-M (renda, longevidade e educação). - Áreas com densidade significativa de populações rurais - Estrutura fundiária; condição de propriedade; dados de produção. - Localização dos assentamentos rurais e das áreas de conflito pela terra e ambientais. Infraestrutura - Identificação e localização de rodovias, estradas vicinais, ferrovias, aeroportos, aeródromos, heliportos, hidrovias, oleodutos, gasodutos, aquedutos, pontes, sistemas de transmissão existentes e planejados, sistemas de telecomunicação (telefonia e TV a cabo) e outras obras situadas ou planejadas na região a ser atravessada, que possam se constituir em restrições ou atração à passagem da Linha de Distribuição, bem como à localização da Subestação. - Gestão de Resíduos Sólidos e Perigosos nos níveis estadual e municipal. Atividades econômicas - Atividades econômicas a serem potencialmente afetadas. - Instalações industriais e agroindustriais. População Indígena - Localização das Terras Indígenas existentes na região e suas vizinhanças, identificando seus limites, população, situação legal das terras e conflitos potenciais. Grupos remanescentes de quilombos, minorias étnicas ou populações tradicionais - Localização das áreas, seus limites, população, situação legal das terras e conflitos potenciais. Movimentos sociais - Principais ONGs e associações atuantes na região. Áreas de Interesse Estratégico - Identificação e localização dos obstáculos de natureza estratégica, situados na região a ser atravessada pela linha, tais como: áreas de manobras militares aéreas e terrestres, estações de rastreamento, bases aéreas, navais ou militares. Licenciamento Ambiental - Dispositivos legais no âmbito federal, estadual e municipal sobre os temas indicados neste quadro e outros relativos ao planejamento regional e urbano e ao meio ambiente na região em estudo. - Dispositivos legais pertinentes relacionados à obtenção de licenças e autorizações para as atividades envolvidas na implantação das LDs e SEs. O planejamento das atividades nessa etapa deve também levar em conta os aspectos relacionados à gestão de resíduos, em conformidade com os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs e os requisitos dos Planos de Gerenciamento de Resíduos nos níveis estadual e municipal. Nessa fase, podem também ser estabelecidas parcerias com o governo estadual e as prefeituras, bem como Associações de Catadores, buscando, desse modo, cooperar com a gestão dos resíduos nas áreas de atuação das EDEs, em consonância com o princípio da “responsabilidade compartilhada”, preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ainda nessa fase de planejamento, deve ser estabelecido um Programa de Gerenciamento de Riscos que estabeleça orientações e procedimentos de gestão com vistas à prevenção de acidentes, sempre levando em consideração os riscos ambientais e os riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores associados às atividades a serem desenvolvidas, identificando as medidas preventivas e/ou mitigadoras e equipamentos de segurança disponíveis para evitar cada risco identificado. 2.1.2 Critérios Socioambientais para a Definição da Localização das Subestações e da Rota da LD A interpretação e a análise integrada dos dados levantados sobre a região a ser atravessada pela Linha de Distribuição e da provável localização das subestações devem permitir identificar as áreas mais adequadas ou favoráveis, bem como aquelas áreas que devem ser evitadas, de modo a reduzir as interferências e os impactos ao meio ambiente, considerando os aspectos construtivos. Vale ressaltar que a Portaria MMA 421/2011 estabeleceu critérios para classificação dos empreendimentos de transmissão e distribuição de energia elétrica para fins de definição dos procedimentos a serem seguidos no licenciamento ambiental, como será detalhado no Capítulo 4. Por essa Portaria MMA, são classificados como empreendimentos de significativo impacto ambiental, independentemente da tensão e da extensão, os empreendimentos cuja área da subestação ou faixa de servidão administrativa da linha de transmissão implicar em: 1) remoção de população que implique na inviabilização da comunidade e/ou sua completa remoção; 2) localização em sítios de: reprodução e descanso identificados nas rotas de aves migratórias; endemismo restrito e espécies ameaçadas de extinção reconhecidas oficialmente; 3) supressão de vegetação nativa arbórea acima de 60% da área total da faixa de servidão, definida pela declaração de utilidade pública ou de acordo com a NBR-5422 e suas atualizações. Além disso, independentemente da ocorrência dessas situações, se a área de implantação de subestações ou de faixas de servidão afetar unidades de conservação de proteção integral ou promover intervenção física em cavidades naturais subterrâneas pela implantação de estruturas ou subestações, tais empreendimentos também serão classificados como de significativo impacto ambiental. Por outro lado, essa mesma Portaria MMA 421/2011 classifica como de pequeno potencial de impacto ambiental as linhas de transmissão implantadas ao longo da faixa de domínio de rodovias, ferrovias, linhas de transmissão e outros empreendimentos lineares preexistentes, ainda que situadas em terras indígenas, em territórios quilombolas ou em unidades de conservação de uso sustentável. Assim, tais critérios devem orientar prioritariamente a escolha da localização das LDs e SEs, visando a sua classificação como empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental. 2.1.2.1 Localização das SEs A localização do terreno das subestações deve levar em conta, além dos requisitos elétricos do sistema de distribuição, a existência, tanto quanto possível, de infraestrutura necessária à construção, operação e manutenção da subestação. Essa localização deve também prever a possibilidade de expansão do sistema. Devem ser previstos, ainda, locais para implantação de canteiros de obra, áreas de bota-fora e áreas de empréstimo. Deve atender também às orientações da análise integrada das informações levantadas, conforme proposto no item 2.1, e recorrer a informações provenientes de visitas ao local, de modo a evitar as interferências socioambientais, principalmente as classificadas como de significativo potencial de impacto, já citadas anteriormente. Na medida do possível, a SE deverá estar afastada dos perímetros urbanos ou das comunidades e observar as restrições relativas aos patrimônios físico-culturais, às unidades de conservação de proteção integral e demais áreas protegidas, bem como às terras indígenas e àquelas ocupadas por populações tradicionais, respeitando os limites estabelecidos no Anexo III da Portaria Interministerial nº 419/2011. Deverá também ser evitada a proximidade com as áreas de interesse estratégico mencionadas no Quadro 3. 25 26 2.1.2.2 Definição da Rota das LDs A definição da rota da LD deve observar o conjunto de critérios apresentado a seguir, que integra critérios de engenharia, econômicos e socioambientais, devendo sempre ser levados em conta, nessa definição, os caminhamentos que favoreçam a futura expansão do sistema. Devem ser previstos locais para a instalação do canteiro de obras, áreas de bota-fora e áreas de empréstimo. a) Proximidade de acessos e apoio logístico Sempre que possível, a rota de Linha de Distribuição deverá estar próxima a locais de apoio logístico, como estradas de leito trafegável por veículos motorizados de grande carga, para facilitar sua construção e manutenção. Nas regiões onde já houver corredores de transmissão ou de transporte (ferrovias, rodovias) ou outros empreendimentos lineares preexistentes, tais áreas devem ser selecionadas preferencialmente. b) Locais que requerem atenção especial • Áreas alagadas ou inundáveise de solos fisicamente pouco estruturados e suscetíveis à erosão devem ser evitadas. • Travessias sobre rodovias, ferrovias, gasodutos, sistemas de comunicação, sempre que possível, devem ser evitadas. Nos locais de travessia, deve ser buscado o maior ângulo de cruzamento de estradas de rodagem importantes, ferrovias, grandes rios, matas ciliares e outras Linhas de Distribuição que porventura existam na região. • Proximidade ou vizinhança de aeródromos, campos de pouso, depósitos de explosivos, de combustíveis, oleodutos, adutoras e similares, áreas industriais, em especial as químicas, passíveis de lançarem fumaças e gases corrosivos prejudiciais às estruturas em geral. • Áreas de interesse estratégico, tais como áreas de manobras militares aéreas e terrestres, estações de rastreamento, bases aéreas, navais ou militares. • Para reduzir ou evitar o impacto visual, devem ser evitados ou contornados picos elevados de montanhas e serras. Quando for inevitável cruzar áreas montanhosas, deve-se procurar locais de menor altura, adaptando ao máximo a LD às curvas de nível do terreno, escolhendo locais onde a linha não tenha muito destaque na paisagem. • Edificações e benfeitorias em geral, sendo vedadas travessias sobre edificações, que devem sempre ser contornadas, de modo a evitar desapropriações, bem como a exposição continuada dos moradores aos campos eletromagnéticos. • Travessia de loteamentos ou áreas de maior densidade populacional. Nas situações em que for inevitável, devem ser aproveitados os arruamentos, a fim de reduzir a necessidade de indenizações, devendo a LD ser construída utilizando padrão urbano. • Áreas de expansão urbana ou que serão objeto de modificações urbanísticas previstas pelos órgãos de planejamento estadual ou municipal. • Áreas protegidas pela legislação (Unidades de Conservação e outras), atendendo às zonas de amortecimento indicadas pela legislação. • Áreas com cobertura de vegetação natural densa que possam vir a dificultar os trabalhos de locação de torres e lançamento de cabos, visando reduzir o desmatamento e os impactos ao meio ambiente. • Áreas cobertas por vegetação de espécies arbóreas ou áreas cobertas por pomares, Quadro 4. Níveis de Referência para campos elétricos e magnéticos variantes no tempo nas frequências de 50 e 60 Hz iNSTALAÇÕES EM 50 Hz iNSTALAÇÕES EM 60 Hz Campo Elétrico (kV/m) Campo Magnético (µ/t) Campo Elétrico (kV/m) Campo Magnético (µ/t) Público em Geral 5,00 200,00 4,17 200,00 População Ocupacional 10,00 1.000,00 8,33 1.000,00 27 cujo porte dos indivíduos vegetais leve à necessidade de corte por dificultar os trabalhos de locação de torres e lançamento de cabos. • Áreas de agricultura e, principalmente, aquelas áreas que possuam plantações com espécies de grande poder comburente, tais como canaviais, variedades de capim, dentre outros. • Proximidade de pedreiras existentes e potenciais e áreas de exploração de outros recursos minerais. • Proximidade de cursos d’água, de vegetação ciliar, ou de áreas pantanosas. • Passagem em Terras Indígenas, ou áreas habitadas por populações tradicionais, ou nas proximidades, respeitando os limites estabelecidos no Anexo III da Portaria Interministerial nº 419/2011. • Passagem por áreas de relevante interesse ambiental, principalmente monumentos naturais e acidentes geográficos relevantes, mesmo que não estejam protegidas pela legislação. • Impacto visual em áreas classificadas como patrimônios da humanidade, históricos, culturais arqueológicos, paleontológicos, paisagísticos, espeleológicos e ecológicos. 2.1.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento do Projeto Na definição dos parâmetros de dimensionamento do projeto, também devem ser observados critérios que contribuam para a redução das interferências socioambientais das LDs e das SEs, além da observância aos parâmetros elétricos que visam ao perfeito funcionamento do sistema de distribuição. Nesse sentido, devem ser adotados critérios de projeto que: • Reduzam a interferência causada na recepção de rádio e TV fora dos limites da faixa de passagem. • Reduzam interferência causada pelos níveis de ruído audível. • Previnam os riscos de eletrocussão. • Previnam o risco de queda de trabalhadores durante as atividades de manutenção pela compatibilidade do projeto das estruturas à utilização dos equipamentos anti-queda. • O dimensionamento da largura da faixa de servidão deve considerar as interferências externas ao sistema, principalmente aquela provocada pela massa vegetal. • Quando não é possível evitar que a LD atravesse áreas com remanescentes florestais, podem ser definidas estruturas mais altas para possibilitar a passagem dos cabos por sobre a vegetação e minimizar as interferências. Algumas empresas utilizam cruzeta–beco, com os cabos dispostos somente no lado oposto ao da vegetação, de forma a evitar a supressão vegetal. • Atendam aos níveis de campos eletromagnéticos preconizados pela Lei nº 11.934, de 2009, que dispõe sobre limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos. Os limites a serem atendidos são aqueles estabelecidos pela Resolução Normativa (REN) ANEEL nº 616, de 01.07.2014, que revisou a REN ANEEL nº 398/2010. Essa resolução regulamenta a Lei nº 11.934, no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, seguindo os valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde – OMS, conforme indicado no Quadro 4. • Nas subestações, deve ser previsto um esquema de prevenção e proteção contra vazamento de líquido isolante, conforme previsto na NBR-14039. Poderão ser construídas caixas de captação de óleo individuais para cada transformador existente na instalação, com capacidade mínima igual ao volume de óleo do transformador a que se destina ou, ainda, uma única caixa para todos os transformadores. Nesse caso, a capacidade da caixa de captação de óleo deverá ser compatível com o volume de óleo do maior dos transformadores. As instalações que contenham 100 litros ou mais de líquido isolante devem ser providas de tanque de contenção. Nos planejamento e elaboração dos projetos envolvendo a construção de novos alimentadores de redes de distribuição de MT e BT e a regularização de unidades consumidoras em áreas com processo de integração à malha urbana regular com a substituição de redes improvisadas, devem ser adotados critérios e medidas para a prevenção ou mitigação dos impactos socioambientais potenciais associados a tais ações. A partir da publicação do MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIçãO – PROJETOS DE REDES DE DISTRIBUIçãO AÉREAS URBANAS, em maio de 2012, as Empresas de Distribuição Eletrobras passaram a adotar, como padrão mínimo de redes de distribuição em média tensão, a utilização de cabos protegidos e, em baixa tensão, a utilização de cabos isolados, reduzindo a necessidade de cortes da arborização urbana, seguindo o padrão que vem sendo adotado pelas empresas de distribuição de referência do país, conforme observado nos Relatórios dos Produtos 2 e 3. Outras medidas devem ser adotadas nas etapas iniciais do planejamento para integrar os aspectos socioambientais na elaboração desses projetos. 2.2.1 Levantamento das informações Socioambientais para a Elaboração dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na área Urbana Para o estudo preliminar da área a ser atendida, deve ser realizado um levantamento tomando como base os dados secundários existentes, com informações obtidas junto a órgãos públicos, agências governamentais especializadas (federais, estaduais e municipais), e, se necessário, deve ser realizado um levantamento de campo complementar. Com esse levantamento, busca-se integrar os requisitos socioambientais aos requisitoseconômicos, de engenharia e de segurança. 2.2 PLANEJAMENTO SOCiOAMBiENTAL DOS PROJETOS DE ExPANSÃO, REFORMA E REFORÇO DA REDE NA áREA URBANA As informações indicadas a seguir devem subsidiar as áreas que executam serviços e desenvolvem projetos de redes de distribuição aéreas situadas dentro do perímetro urbano de cidades atendidas pelas EDEs, no que se refere às redes protegidas e isoladas, incluindo projetos de expansão, reforma e reforço (EDE, 2012). • Legislação e normas municipais e estaduais pertinentes, enfatizando os requisitos, autorizações e licenças associados ao licenciamento ambiental. • Mapas e plantas da área, contendo informações sobre arruamentos, edificações (edifícios públicos, igrejas, estádios, etc.), áreas de lazer (praças, parques), prédios e monumentos tombados pelo patrimônio histórico e cultural, existência de áreas de proteção ambiental, áreas consideradas como patrimônio da humanidade, histórico, cultural e/ou paisagístico e áreas de interesse turístico. • Planos e projetos previamente existentes para a área, ainda não construídos ou em construção, e que possam ser considerados no projeto em elaboração. Nesse sentido, devem ser consultados planos diretores, planos de expansão de vias urbanas, planejamento de parques e áreas de lazer, planejamento de áreas industriais e outros planos de desenvolvimento municipal e estadual. • Planos e projetos das demais concessionárias de infraestrutura, para evitar conflitos ou interferências cumulativas. • Planos e projetos de arborização urbana e guias de arborização urbana, quando existentes. • Planos Municipais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, incluindo resíduos perigosos. • Para o atendimento a áreas de expansão urbana, como, por exemplo, um novo loteamento, deve ser obtida uma planta georreferenciada, em escala adequada, junto ao responsável pelo empreendimento, para lançamento dos dados no Sistema de Gestão Técnica da Distribuição – SGTD (EDE, 2012). 28 • Para essas novas áreas, também devem ser levantadas informações para subsidiar a elaboração de um estudo básico, considerando as condições do local, o grau e tipo de urbanização, tipo de arborização, dimensões dos lotes e características da área a ser atendida. • Devem ser antevistas as possibilidades de expansão futuras do sistema compatíveis com as características da região, de modo a não provocar ou minimizar a necessidade de novas interferências. Considerando a importância da convivência harmoniosa das redes de distribuição urbanas com a vegetação e a arborização urbanas, além da utilização das redes protegidas e isoladas como padrão mínimo de redes em média tensão e baixa tensão, respectivamente, que levam à redução significativa na necessidade de cortes da arborização urbana, deve ser buscada a elaboração de um Programa de Arborização Urbana em cooperação com as prefeituras ou órgão da administração pública responsável por essa atividade, para aprimorar a gestão da arborização das cidades. No ANEXO II – Arborização em Área Urbana e Poda de Árvores, são apresentados critérios que devem ser observados no planejamento e na execução de arborização em áreas urbanas e na metodologia a ser utilizada para a realização de podas de árvores em redes energizadas e desenergizadas, que devem ser considerados desde as etapas iniciais do planejamento das intervenções em áreas urbanas. Destaca-se, nesse sentido, que a Eletrobras Distribuição Alagoas elaborou um “Guia de Arborização”, em parceria com a Prefeitura de Maceió, com o objetivo de “colaborar, junto aos órgãos governamentais e à comunidade em geral, com o processo de arborização planejada nas cidades, oferecendo informações técnicas e opções para uma melhor e mais adequada escolha da espécie arbórea a ser plantada”, cujos procedimentos foram considerados na elaboração do ANEXO II e que podem servir como subsídio para iniciativas semelhantes por parte das EDEs. Outro aspecto importante a ser avaliado, principalmente nas áreas de interesse histórico e turísticas, e ainda em áreas de grande densidade populacional e alta densidade de carga, é a viabilidade de implantação de redes subterrâneas. As redes subterrâneas são as que necessitam de maior investimento inicial para sua construção, porém são as que apresentam maior confiabilidade e menores custos com operação e manutenção ao longo do tempo. Adicionalmente são menos sujeitas a interrupções de energia devido à vizinhança com a arborização urbana e reduzem a necessidade de podas e cortes de árvores. No ANEXO VIII, são destacados os impactos positivos e os principais cuidados do ponto de vista ambiental e de segurança relacionados a essa opção de rede de distribuição. O planejamento das atividades nas áreas urbanas deve, ainda, levar em conta os aspectos relacionados à gestão de resíduos em consonância com os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e Sólidos. Nessa fase, podem também ser estabelecidas parcerias com as prefeituras e com Associações de Catadores, buscando, desse modo, cooperar com a gestão dos resíduos municipais, em consonância com o princípio da “responsabilidade compartilhada”, preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Como mencionado no item 2.1.1, nessa fase de planejamento deve ser estabelecido um Programa de Gerenciamento de Riscos que estabeleça orientações e procedimentos de gestão com vistas à prevenção de acidentes, sempre levando em consideração os riscos ambientais e os riscos à saúde e segurança dos trabalhadores associados às atividades a serem desenvolvidas, identificando as medidas preventivas e/ou mitigadoras e equipamentos de segurança disponíveis para evitar cada risco identificado. 29 2.2.2 Projeto de Locação dos Postes nas áreas Urbanas No Manual de Procedimentos de Redes de Distribuição (EDE, 2012), para a elaboração de Projetos de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas, estão estabelecidos critérios para locação física dos postes nas vias urbanas, que incluem requisitos socioambientais para a escolha da locação, integradamente aos aspectos de espaçamento, de segurança e de iluminação pública desejáveis. A seguir são destacados esses requisitos socioambientais, complementados ainda por outros julgados pertinentes. • Evitar áreas de reflorestamento ou com mato denso, bem como pomares e plantações e demais formas de vegetação em áreas de preservação permanente. • Evitar, sempre que possível, interferência na arborização urbana. • Nas vias com densa arborização e de tráfego pesado, deve-se procurar locar as estruturas sempre do mesmo lado da rua, evitando o zigue-zague da rede e voltas desnecessárias. • Evitar possíveis interferências em tubulações subterrâneas de água, esgoto, gás, rede de telecomunicações, galerias de águas pluviais, etc. • Evitar locação de postes em frente a portas, janelas, sacadas, garagens, marquises, anúncios luminosos, etc., mesmo que respeitadas as distâncias de segurança. • Evitar a locação em guias rebaixadas (locais de acesso para cadeirantes). • Evitar que a posteação passe do mesmo lado de praças, jardins, escolas, igrejas e templos que ocupem grande parte da quadra. • Evitar atravessar praças e outras áreas de lazer. A locação deve ser compatível com os projetos de arborização para essas áreas, quando existentes. • Nas ruas e avenidas de orla marítima, a locação deve ser compatível com os projetos de urbanização e de arborização para tais áreas, quando existentes. • Evitar a locação em frentes de igrejas, monumentos históricos ou paisagens, visando não causar impacto visual. • Evitar a locação em esquinas, principalmente em ruas estreitas e sujeitas a trânsito intenso de veículos, e em esquinas que não permitam manter o alinhamento dos postes, bem como em locais sujeitos a abalroamentos em postes. • Evitar áreas com alto índice de poluiçãoatmosférica e áreas próximas a aterros sanitários. • No caso de ser necessária a locação em propriedades, procurar locar, sempre que possível, na divisa dos lotes. Na impossibilidade, locar no meio do lote. • Evitar a locação em terrenos muito acidentados a fim de evitar o uso de estruturas especiais e facilitar a construção, operação e manutenção. • Evitar a locação em áreas suscetíveis à erosão e terrenos com inclinação transversal superior a 50%. • Evitar a locação nas proximidades de lagos, lagoas, represas e açudes, ou locais pantanosos, ou sujeitos a alagamentos e invasão por marés. • Evitar áreas onde possa ocorrer detonação de explosivos, como nas proximidades de pedreiras e outras jazidas afins. 30 2.2.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na área Urbana A definição dos parâmetros elétricos e mecânicos de dimensionamento do projeto deve também buscar a redução das interferências socioambientais das redes urbanas. Nesse sentido, devem ser adotados critérios de projeto que visem: • Reduzir a interferência causada na recepção de rádio e TV. • Reduzir a interferência causada pelos níveis de ruído audível. • Prevenir os riscos de eletrocussão. • Prevenir o risco de queda de trabalhadores durante as atividades de manutenção pela compatibilidade do projeto das estruturas com a utilização dos equipamentos anti-queda. • Atender aos níveis de campos eletromagnéticos preconizados pela Lei nº 11.934, de 2009, que dispõe sobre limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos. Os limites a serem atendidos são aqueles estabelecidos pela Resolução Normativa (REN) ANEEL nº 616, de 01.07.2014, que revisou a REN ANEEL nº 398/2010. Essa resolução regulamenta a Lei nº 11.934, no que se refere aos limites à exposição humana a esses campos quando originados de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, e adota os valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde – OMS, conforme indicado no Quadro 4, apresentado anteriormente no item 2.1.3. • De acordo com as diretrizes do “Environmental, Health, and Safety Guidelines for Electric Power Transmission and Distribution” (IFC, 2007), podem ser adotadas as seguintes técnicas para redução dos campos eletromagnéticos: 1 Essa medida é efetiva somente para a redução da exposição ao campo elétrico, mas não para o campo magnético. 2 Essa medida é efetiva somente para a redução da exposição ao campo elétrico, mas não para o campo magnético. - Blindagem com ligas metálicas específicas1. - Enterramento das linhas de distribuição2. - Aumento da altura das estruturas, com consequente aumento da distância dos condutores ao solo. - Modificação no tamanho, espaçamento e configuração dos condutores. Com relação aos materiais utilizados para a confecção da posteação, observa-se que o Manual de Redes Urbanas recomenda a utilização de postes de concreto, e, no caso de utilização de postes de madeira, que seja utilizado eucalipto tratado, que deve ser certificado, ou ainda de fibra de vidro. Visando contribuir para a reutilização de materiais e para a redução dos resíduos na sua área de atuação, nas regiões onde houver abundância de cana de açúcar podem ser utilizadas cruzetas ecológicas elaboradas com polietileno e bagaço de cana, contribuindo para a redução dos resíduos da cana. (Vale Paranapanema, 2012) 31 32 Para essas atividades que envolvem impactos com menor grau de significância e, de um modo geral, temporários, pelo fato das interferências ocorrerem durante o período de execução das obras para melhoria do desempenho das redes já existentes, não envolvendo atividades de construção propriamente dita, o planejamento adequado das atividades visando à redução dos potenciais impactos socioambientais deve enfatizar: 2.3 PLANEJAMENTO SOCiOAMBiENTAL DAS ATiViDADES DE REFORÇO E REFORMA DE REDES URBANAS 33 • a análise das condições ambientais dos locais onde serão realizados os trabalhos, para identificação das intervenções com maior potencial de impacto e com maior risco de acidentes para os trabalhadores; • planejamento das medidas para atenuar os prováveis impactos identificados; • articulação com os órgãos responsáveis pelo trânsito para as ações de desvio de tráfego, quando necessárias, e observância da sinalização adequada; • interferências em redes de infraestrutura e a necessária articulação com outras concessionárias de serviços púbico, visando a compatibilização ou definição da solução mais adequada; • cuidados especiais em áreas de patrimônio histórico e arqueológico; • elaboração do plano de comunicação às comunidades que poderão sofrer algum transtorno com as atividades a serem realizadas, tais como interrupção no fornecimento de energia, desvio de trânsito, etc.; • planejamento do acondicionamento adequado dos materiais e equipamentos, incluindo aqueles que serão substituídos, para que não sofram maiores danos e possam ser enviados para logística reversa; • planejamento das atividades relacionadas à gestão de resíduos em consonância com os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos; • Programa de Gerenciamento de Riscos, com a finalidade de estabelecer orientações e procedimentos de gestão com vistas à prevenção de acidentes de trabalho; • Análise Preliminar de Riscos Ambientais, buscando identificar atividades, equipamentos ou produtos que podem levar à ocorrência de acidentes ambientais, tais como contaminação do solo ou das águas (derramamentos ou vazamentos de óleo, solventes ou outras substâncias perigosas), e as medidas preventivas e/ou mitigadoras e equipamentos de segurança disponíveis para evitar cada um dos possíveis acidentes. 34 Licenciamento Ambiental 3.1 LiCENCiAMENTO AMBiENTAL A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) instituiu o sistema de licenciamento ambiental como um dos instrumentos de gestão ambiental e estabeleceu que toda atividade econômica que cause significativo impacto ao meio ambiente deve ser submetida ao licenciamento ambiental por órgão competente. A Resolução CONAMA 237/97 estabeleceu os seguintes conceitos: • Licenciamento Ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. • Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. A licença ambiental é o documento, com prazo de validade definido, em que o órgão ambiental estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem seguidas por sua empresa. Ao receber a Licença Ambiental, o empreendedor assume os compromissos para a manutenção da qualidade ambiental do local em que se instala. • Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados a localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada