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1 FACULDADE EDUCAMAIS ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO MARCOS VINCIUS ALCANTARA DE MELO GERENCIAMENTO DE RISCOS SOB ASPECTO DO PENSAMENTO ENXUTO CONSELHEIRO LAFAIETE – MG 2020 2 MARCOS VINCIUS ALCANTARA DE MELO GERENCIAMENTO DE RISCOS SOB ASPECTO DO PENSAMENTO ENXUTO Monografia apresentada ao curso de Engenharia de Segurança do Trabalho EAD da Faculdade Educamais São Paulo - SP, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Segurança do Trabalho. Orientadora. CONSELHEIRO LAFAIETE – MG 2020 3 RESUMO O Lean é uma filosofia de produção industrial que se originou no japão. Seu principal objetivo é agregar mais valor ao produto a partir da redução dos desperdícios e aumentando a qualidade dos processos. Este trabalho se propôs a analisar a teoria e pratica de gerenciamento de riscos e propor o uso de ferramentas Lean para obter resultados com menos desperdício de esforço, tempo e burocracias. Foram usados os dados das empresas UFMG consultoria Jr. E Vale, para analise de gerenciamento de riscos com base em suas visões e ações. Palavras-chave: Gerenciamento de risco; Lean; Pensamento enxuto. ABSTRACT Lean is an industrial production philosophy that originated in Japan. Its main objective is to add more value to the product by reducing waste and increasing the quality of processes. This paper analyzes the theory and practice of risk management and the proportion of Lean tools to obtain results with less desperation of effort, time and bureaucracy. UFMG consultancy Jr. e Vale, for risk management analysis based on its views and actions. Key words: Risk management; Slim; Lean thinking. 4 1 INTRODUÇÃO Com a intenção de permanecerem no mercado, as empresas, precisam buscar novas técnicas e conhecimentos que as tornem mais competitivas. Pode-se dizer que uma empresa competitiva é aquela que oferece produtos e/ou serviços aos seus clientes com alto índice de qualidade e bons preços. Para isso, as empresas necessitam aperfeiçoar seus processos e procedimentos de modo a obterem ganhos de eficiência, produtividade e redução de despesas (BRIEF, 2014). Neste contexto, se enquadra a filosofia Lean Manufacturing, também conhecida como Produção Enxuta, que busca combinar novas técnicas gerenciais de modo a tornar a empresa referência de padrão (BARTZ et al, 2013). O termo “pensamento enxuto” (lean thinking) se formou no âmbito da manufatura (produção) na década de 90 (Womack e Jones, 2004). Com a integração principalmente das áreas de projeto, manufatura e pós-venda, a abordagem do pensamento enxuto pode ser antecipada e aplicada nas atividades de projeto. Macho e Toledo (2008) destacam que essa abordagem no projeto é recente, na qual há ainda pouca literatura e estudos de caso. Dentro do conceito de valor vindo dos métodos enxutos, o valor será dado pelo indivíduo que usufrui do resultado, o cliente, sendo instantâneo a cada apreciação. Tudo o que não aumenta o valor de um produto ou serviço é desperdício (Womak e Jones, 2004) e deve ser eliminado do processo, ou seja, burocracias, estoques, atrasos, erros e acidentes devem deixar de ocupar espaço no trabalho. A qualidade de um produto ou serviço específico pode ser definida como valor (MELO 2015). O valor do trabalho não é apenas o custo monetário atribuído a ele ou mesmo ao status social que ele dá ao trabalhador, em determinada sociedade. Neste contexto, este trabalho se propôs a analisar a teoria e prática de gerenciamento de riscos e propor o uso das ferramentas Lean para obter resultados com menos desperdício de esforço, tempo e burocracias. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Apresentar uma visão inovadora sobre as técnicas atuais de gerenciamento dos riscos com uma visão voltada ao pensamento enxuto, Lean Thinking. 5 2.2 Objetivos Específicos • Revisar os métodos de gerenciamento de risco. • Revisar a literatura sobre os métodos e técnicas Lean; • Desenvolver, a partir das revisões, solução técnica teórica para obtenção dos resultados oriundos do gerenciamento de risco com a aplicação de ferramentas Lean. • Apresentar análise crítica para a solução proposta. 3 JUSTIFICATIVA A complexidade do gerenciamento de riscos, no contexto do trabalho, se dá pela aparente contradição entre a exposição do trabalhador com os impactos econômicos e sustentáveis para extinguir os perigos associados às tarefas. Este trabalho busca uma abordagem que reduza esse conflito a partir de uma visão que privilegie o fluxo de valor nas decisões e técnicas da gestão dos riscos. 4 DESENVOLVIMENTO Legislação e normas aplicadas para o gerenciamento de risco Em 1978 foi aprovada a portaria Nº 3.214 que definiu as normas regulamentadoras em atendimentos ao artigo 200 da CLT. As Normas Regulamentadoras são os instrumentos que listam os riscos observados pelo legislador e trazem definições, restrições, proibições, obrigações e ações que os envolvidos devem seguir para que os riscos ligados ao trabalho sejam mitigados. A partir dos conceitos e evolução das técnicas de segurança, normas e leis foram criadas e revisadas. Nos anos 40 a Associação Brasileira de Normas Técnicas foi fundada. Desde sua criação a associação reivindicava a como entidade normatizadora. Nos anos 80 a Secretaria de Tecnologia Industrial, com a resolução nº 9/1980 (ABNT, 2011, p. 75) nomeou a entidade de normalização. O Foro Nacional de Normalização é uma entidade privada e sem fins lucrativos, mas com autoridade designada por dispositivos legais e reconhecimento técnico internacional. Entre outras atividades e participações internacionais, a ABNT é membro fundador da Organização Internacional de Normalização – ISO. Em 2009 a ABNT publicou a NBR ISSO 31000 6 Gestão de riscos — Princípios e diretrizes que é um dos principais documentos nacionais que fornece diretrizes genéricas para gestão de risco. A ISO 31000 (ABNT, 2009) apresenta de uma série de princípios, segundo a associação, quando implantada permite aumentar a probabilidade de atingir os objetivos, minimizar perdas, melhorar o desempenho em saúde, segurança, meio ambiente, prevenção de perdas e gestão de incidentes. A ISO 31000 (ABNT, 2009, p. 7-8) apresenta os princípios listados abaixo: a) Criar valor; b) Parte integrante dos processos organizacionais; c) Parte da tomada de decisão; d) Aborda explicitamente a incerteza; e) Sistemática, estruturada e oportuna; f) Baseada nas melhores informações possíveis; g) Feita sob medida; h) Considera fatores humanos e culturais; i) Transparente e inclusiva; j) Dinâmica, interativa e capaz de reagir a mudanças; k) Facilita a melhoria contínua nas organizações. 4.1 Risco, Perigo e Dano a Saúde. Para a ISO 31000 (ABNT, 2009), as “organizações de todos os tipos e tamanhos enfrentam influências e fatores internos e externos que tornam incerto se e quando elas atingirão seus objetivos. O efeito que essa incerteza tem sobre os objetivos da organização é chamado de risco”. O conceito de risco nos direciona para as probabilidades de ocorrência de eventos futuros, sendo que sua essência não é primordialmente aquilo que está acontecendo, mas sim, aquilo que pode vir a acontecer no âmbito organizacional. Trata-se de um conceito de percepção muito pessoal, uma vez que, a experiência e os perfis de comportamento, vão influenciar a tomada de decisão. Para esse trabalho usaremos os conceitos da OHSMS 18007:2007 nas definições de risco, perigo e danos à saúde, exceto quando dito contrário. • Risco: “combinação da probabilidade da ocorrência de um acontecimento perigoso ou exposição (ões) da severidade das lesões, ferimentos ou 7 danos para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou pela(s) exposição(ões)”(OHSAS 18001, 2007, p.4). • Perigo: “fonte, situação ou ato com um potencial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou danos para a saúde, ou uma combinação destes” (OHSAS 18001, 2007, p.2). • Dano à saúde: “condição física ou mental identificável e adversa resultante de ou consequência da realização do trabalho e/ou situação relacionada com o trabalho” (OHSAS 18001, 2007, p.3). O professor Abdala (2014, p. 7-27) propõe usar o risco como base para se gerenciar, extrair indicadores e dados. Para tanto o professor enumera a mensuração quanto a frequência e gravidade das lesões; a avaliação do risco quanto ao perigo a ele atribuído; e os fatores que determinarão o risco. Essas informações são a base para que seja construída a gestão dos riscos. Em um conceito mais amplo, Broder (1984 apud ZAMITH, 2007, p. 55) afirma que “risco é a probabilidade de ocorrer uma perda no presente ou no futuro” e conclui que o resultado daquela ocorrência seria uma perda ou decréscimo num bem. Esse conceito permite um melhor entendimento sobre o Valor que damos ao gerenciamento de risco principalmente se considerarmos que a maior perda do maior bem é a vida humana. 4.1.1 Gerenciamento, prevenção e controle de riscos. Risco significa incerteza sobre a ocorrência ou não de uma perda, ou prejuízo, a forma de controlar os riscos é definido como gerenciamento. O gerenciamento de riscos visa reduzir ao mínimo possível os impactos dos riscos na organização. O maior problema está na complexidade das correlações e desdobramentos que a decisão pode incorrer. Bernstein (1997, p. 73) analisa que grandes decisões seriam inviáveis sem informações que permitam inferir ou extrapolar os resultados advindos delas. Zamith (2007, p. 20-21) observa que o profissional responsável pela segurança, normalmente, tem como rotina a proposição de medidas que interfiram nas possíveis ameaças e vulnerabilidade. Mantendo assim um foco no ambiente. A incorporação de um perfil de um gestor de risco e prevenção daria a esse 8 profissional uma visão holística de todos os impactos entendendo a abrangência e interdisciplinaridade que envolve a seguridade. 4.1.2 Implantação e operacionalização do gerenciamento de riscos: Benchmarking Conforme descrito anteriormente, os riscos têm diversas naturezas isso faz da gestão de risco uma disciplina extremamente complexa. É natural segmentar os riscos dentro de uma política de gestão de riscos que permita o controle e orientação geral sobre como proceder, especialmente para riscos não mapeados. Para a obtenção de dados seguros e atuais foram selecionadas duas empresas para análise de gerenciamento de riscos com base em suas visões e ações: • UFMG Consultoria Jr: empresa moderna, enxuta, com mentalidade e funcionários jovens que permitem que mesmo com 27 anos no mercado continue a sempre ter a inovação como diferencial. • Vale: empresa de multinacional com milhares de engenheiros e profissionais especializados em segurança e que supera desafios globais. Os processos dessas empresas nos dão uma boa perspectiva das empresas de menor porte até as de grande porte. 4.1.2.1 UFMG Consultoria Jr. Ferreira (2018), ex-presidente da UCJ, enumera as etapas que constitui o gerenciamento de risco corporativo e incluir algumas ferramentas que podem ser utilizadas ou adaptadas, especialmente quando se tratar de riscos de outra disciplina. As etapas listadas por Ferreira (2018) são: Etapa 1 Planejamento: Definição das ferramentas de análise, responsabilidades e como será executada a gestão dos riscos. Etapa 2 Identificação do risco. Ferramentas disponíveis: entrevistas, brainstorming, técnica Delphi, análise de causa-raiz e análise SWOT. Etapa 3 Análise qualitativa: Classificação dos riscos, realizado em grupo. Ferramentas: Probabilidade de ocorrência em escala categórica ordinal classificando como, por exemplo, muito alto (-90%), alto (- 70%), médio (-50%), baixo (-30%), muito baixo (-10%). 9 Etapa 4 Análise quantitativa: Classificação dos riscos com base nos dados históricos. Nesta análise é considerado a chance de ocorrência do risco e o impacto. Ferramentas: indicador de criticidade pela multiplicação da probabilidade e impacto em valores absolutos; árvore de decisões ou simulador de Monte Carlo para simulação das decisões com base nas probabilidades. Etapa 5 Planejamento das respostas: construção das estratégias de resposta aos riscos. Ferramentas: Planos de ações, 5W2H, controle das execuções dos planos e monitoramento. Etapa 6 Monitoramento. Dado a priorização e definições obtidas nas etapas 3, 4 e 5 é necessária a implantação de dispositivos que permitam o monitoramento com gatilhos de ações de contenção e mitigação. Ferramentas: indicadores de desempenho, confecção de políticas de responsabilidade, mecanismos de controle, auditorias e documental. 4.1.2.2 Vale Ao analisar a 3ª revisão da política de gestão de risco da Vale (2019) é possível identificar as etapas apresentadas no item 4.2.2.1. Mas é visível que a visão é mais sistêmica com bases em documentos e conceitos como ISO 31000, ISO 55000 e do COSO-ERM e um instrumento específico para segurança operacional, o Risk Based Process Safety. O documento Político de gestão de risco da Vale pode ser entendido como o resultado da etapa 1. Contudo, os conceitos e as referências mostram que se trata de uma empresa madura. Para a etapa 3 e 4, há o documento NFN-0001 Norma de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (2018, p. 17-19) em que são definidas em tabelas as severidades, frequência e probabilidade (qualitativa) e matriz de riscos. A etapa 5 é direcionada pelos procedimentos da empresa. Por fim, a etapa 6 é observada no documento NFN-0001 (VALE, 2018, p. 6) no modelo de gestão dos processos. Figura 1. 10 Figura 1 - Gestão dos Processos (VALE, 2018) Conforme informado pela Vale (2019, p.1) definiu-se utilizar os conceitos de linha de defesa. A 1ª linha de defesa sob-responsabilidade do dono do processo e executores (VALE, 2018, p.2). A 2ª linha de defesa equipe responsável pelo monitoramento e constituída por profissionais especialistas (VALE, 2018, p.2). Essa divisão é seguida na formulação de documentos, deliberações de toda ordem. Em casos extremos pode ser aplicada a estrutura de gestão de crise que, na prática reduz as distâncias entre a linha de frente e a direção. Figura 2. Figura 2 - Gerenciamento de Crises e Continuidade de Negócios – Estrutura de Resposta (VALE, 2018, p.30) O grande desafio da Vale é a comunicação e a necessidade de se ter células próximas do risco (1ª linha de defesa) com independência para tomar ações, mas 11 integradas. A comunicação é alvo de muito esforço com a busca pela melhoria contínua, que está dentro de todas as normas. A criação dos Requisitos de Atividades Críticas – RAC a Vale (2016) estabeleceu um padrão para todo Sistema vale que tem como objetivo eliminar o risco de mortes. Sendo uma lista de requisitos e procedimento obrigatório a serem adotados a empresa superou as exigências legais e elevou o nível de segurança para as empresas terceiras e concorrentes. A estrutura executiva da Vale é dividida em Minerais Ferrosos e Carvão, Metais Básicos, Finanças e Relações com Investidores, Suporte aos Negócios, Sustentabilidade e Relações Institucionais, Consultoria Geral, Diretor de Pessoas e Diretor de Estratégia e Tecnologia (VALE, 2017). Assim a estrutura é setorizada em sistemas em que cada diretor realiza sua etapa no processo para obtenção do resultado. 4.2 Pensamento Enxuto (Lean thinking) 4.2.1 Definição A Mentalidade Enxuta se apoia em alguns conceitos que são a introdução ao Pensamento Enxuto contra o desperdício (WOMACK e JONES, 2004, p. 4-16) como: Valor – Qualidade de um produto específico que atende a uma demanda de um Cliente. Quem gera o Valoré o produtor, mas quem especifica o Valor de um produto é o Cliente. Por demanda entende-se a necessidade de um Cliente dentro de um tempo e preço. Portanto é comum quantificar o Valor em unidades monetárias, tempo de produção, período histórico de aquisição, esforço em ações sociais e ambientais e até mesmo a experiência individual. Fluxo de Valor – Processos inerentes ao produto que visam gerar Valor para o Cliente. É importante o entendimento de que esses processos se iniciam no conceito do produto, seguem o desenvolvimento e inclui o pós-venda. Etapas que não geram Valor como estoques, transporte (de pessoas, mercadorias e peças), burocracias (legais, institucionais ou 12 gerenciais) e retrabalhos são desperdícios que podem pertencer a um Fluxo de Valor e devem ser excluídas; Puxar – Ação de entregar Valor contido em um produto, por meio de um Fluxo de Valor, após a solicitação de um Cliente. É necessário que a informação de necessidade de demanda flua junto do Fluxo de Valor de modo a garantir a marcha de produção dentro do Takt necessário (nem maior, nem menor). Um Fluxo de Valor de produtos úteis está fadado ao desperdício se não puder ser puxado pelo Cliente. Takt – Expressão que significa tempo preciso. No contexto de produção, expressa o tempo que sincroniza a velocidade de produção às vendas (demanda do Cliente). Define o ritmo de produção se tornando o instrumento puxador do sistema, uma vez que estabelece os tempos limites. Perfeição – Eliminação total de desperdícios. Dentro do pensamento enxuto significa o aperfeiçoamento contínuo com técnicas de Kaizen. Após finitas etapas de Kaizen o processo será enxuto ao máximo, alcançando a perfeição. O conceito de desperdício se faz necessário, pois é justamente isso que o pensamento enxuto visa eliminar. A administração japonesa organiza os desperdícios em sete, conforme Santos (2013) listou: defeitos (qualidade interna ou falhas externas); espera de Pessoas; movimento de pessoas; sobreprocessamento; espera de Materiais; movimento de materiais; e excesso de produção. 4.2.2 Metodologia Para a aplicação da mentalidade enxuta é preciso identificar o Valor do produto ou serviço. Logo após observam-se as etapas, serviços e tudo o que garante que o Valor será gerado, tendo assim a visão do Fluxo de Valor. O Puxar possui uma importância, pois ele garante que a demanda do serviço não será maior que a necessidade. É esse dispositivo que limitaria o esforço a ser aplicado pela empresa para fabricar ou cumprir os contratos. No entanto para os 13 Valores possíveis para o gerenciamento de risco o Puxar fica dependente de fatores subjetivos ou enviesados. Podendo ser enquadrado como um serviço útil e essencial, conforme descrito na definição, fadado ao desperdício. A Perfeição que se deseja é resultado da equalização das demandas legais, demandas internas das empresas ou processos, risco associado ao trabalho com o custo e esforço para que isso ocorra. 5 GERENCIAMENTO DE RISCO COM PENSAMENTO ENXUTO 5.1 Proposição do método Para obter o gerenciamento de risco com pensamento enxuto será executado o processo: • Identificação do Cliente do gerenciamento de risco. • Definição do Valor para o processo de gerenciamento de risco. • Identificação do fluxo de valor baseado nos casos da UCJ e da Vale. • Análise da possibilidade e formas de se Puxar o Fluxo de Valor. • Inferir sobre como e se é possível atingir a Perfeição com uso do método. 5.1.1 Apresentação do método GRPE 5.1.1.1 Identificando o cliente Considerando a definição de risco da NBR ISO 31000, sendo risco a incerteza na obtenção de um objetivo, o gerenciamento de risco é o serviço que busca reduzir essa incerteza. Os objetivos são tão diversos quanto os riscos. Porem, apesar dos riscos serem incontáveis, para a norma, o cliente é apenas uma Organização. Um acionista ou funcionário esta contida na Organização, mas também não seria cliente direto apesar de ter preocupações atendidas com os serviços da gestão de risco. É importante observar que o consumidor final da Organização não é cliente direto para a norma. Em uma entidade governamental a gestão de riscos teria como cliente o Cidadão. Os clientes apontados acima são compostos de indivíduos que podem ter em si demandas e olhares distintos do Valor que a gestão de risco lhes entrega. Quanto mais próximo do cliente melhor será a definição do Valor e, por tanto, mais eficiente serão as etapas de fluxo de Valor e Puxar. Womak (2009, p. 26) sugere que as empresas enxutas repensem o Valor no que seria um kaikaku (melhoria radical, também chamado kaizen revolucionário). 14 5.1.1.2 Definindo Valor A NBR ISO 31000 apresenta como um princípio a “criação de valor”. Contudo, o valor citado refere-se à contribuição para o alcance dos objetivos relativos “à segurança e saúde das pessoas, à segurança [patrimonial], à conformidade legal e regulatória, à aceitação pública, à proteção do meio ambiente, à qualidade do produto, ao gerenciamento de projetos, à eficiência nas operações, à governança e à reputação” (ABNT, 2009, p. 7). Womack (2004, p. 369) apresenta Valor como “capacidade oferecida a um cliente no momento certo a um preço adequado, conforme definido pelo Cliente”. Por exemplo, para uma lata de refrigerante a “capacidade” de frescor e sabor que o produto entrega seria o Valor. Isso significa que o Valor do pensamento enxuto está ligado à percepção e desejo do cliente e não das capacidades que o produto pode fornecer. Para o gerenciamento de risco, considerando o cliente como a Organização, o Valor do GRPE será a existência de riscos toleráveis ao término de cada etapa da produção. Nesse trabalho a intenção é que o Valor seja o mais semelhante possível, mas em uma aplicação o risco deve ser explicitado e tolerância deve ser bem definida. O cliente da organização será impactado indiretamente pelo Valor gerado, mas não necessariamente será capaz de perceber apenas pelo consumo. Há formas de aumentar o Valor de um produto ou serviço com ações vindas do gerenciamento de risco. É possível atrelar características como sustentabilidade e segurança, por exemplo, à marca com campanhas de marketing e comunicação. 5.1.1.3 Desenhando o fluxo de valor O sistema de setores e filas é comum, conforme identificado em análises das empresas. Sobre o sistema de gerenciamento de riscos, neste trabalho será utilizada as etapas propostas pela UFMG Consultoria Jr., que são mais simples que o processo da Vale que utiliza boa parte da estrutura da ISO 31000. Sendo esse o processo a ser melhorado com a visão do pensamento enxuto. Seguindo as instruções de Womark (2004, p.27-40) para o entendimento e mapeamento de valor, é preciso conhecer as etapas que permitam a realização do serviço de gerenciamento do risco. Neste tópico será apresentado um mapa para o 15 Fluxo de Valor do processo, sendo esse Valor o definido no tópico 5.1.1.2 Definindo Valor. Ainda conforme as instruções de Womark a Tabela 1 divide as ações necessárias para que o serviço seja realizado. Tabela 1 - Análise do Fluxo de Valor 1) Ações que criam Valor exigido pelo Cliente 2) Ações que não criam Valor, mas são necessárias. 3) Ações que não criam Valor para o Cliente Etapa 1 Reunião de planejamento e decisões Reunião de alinhamento e treinamento dos líderes Reuniões de revisão do planejamento, de aprovações e debates sobre eficiência das ferramentas¹. Etapa 2 Reunião de identificação dos riscos junto dos representantes técnicos do Cliente (Organização) Revisão dos riscos segundo aspectos legais e de outros envolvidos (cliente final, sociedade, etc) Retrabalhos, mudanças nas equipes, divisão das decisões e definições em equipes separadas. Documentação e arquivamento dos documentos e ferramentaselaboradas Etapa 3 Reunião com representantes do Cliente e responsáveis técnicos por cada risco a ser avaliado. Se necessário divisão dos trabalhos em função do número e complexidades dos riscos Classificações que não estejam ligadas diretamente a entregar o Valor. Inclusão de novos riscos não observados na etapa 2 Documentação e arquivamento dos documentos e ferramentas elaboradas Revisões dos documentos Etapa 4 Levantamento e análise dos dados históricos Pesquisa em dados e estudos externos Inclusão de novos riscos não observados na etapa 2 Elaboração dos indicadores para cada risco Inclusão de novos riscos não observados na etapa 2 Controle de evolução (follow up) dos trabalhos Documentação e arquivamento dos documentos e 16 ferramentas elaboradas Etapa 5 Reunião com as equipes de trabalho para definição das ações de resposta aos riscos Controle das respostas e monitoramentos definidos nessa etapa Inclusão de novos riscos não observados nas etapas anteriores Documentação e arquivamento dos documentos e ferramentas elaboradas Mudanças nas equipes Etapa 6 Monitoramento dos riscos Documentação e arquivamento dos documentos e ferramentas elaboradas Definição de períodos para apresentação dos resultados Mudanças ou correções nos processos para adequação às tolerâncias Análise dos resultados considerando a satisfação e novas demandas do Cliente Reporte dos indicadores de monitoramentos Determinação das melhorias a serem realizadas e reinicialização do processo. ¹ As melhorias contínuas serão aplicadas nas etapas posteriores. ² Considerando como Valor a existência de um risco tolerável, um sobre dimensionamento, por exemplo, fugiria ao valor desejado. A teoria do pensamento enxuto determina que as ações da coluna 3 sejam eliminadas imediatamente. Assim o esforço para garantir que o valor flua no processo será sempre focado em melhorar ou eliminar as ações da coluna 2. Todas as etapas são importantes e contribuem para que o serviço seja fornecido, mas o que de fato gera Valor para o Cliente são os resultados e ações da etapa 6. É possível que as etapas estejam ocorrendo simultaneamente para cada risco individualmente. Apenas essa medida já eliminaria boa parte das ações observadas na coluna 3. 17 5.1.1.4 Fluindo e Puxando Para o GRPE, o gerente deve garantir que o Fluxo de Valor se mantenha de forma contínua. Não é possível que um Cliente desconheça um risco que esteja sendo controlado, ou seja, o Valor não deve ser empurrado. O Valor deve ser puxado pelo Cliente. O risco de realizar Valor a mais que o escopo original é a geração de um Valor sem demanda, desperdício. Para enxugar um processo a demanda é importante. A ferramenta Takt é essencial para garantir que os processos estão bem coordenados. Eventualmente será necessário algum instrumento que permita que os envolvidos tenham ciência das etapas cumpridas e dados, sem ter que recorrer a reuniões de alinhamento. O gestor deve ser capaz de coordenar a execução das etapas dando a urgência puxada pelo Cliente e garantir a qualidade com a visualização clara do fluxo de valor. 5.1.1.5 Aperfeiçoando A melhoria contínua é base para o GRPE. A etapa 6 é a ideal para que sejam questionados os resultados e a proposição de correções e melhorias. Womak (2004, p. 91) apresenta uma matriz de desdobramentos que possibilitam o foco na eliminação de desperdício na busca pela Perfeição. Adaptando ao processo, o gestor deve ser capaz de fixar metas que visem à redução de desperdícios. Os desperdícios a serem observados pela equipe, considerando os sete desperdícios definidos na administração japonesa listada por SANTOS (2013): a espera de pessoas, movimentos de pessoas, sobreprocessamento, espera de materiais, movimento de materiais e excessos de produção são os que devem ser mais combatidos. 5.1.2 Comparativo entre o método GRPE e os métodos tradicionais Ao analisar as estratégias das empresas UCJ e VALE para o gerenciamento do risco é possível observar que o cerne é o mesmo. Contudo, dado à diferença de tamanho e diversidade de setores expõe que empresas maiores e maduras tendem a ter planos mais robustos que cubram a análise do máximo de riscos possíveis. Isso tem um custo financeiro, mas também burocrático, isto é, perda de tempo que não gera valor ao cliente. 18 Eliminar essa burocracia pode resultar em falhas no cumprimento de requisitos legais, impossibilidade de gestão de grandes equipes ou até mesmo redução da eficiência na eliminação de determinado risco. Manter as lideranças cientes do fluxo de valor e permitir que as equipes auxiliem no desenvolvimento de ferramentas para eliminação desses desperdícios é o ideal. 6 CONCLUSÃO Ao elaborar o método que pudesse ser aplicado os conceitos do pensamento enxuto nos métodos de gerenciamento de riscos, observados nas empresas com olhar nas legislações, foi verificado que há divergências quanto a quem é o Cliente e qual é a contribuição para a geração de Valor da gerência de riscos. Superadas essas divergências, novas nascem no tocante ao nível de risco que deve ser tolerado, pois isso, coloca em posições antagônicas o lucro e a produtividade, o trabalhador e o acionista (financiador). A busca pela eliminação dos desperdícios, a Perfeição do Pensamento Enxuto, não resolve essas questões. O que se pode obter com a aplicação da utilização do Fluxo de Valor é garantir que o objetivo não será perdido. A gestão de riscos é uma tarefa complexa e dado à abrangência os poderes do gestor são limitados. Em multinacionais ou países a gestão de risco inclui ações que são subjetivas como inspirar pessoas para que cumpram procedimentos de segurança ou, conscientizar de riscos eminentes. Inspirar e conscientizar depende da vontade e prontidão do interlocutor. Por outro lado, medidas restritivas trazem debates éticos sobre liberdades, coletivismo e senso comum. Essas relações garantem a incerteza do sucesso. Contudo, as ações pautadas em dados, análises e decisões técnicas tendem a serem assertivas. Utilizar o pensamento enxuto como lente para uma gestão de riscos significa permitir que o cliente possuísse plena ciência de quais riscos estão sendo controlados e quais não estão. Sempre buscando reduzir as incertezas e aumentando o grau de conhecimento técnico, garantindo assim a entrega máxima de valor, controle dos riscos. 19 7 REFERENCIAS ABDALA, R., Gerência dos riscos, editora: Know how, São Paulo, SP, 2014.·. ABNT, NBR ISO 31000 Gestão de riscos — Princípios e diretrizes, ABNT, Rio de Janeiro, RJ, 2009. ABNT, História da normalização brasileira, ABNT, Rio de Janeiro, RJ, 2011. Disponível em: http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf. Acesso em: 14/04/2020. BERNSTEIN, P. L., Desafiando os Deuses: A fascinante história do risco, Editora Campos. 16ª Edição. Rio de Janeiro, RJ, 1997. BRAVERMAN, H., Trabalho e capital monopolista. A degradação do trabalho no Século XX, Editora Guanabara. Terceira Edição. 1974. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2018/08/Trabalho-e-Força-de-Trabalho.- Harry-Braverman.pdf. Acesso em 30/03/2020. BRODER, J. F., Risck analysis and the security. 2 ed San Francisco: Butterworth- Heinemann, 1984. FERREIRA, G. L., Gerenciamento de Riscos Corporativos: 6 Passos para Implementar na sua Empresa, UFMG Consultoria Jr, Belo Horizonte, 2018. Disponível em: https://ucj.com.br/blog/gerenciamento/gerenciamento-de-riscos- corporativos-6-passos/. Acesso em: 14/04/2020. IPEA, Setenta anos de CLT, Revista Desafios do Desenvolvimento, Brasília, DF 2013. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=29 68:catid=28&Itemid=23.Acesso em 07/04/2020 LEI Nº 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977. Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2018/08/Trabalho-e-Força-de-Trabalho.-Harry-Braverman.pdf https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2018/08/Trabalho-e-Força-de-Trabalho.-Harry-Braverman.pdf https://ucj.com.br/blog/gerenciamento/gerenciamento-de-riscos-corporativos-6-passos/ https://ucj.com.br/blog/gerenciamento/gerenciamento-de-riscos-corporativos-6-passos/ https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2968:catid=28&Itemid=23 https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2968:catid=28&Itemid=23 20 trabalho e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6514.htm#art1. Acesso em: 14/04/2020. LEI Nº 7.410, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1985. Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a Profissão de Técnico de Segurança do Trabalho, e dá outras Providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7410.htm. Acesso em: 14/04/2020. MELO, M. V. A, Conceito de controle automatizado da manutenção industrial (CAMI): interligação entre o sistema e rede de automação com planejamento e controle da manutenção em plantas industriais, Trabalho de conclusão de curso, CEFET/MG. Belo Horizonte, MG, 2015. MORIN, E. M., Os sentidos do trabalho. Revista de Administração de Empresas, vol. 41, número 3, p. 8-13, São Paulo, SP, 2001. Disponível em: http://w.scielo.br/pdf/rae/v41n3/v41n3a02.pdf. Acesso em 30/03/2020. MINAS GERAIS, Lei 14.130 de 19 de dezembro de 2001. Disponível em: http://bombeiros.mg.gov.br/images/documentos/lei-14130.pdf. Acesso em: 14/04/2020. 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