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Parecer constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL
PROFESSOR: VINICIUS AYALA
ALUNA : Aparecida Angélica da Cruz
Quarto Período Noite
VA2: PARECER JURÍDICO (CPI)
JURISPRUDENCIAS DO STF:
1) CPI e Reserva Constitucional de Jurisdição-  POSICÃO CONTRARIA
As Comissões Parlamentares de Inquérito não podem determinar a busca e apreensão domiciliar, por se tratar de ato sujeito ao princípio constitucional da reserva de jurisdição, ou seja, ato cuja prática a CF atribui com exclusividade aos membros do Poder Judiciário (CF, art. 5º, XI: "a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;"). Com base nesse entendimento, o Tribunal deferiu mandado de segurança contra ato da CPI do Narcotráfico que ordenara a busca e apreensão de documentos e computadores na residência e no escritório de advocacia do impetrante - para efeito da garantia do art. 5º, XI, da CF, o conceito de casa abrange o local reservado ao exercício de atividade profissional -, para determinar a imediata devolução dos bens apreendidos, declarando ineficaz a eventual prova decorrente dessa apreensão. Ponderou-se, ainda, que o fato de ter havido autorização judicial para a perícia dos equipamentos apreendidos não afasta a ineficácia de tais provas, devido à ilegalidade da prévia apreensão. Precedente citado: MS 23.452-RJ (DJU de 12.5.2000, v. Transcrições dos Informativos 151 e 163). MS 23.642-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 29.11.2000. (MS-23642)
2 CPI e Fundamentação Válida – 1 – POSICÃO FAVORÁVEL
O Tribunal indeferiu mandado de segurança impetrado contra ato do Presidente da CPI do Narcotráfico que decretara busca e apreensão na casa de Advogado de um dos réus, solicitando a quebra do sigilo bancário, fiscal e de registros de dados telefônicos do impetrante. Tendo em vista a jurisprudência do STF no sentido de que a CPI deve fundamentar as suas decisões (CF, art. 93, IX), o Tribunal considerou válida a motivação per relationem do ato impugnado, feita com remissão aos documentos e depoimentos que já estavam nos autos, uma vez que se trata de órgão de investigação, não sujeito à formalidade do ato jurisdicional stricto sensu. Precedente citado: MS 23.452-RJ (DJU de 12.5.2000, v. Transcrições dos Informativos 151 e 163).  MS 23.553-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 29.11.2000. (MS-23553)
 
3 CASO
 
Em 14 de novembro de 2017, um advogado, Dr. Artur, teve seu escritório e sua residência revistados por agentes da Polícia Federal. Quando o advogado exigiu que mostrassem a autorização judicial para realizar a medida, os policiais informaram que estavam cumprindo um Mandado de Busca e Apreensão expedido pelo  presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).Durante a busca, foram apreendidos bens necessários ao exercício profissional de Artur,como, por exemplo, computadores – nos quais estavam armazenadas diversas informações sobre clientes e processos de Artur – e inúmeros documentos relativos a casos em que trabalhava na época.
Sentindo-se extremamente lesado tanto moral, como materialmente, o advogado impetrou mandado de segurança contra a medida “abusiva, autoritária e ilegal” do presidente da CPI, com o intuito de reaver os bens apreendidos.
Sendo você um renomado especialista em Direito Constitucional e sendo contratado para elaborar um parecer responda: a Comissão Parlamentar poderia ter ordenado a narrada busca e apreensão?
Isto posto, dado a divergência de jurisprudência e a celeuma criada, redija um “parecer” em que usando argumentos constitucionais atualizados (doutrina, jurisprudência, lei), seja respondida à pergunta feita. O parecer deve ter no máximo 30 linhas. Além disso, deve ser fundamentado.
 
 
PARECER
PROCESSO CIVIL – DIREITO CONSTITUICIONAL- GARANTIAS FUNDAMENTAIS, VIOLAÇÃO A DOMICÍLIO. 
I –DO OBJETO
Inicialmente, resta enfatizar que à Assessoria Jurídica desse conceituado escritório, compete à verificação ao atendimento dos requisitos legais e regulamentares, a conformação ao direito em questão. 
O escritório XXX analisa e faz e encaminha a consulta do parecer jurídico nº XXX, para apreciação da Corte Superior do Conselho Nacional (CNJ) de Justiça para a sua apreciação em matéria e legalidade. Caso oponha o mesmo no deferimento do pedido, consultaremos o Superior Tribunal de Justiça (STF) referente ao Mandado de Segura nº XXXXX, Impetrado pelo Escritório XXX, em favor do Advogado Dr. XXX_XXX, sendo casuístico o pedido de deferimento.
2- DA FUNDAMENTAÇÃO 
Trata-se de um parecer jurídico sobre a ilegalidade e abuso de poder, violação de domicilio profissional causado ao Impetrante do Mandado de Segurança, processo nº XXXXXXXX-XX, no que se refere ao conteúdo contido em sua casa, onde houve busca a apreensão dos seus objetos profissionais para investigação e para avaliação da polícia federal no Inquérito Parlamentar da CPI do Narcotráfico.
Conforme o Artigo 58 §3º, da CR/88 “ As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outro previstos nos regimentos internos das respectivas casas do Congresso, sendo criadas conjuntamente ou separadamente , mediante a um terço dos seus membros para apuração de fatos e prazos certos, sendo suas conclusões encaminhadas ao Ministério Público para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Dessa forma precisa de 1/3 dos membros da casa, a apuração do fato determinado
O objetivo das CPIs    é reunir dados e  informações para o exercício das funções constitucionais do Parlamento, que atribui a alguns de seus membros a tarefa de apurar acontecimentos e desvendar situações de interesse público .
Ressalta-se que as condutas privadas não devem ser investigadas por CPI, a não ser que tenham relação com um propósito legislativo válido ou tenham relação com a gestão da coisa pública.
3 -CONCLUSÃO :
Dar-se opinião, em vista da reserva constitucional de jurisdição a CPI, não pode determinar medidas que dependam de ordem judicial, como a interceptação       telefônica       ou a  violação     de domicílio. Nem tampouco violar as garantias constitucionais (os direitos individuais devem ser respeitados – ex.: respeito    ao sigilo profissional, assistência de advogado, direito à não –autodiscriminação. Além disso, as CPIs não podem formular acusações, punir delitos, adotar medidas acautelatórias (indisponibilidade de bens, por exemplo) ou ingerir sobre outro poder (ex.: convocar magistrado para depor sobre atos praticados no exercício da função jurisdicional). Nem decretar prisão a não ser em flagrante delito pu dar publicidade a informações sigilosas.
É o parecer.
Belo Horizonte, 01 de Junho de 2020
              ____________________
             			 OAB XXXX_XXX]

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