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37936350-crimes-contra-a-propriedade-imaterial-e-crimes-contra-organizacao-do-trabalho - Direito Penal parte especial GRAN CURSOS 2020

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL 
PARTE ESPECIAL
Crimes contra a Propriedade Imaterial e 
Crimes contra Organização do Trabalho 
Livro Eletrônico
2 de 153https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Apresentação . ............................................................................................................................8
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra Organização do Trabalho – 
Parte Especial – CP ................................................................................................................. 10
Introdução . ............................................................................................................................... 10
1. Revogação ............................................................................................................................ 10
2. Violação de Direito Autoral . ............................................................................................... 11
2.1. Previsão Constitucional . .................................................................................................. 12
2.2. Tipo Penal . ....................................................................................................................... 12
2.3. Norma Penal em Branco . ............................................................................................... 12
2.4. Objeto Material . .............................................................................................................. 14
2.5. Sujeitos ............................................................................................................................. 15
2.6. Elemento Subjetivo ......................................................................................................... 15
2.7. Análise do Preceito Secundário do Art. 184, Caput, do CP . ....................................... 16
2.8. Acordo de Não Persecução – Inovação Legislativa . ................................................... 16
2.9. Consumação . .................................................................................................................... 19
2.10. Tentativa . ........................................................................................................................ 19
2.11. Qualificadoras . ............................................................................................................... 19
2.12. Excludente de Tipicidade previsto no § 4º . .................................................................22
2.13. Ação Penal nos Crimes contra Propriedade Imaterial . .............................................23
2.14. Do Processo e Julgamento dos Crimes contra a Propriedade Imaterial . ................24
2.15. Da Destruição e do Perdimento de Bens nos Procedimentos relativos aos 
Crimes contra Propriedade Imaterial . ...................................................................................25
2.16. Questões Relevantes . ...................................................................................................26
2.17. Jurisprudências Relevantes . ........................................................................................ 28
***
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CO
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divisão
de custos
ClIqUe PaRa InTeRaGiR
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Whatsapp
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
3. Introdução . ......................................................................................................................... 30
4. Atentado contra a Liberdade de Trabalho . ..................................................................... 30
4.1. Previsão Constitucional . .................................................................................................. 31
4.2. Tipo Objetivo . ................................................................................................................... 31
4.3. Sujeitos ............................................................................................................................. 31
4.4. Objeto Jurídico .................................................................................................................32
4.5. Objeto Material ................................................................................................................32
4.6. Classificação do Crime . ..................................................................................................32
4.7. Consumação . ....................................................................................................................33
4.8. Tentativa ...........................................................................................................................33
4.9. Análise da Pena ................................................................................................................33
4.10. Ação Penal . .....................................................................................................................35
5. Atentado contra a Liberdade de Contrato de Trabalho e Boicotagem Violenta. .........35
5.1. Conceito de Contrato de Trabalho . ................................................................................36
5.2. Objetividade Jurídica ........................................................................................................36
5.3. Objeto Material . ..............................................................................................................36
5.4. Sujeitos . ............................................................................................................................36
5.5. Elemento Subjetivo Especial ..........................................................................................37
5.6. Consumação. ....................................................................................................................37
5.7. Tentativa............................................................................................................................38
5.8. Classificação do Crime . ..................................................................................................38
5.9. Análise do Preceito Secundário . ....................................................................................38
5.10. Ação Penal . .................................................................................................................... 40
6. Atentado contra a Liberdade de Associação . ................................................................. 40
6.1. Previsão Constitucional . ................................................................................................. 40
6.2. Objeto Jurídico . ............................................................................................................... 41
6.3. Objeto Material . .............................................................................................................. 41
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
6.4. Sujeitos ............................................................................................................................. 41
6.5. Elemento Subjetivo . ........................................................................................................42
6.6. Consumação . ...................................................................................................................42
6.7. Tentativa ...........................................................................................................................43
6.8. Classificação do Crime. ..................................................................................................43
6.9. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal . ...........................................................44
6.10. Ação Penal . .....................................................................................................................46
7. Paralisação de Trabalho, seguida de Violência ou Perturbação da Ordem. .................46
7.1. Previsão Constitucional do Direito de Greve . ................................................................46
7.2. Introdução .........................................................................................................................47
7.3. Objeto Jurídico . .................................................................................................................47
7.4. Objeto Material. ................................................................................................................47
7.5. Sujeitos . ............................................................................................................................47
7.6. Elemento Subjetivo ........................................................................................................ 48
7.7. Norma Explicativa sobre Abandono Coletivo . ............................................................ 48
7.8. Consumação . ....................................................................................................................49
7.9. Tentativa ...........................................................................................................................49
7.10. Classificação do Crime . ................................................................................................ 50
7.11. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal . .......................................................... 50
7.12. Ação Penal . .....................................................................................................................52
8. Paralisação de Trabalho de Interesse Coletivo ...............................................................52
8.1. Considerações sobre Serviço de Interesse Coletivo .....................................................52
8.2. Objeto Jurídico .................................................................................................................54
8.3. Objeto Material . ..............................................................................................................54
8.4. Sujeitos . ............................................................................................................................54
8.5. Elemento Subjetivo . ........................................................................................................55
8.6. Consumação . ...................................................................................................................55
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
8.7. Tentativa ...........................................................................................................................56
8.8. Classificação do Crime . ..................................................................................................56
8.9. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal . ...........................................................56
8.10. Ação Penal. .....................................................................................................................59
9. Invasão de Estabelecimento Industrial, Comercial ou Agrícola. Sabotagem . ..............59
9.1. Tipo Objetivo . ....................................................................................................................59
9.2. Objeto Jurídico .................................................................................................................59
9.3. Objeto Material . ..............................................................................................................59
9.4. Sujeitos ............................................................................................................................ 60
9.5. Elemento Subjetivo ........................................................................................................ 60
9.6. Consumação . ................................................................................................................... 61
9.7. Tentativa ...........................................................................................................................62
9.8. Classificação do Crime . ..................................................................................................62
9.9. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal . ...........................................................62
9.10. Ação Penal . .................................................................................................................... 66
10. Frustração de Direito Assegurado por Lei Trabalhista . .............................................. 66
10.1. Norma Penal em Branco . ...............................................................................................67
10.2. Objeto Jurídico ................................................................................................................67
10.3. Objeto Material . .............................................................................................................67
10.4. Sujeitos . ...........................................................................................................................67
10.5. Elemento Subjetivo . ..................................................................................................... 68
10.6. Consumação .................................................................................................................. 68
10.7. Tentativa . ....................................................................................................................... 69
10.8 Classificação do Crime . ................................................................................................ 69
10.9. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal na Hipótese do Caput ......................70
10.10. Ação Penal . ....................................................................................................................71
10.11. Figuras Equiparadas .......................................................................................................71
10.12. Causa de Aumento ........................................................................................................71
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
10.13. Reflexos da Causa de Aumento na Pena . ..................................................................72
11. Frustração de Lei sobre a Nacionalização do Trabalho ..................................................73
11.1. Tipo Penal Objetivo . .........................................................................................................73
11.2. Norma Penal em Branco . ...............................................................................................73
11.3. O Art. 204 do CP Foi Recepcionado pela CF/1988? . ...................................................74
11.4. Objeto Jurídico . ................................................................................................................74
11.5. Objeto Material ................................................................................................................75
11.6. Sujeitos . ...........................................................................................................................7511.7. Elemento Subjetivo . ........................................................................................................75
11.8. Consumação . ...................................................................................................................75
11.9. Tentativa ...........................................................................................................................76
11.10. Classificação do Crime . ................................................................................................76
11.11. Análise do Preceito Secundário .................................................................................... 77
11.12. Ação Penal . ....................................................................................................................78
12. Exercício de Atividade com Infração de Decisão Administrativa . ................................78
12.1. Objeto Jurídico .................................................................................................................78
12.2. Objeto Material . .............................................................................................................78
12.3. Sujeitos . ...........................................................................................................................79
12.4. Elemento Subjetivo . .......................................................................................................79
12.5. Consumação . ..................................................................................................................79
12.6. Tentativa . ....................................................................................................................... 80
12.7. Classificação do Crime . ................................................................................................. 81
12.8. Análise do Preceito Secundário .................................................................................... 81
12.9. Ação Penal . .....................................................................................................................83
13. Aliciamento para o Fim de Emigração . ...........................................................................83
13.1. Elementos do Tipo . .........................................................................................................83
13.2. Objeto Jurídico . ............................................................................................................. 84
13.3. Objeto Material . ............................................................................................................ 84
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
13.4. Sujeitos . ......................................................................................................................... 84
13.5. Elemento Subjetivo . ..................................................................................................... 85
13.6. Consumação .................................................................................................................. 85
13.7. Tentativa . ....................................................................................................................... 86
13.8. Classificação do Crime . ................................................................................................ 86
13.9. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal . ......................................................... 86
13.10. Ação Penal ................................................................................................................... 88
14. Aliciamento de Trabalhadores de um Local para outro do Território Nacional . ...... 88
14.1. Considerações . .............................................................................................................. 89
14.2. Objeto Jurídico . ............................................................................................................. 89
14.3. Objeto Material . ............................................................................................................ 89
14.4. Sujeitos . ......................................................................................................................... 89
14.5. Elemento Subjetivo . ..................................................................................................... 90
14.6. Consumação .................................................................................................................. 90
14.7. Tentativa . ........................................................................................................................ 91
14.8. Classificação do Crime . ................................................................................................. 91
14.9. Análise do Preceito Secundário do Tipo Penal Prevista non Caput e no § 1º 
(Figura Equiparada) e § 2º (Majorado) . ................................................................................92
14.10. Figura Equiparada ........................................................................................................94
14.11. Causa de Aumento ........................................................................................................94
14.12. Ação Penal . ...................................................................................................................95
Exercícios . ............................................................................................................................... 96
Gabarito . ................................................................................................................................. 113
Gabarito Comentado . ............................................................................................................. 114
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
ApresentAção
Olá, meu(minha) amigo(a).
Estamos juntos nesta batalha, mas, acredite, vale a pena! Nossos sonhos são a válvula 
propulsora de nossas vidas. Se os perdemos, perdemos também nossa motivação. E quando 
você chegar lá, com muito orgulho, vai ver que valeu cada segundo de dedicação. Fui concur-
seiro igual a você, e o caminho não foi fácil. Hoje, sou delegado de polícia do DF, já na classe 
especial, um sonho que sempre busquei. Aquele que não “sai da fila, chega lá”, tenha certeza. 
Acredite em você e acredite que, a cada dia, você adquire mais conhecimento e, portanto, está 
mais perto de atingir o seu objetivo.
Minha dica de estudo para você é começar com metas diárias ou semanais que você con-
siga cumprir, sem desânimo. Digo, estabeleça algo que você conseguirá concretizar. Se você 
está começando a estudar agora, fixe um menor número de horas. Por exemplo, estipule como 
meta inicial estudar 02 (duas) horas diárias. Na semana seguinte, passe para 03 (três), e assim 
por diante. O importante é você cumprir com a meta estabelecida.
Muitos de nós trabalhamos o dia inteiro, temos filhos e compromissos que tomam quase 
todo o nosso dia. Então, monte uma estratégia de acordo com a sua disponibilidade de tempo, 
otimizando-o ao máximo.
Quando estiver cansado, faça exercícios, é o melhor jeito de estudar neste momento, por se 
tratar de um método de estudo mais dinâmico. Aliás, na minha avaliação, fazer exercícios é um 
dos melhores métodos, pois as questões se repetem – às vezes, apenas com outra redação, 
com uma roupagem diferente. Costumo ministrar aulas de exercícios e, por vezes, verifico que 
um idêntico assunto é cobrado em questões muito similares em diversos concursos – como 
magistratura, polícia, ministério público, defensoria –, principalmentese for a mesma banca 
examinadora.
Se você conseguir conjugar jurisprudência, letra de lei seca, os nossos PDFs e muito exercí-
cio, certamente evoluirá bastante e verá isso, com nitidez, com a resolução dos exercícios que 
lhe darão confiança e segurança, além da certeza de que está no caminho certo.
Enfim, desejo a você, amigo(a) concurseiro(a), muita perseverança neste desafio com a 
benção e a luz Daquele que tudo pode, Nosso Deus.
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Neste PDF, trataremos dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial e dos Crimes contra 
Organização do Trabalho trazidos na Parte Especial do Código Penal. Tentei reavivar para você 
alguns temas da Parte Geral do Código Penal, pois é impossível enfrentar a Parte Especial do 
Código Penal ou Leis Penais Especiais sem dominá-los. Ainda neste PDF, você encontrará 50 
(cinquenta) questões – a maioria de concursos – com gabarito comentado.
Grande abraço e fique com Deus! Avante!!!! Lembre-se de que “a colheita vem do suor, e 
não do orvalho”.
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL E CRIMES 
CONTRA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO – PARTE 
ESPECIAL – CP
Introdução
Os crimes contra a propriedade imaterial estão disciplinados no Título III do Código Penal, 
entre os artigos 184 e 196 do mesmo código.
Veja que aqui se está a tutelar um “patrimônio” não de bens materiais, mas de bens ideais 
(que não se pode tocar ou sentir valendo-se dos sentidos). No dizer de Nelson Hungria, são 
os fatos lesivos dos direitos sobre bens imateriais, que são ideações criadoras ou entidades 
ideais.
1. revogAção
A parte do Código Penal disposta no Título III que trata dos crimes contra a propriedade 
imaterial e é dividida em quatro capítulos foi parcialmente revogada, conforme abaixo se expõe.
A Lei n. 9.279/1996, a qual regula os direitos e obrigações relativos à propriedade indus-
trial, revogou as disposições do CP referentes aos seguintes crimes:
• crimes contra o privilégio de invenção (Capítulo II);
• crimes contra as marcas de indústria e comércio (Capítulo III);
• crimes de Concorrência Desleal (Capítulo IV).
Por sua vez, a Lei n. 10.695 de 01 de julho de 2003 revogou o tipo penal previsto no art. 185 
do Código Penal, o qual se encontra inserido dentro do Capítulo I referente aos crimes contra 
a propriedade intelectual.
Hoje, subsiste no Código Penal apenas o tipo penal referente a violação de direito autoral 
previsto no art. 184 do CP complementado pelo art. 186 do mesmo Código, dentro do capítulo 
***
11 de 153https://www.facebook.com/groups/2095402907430691
João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
atinente aos crimes contra a propriedade intelectual, razão pela qual passaremos a focar no 
estudo em tais dispositivos.
ESQUEMA MENTAL
Título III
Dos crimes contra a propriedade imaterial
1) Crimes contra a propriedade intelectual: subsiste apenas o art. 184 (violação de direito autoral), 
complementado pelo art. 186 que trata da Ação Penal em tal crime;
2) Crimes contra o privilégio de invenção (Capítulo II): revogação no Código Penal;
3) Crimes contra as marcas de indústria e comércio (Capítulo III): revogação no Código Penal;
4) Crimes de Concorrência Desleal (Capítulo IV): revogação no Código Penal.
2. vIolAção de dIreIto AutorAl
Violação de direito autoral
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, 
por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem 
autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou 
de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, 
expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra 
intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intér-
prete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de 
obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os 
represente.
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas 
ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para rece-
bê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de 
lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete 
ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de 
autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro 
de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do 
copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
Art. 185 - Revogado pela Lei 10.695/2003
Art. 186. Procede-se mediante:
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184;
***
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João Guilherme
Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito públi-
co, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público;
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184.
2.1. prevIsão ConstItuCIonAl
A Constituição Federal, no inciso XXVII de seu artigo 5º, prevê tutela específica aos 
autores de obras. Senão vejamos, litteris:
Art. 5º, XXVII, CF – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução 
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
2.2. tIpo penAl
Veja, aluno(a), que o tipo penal traz o núcleo verbal “violar”, o qual pode ser compreendido 
no sentido de “ofender, transgredir, macular e infringir”.
É a ofensa aos direitos autorais de outrem ou que lhes são conexos.
Mas, professor, lendo o art. 184 do CP, você poderia chegar a conceituação de direitos 
autorais ou a quem seria autor de uma obra, por exemplo?
A resposta é negativa, caro(a) aluno(a). Logo, veja o item abaixo.
2.3. normA penAl em BrAnCo
O tipo penal previsto no art. 184 do CP deve ser compreendido como norma penal em 
branco.
Mas, professor, como poderíamos conceituar “norma penal em branco”?
Nos deparamos com uma norma penal em branco quando o tipo penal necessita de com-
plementação em outra norma. Podemos citar um exemplo clássico na lei de drogas. A Lei n. 
11.343/2006 traz vários tipos penais, porém, não define o que seria droga. Tal definição deve 
***
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Crimes contra a Propriedade Imaterial e Crimes contra
Organização do Trabalho
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
ser buscada na Portaria n. 344, de 12 de maio de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária 
do Ministério da Saúde.
As normas penais em branco se dividem em homogêneas e heterogêneas. São homogê-
neas quando o complemento é buscado em norma com o mesmo statusnormativo, ou seja, a 
norma incriminadora é complementada por outra fonte formal da mesma hierarquia. Exemplo: 
quando um tipo penal previsto no CP é complementado por outra lei. Por sua vez, as normas 
penais em branco são heterogêneas quando o complemento é buscado em outra norma de 
status normativo diferente. Podemos citar o exemplo na lei de drogas, em que os tipos penais 
previsto em tal lei são complementados por uma portaria.
O art. 184 do CP é norma penal em branco?
A resposta deve ser afirmativa. A norma incriminadora prevista no art. 184 do CP carece de 
necessária complementação dentro da compreensão do que entendemos por direito autoral 
e de como podem conceituar quem é autor de obra. Esta complementação deve ser buscada 
na Lei n. 9.610/1998, norma de regência sobre direitos autorais. Logo, estamos diante de uma 
norma penal em branco homogênea, pois o complemento do tipo penal é buscado em outra lei 
(veja que a norma incriminadora trazida em lei é complementada por outra lei).
Tecidas tais considerações, recomendamos a você, aluno, uma leitura rápida da Lei n. 
9.610/1998, e apresentamos algumas definições importantes na lei que repercutem no tipo 
penal previsto no art. 184 do CP. Vejamos:
• Conceito de autor de obra: art. 11 da Lei n. 9610/1998:
Art. 11 da Lei n. 9610/1998. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica.
• Não caracterização de violação a direito autoral perante a Lei n. 9.610/1998 com reper-
cussão perante o art. 184 do CP:
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:
I – a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou peri-
ódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza;
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c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda, quando 
realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição da pessoa neles re-
presentada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que 
a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimento em 
qualquer suporte para esses destinatários;
II – a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que 
feita por este, sem intuito de lucro;
III – a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de 
qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, 
indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
IV – o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, ve-
dada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;
V – a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e te-
levisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela, desde que 
esses estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a sua utilização;
VI – a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para 
fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso in-
tuito de lucro;
VII – a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária ou admi-
nistrativa;
VIII – a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer 
natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o 
objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem 
cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores.
• Bens móveis por definição legal:
Os direitos autorais detêm natureza jurídica de “bens móveis”, por força legal, consoante 
dita o art. 3º da Lei n. 9.610/1998. Vejamos:
Art. 3º da Lei n. 9.610/1998 Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis.
2.4. oBjeto mAterIAl
O que é “objeto material”?
De maneira simples, podemos definir “objeto material” de um crime como a pessoa ou coi-
sa sobre a qual recai a conduta criminosa. Não confundir com “objeto jurídico” do crime.
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Novamente, vale atenção que a disciplina quanto aos direitos autorais está regulada na Lei 
n. 9.610/1998, inclusive quanto a definição destes (norma penal em branco).
No tipo penal enfrentado, o objeto material do crime será a obra literária, artística ou 
científica.
Observação importante! Se a obra for ligada a programa de computador, não aplicaremos o 
art. 184 do CP, mas sim o art. 12 da Lei n. 9609/1998, conforme melhor se irá expor em item 
próprio abaixo.
Objeto Jurídico
O bem juridicamente tutelado pela norma incriminadora do art. 184 do CP é a propriedade 
intelectual.
2.5. sujeItos
Sujeito Ativo: verificamos facilmente que o tipo penal não exige qualidade especial do 
“sujeito ativo”. Logo, estamos diante de um crime comum, ou seja, qualquer pessoa pode ser 
“sujeito ativo” do crime.
Sujeito Passivo: quando nos voltamos à análise do sujeito passivo, verificamos que so-
mente o titular dos direitos sobre a produção intelectual pode ser vítima de tal crime – em 
regra, o autor da obra literária, artística ou científica, seus herdeiros e sucessores.
2.6. elemento suBjetIvo
A conduta descrita no art. 184 do CP é necessariamente dolosa.
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Vale relembrar que um tipo penal só admitirá modalidade culposa se houver previsão ex-
pressa na norma incriminadora. Assim, clara é a dicção contida no parágrafo único do art. 18 
do CP. Vejamos, verbis: (grifos nossos):
Art. 18 Parágrafo único CP. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato pre-
visto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
2.7. AnálIse do preCeIto seCundárIo do Art. 184, CAput, do Cp
O preceito secundário do art. 184, caput apresenta como pena do crime “detenção de 3 
(três) meses a 1 (um) ano, ou multa”.
Diante disso, pode-se concluir que o tipo em análise:
• é de menor potencial ofensivo (pena máxima em abstrato menor que dois anos) que 
será julgado no Juizado Especial Criminal;
• poderá caber, se preenchidos os demais requisitos, transação penal (art. 76 da Lei n. 
9.099/1995);
• poderá caber, se preenchidos os demais requisitos, suspensão condicional do processo 
(art. 89 da Lei n. 9.099/1995);
• há possibilidade de aplicação de substituição da pena, se preenchidos os demais requi-
sitos do art. 44 do CP;
• possibilidade de início de cumprimento de pena em regime aberto (art. 33, § 2º, alínea “c”);
• não caberá prisão preventiva (art. 313, inciso I do CPP);
• não cabimento do novo Acordo de Não Persecução Penal:
– como é cabível, em tese, transação penal, não será cabível o novo Acordo de Não Per-
secução Penal previsto no art. 28-A do CPP, conforme prevê o § 2º do mesmo artigo.
Abaixo, apresenta-se uma breve explanação para você, aluno(a), sobre o novo Acordo de 
Não Persecução Penal:
Art. 28 § 2º do CPP: O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: 
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
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2.8. ACordo de não perseCução – InovAção legIslAtIvA
Está em vigor, desde de 23 janeiro de 2020, o Pacote Anticrime, que alterou diversos dispo-
sitivos do Código Penal, Código de Processo Penal e de Legislações Penais Especiais. Dentre 
as alterações e inovações, destaca-se a possibilidade de celebração de acordo de não perse-
cução para os crimes que tenham pena mínima inferior a 04 anos.
Nas formas qualificadas do artigo 184, há, em tese, possibilidade de oferecimento de tal 
acordo. Trata-se de inovação das mais relevantes que mudará substancialmente o processo 
penal por se tratar de um novo instituto despenalizador.
O nosso Ordenamento Jurídico já havia contemplado o instituto da transação penal (Art. 
76 da Lei 9099/95), que se consubstancia em instituto despenalizador que mitiga o princípio 
da obrigatoriedade da ação penal, através de acordo celebrado entre o Ministério Público e o 
envolvido com imposição de pena restritiva de direitos ou multa. É o direito penal marcado por 
traços de consensualismo, oriundo de países como EUA, onde é aplicado o chamado “Plea Bar-
gaining” (negociação entre o Ministério Público e o investigado, com possibilidade até mesmo 
de retirada da acusação).
Aqui vai uma dica para você, aluno(a):
Se você se valer da lógica da transação penal e estudar a Lei n. 9099/1995, tal base o auxiliará 
sobremaneira no estudo do novo acordo de não persecução penal. Uma das principais dife-
renças entre o novo acordo de não persecução e o instituto da transação penal é que, neste 
último, não há imposição de confissão por parte do investigado, ao contrário do que impõe o 
novo art. 28-A no acordo de não persecução.
Tendo em vista a relevância e grande possibilidade de se cair tal tema nos certames que virão, 
vale transcrever integralmente o novo dispositivo contido no art. 28-A do CPP. Vejamos, verbis:
Art. 28-A do CPP. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena míni-
ma inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, 
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desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes 
condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumen-
tos, produto ou proveito do crime;
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena míni-
ma cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execu-
ção, na forma do art. 46 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo 
juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em 
acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a 
mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do 
Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz 
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, 
e sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo 
de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a pro-
posta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao 
Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando 
não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da 
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu des-
cumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o 
Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de 
denúncia.
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§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser 
utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão 
condicional do processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão 
de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a 
extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução 
penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste 
Código.
2.9. ConsumAção
A consumação se dará no momento da violação dos direitos autorais. Porém, cumpre 
destacar que esta violação poderá ocorrer de diversas formas (exemplo: por reprodução, 
exposição, venda etc). A violação, pois, será aferida à luz do caso concreto, devendo o inter-
prete também se valer das disposições da Lei n. 9.610/1998.
2.10. tentAtIvA
Por se tratar de um crime plurissubsistente (constituído de vários atos), a doutrina aponta 
para a possibilidade da hipótese de tentativa.
Veja que, se no crime observa-se possibilidade de fracionamento do iter criminis e o delito 
não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente, haverá possibilidade de ocor-
rência da chamada conatus (tentativa).
2.11. QuAlIfICAdorAs
Incidirá a qualificadora constante no art. 184, § 1º, do CP, se a violação consistir em repro-
dução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de 
obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente.
A pena passará a ser de reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
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Como expusemos acima, estamos diante de lei penal em branco, razão pela qual, como 
dito, devemos buscar algumas complementações na Lei n. 9.610/1998. Não é preciso deco-
rar tais definições, mas é preciso saber que elas existem e estão na Lei n. 9.610/1998. Assim, 
apresentamos algumas definições extraídas da sobredita lei:
Definições trazidas na Lei n. 9.610/1998 que complementam o § 1º do art. 184 do CP:
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
VI – reprodução - a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária, artística ou científica ou 
de um fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou 
temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido;
IX – fonograma - toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de 
uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual;
XI – produtor - a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da 
primeira fixação do fonograma ou da obra audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte utilizado;
XIII – artistas intérpretes ou executantes - todos os atores, cantores, músicos, bailarinos ou outras 
pessoas que representem um papel, cantem, recitem, declamem, interpretem ou executem em qual-
quer forma obras literárias ou artísticas ou expressões do folclore.
Obra intelectual
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio 
ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, 
tais como:
I – os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
II – as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza;
III – as obras dramáticas e dramático-musicais;
IV – as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra 
qualquer forma;
V – as composições musicais, tenham ou não letra;
VI – as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;
VII – as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia;
VIII – as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;
IX – as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;
X – os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, 
paisagismo, cenografia e ciência;
XI – as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como cria-
ção intelectual nova;
XII – os programas de computador;
XIII – as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras 
obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação 
intelectual.
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Diferentemente do § 1º do art. 184 do CP, que veda a reprodução, o §2º apresenta uma 
figura equiparada ao agente, que, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, 
expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia 
de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de 
artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga origi-
nal ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos 
direitos ou de quem os represente.
Obs.: � Caro(a) aluno(a), grifamos os núcleos verbais para chamar sua atenção para as con-
dutas descritas que se diferem da qualificadora descrita no § 1º do art. 184 do CP.
A pena, neste caso, também passará a ser de reclusão de 2 a 4 anos e multa, por ser figura 
equiparada.
Por sua vez, § 3º do art. 184 do CP volta-se à violação de direitos autorais consistente
§ 3º no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sis-
tema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo 
e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou 
indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, 
do produtor de fonograma, ou de quem os represente.
A pena, neste caso, também é de reclusão de 2 a 4 anos e multa.
2.11.1. Análise do Preceito Secundário Disposto nas Qualificadoras
Tendo em vista que as formas qualificadas trazem a pena de reclusão de 2 a 4 anos e 
multa, exsurgem daí repercussões penais diferentes da forma prevista no caput do art. 184. 
Vejamos as principais:
• as formas qualificadas não se traduzem como crimes de menor potencial ofensivo, pois 
a pena máxima excede dois anos. Logo, também não caberá a transação penal prevista 
no art. 76 da Lei n. 9099/1995;
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• tendo em vista que a pena mínima, em abstrato, nas formas qualificadas, excede a 
1 (um) ano, não caberá suspensão condicional do processo prevista no art. 89 da 
Lei n. 9.099/1995;
• por sua vez, há possibilidade de aplicação de substituição da pena, se preenchidos os 
demais requisitos do art. 44 do CP;
• há possibilidade de início de cumprimento de pena em regime aberto (art. 33, § 2º, alínea “c”);
• não caberá prisão preventiva (art. 313, inciso I do CPP).
Cabimento em tese do novo Acordo de Não Persecução.
Está em vigor, desde de 23 janeiro de 2020, o Pacote Anticrime, que alterou diversos dispositi-
vos do Código Penal, Código de Processo Penal e de Legislações Penais Especiais. Dentre as 
alterações e inovações, destaca-se a possibilidade de celebração de acordo de não persecução 
para os crimes que tenham pena mínima inferior a 04 anos.
Nas formas qualificadas do artigo 184, há, em tese, possibilidade de oferecimento de tal acor-
do. Trata-se de inovação das mais relevantes que mudará substancialmente o processo penal.
Obs.: � Aqui, peço a você, aluno(a), que se valha das explicações contidas no item 2.7.
2.12. exCludente de tIpICIdAde prevIsto no § 4º
Art. 184, § 4º do CP: O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limita-
ção ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei n. 9.610, 
de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para 
uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
Para melhor didática, devemos dividir o § 4º em duas hipóteses. Vejamos:
• Excludentes previstas na forma da Lei n. 9.610/1998
As hipóteses desta excludente encontram-se nos arts. 8º e 46 da Lei n. 9.610/1998.
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Nestes casos, a própria Lei n. 9.610/1998 apresenta hipóteses em que não configurarão 
violação a direitos autorais. Vejamos, litteris:
Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei:
I – as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos 
como tais;
II – os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios;
III – os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica 
ou não, e suas instruções;
IV – os textos de tratadosou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais 
atos oficiais;
V – as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou legendas;
VI – os nomes e títulos isolados;
VII – o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras.
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:
I – a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou peri-
ódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza;
c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda, quando reali-
zada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição da pessoa neles represen-
tada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que 
a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimento em 
qualquer suporte para esses destinatários;
II – a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que 
feita por este, sem intuito de lucro;
III – a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de 
qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, 
indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
IV – o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, ve-
dada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;
V – a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e te-
levisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela, desde que 
esses estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a sua utilização;
VI – a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para 
fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso in-
tuito de lucro;
VII – a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária ou 
administrativa;
VIII – a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer 
natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o 
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• Excludente prevista na parte final do § 4º do art. 184 do CP: “Cópia de obra em um só 
exemplar para uso privado de quem copia, sem objetivo de lucro”.
Neste caso, devemos verificar que as qualificadoras previstas nos §§ 1º, 2º e 3º já não inci-
diriam, pois em todas as hipóteses de qualificadora é exigível o elemento subjetivo específico de 
intenção de lucro. Logo, mesmo que inexistisse o § 4º, as qualificadoras não poderiam incidir 
sem existir o intuito de lucro.
Por seu turno, quis o legislador deixar expresso pela não responsabilização penal do agente 
que realiza uma única cópia para uso privado.
2.13. Ação penAl nos CrImes ContrA proprIedAde ImAterIAl
O art. 186 do CPP apresenta os tipos de Ação Penal para os tipos penais previstos no 
art. 184. Assim, podemos sintetizar:
• ação penal privada (mediante queixa): art. 184, caput, do CP;
• ação penal pública condicionada a representação: art. 184, § 3º, do CP;
• ação penal pública incondicionada: art. 184, §§ 1º e 2º, do CP, e, quando for cometido 
em desfavor entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de eco-
nomia mista ou fundação instituída pelo Poder Público.
Neste sentido, vale transcrever o art. 186 do CPP ipsis verbis:
Art. 186. Procede-se mediante:
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184;
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito 
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo 
Poder Público;
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184.
2.14. do proCesso e julgAmento dos CrImes ContrA A proprIedAde 
ImAterIAl
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O Código de Processo Penal, em seu capítulo IV do Título II do Livro II, apresenta rito 
específico para os crimes contra a propriedade imaterial previsto entre os arts. 524 e 530-I.
Vale observar, no entanto, que, se o crime for de menor potencial, aplicar-se-ão as regras do 
Juizados Especiais Criminais.
Outrossim, dada especificidade e diferenciação, merecem especial destaque dois artigos 
que costumam se cobrados em concursos públicos:
• Prazo decadencial específico na ação penal privada
Art. 529 do CPP. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com funda-
mento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo.
Vê-se, pois, que, pela dicção da norma supracitada, a queixa-crime deve ser ofertada no 
prazo máximo de 30 dias, após a homologação do Laudo Pericial. Esta norma, porém, não 
afasta a incidência da regra geral de decadência prevista no art. 38 do CPP quanto ao prazo 
de seis meses, contados a partir do conhecimento da autoria.
Art. 38 do CPP: Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no 
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do 
dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o 
prazo para o oferecimento da denúncia.
Em suma, nos casos das ações penais privadas nos crimes contra a propriedade imate-
rial, deve-se respeitar tanto a norma contida no art. 38 do CPP como também a preconizada 
no art. 539 do mesmo estatuto.
• Juntada do Laudo Pericial como condição de procedibilidade para o recebimento da 
denúncia ou queixa
Determina o art. 525 do CPP:
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se 
não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.
Verifica-se, pois, condição de procedibilidade específica para os crimes contra a propriedade 
imaterial.
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2.15. dA destruIção e do perdImento de Bens nos proCedImentos
relAtIvos Aos CrImes ContrA proprIedAde ImAterIAl
Os bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos podem ser destruídos quando da prola-
ção da sentença condenatória, bem como pode-se decretar o perdimento de equipamentos 
destinados à produção e reprodução dos referidos bens.
Neste passo, é clara a redação do art. 530-G do CPP. Vejamos, verbis:
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos bens 
ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos, desde que 
precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que 
deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de 
ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse 
público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aoscanais de comércio.
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2.16. Questões relevAntes
• Violação de direitos autorais ligados a programas de computador
A Lei n. 9.609/1998 dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de 
computador, sua comercialização no país e traz, em seu art. 12, tipo penal próprio concernente 
a violação de direitos autorais de programa de computador.
Portanto, diante do princípio da especialidade, se a violação for de direito de autor de pro-
grama de computador, prevalecerá o art. 12 da Lei n. 9.609/1998, e não o art. 184 do CP. Vejamos 
o tipo penal referido no art. 12 supramencionado verbis:
Art. 12 da Lei n. 9.609/1998. Violar direitos de autor de programa de computador:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos ou multa.
• Inaplicabilidade do Princípio da Adequação Social e da Insignificância conforme enten-
dimento do Superior Tribunal de Justiça no caso de pirataria
O que é “Princípio da Adequação Social”, professor?
Para este princípio, desenvolvido sobretudo por Hans Welzel, se uma conduta é tolerada e 
aceita pela sociedade, não pode ser reputada como criminosa, ainda que haja subsunção típica 
da conduta à norma incriminadora (adequação do fato praticado ao tipo penal).
O que é “Princípio da Insignificância”, professor?
Por vezes, uma conduta pode ser formalmente típica (adequação formal ao tipo penal), 
porém pode não ser materialmente típica, ou seja, não detém relevância material.
Vamos explicar melhor isso. Sabemos que um dos princípios basilares do direito penal é o 
princípio da lesividade, o qual preconiza não haver crime se não houver lesão ou ameaça de le-
são a bem jurídico (nullum crime sine injuria). Pois bem, de uma maneira simples, se, em um caso, 
vislumbrarmos não haver lesão ou ameaça de lesão a bem jurídico relevante, poder-se-á avaliar 
pela incidência do princípio da insignificância ou bagatela por ausência de tipicidade material.
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Professor, feitas tais considerações, pode-se falar em aplicação de tais princípios na 
prática comum de venda de CDs e DVDs piratas?
O STJ vem entendendo que não, notadamente diante dos sérios prejuízos à indústria fono-
gráfica brasileira, aos comerciantes e ao fisco.
Neste sentido, colaciona-se a seguinte jurisprudência verbis (grifos nossos):
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. PENAL. OFENSA AO ART. 
184, § 2º, DO CP. OCORRÊNCIA. VENDA DE CD’S E DVD’S “PIRATAS”. ALEGADA ATIPICI-
DADE DA CONDUTA. PRINCÍPIO DA 
ADEQUAÇÃO SOCIAL. INAPLICABILIDADE.
1. A jurisprudência desta Corte e do Supremo Tribunal Federal orienta-se no sentido 
de considerar típica, formal e materialmente, a conduta prevista no artigo 184, § 2º, do 
Código Penal, afastando, assim, a aplicação do princípio da adequação social, de quem 
expõe à venda CD’S E DVD’S “piratas”.
2. Na hipótese, estando comprovadas a materialidade e a autoria, afigura-se inviável 
afastar a consequência penal daí resultante com suporte no referido princípio.
3. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Reso-
lução STJ 08/2008.
(REsp 1193196/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 26/09/2012, DJe 04/12/2012)
Em mesmo diapasão, afigura-se a posição do Supremo Tribunal Federal no enfretamento 
da matéria no julgamento do Habeas Corpus no 98.898/SP, litteris:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE VIOLAÇÃO DE DIREITO 
AUTORAL. VENDA DE CD’S “PIRATAS”. ALEGAÇÃO DE ATIPICIDADE DA CONDUTA POR 
FORÇA DO PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA. NORMA INCRIMINA-
DORA EM PLENA VIGÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - A conduta do paciente amolda-se 
perfeitamente ao tipo penal previsto no art. 184, § 2º, do Código Penal. II - Não ilide a 
incidência da norma incriminadora a circunstância de que a sociedade alegadamente 
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aceita e até estimula a prática do delito ao adquirir os produtos objeto originados de 
contrafação. III - Não se pode considerar socialmente tolerável uma conduta que causa 
enormes prejuízos ao Fisco pela burla do pagamento de impostos, à indústria fonográ-
fica nacional e aos comerciantes regularmente estabelecidos. IV - Ordem denegada
2.17. jurIsprudênCIAs relevAntes
Caro(a) aluno(a): abaixo, trazemos algumas jurisprudências relevantes para o seu estudo.
INFORMATIVO 549 - STJ
DIREITO PROCESSUAL PENAL. VALIDADE DE LAUDO PERICIAL REALIZADO COM BASE 
NAS CARACTERÍSTICAS EXTERNAS DO OBJETO APREENDIDO.
Na verificação da materialidade delitiva do crime de violação de direito autoral (art. 184, 
§ 2º, do CP), admite-se perícia realizada com base nas características externas do mate-
rial apreendido, não sendo necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem como a indi-
cação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada. A Lei 10.695/2003 - que 
incluiu os arts. 530-A a 530-G no CPP - previu novas regras para a apuração nos crimes 
contra a propriedade imaterial. Em face disso, a realização do laudo pericial agora pres-
cinde de maiores formalidades. Ademais, não é necessária a catalogação dos CDs e 
DVDs, bem como a indicação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada, por-
quanto a persecução do delito se procede mediante ação penal pública incondicionada. 
Precedente citado: AgRg no REsp 1.469.677-MG, Sexta Turma, DJe 19/9/2014. AgRg no 
AREsp 276.128-MG, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador Convocado 
do TJ/SP), julgado em 2/10/2014.
INFORMATIVO 479 STJ
CRIME. PROPRIEDADE IMATERIAL. PERÍCIA. RITO.
Os crimes praticados contra a propriedade imaterial (inclusive os contra a propriedade 
industrial) são, de regra, apurados mediante ação penal privada, com exceção dos elen-
cados nos arts. 184, §§ 1º, 2º e 3º, do CP e 191 da Lei n. 9.279/1996, além dos cometi-
dos em prejuízo de entes de direito público. A maioria desses delitos deixa vestígios, daí 
por que a parte deve requerer a realização da medida preparatória de busca e apreensão 
como forma de colher a prova da materialidade delitiva e dos indícios de sua autoria. 
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Nos crimes contra a propriedade imaterial, submetidos à ação penal pública, a busca e 
a apreensão podem ser efetuadas pela autoridade policial (art. 240, § 1º, do CPP). Con-
tudo, nos crimes sujeitos à ação penal privada, a medida preparatória cautelar deve ser 
realizada por dois ritos nomeados pelo juiz, conforme os arts. 527 e 530-A do CPP. A 
hipótese trata de crimes contra a propriedade imaterial, puníveis mediante ação penal 
privada, e, apesar de o mandado de busca e apreensão se fundar no art. 240 do CPP, 
a medida seguiu o rito especial disposto na legislação de regência, à exceção da pre-
sença de duas testemunhas (art. 530-C do CPP). Destacou-se que o fato de apenas um 
perito oficial (acompanhado de um assistente, cuja qualificação técnica se desconheça 
nos autos) ter efetivado o exame do corpo de delito em questão não leva à nulidade do 
procedimento. Essa conclusão decorre da interpretação sistêmica dos arts. 527 e 159 
do CPP, já na redação que lhe deu a Lei n. 11.690/2008, que passou a exigir a presença 
de dois peritos tão somente nos exames realizados sem o profissional oficial. Também 
não enseja nulidade a falta da assinatura de testemunhas, especificamente designadas 
para esse fim no termo de buscae apreensão (arts. 245, § 7º, e 530-C do CPP), por se 
tratar de mera irregularidade formal, sendo certo que os policiais e os oficiais de jus-
tiça que participaram da medida podem figurar como testemunha, para testar a lega-
lidade da diligência. Anote-se que o ato contou com a participação de representantes 
legais de ambas as partes com a autorização expressa do juízo. Por último, vê-se que 
o interessado não demonstrou ser-lhe imposto qualquer prejuízo (pas de nullité sans 
grief). Precedentes citados do STF: HC 85.177-RJ, DJ 1º/7/2005; do STJ: REsp 543.037-
RJ, DJ 16/11/2004; AgRg no REsp 978.445-MS, DJe 28/2/2011; HC 139.256-RO, DJe 
14/3/2011; HC 175.212-MG, DJe 8/6/2011, e AgRg no APn 510-BA, DJe 19/8/2010. RMS 
31.050-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/6/2011.
JURISPRUDÊNCIA SOBRE PRAZO DECADENCIAL DO ART. 529 DO CPP
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. AÇÃO PENAL PRIVADA. QUEIXA. 
PROCURAÇÃO. CORRÉU EXCLUÍDO. PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE. ART. 49 DO CPP. 
DECADÊNCIA.
I – A falha na procuração, em virtude do que dispõe o art. 44 do CPP, não sendo questão 
pertinente à legitimidade de parte mas, isto sim, à representação, possibilita ao julgador 
aplicar o disposto no art. 568 do CPP (“poderá ser a todo tempo sanada”), inclusive se 
superado o prazo decadencial (Precedentes STJ e STF).
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
II? A não inclusão na queixa, dentro do prazo decadencial de todos os co-réus? embora 
possível - importa em renúncia tácita do direito de ação quanto aos excluídos. Por força 
do princípio da indivisibilidade da ação penal (art. 49 do CPP), deve tal renúncia produzir 
efeitos em relação aos demais possíveis autores do crime (Precedentes).
III – Nos crimes contra a propriedade imaterial o prazo do art. 529 do CPP prepondera, 
por ser específico, sobre o disposto nos arts. 38 do CPP e 103 do CP.
Habeas concedido.
(HC 12.815/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/10/2001, 
DJ 19/11/2001, p. 293)
INFORMATIVO 057 - STJ
VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL. PERÍCIA. DECADÊNCIA.
A lei processual impõe a obrigatoriedade do laudo pericial, que deverá instruir a petição 
inicial da queixa-crime nos casos de infração contra a propriedade imaterial. Assim, a 
perícia cuja realização foi negada com base no art. 38 do CPP é condição de procedi-
bilidade dessa ação. E o prazo decadencial é de 30 dias, contados da homologação do 
laudo de exame (art. 529 CPP), porém sempre no prazo de seis meses a partir da data 
em que a vítima tomou conhecimento do fato e da autoria. Prosseguindo o julgamento, 
a Turma, por maioria, deu provimento ao recurso. RMS 10.589-SP, Rel. Min. Fernando 
Gonçalves, julgado em 9/5/2000.
INFORMATIVO 13 - STJ
DECADÊNCIA. CRIME CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL.
A decadência, na hipótese de crime contra a propriedade imaterial, rege-se pelo art. 529 
do CPP, ocorrendo, pois, em 30 dias, contados a partir da ciência da homologação do 
laudo pericial de que cuida o art. 525 do CPP. Ultrapassado tal lapso temporal, não se 
tem como proposta a queixa, operando-se a decadência e, consequentemente, a extin-
ção da punibilidade. A Turma, por maioria, concedeu o HC e ordenou o trancamento da 
ação penal. HC 8.225-RJ, Rel. Min. Fernando Gonçalves, julgado em 6/4/1999.
TÍTULO IV 
PARTE ESPECIAL – CÓDIGO PENAL – DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
3. Introdução
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Os crimes contra a organização do trabalho estão previstos pelos arts. 197 a 207 dispos-
tos no Título IV do Código Penal.
4. AtentAdo ContrA A lIBerdAde de trABAlho
Atentado contra a liberdade de trabalho
Art. 197. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
I – a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar duran-
te certo período ou em determinados dias:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;
II – a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de 
atividade econômica:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
4.1. prevIsão ConstItuCIonAl
Importa destacar que a Constituição Federal consagra como direito fundamental do cida-
dão a liberdade no exercício do trabalho, conforme bem expõe a norma contida no inciso XIII 
do art. 5º da Constituição Federal de 1988. Vejamos, verbis:
Art. 5º XIII da CF – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi-
cações profissionais que a lei estabelecer;
Vale enaltecer que os direitos considerados fundamentais pela Constituição Federal são 
imposições negativas, sobretudo, voltadas ao Estado, e revelam-se como conquistas históri-
cas do cidadão.
4.2. tIpo oBjetIvo
Elemento subjetivo específico
O tipo penal trazido no art. 197 exige as finalidades específicas trazidas em seus incisos I e II. 
Ou seja, o constrangimento (núcleo verbal “constranger”) deve ser voltada para estas hipóteses.
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Por sua vez, vale observar que o tipo penal exige que o constrangimento seja promovido 
mediante violência ou grave ameaça. Ou seja, se o constrangimento se der de outra maneira, 
não restará configurado o art. 197 do CP.
4.3. sujeItos
Sujeito Ativo
Devemos indagar: quanto ao sujeito ativo, o tipo exige qualidade especial do agente?
Verificamos que não. Logo, estamos diante de um crime comum quanto ao sujeito ativo. 
Qualquer um pode praticar.
Sujeito Passivo
E quanto ao sujeito passivo?
Verificamos, sim, que o tipo exige qualidade especial do sujeito passivo. Com efeito, esta-
mos diante de um crime próprio quanto ao sujeito passivo.
Pessoa jurídica posse ser sujeito passivo deste crime?
Em que pese divergente o tema, filio-me à corrente que não, haja vista que o tipo penal 
exige o núcleo verbal “constranger” mediante violência e grave ameaça. Logo, parece impros-
perável pensar-se em tal situação perante uma pessoa jurídica.
4.4. oBjeto jurídICo
Quando nos voltamos à análise do objeto jurídico, devemos indagar ao tipo, qual o bem 
jurídico que a norma está buscando tutelar?
Verificamos que o bem jurídico protegido é a liberdade do trabalho.
4.5. oBjeto mAterIAl
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Considera-se “objeto material” de um crime, a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta 
criminosa.
Na presente análise, o objeto material seria a pessoa que é frustrada em sua liberdade 
de trabalho.
4.6. ClAssIfICAção do CrIme
• Crime comissivo, admitindo a possibilidade de omissão imprópria prevista no art. 13, § 
2º, do CP (quando há o dever jurídico de agir como garante).
• Crime de ação livre.
• Crime plurissubsistente (praticado por intermédio de mais de um ato).
• Crime material.
4.7. ConsumAção
A consumação se dará quando, após o constrangimento mediante violência ou grave 
ameaça: 1) a vítima exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria; 2) trabalhar ou 
não trabalhar durante certo período; 3) abrir ou fechar o seu estabelecimento; 4) participar 
de parede ou paralisação de atividade econômica;
4.8. tentAtIvA
Por se tratar de crime plurissubsistente (praticado por intermédio de vários atos), é possível 
a tentativa (conatus).
4.9. AnálIse dA penA
Art. 197, inciso I CP - Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente 
à violência;
Art.

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