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Histologia do fígado O fígado, localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal, possui funções endócrinas e exócrinas. ➔ O hepatócito é responsável pela formação da secreção exócrina no fígado, a bile; bem como numerosos produtos endócrinos. O fígado é quase totalmente revestido pelo peritônio, um epitélio simples pavimentoso, logo abaixo do qual se encontra uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado, conhecida como cápsula de Glisson. - O fígado tem um suprimento duplo de sangue: artérias hepáticas esquerda e direita. - O sangue deixa o fígado pela face posterior do órgão, através das veias hepáticas, que levam seu conteúdo até a veia cava inferior. Todos os nutrientes (exceto os quilomícrons) absorvidos no canal alimentar, são transportados diretamente para o fígado pela veia porta. Os hepatócitos são organizados em lóbulos hexagonais, sendo demarcados por delgados elementos de tecido conjuntivo. Nas porções em que três lóbulos clássicos estão em contato um com o outro, a quantidade de elementos do tecido conjuntivo é maior. Essas regiões são conhecidas como espaços porta (tríades portais, canais portais, áreas portais). Esses espaços abrigam as seguintes estruturas: - Ramos delgados da artéria hepática - Membros relativamente grandes d veia porta - Ductos biliares interobulares Esta é uma ampliação média da área portal exibindo a veia porta (VP), artéria hepática (AH), vaso linfático (seta) e o ducto biliar (DB). O ducto biliar se distingue por seu epitélio simples cúbico. Observe os grandes hepatócitos (H) e sinusoides (Si) entre as placas dos hepatócitos (270 ×). O eixo longitudinal de cada lóbulo clássico é ocupado pela veia central, que é o ramo inicial da veia hepática. Os hepatócitos se distribuem, como os raios de uma roda, a partir da veia central, formando placas anastomosadas e fenestradas de células hepáticas, separadas uma das outras por grandes espaços vasculares conhecidos como sinusoides hepáticos À medida que o sangue entra nos sinusoides, o fluxo diminui consideravelmente e se infiltra lentamente na veia central. Como existe apenas uma veia central em cada lóbulo clássico, ela recebe sangue de cada sinusoide desse lóbulo. Quando a veia central deixa o lóbulo, ela termina na veia sublobular. Numerosas veias centrais conduzem o sangue para uma única veia sublobular. As veias sublobulares se unem para formar as veias coletoras. As veias coletoras se unem para formar as veias hepáticas direita e esquerda FLUXO LINFÁTICO NO FÍGADO A linfa no fígado flui para o espaço de Mall e entra nas delgadas tributárias do vaso linfático localizado na área portal. ➔ Esses vasos linfáticos se fundem para formar estruturas cada vez maiores, criando um pequeno número de grandes vasos que conduzem a linfa ao ducto torácico. TRÊS MODELOS CONCEITUAIS PARA OS LÓBULOS HEPÁTICOS Existem três modelos conceituais básicos para definir os lóbulos hepáticos: - Lóbulo hepático clássico: nesse tipo de observação, mostra que o sangue flui da periferia do lóbulo para o centro do lóbulo, para a veia central. - Lóbulo portal: todos os hepatócitos que lançam sua bile em um ducto biliar específico constituem um lóbulo. É uma região triangular cujo centro é o espaço porta e a periferia é delimitada por linhas retas imaginárias que conectam as três veias centrais circundantes, que formam os vértices do triângulo, onde a bile flui para a área central do espaço porta. - Ácino hepático: toam como base o fluxo sanguíneo da arteríola distribuidora e, consequentemente, a ordem em que os hepatócitos degeneram após agressões tóxicas ou hipóxicas. A camada mais externa, zona 3, estende-se até a veia central e é a mais pobre em oxigênio. - A zona 1 é a mais rica em oxigênio - Zona 2 tem características intermediárias. SINUSOIDES HEPÁTICOS E PLACAS DE HEPATÓCITOS Os espaços entre as placas de hepatócitos são ocupados pelos sinusoides hepáticos. - O sangue que flui nesses vasos largos é impedido de entrar em contato com os hepatócitos pela presença de um revestimento endotelial composto de células de endotélio sinusoidal. Macrófagos residentes, conhecidos como células de Kupffer, estão associados às células endoteliais dos sinusoides. ➔ Essas células podem ser migratórias, capturando e digerindo detritos celulares e outros elementos presentes no plasma ESPAÇO PERISSINUSOIDAL DE DISSE As células de revestimento sinusoidal são separadas dos hepatócitos pelo estrito espaço de Disse → o plasma que escapa dos sinusoides tem livre acesso a esse espaço. Os hepatócitos não entram em contato direto com a corrente sanguínea; em vez disso, o espaço de Disse atua como um compartimento intermediário entre eles Esse espaço contém fibras de colágeno tipo III (fibras reticulares) Nesse espaço também pode ser observado fibras nervosas amielínicas e células estreladas perissinusoides (células de Ito). ➔ As células estreladas armazenam vitamina A; produzem e liberam colágeno tipo III no espaço de Disse; secretam fatores de crescimento exigidos pelo fígado para a geração de novos hepatócitos; ao se diferenciarem em miofibroblastos, formam tecido conjuntivo fribroso para substituir os hepatócitos danificados. Os canalículos biliares se anastomosam, formando túneis labirínticos entre os hepatócitos. ➔ À medida que esses canalículos biliares atingem a periferia dos lóbulos clássicos, fundem-se com os canais de Hering, condutos delgados que são formados por hepatócitos em combinação com células cúbicas baixas conhecidas como colangiócitos. Esses ductos biliares se fundem para formar ductos cada vez maiores, que eventualmente se unem para gerar o ducto hepático direito e o ducto hepático esquerdo. A células epiteliais cúbicas dos canais de Hering e dos ductos biliares secretam um líquido rico em bicarbonato, semelhante ao produzido pelo sistema de ductos do pâncreas. A formação e a liberação desse tampão alcalino são controladas pelo hormônio secretina, produzido pelas células SNED do duodeno → Esse líquido atua, juntamente com o fluido do pâncreas, para neutralizar o quimo ácido. Os hepatócitos são organizados de tal maneira que cada célula não apenas entra em contato com outros hepatócitos, em seus domínios laterais, mas também têm lados voltados para o espaço de Disse, os seus domínios sinusoidais. DOMÍNIOS LATERAIS ➔ São responsáveis pela formação de canalículos biliares. Os domínios laterais dos hepatócitos entram em contato com os hepatócitos adjacentes e formam elaborados espaços intercelulares labirínticos. Conhecidos como canalículos biliares - Canalículos biliares: são canais que conduzem a bile entre os hepatócitos até a periferia dos lóbulos clássicos. As células do fígado que participam da formação dos canalículos biliares formam zônulas de oclusão para evitar o vazamento da bile para o espaço extracelular remanescente. DOMÍNIOS SINUSOIDAIS Possuem microvilosidades que se projetam para o espaço de Disse. → facilitando a troca de material entre o hepatócito e o plasma no espaço perissinusoidal. ORGANELAS E INCLUSÕES DOS HEPATÓCITOS Os hepatócitos fabricam bile primária, que é modificada pelas células epiteliais que revestem os ductos biliares e a vesícula biliar – tornando- se conhecida como bile secundária. ➔ Os hepatócitos sintetizam ativamente proteínas para uso próprio e para exportação. Por isso, eles têm uma abundância de organelas, como ribossomos livres, RER, e aparelho de Golgi. Há quantidades variáveis de inclusões na forma de gotículas de lipídiose glicogênio nessas células. As gotículas lipídicas são principalmente lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e são especialmente proeminentes após o consumo de uma refeição gordurosa. - A distribuição do glicogênio varia de acordo com a localização dos hepatócitos. Sua maior parte forma o corpo; a abertura, que é contínua com o ducto cístico, é chamada de colo. O colo apresenta uma expansão, conhecida como bolsa de Hartmann → região onde os cálculos biliares frequentemente se alojam. ESTRUTURA DA VESÍCULA BILIAR A mucosa da vesícula biliar vazia apresenta muitas pregas, com cristas altas e paralelas. À medida que a vesícula biliar é distendida pela bile, o número de pregas diminui, restando poucas dobras curtas, o que torna a mucosa relativamente lisa. O lúmen da vesícula biliar é revestido de um epitélio simples cilíndrico, composto de dois tipos celulares: - As células claras, que são as mais comuns - As células em escova, pouco frequentes. Em eletromicrografias, a superfície luminal exibe microvilosidades curtas, revestidas de uma fina camada de glicocálice. ➔ A lâmina própria é constituída por um tecido conjuntivo frouxo vascularizados e ricos em fibras elásticas e colágenas. DUCTOS EXTRA-HEPÁTICOS Os ductos hepáticos direito e esquerdo se unem para formar o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico da vesícula biliar. A fusão desses dois ductos forma o ducto biliar comum → se funde com o ducto pancreático para formar a ampola de Vater (ampola hepatopancreática) A ampola se abre na papila duodenal, no lúmen do duodeno.
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