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fisiologia contração do músculo esquelético Anatomia fisiológica Na maioria dos músculos esqueléticos, cada fibra se prolonga por todo o comprimento do músculo O sarcolema tem revestimento de fina camada de polissacarídeo com fibrilas colágenas delgadas Em cada extremidade da fibra há uma fusão com uma fibra do tendão Cada fibra muscular contém várias miofibrilas (actina e miosina) Pequenas projeções laterais de miosina são as pontes cruzadas O posicionamento lado a lado dos filamentos de miosina e actina é mantido por meio de um grande número de moléculas filamentares da proteína titina A titina é muito flexível → arcabouço para manter miosina e actina no lugar O sarcoplasma tem grande quantidade de K, Mg e PO3- O retículo sarcoplasmático tem organização especial que é extremamente importante para regular o armazenamento, a liberação e a recaptação de cálcio Mecanismo molecular A contração muscular ocorre por mecanismo de deslizamento dos filamentos, resultando das forças geradas pela interação das pontes cruzadas da miosina com a actina Molécula de miosina: duas cadeias pesadas + quatro cadeias leves Filamento de miosina: 200 ou mais moléculas de miosina As projeções dos braços e das cabeças formam as pontes cruzadas, flexíveis em dois locais, designadas dobradiças A cabeça da miosina tem função ATPase Filamento de actina: duas moléculas de actina F, composto por moléculas de actina G Cada actina G tem um ADP → locais ativos de interação com as pontes cruzadas O filamento de actina também tem tropomiosina e troponina (TnT, TnC, TnI) Os locais ativos do filamento de actina do músculo em repouso são inibidos ou fisicamente recobertos pelo complexo troponina-tropomiosina Em presença de grande quantidade de Ca2+, os inibidores do complexo troponina-tropomiosina são inibidos Essa ação “descobre” os locais ativos da actina, permitindo que os sítios ativos atraiam as pontes cruzadas das cabeças da miosina TEORIA DA CATRACA: quando a cabeça se liga ao local ativo, provoca alterações nas forças intramoleculares entre a cabeça e o braço dessas pontes cruzadas → faz com que a cabeça se incline em direção ao braço e leve com ela o filamento de actina ↪ força de deslocamento: inclinação da cabeça da miosina EVENTOS QUÍMICOS • antes do início da contração, as cabeças se ligam ao ATP → ATPase cliva em ADP + Pi → a cabeça se estende em direção à actina (não liga ainda) • o complexo troponina-tropomiosina se liga ao Ca2+ → locais ativos descobertos → as cabeças se ligam • alteração conformacional da cabeça → se inclina → movimento de força para puxar a actina → a energia usada é a armazenada pela clivagem do ATP • com a inclinação, o ADP é liberado → novo ATP se liga → deslizamento da cabeça pela miosina ↪ o processo ocorre sucessivamente, até que os filamentos de actina puxem a membrana Z contra as extremidades dos filamentos de miosina SOBREPOSIÇÃO DOS SARCÔMERO X TENSÃO • quando não há nenhuma sobreposição de actina- miosina, a tensão desenvolvida pelo músculo ativado é zero • os filamentos de actina começam a se sobrepor aos de miosina, a tensão aumenta, progressivamente, até o comprimento do sarcômero diminuir • quando os dois discos Z entram em contato com a miosina a tensão se aproxima de zero (não tem como deslizar mais), mas o sarcômero está contraído ao seu menor tamanho Energética da contração FOSFOCREATINA: transporta uma ligação fosfato de alta energia similar à do ATP; é clivada instantaneamente, e sua energia liberada causa a ligação de novo íon fosfato ao ADP para reconstituir o ATP; a energia combinada de ATP e fosfocreatina mantém a contração por 5 a 8 segundos GLICOGÊNIO: glicólise dele, previamente armazenado, libera energia para converter ADP em ATP; pode ocorrer mesmo na ausência de O2; contração mantida por até mais de 1 minuto METABOLISMO OXIDATIVO: O2 + produtos finais da glicólise e outros nutrientes para liberar ATP; contração de longo tempo; carboidratos, lipídeos e proteínas Contração do músculo como um todo Isométrica: quando o músculo não encurta durante a contração Isotônica: quando encurta, mas sua tensão permanece constante O sistea isotônico depende da carga contra a qual o músculo se contrai, além da inércia O sistema isométrico registra as variações de força da própria contração muscular, independentemente da inércia da carga Cada músculo é composto por mistura das fibras rápidas e lentas MECÂNICA DA CONTRAÇÃO • cada motoneurônio que sai da medula espinal inerva múltiplas fibras musculares → unidade motora • somação: soma de abalos individuais, para aumentar a intensidade da contração total • a somação ocorre por: 1. aumento do número de unidades motoras que se contraem ao mesmo tempo 2. aumento da frequência de contração SOMAÇÃO POR FIBRAS MÚLTIPLAS • à medida que a força do sinal nervoso aumenta, unidades motoras cada vez maiores começam a ser também excitadas, com as maiores unidades apresentando 50x mais força contrátil • princípio do tamanho → permite a gradação de força muscular • as diferentes unidades motoras são ativadas de forma assincrônica pela medula espinal • contração suave e regular SOMAÇÃO POR FREQUÊNCIA E TETANIZAÇÃO • à medida que a frequência de estimulação vai aumentando, alcança-se um ponto onde cada nova contração ocorra antes da anterior • a força total da contração aumenta com o aumento da frequência • tetanização: quando a frequência atinge um nível crítico, as contrações sucessivas ficam tão rápidas que se fundem, e a contração total do músculo aparenta ser uniforme e contínua ↳ ocorre porque quantidades suficientes de Ca2+ são mantidas no sarcoplasma, mesmo entre os potenciais de ação, de modo que o estado contrátil total é mantido TÔNUS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO • mesmo quando os músculos estão em repouso, eles ainda apresentam certa tensão → tônus muscular • resulta inteiramente da baixa frequência de impulsos nervosos vindos da medula espinal FADIGA MUSCULAR • contrações fortes, perdurando por longo tempo, levam a esse estado • aumenta em proporção quase direta com a intensidade da depleção do glicogênio muscular • os efeitos surgem da incapacidade contrátil e do processo metabólico das fibras musculares de continuar a mantes a mesma quantidade de trabalho REMODELAÇÃO DO MÚSCULO HIPERTROFIA E ATROFIA MUSCULAR • o aumento da massa total de um músculo é a hipertrofia • resulta do aumento do número de filamentos de actina e de miosina em cada fibra muscular • em grau muito maior ocorre quando o músculo trabalha contra a carga durante o processo contrátil • a intensidade da síntese das proteínas contráteis é bem maior quando a hipertrofia está se desenvolvendo • quando a massa muscular total diminui, tem-se uma atrofia • ocorre quando o músculo fica sem uso por muitas semanas → a degradação de proteínas contráteis é mais rápida que a reposição HIPERPLASIA • quando o número de fibras musculares aumenta • o mecanismo é a divisão linear das fibras previamente aumentadas Referência: HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica de Guyton e Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 1176 p.
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