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MATERIAL DIDÁTICO ESTRATÉGIAS DE LIDERANÇA E MARKETING PESSOAL U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 UNIDADE 2 – ESTRATÉGIAS E COMPETÊNCIAS .............................................. 05 2.1 Estratégia .......................................................................................................... 05 2.2 Competência ..................................................................................................... 07 2.3 Evolução do conceito de competência na gestão de pessoas .......................... 12 2.4 Competências específicas ................................................................................. 15 UNIDADE 3 – DINÂMICA ORGANIZACIONAL ..................................................... 21 3.1 Comunicação .................................................................................................... 21 3.2 Liderança e poder ............................................................................................. 25 3.3 Estresse, conflito e negociação ......................................................................... 27 3.4 Estratégias organizacionais ............................................................................... 34 UNIDADE 4 – AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E A MOTIVAÇÃO ....................... 37 4.1 As diferenças individuais ................................................................................... 37 4.2 A motivação ....................................................................................................... 40 UNIDADE 5 - AS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS: ORGANIZACIONAIS E INDIVIDUAIS ........................................................................................................... 47 UNIDADE 6 – LIDERANÇA .................................................................................... 52 6.1 Conceitos e traços de personalidade ................................................................ 53 6.2 Algumas abordagens sobre liderança ............................................................... 57 6.2.1 Carismática .................................................................................................... 57 6.2.2 Transacional e transformacional .................................................................... 58 6.2.3 Cognitiva social .............................................................................................. 59 6.3 Habilidades básicas do líder .............................................................................. 60 UNIDADE 7– MARKETING E MARCA PESSOAL ................................................. 63 7.1 Marketing pessoal ............................................................................................. 63 7.2 Marca pessoal ................................................................................................... 65 7.3 Cuidados com a imagem ................................................................................... 67 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 70 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A globalização que remete a uma era de incertezas e de competitividade tem levado as organizações e as pessoas a novos e constantes alinhamentos no tocante às estratégias que devem desenvolver para sobrevivência e crescimento. Uma vez que as organizações são feitas de pessoas e para pessoas como já dizia Chiavenato, é passo importante que ambas desenvolvam estratégias e competências para liderança e marketing pessoal, porque ambos se somam rumo ao sucesso pessoal e organizacional. Nosso ponto de partida passa pelos conceitos de estratégias e competências para, na sequência, analisarmos a dinâmica organizacional e numa graduação crescente, discutirmos as competências essenciais nos âmbitos organizacional e individual. Liderança, traços de personalidade, habilidades do líder e o marketing pessoal completam o módulo, sempre pensando que não basta possuir determinados conhecimentos e técnicas, é preciso saber empregá-los! As dimensões de competências necessárias à construção de estratégias empresariais são o saber agir, saber mobilizar, saber comunicar, saber aprender, saber assumir responsabilidades e possuir visão estratégica, enquanto o conceito de competências pessoais passa pela capacidade das pessoas assumirem iniciativas, irem além das atividades prescritas, serem capazes de compreender e dominar novas situações no trabalho, serem responsáveis, e claro, serem reconhecidas por tudo isso (FLEURY; FLEURY, 2001). Fica evidente pelas breves definições acima que quer sejam competências na área organizacional ou pessoal, elas dependem da ação das pessoas, o que nos leva ao início do pensamento: organizações são feitas de pessoas e para pessoas, portanto, esse bem maior, as pessoas, devem ser sempre valorizadas pelas empresas e devem sempre procurar se valorizar. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 UNIDADE 2 – ESTRATÉGIAS E COMPETÊNCIAS Podemos dizer com certeza que estratégia é uma noção que o homem traz consigo desde o tempo que vivia nas cavernas, afinal de contas, para sobreviver ele precisava de um plano antecipado para caçar, para abrigar-se, caso contrário não seria bem sucedido. O termo estratégia vem do grego antigo “strategos”, que designava a arte militar e veio sendo incorporado pelas mais diversas áreas de conhecimentos, principalmente a área empresarial. Competência, por sua vez, da maneira mais simples possível, pode ser definida como aptidão ou habilidade para realizar uma tarefa de maneira bem satisfatória. 2.1 Estratégia Estratégia é um planejamento de longo prazo que visa criar uma oumais vantagens para alguém. Segundo Ansoff (1965 apud LUIS FILHO, 2005), estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a empresa e seu meio envolvente. A estratégia começa com uma visão de futuro para a empresa e implica na definição clara de seu campo de atuação, na habilidade de previsão de possíveis reações às ações empreendidas e no direcionamento que a levará ao crescimento. A definição de objetivos, em si, não implica em uma estratégia. Os objetivos representam os fins que a empresa está tentando alcançar, enquanto a estratégia é o meio para alcançar esses fins e pode ser definido como um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio de criação. Seria uma oferta e troca de produtos e valor com os outros. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 Para Zenone (2007), o objetivo principal de uma estratégia de marketing de uma empresa é garantir que suas capacidades internas sejam compatíveis com o ambiente competitivo do mercado (externo) em que atua ou deseja atuar, não apenas no presente, mas também no futuro previsível. Apesar do caráter contingencial, Luis Filho (2005) infere que as estratégias podem ser consideradas mediante três linhas básicas: 1. A estratégia como um processo racional e formal: processo que se desenvolve através de uma série de etapas sequenciais, racionais e analíticas e envolve um conjunto de critérios objetivos da racionalidade econômica para auxiliar os gestores na análise de alternativas estratégicas e tomada de decisão. 2. A estratégia como um processo negociado: concebendo a organização como um corpo social, onde as pessoas têm seus objetivos, em consequência, os processos sociais e políticos passam a ser relevantes na formação da estratégia. 3. A estratégia como um processo em construção permanente: concebendo a organização como algo em desenvolvimento constante, através da aprendizagem, experiência, capacitações. Tais fatores tendem a convergir para os objetivos estratégicos da organização. O alinhamento dos conceitos acima para a adoção de uma boa estratégia permitirá a organização obter uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes (LUIS FILHO, 2005). O planejamento estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e sua evolução esperada. Também considera premissas básicas que a empresa deve respeitar para que todo o processo tenha coerência e sustentação. Em se tratando de estratégias para o desenvolvimento pessoal, são importantes: motivação, comprometimento, ser dinâmico, inovador, alinhar sua força de trabalho às estratégias da empresa. Assim como desenvolver bons hábitos, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 maneiras diferentes para resolver um problema e manter-se focado contribuem principalmente porque o desenvolvimento pessoal pode ser um processo longo e demorado. 2.2 Competência Pela definição do senso comum, competência é a qualificação para realizar algo, mas no mundo dos negócios este conceito é bem mais abrangente e profundo e aborda características pessoais, como conhecimento, habilidades e atitudes; e também o desempenho associado às atividades. Entre os profissionais de RH, a definição mais comumente utilizada é conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que afetam a maior parte do trabalho e que se relacionam com o desempenho no trabalho; a competência pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvidos por meio de treinamentos (FLEURY; FLEURY, 2001). A competência pode ser atribuída a diferentes atores. De um lado temos a organização, com o conjunto de competências que lhe é próprio. Essas competências decorrem da gênese e do processo de desenvolvimento da organização e são concretizadas em seu patrimônio de conhecimentos, que estabelece as vantagens competitivas da organização no contexto em que se insere (RUAS, 2002; FLEURY, 2002). De outro lado, temos as pessoas, com seu conjunto de competências, aproveitadas ou não pela organização. Fleury (2002) define competências das pessoas como o saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Ao colocarmos organização e pessoas lado a lado, podemos verificar um processo contínuo de troca de competências. A organização transfere seu patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, na organização ou fora dela. As pessoas, ao desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, capacitando-a a enfrentar novos desafios. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 Desse modo, são as pessoas que, ao colocarem em prática o patrimônio de conhecimentos da organização, concretizam as competências organizacionais e fazem sua adequação ao contexto. Ao utilizarem, de forma consciente, o patrimônio de conhecimento da organização, as pessoas validam-no ou implementam as modificações necessárias para aprimorá-lo. A agregação de valor das pessoas é, portanto, sua contribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos da organização, permitindo-lhe manter suas vantagens competitivas no tempo. Observa-se então uma relação íntima entre competências organizacionais e individuais! O estabelecimento das competências individuais deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez que é mútua a influência de umas e de outras. Na abordagem das competências organizacionais, cabe a analogia de Prahalad e Hamel (1990 apud DUTRA, 2009), que compara as competências às raízes de uma árvore, ao oferecerem à organização alimento, sustentação e estabilidade. As competências impulsionam as organizações e seu uso constante as fortalece na medida em que se aprendem novas formas para seu emprego ou utilização mais adequada (FLEURY; FLEURY, 1995), assim podemos observar que o processo de aprendizado organizacional está vinculado ao desenvolvimento das pessoas que mantêm relações de trabalho com a organização. O olhar atento sobre as competências organizacionais revela uma série de questionamentos sobre sua instituição, desenvolvimento e acompanhamento. Um primeiro questionamento, que está na raiz da abordagem dos recursos da organização, é a distinção entre recursos e competências. Para autores como Mills et al. (2002) e Javidan (1998) citados por Dutra (2009), os recursos articulados entre si formam as competências organizacionais. Recursos e competências, entretanto, diferenciam-se quanto a seu impacto, abrangência e natureza. Para Mills et al. (2002), existem recursos e competências importantes para a organização – por serem fontes para sustentar atuais ou potenciais vantagens competitivas –, e existem recursos e competências da organização que não apresentam nada de especial no momento presente. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.brTelefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 Todos, entretanto, são recursos e competências da organização; daí a importância de criar categorias distintivas. Os autores acima propõem as seguintes: competências essenciais – fundamentais para a sobrevivência da organização e centrais em sua estratégia; competências distintivas – reconhecidas pelos clientes como diferenciais em relação aos competidores; conferem à organização vantagens competitivas; competências de unidades de negócio – pequeno número de atividades- chave (entre três e seis) esperadas pela organização das unidades de negócio; competências de suporte – atividades que servem de alicerce para outras atividades da organização. Por exemplo, a construção e o trabalho eficientes em equipes podem ter grande influência na velocidade e qualidade de muitas atividades dentro da organização; capacidade dinâmica – condição da organização de adaptar continuamente suas competências às exigências do ambiente. Essas categorias são importantes para discutirmos sua relação com as competências individuais. Inicialmente, as pessoas eram encaradas como um tipo de recurso na construção de competências. Barney (1991 apud DUTRA, 2009) classificava os recursos organizacionais em três categorias: a) Físicos – planta, equipamentos, ativos. b) Humanos – gerentes, força de trabalho, treinamento. c) Organizacionais – imagem, cultura. A literatura recente considera como recursos os conhecimentos e as habilidades que a organização adquire ao longo do tempo (KING et al., 2002). Nesse contexto, as pessoas estão inseridas em todos os recursos, independentemente da forma como são classificados, e, portanto, na geração e sustentação das competências organizacionais. Como exemplo: as pessoas estão presentes em todos os tipos de recursos propostos por Mills et al. (2002 apud DUTRA, 2009), tangíveis; conhecimento, experiência e habilidades; sistemas e Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 procedimentos; valores e cultura; rede de relacionamentos. E são fundamentais para a contínua transformação da organização. Com base nessas considerações, não podemos pensar as competências individuais de forma genérica e sim atreladas às competências essenciais para a organização. As entregas esperadas das pessoas devem estar focadas no que é essencial. Assim procedendo, as pessoas estarão melhor orientadas em suas atividades, no seu desenvolvimento e nas possibilidades de encarreiramento dentro da organização. Parâmetros e instrumentos de gestão de pessoas estarão também direcionados de forma consistente e coerente com o intento estratégico da organização. Por exemplo: o que valorizar nas pessoas, como avaliar sua contribuição, como estruturar as verbas remuneratórias, critérios de escolha, etc.(DUTRA, 2009). A questão da origem das competências individuais é essencial para a caracterização das expectativas da organização em relação às pessoas. Os trabalhos desenvolvidos por Fleury e Fleury (2000) mostram relação íntima entre o intento estratégico da organização, as competências organizacionais e as competências individuais. Com base nas tipologias propostas por Treacy e Wiersema (1995) e por Porter (1996 apud DUTRA, 2009), os autores estabelecem três formas de competir: excelência operacional; inovação em produtos; orientação para clientes. A partir dessas categorias, é possível verificar que a forma de competir influencia o estabelecimento de competências organizacionais, ou seja, existem competências organizacionais típicas de uma organização que se enquadra em determinada categoria (FLEURY, 2000). Cabe o mesmo raciocínio para as competências individuais. Na organização cuja forma de competir se caracteriza pela excelência operacional, naturalmente a pessoa deverá atender a um conjunto específico de exigências. Por exemplo, estratégias para volume de vendas e excelência Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 operacional, teremos como competências organizacionais, o custo, a qualidade, o processo produtivo, monitoramento do mercado e comercialização e como competências individuais, a orientação a custos e qualidades, gestão de recursos e prazos, trabalho em equipe, planejamento, interação com sistemas. Caso a estratégia tenha foco na customização e inovação em produtos para segmentos específicos, teremos como competências organizacionais: inovação de produtos e processos, qualidade, monitoramento tecnológico, imagem e parcerias tecnológicas estratégias e, como competências individuais: capacidade de inovação, comunicação eficaz, articulação interna e externa, absorção e transferência de conhecimentos, etc. No contexto organizacional, a competência é vista da perspectiva individual como uma característica pessoal que possibilita desempenho superior na realização das tarefas, ou frente a situações adversas, o que diferencia, fundamentalmente, competência de aptidão, que é um talento natural aprimorado de habilidades (FLEURY; FLEURY, 2004). Os mesmo autores ressaltam que o conceito de competência só revela seu poder heurístico quando aprendido no contexto de transformações do mundo do trabalho das empresas ou sociedades. A abrangência do conceito de competência instiga a investigação e o aprendizado constante, sem necessariamente invalidar elementos que fazem parte do conceito pré-existente. Como a competência está ligada a comportamentos, podemos deduzir que a comunicação eficiente é fundamental para que o conhecimento seja compartilhado e gere tais competências. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 Veja a ilustração a seguir: Comportamentos ligados a competências Fonte: Fleury e Fleury (2004, p. 30). Por fim, vale lembrar que o valor econômico agregado pela competência engloba, além da dimensão clássica baseada em aumento de produtividade e redução custos, a dimensão qualitativa influenciadora das escolhas dos clientes, que os economistas clássicos chamam de ‘valor de uso’ (ZARIFIAN, 2001). 2.3 Evolução do conceito de competência na gestão de pessoas Para falar da evolução do conceito de competência na gestão de pessoas buscamos a experiência de Dutra (2009), o qual participou de vários projetos de intervenção (a partir da segunda metade dos anos 1990) em organizações de diferentes tamanhos, origem do capital e setor de atividade econômica. Ele contabiliza 32 trabalhos de intervenção direta para concepção e implementação de sistemas integrados de gestão de pessoas em empresas com faturamento acima de US$ 100 milhões/ano e com mais de mil empregados, além do acompanhamento da experiência em 19 empresas na revisão de sistemas de gestão de pessoas por competência. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 Esse conjunto de experimentos permitiu consolidar a utilização do conceito de competência e abordagens metodológicas para concepção e implementação, assim como outras pesquisas realizadas a partir de 1998 por Fischer e Albuquerque (1998) indicam interesse crescente das empresaspela gestão de pessoas com base em competências. Os fatos lhes permitiram afirmar que o conceito de competência não é um modismo; ao contrário, tem-se mostrado muito adequado para explicar a realidade vivida pelas empresas na gestão de pessoas. Ao mesmo tempo, entretanto, é um conceito em construção. Ao acompanharmos nossas primeiras experiências, ao reunirmos profissionais de recursos humanos das empresas onde efetuamos projetos de intervenção e ao discutirmos o tema nos programas de pós- graduação, pesquisa e nos cursos de extensão, verificamos que existe muito para pesquisar e aprofundar. As indicações são de que estamos em meio a uma longa jornada (DUTRA, 2009, p. 33). Eis a divisão do desenvolvimento do conceito proposta em fases por Dutra que tomou como base a abrangência e o impacto na gestão de pessoas: 1ª Fase: Competência como base para a seleção e o desenvolvimento de pessoas. Nessa fase, o uso do conceito está centrado na concepção de McClelland (1973) e Boyatzis (1982) citados por Dutra (2009), elaborada a partir da observação das competências diferenciadoras que conduziram pessoas ao sucesso profissional. Levantadas das histórias de sucesso, as competências servem de padrão para analisar as demais pessoas da empresa e para orientar os processos de seleção, escolha, avaliação para desenvolvimento e orientação do processo de capacitação. A grande crítica efetuada a esse procedimento é o fato de a mesma caracterização de competência ser aplicada indistintamente a todas as pessoas. Nessa época, final dos anos 70 e início dos anos 80, os conceitos eram atribuídos a pessoas tidas como estratégicas. Ao se conferir a definição das competências diferenciadoras de forma indistinta, verificava-se que as exigências sobre uma pessoa em posição de gerência operacional diferiam substancialmente das que incidiam sobre uma pessoa em posição de gerência estratégica. 2ª fase: Competência diferenciada por nível de complexidade Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 Ao incorporarem os conceitos de competência, as empresas foram naturalmente criando escalas de diferenciação por níveis de complexidade. Normalmente essas escalas de complexidade apresentavam-se como diferentes níveis de entrega da competência (BOULTER, 1992 apud DUTRA, 2009). Nessa fase, surgiram alguns desconfortos em relação ao uso do conceito de competência. Os principais foram: vinculação da competência a trajetórias de sucesso em realidades passadas; ausência de vinculação das competências em relação aos objetivos estratégicos da empresa; necessidade de estender a utilização do conceito para as demais políticas e práticas de gestão de pessoas da empresa, como remuneração e carreira. 3ª fase: Competência como conceito integrador da gestão de pessoas e destas com os objetivos estratégicos da empresa. O conceito de competência organizacional estimula a discussão sobre como compatibilizar as competências organizacionais e individuais. Dessa forma, as competências humanas não mais derivariam das trajetórias de sucesso de pessoas dentro da empresa, e sim dos objetivos estratégicos e das competências organizacionais. Essa fase inicia uma nova forma de olhar para a gestão de pessoas, buscando não só sua integração com os objetivos estratégicos da empresa, mas também a integração da gestão de pessoas em si. Os grandes avanços vieram quando começamos a utilizar, com maior ênfase, o conceito de competência como entrega e agregação de valor, e a ele incorporamos conceitos complementares: o de complexidade e o de espaço ocupacional. A incorporação desses conceitos permitiu estender o uso da competência para trabalhar com questões ligadas a carreira e remuneração. Durante a segunda metade da década de 1990, foi possível observar a rápida evolução do uso do conceito no aprimoramento da gestão de pessoas. Hoje, a articulação entre os conceitos de competência, complexidade e espaço ocupacional permite maior envolvimento dos gestores na administração de pessoas e melhor avaliação das repercussões de suas decisões. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 4ª fase: Apropriação pelas pessoas dos conceitos de competência. No Brasil, temos verificado que as empresas que conseguiram grandes avanços na gestão de pessoas trabalharam em duas frentes de forma simultânea: de um lado, aprimoraram seus sistemas de gestão de pessoas; de outro, estimularam as pessoas a construir seus projetos de carreira e desenvolvimento profissional. A apropriação, por parte das pessoas, dos conceitos de competência, complexidade e espaço ocupacional é fundamental para seu contínuo aprimoramento. Quando as pessoas não compreendem os conceitos e não os utilizam para pensar o próprio desenvolvimento, reduzem os instrumentos e processos derivados desses conceitos a rituais burocráticos. Encontramos poucas empresas na terceira fase desse processo. A maior parte das empresas que têm discutido a gestão de pessoas com base em competências em nossos cursos e trabalhos está na primeira ou na segunda fase. Acreditamos que sua migração para a terceira e quarta fases será mera questão de tempo. O processo parece-nos inexorável, em função das pressões recebidas. Há pontos que, conforme Dutra (2009), precisam ser trabalhados mais intensamente para aprimorar o uso dos conceitos e, principalmente, para que sejam efetivamente internalizados pelos gestores e pelas pessoas, como por exemplo, conciliar a expectativa entre as pessoas e a organização, pois acredita-se que ainda não caminhem olhando para a mesma direção. De todo modo esse processo é dinâmico e depende muito das lideranças organizacionais. 2.4 Competências específicas Vamos relacionar neste tópico, as competências específicas a algumas áreas e divididas nos seguintes eixos: comercial, marketing, desenvolvimento e supply chain – cadeia de suprimentos, gestão de negócios (com foco em pessoas e organização; planejamento estratégico; sistema de informação; suprimento e logística; finanças), gestão industrial, tecnologia, engenharia, processos e projetos Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 industriais, laboratório de tecnologia e inovação, operações industriais e suporte administrativo. EIXO COMERCIAL Planejamento e organização Relacionam-se a organização, sistematização, antecipação de tendências que facilitem o processo de decisão de líderes e gerentes, através de: - pronta disponibilização de informações e conhecimentos estruturados; - orientação técnica e/ou coordenação de processos e organização de trabalhos; - coordenação e/ou acompanhamento das atividades da área. Objetivam garantir qualidade, facilidade de acesso, velocidade, disciplina na execução das ações e obtenção dos resultados. Comunicação Volta-se para: - transmitir informações e conhecimentos de forma a ser compreendido por qualquer interlocutor, e em qualquer ambiente; - saber ouvir e dar feedback; - utilizar eficientemente os recursos de comunicação disponíveis na empresa; - apresentar informações de maneira clara e objetiva; - manter todos os seus pares informados com relação a resultados alcançados, novidades e melhoramentos pertinentes. Negociação Inclui a busca pelo equilíbrio dos resultados de uma negociação, visando a benefícios paraos envolvidos, buscando gerar credibilidade e criar relacionamentos necessários para a obtenção dos resultados desejados. Abrange a construção de uma argumentação coerente e abertura para rever posições e entender pontos de vista distintos dos seus. Envolve ainda a caracterização do nível de autonomia decisória nas negociações de que participa. EIXO MARKETING, DESENVOLVIMENTO E SUPPLY CHAIN Gestão do conhecimento Reconhece em seu campo de atuação agregar valor ao processo de gestão do conhecimento, atuando sistematicamente na captura, criação, disponibilização, disseminação e aplicação de conhecimentos no ambiente interno, bem como incentivando parceiros externos a gerar soluções e conhecimentos que se traduzam em resultados práticos para a organização. Atua com foco no autodesenvolvimento e no de seus pares. Visão sistêmica Envolve o entendimento de todo o negócio, da relação entre os processos organizacionais e da clareza sobre sua agregação de valor ao negócio. Busca resultados, conciliando a visão de negócios nas dimensões técnica, econômica e social – esta em termos de qualidade, segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade social –, integrando pessoas e recursos existentes no ambiente interno e externo. Capacidade analítica Relaciona-se à responsabilidade pela captação e organização sistemática de informações relativas a assuntos ou problemas, dentro de seu escopo de atuação, através de análise, comparação e identificação de relações de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 causa e efeito e alternativas de soluções de problemas. EIXO APOIO À GESTÃO DE NEGÓCIOS – PESSOAS E ORGANIZAÇÃO Planejamento e organização Idem eixo comercial. Comunicação Idem eixo comercial. Relacionamento interpessoal Envolve o desenvolvimento de relações estratégicas e a responsabilidade por utilizar redes de relacionamento (networks) na busca de maximização dos resultados, agregação de valor e identificação de oportunidades para a organização e seus parceiros. EIXO APOIO À GESTÃO DE NEGÓCIOS – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Planejamento e organização Idem eixo comercial. Articulação de relacionamentos Idem relacionamento interpessoal. Multifuncionalidade Envolve a mobilização de uma diversidade de conhecimentos e informações, adaptando-se a vários papéis e ajustando-se para responder adequadamente a novas estruturas organizacionais, processos, demandas ou outras modificações ambientais. É flexível em lidar com mudanças, fazendo-o de forma consistente ao investir no autodesenvolvimento. Capacidade analítica Idem eixo marketing. Gerenciamento de projetos Visa elaborar, estruturar, avaliar e controlar projetos, em termos de gerenciamento de tempos, recursos, resultados e definição de prioridades, de maneira integrada aos processos organizacionais em vigor. EIXO APOIO À GESTÃO DE NEGÓCIOS – SISTEMA DE INFORMAÇÃO Planejamento e organização Idem eixo comercial. Comunicação Idem eixo comercial. Negociação Idem eixo comercial. Gerenciamento de projetos Idem eixo gestão negócios – planejamento estratégico. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 EIXO APOIO À GESTÃO DE NEGÓCIOS – SUPRIMENTO E LOGÍSTICA Articulação de relacionamentos Idem relacionamento interpessoal. Negociação Idem eixo comercial. EIXO APOIO À GESTÃO DE NEGÓCIOS – FINANÇAS Planejamento e organização Idem eixo comercial. Articulação de relacionamentos Idem relacionamento interpessoal. Negociação Idem eixo comercial. Capacidade analítica Relaciona-se a captação e identificação de informações relevantes a seu escopo de atuação, visando à geração de análises e comparações que possibilitem a mensuração de ganhos e perdas na tomada de decisões. EIXO DE GESTÃO INDUSTRIAL Negociação Idem eixo comercial. Multifuncionalidade Envolve a mobilização de uma diversidade de conhecimentos e informações, adaptando-se a vários papéis e ajustando-se para responder adequadamente a novas estruturas organizacionais, processos, demandas ou outras modificações ambientais. É flexível em lidar com mudanças, fazendo-o de forma consistente ao investir no autodesenvolvimento. Visão sistêmica Envolve o entendimento do negócio, da empresa toda, a relação entre os processos organizacionais e da clareza sobre sua agregação de valor ao negócio. Busca resultados, conciliando a visão de negócios nas dimensões técnica, econômica e social – envolvendo aspectos de qualidade, segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade social –, integrando pessoas e recursos existentes no ambiente interno e externo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 EIXO TECNOLÓGICO, ENGENHARIA, PROCESSOS E PROJETOS INDUSTRIAIS Gestão do conhecimento Reconhece em seu campo de atuação agregar valor ao processo de gestão do conhecimento, atuando sistematicamente na captura, criação, disponibilização, disseminação e aplicação de conhecimentos no ambiente interno, bem como incentivando parceiros externos a gerar soluções e conhecimentos que se traduzam em resultados práticos para a organização. Visão sistêmica Envolve o entendimento da empresa toda, da relação entre os processos organizacionais e da clareza sobre sua agregação de valor ao negócio. Busca resultados, conciliando a visão de negócios nas dimensões técnica, econômica e social – esta em termos de qualidade, segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade social –, integrando pessoas e recursos existentes no ambiente interno e externo. Gestão de melhorias/inovação Relaciona-se à gestão de processos de melhoria e inovação, desde o planejamento até sua implementação, envolvendo identificação sistemática de pontos para superação dos resultados alcançados, transformação de problemas em oportunidades, criação de múltiplas alternativas originais e seleção das mais eficazes, bem como a criação de indicadores específicos que permitam aproximar ao máximo o acompanhamento das melhorias implementadas. EIXO DE LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Gestão do conhecimento Idem eixo gestão do conhecimento. Atua com foco no autodesenvolvimento e no de seus pares. Gestão de melhorias/inovação Idem eixo gestão tecnologia, engenharia, processos. Orientação para qualidade, saúde, segurança e meio ambiente Entende, pratica e dissemina continuamente os procedimentos de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente, compreendendo: prevenção de ocorrências não desejáveis: - influência sobre os parceiros e integrantes de seu convívio com relação ao QSSMA; - manutenção e aperfeiçoamento desse compromisso dentro da abrangência de sua atuação; - ação assertiva em momentos de pressão/ emergências. EIXO DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS Orientação para Idem eixo laboratório de tecnologia e inovação. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 qualidade, saúde, segurança e meio ambiente Orientação para o desenvolvimento pessoal Busca constantemente seu desenvolvimento pessoal e técnico. Utiliza o conhecimento adquirido no aprimoramento de suas atividades, repassando-oaos demais integrantes no âmbito de sua atuação. Em níveis de maior complexidade, volta-se para a preparação técnica e profissional das pessoas que orienta e para a formação de equipes de alta performance, motivando-as a melhorar seu desempenho e buscar o autodesenvolvimento. EIXO DE SUPORTE ADMINISTRATIVO Capacidade analítica Abrange possuir foco/concentração para esquematizar determinado assunto em partes menores, para ordenação, compreensão e análise, adequando encaminhamentos e facilitando ações decorrentes. Comunicação Idem eixo comercial. Planejamento e organização Diz respeito à necessidade de planejamento de atividades, definição de prioridades, gerenciamento do tempo e à responsabilidade por organizar o trabalho e o ambiente, pronta disponibilização de informações, dentro de seu escopo de atuação, otimizando recursos e obtendo respostas mais eficientes. Objetiva garantir qualidade, facilidade de acesso, velocidade, disciplina na execução das ações e obtenção dos resultados. Fonte: Chiavenato (2009, p. 177-188). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 UNIDADE 3 – DINÂMICA ORGANIZACIONAL São vários os elementos participantes da dinâmica das organizações e que somados/inter-relacionados fazem a diferença nesse ambiente. Esses elementos possibilitam crescimento pessoal e profissional. Veremos alguns desses elementos (comunicação, liderança, poder, estresse, conflitos, negociação) não desconsiderando a importância dos demais, justificando que estes possuem relação mais íntima como os objetivos do curso. Discorrermos mais um pouco sobre as estratégias organizacionais com vistas à consecução dos objetivos das mesmas. 3.1 Comunicação A comunicação existe com a finalidade de atingir diferentes objetivos. Comunicamos para informar, chocar, convencer, resolver problemas, tomar decisões e entreter as pessoas. De qualquer maneira, a comunicação envolve uma relação entre duas ou mais pessoas e ainda um estilo que pode ser efetivo ou dúbio na sua forma de fazer com que o outro entenda sua mensagem. A comunicação é um dos principais meios de coesão e integração organizacional e podemos inferir que mesmo tendo uma equipe de talentos na empresa, se esta equipe estiver mal informada, e seus integrantes não souberem se comunicar adequadamente, com certeza muitos processos da organização ficarão prejudicados. Uma vez que toda organização funciona a partir dos processos de comunicação, podemos inferir que a dinâmica organizacional somente é possível quando a organização assegura que todos os seus membros estejam devidamente conectados e integrados. As redes de comunicação constituem as amarrações que interligam todos os integrantes de uma organização. A comunicação é fundamental para o funcionamento coeso, integrado e consistente de qualquer organização. É exatamente por essa razão que uma das finalidades mais importantes do desenho organizacional é assegurar e facilitar o processo de comunicação e de tomada de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 decisão. Além do mais, a organização funciona como um sistema de cooperação pelo qual as pessoas interagem entre si por meio da comunicação para alcançar objetivos comuns. A comunicação torna-se indispensável para que isso ocorra da melhor maneira possível. Sem comunicação, as pessoas ficam isoladas e sem contato entre si (CHIAVENATO, 2004). Além disso, sabemos também que as organizações não vivem isoladas nem são autossuficientes. Elas se relacionam continuamente com as outras pessoas ou com seus ambientes por meio da comunicação. A comunicação constitui a primeira área a ser focalizada quando se estudam as interações humanas e os métodos para mudança ou influenciação do comportamento humano nas organizações. Trata-se de uma área em que cada pessoa pode fazer grandes progressos na melhoria de sua própria eficácia e em seu relacionamento interpessoal ou com o mundo externo. É também o ponto de maiores desentendimentos e conflitos entre duas ou mais pessoas, entre membros de um grupo, entre grupos e dentro da organização como um sistema. Em todos os níveis da atividade organizacional, as pessoas estão continuamente adquirindo e disseminando informações. A comunicação é um aspecto crítico, pois os administradores não trabalham com coisas, mas com informações sobre coisas. Além do mais, todas as funções administrativas – como planejar, organizar, dirigir e controlar – somente se operacionalizam na prática por meio da comunicação. A comunicação é inevitável para o funcionamento da organização. No entanto, apesar de todos os progressos da tecnologia da informação e da comunicação, a comunicação entre as pessoas ainda deixa muito a desejar. É que a comunicação interpessoal não depende da tecnologia, mas da força das pessoas e de tudo aquilo que as rodeia. Ela é um processo que ocorre dentro das pessoas. A palavra comunicação provém do latim communis, que significa “tornar comum”. O comunicador procura estabelecer uma espécie de comunidade com o receptor. Assim, pode-se definir a comunicação como a transmissão de informação e compreensão mediante o uso de símbolos comuns. Os símbolos comuns podem ser verbais ou não-verbais. Desse modo, a comunicação é a transferência de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 informação e significado de uma pessoa a outra. É o processo de passar informação e compreensão entre duas ou mais pessoas ou de se relacionar com outras pessoas por meio de ideias, fatos, pensamentos, valores e mensagens. A comunicação é o ponto que liga os indivíduos para que compartilhem sentimentos, ideias, práticas e conhecimentos. Vamos a alguns conceitos para comunicação: Significa a transferência e compreensão de mensagens (ROBBINS, 2002). É a transferência de informação e significado de uma pessoa a outra (CHIAVENATO, 2002). É geralmente descrita como um fluxo de mensagens entre um emissor para um destinatário utilizando um canal. O destinatário pode ou não responder com uma mensagem (retroação). Em algum ponto do processo, o ruído – algo que afeta o processo – pode ocorrer e limitar a eficácia da comunicação (CHIAVENATO, 2004). É o processo de compartilhar informação com outras pessoas. A informação aqui é definida como um pensamento ou ideia que uma pessoa quer compartilhar com outra (CERTO, 1994 apud CHIAVENATO, 2004). Comunicação organizacional é o processo pelo qual as entidades intercambiam informação e estabelecem um entendimento comum (SCHERMERHORN, HUNT, OSBORNE, 1995 apud CHIAVENATO, 2004). A comunicação tem uma enorme importância no funcionamento dos grupos ou das organizações. Em geral, a comunicação tem quatro funções básicas dentro de um grupo ou de uma organização: controle, motivação, expressão emocional e informação (SCOTT; MITCHELL, 1976 apud CHIAVENATO, 2004), a saber: 1. Controle: a comunicação funciona no controle do comportamento das pessoas em vários aspectos. De um lado, as organizações possuem hierarquias e orientações formais que devem ser seguidas pelas pessoas. Quando estas são informadas de que devem comunicar qualquer problema de trabalho primeiramente ao seu superior imediato ou seguir à risca suas instruções de trabalho, a comunicação está desempenhando uma função de controle. De outro lado, acomunicação informal também controla o comportamento. Quando um grupo de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 trabalho hostiliza ou reclama que um membro está produzindo demais – fazendo com que o restante do grupo pareça preguiçoso –, está comunicando informalmente e controlando o comportamento do colega. 2. Motivação: a comunicação facilita a motivação ao esclarecer às pessoas o que deve ser feito, avaliar a qualidade do seu desempenho e orientar sobre o que fazer para melhorá-lo. A definição de metas, a retroação do progresso em relação a elas e o reforço do comportamento desejável estimulam a motivação e requerem comunicação. 3. Expressão emocional: a comunicação que ocorre dentro de um grupo é um mecanismo fundamental para que seus membros expressem seus sentimentos de satisfação ou de frustração. A comunicação funciona como um meio para expressão emocional de sentimentos e de atendimento às necessidades sociais. 4. Informação: a comunicação funciona como facilitadora da tomada de decisões. Ela proporciona as informações de que pessoas e grupos precisam para tomar suas decisões, transmitindo os dados para que identifiquem e avaliem alternativas de ação. Todas essas quatro funções são igualmente importantes. Para que as pessoas e grupos tenham um bom desempenho, precisam de algum tipo de controle, de algum estímulo ao esforço, de meios de expressão emocional e de tomada de decisões. Em síntese, toda interação de comunicação que ocorre dentro de um grupo ou organização requer uma ou mais dessas quatro funções básicas (ROBBINS, 2002). Para que a comunicação possa ser bem-sucedida, toda organização precisa gerenciar vários de seus aspectos relacionados com o constante intercâmbio de significados: 1. Gerenciar a atenção: isso significa incentivar a percepção das pessoas para estar atentas a tudo o que se desenvolve no cenário do trabalho. Esse é o primeiro passo para que as pessoas possam melhorar o modo de enviar ou receber comunicações e consolidar a situação atual da organização ou facilitar as mudanças comportamentais. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 2. Gerenciar o significado: isso significa cuidar da linguagem e dos símbolos utilizados, dos estilos de comunicação e da facilidade de compreensão por parte das pessoas, de forma que as mensagens trocadas dentro da organização façam sentido não só para quem as emite, mas principalmente para quem as recebe. Isso tem a ver com a criação de consonância e consistência dentro da organização. 3. Gerenciar a confiança: isso significa criar um ambiente de abertura e de confiabilidade entre as pessoas, de maneira que haja confiança recíproca e comprometimento das pessoas em seus relacionamentos com os outros e com a organização (CHIAVENATO, 2004). Assim, reafirmando: toda comunicação envolve pelo menos duas pessoas – aquela que envia uma mensagem e aquela que a recebe; uma pessoa sozinha não pode comunicar, pois somente com outra pessoa é que ela pode completar o ato de comunicação, portanto, a comunicação envolve necessariamente transações entre pessoas. 3.2 Liderança e poder A liderança é um tema que vem encantando o mundo há muito tempo e, empírica e evolutivamente sabemos que grande parte das pessoas carrega em si o desejo de ser líder. Nas organizações, a liderança vem se tornando cada vez mais importante por uma razão bem simples: o mundo organizacional requer líderes para a condução bem-sucedida das organizações, e a liderança representa a maneira mais eficaz de renovar e revitalizar as organizações e impulsioná-las rumo ao sucesso e à competitividade. Sem liderança, as organizações correm o risco de vagar ao léu e sem uma direção definida. A liderança introduz força, vigor e rumo definido nas organizações (CHIAVENATO, 2004). As organizações requerem um grande número de pessoas trabalhando juntas, atuando em diferentes atividades e em diferentes níveis organizacionais. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 Muitas delas ocupam posições na hierarquia – como presidentes, diretores, gerentes – para cuidar do trabalho de outras pessoas, tornando-se responsáveis pela atividade conjunta de vários indivíduos. Isso implica necessariamente liderança. Por essa razão, a liderança ocupa um papel-chave em toda organização. Nunca como hoje – uma época de mudança, incerteza globalização e competitividade – a liderança se tornou tão importante para o sucesso organizacional. O problema é que nem todo dirigente – presidente, diretor ou gerente – é um líder na acepção da palavra. E a recíproca também vale: nem todo líder é um dirigente. Aliás, liderança não é sinônimo de administração. De um modo geral, a liderança é, de certa forma, um tipo de poder pessoal. Por meio da liderança, uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes. A influência significa uma transação interpessoal por meio da qual uma pessoa age no sentido de modificar ou provocar o comportamento de uma outra de maneira intencional. Existe sempre um líder – aquele que influencia – e os liderados – aqueles que são influenciados. A influência é um conceito estreitamente ligado ao conceito de poder e autoridade. O poder significa o potencial de influência de uma pessoa sobre outra ou outras, que pode ou não ser exercido (CHIAVENATO, 2004). O poder em uma organização é a capacidade de afetar e controlar as decisões e ações das outras pessoas, mesmo quando elas podem resistir. Por outro lado, a autoridade é o poder legítimo, ou seja, o poder que uma pessoa tem em virtude do papel ou posição que ocupa em uma estrutura organizacional. Autoridade é o poder legal e socialmente aceito. Um indivíduo que ocupa uma elevada posição em uma organização tem poder, pelo fato de sua posição ter o que chamamos de poder de posição. Em uma organização, o poder do presidente é maior do que o do gerente, devido à autoridade formalmente atribuída pela sua posição hierárquica, e não devido às suas características pessoais, que certamente o capacitaram a ocupar o cargo. A capacidade de influenciar, persuadir e motivar os liderados está fortemente ligada ao poder que se percebe na pessoa. French e Raven (1960 apud CHIAVENATO, 2004) distinguem cinco diferentes tipos de poder: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 1. Poder coercitivo: é o poder baseado no temor e na coerção. O liderado percebe que o fracasso em atender às exigências do líder poderá levá-lo a sofrer algum tipo de punição ou penalidade que ele quer evitar. 2. Poder de recompensa: é o poder que se apoia na esperança de alguma recompensa, incentivo, elogio ou reconhecimento que o liderado espera obter. 3. Poder legitimado: é o poder que decorre do cargo ou posição ocupada pelo indivíduo no grupo ou na hierarquia organizacional. Em uma organização formal, o supervisor de primeira linha é percebido como alguém que tem mais poder do que os operários, o gerente tem mais poder do que o supervisor e o diretor tem mais poder do que o gerente. É a nivelação hierárquica que estabelece os escalões de autoridade dentro daorganização. 4. Poder de competência: é o poder baseado na especialidade, no talento, na competência, na experiência ou no conhecimento técnico da pessoa. É também chamado de poder de perícia. Os liderados percebem o líder como alguém que possui certas competências que excedem os seus próprios conhecimentos ou conceitos. 5. Poder de referência: é o poder baseado na atuação e no apelo. O líder que é admirado por certos traços de personalidade desejáveis possui poder referencial. É um poder popularmente conhecido como carisma. O poder de referência emana da admiração e do desejo de se parecer com o líder. O poder de coerção, o poder de recompensa e o poder legitimado decorrem da posição ocupada na organização, enquanto o poder de competência e o poder de referência decorrem da própria pessoa, independentemente de sua posição na organização. Adiante teremos um capítulo específico para discorrermos sobre a questão da liderança, suas variantes e consequências. 3.3 Estresse, conflito e negociação Na física o termo estresse traduz o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a determinado esforço ou tensão. Transposto para a medicina e biologia, significa esforço de adaptação do organismo para enfrentar Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 situações que considere ameaçadoras à vida e ao equilíbrio interno, com isso sofrendo algumas reações químicas. Psicoemocionalmente falando, o estresse surge no ser humano quando a pessoa se encontra diante de uma situação entendida como geradora de insegurança ou ameaça (BALLONE; NETO; ORTOLONI, 2002 apud SILVA; SILVA; TAVEIRA, 2010). O estresse na sociedade de maneira geral e nas organizações empresariais mais especificamente é na atualidade uma fonte importante de preocupação. É uma condição intrínseca à vida moderna, tanto que exigências, necessidades, urgências, prazos a cumprir, metas e objetivos a alcançar, falta de meios e de recursos, expectativa dos outros, indefinições e uma infinidade de limites e demandas sobre as pessoas fazem com que elas se exponham ao estresse (CHIAVENATO, 2004). Por definição é um estado emocional desagradável que ocorre quando as pessoas estão inseguras quanto à sua capacidade para enfrentar um desafio percebido em relação a um valor importante; decorre da interação do indivíduo com o ambiente, uma resposta adaptativa mediada pelas diferenças individuais e/ou processos psicológicos e que é consequência de alguma ação externa ou evento que traz excessivas demandas psicológicas ou físicas sobre uma pessoa. Vários trabalhos apresentados por Rossi (2007), desde o estudo da etiologia do problema passando por pesquisas quali-quantitativas reconhecem que o estresse é um dos riscos mais sérios ao bem-estar psicossocial do indivíduo. O estresse relacionado ao trabalho põe em risco a saúde dos membros da organização, sendo que de 50 a 80% de todas as doenças têm fundo psicossomático ou estão relacionadas ao nível de estresse. Outros estudos indicam que o ambiente de trabalho, a estrutura corporativa e diversas outras interações entre emprego e empregado contribuem para as respostas individuais de estresse e tensão. Consequentemente, a organização acaba tendo problemas de desempenho ruim, baixo moral, alta rotatividade, absenteísmo e violência no local de trabalho PELLETIER, 1984; QUICK et al., 1997 apud ROSSI, 2007). O estresse nas organizações é somente um de uma série de problemas crônicos que podem ser gerenciados utilizando-se as noções de prevenção da Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 saúde pública. As emoções tóxicas no local de trabalho são uma segunda categoria de problema crônico no local de trabalho. A segurança no ambiente de trabalho é um terceiro problema de saúde para os líderes e executivos. Uma sugestão é que as organizações busquem autênticos líderes transformacionais os quais apresentem uma saúde executiva positiva e possam desempenhar um papel-chave na prevenção primária do distresse e na criação de ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis. Portanto, os líderes saudáveis fomentam a saúde organizacional e o bem-estar para si mesmos e para os outros no trabalho (QUICK et al., 2007). Vejamos no quadro abaixo fatores potenciais de estresse e suas consequências: Fatores potenciais Consequências Ambientais: Incerteza econômica, política e tecnológica. Diferenças individuais: Percepção, experiência profissional, apoio social e convicção pessoal. Sintomas físicos: dores de cabeça, pressão alta e doenças cardíacas. Organizacionais: Demanda das tarefas, dos papéis; demandas interpessoais; estrutura e liderança organizacional; estágio de vida da organização. Estresse experimentado pela pessoa. Sintomas psicológicos: ansiedade, depressão, redução da satisfação no trabalho. Individuais: Problemas familiares, econômicos e personalidade. Sintomas comportamentais: produtividade, absenteísmo e rotatividade. Fonte: Adaptado de Robbins (2002) Chiavenato (2004, p. 378). E quanto aos conflitos? A vida das pessoas é uma eterna sucessão de conflitos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 Em suas interações, quase sempre pessoas, grupos e organizações estão envolvidos em alguma forma de conflito. As pessoas precisam de coerência e um senso lógico para atingir uma situação de bem-estar e de harmonia umas com as outras. Como a organização depende da colaboração e cooperação de pessoas que trabalham em conjunto, essa coerência é fundamental para o sucesso organizacional. As pessoas nunca têm objetivos e interesses idênticos. As diferenças de objetivos e de interesses sempre produzem alguma espécie de conflito. O conflito é inerente à vida de cada indivíduo e faz parte inevitável da natureza humana. Constitui o lado oposto da cooperação. A palavra conflito está ligada à discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo. Para que haja conflito, além da diferença de objetivos e interesses, deve haver necessariamente uma interferência deliberada de uma das partes envolvidas. O conflito existe quando uma das partes – seja indivíduo ou grupo – tenta alcançar seus próprios objetivos interligados com outra parte e esta interfere naquela que procura atingir seus objetivos. A interferência pode ser ativa – mediante ação para provocar obstáculos, bloqueios ou impedimentos – ou passiva – mediante omissão. Assim, o conflito é muito mais do que um simples desacordo ou desavença: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada, para impor um bloqueio sobre a tentativa da outra parte de alcançar os seus objetivos. O conflito pode ocorrer no contexto do relacionamento entre duas ou mais partes, entre pessoas ou entre grupos como conjuntos de pessoas (CHIAVENATO, 2002). Em geral, o conflito envolve o uso de poder no confronto, ou seja, nas disputas em torno de interesses contraditórios e em choque. Além disso, o conflito é um processo que leva tempo para se desenrolar e não é apenas um evento que ocorre em um determinado instante e depois desaparece. Contudo, na medida em que o conflito passa a obstruir o progresso e a ameaçar a eficácia e o desempenho organizacional, ele precisa ser administrado adequadamente. Caso contrário,passará a afetar negativamente o comportamento da organização. Conflito é um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos nas organizações quando as partes exercem poder na busca Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 de metas ou objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou mais das outras metas (MILES, 1980 apud CHIAVENATO, 2004). O conflito é um processo que tem início quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente, alguma coisa que a primeira considera importante (ROBBINS, 2002). Conflito é o comportamento aparente que surge de um processo em que uma unidade procura alcançar seus próprios interesses nos seus relacionamentos com outras [...] as unidades não estão em conflito quando está ausente a interferência deliberada [...] a interferência deve ser deliberada e com algum objetivo, pelo menos por uma das partes (SCHMIDT; KOCHAN 1972, p. 363 apud CHIAVENATO, 2004). Cada conflito é um conflito. Além das diferentes características, também existem diferentes níveis de gravidade, a saber: 1. Conflito percebido: ocorre quando as partes percebem e compreendem que o conflito existe porque sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos da outra parte e que existe oportunidade para interferência. É o chamado conflito latente, que as partes percebem existir potencialmente. 2. Conflito experienciado: quando o conflito provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo e descrédito entre uma parte e outra. É o chamado conflito velado, quando é dissimulado, oculto e não manifestado externamente com clareza. 3. Conflito manifestado: quando o conflito é expresso e manifestado pelo comportamento, que é a interferência ativa ou passiva por pelo menos uma das partes. É o chamado conflito aberto, que se manifesta sem dissimulação entre as partes envolvidas (CHIAVENATO, 2002). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 Todo conflito pode produzir consequências positivas ou negativas, construtivas e destrutivas na organização, conforme explícito no quadro a seguir: Consequências positivas e construtivas do conflito Consequências negativas e destrutivas do conflito 1. Aumento da coesão grupal: o conflito estimula sentimentos de identidade dentro do grupo, aumentando a coesão grupal. 2. Inovação: o conflito desperta sentimentos e energia dos membros do grupo. Essa energia estimula o interesse em descobrir meios eficazes de realizar as tarefas, assim como soluções criativas e inovadoras. Quase sempre o conflito traz a mudança e a inovação para sua resolução. 3. Mudança: o conflito é um modo de chamar a atenção para os problemas existentes e serve para evitar problemas mais sérios, atuando como mecanismo de correção. 4. Mudanças nas relações entre grupos conflitantes: o conflito pode levar os grupos conflitantes a encontrar soluções para suas divergências e a buscar cooperação e colaboração. 1. Frustração: indivíduos e grupos, quando veem seus esforços bloqueados, desenvolvem sentimentos de frustração, hostilidade e tensão. Isso prejudica o desempenho de tarefas, assim como o bem-estar das pessoas. 2. Perda de energia: grande parte da energia criada pelo conflito é dirigida e gasta nele mesmo, prejudicando a energia que poderia ser utilizada no trabalho produtivo, pois vencer o conflito passa a ser mais importante que o próprio trabalho. 3. Decréscimo na comunicação: a comunicação entre as partes envolvidas no conflito sofre barreiras, o que contribui seriamente para a ineficiência das atividades organizacionais como um todo. 4. Confronto: a cooperação passa a ser substituída por comportamentos que prejudicam a organização e que influenciam negativamente a natureza dos relacionamentos existentes entre pessoas e grupos. Existem também algumas abordagens para administrar os conflitos, dentre eles: abordagem estrutural, abordagem por processos e a abordagem mista. Na primeira abordagem buscam-se objetivos comuns; usa-se sistema de recompensa grupal, reagrupamento de pessoas, rotação nos vários cargos e/separação. Na segunda abordagem há estabelecimento de regras e regulamentos, grupos ou equipes de trabalho e na abordagem mista pode-se usar confrontação direta, colaboração ou desativação de grupos de conflito. A questão fundamental é como a organização pode administrar o conflito de maneira a aumentar seus efeitos positivos – e construtivos – e a minimizar os efeitos negativos – e destrutivos. Essa tarefa em geral cabe ao gerente. Apesar de muitas vezes ser um ator envolvido até a medula em certos conflitos, o gerente deve Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 sempre buscar uma solução construtiva. Para isso, deve saber escolher adequadamente as estratégias de resolução para cada caso (CLOKE; GOLDSMITH, 2000 apud CHIAVENATO, 2004). Temos ainda a negociação que significa um processo pelo qual duas ou mais partes trocam valores entre si e tentam concordar sobre a taxa de troca entre elas. Isso significa que a negociação está focada no acordo ou na barganha entre as partes envolvidas. As partes podem ser comprador e vendedor, organizações entre si, organização e pessoas, gerentes e subordinados, pessoas e pessoas. Vendedores negociam com clientes, organizações negociam com fornecedores, gerentes negociam com subordinados, e assim por diante. Na verdade, a negociação permeia as interações das pessoas em grupos e organizações. Quase sempre, as pessoas estão interagindo entre si e intercambiando recursos. Esses recursos podem ser conhecimento, experiência, talento, competência, valores, etc. Uma parte dá uma coisa em troca de outra. Isso é tão velho como a própria história do comércio. Todas as pessoas vivem em um contexto de interações e negociações. O mesmo vale para as organizações. Todo mundo negocia. Sob várias formas, a negociação é um mecanismo comum para resolver diferenças quanto a interesses e objetivos, assim como para alocar recursos escassos e limitados. Negociação é o processo pelo qual duas ou mais partes intercambiam valores. As abordagens de negociação podem ser tradicionais – negociação distributiva por meio da barganha distributiva e da barganha posicional – ou modernas – negociação integradora, baseada nas habilidades de negociação. O processo de negociação envolve: preparação e planejamento, definição de regras básicas, esclarecimentos e justificativas, barganha e solução de problemas e fechamento e implementação (DAFT, 2002; CHIAVENATO, 2004). Estresse, conflito e negociação fazem parte ou são resultados naturais da atividade organizacional, nada estranho que apareçam, não é nenhuma doença incurável, o que vale é que ao final de processos, todos os três sejam contornáveis, sanáveis, resolvidos e que lições positivas sejam tiradas para o futuro. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 3.4 Estratégias organizacionais Voltamos às estratégias! Agora com foco no ambiente organizacional, portanto, estratégia pode ser definida como a determinação de objetivos de longo prazo de uma empresa,e adoção de cursos de ação e a alocação dos recursos necessários para alcançar esses objetivos (CHANDLER, 1962 apud CHIAVENATO, 2004). Estratégia, no seu aspecto mais simples, é a postura que as organizações adotam para administrar o relacionamento entre elas e seus ambientes (ANSOFF, 1969 apud CHIAVENATO, 2004). Estratégia é o processo pelo qual a organização tenta ajustar de maneira eficaz o uso que faz de seus recursos e demandas, restrições e oportunidades impostas pelo ambiente (HOFER; SCHENDEL, 1978 apud CHIAVENATO, 2004). O conceito atual de estratégia organizacional é amplo e abrangente e apresenta quatro aspectos fundamentais: 1. A estratégia se relaciona com o comportamento global da organização: Ela envolve a organização como um todo integrado. Assim, a estratégia é holística, sistêmica, molar. Nesse aspecto, ela planeja, dimensiona e aloca os recursos organizacionais nas atividades que são básicas para o sucesso da organização. Daí a necessidade de um mapeamento interno para avaliar os pontos fortes (forças e potencialidades) e fracos (fraquezas e vulnerabilidades) da organização. Recentemente, a ênfase vem sendo dada às competências essenciais da organização (core competences). 2. A estratégia se relaciona com o comportamento organizacional no ambiente em que a organização opera: Ela diz respeito ao modo como a organização deve se relacionar com um ambiente externo que se caracteriza pela mudança, incerteza, concorrência e competitividade. Nesse aspecto, a estratégia leva em conta tanto o ambiente geral – fatores econômicos, políticos, sociais, tecnológicos, demográficos etc. –, como o seu específico ambiente de tarefa – como os clientes, fornecedores, concorrentes e Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 agências reguladoras. Daí a necessidade de um mapeamento ambiental para avaliar as oportunidades e ameaças ambientais. 3. A estratégia se relaciona com o futuro da organização: Em geral, a estratégia está orientada para o longo prazo e geralmente define objetivos globais situados no futuro mais distante. Daí a necessidade de estabelecer uma hierarquia de objetivos que defina prioridades. 4. A estratégia requer a atuação ativa e proativa da cúpula da organização para integrar todas as manobras e movimentos organizacionais de maneira eficiente e eficaz: Em geral, a estratégia é definida pelos dirigentes da organização com o apoio e suporte de todos os parceiros. Quanto mais participativa a cultura organizacional, tanto maior a colaboração e cooperação dos parceiros para que a estratégia seja implementada e alcance resultados. Por outro lado, em geral, o plano estratégico é decomposto em planos táticos, e cada um desses em planos operacionais (CHIAVENATO, 2004). O quadro a seguir relaciona as estratégias organizacionais e suas repercussões nos três níveis administrativos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 Observe com atenção! Estratégia Nível institucional Nível intermediário Nível operacional Defensiva Garantir e conservar o domínio atual de produtos/mercados. Busca de estabilidade de domínio. Planejamento e controle das operações para assegurar ou aumentar a eficiência. Ênfase na conservação. Produção de bens ou serviços de maneira eficiente. Ênfase na tecnologia utilizada. Ofensiva Explorar e localizar novas oportunidades de produtos e mercados. Busca de novos domínios ainda que transitórios. Facilitar e coordenar as frequentes mudanças nas atividades e operações da organização. Ênfase na mudança organizacional. Manter flexibilidade na tecnologia para acompanhar as mudanças nos domínios e modificar continuamente as operações. Ênfase na flexibilidade tecnológica. Analítica Garantir um domínio atual e ao mesmo tempo buscar localizar e explorar oportunidades com áreas dinâmicas e instáveis. Busca de estabilidade de um domínio e, simultaneamente, busca de novos domínios. Diferenciar a estrutura e os processos organizacionais para acomodar e equilibrar áreas de operação estável com áreas dinâmicas e instáveis. Ênfase tanto na conservação como na mudança organizacional. Adotar tecnologia dual para servir a um domínio híbrido: estável e mutável. Complexidade tecnológica. Reativa Resposta organizacional despreparada, improvisada e pouco eficaz, utilizando estratégias inadequadas e envelhecidas. Falta de relacionamento coerente entre estratégia e estrutura e processos organizacionais, provocando dificuldades de integração e de coordenação organizacional. Pouca ênfase nas operações. Fonte: Chiavenato (2000, p. 159). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 UNIDADE 4 – AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E A MOTIVAÇÃO A psicologia aborda o comportamento humano de várias maneiras e em se tratando do comportamento organizacional, este se baseia em algumas dessas maneiras, pois é orientado para o desempenho e vê a maioria dos comportamentos no trabalho como resultado de um processo consciente de pensamento interno ao indivíduo. Na verdade, o comportamento individual nas organizações depende não só das características individuais das pessoas, mas também das características da organização. 4.1 As diferenças individuais Estudos de Nadler, Hackman e Lawler III (1983), apontam que os princípios básicos do comportamento individual são decorrência das características individuais e organizacionais, a saber: 1. As pessoas diferem em capacidade comportamental: As pessoas podem levantar um certo peso, pensar com determinada rapidez, correr a uma certa velocidade. As pessoas diferem em suas capacidades. A capacidade é um fator limitador no comportamento individual. Durante muito tempo, os psicólogos dividiam o comportamento em inato – portanto, não-sujeito a melhoria via treinamento – e aprendido ou alterável. Contudo, essa abordagem está ultrapassada, pois mesmo medidas como o quociente de inteligência (QI), que se julgava inato e imutável, podem ser influenciadas pelo treinamento e experiência. O mesmo se dá com destrezas manuais para o desempenho do trabalho. Para melhor compreensão, a capacidade humana pode ser descrita por meio de um continuum. Em uma extremidade do continuum, existem comportamentos difíceis de influenciar via treinamento e experiência (como o tempo de reação, por exemplo) e, em outra, os comportamentos relativamente abertos a mudanças e não restritos a fatores genéticos ou psicológicos (como rapidez de leitura, por exemplo). Existem testes psicológicos que oferecem medidas válidas de capacidade comportamental e Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 que podem prever o desempenho no trabalho. Alguns testes medem capacidades comportamentais que são relativamente fixas, como os testes de aptidão, enquanto outros medem capacidades suscetíveis à mudança via treinamento ou experiência, como os testes de habilidades. 2. As pessoas têm necessidades diferentes e tentam satisfazê-las: O comportamento humano é motivado por uma variedade de necessidades, como veremos adiante,
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