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PLANO DE METAS 
Semana 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
Dia 01. Direito Processual Civil: Jurisdição ........................................................................................ 3 
Dia 02. Direitos Difusos e Coletivos: Noções Gerais .......................................................................... 7 
Dia 03. Direito Tributário: Conceitos e Espécies de Tributos. ........................................................... 14 
Dia 04. Direito Empresarial .............................................................................................................. 25 
Dia 05. Direito Constitucional: Teoria Geral da Constituição ........................................................... 29 
Dia 06. Direito Administrativo: Regime Jurídico Administrativo e Organização Administrativa ......... 41 
Dia 07. Direito do Consumidor ......................................................................................................... 58 
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DIA 01. Direito Processual Civil: 
Jurisdição 
Jurisdição. Das Normas Fundamentais e da Aplicação das Normas Processuais 
 COMO ESTUDAR? 
• Estudar (grifar, marcar, anotar)1 o CPC: artigos 1º ao 15, 16 a 41, 165 a 175 e 334;
Lei nº 9.307/96 (Arbitragem).
• Estudar os materiais de apoio fornecidos sobre os temas.
• Resolver, pelo menos, 15 questões sobre o tema.
 O QUE É IMPORTANTE? 
• Jurisdição
• Definição e características da jurisdição
• Equivalentes jurisdicionais
• Distinção entre jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária
• Arbitragem é jurisdição?
• Arbitragem e Administração Pública
• Natureza jurídica da sentença arbitral e possibilidade de sua revisão
• Mediação
• Conciliação
• Cooperação internacional
1 Compre um Vade Mecum atualizado e sempre estude a doutrina com ele aberto, para que sejam feitas 
anotações importantes em seu espaço disponível. 
 
 
 
 
 
 
 
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- Auxílio direto 
- Cartas rogatórias 
 
 
• Das Normas Fundamentais e da Aplicação das Normas Processuais 
• Identificação e conceituação dos princípios: do contraditório; da eficiência; da 
boa-fé processual; da adequação; da cooperação; do respeito ao 
autorregramento da vontade; e da primazia do julgamento de mérito. 
• Analisar, neste momento, os artigos das Disposições Finais e Transitórias que 
guardam pertinência com a regulamentação intertemporal de aplicação das 
normas processuais. Conferir especial atenção aos artigos: 1.046, 1.047, 1.048 
e 1.049. 
 COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS? 
 
01. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MS)/2015/31º 
É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral? 
a) Sim, porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional. 
b) Sim, porque embora a atividade arbitral não tenha natureza jurisdicional, não é possível admitir 
dois entes julgadores. 
c) Sim, porque a atividade jurisdicional estatal deve prevalecer sobre a decisão arbitral. 
d) Não, porque a atividade arbitral não tem natureza jurídica compatível para aplicação das normas 
processuais. 
e) Não, porque independentemente da natureza da câmara arbitral, inexiste previsão legal para tanto. 
 
02. VUNESP - Juiz Estadual (TJ AC)/2019 
A cooperação jurídica internacional pode ser entendida como um modo formal de solicitar 
a outro país alguma medida judicial, investigativa ou administrativa, necessária para um 
caso concreto em andamento. Uma das inovações trazidas pelo Código de Processo Civil 
de 2015 foi regular a cooperação internacional em seu texto, nos seguintes termos: 
 
 
 
 
 
 
 
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a) compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio 
direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
b) é incabível o auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade 
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
c) a carta rogatória oriunda de autoridade brasileira competente, a fim de viabilizar o seu 
cumprimento, via de regra, será encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores, acompanhada de 
tradução para a língua oficial do Estado requerido. 
d) realizar-se-á, como regra, com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
 
03. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MT)/2018 
João e José formam um casal homoafetivo, sem filhos, que possuem domicílio certo em 
Cuiabá. A empresa Y atua no ramo de produção de cosméticos e também está localizada 
na capital do Estado do Mato Grosso. Com base nessas informações e nas regras de 
competência fixadas no CPC/2015, assinale a alternativa correta. 
a) No caso de falecimento de José ocorrido no estrangeiro, o foro de situação dos bens imóveis será 
o competente para processar e julgar a ação de inventário. 
b) No caso de ação de dissolução da união estável de João e José, será competente o foro do último 
domicílio do casal. 
c) Se a empresa Y demandar ação de reparação de danos contra serventia notarial com sede no 
interior do Estado, por ato praticado em razão do ofício, será competente o foro da Comarca de Cuiabá. 
d) Tramitando no juízo da Comarca de Cuiabá ação de falência da empresa Y, a intervenção da 
União como interessada no feito implicará na remessa dos autos à Justiça Federal. 
e) Caso José proponha uma ação possessória imobiliária, terá competência relativa o juízo do foro 
de situação da coisa. 
 
 
Gabarito: 
 
1. A 2. A 3. B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 ANOTAÇÕES 
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DIA 02. Direitos Difusos e 
Coletivos: Noções GeraisInteresses difusos e coletivos: Origem histórica e evolução. Tutela Jurisdicional dos Direitos e 
Interesses Difusos e Coletivos. A tutela em juízo dos interesses individuais homogêneos, 
difusos e coletivos. Competência. Interesse público e interesse privado. Interesse primário e 
interesse secundário. Interesses difusos. Interesses coletivos. Interesses individuais 
homogêneos. Interesses transindividuais e sua tutela coletiva. Legitimação: ordinária e 
extraordinária. Legitimação ativa e legitimação passiva.Litisconsórcio e assistência. Conexão, 
continência e litispendência. Liminares e recursos. A imposição de multas. 
 COMO ESTUDAR? 
• Estudar o tema pelo material de apoio (área do aluno);
• Existe um microssistema de leis que integram o corpo normativo que regulamenta os
Direitos Difusos, são elas, por exemplo: Lei da ACP; Lei do Mandado de Segurança
(na parte que cuida do MS Coletivo); Lei da Ação Popular; Estatuto da Criança e do
Adolescente, entre outras. Neste momento, recomenda-se apenas a leitura dos
artigos 81 a 104 do CDC.
• Estudar a jurisprudência indicada abaixo.
• Resolver, pelo menos, 15 questões VUNESP sobre o assunto.
 O QUE É IMPORTANTE? 
• Origem e evolução histórica do ramo jurídico;
• Conceito dos direitos: difusos; coletivos; individuais homogêneos; transindividuas.
• Estudo do rol de legitimados ativos;
• Legitimidade concorrente - extraordinária a título de substituição processual (CDC,
art. 82) → habilitação do consumidor como litisconsorte, comprovada a
legitimidade para propor ação individual.
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• os concorrentes podem alterar/aditar pedido inicial (MP também o pode - CDC,
art. 92), respeitadas as disposições do art. 264 do CPC (depois citação, só com
concordância réu).
• a legitimidade do MP em seara de direitos individuais homogêneos encontra muita
divergência na doutrina e jurisprudência. Prevalece que o MP tem legitimidade
para atuar quando os interesses são socialmente relevantes. Ex: O MP tem
legitimidade para defender interesses dos contratantes do seguro obrigatório
DPVAT. O STJ cancelou o enunciado da súmula 470, 2ª Seção. REsp
858.056/GO, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 27.05.2015.
• as associações precisam estar constituídas há mais de um ano, destinadas à
defesa dos direitos metaindividuais (constar fim institucional da entidade tal
defesa), dispensada a autorização em assembleia (CDC, art. 82, IV) → é possível
o afastamento do requisito temporal em caso de manifesto interesse social
evidenciado pela dimensão ou característica do dano ou relevância do bem
jurídico protegido.
• A associação não tem legitimidade ativa para defender os direitos de pessoas
que, depois da propositura da ação, vierem a se agregar à entidade. Caso a ação
seja julgada procedente, o título executivo irá beneficiar apenas os associados
cujos nomes estão na lista de filiados juntada com a petição inicial e sejam
residente no âmbito da jurisdição do órgão julgador. Só essas pessoas é que
poderão executar o título. Em suma, as pessoas que se filiarem à associação em
momento posterior à data do ajuizamento da ação e que, por esse motivo, não
constaram da relação de nomes anexada à inicial da demanda, não são
alcançadas e beneficiadas pela eficácia da coisa julgada.
Associações 
As associações podem propor ações coletivas em favor dos seus associados 
A associação precisa da autorização dos associados para propor a ação na defesa de seus 
interesses (art. 5º, XXI, da CF/88). 
A autorização dada pelos associados precisa ser expressa e específica para cada ação. 
não é suficiente a autorização genericamente prevista no estatuto da associação 
Essa autorização pode ser feita de duas formas: 
a) por declaração individual do associado;
 
 
 
 
 
 
 
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b) por aprovação na assembleia geral da entidade; 
Vale ressaltar que, no caso de impetração de mandado de segurança coletivo, a associação 
não precisa de autorização específica dos filiados (art.5, LXX da CRFB c/c Súmula 629-
STF) 
Para que seja beneficiada pela sentença favorável obtida na ação coletiva proposta pela 
associação é necessário que a pessoa: 
a) esteja filiada à associação no momento da propositura; 
b) seja residente no âmbito da jurisdição do órgão julgador; 
c) tenha autorizado o ajuizamento da ação e seu nome esteja na lista anexada junto à 
petição inicial 
O art. 2-A da Lei nº 9.494/97 é constitucional 
 
• INTERESSES METAINDIVIDUAIS 
 
DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS 
+ interessados indetermináveis 
- situação de fato 
- direitos indivisíveis 
+ coletividades 
determináveis 
- relação jurídica base 
- direitos indivisíveis 
+ membros da coletividade 
/determinados 
+ situação de fato 
+ direitos divisíveis. 
 
• - legitimidade MP 
 
DIREITOS DIFUSOS DIREITOS COLETIVOS 
STRICTO SENSU 
DIREITOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS 
+ sempre tem 
legitimidade. 
+ sempre tem 
legitimidade. 
+ indisponíveis = sempre tem 
legitimidade. 
+ disponíveis = tem legitimidade, se 
forem de interesse social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• COMPETÊNCIA 
 
AÇÕES DE CONHECIMENTO LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA EXECUÇÃO 
+ local do dano (âmbito local) + 
capital do Estado ou Distrito 
Federal (dano de âmbito 
regional ou nacional). 
+ juízo da condenação ou 
domicílio do autor. 
+ domicílio do autor 
ou juízo da 
condenação 
(individual) e juízo da 
condenação 
(coletiva). 
 
• LITISPENDÊNCIA 
 
- NÃO há litispendência entre ação individual e coletiva (direitos individuais 
homogêneos). Opções da parte: 
+ prosseguir com sua demanda, cuja coisa julgada prevalecerá (mesmo que prejudicial) 
+ suspender a individual (30 dias do conhecimento da coletiva) = (a) procedente: individual 
continua como liquidação; (b) improcedente: individual prossegue sem qualquer prejuízo. 
+ aderir à ação coletiva como litisconsorte, abdicando da individual e ficando sujeito aos 
efeitos da coisa julgada. 
 JURISPRUDÊNCIA 
 
1. É constitucional a Lei nº 11.448/2007, que alterou a Lei n.° 7.347/85, prevendo a 
Defensoria Pública como um dos legitimados para propor ação civil pública. Vale ressaltar que, 
segundo o STF, a Defensoria Pública pode propor ação civil pública na defesa de direitos difusos, 
coletivos e individuais homogêneos. STF. Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 6 e 7/5/2015 (Info 784). 
2. O STJ já decidiu, por exemplo, que “o Ministério Público não tem legitimidade ativa para 
propor ação civil pública na qual busca a suposta defesa de um pequeno grupo de pessoas - no 
caso, dos associados de um clube, numa óptica predominantemente individual.” (REsp 1109335/SE, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/06/2011). 
3. LEGITIMIDADE. DEFENSORIA PÚBLICA. AÇÃO COLETIVA. A Turma, ao prosseguir o 
julgamento, entendeu que a Defensoria Pública tem legitimidade para ajuizar ação civil coletiva em 
benefício dos consumidores de energia elétrica, conforme dispõe o art. 5º, II, da Lei nº 7.347/1985, 
com redação dada pela Lei nº 11.448/2007. (...) REsp 912.849-RS, Rel. Min. José Delgado, julgado 
em 26/2/2008 (Info 346). 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em 
defesa de direitos individuais homogêneos, independentemente do motivo que tenha fundamentado 
a rejeição do pedido, não é possível a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro 
legitimado coletivo, ainda que em outro Estado da federação. STJ. 2ª Seção. REsp 1.302.596-SP, 
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 9/12/2015 (Info 575). 
 COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS? 
 
1. VUNESP - Analista (Pref Itapevi)/Jurídico/2019 (e mais 1 concurso) 
“Esse princípio preza pela observação e conhecimento do conteúdo e não somente da 
forma, já que essa não deve aniquilar aquela.” 
O princípio do processo civil coletivo mencionado é, doutrinariamente, chamado de 
princípio 
a) da instrumentalidade das formas. 
b) da indisponibilidade. 
c) da não taxatividade.d) do impulso oficial. 
e) do amplo acesso à Justiça. 
 
2. VUNESP - Procurador (IPSM SJC)/2018 
Transitada em julgado decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em defesa 
de direitos individuais homogêneos 
a) é possível a propositura de nova demanda por outro legitimado, desde que em outro Estado da 
Federação. 
b) é possível a propositura de nova demanda, desde que em pedido coletivo. 
c) é possível a propositura de nova demanda, desde que o objeto seja maior que o da ação coletiva. 
d) não é possível a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro legitimado coletivo. 
e) não é possível a propositura de nova demanda, por expressa vedação legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. VUNESP - Procurador Autárquico (PAULIPREV)/2018 
Houve, numa instituição privada de ensino, supressão de algumas matérias e alteração de 
cargas horárias, que atingiu apenas algumas turmas de um mesmo curso, o que ensejou 
reclamo da diminuição da qualidade de ensino. Os alunos das turmas, que se sentiram 
prejudicados, resolvem ingressar com ação judicial questionando a qualidade de ensino 
em razão das alterações e pleiteando a sua revogação. Diante disso, assinale a alternativa 
correta. 
a) É possível ingressar com ação coletiva, pois se trata de violação de direito ou interesse difuso, 
que atingiu um número indeterminado de consumidores contratantes da instituição de ensino, ligados 
entre si por essa circunstância fática. 
b) É possível ingressar com ação coletiva, pois houve violação de interesse ou direito coletivo em 
sentido estrito, pois é direito de natureza indivisível, cujos titulares são os contratantes alunos da 
instituição de ensino, ligados entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. 
c) É possível ingressar com ação coletiva, pois houve violação de interesse ou direitos individuais 
homogêneos, pois existe uma origem comum, qual seja a supressão de algumas matérias e alteração de 
cargas horárias. 
d) Sendo determinado e certo o número de pessoas atingidas pelas alterações na instituição de 
ensino, o questionamento judicial somente pode ser realizado em litisconsórcio ativo dos consumidores 
atingidos pelas alterações promovidas. 
e) Como os alunos adquiriram o produto (ensino) por meio de contratos individuais, não é possível o 
questionamento judicial das alterações promovidas através de ação de natureza coletiva. 
 
Gabarito: 
 
1. C 2. D 3. B 
 
 ANOTAÇÕES 
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DIA 03. Direito Tributário: Conceitos e 
Espécies de Tributos. 
Constituição Federal e o Sistema Tributário Nacional (...) 
 
 COMO ESTUDAR? 
• Estudar o material de apoio referente ao tema; 
 
• Estudar (grifar, marcar, anotar) os arts. 3º, 16 a 18, 77 a 82 do CTN e arts. 
145 a 149-A e 154 da CF. 
• Resolver, pelo menos, 20 questões sobre os temas 
 
• Estudar a jurisprudência respectiva pelo Dizer o Direito 
 
 O QUE É IMPORTANTE? 
 
 
TRIBUTO 
1. Prestação pecuniária 
2. Compulsória 
3. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir 
4. Não constitui sanção de ato ilícito 
5. Instituído por lei 
6. Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
 
• ATENÇÃO – IMPOSSIBILIDADADE DE LEI LOCAL INSTITUIR, COMO 
FORMA DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DAÇÃO EM 
PAGAMENTO DE BENS MÓVEIS: Norma tributária local que pretenda 
instituir dação em pagamento de bens móveis é inconstitucional segundo o 
STF, porquanto tal expediente seria o mesmo que adquirir um bem sem 
licitação. Desta feita, estar-se-ia invadindo seara afeta à reserva de lei 
 
 
 
 
 
 
 
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federal. Em outras palavras, o crédito tributário não pode ser extinto 
mediante dação em pagamento de bens móveis, tendo em vista a reserva 
de lei nacional para dispor sobre regras gerais de licitação. 
 
• ATENÇÃO – POSSIBILIDADE DE LEI LOCAL INSTITUIR OUTRAS 
FORMAS, NÃO PREVISTAS NO CTN, DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO (EXCETO DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS MÓVEIS): O 
STF, em outros julgados, assentou que é, sim, possível que os entes locais 
instituam outras formas de extinção do crédito tributário. Tal entendimento 
sustenta-se em dois argumentos: 1) pacto federativo: o ente federado tem 
o direito de receber algo do seu interesse para quitar um crédito de que é 
titular; 2) “quem pode o mais, pode o menos”: se o ente pode até perdoar 
que lhe é devido (o mais), não é razoável que não possa autorizar a 
extinção do crédito tributária por uma forma não prevista no CTN (o menos). 
Portanto, CUIDADO: para o STF, é possível que lei local estabeleça 
formas de extinção do crédito tributário não previstas no CTN, exceto por 
dação em pagamento de bens móveis, pois, nesse caso, haveria incursão 
indevida de lei local emmatéria afeta à lei nacional, já que o tema cuida de 
regras gerais de licitação. 
• Em decorrência do princípio do “pecunia non olet” (dinheiro não cheira), o 
STF e a doutrina são unânimes em afirmar que devem ser tributados 
ilícitos ou fatos geradores criminosos. Do contrário, chancelar-se–ia 
uma imunidade a que pratica um ilícito, em detrimento daquele que 
mantém sua conduta na conformidade da lei. 
 
• ATENÇÃO – ART. 4º, II, DO CTN X ART. 9º DA LEI 4.320/64: Nos termos 
do art. 4º, II, do CTN, é irrelevante, para definição de tributo, a destinação 
legal do produto arrecadado. Todavia, o STJ sedimentou o entendimento 
segundo o qual a contribuição para o FGTS, porque não se destina ao 
erário, mas às contas vinculadas dos trabalhadores, não possui natureza 
jurídica de tributo, motivo porque a elas não se aplicam as disposições do 
CTN, nos termos da súmula 353 da Corte. O fundamento do STJ baseou-se 
no art. 9º da Lei Geral de Finanças (Lei n.º 4.320/64), cujo teor refere 
expressamente que o produto da arrecadação tributária deve ser destinado 
ao custeio de atividades gerais ou específicas. Portanto, CUIDADO: atente 
para a “blindagem” das questões, no que tange à relevância da destinação 
dos tributos arrecadados (segundo o CTN... segundo a Lei 4.320/64... 
Segundo o STJ, em relação às contribuições do FGTS...). 
 
 
 
 
 
 
 
16 
• Adotando-se a teoria da pentapartição, o fato gerador é insuficiente, às 
vezes, para se identificar a natureza específica do tributo: se contribuição 
social/empréstimo compulsório ou imposto. Isso porque, em algumas 
situações, o fato gerador é o mesmo para impostos e contribuições, tal 
como ocorre, por exemplo, com o IRPJ e a CSLL. Assim, para “salvar” a 
teoria da pentapartição, propõe-se a não recepção parcial do art. 4º do 
CTN, a fim de que se exclua do seu âmbito de incidência tais exceções: 
contribuições especiais e empréstimos compulsórios. 
• Em caso de guerra ou na sua iminência, a União pode instituir Imposto 
Extraordinário de Guerra, inclusive sobre fato gerador sobre o qual já 
haja tributação. Eis uma hipótese em que se permite a bitributação. 
• Embora o princípio da capacidade contributiva seja de observância 
obrigatória (sempre que possível) à instituição dos impostos, para o STF, 
nada impede que a criação de taxas observe a referida diretriz. 
ATENÇÃO: apenas as taxas de serviço admitem cobrança pela potencial 
utilização. As taxas de polícia, para serem cobradas, o exercício do 
poder de polícia deve ser regular e efetivo. Assim, ao passo em que é 
legítima, quando da inscrição inicial do estabelecimento, a cobrança de taxa de 
licença e funcionamento, não é legítima a cobrança anual do referido tributo 
pela simples renovação da licença, sem que se renove também a fiscalização. 
Todavia, CUIDADO: o STF entende que é presumido o exercício do poder de 
polícia, quando existente o órgão fiscalizador, sendo desnecessária a 
comprovação de fiscalização individualizada. 
• As custas judiciais são espécies de taxa e, como tal, devem ter suas bases 
de cálculo referidas ao valor do serviço público prestado, sendo 
inconstitucional a cobrança de custas calculadas sem limite sobre o 
valor da causa (Súmula 667 do STF). 
• A vedação contida no art. 145, §2º, da CF/88, no sentido de que é 
impossível a instituição de taxa com base de cálculo própria de imposto, 
deve ser interpretada com temperamentos, para alcançar tão somente a 
identidade integral entre as 2 bases de cálculo – a da taxa e a do imposto. 
Se apenas um (ou mais) elemento (s) coincidir (em), não restará violado o 
referido comando constitucional. Eis o teor da súmula vinculante n.º 29: “É 
constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais 
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que 
não haja integral identidade entre uma base e outra”. 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
• Para o STF e STJ, os serviços de água e esgoto são remunerados por 
tarifa ou preço público, razão pela qual eventual repetição de indébito se 
sujeita ao prazo prescricional do Código Civil (e não do CTN). 
• REGRA: As contribuições de melhoria somente podem ser instituídas após 
a realização da obra pública e apuração da valorização imobiliária dela 
decorrente. Não pode, portanto, ser instituída com fins a financiar a obra, já 
que não há como se avaliar a valorização do imóvel antes da construção 
daquela. EXCEÇÃO: as contribuições de melhoria podem ser cobradas 
quando estiver finalizada apenas parte da obra, desde que seja 
inequívoca a valorização imobiliária, decorrente de tal parcela da obra já 
realizada. 
• A pavimentação e o asfaltamento, embora não ensejem o pagamento de 
taxa, pois o serviço não é específico e divisível, pode ensejar a cobrança 
de contribuição de melhoria, caso preenchidos os requisitos legais, em 
especial, a valorização imobiliária. CUIDADO: o simples recapeamento 
das vias, contudo, não pode ser custeado sequer por contribuição de 
melhoria, já que, nesse caso, inexiste obra pública, mas mera manutenção 
de uma anterior (STF). 
• Não obstante a necessidade de valorização imobiliária para que reste 
verificado o fato gerador da contribuição de melhoria, o STJ tem entendido 
ser legítima a fixação de base de cálculo mediante a utilização de 
montantes presumidos de valorização, desde que facultada a 
apresentação de prova em sentido contrário pelo sujeito passivo. 
• CUIDADO: as taxas e as contribuições de melhoria são tributos 
vinculados quanto ao fato gerador, ou seja, são exações marcadas pela 
referibilidade, respectivamente, direta e indireta. Contudo, quanto ao 
destino da arrecadação, são tributos não vinculados, com exceção das 
custas e emolumentos judiciários. 
• O critério relevante para se identificar se um tributo é direto ou indireto é 
estritamente jurídico, ou seja, há que existir norma jurídica estabelecendo 
a translação do encargo econômico-financeiro a pessoa diferente 
daquela definida em lei como sujeito passivo. É irrelevante, por isso, o 
critério meramente econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE O ASSUNTO 
Súmula Vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades 
públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. 
Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. 
Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um 
ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja 
integral identidade entre uma base e outra. 
Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de 
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. 
Súmula Vinculante 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao 
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da 
Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as 
quais tais entidades foram constituídas. 
Súmula 69 do STF: A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para o 
aumento de tributos municipais. 
Súmula 336 do STF: A imunidade da autarquia financiadora, quanto ao contrato de 
financia- mento, não se estende à compra e venda entre particulares, embora constantes 
os dois atos de um só instrumento. 
Súmula 503 do STF: A dúvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar, 
manifestado por dois Estados, não configura litígio da competência originária do Supremo 
Tribunal Federal. 
Súmula 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange 
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 
Súmula 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa 
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. 
Súmula 670 do STF: O serviçode iluminação pública não pode ser remunerado mediante 
taxa. 
Súmula 730 do STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência 
social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades 
fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 INFORMATIVOS IMPORTANTES SOBRE O ASSUNTO 
 
Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está 
desvinculado de finalidade estatal. A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou 
contrato de concessão de uso de imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta 
última poderia explorar comercialmente um imóvel pertencente à INFRAERO. Vale ressaltar 
que esta empresa é uma concessionária de automóveis. A empresa privada queria deixar de 
pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não aceitou a 
tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso. A atividade desenvolvida pela 
empresa tem por finalidade gerar lucro. Se fosse reconhecida a imunidade neste caso, isso 
geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva artificial em favor da empresa, 
que teria um ganho em relação aos seus concorrentes. Afinal, a retirada de um custo 
permite o aumento do lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio 
das relações de mercado. Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem 
está desvinculado de finalidade estatal. STF. Plenário. RE 434251/RJ, rel. orig. Min. 
Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/4/2017 (Info 861). 
Se uma pessoa jurídica de direito público faz contrato de cessão de uso de 
imóvel com empresa privada, esta última não goza de imunidade e deverá pagar 
IPTU. Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a 
pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo. Ex.: a União celebrou contrato de 
concessão de uso de imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta última 
poderia explorar comercialmente determinado imóvel pertencente ao patrimônio público 
federal. A empresa privada queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de 
imunidade tributária. O STF não aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste 
caso. STF. Plenário. RE 601720/RJ, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Infos 860 e 861). 
Sociedade de economia mista com finalidade lucrativa e que for arrendatária 
de imóvel público não goza de imunidade tributária. A imunidade recíproca, prevista no 
art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se estende a empresa privada arrendatária de 
imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. 
Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município. Ex.: a União, 
proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou este imóvel para 
a Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar 
combustíveis. Antes do arrendamento, a União não pagava IPTU com relação a este imóvel 
em virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que houve o arrendamento, a 
Petrobrás passa a ter que pagar o imposto. STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Info 860). 
ECT tem direito à repetição do indébito relativo ao ISS sem necessidade de 
prova de ter assumido o encargo pelo tributo e sem autorização dos tomadores dos 
 
 
 
 
 
 
 
20 
serviços. Os Correios gozam de imunidade tributária recíproca, razão pela qual os 
Municípios não podem cobrar ISS sobre a prestação dos serviços postais. Ocorre que, 
durante muitos anos, alguns Municípios cobravam o imposto porque ainda não se tinha 
uma certeza, na jurisprudência, acerca da imunidade dos Correios. A ECT pode pleitear a 
repetição do indébito relativo ao ISS cobrado sobre os serviços postais. Para isso, os 
Correios não precisam provar que assumiram o encargo pelo tributo nem precisam estar 
expressamente autorizados pelos tomadores dos serviços. Presume-se que os Correios 
não repassaram o custo do ISS nas tarifas postais cobradas dos tomadores dos serviços. 
Isso porque a empresa pública sempre entendeu e defendeu que não estava sujeita ao 
pagamento desse imposto. Não havendo repasse do custo do ISS ao consumidor final, os 
Correios podem pleitear a restituição sem necessidade de autorização do tomador dos 
serviços. STJ. 2ª Turma. REsp 1.642.250-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
16/3/2017 (Info 602). 
Os livros eletrônicos gozam de imunidade tributária. A imunidade tributária 
constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-
book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. STF. Plenário. RE 
330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856). 
 
Os requisitos para o gozo de imunidade devem estar previstos em lei 
complementar. Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei 
complementar. STF. Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. 
Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855). 
STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855). 
Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei 
municipal. É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A 
prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de 
Bombeiros, sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V 
e § 5º da CF/88. A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é 
sustentada por meio de impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a 
pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao 
Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança 
pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade 
precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la 
a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.”. 
STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão 
geral) (Info 871) 
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para 
ato infralegal, desde que respeitados os parâmetros máximos. Não viola a legalidade 
tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de 
taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser 
 
 
 
 
 
 
 
21 
atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de 
correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844). 
 
 
 
 COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS? 
 
 
1. VUNESP - Juiz Estadual (TJ SP)/2018/188º 
Com relação à administração tributária, é correto afirmar que 
a) não há dispositivo constitucional expresso a respeito da matéria, integralmente disciplinada pelo 
Código Tributário Nacional. 
b) a Constituição Federal dispõe que à administração tributária é facultado identificar o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte com a finalidade precípua de assegurar o 
respeito ao caráter de pessoalidade dos impostos e à capacidade econômica do contribuinte. 
c) a Constituição Federal dispõe que à administração tributária é facultado identificar o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte com a finalidade precípua de assegurar a 
eficiência da arrecadação. 
d) a Constituição Federal dispõe que a atividade de fiscalização será estritamente formal, de modo a 
assegurar o respeito às garantias do contribuinte.2. VUNESP - Juiz Estadual (TJ AC)/2019 
Segundo o CTN, a natureza jurídica do tributo 
a) é determinada pela denominação do tributo, sendo relevante para qualificá-la a destinação da 
obrigação tributária. 
b) é determinada pela destinação do recurso arrecadado, sendo irrelevante para qualificá-la o fato 
gerador da obrigação tributária. 
c) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a 
denominação e demais características formais adotadas pela lei. 
d) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo ainda relevante para qualificá-la a 
destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
3. VUNESP - Juiz Estadual (TJ SP)/2017/187º 
A extrafiscalidade pode ser conceituada como 
a) a possibilidade de delegação da capacidade tributária ativa e da aptidão de exigir e arrecadar 
tributo, desde que o faça por lei, a outra pessoa de direito público ou privado que preste serviços 
públicos. 
b) o mecanismo pelo qual a pessoa política, por meio de lei, transfere sua capacidade ativa a outra 
pessoa de direito público, como as autarquias. 
c) a atividade que se expressa na atuação estatal de exigência de tributos com o objetivo exclusivo 
de arrecadação, e a geração de receitas, operando-se em desvio de finalidade. 
d) o emprego de instrumentos tributários para o alcance das finalidades não arrecadatórias, mas 
incentivadoras ou inibidoras de comportamentos, com vista à realização de valores constitucionalmente 
relevantes. 
 
4. VUNESP - Juiz Estadual (TJ RS)/2018 
O prefeito do Município X pretende instituir uma taxa para custear o serviço de coleta, 
remoção e destinação do lixo doméstico produzido no Município. A taxa será calculada em 
função da frequência da realização da coleta, remoção e destinação dos dejetos e da área 
construída do imóvel ou da testada do terreno. Acerca dessa taxa, é correto afirmar que 
ela é 
a) ilegal, porque a coleta, remoção e destinação do lixo doméstico não podem ser considerados 
como serviço público específico e divisível. 
b) ilegal, porque sua base de cálculo utiliza elemento idêntico ao do IPTU, qual seja, a metragem da 
área construída ou a testada do imóvel. 
c) legal se houver equivalência razoável entre o valor cobrado do contribuinte e o custo individual do 
serviço que lhe é prestado. 
d) ilegal, porque não possui correspondência precisa com o valor despendido na prestação do 
serviço. 
e) legal, porque foi instituída em razão do exercício regular de poder de polícia, concernente à 
atividade da Administração Pública que regula ato de interesse público referente à higiene. 
 
5. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MT)/2018 
Caso o poder público municipal decida cobrar determinado valor em dinheiro como 
contrapartida pela ocupação de praça pública por comerciantes, na forma de feira livre, em 
dia específico da semana, sem concomitante exercício do poder de polícia por parte da 
Administração, essa cobrança deverá ocorrer por meio de 
 
 
 
 
 
 
 
23 
a) taxa de instalação, uso e ocupação do solo urbano. 
b) contribuição de melhoria a ser cobrada especificamente dos comerciantes instalados no local. 
c) imposto sobre a propriedade territorial urbana. 
d) taxa cobrada em razão do serviço público de fiscalização das atividades desempenhadas no local. 
e) preço público cobrado em decorrência da utilização de bem público. 
 
Gabarito: 
 
1. B 2. C 3. D 4. C 5. E 
 
 ANOTAÇÕES 
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25 
DIA 04. Direito Empresarial 
Do Direito de Empresa. Do Empresário. Da caracterização e da inscrição. Da capacidade. 
Registro. Nome empresarial. Estabelecimento empresarial.COMO ESTUDAR? 
• Estudar (grifar, marcar, anotar) o Código Civil: artigos 966 ao 980-A, e do 
art. 1.142 ao 1.168. 
• Estudar os materiais de apoio fornecidos sobre os temas. 
 
• Resolver, pelo menos, 20 questões sobre o tema. 
 
 O QUE É IMPORTANTE? 
• Do Direito de Empresa (para otimizar o seu estudo, organizamos o Direito de 
Empresa em dois momentos, quais sejam: do empresário individual; e do direito 
societário). 
• O conceito de Empresário 
• Empresário Individual 
• EIRELI 
• Estabelecimento Empresarial 
• Registro 
• Nome Empresarial 
 COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS? 
 
1. VUNESP - Juiz Estadual (TJ RS)/2018 
O artigo 966 do Código Civil define como empresário aquele que exerce 
a) atividade profissional organizada com a finalidade de produção ou circulação de bens ou de 
serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
b) atividade profissional econômica organizada com a finalidade de produção ou circulação de bens 
ou de serviços. 
c) atividade eventual econômica, organizada com a finalidade de circulação de bens ou serviços. 
d) atividade eventual econômica não organizada com a finalidade de produção e circulação de bens 
ou de serviços. 
e) atividade profissional econômica organizada com a finalidade de produção e circulação de bens 
ou de serviços. 
 
2. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MT)/2018 
Em relação ao empresário e à sociedade empresária, dispõe o Código Civil: 
a) O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro 
Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária, 
sendo que, em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no 
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. 
b) Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa 
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança, devendo o Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais registrar contratos ou alterações 
contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, independentemente do capital social estar 
totalmente integralizado. 
c) Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, independentemente do 
regime de casamento, podendo o empresário casado, mediante outorga conjugal, alienar os imóveis que 
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real, caso o seja no regime da comunhão 
universal de bens. 
d) Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por quotas de 
responsabilidade limitada, e simples a sociedade em conta de participação, sendo que a atividade desta 
última ficará restrita à realização de um único negócio determinado. 
e) É vedada à sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural, 
ser constituída ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, ficando impedida 
de requerer sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. 
 
3. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MT)/2018 
Em relação à empresa individual de responsabilidade limitada, dispõe o Código Civil: 
a) A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da 
totalidade do capital social, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no 
País, a ser integralizado em prazo não superior a um ano. 
 
 
 
 
 
 
 
27 
b) A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das 
quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram 
tal concentração. 
c) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas 
para as sociedades em nome coletivo. 
d) É vedada a atribuição à empresa individual de responsabilidade limitada, constituída para a 
prestação de serviços de qualquer natureza, a remuneração decorrente da cessão de direitos 
patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa 
jurídica, vinculados à atividade profissional. 
e) O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma social, 
não sendo permitido o uso de denominação social. 
 
4. VUNESP - Juiz Estadual (TJ SP)/2017/187º 
Considerando a definição de “estabelecimento” contida no artigo 1.142 do Código Civil e a 
possibilidade, prevista nos artigos 1.143 e seguintes, a natureza jurídica desse instituto 
jurídico, adotada pelo nosso legislador, é aquela de 
a) pessoa jurídica. 
b) universalidade de direito. 
c) sociedade de fato. 
d) núcleo patrimonial provisório. 
 
 
Gabarito: 
 
1. B 2. A 3. B 4. B 
 
 
 ANOTAÇÕES 
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28 
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29 
DIA 05. Direito Constitucional: 
Teoria Geral da Constituição 
Constituição. Conceito, objeto, elementos e classificações.Supremacia da Constituição. 
Aplicabilidade das normas constitucionais. Interpretação das normas constitucionais. 
Métodos, princípios e limites. Poder constituinte. Características. Poder constituinte originário. 
Poder constituinte derivado. 
 COMO ESTUDAR? 
• Estudar os materiais de apoio fornecidos sobre os temas. 
 
• Resolver, pelo menos, 20 questões sobre os temas2-3. 
 
 O QUE É IMPORTANTE? 
• Conceito de Constituição: 
• Sentido sociológico: Ferdinand Lassale – Constituição legítima é aquela 
que reflete o “somatório dos fatores reais de poder” na sociedade, do 
contrário, carece de legitimidade, representando mera “folha de papel”; 
• Sentido político: Carl Schmitt – O fundamento da constituição encontra-se 
na “decisão política fundamental”. Constituição ≠ Lei Constitucional; 
• Sentido formal – é a lei constitucional na concepção de Schmitt. É norma 
constitucional aquela que ingressou no ordenamento jurídico pela via da 
Constituição, independentemente de seu conteúdo – lembrar do art. 
242, § 2º, CF; 
• Sentido material: é a Constituição na concepção de Schmitt. É a norma 
que tem conteúdo constitucional, esteja ela no corpo da Constituição ou 
em legislação extravagante; 
 
2 Tão importante quanto responder as questões é corrigi-las. Por isso, não guarde dúvidas. Se errar, saiba o 
porquê de ter errado, para não cometer o mesmo deslize novamente. Se necessário, entre em contato 
conosco. Será um prazer ajudá-lo a avançar nos estudos com segurança. 
3 Nessa etapa de estudo, a resolução de questões atualizadas é ESSENCIAL e o grande diferencial nessa 
preparação. Por isso, se esforce, ao máximo, para resolver a quantidade mínima de questões sugeridas. Para 
tanto, recomenda-se a utilização da plataforma Questões de Concursos (www.qconcursos.com.br) ou algum 
outro site de questões equivalente, ativando o filtro por carreira (Magistratura Estadual), ou pela banca (FCC). 
 
 
 
 
 
 
 
30 
• Sentido jurídico – Hans Kelsen: pirâmide de Kelsen. Acepções do termo 
Constituição: 
- Acepção lógico-jurídica: é a norma fundamental hipotética; 
- Acepção jurídico-positiva: é a norma constitucional positivada em 
determinado Estado. 
• Sentido culturalista – Constituição Total: A constituição é condicionada 
pela Cultura total e é condicionante desta; 
• Constituição aberta – A Constituição precisa ser mutável, dinâmica, sob 
pena de ruptura; 
• Constituição simbólica – Marcelo Neves. Compreensão acerca de 
legislação simbólica e seus propósitos: a) confirmação de valores 
sociais; b) legislação-álibi; c) adiamento da solução dos conflitos 
sociais por meio de compromissos dilatórios. Constitucionalização 
simbólica: 
- Acepção Negativa: déficit de concretização jurídico-normativa do 
texto constitucional; 
- Acepção Positiva: relevante papel político-ideológico. 
• Classificação: 
• Quanto à origem: outorgadas, promulgadas, cesaristas e pactuadas; 
• Quanto à forma: escritas ou costumeiras; 
• Quanto à extensão: sintéticas ou analíticas; 
• Quanto ao conteúdo: material ou formal; 
• Quanto à alterabilidade: imutáveis, rígidas, flexíveis, semirrígidas e 
superrígidas; 
• Quanto à sistemática: unitárias e variadas; 
• Quanto à dogmática: ortodoxa ou eclética; 
• Critério ontológico – Karl Loewenstein: normativas, nominalistas e semânticas; 
• Quanto ao sistema: principiológica ou preceitual; 
• Quanto à função: provisórias ou definitivas; 
• Quanto à origem do texto constitucional: autônomas ou heterônomas; 
• Quanto à finalidade: garantia, balanço e dirigente; 
• André Ramos Tavares (quanto à ideologia): Constituições liberais e sociais; 
• Raul Machado Horta: Constituições expansivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
• Elementos da Constituição: 
• Orgânicos; 
• Limitativos; 
• Socioideológicos 
• Estabilização constitucional; 
• Formais de aplicabilidade. 
• Evolução constitucional no Brasil: memorizar características destacadas 
na tabela do curso. 
• Espécies de Poder Constituinte: Poder Constituinte Originário (PCO) e 
Poder Constituinte Derivado (PCD), que, por sua vez, se subdivide em 
Reformador, Revisor e Decorrente; 
• Limites do Poder Constituinte: materiais, formais, circunstanciais e 
implícitas (memorizar o art. 60 da CF/88). Entender a teoria da dupla 
revisão: “também chamada de “teoria da dupla reforma” ou da “reforma em 
dois tempos”, é uma teoria minoritária acerca do poder de reforma da 
Constituição (adotada, por exemplo, por Jorge Miranda e, no Brasil, por 
Manoel Gonçalves Ferreira Filho). Essa teoria possibilita que sejam 
modificados os limites constitucionais de reforma constitucional, através de 
uma “dupla revisão”. Por exemplo, já que não é possível abolir um direito 
fundamental, por se tratar de uma cláusula pétrea (art. 60, § 4º, IV, CF), 
revoga-se o artigo 6º, §4º, IV, CF (Flávio Martins). Essa posição NÃO é 
adotada no Brasil.; 
• Natureza do Poder Constituinte Originário: jusnaturalistas x 
juspositivistas (debate acerca dos limites do PCO). 
• Características do Poder Constituinte Originário: inicial, autônomo, 
incondicionado, ilimitado, permanente. 
• Recepção, repristinação e desconstitucionalização; 
• Retroatividade da norma constitucional: adoção da retroatividade 
mínima, segundo o STF, salvo previsão expressa em sentido contrário; 
• Mutação constitucional (poder constituinte difuso): alteração informal da 
norma constitucional, sem alteração do texto, a partir da atividade 
interpretativa do juiz; 
• Entendimento do Min. Gilmar Mendes: impossibilidade de o poder 
constituinte reformador aumentar o rol de cláusulas pétreas, pois a fixação 
 
 
 
 
 
 
 
32 
deste rol é tarefa afeta ao poder constituinte originário. Assim, mesmo que 
o reformador possa criar novos direitos fundamentais, estes não serão 
considerados cláusulas pétreas. 
 
HERMENÊUTICA E ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO 
 
• Derrotabilidade das regras: significado e requisitos (materiais e formais); 
• Postulados normativos: distinção em relação às regras e princípios; 
 
• Métodos e princípios de interpretação constitucional (vide tabelas abaixo); 
 
• Limites da interpretação constitucional e criação judicial do Direito (vide 
organograma abaixo): 
• Sociedade aberta dos intérpretes: 
 
• Compreender o significado de abertura da Constituição. 
• Principais características: 
 
- Sociedade pluralista; 
 
- Cidadãos e grupos sociais; 
 
- Opinião pública; 
 
- Realidade social; 
 
- Democratização da interpretação constitucional; 
 
- Jurisdição constitucional mais legitimada em razão do debate amplo 
com a sociedade; 
• Teoria dos poderes implícitos: 
 
• A outorga de competência expressa a determinado órgão estatal 
importa deferimento implícito a esse mesmo órgão dos meios 
necessários à integral realização dos fins que lhe foram atribuídos; 
• Exemplos na jurisprudência do STF: 
 
- Possibilidade de concessão de medidas cautelares pelo TCU; 
 
- Possibilidade de TJs conhecerem reclamações constitucionais para 
preservar a sua competência e a autoridade de suas decisões, a 
despeito de norma expressa regulando o instrumento processual; 
- Possibilidade de o Ministério Público realizar investigação criminal; 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
• Estrutura da CF/88: 
 
• Preâmbulo: natureza não jurídica e impossibilidade de servir como parâmetro 
de controle de constitucionalidade; 
 
• ADCT: natureza jurídica e possibilidade de servir como parâmetro de 
controle de constitucionalidade, se a norma transitória não estiver com 
efeitos exauridos. 
 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Método jurídico, 
hermenêutico clássico, 
ou de Forsthoff 
1 
Em suma: lei e CF se equivalem do ponto de vista hermenêutico. 
Em suma: deve se aplicar às normas constitucionais os 
métodos clássicos utilizados para interpretação das leis. 
Método tópico- 
problemático 
2 
Parte-se de um problema para norma, já que as normas 
da CF são abertas, o que dificultaria tomá-las como ponto 
de partida.CASONORMA 
Método hermenêutico- 
concretizador 
3 
Parte da norma para o caso. 
 
NORMACASO 
 
 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Método científico- 
espiritual 
4 
Relaciona-se com a realidade social e com o movimento 
dinâmico de renovação constante dos sentidos 
normativos, em compasso com as modificações da vida em 
sociedade. 
Método normativo- 
estruturante ou de Müller 
5 
Texto é diferente de norma. 
 
TEXTOCONTEXTONORMA 
 
 
 
 
 
 
 
34 
Método da comparação 
constitucional 
6 
Relaciona-se com o Direito Comparado. A interpretação dos 
institutos se implementa mediante a comparação nas várias 
Constituições. 
 
 
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Princípio da 
Unidade da CF 
1 
Obriga o intérprete a considerar a CF em sua globalidade e 
a procurar harmonizar os espaços de tensão existentes 
entre as normas constitucionais a concretizar (Canotilho) 
Princípio do Efeito 
integrador 
2 
As soluções extraídas pelo intérprete devem ser 
pluralisticamente integradoras (Canotilho); unidade 
política e integração social devem ser os objetivos desse 
princípio. 
Princípio da Máxima 
efetividade 
3 
Deve-se preferir a interpretação que reconheça maior eficácia 
às normas constitucionais, especialmente as de DF. 
Princípio da Justeza 
ou conformidade ou 
exatidão ou 
correção funcional 
4 
Diz com a adequação ao esquema organizatório-funcional, 
entendido como o modelo de Estado concebido pela CF. Ou 
seja, não pode o intérprete subverter a organização do Estado, 
alterando, por exemplo, as funções constitucionalmente 
estabelecidas. Protege-se, sobretudo, a Separação de 
Poderes. 
Princípio da Concordância 
prática ou harmonização 
5 
Equivale à ponderação de interesses constitucionais. 
Fundamenta-se na inexistência de hierarquia entre os 
princípios. 
Princípio da Força 
normativa 
(Konrad Hesse) 
6 
Como princípio hermenêutico, relaciona-se, sobremaneira, à 
necessidade de atualização das normas constitucionais, 
para adequá-las à realidade social vivenciada pelo povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Princípio da Interpretação 
conforme a CF 
7 
Diante de normas polissêmicas, deve-se dar a elas o sentido 
que mais se aproxime da CF. 
Princípio da 
Proporcionalidade ou 
razoabilidade 
8 
Pauta de natureza axiológica que emana diretamente das 
ideias de justiça, equidade, bom-senso, prudência, 
moderação, justa medida, proibição de excesso e de 
insuficiência, direito justo e valores afins (Karl Larenz e 
Inocêncio Coelho). Preenche-se de três elementos: 1) 
necessidade ou exigibilidade; 2) adequação, pertinência 
ou idoneidade; 3) proporcionalidade em sentido estrito. 
 
• Na hermenêutica constitucional, a corrente interpretativista nega 
qualquer possibilidade de o juiz, na interpretação constitucional, criar o 
Direito, indo além do que o texto lhe permitir. De outra forma, a corrente 
não interpretativista defende um ativismo judicial na interpretação da 
Constituição, proclamando a possibilidade e até a necessidade de os 
juízes invocarem e aplicarem valores substantivos (Dirley da Cunha Jr). 
Filosoficamente, a corrente interpretativista é procedimentalista, ao passo 
que a não interpretativista é substancialista. 
 
 
CORRENTE CARACTERÍSTICAS 
Interpretativista - Ostenta características próprias da Escola Exegética, que 
viveu seu auge nos tempos do Código de Napoleão: a 
atividade judicante é apenas para reproduzir o que a lei, clara, 
perfeita e completa, já diz. O juiz interpreta de forma 
procedimental, não podendo ir além do texto. 
Não interpretativista - Ostenta características próprias do Neoconstitucionalismo. 
O juiz deve, interpretando o Direito, criar normas para o caso 
concreto. A expressão que bem caracteriza esta corrente é 
ativismo judicial. O juiz interpreta de forma substancial. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
• Normas de eficácia plena: 
• Aptas à produção de efeitos no momento em que entram em vigor; 
• Também conhecidas como autoaplicáveis; 
• STF: norma garantidora da autonomia das defensorias públicas é de 
eficácia plena e aplicabilidade imediata. 
• Normas de eficácia contida (redutível ou restringível): 
• Aptas à produção de efeitos no momento em que entram em vigor, 
porém sua abrangência pode ser restringida (ou contida), em 
regra, por norma infraconstitucional; 
• Tal restrição pode ser operada não só por norma infraconstitucional, 
mas também pela incidência de normas da própria Constituição, como, 
por exemplo, em situações de estado de defesa ou de sítio. 
• Por fim, a restrição pode ser materializada por motivo de ordem pública, 
bons costumes e paz social (Lenza); 
• Enquanto nenhum dos fatores de restrição ocorrerem, a norma 
permanece com eficácia plena. 
 
 
De rechaço 
Interpretação conforme 
a CF e repulsa a 
qualquer outra que lhe 
contrarie 
Interpretativas em 
sentido estrito 
De aceitação 
Anulação de 
interpretação (e não da 
norma) desconforme a 
CF 
Decisões judiciais 
criativas 
Aditivas conforma omissão do preceito interpretado 
Manipuladoras 
(manipulativas ou 
normativas) 
Substitutivas 
anula preceito 
incompatível com a CF 
substituindo-o por 
outro 
 
 
 
 
 
 
 
37 
• Normas de eficácia limitada: 
• Naturalmente, possuem aplicabilidade indireta, mediata, diferida ou 
reduzida, significando dizer que apenas produzem efeitos APÓS sua 
integração por norma infraconstitucional. 
 
• Todavia, José Afonso da Silva aponta alguns efeitos IMEDIATOS, 
DIRETOS e VINCULANTES dessas normas (já foram cobrados em 
provas): 
- Estabelecem um dever para o legislador; 
 
- Servem de parâmetro de controle de constitucionalidade; 
 
- Servem de parâmetro interpretativo e de integração das normas; 
 
- Informam a concepção de Estado; 
 
- Condicionam a atividade do Judiciário e da Administração; 
 
- Criam posições jurídicas de vantagem ou desvantagem; 
 
- Ab-rogam legislação precedente incompatível. 
 
• Espécies (José Afonso da Silva): 
 
- Normas de princípio institutivo ou organizativo: estruturam 
instituições, órgãos ou entidades; 
- Normas de princípio programático: veiculam programas sociais a 
serem realizados pelo Estado. 
 COMO O TEMA FOI COBRADO EM PROVAS? 
 
1. VUNESP - Juiz Estadual (TJ AC)/2019 
Assinale a alternativa correta a respeito do constitucionalismo. 
a) O constitucionalismo antigo teve início com a Magna Carta de 1215, não havendo antes desse 
período indícios de experiências democráticas que contrastassem com os poderes teocráticos ou 
monárquicos dominantes. 
b) John Locke, Montesquieu e Rousseau são reconhecidos como os principais precursores do 
constitucionalismo contemporâneo, em virtude de concepções revolucionárias que defendiam a unifica-
ção e consagração dos ideais e valores humanos universais. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
c) No constitucionalismo moderno, as Constituições de sintéticas passam a analíticas, consagrando 
nos seus textos os chamados direitos econômicos e sociais, e a democracia liberal-econômica dá lugar à 
democracia social, mediante a intervenção do Estado na ordem econômica e social. 
d) A transição da Monarquia Absolutista para o Estado Liberal, em especial na Europa, no final do 
século XVIII, que traçou limitações formais ao poder político vigente à época, é um marco do 
constitucionalismo moderno. 
 
2. VUNESP - Juiz Estadual (TJ SP)/2017/187º 
No âmbito do direito constitucional brasileiro, pode-se afirmar: 
a) o papel representativo é incompatível com as competências que a Constituição Federal outorga ao 
Supremo Tribunal Federal e com o deficit democrático de sua composição. 
b) a soberania popular se expressa pelos agentes públicos eleitos e a proteção da ordem jurídica é 
conferida ao Poder Judiciário, operando-se a separação rígida entre direito e política. 
c) o Supremo Tribunal Federal desempenha dois papéis distintos: 
I – o primeirona teoria constitucional, denominado de contra majoritário, que implica proteção às regras 
da vida democrática e dos direitos fundamentais; 
II – o outro papel, denominado representativo, implica o atendimento de demandas sociais e anseios 
políticos que não foram objeto de deliberação pelo Parlamento, não podendo deixar de decidir em face 
da garantia de acesso à jurisdição. 
d) a legitimidade política decorre da representação por via eleitoral, que autoriza os parlamentares a 
deliberarem em nome do povo, sendo, portanto, vedada a representação discursiva. 
 
3. VUNESP - Juiz Estadual (TJ RJ)/2016/XLVII 
No que se refere à Teoria das Normas Constitucionais Inconstitucionais, é correto afirmar, 
segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, que 
a) há hierarquia e contradição entre normas constitucionais advindas do Poder Constituinte 
Originário, o que legitima o controle de constitucionalidade de normas constitucionais, produto do 
trabalho do Poder Constituinte Originário. 
b) é possível a verificação de norma constitucional inconstitucional sob o fundamento de que em todo 
e qualquer documento constitucional, como em toda e qualquer lei, podem distinguir-se preceitos 
fundamentais e menos importantes. 
c) se admite apenas no controle concentrado a verificação da constitucionalidade de normas 
produzidas pelo Poder Constituinte Originário, sob o fundamento da sociedade aberta dos intérpretes da 
Constituição, com a última palavra pelo Tribunal Constitucional. 
d) não há hierarquia entre normas constitucionais do Poder Constituinte Originário, tendo em vista o 
princípio da unidade hierárquico-normativa e caráter rígido da Constituição. 
e) a tese de que há hierarquia entre normas constitucionais originárias dando azo à declaração de 
inconstitucionalidade de umas em face das outras é compatível com o sistema de Constituição Rígida. 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
4. VUNESP - Juiz Estadual (TJ SP)/2018/188º 
Sobre a reforma e revisão constitucional, pode-se afirmar que 
a) inicialmente prevista apenas no artigo 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a 
revisão constitucional acabou incorporada ao corpo da Constituição como mecanismo permanente de 
reforma, mediante edição de emendas de revisão. 
b) em precedentes dos anos 1990, em especial na ADIN-MC 981, o Supremo Tribunal Federal 
adotou entendimento no sentido de que as chamadas emendas de revisão não estavam sujeitas aos 
limites materiais estabelecidos pelo artigo 60, § 4º, da Constituição. 
c) no direito constitucional brasileiro, os limites materiais ao poder de reforma constitucional são os 
expressos no artigo 60, § 4º, da Constituição, rejeitada pela doutrina majoritária a existência dos 
chamados limites materiais implícitos. 
d) embora, segundo doutrina majoritária, os termos revisão e emendas, por se tratar de espécies do 
gênero reforma, não se confundam, nos anos 1990 o Congresso Nacional acabou por equipará-los de 
fato ao adotar para a revisão os mesmos requisitos formais e materiais exigidos para as emendas. 
 
Gabarito: 
 
1. D 2. C 3. D 4. D 
 
 
 ANOTAÇÕES 
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40 
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41 
DIA 06. Direito Administrativo: Regime 
jurídico administrativo e Organização 
Administrativa 
Regime Jurídico Administrativo e Organização Administrativa. 
1. Administração Pública como função do Estado. Princípios regentes do Direito 
Administrativo constitucionais e legais, explícitos e implícitos. A reforma do Estado 
brasileiro. Os quatro setores e suas características. A publicização do terceiro setor (as 
organizações sociais e as OSCIPS). 
2. Administração Direta (órgãos públicos: conceito, espécies, regime); Administração 
Indireta: Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista e Empresas 
Públicas. Principais características de cada e regimes jurídicos. O regime das 
subsidiárias (...) 
3. Direito Administrativo Regulador. Agências: Reguladoras e Executivas. O regime jurídico 
das Agências Reguladoras: natureza jurídica, características, contrato de gestão, pessoal e 
poder normativo. 
 
 COMO ESTUDAR? 
• Estudar os materiais de apoio do curso sobre os temas; 
• Estudar (grifar, marcar, anotar)4 artigos 37 da Constituição Federal e 2º da Lei nº 
9.784/99; art. 37, XIX e XX, da CF/88; art. 37, §§ 3º, 6º, 7º, 8º e 9º da CF/88; art. 173 
da CF/88; arts. 1º, 3º, 4º, 17, 28, 29 e 30 da Lei nº 13.303/2016 (Lei das Estatais);

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