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Exemplos de preconceito linguístico

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Exemplos de preconceito linguístico
Exemplo 1:
Embora pareça uma tirinha inofensiva, em um primeiro olhar, a charge demonstra (deliberativamente ou não, são posso afirmar qual o objetivo do autor), um preconceito linguístico com a forma de comunicação do Chico Bento. O personagem tem uma bagagem comportamental e cultura que o faz se comunicar dessa forma. Usar o “r” no lugar do “l”, em “quar”, por exemplo, demonstra essa característica singular do personagem. A professora, de forma não muito clara, o corrige. Mas faz isso de maneira ineficiente e que demonstra o seu preconceito linguístico. Se ela tivesse tido uma postura diferente, talvez falando das diferenças entre língua culta e uso da língua, com o objetivo não de o corrigir, mas do Chico entender o contexto em que ele está – na escola – e demonstrar como há essas nuances na nossa língua, ela poderia, além de ensinar a forma culta (não confundir com “forma correta”, termo que intensifica o preconceito), empoderaria o Chico, ajudando-o a enfrentar possíveis preconceitos que ele deve sofrer diariamente. 
Outro ponto para se analisar são as seguintes frases da professora. “Isso é lá português que se fale”, e “Amanhã quero você o fino no português”, demonstram como ela desconsidera toda nossas questões culturais, envolvendo pluralidade, história e regionalismos. 
E para finalizar, qual dos dois se saiu melhor no objetivo de se comunicar? A professora não fez nada mais do que gerar confusões na cabeça do Chico.
Exemplo 2:
Aqui temos um exemplo de uma das formais mais comuns de disseminação de preconceitos: piada. Disfarçada de uma piada inocente, entre duas pessoas com características comuns de pessoas do interior (chapéu de palha, roupa quadriculada), está um ataque a forma de duas pessoas se comunicarem, como se a forma de falar atrapalhassem a comunicação efetiva entre eles. Isso reforça o preconceito linguístico, pois ajuda a criar no leitor uma falsa de impressão de que eles estão falando errado, estão com dificuldades de se comunicar. E o motivo dessa dificuldade? Seu regionalismo. Assim, por mais que de início possa parecer inofensivo, acredito que esse tipo de piada reforça esse preconceito.
Exemplo 3:
Essa frase, escrita por um médico (link da matéria aqui), foi uma forma de debochar de uma paciente que não sabia a forma culta de se referir a doença. Isso é uma forma de preconceito linguístico pois o autor da frase desconsidera os fatores socioeconômicos que a pessoa que confundiu ou não sabe que a doença se fala “pneumonia”, ou que o termo culto seria “raio x”. Desconsiderar os fatores envolvidos, e ainda expor a pessoa por esses equívocos, só demonstram a falta de interesse do médico em ajudar o paciente a falar “corretamente”. E uma vez que o médico entendeu ao que a pessoa se referia, é necessário realmente agir dessa forma com ela? Pouco importa o modo como ela falou. A pessoa tinha um problema, conseguiu se comunicar e resolvê-lo. O importante é se fazer entender.

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