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Estudo de Caso Processos grupais

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA
ESTUDO DE CASO
Trabalho apresentado à disciplina Processos Grupais, do curso de Psicopedagogia, da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ. Ministrada pela professora, como requisito para obtenção da nota.
RIO DE JANEIRO - RJ
2020
O ser humano, além de ser um ser socializado, é também um ser social, sabe-se que é de nossa natureza nos comunicar com nossos pares e outros membros de nossa sociedade. Seja na nossa vida social, que ocorrem inicialmente em nosso grupo familiar, passando por nossa vida escolar, bem como em nossa vida profissional. 
Desde muito pequenos tentamos nos comunicar com o mundo, os bebês, por exemplo, se comunicam através do choro para indicar ao seu cuidador suas necessidades desde muito antes de aprenderem a falar. A partir desse momento, já nos tornamos capazes de dialogar com outros seres.
Os primeiros estudos sobre grupo foram realizados no final do século XIX por Gustav Le Bom autor de Psicologia das Massas. Para ele o indivíduo que se agrupa a uma multidão fica maleável, sendo extremamente influenciado por uma alma coletiva, perdendo suas próprias características e apresentando qualidades medíocres regidas pelo inconsciente. Chegou a assimilar todo fenômeno de grupo a um fenômeno hipnótico, considerando que as massas estão envolvidas, dominadas e manipuladas pelas elites. (COUTINHO, Maria Luana Cavalcante; LIIMA, Rejarley Vieira de; DUARTE, Jordana Silva; LOPES, Bruna; PESSOA, Felipe, 2014)
Desse modo entendemos os processos grupais como uma rede de relações que se caracterizam de forma equilibrada entre os participantes, ou da presença de um líder que determinará as obrigações daquele grupo. Todo grupo tem alguma história, e através dessa história podemos transformá-lo positivamente, a fim de manter sempre o equilíbrio entre os seus participantes. 
Ao psicopedagogo, cabe o papel de liderar esses grupos, como no exemplo do estudo de caso da empresa “Pegada Ecológica”, pois cabe a ele o papel de assessorar, e esclarecer diversos desses processos grupais. Ele pode contribuir analisando os fatores que favorecem ao grupo e também intervir nos que prejudicam, sempre muito alinhado com a equipe. 
De acordo com o estudo de caso, a empresa efetuou a contratação de cinco novos colaboradores em caráter de urgência, uma vez que precisavam expandir. Esses novos colaboradores começaram a conflitar diretamente com os antigos, pois iniciaram a nova função sem um treinamento específico e acabaram por discordar das abordagens da equipe antiga ao considerá-las ultrapassadas, o que acabou gerando uma série de outros problemas em equipe, afetando a produtividade, o convívio entre os funcionários gerando muito desgaste psicológico entre a equipe. 
Assim que o psicopedagogo compreendeu a situação que ocorria na empresa, resolveu primeiramente dialogar com cada equipe de forma isolada, para entender os questionamentos da equipe antiga e as sugestões da nova equipe. Feito isso, ele analisou de forma criteriosa que ambas as equipes prezavam pelo bom funcionamento do trabalho, apesar de não conseguirem dialogar entre si. Dessa forma, o psicopedagogo entendeu que o primeiro passo seria promover um “quebra gelo” entre as equipes, afim de que eles primeiramente tivessem uma primeira boa interação afim de que eles percebessem que o primeiro passo e talvez o mais importante era uma boa comunicação entre eles.
Para isso, os dois grupos se misturaram e foi escolhido de forma aleatória para se dividirem entre grupo A e grupo B. A primeira orientação era a de que o grupo B precisaria sair da sala e aguardar do lado de fora. Sem a presença do grupo B na sala, o psicopedagogo orientou ao grupo A que quando o grupo B retornasse haveria uma pequena “dança” e que assim que a música parasse, eles precisariam ignorar qualquer coisa que a pessoa do grupo B falasse para eles. Ao grupo B, foi dada a orientação fora da sala, que assim que retornassem e a música parasse, deveriam falar para a pessoa próxima o momento mais importante de sua vida. E assim foi feito. 
A equipe se surpreendeu de uma forma geral, pois muitos se incomodaram por serem ignorados, muitos se incomodaram e sentiram mal por ignorarem quando a outra pessoa estava contando o momento mais feliz de sua vida, como por exemplo o nascimento de um filho, o dia de seu casamento. Como ser alheio a isso? 
Dessa forma o psicopedagogo, trabalhou com eles o diálogo, a compreensão e o conhecimento sobre cada participante da equipe. Em seguida, afim de oportunizar a reflexão sobre as dificuldades e contibuições de cada integrante do grupo, foi feito um círculo, em que sentados cada um com seu lápis e papel precisavam responder a pergunta: “Qual a minha maior dificuldade nesse grupo?” O psicopedagogo então, recolheu todos os papeis, misturou e os redistribuiu sem que estivessem identificados. Então, cada participante lê em voz alta o seu novo papel com as dificuldades do outro e precisa dar sugestões de como resolvê-las. Após isto, foi aberta uma discussão sobre quais eram as maiores dificuldades do grupo, quais sugestões mais chamaram a atenção deles, e de tudo o que ouviram o que chamou mais a atenção.
Nesta auto avaliação grupal, o psicopedagogo permitiu que cada um pudesse avaliar a sua própria inserção no grupo e buscar formas para solucionar as dificuldades levantadas. Possibilitando a ele mesmo a perceber os entraves existentes ali, e a partir deles criar novas dinâmicas com o objetivo de esclarecê-los e torná-los transparentes para todos.
Para fechar esse processo, o psicopedagogo aproveitou o mesmo círculo e começou o exercício indo até o centro do círculo informando que iria jogar uma folha para cima dizendo o nome de alguma das pessoas presentes na sala. Essa pessoa deverá então correr para tentar pegar a folha que estará em queda livre pelo ar. Se essa pessoa conseguir pegar a folha, deverá fazer o mesmo movimento, chamando o nome de outra pessoa que deverá fazer o mesmo e assim por diante. Caso alguma das pessoas chamadas, não consiga pegar a folha no ar, deixando a folha cair no chão, ela deverá rasgar a folha ao meio e então jogará essa folha cortada para o alto. Cada pessoa que deixar cair deverá fazer a mesma coisa: Cortar a folha ao meio, até se tornar inviável continuar fazendo. 
 Com essa dinâmica, o psicopedagogo encerra as atividades do dia relacionando o exercício ao trabalho em equipe com a lição de que quando uma pessoa está sintonizada com o trabalho do outro, todos bem atentos e cooperando, se chega ao objetivo maior que de fato é o trabalho em equipe.
 A folha sendo rasgada simboliza as perdas que temos quando falhamos nessa tarefa e o aumento da dificuldade em atingir aos nossos objetivos em comum.
 
Referência
COUTINHO, Maria Luana Cavalcante; LIIMA, Rejarley Vieira de; DUARTE, Jordana Silva; LOPES, Bruna; PESSOA, Felipe. O Processo Grupal na Psicologia Social. Psicologado, [S.l.]. (2014). Disponível em https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-social/o-processo-grupal-na-psicologia-social . Acesso em 20 Mai 2020

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