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PONTO - 9 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 9
Conteúdo
CONSTITUCIONAL: Garantias Constitucionais. Garantia dos Direitos Individuais, Coletivos, Sociais e Políticos.	2
TRIBUTÁRIO: Critérios Constitucionais para Classificar os Tributos. Critério Jurídico Distintivo das Espécies Tributárias.	30
ADMINISTRATIVO - Licitação. Princípios. Modalidades. Dispensa. Inexigibilidade.	46
PENAL: Teoria geral da pena. Cominação das penas. Penas privativas de liberdade. Penas alternativas. Penas restritivas de direitos. Regimes de pena. Pena pecuniária. Medidas de segurança. Aplicação da pena. Os fins da pena. Livramento condicional e suspensão condicional da pena. Efeitos da condenação. Execução penal. Crimes contra a incolumidade pública (Código Penal). Crimes na direção de veículos automotores. Crimes contra a paz pública (Código Penal). Ações praticadas por organizações criminosas. Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional. Crimes relacionados às armas de fogo.	65
PREVIDENCIÁRIO - Contribuições sociais. Natureza e espécies.	148
CIVIL: Obrigações. Adimplemento. Extinção das Obrigações. Modalidades. Direitos Reais. Princípios. Espécies. Disposições Gerais. Direito Autoral e Propriedade Intelectual	163
COMERCIAL: Grupos Societários de Fato e de Direito. Conceituação. Distinções. Transformação. Incorporação. Fusão. Cisão. Dissolução. Liquidação. Extinção.	176
INTERNACIONAL PÚBLICO - Agentes diplomáticos. Missão diplomática. Cônsules. As Convenções de Viena de 18 de abril de 1961 e de 24 de abril de 1963. Imunidades e privilégios.	188
INTERNACIONAL PRIVADO - Condição dos estrangeiros no Brasil. A Lei nº 6815/80. Entrada, permanência e saída do estrangeiro do território nacional.	196
PROCESSO CIVIL - Procedimento Comum Ordinário. Fases. Petição Inicial. Requisitos. Indeferimento da Petição Inicial. Resposta do Réu. Revelia. Das Providências Preliminares. Julgamento Conforme o Estado do Processo.	246
PROCESSO PENAL: Nulidades no processo penal. Saneamento e regularidade do processo penal. Procedimentos previstos em leis especiais. Procedimento nos crimes de abuso de autoridade. Processo especial das leis que reprimem a produção, o uso e o tráfico ilícito de entorpecentes.	272
AMBIENTAL: Estudo de impacto ambiental. Conceito. Competências. Natureza jurídica. Requisitos.	288
DIREITOS HUMANOS: Os direitos humanos como princípios gerais de direito.	304
ECONÔMICO - Consumidor: conceito e espécies. Abuso do poder econômico: prevenção. Procedimentos administrativos.	329
Princípios Institucionais da Magistratura: Das garantias da magistratura e das prerrogativas do magistrado.	341
CONSTITUCIONAL: Garantias Constitucionais. Garantia dos Direitos Individuais, Coletivos, Sociais e Políticos.
CLASSIFICAÇÃO DE RUI BARBOSA
	
a)DIREITOS
– disposições meramente declaratórias, que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos. 
	
b)GARANTIAS
– disposições assecuratórias, que limitam o poder em defesa do direito.norma de conteúdo assecuratório.
crítica à diferenciação entre direitos e garantias: desde SAMPAIO DÓRIA a divisão entre direito e garantia é contestata. 
 ex.: MS pode ser considerado como uma garantia e como um direito.
PEDRO LENZA (“Direito Constitucional Esquematizado” – 13. ed.): 
Um dos primeiros estudiosos a enfrentar esse tormentoso tema foi o sempre lembrado Rui Barbosa, que, analisando a Constituição de 1891, distinguiu “as disposições meramente declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos, e as disposições assecuratórias, que são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder. Aquelas instituem os direitos, estas as garantias; ocorrendo não raro juntar-se, na mesma disposição constitucional, ou legal, a fixação da garantia, com a declaração do direito”.
Assim, os direitos são bens e vantagens prescritos na norma constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos (preventivamente) ou prontamente os repara, caso violados.
Por fim, diferenciar as garantias fundamentais dos remédios constitucionais. Estes últimos são espécie do gênero garantia. Isso porque, uma vez consagrado o direito, a sua garantia nem sempre estará nas regras definidas constitucionalmente como remédios constitucionais (ex: habeas corpuas, habeas data etc.). Em determinadas situações a garantia poderá estar na própria norma que assegura o direito. Vejamos dois exemplos:
1- É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos – art. 5º, VI (direito) -, garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias (garantia);
2- Direito ao juízo natural (direito) – o art. 5º, XXXVII, veda a instituição de juízo ou tribunal de exceção (garantia).
CLÁUSULAS PÉTREAS (ART. 60, §4º, DA CF/88):
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Cada doutrinador tem o seu próprio rol de características. Robério (Jus Podium) fez um apanhado:
a) historicidade – são direitos que aparecem depois de desaparecem, o que se entende por direitos fundamentais depende do entendimento de uma sociedade em um determinado tempo, variam de acordo com o correr da história, não são conceitos herméticos e fechados. Há uma variação no tempo e no espaço.
b) inalienabilidade – são direitos sem conteúdo econômico patrimonial, não podem ser comercializados ou permutados. Deve ser relativizada pelo mundo moderno. Exemplo: a imagem é negociável para permitir uma exploração, mas não existe a possibilidade de venda do próprio direito em si de imagem.
c) imprescritibilidade – são sempre exigíveis, não é porque não foram exercidos que deixam de pertencer ao indivíduo. 
d) irrenunciabilidade – o indivíduo pode não exercer os seus direitos, mas não pode renunciar a eles. Também deve ser relativizada pela vida moderna. Exemplo: modelo que assina contrato que não irá engravidar por determinado prazo e programa do BBB.
e) relatividade/limitalidade – não são direitos absolutos. Se houver um choque entre os direitos fundamentais, serão relativizados um com o outro.
f) personalidade – os direitos fundamentais não se transmitem. Exemplo: herança não é a mesma propriedade do falecido.
g) concorrência e cumulatividade – os direitos fundamentais são direitos que podem ser exercidos ao mesmo tempo. Exemplo: âncora de jornal quando dá uma informação e logo após dá a sua opinião, está exercendo os seus direitos fundamentais: informação, opinião.
h) universalidade – os direitos fundamentais são universais, independentemente, de as nações terem assinado a declaração, devem ser reconhecidos em todo o planeta, independentemente, da cultura, política e sociedade. Essa característica é polêmica, porque existem os relativistas culturais que afirmam que os direitos fundamentais não podem ser universais porque devem ser reconhecidos na medida da cultura de cada sociedade. A universalização é impregnada de ideologia, porque haverá a supremacia de posições sociológicas e culturais contra as outras, havendo um choque cultural. É importante a tolerância entre as pessoas. VOLTAIRE tem um tratado sobre a intolerância. Na universabilidade deve ser assegurada a possibilidade de escolha, de poder optar.
i) proibição de retrocesso – não se pode retroceder nos avanços históricos conquistados. Segundo Canotilho, o núcleo essencial dos direitos sociais já realizado e efetivado através de medidas legislativas deve considerar-se constitucionalmente garantido, sendo inconstitucionais quaisquer medidas que, sem a criação de outros esquemas alternativos e compensatórios, se traduzam na prática numa “anulação”, “revogação” pura e simples. Não tem aceitação total na doutrina. Acentua-se que mesmo os que acolhem a tese daproibição do retrocesso entendem que o princípio da proporcionalidade pode inspirar uma nova regulação do direito fundamental que não destrua totalmente, sem alternativas, o direito antes positivado.
j) constitucionalização – a locução direitos fundamentais é reservada aos direitos consagrados em diplomas normativos de cada Estado, enquanto a expressão direitos humanos é empregada para designar pretensões de respeito à pessoa humana, inseridas em documentos de direito internacional.
k) Vinculação dos poderes públicos – o fato de os direitos fundamentais estarem previstos na Constituição torna-os parâmetro de organização e de limitação dos poderes constituídos.
l) Vinculação do Legislativo – Não somente a atividade legiferante deve guardar coerência com o sistema de direitos fundamentais, como a vinculação aos direitos fundamentais pode assumir conteúdo positivo, tornando imperiosa a edição de normas que dêem regulamentação aos direitos fundamentais dependentes de concretização normativa.
m) Vinculação do Executivo – a atividade discricionária da Administração não pode deixar de respeitar os limites que lhe acenam os direitos fundamentais. Os mesmos devem ser considerados na interpretação e aplicação pelo administrador de cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados. Canotilho propõe que a Administração se recuse a cumprir lei inconstitucional quando o direito fundamental agredido puser em risco a vida ou integridade pessoal de alguém, resultando no cometimento de um delito.
Presidente da República, Governador e Prefeito não podem ser obrigados a cumprir atos inconstitucionais. No passado, STF entendia assim. Após, o advento da nova Ordem Constitucional de 1988, não houve pronunciamento da Corte sobre o tema, o que não deve mudar a diretriz antiga. Mas não há unanimidade doutrinária. Para uma corrente, os poderes públicos devem recusar-se a cumprir leis que reputarem inconstitucionais; outra corrente, posiciona-se, no sentido de que não ajam assim, sendo imprescindível manifestação do Judiciário, sobre a validade da norma. Uadi Lamego Bulos segue a primeira tese.
n) Vinculação do Poder Judiciário – Os Tribunais detêm a prerrogativa de controlar os atos dos demais poderes, conferindo a tais direitos a máxima efetividade possível.
	Os direitos e garantias fundamentais, na visão do STF, detém caráter relativo, em função do princípio da convivência entre as liberdades (limitações de ordem ético-jurídica). Tal característica de relatividade e limitação está prevista na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), cujas proteções vem a resguardar o respeito dos direitos e liberdades dos demais.
	Entretanto, possível mencionar exceções: “Inegavelmente, há situações em que um direito ou garantia fundamental e absoluto, devendo ser exercido de maneira irrestrita. É o caso da proibição à tortura e do tratamento desumano degradante. Aqui não existe relatividade alguma.” (BULOS, Uadi, 7 ed.) 
Texto sobre garantias fundamentais: (bibliografia: Paulo Bonavides)
GARANTIAS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS INSTITUCIONAIS
1.1 GARANTIAS CONSTITUCIONAIS – FRUTO DO INDIVIDUALISMO E LIBERALISMO DO SÉCULO XIX:
Rui Barbosa demonstrou que “uma coisa são garantias constitucionais, outra coisa os direitos, de que essas garantias traduzem, em parte, a condição de segurança política ou judicial”. E a seguir definiu strictu sensu as garantias constitucionais como sendo “as solenidades tutelares, de que a lei circunda alguns desses direitos contra os abusos do poder”.
Os direitos a que se refere são os da personalidade, os direitos individuais clássivos. 
O entendimento de Rui sobre garantias constitucionais estava na linha mais afinada e congruente com o constitucionalismo liberal so século XIX, tanto que, ao interpretar “na acepção racional” o art. 80 da primeira constituição republicana do Brasil declarou ele que as garantias eram “condições de proteção da liberdade individual”, sem as quais, em seus próprios termos, “a execução da lei” ficaria tolhida, ludibriada e anulada.
Nesse primeiro momento, entendeu-se que as garantias constitucionais são as garantias individuais, não havendo distinção de significado no emprego de ambas as expressões. Nota-se o teor individualista das antigas garantias constitucionais, tendo por núcleo a personalidade humana e se prendem a um conceito de liberdade e direito, cujos limites são inarredavelmente os limites do direito recíproco (acepção de Kant).
As garantias individuais são voltadas contra o Estado, tornando-se uma espécie de escudo da personalidade contra o desvios do poder do Estado ou se convertem historicamente no símbolo mais positivo e prestimoso de caracterização jurídica do Estado liberal.
Sem as garantias constitucionais, os direitos contidos em declaraçõs formais cairiam no vazio das esferas abstratas, ou perderiam o fio constitucional de contato com a realidade concreta, aquela que deverá propriciar em termos de eficácia a fruição incompleta das liberdades humanas.
De nada valeriam os direitos ou as declarações de direitos se não houvesse pois as garantias constitucionais para fazer reais e efetivos esses direitos. A garantia constitucional é, por conseguinte, a mais alta das garantias de um ordenamentro jurídico, ficando acima das garantias legais ordinárias, em razão da superioridade hierárquica das regras da Constituição, perante as quais se curvam, tanto o legislador comum, como os titulares de qualquer dos Poderes, obrigando ao respeito e acatamento de direitos que a norma suprema protege.
As garantias constitucionais tanto podem ser:
	
a)garantias da própria Constituição
(acepção lata)
- as garantias são concebidas para manter a eficácia e permanência da ordem constitucinal contra fatores desestabilizantes, sendo em geral a reforma da Constituição, nesse caso, um mecanismo primordial e poderoso de segurança e conservação do Estado de Direito, mesmo se dizendo também do estado de sítio e de outros remédios excepcionais, fadados a manter de pé, em ocasiões de crise e instabilidade, as bases do regime e o sistema das instituições.
	
b)garantias dos direitos subjetivos
(acepção estrita)
– não se trata de obter uma garantia para a Constituição e o direito objetivo em sua totalidade, mas de estabelecer uma proteção direta e imediata aos direitos fundamentais, por meio de remédios jurisdicionais próprios e eficazes, providos pela ordem constitucional mesma. Expressos ou outorgados na Carta Magna, portanto, remédios jurisdionais eficazes para a salvaguarda desses direitos.
- é em geral entendida, não somente como garantia prática do direito subjetivo, garantia que de perto sempre o circunda toda vez que a uma cláusula declaratória do direito corresponde a respectiva cláusula assecuratória, senão também como o próprio instrumento (remédio jurisdicional) que faz a eficácia, a segurança e a proteção do direito violado.
Os constitucionalistas italianos posteriores á Segunda Grande Guerra Mundial, ao que tudo indica, parecem haver reservado a expressão garantias constitucionais para um uso de conformidade com a primeira acepção.
Já os publicistas latino-americanos se inclinaram, de preferência, ao aprofundamento do conceito na linha referente à segunda acepção, e assim o tem formulado com mais frequência em suas obras de Direito Constitucional. Mostram eles a cada passo uma viva preocupação em acompanhar de perto, com redobrado interesse, a criação pelo constituinte de novos recursos jurisdicionais, novas técnicas ou novos institutos aptos a configurarem mecanismos de garantia constitucional dos direitos fundamentais.
Assim estabelecida, temos visto nos ordemanentos constitucionais contemporâneos crescer a importância a figura da garantia constitucional, que repercute não somente no campo do direito constitucional de amplitude clássica, senão também que se dilata à esfera do direito processual, atraindo-o, no tocante à tutela jurisdicional da liberdade e dos direitos fundamentais, para o vasto território onde se renova se amplia cada vez mais oestudo da matéria constitucional.
Demais, as garantias se tornam objeto de um exame deveras delicado e complexo que já não delimita nos moldes de uma concepção unicamente contra o Estado, mas garantias no Estado, a saber, Estado que a doutrina social do direito reconciliou com a Constituição e seus princípios clássicos ou tradicionais. 
Por ai se percebe a amplitide das garantias constitucionais bem como seu valor instrumental como meio defensivo, invariavelmente vinculado a uma prestação do Estado, ou seja, dos poderes públicos, quer pela via constituinte constituída (a reforma da Constituição pelo Legislativo).
Merece registro a distinção feita pelo constitucionalista liso Jorge Miranda, que parece ter feito a distinção teórica mais acertada entre estas categorias jusfundamentais (direitos e garantias). Jorge Miranda se vale das liberdades públicas – de primeira geração – para distinguir ambos os conceitos, as quais segundo ele, evidenciariam as diferenças com maior nitidez:
	
liberdades
-assentam-se na pessoa, independentemente do Estado;
-são formas de a pessoa agir;
valem por aquilo que vale a pessoa.
	
garantias
- reportam-se ao Estado em atividade em relação com a pessoa;
-são modos de organização ou de atuação do estado;
-têm valor instrumental e derivado.
Com isso, resulta evidente que os direitos caracterizam-se por serem atributos da pessoa, titular do direito, ao passo que as garantias são sempre relativas a uma atividade ou conduta do estado relativamente à pessoa. 
1.2. A TRANSIÇÃO DAS GARANTIAS INDIVIDUAIS PARA GARANTIAS INSTITUCIONAIS:
As garantias constitucionais marcaram consideravelmente o judiiarismo do Estado liberal e até hoje não perderam a serventia protetora tanto da Constituição como dos direitos fundamentais; continuam sendo assim um dos capítulos mais fascinantes do Direito Constitucional. Alias passaram por uma espécie de alargamento, visto que não ficaram tão-somente circunscritas à guarda dos direitos fundamentais na projeção clássica do liberalismo.
Com efeito, ampliaram por igual o raio de segurança a formas funcionais institucionalizadas, que se prendem organicamente ao exercício constitucional das atividades dos poderes públicos no regime de juridicidade imposto pelo próprio Estado de Direito.
A teoria das garantias constitucionais, na primeira metade do século XX passaram a ser denominadas de garantias institucionais, por força da obra de Carl Schmitt.
As garantias institucionais surgem com assento na 2ª Geração de Direitos Fundamentais, visando proteger certas instituições que operam objetivando a garantia dos próprios Direitos Fundamentais.
A garantia institucional não pode deixar de ser a proteção que a Constituição confere a algumas instituições, cuja importância reconhece fundamental para a sociedade, bem como a certos direitos fundamentais providos de um componente institucional que os caracteriza.
A garantia institucional é maior ou menor nas Constituições de cada país consoante o valor atribuído ou concedido pelo Estado a uma determinada instituição, podendo assim variar no tempo o grau, a extensão e a profundidade da segurança proporcionada. Fica tudo ao livre alavedrio do Estado, ou seja, de sua vontade suprema. Nesse espaço, o Estado, ao estabelecer limites, se move habitualmente com muito menos rigidez e com muito mais flexibilidade e independência do que na esfera dos direitos fundamentais, onde as garantias, deveras restritivas da ação do Estado, estão constantemente a tolhê-lo, salvo é óbvio, quando o poder público, mediante prestações positivas e matérias cumpre a tarefa (missão) de concretizar direitos sociais ou fazer eficazes princípios indeclináveis à conservação e a integridade do Estado social. Tal ocorre, portanto, quando o Estado, pela natureza mesma do regime ou do sistema político, é instantaneamente solicitado a atuar, a intervir e a fazer, desempenhando a função de principal ator e artífice da igualdade social.
As garantias institucionais se tornam também efetivas, via de regra, por obra de pressões sociais ou de imperativos da consciência pública, empenhada e inclinada em promover a igualdade, como o primeiro dos postulados de um Estado.
A garantia institucional visa, em primeiro lugar, assegurar a permanência da instituição, embargando-lhe a eventual supressão ou mutilação e preservando invariavelmente o mínimo de substantividade ou consequencialidade, a saber, aquele cerne que não deve ser atingido nem violado, porquanto se tal acontecesse, implicaria já o perecimento do ente protegido.
Conforme exploca F. Klein “a essência, o sentido e fim das garantias institucionais consistem em que (…) o atos da práxis administrativa bem como a legislação ordinária do Reich e qualquer espécie de legislação do Estado-membro são e devem ser considerados inadmissíveis e inconstitucionais na medida em que afetarem a essência da instituição, o conjunto de seus traços essenciais integrativos, seu mínimo intangível, o mínimo daquilo que se compõe sua essência sua identidade. A garantia institucional simplesmente pode impedir e impedirá que uma modificação, erosão, dano, desnaturação, quebra, arranhão, e lesão da instiuição sejam equivalentes a sua destruição completA e existencial”.
Ingo Sarlet cita como autênticas garantias institucionais – inseridas no catálogo do Título II da CR/88 – a garantia da propriedade (art. 5º, XXII), o direito de herança (art. 5º, XXX), o Tribunal do Juri (art. 5º, XXXVIII), a língua portuguesa como idoma oficial (art. 13) e os partidos políticos e sua autonomia (art. 17, caput, e §1º). Fora do catálogo – em juízo possível ante a abertura material do art. 5º, §2º -, segundo o mesmo autor, poder ser citadas o sistema de seguridade social (art. 194), a família (art. 226) e (em coro com Carl Schmitt) a autonomia das universidades (art. 207).
Para Bonavides, é necessário alargar o conceito de garantia constitucional de modo que como ela também possa atender as garantias institucionais, “formando com ela um conteúdo único e conjugado”.
GARANTIAS FUNDAMENTAIS – REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS:
Nenhuma validade prática têm os direitos do homem se não se efetivarem determinadas garantias em sua proteção.
 
“As declarações enunciam os principais direitos do homem, enquanto as garantias constitucionais são os instrumentos práticos ou os expedientes que asseguram os direitos enunciados.”
 
Citando Attilio Brunialtti: “...as garantias protegem e amparam o exercício dos direitos do homem”.
 
As Garantias Constitucionais Gerais são as próprias técnicas da organização dos poderes públicos, que segundo Luigim Palma: “a verdadeira garantia constitucional está na organização política e administrativa, a saber, na própria organização política e administrativa, a saber, na própria organização dos poderes públicos, gizada de tal sorte, pela Constituição e pelas leis, que cada um deles encontre na sua ação freios capazes de detê-los, de constrangê-los a permanecer na ordem jurídica, segundo os casos, de moderá-los, de eliminá-los, de proteger o cidadão contra os arbítrios, as precipitações, os abusos, e reparar-lhes os agravos sofridos”.
 
Do Curso de Direito Constitucional de Paulino Jacques, traz a classificação das Garantias Constitucionais Especiais, a saber:
 
 	a)as garantias criminais preventivas, que são a legalidade da prisão, a afiançabilidade do delito, a comunicabilidade da prisão, o habeas corpus, a plenitude da defesa, a inexistência de foro privilegiado e de tribunais de exceção, a legalidade do processo e da sentença, o júri;
	b) as garantias criminais repressivas, que abrangem a individualização, a personalização e a humanização da pena, a inexistência de prisão civil por dívida, multa ou custas, e a inexistência de extradição de brasileiro e de estrangeiro por crime político ou de opinião
	c) as garantias tributárias, que abarcam a legalidade do tributo e a de sua cobrança;
	d) as garantias civis, abrangendo o mandado de segurança, a assistência judiciária gratuita, o rápido andamento dos processosnas repartições públicas, a ciência dos despachos e informações respectivas, a expedição de certidões, o direito de representação e a ação popular”. Entre essas garantias estão ainda a irretroatividade da lei e do controle judiciário das leis, amparando as liberdades privadas do cidadão.
 
A Constituição cidadã de 1988 priorizou o respeito à pessoa humana e ampliou as garantias civis com novos remédios processuais, como: o mandado de segurança coletivo, o mandado de injunção e o habeas data.
As declarações de direito anunciam as liberdades, são os grandes textos enunciativos da liberdade. As garantias Constitucionais são os remédios “assecuratórios das liberdades”. Direitos e garantias se complementam.
Canotilho em seu Direito Constitucional, fala dos PRINCÍPIOS-GARANTIA, que se traduzem no estabelecimento direto de garantias para os cidadãos. É lhes atribuída a densidade de autêntica norma jurídica e em força determinante, positiva e negativa.
Depois de mais de 20 anos de asfixia dos direitos de cidadania pelo "bonapartismo autoritário" a constituição brasileira de 05 outubro de 1988 é uma das mais avançadas do mundo na parte referente aos direitos individuais e coletivos.
Aos direitos se justapõem os novos instrumentos processuais para garanti-los, como o habeas corpus, mandado de segurança, habeas data, o mandado de injunção, a ação de inconstitucionalidade, a ação civil pública, a qual somente existia na legislação infra-constitucional.
 
HABEAS CORPUS
 
A garantia do habeas corpus é inegavelmente a mais importante das garantias criminais. Segundo Rui Barbosa, “O habeas corpus é a ordem dada pelo juiz ao coator a fim de fazer cessar a coação”. O habeas corpus vai garantir ao indivíduo o direito de não sofrer constrição na sua liberdade de locomover-se em razão de violência ou coação ilegal. 
Sua origem remonta ao direito romano, como uma ordem que o pretor dava para trazer o cidadão ao seu julgamento apreciando a legalidade da prisão. O “interdictum de homini libero exhibendo e o interdictium de liberis exhibendis”, garantiam ao cidadão romano de ir, vir e ficar (o direito de locomoção), a plena liberdade pessoal. Mais tarde surge na Inglaterra destinado a proteger a liberdade, a princípio amparando os barões e nobres, cuja prisão, a Carta Magna de 1215 não admitia sem julgamento, não protegendo o homem comum, como se sucederá posteriormente.
 
O habeas corpus passou por um processo de transformação ao longo dos tempos. 
 	A constituição de 1824 silenciou sobre habeas corpus, 
 	regulado pelo código de processo criminal de 1823, que estendeu só a brasileiros, como remédio repressivo, 
 	deu-lhe depois a Lei n. 2033, de 29.09.1871 caráter representativo e o ampliou para estrangeiros. 
 
 	Na constituição de 1891, o habeas corpus foi elevado as garantias constitucionais, no artigo 72, em que a sua interpretação atinge a proteção dos direitos pessoais e não só da liberdade física.
 	A reforma constitucional de 1926 restringiu o habeas corpus como sendo apenas a proteção da liberdade pessoal. 
 	As constituições brasileiras posteriores determinam o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Em relação a punições disciplinares militares não cabe o habeas corpus (art. 142, §2º, da CF/88).
 
A constituição de 1988, em seu art. 5o, LXVIII, preceitua que: "conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder".
 
 MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança protege direito líquido e certo, não aparado por habeas data ou habeas corpus, quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público; seu objeto é a correção de ato comissivo ou omissivo de autoridade, marcado pela ilegalidade do abuso de poder, quando a autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de poder público. Art. 5º, LXIX, da CF/88.
Disciplinado atualmente pela Lei n. 12.016/09.
 
Foi a partir da constituição de 1934 que o Mandado de Segurança tomou sua posição definitiva no Brasil; é considerado o remédio pelo qual se promove a efetividade de tal direito líquido e certo.
 
direito líquido e certo “é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração” (Hely Lopes Meireles). 
O direito líquido e certo é aquele que por si só, afirma sua transparência, já que se expõe sem necessidade de grande esforço de compreensão.
 
É pressuposto do mandado de segurança o direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus e ato praticado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de suas atribuições.
 
Existe um prazo máximo de 120 dias para impetrá-lo, sendo contado após o desrespeito do direito líquido e certo do interessado. Se este prazo prescrever ou se seu direito não for líquido, o cidadão poderá MANEJAR ação DE CONHECIMENTO, PELO RITO ORDINÁRIO. A propósito do tema:
Art. 23.  O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
Art. 19.  A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
SÚMULA 632 STF: 
 
É CONSTITUCIONAL LEI QUE FIXA O PRAZO DE DECADÊNCIA PARA A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA.
 
O Mandado de Segurança é considerado a defesa mais eficaz contra a ilegalidade ou abuso do poder, que atinge os direitos fundamentais do homem, por parte da autoridade.
PRIORIDADE DE JULGAMENTO:
Art. 20.  Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. 
§ 1o  Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator. 
§ 2o  O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias. 
JULGADO RECENTE E IMPORTANTE DO STF – REPERCUSSÃO GERAL – POSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA DO MS MESMO APÓS DECISÃO DE MÉRITO
 
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA. PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE DESISTÊNCIA DEDUZIDO APÓS A PROLAÇÃO DE SENTENÇA. ADMISSIBILIDADE. “É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes passivos necessários” (MS 26.890-AgR/DF, Pleno, Ministro Celso de Mello, DJe de 23.10.2009), “a qualquer momento antes do término do julgamento” (MS 24.584-AgR/DF, Pleno, Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 20.6.2008), “mesmo após eventual sentença concessiva do ‘writ’ constitucional, (…) não se aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC” (RE 255.837-AgR/PR, 2ª Turma, Ministro Celso de Mello, DJe de 27.11.2009). Jurisprudência desta Suprema Corte reiterada em repercussão geral (Tema 530 - Desistência em mandado de segurança, sem aquiescência da parte contrária, após prolação de sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante). Recurso extraordinário provido.
(RE 669367, Relator(a):  Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 02/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014)
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
 
Este mandado de segurança coletivo é impetrado por partido político com representação do congresso nacional e organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e que esteja funcionando por pelo menos um ano em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representaçãono Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LEI 12.016/09:
Art. 21.  O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único.  Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
Art. 22.  No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
§ 1o  O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
§ 2o  No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
Protege os direitos transindividuais: individuais homogêneos, coletivos e difusos.
Rol de legitimados: a doutrina entende que é taxativo, mas afirma ser possível a ampliação por lei ordinária. 
O STJ já decidiu que a legitimidade do partido político só pode ser para defender seus filiados ou em questões políticas, não estando autorizado a ir a juízo defender 50 milhões de aposentados.
Para sindicatos, entidades de classe e associações vem sendo exigida a pertinência temática.
O requisito de funcionamento há pelo menos 1 ano é exclusivo das associações. 
Trata-se de substituição processual.
Sum. 629 do STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
Sum. 630 do STF: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
A palavra Injunção vem do latim (INJUNCTIO, ONIS) que significa "ordem formal, imposição". Procede de INJUGERE (MANDAR, ORDENAR, IMPOR UMA OBRIGAÇÃO). A palavra surge em nossa Constituição por iniciativa do constituinte senador Virgílio Távora, sendo aprovada pela comissão de sistematização e logo após pelo plenário.
 
Um dos problemas fundamentais do direito constitucional moderno está em encontrar meios adequados para tornar efetivos direitos, que por ausência de uma legislação integradora, permaneçam inócuos. A constituição vigente, na tentativa de coibir excessos de inaplicabilidade, vem inovar com esse remédio, sem precedente -. ART. 5o, LXXI – “conceder-se-á o Mandado de Injunção sempre que a falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania, à cidadania”.
 
Assim aquele que se considerar titular de qualquer direito, liberdade ou prerrogativa, inviável por falta de norma regulamentadora exigida ou imposta pela Constituição, poderá utilizar-se deste remédio.
 
	
	ADI POR OMISSÃO
	MANDADO DE INJUNÇÃO
	PREVISÃO LEGAL
	-art. 103, § 2º, CF.
	-art. 5º, LXXI, CF.
	LEGITIMIDADE
	-art. 103, CF.
	-qualquer pessoa física ou jurídica.
	COMPETÊNCIA
	-STF.
	-depende de qual for a autoridade competente para edição do ato
(“CONTROLE DIFUSO LIMITADO”)
	OBJETO
	-qualquer norma constitucional.
	-direitos e liberdades constitucionais;
-nacionalidade;
-soberania popular;
-cidadania.
(objeto mais restrito)
	EFEITOS DA DECISÃO
	-comunica o órgão.
(órgão administrativo – 30 dias para editar, sob pena de caracterizar crime de responsabilidade)
	-posição tradicional -comunica o órgão.
-decisão recente – concretizou o exercício do direito 
(direito de greve - aplicação de norma já existente)
	Natureza do controle
	-controle abstrato.
	-controle concreto.
	objetivo
	-proteção da ordem jurídica.
	-proteção de interesses subjetivos.
EFEITOS DA DECISÃO:
Posição concretista geral: através de normatividade geral, o STF legisla no caso concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até que sobrevenha norma integrativa;
Posição concretista individual direta: a decisão, implementando o direito, valerá somente para o autor do mandado de injunção, diretamente;
Posição concretista individual intermediária: o judiciário fixa prazo para o legislativo elaborar norma regulamentadora. Permanecendo a inércia, o autor para a ter assegurado o seu direito;
Posição não concretista: apenas reconhece formalmente a mora do legislativo. 
JULGADO HISTÓRICO – MI 670 – ADOÇÃO DA POSIÇÃO CONCRETISTA GERAL PELO STF:
EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989. 1. SINAIS DE EVOLUÇÃO DA GARANTIA FUNDAMENTAL DO MANDADO DE INJUNÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). 1.1. No julgamento do MI no 107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 21.9.1990, o Plenário do STF consolidou entendimento que conferiu ao mandado de injunção os seguintes elementos operacionais: i) os direitos constitucionalmente garantidos por meio de mandado de injunção apresentam-se como direitos à expedição de um ato normativo, os quais, via de regra, não poderiam ser diretamente satisfeitos por meio de provimento jurisdicional do STF; ii) a decisão judicial que declara a existência de uma omissão inconstitucional constata, igualmente, a mora do órgão ou poder legiferante, insta-o a editar a norma requerida; iii) a omissão inconstitucional tanto pode referir-se a uma omissão total do legislador quanto a uma omissão parcial; iv) a decisão proferida em sede do controle abstrato de normas acerca da existência, ou não, de omissão é dotada de eficácia erga omnes, e não apresenta diferença significativa em relação a atos decisórios proferidos no contexto de mandado de injunção; iv) o STF possui competência constitucional para, na ação de mandado de injunção, determinar a suspensão de processos administrativos ou judiciais, com o intuito de assegurar ao interessado a possibilidade de ser contemplado por norma mais benéfica, ou que lhe assegure o direito constitucional invocado; v) por fim, esse plexo de poderes institucionais legitima que o STF determine a edição de outras medidas que garantam a posição do impetrante até a oportuna expedição de normas pelo legislador. 1.2. Apesar dos avanços proporcionados por essa construção jurisprudencialinicial, o STF flexibilizou a interpretação constitucional primeiramente fixada para conferir uma compreensão mais abrangente à garantia fundamental do mandado de injunção. A partir de uma série de precedentes, o Tribunal passou a admitir soluções "normativas" para a decisão judicial como alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva (CF, art. 5o, XXXV). Precedentes: MI no 283, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 14.11.1991; MI no 232/RJ, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 27.3.1992; MI nº 284, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. para o acórdão Min. Celso de Mello, DJ 26.6.1992; MI no 543/DF, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 24.5.2002; MI no 679/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 17.12.2002; e MI no 562/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 20.6.2003. 2. O MANDADO DE INJUNÇÃO E O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS NA JURISPRUDÊNCIA DO STF. 2.1. O tema da existência, ou não, de omissão legislativa quanto à definição das possibilidades, condições e limites para o exercício do direito de greve por servidores públicos civis já foi, por diversas vezes, apreciado pelo STF. Em todas as oportunidades, esta Corte firmou o entendimento de que o objeto do mandado de injunção cingir-se-ia à declaração da existência, ou não, de mora legislativa para a edição de norma regulamentadora específica. Precedentes: MI no 20/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 22.11.1996; MI no 585/TO, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 2.8.2002; e MI no 485/MT, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 23.8.2002. 2.2. Em alguns precedentes(em especial, no voto do Min. Carlos Velloso, proferido no julgamento do MI no 631/MS, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 2.8.2002), aventou-se a possibilidade de aplicação aos servidores públicos civis da lei que disciplina os movimentos grevistas no âmbito do setor privado (Lei no 7.783/1989). 3. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. HIPÓTESE DE OMISSÃO LEGISLATIVA INCONSTITUCIONAL. MORA JUDICIAL, POR DIVERSAS VEZES, DECLARADA PELO PLENÁRIO DO STF. RISCOS DE CONSOLIDAÇÃO DE TÍPICA OMISSÃO JUDICIAL QUANTO À MATÉRIA. A EXPERIÊNCIA DO DIREITO COMPARADO. LEGITIMIDADE DE ADOÇÃO DE ALTERNATIVAS NORMATIVAS E INSTITUCIONAIS DE SUPERAÇÃO DA SITUAÇÃO DE OMISSÃO. 3.1. A permanência da situação de não-regulamentação do direito de greve dos servidores públicos civis contribui para a ampliação da regularidade das instituições de um Estado democrático de Direito (CF, art. 1o). Além de o tema envolver uma série de questões estratégicas e orçamentárias diretamente relacionadas aos serviços públicos, a ausência de parâmetros jurídicos de controle dos abusos cometidos na deflagração desse tipo específico de movimento grevista tem favorecido que o legítimo exercício de direitos constitucionais seja afastado por uma verdadeira "lei da selva". 3.2. Apesar das modificações implementadas pela Emenda Constitucional no 19/1998 quanto à modificação da reserva legal de lei complementar para a de lei ordinária específica (CF, art. 37, VII), observa-se que o direito de greve dos servidores públicos civis continua sem receber tratamento legislativo minimamente satisfatório para garantir o exercício dessa prerrogativa em consonância com imperativos constitucionais. 3.3. Tendo em vista as imperiosas balizas jurídico-políticas que demandam a concretização do direito de greve a todos os trabalhadores, o STF não pode se abster de reconhecer que, assim como o controle judicial deve incidir sobre a atividade do legislador, é possível que a Corte Constitucional atue também nos casos de inatividade ou omissão do Legislativo. 3.4. A mora legislativa em questão já foi, por diversas vezes, declarada na ordem constitucional brasileira. Por esse motivo, a permanência dessa situação de ausência de regulamentação do direito de greve dos servidores públicos civis passa a invocar, para si, os riscos de consolidação de uma típica omissão judicial. 3.5. Na experiência do direito comparado (em especial, na Alemanha e na Itália), admite-se que o Poder Judiciário adote medidas normativas como alternativa legítima de superação de omissões inconstitucionais, sem que a proteção judicial efetiva a direitos fundamentais se configure como ofensa ao modelo de separação de poderes (CF, art. 2o). 4. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL (LEI No 7.783/1989). FIXAÇÃO DE PARÂMETROS DE CONTROLE JUDICIAL DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL. 4.1. A disciplina do direito de greve para os trabalhadores em geral, quanto às "atividades essenciais", é especificamente delineada nos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Na hipótese de aplicação dessa legislação geral ao caso específico do direito de greve dos servidores públicos, antes de tudo, afigura-se inegável o conflito existente entre as necessidades mínimas de legislação para o exercício do direito de greve dos servidores públicos civis (CF, art. 9o, caput, c/c art. 37, VII), de um lado, e o direito a serviços públicos adequados e prestados de forma contínua a todos os cidadãos (CF, art. 9o, §1o), de outro. Evidentemente, não se outorgaria ao legislador qualquer poder discricionário quanto à edição, ou não, da lei disciplinadora do direito de greve. O legislador poderia adotar um modelo mais ou menos rígido, mais ou menos restritivo do direito de greve no âmbito do serviço público, mas não poderia deixar de reconhecer direito previamente definido pelo texto da Constituição. Considerada a evolução jurisprudencial do tema perante o STF, em sede do mandado de injunção, não se pode atribuir amplamente ao legislador a última palavra acerca da concessão, ou não, do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena de se esvaziar direito fundamental positivado. Tal premissa, contudo, não impede que, futuramente, o legislador infraconstitucional confira novos contornos acerca da adequada configuração da disciplina desse direito constitucional. 4.2 Considerada a omissão legislativa alegada na espécie, seria o caso de se acolher a pretensão, tão-somente no sentido de que se aplique a Lei no 7.783/1989 enquanto a omissão não for devidamente regulamentada por lei específica para os servidores públicos civis (CF, art. 37, VII). 4.3 Em razão dos imperativos da continuidade dos serviços públicos, contudo, não se pode afastar que, de acordo com as peculiaridades de cada caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao tribunal competente impor a observância a regime de greve mais severo em razão de tratar-se de "serviços ou atividades essenciais", nos termos do regime fixado pelos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Isso ocorre porque não se pode deixar de cogitar dos riscos decorrentes das possibilidades de que a regulação dos serviços públicos que tenham características afins a esses "serviços ou atividades essenciais" seja menos severa que a disciplina dispensada aos serviços privados ditos "essenciais". 4.4. O sistema de judicialização do direito de greve dos servidores públicos civis está aberto para que outras atividades sejam submetidas a idêntico regime. Pela complexidade e variedade dos serviços públicos e atividades estratégicas típicas do Estado, há outros serviços públicos, cuja essencialidade não está contemplada pelo rol dos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Para os fins desta decisão, a enunciação do regime fixado pelos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989 é apenas exemplificativa (numerus apertus). 5. O PROCESSAMENTO E O JULGAMENTO DE EVENTUAIS DISSÍDIOS DE GREVE QUE ENVOLVAM SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DEVEM OBEDECER AO MODELO DE COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES APLICÁVEL AOS TRABALHADORES EM GERAL (CELETISTAS), NOS TERMOS DA REGULAMENTAÇÃO DA LEI No 7.783/1989. A APLICAÇÃO COMPLEMENTAR DA LEI No 7.701/1988 VISA À JUDICIALIZAÇÃO DOS CONFLITOS QUE ENVOLVAM OS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS NO CONTEXTO DO ATENDIMENTO DE ATIVIDADES RELACIONADAS A NECESSIDADES INADIÁVEIS DA COMUNIDADE QUE, SE NÃO ATENDIDAS, COLOQUEM "EM PERIGO IMINENTE A SOBREVIVÊNCIA, A SAÚDE OU A SEGURANÇA DA POPULAÇÃO" (LEI No 7.783/1989, PARÁGRAFOÚNICO, ART. 11). 5.1. Pendência do julgamento de mérito da ADI no 3.395/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, na qual se discute a competência constitucional para a apreciação das "ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios" (CF, art. 114, I, na redação conferida pela EC no 45/2004). 5.2. Diante da singularidade do debate constitucional do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena de injustificada e inadmissível negativa de prestação jurisdicional nos âmbitos federal, estadual e municipal, devem-se fixar também os parâmetros institucionais e constitucionais de definição de competência, provisória e ampliativa, para a apreciação de dissídios de greve instaurados entre o Poder Público e os servidores públicos civis. 5.3. No plano procedimental, afigura-se recomendável aplicar ao caso concreto a disciplina da Lei no 7.701/1988 (que versa sobre especialização das turmas dos Tribunais do Trabalho em processos coletivos), no que tange à competência para apreciar e julgar eventuais conflitos judiciais referentes à greve de servidores públicos que sejam suscitados até o momento de colmatação legislativa específica da lacuna ora declarada, nos termos do inciso VII do art. 37 da CF. 5.4. A adequação e a necessidade da definição dessas questões de organização e procedimento dizem respeito a elementos de fixação de competência constitucional de modo a assegurar, a um só tempo, a possibilidade e, sobretudo, os limites ao exercício do direito constitucional de greve dos servidores públicos, e a continuidade na prestação dos serviços públicos. Ao adotar essa medida, este Tribunal passa a assegurar o direito de greve constitucionalmente garantido no art. 37, VII, da Constituição Federal, sem desconsiderar a garantia da continuidade de prestação de serviços públicos - um elemento fundamental para a preservação do interesse público em áreas que são extremamente demandadas pela sociedade. 6. DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO DO TEMA NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989. 6.1. Aplicabilidade aos servidores públicos civis da Lei no 7.783/1989, sem prejuízo de que, diante do caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao juízo competente a fixação de regime de greve mais severo, em razão de tratarem de "serviços ou atividades essenciais" (Lei no 7.783/1989, arts. 9o a 11). 6.2. Nessa extensão do deferimento do mandado de injunção, aplicação da Lei no 7.701/1988, no que tange à competência para apreciar e julgar eventuais conflitos judiciais referentes à greve de servidores públicos que sejam suscitados até o momento de colmatação legislativa específica da lacuna ora declarada, nos termos do inciso VII do art. 37 da CF. 6.3. Até a devida disciplina legislativa, devem-se definir as situações provisórias de competência constitucional para a apreciação desses dissídios no contexto nacional, regional, estadual e municipal. Assim, nas condições acima especificadas, se a paralisação for de âmbito nacional, ou abranger mais de uma região da justiça federal, ou ainda, compreender mais de uma unidade da federação, a competência para o dissídio de greve será do Superior Tribunal de Justiça (por aplicação analógica do art. 2o, I, "a", da Lei no 7.701/1988). Ainda no âmbito federal, se a controvérsia estiver adstrita a uma única região da justiça federal, a competência será dos Tribunais Regionais Federais (aplicação analógica do art. 6o da Lei no 7.701/1988). Para o caso da jurisdição no contexto estadual ou municipal, se a controvérsia estiver adstrita a uma unidade da federação, a competência será do respectivo Tribunal de Justiça (também por aplicação analógica do art. 6o da Lei no 7.701/1988). As greves de âmbito local ou municipal serão dirimidas pelo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal com jurisdição sobre o local da paralisação, conforme se trate de greve de servidores municipais, estaduais ou federais. 6.4. Considerados os parâmetros acima delineados, a par da competência para o dissídio de greve em si, no qual se discuta a abusividade, ou não, da greve, os referidos tribunais, nos âmbitos de sua jurisdição, serão competentes para decidir acerca do mérito do pagamento, ou não, dos dias de paralisação em consonância com a excepcionalidade de que esse juízo se reveste. Nesse contexto, nos termos do art. 7o da Lei no 7.783/1989, a deflagração da greve, em princípio, corresponde à suspensão do contrato de trabalho. Como regra geral, portanto, os salários dos dias de paralisação não deverão ser pagos, salvo no caso em que a greve tenha sido provocada justamente por atraso no pagamento aos servidores públicos civis, ou por outras situações excepcionais que justifiquem o afastamento da premissa da suspensão do contrato de trabalho (art. 7o da Lei no 7.783/1989, in fine). 6.5. Os tribunais mencionados também serão competentes para apreciar e julgar medidas cautelares eventualmente incidentes relacionadas ao exercício do direito de greve dos servidores públicos civis, tais como: i) aquelas nas quais se postule a preservação do objeto da querela judicial, qual seja, o percentual mínimo de servidores públicos que deve continuar trabalhando durante o movimento paredista, ou mesmo a proibição de qualquer tipo de paralisação; ii) os interditos possessórios para a desocupação de dependências dos órgãos públicos eventualmente tomados por grevistas; e iii) as demais medidas cautelares que apresentem conexão direta com o dissídio coletivo de greve. 6.6. Em razão da evolução jurisprudencial sobre o tema da interpretação da omissão legislativa do direito de greve dos servidores públicos civis e em respeito aos ditames de segurança jurídica, fixa-se o prazo de 60 (sessenta) dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a matéria. 6.7. Mandado de injunção conhecido e, no mérito, deferido para, nos termos acima especificados, determinar a aplicação das Leis nos 7.701/1988 e 7.783/1989 aos conflitos e às ações judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores públicos civis.
(MI 670, Relator(a):  Min. MAURÍCIO CORRÊA, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2007, DJe-206 DIVULG 30-10-2008 PUBLIC 31-10-2008 EMENT VOL-02339-01 PP-00001 RTJ VOL-00207-01 PP-00011)
DE FORMA SEMELHANTE – SÚMULA VINCULATE N. 33 – TEM COMO PRECEDENTES DIVERSOS MANDADOS DE INJUNÇÃO:
Súmula Vinculante 33
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.
FINALIDADE DO MANDADO DE INJUNÇÃO: O Mandado de Injunção toma por finalidades exigíveis e acionáveis os DIREITOS HUMANOS E SUAS LIBERDADES que a Constituição não protege por falta de norma regulamentadora.
 
Sendo o modo pelo qual se pode exigir a viabilidade do exercício dos direitos e das legalidades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à cidadania, à soberania, na falta de norma regulamentadora. O Mandado de Injunção visa determinar a sua compulsoriedade.
 
A tutela da Mandado de Injunção alcança os direitos submetidos ao título II da Constituição, aí incluídos obviamente os direitos de nacionalidade, os políticos e também os relativos à soberania nacional, um direito individual dela extraído.
 
AÇÃO POPULAR
 
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambientee ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Disciplinado pela Lei n. 4.717/65.
Garantia constitucional que tem por objetivo invocar a atividade jurisdicional do Estado na proteção do patrimônio público, sempre que sua gestão não esteja em conformidade com a legalidade e moralidade.
 
Requisitos: Pode ajuizar Ação Popular qualquer cidadão. É bom notar o termo cidadão, no texto constitucional, sabendo-se que não basta ter nacionalidade, mas também estar em GOZO DE seus direitos políticos. Da mesma forma, as pessoas físicas que não adquiriram suas prerrogativas cívicas, ou delas decaíram, mesmo provisoriamente, são ilegítimas para propor Ação Popular.
Para ajuizar a Ação Popular, também é necessário que a medida tenha por objetivo invalidar ato ilegal que seja lesivo ao patrimônio público. Da mesma forma, qualquer ação que seja danosa ao patrimônio público, certamente será automaticamente ilegal, uma vez que a Administração Pública não está, nem poderia estar, autorizada a desfalcar a coisa pública.
 
A característica da ilegalidade é imprescindível, pois só mediante essa circunstância é possível anular um ato jurídico. Esse caráter de ilegalidade pode residir em aspectos exteriores, como por exemplo, a causa.
O processo de Ação Popular é isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência, ressalvados os casos em que o instrumento tenha sido usado com outros fins que não o da efetiva defesa do patrimônio público.
As lesões ao meio ambiente, patrimônio histórico, artístico e cultural também podem ser contidas por Ação Popular, por se tratarem de bens de toda a coletividade.
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(…)
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Apesar da Ação Civil Pública não estar prevista no capítulo dedicado aos direitos e garantias fundamentais, não deixa de constituir-se em uma das garantias instrumentais dos direitos constitucionalmente assegurados.
Esta modalidade de ação, além de proteger os valores elencados na Lei no 7.347/85, teve seu objetivo amplamente alargado ao estabelecer no art. 129, III, da Constituição Federal, que compete ao Mistério Público promover a Ação Civil Pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
Por outro lado a lei no 7.347/85, em seu art. 6o estabelece que: "Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá, provocar a iniciativa do Ministério Público ministrando-lhe informações sobre fatos que constituem objeto da Ação Civil e indicando-lhe os elementos de convicção."
 
A Ação Civil Pública consagrou-se aí como meio de defesa de interesses indisponíveis do indivíduo e da sociedade. A referida lei 7.347/85 ao disciplinar que "A Ação Civil Pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direito de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico" objetiva a indenização pelo dano causado; indenização esta que se destina a reconstituição do bem lesado. Mas esta ação pode também ter por objetivo o cumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer.
A regra jurídica constitucional transfere a defesa dos interesses individuais e sociais indisponíveis para área de competência do Ministério Público, a quem cabe defendê-los.
HABEAS DATA
O HABEAS DATA no regime constitucional brasileiro surgiu por inspiração do professor José Afonso da Silva na comissão provisória de estudos constitucionais. Em seguida foi aprovada na Assembléia Constituinte que de origem à Constituição vigente.
Está escrito, em seu art. 5o, LXXII: 
“Conceder-se-á habeas data: 
	a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
	b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.”
Disciplinado pela Lei n. 9.507/97.
O habeas data possibilitou ao indivíduo saber se tem ficha em órgão de informação, o que nele consta, e se necessário, mandar fazer retificações. É um instrumento constitucional capaz de assegurar ao indivíduo o acesso às referências e informações sobre a sua pessoa e entidades públicas e privadas e de também garantir a retificação dos dados incorretos.
É o conjunto de direitos que garantem o controle da identidade informática, implica o reconhecimento do direito de conhecer, do direito de correção, de subtração ou anulação, e de agregação sobre os dados depositados num fichário eletrônico. Esse elenco de faculdades, que derivam do princípio de acesso aos bancos de dados constitui a denominada "liberdade de informática" ou direito ao controle dos dados que dizem respeito ao próprio indivíduo (biológico, sanitários, acadêmicos, familiares, sexuais, políticos e sindicais)
De acordo com a Lei n. 9.517/97, a impetração de HD pressupõe a recusa ou omissão da autoridade administrativa em atender a pretensão do impetrante, isto é, conceder: acesso à informação pretendida; retificação de dados; ou contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. A propósito, destacam-se os seguintes dispositivos legais:
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
Caso não haja a resistência da autoridade administrativa, não haverá interesse de agir. Nesse sentido já decidiu o STF:
EMENTA: HABEAS DATA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RESISTÊNCIA AO FORNECIMENTO DAS INFORMAÇÕES: ART. 8º, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO I, DA LEI N. 9.507/1997. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. INFORMAÇÕES RELATIVAS A TERCEIROS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A ausência da comprovação da recusa ao fornecimento das informações, nos termos do art. 8º, parágrafo único, inciso I, da Lei n. 9.507/1997, caracteriza falta de interesse de agir na impetração. Precedente: Recurso em Habeas Data n. 22, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ 1º.9.1995. 2. O habeas data não se presta para solicitar informações relativas a terceiros, pois, nos termos do inciso LXXII do art. 5º da Constituição da República, sua impetração deve ter por objetivo "assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante". Agravo regimental não provido.
(HD 87 AgR, Relator(a):  Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 25/11/2009, DJe-022 DIVULG 04-02-2010 PUBLIC 05-02-2010 EMENT VOL-02388-01 PP-00001 RTJ VOL-00213- PP-00017 RDDP n. 85, 2010, p. 144-146 LEXSTF v. 32, n. 374, 2010, p. 169-173)
	
	Objetivo
	Pressupostos
	Sujeitos
	Particularidades
	Habeas Corpus
	Protege o direito de locomoção
	Ilegalidade ou abuso de poder, seja por parte de autoridade pública, seja por parte de particular.
Violência, coação ou ameaça no direito de locomoção
	SujeitoAtivo: Qualquer pessoa física ou jurídica.
Sujeito Passivo: autoridade pública, seja por parte de particular
	É gratuito.(Art. 5º, LXXVII/CF-88)
Não cabe nas punições disciplinares militares.
Ver. Art. 5º, LXVIII e Art. 142, § 2º/CF-88, 
Efeitos da decisão: inter partes
	Habeas Data
	Conhecimento de informações/retificação de dados referentes ao interessado.
	· Recusa ou omissão da autoridade administrativa, na forma da Lei 9507/97. 
	· Sujeito Ativo: a pessoa (f ou j) a qual se refere a informação.
· Sujeito Passivo: entidade governamental ou de caráter público que tenha registro de dados sobre a pessoa.
	1. Não se confunde com o direito de informação (Art. 5º, XXXIII)
2. É gratuito (Art. 5º, LXXVII/CF-88).
3. Ver. Art. 5º, LXXII
4. Arts. 102, I,d; 105, I,b: 108,I,c; 109, VII; 121, § 4º, V./CF-88.
5. Efeitos da decisão: inter partes
	Mandado de Injunção
	Exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
	· Omissão de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
· Só é cabível quando a omissão tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais consagrados no Título II ou em outros Capítulos da CF-88. Ou cabível nas prerrogativas referentes a nacionalidade, soberania e cidadania. 
	· Sujeito Ativo: o próprio titular do direito.
· Sujeito passivo: autoridades, órgãos colegiados, órgãos do judiciário, entidades da Administração Pública indireta, entidades indicados no Art. 102,I,q e Art. 105,I,h/CF-88.
	1. Não se confunde com a ADIN por Omissão (Art. 103, § 2º/CF-88)
2. Ver: Art. 5º, LXXI/CF-88.
3. A norma regulamentadora pode ser de natureza regulamentar ou legal e ser de competência de qualquer das autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que compõem os três poderes, inclusive a Administração Pública indireta., é o que deduz dos Arts. 102,I,q e 105, I, h/CF-88.
4. Efeitos da decisão: inter partes dar ciência ao órgão quanto a omissão)e suprimir a lacuna no caso concreto. Posição atual do STF: concretista geral.
	Mandado de Segurança Individual
	1. Provocar o controle jurisdicional quando houver lesão ou ameaça de lesão de direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder. 
2. Tem por Objeto anular o ato ilegal ofensivo de direito líquido e certo, ou a prática de ato omitido pela autoridade competente.
	· Ato de autoridade.
· Ilegalidade ou abuso de poder.
· Lesão ou ameaça de lesão
· Direito líquido e certo não amparado por Habeas Data ou Habeas Corpus. 
	· Sujeito Ativo: Pessoa Física ou jurídica (Pub. ou Priv.), órgão público ou universalidade patrimonial, titular de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão.
· Sujeito Passivo: 
Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.
OBS: Principalmente após o o advento da Lei 12016, parte da doutrina defende que o réu no MS seria a pessoa jurídica à qual a autoridade coatora se acha vinculada. 
	1. Efeitos da sentença: inter partes, dos titulares dos direitos devidamente representados
2. Ver: Art. 5º, LXIX/CF-88, e Lei 1.533/51
3. A autoridade coatora é notificada (e não citada) para prestar informações.
4. A legitimidade para recorrer é da pessoa jurídica e da autoridade coatora.
5. A sentença é mandamental, pois contém uma ordem dirigida à autoridade coatora para imediata execução.
6. Coator. Ver art. 102, I, d; art. 105, I, d; art. 107, I, cart. 109, VIII
7. Cabe MS contra ato de simples processamento de emenda constitucional que viole o art 60, da CF/88 (controle jurisdicional de proposta de emenda constitucional) RTJ, 99:1031; RDA 193:266; RDA 191:200
	MS Coletivo
	1. Provocar o controle jurisdicional quando houver lesão ou ameaça de lesão de direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder. 
2. Tem por Objeto anular o ato ilegal ofensivo de direito líquido e certo, ou a prática de ato omitido pela autoridade competente.
	· Ato de autoridade.
· Ilegalidade ou abuso de poder.
· Lesão ou ameaça de lesão
· Direito líquido e certo não amparado por Habeas Data ou Habeas Corpus.
	· Sujeito Ativo:
1. Partido político com representação no congresso nacional. (conteúdo mais amplo) 
2. Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus associados(conteúdo mais restrito)
Sujeito Passivo: 
Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.
· OBS: Principalmente após o o advento da Lei 12016, parte da doutrina defende que o réu no MS seria a pessoa jurídica à qual a autoridade coatora se acha vinculada.
	1. Efeitos da decisão: terá efeito para toda a categoria integrante da entidade ou sindicato. 
· Lúcia Valle Figueiredo, defende a tese de que sendo desfavorável a decisão, ela não fará coisa julgada, pois não impedirá a interposição de MSI (1989a:36).
2. Ver: Art. 5º, LXX/CF-88, e Lei 1.533/51.
3. Interesses coletivos: pertinente a um grupo de pessoas determinadas ou determináveis.
· ASSOCIAÇÃO: 
* Só pode defender interesses dos membros que a integram, esses interesses têm que estar definidos nos objetivos sociais da entidade, independendo de autorização dos mesmos, se tais interesses não estão previstos em seus objetivos sociais, não pode defendê-lo por via de MSC.
	Ação Popular
	· Anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
· Condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou a restituição de bens e valores (Art. 14, § 4º da Lei 4.717/65)
· Portanto a ação tem dupla natureza: constitutiva e condenatória.
	· Qualidade de cidadão do sujeito ativo.
· Ilegalidade ou imoralidade praticada pelo poder público ou entidade de que ele participe.
· Lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
	· Sujeito Ativo: Cidadão podendo ser possível o Litisconsórcio ativo[footnoteRef:1]. [1: Súmula 365/STF “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.”] 
· Sujeito Passivo:
1. As pessoas jurídicas (Pu/Pr) de que emanou o ato.
2. Autoridades, funcionários e administradores que houverem autorizado, aprovado ou ratificado ou praticado o ato impugnado ou por omissão tiverem dado oportunidade à lesão.
3. Os beneficiários diretos do mesmo, se houver.
Obs.: Quanto a Pessoa Jurídica: pode adotar três atitudes: contestar a ação / abster de contestar / atuar ao lado do autor (Art. 6º,§ 3º da Lei 4.717/65)
	1. Há um Litisconsórcio passivo necessário, pois várias pessoas deverão ser citadas.
2. Ver: Art. 5º, LXXIII/CF-88 e Lei 4.717/65.
3. autor fica isento de custas processuais e ônus de sucumbência, salvo má fé (Art. 5º, LXXIII/CF-88).
4. Não se faz necessária a existência de lesão, podendo ser proposta a ação popular preventiva .
5. Efeitos da decisão: Erga omnes , salvo se julgada ação improcedente por insuficiência de provas , hipótese em qualquer interessado poderá intentar nova ação com idêntico fundamento (Art. 18 da Lei 4717/65).
	Ação Civil Pública
	Proteção dos interesses difusos ou coletivos .
	· Dano ou ameaça de dano a interesse difuso ou coletivo (interesse público de grupos indeterminados de pessoas/meio ambiente / defesa do consumidor / patrimônio histórico, artístico nacional)
	· Sujeito Ativo: MP/U/E/M/DF/Autarquias/Fundações/Emp. Públicas/Soc Econ. Mista/Associações constituídas há um ano nos termos da lei civil e incluam entre suas finalidades a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio histórico, artístico, estético, paisagístico ou interesses difusos e gerais.
· Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, responsávelpelo dano ou ameaça de dano a interesse difuso ou geral 
	1. Não se confunde com a ação popular. E muito menos com o mandado de segurança coletivo.
2. Ver: Art. 129, III/CF-88, Lei 7.347/85.
3. Efeitos da decisão: Erga omnes , salvo se julgada ação improcedente por insuficiência de provas , hipótese em qualquer interessado poderá intentar nova ação com idêntico fundamento..
OBS.: O mandado de segurança coletivo/ação civil pública/ação popular fogem aos esquemas tradicionais do direito de ação (estruturado para proteger o direito subjetivo individual). O que se protege nas três hipóteses sãos os interesses metaindividuais, os chamados interesses públicos, que abrangem várias modalidades:
	
	Habeas Data
	Direito a Informação
	Previsão legal
	Art. 5º, LXXII
Arts. 102, I,d; 105, I,b: 108,I,c; 109, VII; 121, § 4º, V./CF-88. 
É gratuito. .(Art. 5º, LXXVII/CF-88).
	Art. Art. 5º, XXXIII/CF-88
	Objeto
	Conhecimento de informações/retificação de dados referentes ao interessado
	Direito à informação de interesse particular, coletivo ou geral. 
	Local de Requerimento
	Requerido por via judicial
	Requerido por via administrativa.
	Conteúdo
	Restringe-se as informações referentes ao interessado
	É mais amplo, de caráter geral, concernentes às atividades múltiplas dos órgãos governamentais podendo referir-se a conteúdos variados. 
	Hipótese se negado
	Se negado, faz coisa julgada.
	Se negado pode recorre as vias judiciais por meio de mandado de segurança ou Habeas Data.
	Exercício
	Exercido de forma restrita quanto ao conteúdo (informações/retificação de dados referentes ao interessado), no entanto exercido de forma ampla quanto não possuindo a restrição contida no direito de informação, que não admite segredo em relação a ele. 
	Exercido de forma ampla quanto ao conteúdo (interesse particular, coletivo ou geral de variados conteúdos), no entanto possuindo restrição de matérias “cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade do Estado”)
	Sujeito Passivo
	Entidade governamental ou de caráter público que tenha registro de dados sobre a pessoa.
	Entidade Governamental (Órgãos Públicos)
	
	Mandado de Injunção
	Ação Direta de Inc. Por Omissão
	Previsão legal
	Art. 5º, LXXI/CF-88.
	Art. 103, § 2º/CF-88
	Fundamento
	Inconstitucionalidade por omissão que impede o exercício de determinados direitos constitucionais
	Inconstitucionalidade por omissão que impede o exercício de determinados direitos constitucionais
	Cabimento
	Restrito aos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
	Mais amplo pois é cabível quando a omissão impeça a efetivação de norma constitucional, qualquer que seja ela. 
	Competência para julgamento
	Controle difuso de competência de tribunais diversos, dependendo da autoridade que se omitiu. (ver Arts. 102,I,q e 105, I, h/CF-88). 
	Controle concentrado, de competência exclusiva do STF.
	Titularidade
	O titular do direito que não pode ser exercido por falta de norma regulamentadora
	Cabe às pessoas previstas no Art. 103/CF-88.
	Omissão
	A omissão pode ser de várias autoridades, órgãos e pessoas jurídicas que compõem os três poderes, inclusive a Administração Pública indireta., é o que deduz dos Arts. 102,I,q e 105, I, h/CF-88., I,q e 105, I, h /CF-88.
	A omissão é apenas dos Poderes Legislativos e Executivo
	Efeitos do Julgado
	inter partes, ou erga omnes (posição concretista geral)
	Erga omnes
	Finalidade
	O judiciário decidirá, dizendo o conteúdo das normas que se aplicarão ao caso concreto e que farão coisa julgada.
	Conseguir com o efeito erga omnes, uma decisão do STF, que reconheça a inconstitucionalidade por omissão, onde o Poder judiciário não emitirá a norma regulamentadora, mas dará ciência ao órgão competente para fazê-lo.
	
	Ação Civil Pública
	Ação Popular
	Previsão legal
	Art. 129, III/CF-88, Lei 7.347/85.
	Art. 5º, LXXIII/CF-88 e Lei 4.717/65.
	Fundamento
	Dano ou ameaça de dano a interesse difuso ou coletivo (interesse público de grupos indeterminados de pessoas/meio ambiente / defesa do consumidor / patrimônio histórico, artístico nacional)
	· Ilegalidade ou imoralidade praticada pelo poder público ou entidade de que ele participe.
· Lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
	Superposição de Medidas (pode-se utilizar tanto a Ação Popular quanto a Ação Civil Pública)
	Quando do uso para proteção do patrimônio público e para defesa do meio ambiente
	Quando do uso para proteção do patrimônio público e para defesa do meio ambiente
	Legitimidade Ativa
	MP, Poder público (eventualmente associação particular) – LEIs 7347 e 8078 (CDC)
	Cidadão
	Legitimidade Passiva
	Qualquer pessoa, física ou jurídica (Pub. ou Priv.), que cause lesão ao interesse difuso protegido
	Entidade pública ou privada detentora do patrimônio público (cf. definido na Lei . 4.717/65)
	Natureza da Ação
	Constitutiva e condenatória.
	A ação tem dupla natureza: constitutiva e condenatória (Condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou a restituição de bens e valores).
TRIBUTÁRIO: Critérios Constitucionais para Classificar os Tributos. Critério Jurídico Distintivo das Espécies Tributárias.
TRIBUTO - o conceito de tributo deve ser estabelecido, necessariamente, por Lei Complementar (art. 146, III, a, da CRFB/88).
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Conceito: prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada [art. 3º, CTN].
		a)prestação compulsória e em dinheiro;
		b)instituída por lei; lei aqui é no sentido de norma produzida pelo Poder Legislativo (ex.: lei ordinária) ou que passe pelo seu crivo para ter validade permanente (ex.: medida provisória), com eficácia de ato normativo primário;
		c)que não constitua sanção de ato ilícito;
			penalização por ato ilícito não é tributo. Não se paga tributo
como punição, pelo contrário, o fato gerador do tributo é sempre lícito, embora possa
derivar de uma causa ilícita (princípio do “pecunia non olet”).
		d)atividade administrativa vinculada;
		-não há discricionariedade na cobrança do tributo. 
 		-é ato vinculado da administração, não há apreciação da conveniência e oportunidade.
	CLASSIFICAÇÃO:
	Tributos vinculados: fato gerador é alguma atividade específica do Estado relativa ao contribuinte. Ex: taxas e contribuição de melhoria.
	Tributos não vinculados: fato gerador não é nenhuma atividade específica do Estado direcionada ao contribuinte. Ex: impostos e contribuições.
	Tributos de arrecadação vinculada[footnoteRef:2]: receita está previamente destinada ou afetada a determinado órgão, fundo ou despesa. Ex: contribuições sociais para o custeio da seguridade social e empréstimo compulsório (art. 148, p. u., da CRFB/88). [2: Acerca da exigência ou não de vinculação do produto da arrecadação tributária ao serviço público que justificou a instituição e cobrança de determinada taxa, transcrevo os comentários de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tecidos no excelente livro “Direito Tributário na Constituição e no STF”: “(...) quanto ao destino do produto da arrecadação das taxas, cabe notar que não existe vinculação constitucional expressa entre a receita e a despesa, vale dizer, não é obrigatório que a arrecadação da taxa seja legalmente destinada a um fundo ou órgão específico incumbido de custear ou desempenhar a atividade estatal que constitui o fato

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