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Sheila Prates – 93 PT BASES DE REGISTRO E ROLETE DE OCLUSÃO Após a realização do exame clinico e o reconhecimento da anatomia paraprotética, realiza-se a moldagem inicial e a delimitação da área chapeável. No laboratório não se realiza a moldagem, pois não é possível em manequim (pasta zinco-enólica). Na clínica após a realização da moldagem funcional nos realizamos o encaixamento desses moldes para obtenção dos modelos finais que devem ser registro para relação maxilo mandibular. RELAÇÃO MAXILO-MANDIBULAR Definição: é a relação da maxila com a mandíbula no plano vertical (DV) e no plano horizontal (RC). É necessário que sobre os modelos de trabalho sejam confeccionados dispositivos que nos auxiliem na realização desse procedimento ▪ Dimensão vertical: altura do terço inferior da face ou a relação espacial da mandíbula em relação à maxila no plano vertical ▪ Relação Centrica: posição básica de referência horizontal para o correto posicionamento da mandíbula em relação máxima. Vai depender da posição do côndilo da mandíbula â cavidade gleinóide. Relação maxilomandibular independente de contato oclusal, na qual os côndilos se posicionam contra a porção anterior e superior da cavidade gleinóide. É clinicamente reproduzível e permite a movimentação fisiológica da mandíbula no sentido vertical, anterior e lateral. Importância: obtenção de estética, função e conforto, além de manutenção do sistema estomatognático (pra não desenvolver dor orofacial) Objetivos do correto registro: • Estabelecer contorno harmônico com os movimentos mandibulares • Proporcionar função mastigatória eficiente • Distribuir carga oclusal e diminuir forças de alavancas sobre o rebordo • Restabelecer a estética • Proporcionar conforto e saúde ao paciente • Proteger as estruturas remanescentes Essas relações só serão estabelecidas corretamente se usar os dispositivos adequadamente que são a base de registro e o rolete de oclusão (rolete de cera). Para que se possa estabelecer a relação maxilomandibular adequada, é preciso dentro da cavidade bucal, estabelecer o ESPAÇO POTENCIAL DA PT, que vai se conseguidos com esses dispositivos. Espaço entre a maxila e mandíbula e bochecha e língua: espaço potencial da PT. Esse espaço também e conhecido como ZONA NEUTRA, que é a região em que as forças da língua pressionam para fora são neutralizadas pelas forças dos lábios e bochechas, que pressionam para dentro. Então a definição da ZN pela técnica utilizada na PT, será feita pelo correto posicionamento do rolete de cera sobre as bases de registro. As próteses totais devem se localizar em áreas em que as forças são neutralizadas, para que a estabilidade do aparelho não seja comprometida. DISPOSITIVOS QUE AUXILIAM NO REGISTROS DAS RELAÇÕES MAXILO-MANDIBULARES • BASES DE REGISTRO + ROLETES DE OCLUSÃO ❖ BASES DE REGISTRO (bases de prova, chapas de prova ou placas articulares): base provisória da PT, confeccionada em material adequado; ❖ ROLETES DE OCLUSÃO (roletes de cera ou planos de cera): são arcos confeccionados em material termoplástico, posicionados sobre as bases de registro. BASES DE REGISTRO Importância: 1) Papel terapêutico: é efetivamente utilizada em varias etapas, clinicas e laboratoriais, da confecção da PT; 2) Papel de diagnóstico: possibilita que sejam verificadas a qualidade e fidelidade dos procedimentos prévios realizados, especificamente as moldagens. Então, avaliando a retenção do suporte e instabilidade da base de registro eu me certifico que aquele molde obtido na moldagem funcional estava adequado. Precisa ter bases de registros retentivas de suporte e estabilidade, caso não isso não aconteça deve avaliar cada adaptação dessas bases no modelo. Se houver uma irregularidade de adaptação ou para confecção da base foram feitos muitos alívios da bases retentivas podem ser que as característica não estejam presentes na BR, entretanto, se a BR estiver bem adaptada ao modelo e pouco alívios foram necessários essa base deve apresentar retenção, suporte e estabilidade. Objetivos: • Avaliação dos procedimentos de moldagem; • Construção dos arcos de oclusão; • Registro da distancia vertical e relação Centrica; • Posicionamento dos modelos no articulador; • Montagem de dentes artificiais; • Teste de função estética e fonética no paciente; • Enceramento e escultura dos tecidos gengivais Características: • Recobrimento de toda área chapeável, respeitando os limites obtidos no molde funcional e consequentemente replicados no modelo de trabalho • Adaptação para resistir a possíveis forças do deslocamento devido a resiliência da fibromucosa e procedimentos técnicos. • Manutenção da qualidade dos modelos (de trabalho) • Adequação com as atividades funcionais: fonação, respiração e deglutição. Características ideais do material: 1) Facilidade de manipulação 2) Reprodutibilidade da superfície do modelo 3) Rigidez 4) Resistência as variações de temperatura e manuseio; 5) Odor e sabor agradáveis ao paciente. Os materiais mais utilizados são: 1) Placa de base; 2) Resina acrílica quimicamente ativada. BASES DE REGISTRO – PLACA BASE ➢ Substância termoplástica de composição resinosa ➢ Apresenta-se em lâminas de 1mm de espessura, nas cores marrom e rósea. Vantagens: ➢ Simplicidade na confecção das placas; ➢ Baixo custo; Desvantagens: ➢ Aparência desagradável ➢ Deformação (termoplástico) ➢ Friabilidade ➢ Empenamento ➢ Adaptação imperfeita BASE DE REGISTRO – RESINA ACRÍLICA QUIMICAMENTE ATIVADA (UTILIZADA) Vantagens: ➢ Simplicidade de confecção ➢ Boa aparência ➢ Adaptação ➢ Resistência ➢ Rigidez ➢ Estabilidade dimensional ➢ Durabilidade Desvantagens: custo. CONFECÇÃO TÉCNICA de confecção da BR em resina acrílica autopolimerizável: 1) Técnica do lençol adaptado: similar à técnica utilizada na confecção de moldeira individual; 2) Técnica “adição” (adiciona polímero e monômero – desvantagem que não tem muito controle da quantidade de pó/liq que pode resultar em uma placa porosa) 3) Técnica de mufla e contra-mufla (base de registro é encerada, confeccionada em cera sobre o modelo de gesso e levado à mufla. Técnica boa, mas o custo e tempo não justifica a utilização prática. IMPORTANTE: • Independentemente da técnica utilizada, OS MODELOS DEVEM ESTAR: 1) Adequadamente recortados; 2) Com a superfície sem nódulos, bolhas ou imperfeições; 3) Intacto e limpo. ROLETES DE OCLUSÃO/PLANOS DE CERA • São muralhas de cera adaptadas à base de registro com o objetivo de registrar as relações intermaxilares, estabelecendo o nível do plano oclusal, respeitando a zona neutra e a forma do arco. Correspondem à arcada dentária do paciente. Serão substituídos pelos dentes. ❖ Posicionamento adequado dos roletes de cera permitirá: • Adequada montagem dos dentes • Melhor estética e função • Prevenção de trauma e mucosa e língua (ZN) • Respeita a ZN, que ofereça uma adequada visualização do corredor bucal Objetivos: • Registrar a DV de oclusão • Registrar a RC ou oclusão cêntrica • Registrar as curvas de compensação (A-P E V-L) • Delimitar o limite vestibular dos arcos dentais • Restabelecer a forma dos arcos dentais • Demarcar as linhas de referência (mediana, canino, sorriso forçado...) • Possibilitar a montagem e prova dos dentes TÉCNICAS DE CONFECÇÃO DA BASE DE RESGITRO E CONFECCÇÃO E POSICINAMENTO DOS ROLETES DE CERA • CONFECÇÃO – BASE DE REGISTRO – TECNICA DO LENÇOL ADAPTADO Material necessário: resina acrílica autopolimerizável associada a técnica do lençol adaptado, isolante para resina acrílica (Cel-Lac), modelos de trabalho, placas de vidro, 2 potes dappen, pote de resina, lecron, espátulas 7 e 36, cuba de borracha (adicionar água e papel celofone), peça reta e micromotor, fresa (acabamento) e mandrils pra tirade lixa e com disco de carbono duplo. ARCO SUPERIOR 1) Aliviar as retenções mecânicas: algodão e isolante para resina: espátula 7, identificar as áreas de retenção e na sequencia adaptar o algodão 2) Isolar o gesso com isolante para resina acrílica – Cel-Lac 3) Posicionar duas tiras de cera 7 de espessura simples (2mm) nas extremidades da placa de vidro 4) Imergir duas folhas de celofane em água 5) Preparar um pote de vidro com monômero 6) Proporcionar o polímero e o monômero no pote de resina, aglutinar e aguardar o início da fase plástica 7) Envolver as placas de vidro com o celofane umedecido 8) Umedecer as palmas da mão com água 9) Depositar a resina na palma da mão e conformá-la 10) Prensar a resina acrílica entre as placas de vidro O correto posicionamento do RCera deve esta harmônico em relação as estruturas periféricas da boca do paciente. 11) Depositar o lençol de resina sobre o modelo e adaptá-lo levemente com os dedos 12) Recortar o excesso de resina com Lecron, no limite da borda 13) Adaptar a resina no fundo do sulco e dobrar a borda com espátula 7 14) Aguardar a polimerização da resina acrílica: cuidado com a contração na região posterior ARCO INFERIOR • Repetir os mesmos procedimentos, lembrando-se da adaptação das bordas nos flancos linguais direto e esquerdo e flanco sublingual e labial. ACABAMENTO E POLIMENTO • Remover os excessos com fresa e peça reta • Aliviar as inserções com disco de carborundum • Polir as superfícies externas com tira de lixa CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES BASE DE REGISTRO • Bordas – extensão em fundo de sulco espessura dupla • Corpo Espessura de 1 a 2mm • Região posterior Espessura de 1 a 2mm Avaliação das bases de registro • Cobertura de toda a área chapeável • Bordas com espessura dupla • Contorno adequado • Frênulos inserções aliviadas • Placa rígida e resistente • Suporte, estabilidade e retenção • Superfície externa devidamente polida ROLETES DE OCLUSÃO Dimensões: • 7 cm de comprimento • 1 cm de largura • 1 cm de altura Arco inferior = cera 7: menor dureza (rosa mais escuro/vermelha) Arco superior = cera 9 maior dureza (rosa mais claro) Objetivos de dureza da cera: • diferenciação da dureza • técnica de determinação da DV (por meio dos desgastes do rolete de cera inferior as custas do superior TÉCNICA DE CONFECÇÃO lâmina de cera dobrada comprimento = 7cm largura = 1cm plastificar a cera sobre a lamparina e vai dobrando a lâmina de cera respeitando as marcações. Conformador Posicionamento do rolete de cera: MODELO SUPERIOR SENTIDO ÂNTERO-POSTERIOR 1cm do sulco hamular Anterior a papila incisiva SENTIDO MÉSIO-DISTAL Centro do rolete coincidindo com centro do rebordo (BASE LARGA (oclusal) X BASE ESTREITA (base de registro)) FIXAÇÃO COM CERA 9 EM TODA A EXTENSÃO Espaços entre o rolete de cera e base de registro devem ser preenchidos perfeitamente com cera, alisado com espátula e acabando feito com lamparina hannau. Posicionamento do rolete de cera: MODELO INFERIOR SENTIDO ÂNTERO-POSTERIOR Exatamente em cima da crista do rebordo alveolar residual Deve cobrir 2/3 ou 1/3 da papila piriforme. SENTIDO MÉSIO-DISTAL Centro do rolete com centro da área chapeável Centro do rolete deve coincidir com centro do rebordo Parte posterior: rolete interfere na região da papila ficando muito acentuado na boca do paciente, então deve cortar um bisel no rolete com o lecron de forma que consiga encaixar o rolete na área ascendente do ramo da mandíbula e o rolete vai terminar em zero na região da papila piriforme. Acabamento com a lamparina hannau e meia de seda QUESTÕES Descreva a técnica de posicionamento do rolete de cera superior sobre a base de registro de prótese total. (1 ponto) Devem ser observados dois sentidos: sentido ântero-posterior e mésio-distal - Sentido ântero-posterior: o rolete deve estar a 1 cm do sulco hamular e anterior a papila incisiva. A porção anterior da papila e a referência de 01 cm anteriormente ao sulco hamular devem ser transferidos para a lateral do modelo. - Sentido mésio-distal: deve estar com o centro do rolete coincidindo com centro do rebordo. O centro do rebordo deve ser transferido para a região posterior do modelo. O rolete de cera 9 deve ser colocado sobre a base de registro com a superfície mais estrita sobre a base de registro, fixado com cera 9 fluida em toda a extensão e deve ser alisado com lamparina Hannau e meia de seda. Descreva a técnica de posicionamento do rolete de cera inferior sobre a base de registro de prótese total. (1 ponto) Devem ser observados dois sentidos: sentido ântero-posterior e mésio-distal - Sentido ântero-posterior: o rolete deve ser posicionado em cima da crista do rebordo alveolar residual e cobrir 2/3 ou 1/3 da papila piriforme. A crista do rebordo deve ser transferida para a lateral do modelo, bem como a região que se refere à papila piriforme. - Sentido mésio-distal: o centro do rolete deve coincidir com centro da área chapeável. Para isso, deve-se localizar a papila piriforme e transferir o centro da papila para a região posterior do modelo. O rolete de cera inferior deve ser biselado na sua superfície mais estrita, na região posterior, para adequada adaptação ao rebordo, deve ser colocado sobre a base de registro com a superfície mais estreita sobre a base de registro, fixado com cera 7 fluida em toda a extensão e deve ser alisado com lamparina Hannau e meia de seda.
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