Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Universidade Estadual do Ceará
REITOR
Francisco de Assis Moura Araripe
VICE-REITOR
Antônio de Oliveira Gomes Neto
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO
Luis Carlos Mendes Dodt
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO
Vladimir Spinelli Chagas
PRÓ-REITOR DE POLÍTICAS ESTUDANTÍS – PRAE
João Carlos Holanda Cardoso
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
Josefa Lineuda da Costa Murta
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
José Jackson Coelho Sampaio
PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO
Celina Magalhães Ellery
UECEVEST
NÚCLEO DE AÇÃO COMUNITÁRIA
Zoraide Braga Nogueira Marques
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Abníza Pontes de Barros Leal
COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA
Magali Mirian Milfont Teófilo
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA POR ÁREA
Eddie William de Pinho Santana – Biologia
Eveline Solon Barreira Cavalcanti – Química
Francisco Agileu Lima Gadelha – História
Francisco José Pereira – Língua Portuguesa
José Stenio Rocha – Física
Maria Ivonisa Alencar Moreno – Matemática
Maria Liduina dos Santos Rodrigues – Espanhol e Inglês
Rejanny Mesquita Martins Rosa – Geografia 
SECRETÁRIAS
Daniela Cláudia Matos dos Santos
Fabiana Moraes Frota
APOIO DE SECRETARIA
Antônio Albert Vidal Almeida
Apostilas UECEVEST mod4.indb 1 03/04/2011 19:17:43
Língua Portuguesa
Francisco José Pereira (Coordenador)
Emanoel Pedro Martins Gomes
Esdras Pereira Antão
Eulidiane Morais da Silva
Francisco Roque Magalhães Neto
Jefrei Almeida Rocha
Marcos Alberto Xavier Barros
Nathalia Barreto de Queiroz
Nathalia Mugnaro
Língua Estrangeira
Maria Liduina dos Santos Rodrigues (Coordenadora)
Igor Augusto de Aquino Pereira
Ivana Roberta Siqueira Marreio
Janaina Rodrigues Freitas
Karoline Matos Monteiro
Márcio Freitas de Alcântara
Matemática
Maria Ivonisa Alencar Moreno (Coordenadora)
Artur Teixeira Pereira
Anderson Douglas Freitas Pedrosa
Francisco de Paula Rego Carvalho
Hudson de Souza Felix
Redomarck Barreira Cunha
Rafael Pereira Eufrazio
Wesley Liberato Freire
Waldeglace Rodrigues Pereira
Física
José Stenio Rocha (Coordenador)
Adriano Oliveira Alves
Dimitry Barbosa Pessoa
Francisco de Assis Leandro Filho
Paulo Vicente de Cassia L. Pimenta
Pedro Augusto Martins Sarnento
Rodrigo Alves Patricio
Rogério dos Santos Andrade 
Wendel Macedo Mendes
Geografia
Rejanny Mesquita Martins Rosa (Coordenadora)
Naiana Paula Lucas dos Santos
Robson Almeida Machado
Washington Bezerra de Oliveira
Química
Eveline Solon Barreira Cavalcanti (Coordenadora)
Alan Ibiapina de Andrade
Celso Pires de Araujo Junior
Everardo Paulo de Oliveira Junior
João Rufino Bezerra Neto
Levy Bruno Correia Bezerra
Regina Amanda Franca Almeida
Wallysson Gomes Pereira
História
Francisco Agileu Lima Gadelha (Coordenador)
Flavio da Conceição
Jose René de Franca Silva
Vicente Gregório O. M do Amaral
Wendell Guedes da Silva
Waldejares Silva de Oliveira
Biologia
Eddie William de Pinho Santana (Coordenador)
André Luiz B..S. Brasilino
Antonio Carlos Nogueira Sobrinho
Camylla Alves do Nascimento
Donisethi Teixeira Lélis Júnior
Karoline Soares Garcia
Maria da Conceição de Souza
Michael Robert Martins Rocha
PROFESSORES ORGANIZADORES
Copyright © 2011 Curso Pré-Vestibular UECEVEST
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial desta edição, por qualquer meio ou 
forma – seja mecânica ou eletrônica, fotocópia, scanner, gravação, etc –, nem apropriada ou estocada em 
sistema de banco de dados, sem a expressa autorização do Curso Pré-Vestibular UECEVEST.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
Pró-Reitoria de Políticas Estudantís – PRAE
Curso Pré-Vestibular UECEVEST
Fone: (85) 3101.9658
Av. Parajana, 1700 – Campus do Itaperi – 60.740-903
Fortaleza – Ceará
O presente material é uma ação conjunta da Secretaria de Educação do Estado do Ceará – SEDUC, com a 
Universidade Estadual do Ceará – UECE, através do Convênio de Cooperação Técnica Científica nº 07/2009.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 2 03/04/2011 19:17:43
SUMÁRIO
Gramática ....................................................................................................................................... 05
Literatura ........................................................................................................................................ 21
Redação ........................................................................................................................................... 43
Inglês ............................................................................................................................................... 53
Espanhol ......................................................................................................................................... 61
Geografia ......................................................................................................................................... 71
História Geral II ............................................................................................................................. 115
História do Brasil ............................................................................................................................ 147
História do Ceará ............................................................................................................................. 167
Matemática I .................................................................................................................................... 189
Matemática II .................................................................................................................................. 203
Física I ............................................................................................................................................. 215
Física II ............................................................................................................................................ 227
Química Geral ................................................................................................................................ 237
Química Orgânica .......................................................................................................................... 253
Físico-Química ............................................................................................................................... 265
Biologia I ......................................................................................................................................... 279
Biologia II ....................................................................................................................................... 295
Apostilas UECEVEST mod4.indb 3 03/04/2011 19:17:44
Apostilas UECEVEST mod4.indb 4 03/04/2011 19:17:44
G R A M Á T I C A
P R É - V E S T I B U l A R
Apostilas UECEVEST mod4.indb 5 03/04/2011 19:17:50
Caro(a) Aluno(a),
O módulo que você tem em mãos possui conteúdos relacionados às Matrizes de Referência para a área de 
Linguagem, Códigos e suas Tecnologias, do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Abaixo, há a indicação 
das competências da área e de suas habilidades que, neste módulo, são contempladas, e, em seguida, dos objetos 
de conhecimento associados às Matrizes.
Competência de área 1 - Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e 
em outros contextos relevantes para sua vida.
H1 - Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos siste-
mas de comunicação.
H4 - Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação 
e informação.
H3 - Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social 
desses sistemas.
Competência de área 6 - Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como 
meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e 
informação. 
H18 - Identificar os elementos que concorrem paraa progressão temática e para a organização e estruturação de 
textos de diferentes gêneros e tipos.
Competência de área 7 - Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas ma-
nifestações específicas. 
H21 - Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de 
criar e mudar comportamentos e hábitos. 
H22 - Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. 
H23 - Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos 
procedimentos argumentativos utilizados. 
H24 - Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como 
a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.
Competência de área 8 - Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de sig-
nificação e integradora da organização do mundo e da própria identidade. 
H25 - Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguís-
ticas sociais, regionais e de registro. 
H26 - Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social. 
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
OBJETO DE CONHECIMENTO 
Estudo dos aspectos linguísticos em diferentes textos: recursos expressivos da língua, procedimentos 
de construção e recepção de textos – organização da macroestrutura semântica e a articulação entre ideias 
e proposições (relações lógico-semânticas). Estudo dos aspectos linguísticos da língua portuguesa: usos 
da língua: norma culta e variação lingiística – uso dos recursos linguísticos em relação ao contexto em 
que o texto é constituído: elementos de referência pessoal, temporal, espacial, registro linguístico, grau de 
formalidade, seleção lexical, tempos e modos verbais; uso dos recursos linguísticos em processo de coesão 
textual: elementos de articulação das sequências dos textos ou à construção da microestrutura do texto. 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 6 03/04/2011 19:17:50
7 UECEVEST
GRAMÁTICA
PAlAVRAS E lOCUçÕES DENOTATIVAS
São palavras que, embora em alguns aspectos (ser invariável, 
por exemplo), assemelhem-se a advérbios, não possuem, segun-
do a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), classifi cação 
especial. Do ponto de vista sintático, são expletivas, isto é, não 
assumem nenhuma função; do ponto de vista morfológico, são 
invariáveis (muitas delas vindas de outras classes gramaticais); do 
ponto de vista semântico, são inegavelmente importantes no con-
texto em que se encontram (daí seu nome). Classifi cam-se em 
função da ideia que expressam.
Classificação das palavras e locuções denotativas:
•	 Adição: ainda, além disso, etc. Ex: Comeu tudo e ainda repetiu.
•	 Afastamento: embora. Ex: Foi embora daqui.
•	 Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente. Ex: Ainda 
bem que passei de ano.
•	 Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, 
etc. Ex: Ela quase revelou o segredo.
•	 Designação: eis. Ex: Eis nosso carro novo.
•	 Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, 
exceto, senão, sequer, apenas, exceto, fora, etc. Ex: Não me 
descontou sequer um real. 
•	 Explicação ou Explanação: isto é, por exemplo, a saber, etc. 
Ex: Li vários livros, a saber, os clássicos.
•	 Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, ademais, 
etc. Ex: Eu também vou viajar.
•	 Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc. Ex: Só ele 
veio à festa.
•	 Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, mesmo, embora, só, 
sobretudo, etc. Ex: E você lá sabe essa questão? O que não diria 
essa senhora se soubesse que já fui famoso.
•	 Retifi cação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, digo, etc. Ex: 
Somos três, ou melhor, quatro.
•	 Situação: então, mas, se, agora, afi nal, etc. Ex: Mas quem foi 
que fez isso?
 OBS.: 
As palavras denotativas frequentemente são usadas em fra-
ses e textos diretamente envolvidos com as estratégias argu-
mentativas. Por essa razão, fi que atento para o papel de pala-
vras como até, aliás, também, etc., e para os efeitos de sentido 
que produzem nas situações efetivas de interlocução. Podem 
ser difíceis de classifi car, mas isso não impede que sejam im-
portantes e necessárias.
Concordância
“Aquilo”
Outra vez a mesma história
volta sempre a acontecer
vai passar de hora em hora
depois que ligarem a TV.
Vejo as sobras coloridas
sussurrando em sensurround
deslizando na avenida
meio alheio ao temporal.
Lulu Santos
“Meio” ou “meia”? “Ela está meio cansada” ou “ela está meia 
cansada”? Diz a letra da música: “...deslizando na avenida meio 
alheio ao temporal...”. Se fosse uma mulher, em vez de “alheio” 
teríamos “alheia”. Mas deveríamos também substituir a palavra 
“meio” por “meia”?
Para fazer o teste, utilize “muito” no lugar de “meio”:
Meio alheia → muito alheia
Meio nervosa → muito nervosa
Meio cansada → muito cansada
Temos aqui uma palavra que modifi ca um adjetivo: o advér-
bio. Como sabemos que os advérbios não variam, então, mesmo 
que a letra da música de Lulu Santos estivesse se referindo a uma 
mulher, não seria correto utilizar meia alheia. 
Em português a concordância consiste em se adaptar a pala-
vra determinante ao gênero, número e pessoa da palavra determi-
nada. A concordância pode ser nominal ou verbal. 
Concordância nominal
A concordância nominal considera as fl exões de gênero e 
número entre o substantivo e o adjetivo, o artigo, o numeral e o 
pronome. É o princípio de acordo com o qual toda palavra va-
riável referente ao substantivo deve se fl exionar (alterar a forma) 
para se adaptar a ele.
Ex: Os nossos lindos e queridos alunos uecevesteanos passarão 
no vestibular. 
Principais regras de concordância nominal
•	 Adjetivos, artigos numerais e pronomes adjetivos concordam 
em gênero e número com o substantivo a que se referem:
As nossas duas amigas italianas nos visitarão em dezembro.
Os nossos primeiros e decisivos resultados foram positivos. 
•	 O adjetivo ligado a substantivo do mesmo gênero e número vai 
normalmente para o plural:
Pai e fi lho estudiosos ganharam o prêmio.
Mãe e fi lha estudiosas ganharam o prêmio. 
•	 O adjetivo ligado a substantivo de gênero e número diferentes 
vai para o masculino plural:
Meninos e meninas estudiosos ganharam o prêmio.
•	 O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo 
mais próximo:
Comprei livros e revista atualizada.
•	 O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais 
próximo:
Dedico este poema à querida tia e primos.
•	 O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda 
com o sujeito:
Meus amigos são esforçados.
•	 O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o 
predicativo no gênero da pessoa a quem se refere:
Sua Excelência, o Governador, foi compreensivo.
•	 Quando mais de um numeral se referir a um mesmo substantivo, 
existem duas maneiras de concordâncias possíveis: esse substantivo 
fi ca no singular ou vai para o plural, se os numerais forem 
precedidos de artigo, ou vai somente para o plural se não houver a 
repetição do artigo e/ou o substantivo aparecer antes do numeral.
A primeira e a segunda fase do vestibular são complicadíssimas.
A primeira e a segunda fases do vestibular são complicadíssimas.
A terceira e quarta etapas do concurso são decisivas.
As etapas terceira e quarta do concurso são decisivas.
Casos especiais de concordância nominal
•	 Nos adjetivos compostos de adjetivo, o primeiro elemento é 
invariável:
Curso de letras anglo-germânicas. 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 7 03/04/2011 19:17:51
GRAMÁTICA
8 UECEVEST
•	 Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de ar-
tigo vão para o singular ou plural:
Já li o primeiro e o segundo livro (livros).
•	 Vão para o plural os substantivos acompanhados de numerais 
em que o primeiro vier precedido de artigo e o segundo não:
Já li o primeiro e segundo livros.
•	 O substantivo antepostoaos numerais vai para o plural:
Estudei os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
•	 As expressões anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio, quite, 
junto, leso e meio concordam com a palavra à qual se referem:
Vai anexa a duplicata. 
Os recibos vão anexos.
 OBS.: 
Anexo precedido da preposição em fi ca imutável. Ex. Em 
anexo, seguem faturas.
A fotografi a segue inclusa.
Os documentos estão inclusos.
Ele respondeu: muito obrigado.
Ela respondeu: muito obrigada.
Os alunos disseram: muito obrigados.
Ela mesma escreveu a carta.
Nós mesmos fazemos as reclamações.
 OBS.: 
Mesmo signifi cando de fato, realmente, é invariável. Ex. Ela 
fará mesmo a prova?
Ela própria fez o comunicado.
Eles próprios receberam o prêmio.
Estou quite com meu cartão de crédito.
Todos vocês estão quites com a tesouraria do Uecevest?
João e Pedro sempre chegam juntos.
Aquelas alunas nunca estudam juntas. 
 OBS.: 
Junto funcionando como advérbio (juntamente) ou com-
pondo locução prepositiva (junto com..., junto de...) é invariá-
vel. Ex. Junto, remeto-lhe as cobranças.
Cometeu um crime de lesa-pátria.
Foi um crime de leso-patrimônio.
Compramos meio quilo de soja.
Serviu-nos meia porção de arroz.
 OBS.: 
Meio, quando advérbio, é invariável. Ex. As crianças acorda-
ram meio doentes.
•	 Os vocábulos muito, pouco, caro, barato, longe, ora funcio-
nam como adjetivos, concordando, portanto, com o substan-
tivo a que se referem, ora funcionam como advérbios, perma-
necendo invariáveis.
Poucos alunos tinham muitos motivos para a reclamação. (ad-
jetivos)
Eles estudam pouco e elas estudam muito. (advérbio)
Os livros estavam baratos, mas as outras mercadorias estavam 
caras. (adjetivos)
Estas bijuterias custam barato, mas as jóias originais custam 
caro. (advérbio)
Andei por longes terras. (adjetivo)
Moramos longe das badalações. (advérbio)
•	 Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a): após essas expressões 
o substantivo fi ca sempre no singular e o adjetivo no plural.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
•	 É bom, é necessário, é proibido: essas expressões não variam 
se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante.
Canja é bom.
A canja é boa.
É necessário sua presença.
É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas.
A entrada é proibida.
•	 Só = apenas, somente (advérbio): invariável, e Só = sozinho 
(adjetivo): variável
Só consegui comprar uma passagem. 
Estiveram sós durante horas. 
E X E R C í C I O
01. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos pa-
rênteses.
a) Será que é __________________ essa confusão toda? 
(necessário/ necessária)
b) Quero que todos fi quem ______________. (alerta/ alertas)
c) Houve ____________ razões para eu não voltar lá. 
(bastante/ bastantes)
d) Encontrei ____________ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
e) A dona do imóvel fi cou __________ desiludida com o 
inquilino. (meio/ meia)
02. (FUVEST) “Na reunião do Colegiado, não faltou, no mo-
mento em que as discussões se tornaram mais violentas, argu-
mentos e opiniões veementes e contraditórias.” 
No trecho acima, há uma infração as normas de concordância.
a) Reescreva-o com devida correção.
b) Justifi que a correção feita.
03. Reescrever as frases abaixo, corrigindo-as quando necessário.
a) “Recebei, Vossa Excelência, os processos de nossa estima, 
pois não podem haver cidadãos conscientes sem educação.”
b) “Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê-los-
ei ainda hoje, conforme lhes prometi.”
c) “Ele informou aos colegas de que havia perdido os 
documentos cuja originalidade duvidamos.”
d) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia mais fi car no 
pátio do que continuar dentro da classe.”
e) “Faziam apenas dois meses que ela fi cara viúva e mais de 
uma proposta de casamento apareceram; porém, deviam 
haver sérios motivos para ela recusá-las.”
f ) “Se for levado em consideração as necessidades imediatas da 
escola, a reforma das instalações terão prioridade.”
04. Colocar: “C” quando correto “E” quando errado
a) ( ) Amanhã se fará os últimos exames.
b) ( ) Restam-me alguns dias de férias.
c) ( ) Os Estados Unidos intervieram nos confl itos sul-
africanos há alguns meses.
d) ( ) É necessária liberdade de expressão.
e) ( ) São crianças a cuja situação muita gente é insensível.
f ) ( ) Envie algum dinheiro daquela casa de caridade.
g) ( ) Assisti e gostei muito daquele fi lme.
h) ( ) Não me pouparam esforços para que o rio fosse 
despoluído.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 8 03/04/2011 19:17:51
9 UECEVEST
GRAMÁTICA
05. (CESGRANRIO) “Noites pesadas de cheiros e calores 
amontoados...” Aponte a opção em que, substituídos os subs-
tantivos destacados acima, fi ca INCORRETA a concordância 
de “amontoado”.
a) nuvens e brisas amontoadas
b) odores e brisas amontoadas
c) nuvens e morros amontoados
d) morros e nuvens amontoados
e) brisas e odores amontoadas 
06. (PUC-CAMP) A frase em que a concordância nominal está 
correta é:
a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo 
era o melhor sinal de prosperidade da família.
b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se 
encontravam as vítimas do acidente.
c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele 
cultivava na sua pacata e linda chácara do interior.
d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e o 
braço direitos, mas estava totalmente lúcido.
e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser 
importante para a pesquisa que estou fazendo.
07. (UNEB – BA) Assinale a alternativa em que, pluralizando-se 
a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: 
estude só.
b) Meia palavra, meio tom - índice de sua sensatez.
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia 
promessa.
d) Passei muito inverno só.
e) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo.
08. (MACKENZIE) Veja os enunciados abaixo:
I. Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
II. Muito obrigadas! - disseram as moças.
III. Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
IV. A pobre senhora fi cou meio confusa.
V. São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
Há uma concordância inaceitável de acordo com a gramática:
a) em I e II d) apenas em III 
b) em II, III e IV e) apenas em IV
c) apenas em II
CONCORDÂNCIA VERBAl
A solidariedade entre o verbo e o sujeito, que ele faz viver no 
tempo, exterioriza-se na CONCORDÂNCIA, isto é, na varia-
bilidade do verbo para conformar-se ao número e à pessoa do 
sujeito. A concordância evita a repetição do sujeito, que pode ser 
indicada pela fl exão verbal a ele ajustada.
Ex: Alunos uecevesteanos passam no vestibular. Nossos alunos 
são os melhores.
Eu acabei por adormecer no regaço de minha tia. Quando acor-
dei, já era tarde, não vi meu pai.
(A. Ribeiro, Cinco réis de gente, 257.)
Leia:
Todo brasileiro lembra como era difícil e caro conseguir comu-
nicar-se com uma localidade do interior. O Brasil agora é outro.
Os avanços das nossas telecomunicações mudaram, para me-
lhor, a vida dos brasileiros.
(Revista isto é) 
Observe as formas verbais em destaque no trecho.
•	 Identifi que o sujeito desses verbos.
•	 O que se pode observar entre o sujeito e o verbo correspondente?
A concordância verbal considera as fl exões de número e pes-
soa entre o verbo e o sujeito.
Principais casos
•	 O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito simples.
A revista sumiu daqui.
•	 O sujeito composto por elementos da mesma pessoa gramatical 
leva o verbo para o plural:
A revista e o jornal chegaram agora.
•	 O sujeito composto por elementos de pessoa gramatical defe-
rente leva o verbo para o plural da pessoa predominante:
a) a 1ª pessoa predomina sobre a 2ª e a 3ª:
Tu, ela e eu somos os melhores.
b) a 2ª pessoa predomina sobre a 3ª:Tu e ela sois os melhores.
 
•	 O verbo concorda com o elemento mais próximo do sujeito 
composto:
Restou-me uma folha de papel, um lápis e uma borracha.
Casos especiais de concordância verbal
•	 O sujeito formado de substantivo coletivo, acompanhado de 
nome no plural, pede o verbo no singular ou plural:
Um bando de crianças quebrou o vidro.
•	 O sujeito que tem como núcleo uma forma pluralícia, acompa-
nhado de artigo no plural, pede o verbo plural:
Os Estados Unidos são uma grande nação.
•	 O verbo transitivo direto, ao lado do pronome se, concorda 
com o sujeito paciente:
Vende-se uma casa.
Vendem-se várias casas.
•	 A expressão um ou outro pede o verbo no singular:
Um ou outro doce me deliciava.
•	 A expressão mais de um pede o verbo no singular:
Mais de um membro da comissão fi cou descontente.
•	 Os verbos dar, bater, e soar, indicando horas, concordam com 
o sujeito da oração:
Deu uma hora.
Deram quatro horas.
Soaram três horas.
Bateu uma hora.
Concordância com o verbo ser
•	 Com as palavras tudo, isto, isso, aquilo e o predicativo no 
plural, o verbo ser também pode ir para o plural:
Isto não são coisas que você possa dizer.
•	 As expressões é muito, é pouco, é mais de, é menos de, é 
tanto, quando indicam preço, quantidade, peso, fi cam com o 
verbo na singular:
Quinhentos gramas é pouco.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 9 03/04/2011 19:17:52
GRAMÁTICA
10 UECEVEST
•	 Em horas, datas e distâncias, o verbo ser é impessoal e con-
corda com o predicativo:
Hoje são vinte de janeiro.
É zero hora em Brasília.
São onze horas da manhã.
 OBS.: O correto é:
É meio-dia e meia (hora).
Concordância com o verbo haver e fazer
•	 O verbo haver apresenta as seguintes peculiaridades:
a) no sentido de existir é impessoal e conjuga-se apenas na 3ª 
pessoa do singular.
Havia muitas frutas na geladeira.
b) no sentido de existir, e ao lado de outro verbo, torna o ou-
tro também impessoal:
Deve haver belos espetáculos hoje.
c) no sentido de ter, conjuga-se normalmente:
Eles haviam chegado lá. 
 OBS.: Forma composta.
•	 O verbo fazer apresenta as seguintes peculiaridades:
a) no sentido de tempo é impessoal e conjuga-se apenas na 3ª 
pessoa do singular:
Faz muitos dias que não vou lá.
b) no sentido de fazer alguma coisa, conjuga-se normalmente:
Elas fazem doce pra vender.
Regência nominal e verbal
Regência nominal
Leia:
Adolescência
Quando tudo muda na vida
Cheio de paixão, transbordante de vitalidade, impelido por 
incríveis contradições, o jovem passa pela adolescência e se pre-
para para ser adulto. Sendo uma das épocas mais importantes da 
vida do homem, a adolescência precisa ser encarada com muito 
respeito e carinho.
No texto, os adjetivos cheio, transbordante e impelido, ter-
mos regentes – exigem as preposições de e por, respectivamente. 
Nesses casos, como os termos regentes são adjetivos, temos re-
gência nominal.
(Revista Pais e filhos.)
•	 Regência é o processo sintático no qual um termo depende 
gramaticalmente de outro.
•	 Termo regente é a palavra que precisa de outra para comple-
tar-lhe o sentido:
Ele tem amor à vida.
- amor (nome) → termo regente
•	 Termo regido é a palavra que completa o sentido de outra, às 
vezes ligado a ela por preposição:
Ele tem amor à vida
- vida → termo regido
Encontramos acima um caso de regência nominal, que é a 
que trata dos complementos dos nomes (substantivos e adjetivos). 
Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome 
(substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse 
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. 
No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários 
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que 
derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, 
conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem com-
plementos introduzidos pela preposição “a”. Veja: Obedecer (a 
algo / a alguém) - Odediente (a algo / a alguém) 
A regência pode ser também verbal, que veremos adiante. 
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da pre-
posição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e 
procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a 
algum verbo cuja regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, 
com, por
Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, 
em, sobre
Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, 
para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, 
de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
 OBS.: 
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regi-
me dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente 
a; relativa a; relativamente a.
Regência verbal
Leia:
Um recente estudo mostrou o panorama da educação bra-
sileira, de cada 100 alunos matriculados na 1ª série do ensino 
fundamental, só 40 concluem o ensino médio.
(Revista Época).
A regência verbal analisa as relações sintáticas que se estabelecem 
entre os verbos e seus complementos. Para esse estudo, é conveniente 
relembrar a classificação dos verbos quanto à transitividade.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 10 03/04/2011 19:17:52
11 UECEVEST
GRAMÁTICA
•	 Classifi que o verbo do período destacado quanto à transitividade 
verbal e justifi que.
•	 Reescreva o período anterior, acrescentado o termo: “ao leitor”
•	 A transitividade do verbo se modifi cou? Explique sua resposta.
A regência verbal trata dos complementos dos verbos.
Aspiramos um ar poluído 
 
termo regente termo regido
(verbo) (complemento)
 
Alguns verbos e sua regência correta:
Aspirar no sentido de:
•	 atrair para os pulmões (transitivo direto)
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
•	 pretender (transitivo indireto) com a preposição a.
O time aspira ao troféu de campeão.
Assistir:
•	 presenciar, ver (transitivo indireto) com a preposição a.
Assisto a muitos fi lmes.
•	 ajudar (transitivo direto)
A enfermeira assiste os doentes.
Obedecer 
•	 transitivo indireto – com a preposição a. 
Obedeço aos sinais de trânsito.
Pagar
•	 Transitivo direto de coisa e indireto de pessoa
Já paguei um lanche aos amigos.
 O.D. O.I.
querer:
•	 desejar (transitivo direto)
Quero um lugar ao sol.
•	 gostar de (transitivo indireto) – com a preposição a.
Quero bem a vocês.
Visar:
•	 objetivar (transitivo indireto) – com a preposição a.
Os colégios visam à formação de seus alunos.
•	 apontar (transitivo direto)
Eu visava você naquele jogo.w
•	 pôr sinal de visto em (transitivo direto)
O gerente mandou visar o cheque.
Preferir
•	 querer mais (transitivo direto e indireto)
Prefi ro a Ciência à Comunicação.
Informar
•	 (transitivo direto e indireto)
Informei-o do problema.
Informe-lhe o problema.
Precisar:
•	 ter necessidade (transitivo indireto) – com a preposição de.
O país precisa de moralização.
•	 indicar com exatidão (transitivo direto)
Precisei bem a questão.
E X E R C í C I O
01. (UFPA) Assinale a alternativa que contém as respostas corretas.
I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, 
involuntariamente, prejudicou toda uma família.
II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a fi rma a 
aceitar qualquer ajuda do sogro.
III. Desdecriança sempre aspirava a uma posição de destaque, 
embora fosse tão humilde.
IV. Aspirando o perfume das centenas de fl ores que enfeitavam 
a sala, desmaiou.
a) II, III, IV d) I, III
b) I, II, III e) I, II
e) I, III, IV
02. (UFAM) Assinale o item em que há erro quanto à regência:
a) São essas as atitudes de que discordo.
b) Há muito já lhe perdoei.
c) Informo-lhe de que paguei o colégio.
d) Costumo obedecer a preceitos éticos.
e) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.
03. (UNIMEP-SP) Quando implicar tem sentido de “acarretar”, 
“produzir como consequência”, constrói-se a oração com objeto 
direto, como se vê em:
a) Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo.
b) Muitas patroas costumam implicar com as empregadas 
domésticas. 
c) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro.
d) O banqueiro implicou-se em negócios escusos.
e) Um novo congelamento de salários implicará uma reação 
dos trabalhadores.
04. (FMU-SP) Assinale a única alternativa incorreta quanto à 
regência do verbo.
a) Perdoou nosso atraso no imposto.
b) Lembrou ao amigo que já era tarde.
c) Moraram na rua da Paz.
d) Meu amigo perdoou ao pai.
e) Lembrou de todos os momentos felizes.
05. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que há erro de regência 
verbal.
a) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro 
desfi zeram-se em elogios à garota.
b) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram por 
não produzir efeito algum.
e) Nem sempre o migrante, em cujas faces se refl etia a angústia 
que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
d) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem 
quente demais.
e) Nem sempre o migrante, cujas faces refl etiam a angústia que 
lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 11 03/04/2011 19:17:53
GRAMÁTICA
12 UECEVEST
06. (UFG) Indique a alternativa correta.
a) Sempre pago pontualmente minha secretária.
b) Você não lhe viu ontem.
e) A sessão fora assistida por todos os críticos.
d) Custei dois anos para chegar a doutor.
e) O ideal a que visavam os parnasianos era a perfeição estética.
07. (UFSCar-SP) Assinale a alternativa correta quanto à regência:
a) A peça que assistimos foi muito boa.
b) Estes são os livros que precisamos.
c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.
d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.
e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.
08. (Mack-SP) Assinale a alternativa incorreta quanto à regência verbal:
a) Ele custará muito para me entender.
b) Hei de querer-lhe como se fosse minha fi lha.
c) Em todos os recantos do sítio, as crianças sentem-se felizes, 
porque aspiram o ar puro.
d) O presidente assiste em Brasília há quatro anos.
e) Chamei-lhe sábio, pois sempre soube decifrar os enigmas da vida.
09. (CEFET-PR) Assinale a alternativa que apresenta incorreção 
quanto à regência verbal:
a) Nós nos valemos dos artifícios que dispúnhamos para vencer.
b) Ele preferiu pudim a groselha.
c) O esporte de que gosto não é praticado no meu colégio.
d) Sua beleza lembrava a mãe, quando apenas casada.
e) Não digo com quem eu simpatizei, pois não lhe interessa.
10. (Conc. Investigador de Policia) Assinale a alternativa que 
apresenta um desvio em relação à regência verbal.
a) Simpatizei com toda a diretoria e com as novas orientações.
b) Há alguns dos novos diretores com os quais não simpatizamos.
c) A fi rma toda não se simpatizou com a nova diretoria.
d) Somente o tesoureiro não simpatizou com a nova diretoria.
11. (Conc. Escrivão de Polícia) Assinale a alternativa em que o 
signifi cado do verbo apontado entre parênteses não corresponde 
à sua regência.
a) Com sua postura séria, o diretor assistia todos os 
funcionários dos departamentos da empresa. (ajudar)
b) No grande auditório, o público assistiu às apresentações da 
Orquestra Experimental. (ver)
c) Esta é uma medida que assiste aos moradores da Vila 
Olímpia. (caber)
d) Estudantes brasileiros assistem na Europa, durante um ano. 
(observar)
12. (Conc. Analista de Sistemas - Banco Central) Os trechos a 
seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro 
de regência.
a) Desde abril, já é possível perceber algum decréscimo da 
atividade econômica, com queda da produção de bens de 
consumo duráveis, especialmente eletrodomésticos, e do 
faturamento real do comércio varejista.
b) Apesar da queda da infl ação em maio, espera-se aceleração 
no terceiro trimestre, fenômeno igual ao observado nos dois 
últimos anos, em decorrência da concentração de aumentos 
dos preços administrados.
c) Os principais focos de incerteza em relação às perspectivas para 
a taxa de infl ação nos próximos anos referem-se a evolução do 
preço internacional do petróleo, o comportamento dos preços 
administrados domésticos e o ambiente econômico externo.
d) Desde maio, porém, entraram em foco outros fatores: o 
racionamento de energia elétrica, a intensifi cação da instabilidade 
política interna e a depreciação acentuada da taxa de câmbio.
e) A mais nova fonte de incerteza é o choque derivado da limitação 
de oferta de energia elétrica no País, pois há grande difi culdade 
em se avaliar seus efeitos com o grau de precisão desejável.
(Trechos adaptados do Relatório de Infl ação - Banco Central do Brasil, junho de 
2001- v. 3, 1° 2, p. 7 e 8)
 E X E R C í C I O
01. (UECE) Está consoante a norma culta a concordância em:
a) Há menas campanha de opinião pública.
b) É necessário disposições para a preservação da vida.
c) As crianças estão bastantes purifi cadas.
d) A loucura entra através dos fatos, das imagens e da 
comunicação modernas.
02. (PUC-SP) Assinale a alternativa correspondente à frase em 
que a concordância verbal e a nominal esteja correta.
a) Qualquer que tivessem sido as decisões da chefi a, a reação 
dos funcionários seria a mesma, sempre, pois discórdias é 
que não faltava lá.
b) Eles são tão pouco esclarecidos, que com meias palavras não 
entendem nada; é necessário, sempre, as explicações mais 
detalhadas.
c) Quando já passava das dez horas, atribui-se o atraso do juiz 
a problemas de saúde e dispensaram-se as testemunhas.
d) Vai ser avaliado, no mês que vem, os danos da seca e serão 
anunciados os prejuízos correspondentes.
e) Eles parecem, cada vez mais, serem os únicos responsáveis 
pelo ocorrido, por mais inacreditável que possa ser os fatos.
03. (F.C.Chagas-SP) Assinale a alternativa em que a concordân-
cia verbal e a nominal está correta.
a) Já é meio-dia e meia; faltam poucos minutos para começar 
a reunião.
b) Comprei um óculos escuro nesta loja. Consegue-se bons 
descontos aqui.
c) Vão fazer dez anos que trabalho aqui e ainda é proibido a 
minha entrada na sala da Diretoria!
d) Duzentas gramas de queijos são demais para fazer a torta.
e) A gente fomos ao cinema no domingo, e lá haviam amigos 
nossos na fi la.
04. (Santa Casa- SP) Não chove _______ meses, mas a esperan-
ça e o vigor que sempre ________ no sertanejo não o _______.
a) faz, existiu, abandonou.
b) faz, existiram, abandonaram.
c) fazem, existiu, abandonaram.
d) fazem, existiram, abandonaram.
e) fazem, existiu, abandonaram.
05. (F.C.Chagas- BA) Assinale:
a) se todos forem corretos.
b) se forem corretos somente os textos 1 e 2.
c) se forem corretos somente os textos 1 e 3.
d) se forem correto somente os textos 2 e 3.
e) se nenhum deles for correto.
1. Vossa Excelência sois um ótimo professor.
2. Tu e eles ireis à conferência.
3. Passará o céu e a terra, mas não passarão minhas palavras.
06. (UECE) Não ocorre erro de regência em:
a) A equipe aspirava o primeiro lugar.
b) Obedeça aos mais experientes.
c) Deu a luz à vizinha a três crianças sadias.
d) Vise ao cheque com caneta de tinta azul.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 12 03/04/2011 19:17:54
13 UECEVEST
GRAMÁTICA
07. (UNIFOR) Na carta, informavam-_____ seria convidado 
__________ ocupar o posto ___________ almejava.
a) lhe de que – a- que. d) no que- em – que.
b) lhe que-em- a que. e) no que- a – que.
c) no de que- a – a que.
08. (UFC) Aponte a opção correta quanto à regência.
a) Laurindo preferia a conversa do que história de assombração.
b) O rapaz não obedeceu a ordem de seu pai.
c) Ela assistia os moradores da fazenda.
d) Os mais novos assistiram a conversa dos mais velhos.
e) Li o livro que você me falou.
09. (UECE) Assinale a opção em que o verbo chegar apresenta 
regência censurada pela Gramática.
a) Ele chegou na hora do almoço.
b) Ao chegar a casa, o fi lho pródigo foi bem recebido.
c) Era muito tarde quando cheguei ao colégio.
d) O noivo chegou atrasado na igreja.
10. (UECE) Segue a norma culta a regência da opção:
a) A criança obedece aos pais.
b) Os americanos esqueceram a guerra.
c) Eles chegaram cedo nos Estados Unidos.
d) Alguns preferem muito mais o pássaro que o gato.
11. (Fuvest-SP) Indique a alternativa correta.
a) Tratavam-se de questões fundamentais.
b) Comprou-se terrenos nos subúrbios.
c) Precisam-se de datilógrafos.
d) Reformam-se ternos.
e) Obedeceram-se aos severos regulamentos.
12. (Santa Casa- SP) Supondo que meios para que se _________ 
os cálculos de modo mais simples.
a) devem haver, realize. d) deve haver, realizem.
b) devem haver, realizem. e) deve haver, realize.
c) devem haverem, realize.
13. Todas as alternativas abaixo estão corretas quanto à concor-
dância nominal, exceto:
a) Foi acusado de crime de lesa-justiça.
b) As declarações devem seguir anexas ao processo.
c) Eram rapazes os mais elegantes possível.
d) É necessário cautela com os pseudolíderes.
e) Seguiram automóveis, cereais e geladeiras exportados.
14. (F.C.Chagas- SP) Elas ___________ providenciaram os ates-
tados, que enviaram ___________ às procurações, como instru-
mentos ___________ para os fi ns colimados.
a) mesmas, anexos, bastantes.
b) mesmo, anexo, bastante.
c) mesmas, anexo, bastante.
d) mesmo, anexos, bastante.
e) mesmas, anexos, bastante.
15. (UFC) O verbo “esquecer” apresenta regência correta em:
I. Esqueci-me dos presentes de Natal;
II. Esquecemos os presentes de Natal
III. Esqueceste dos presentes de Natal.
É correto o que se afi rma:
a) em I e II. d) em todas.
b) em I e III. e) em nenhuma.
c) em II e III.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 13 03/04/2011 19:17:54
GRAMÁTICA
14 UECEVEST
PARTíCUlA “qUE”
Para analisar a partícula que, veja o quadro a seguir:
Classe gramatical Função sintática Exemplo
Substantivo – é precedida de determinante e 
vem acentuada.
Exerce as funções pró-prias do substantivo 
(sujeito, objeto, predicativo...).
Paula tem um quê de misteriosa.
Estes quês estão mal empregados na 
frase.
Pronome interrogativo adjetivo – 
acompanha o Substantivo;
substantivo – substitui o substantivo. Junto 
do ponto de interrogação, leva acento.
Adjunto adnominal.
Tem todas as funções do substantivo 
(sujeito, objeto...).
Que clube você frequenta?
 substantivo
Que aconteceu?
 verbo
Aconteceu o quê?
Pronome relativo (o qual, os quais – 
substitui o ante-cedente.
Introduz oração adjetiva e tem muitas 
funções (sujeito, objeto...). Veja página 362.
O cantor que (o qual) chegou é muito 
famoso.
Encontrei as chaves que (as quais) 
estavam perdidas
Pronome indefinido ( = quão, quanto, 
quanta) — acompanha substantivo. Será 
sempre pronome adjetivo. Adjunto adnominal.
Que horas são? (quantas) Que 
dinheiro gasto à toa! 
(quanto)
Que coisa interessante! 
(quanta)
Advérbio de intensidade (quão, como) – 
acompanha adjetivo ou advérbio.
Adjunto adverbial de intensidade. Que bom você ter vindo! 
 adjetivo
Preposição (de) – vem junto ao verbo ter. Liga palavras (conetivo).
Não tem função sintática.
Tenho que estudar. (de)
Interjeição – vem seguido de ponto de 
exclamação e é acentuado.
Não tem função sintática. Quê! Você fez isso?
Conjunção coordenativa aditiva (e) Introduz oração coorde-nada sindética 
aditiva.
Fala que fala e nunca diz nada.
Conjunção coordenativa explicativa 
(= pois, precedida de verbo no imperativo)
Introduz oração coordenada sindética 
explicativa.
Não vá, que sentirei saudade.
 (pois)
Conjunção subordinativa integrante Introduz oração subordinada substantiva Não quero que você vá.
Conjunção subordinativa causal (= porque) Introduz oração subordinada adverbial 
causal.
Não irei ao show que vai chover. 
(porque)
Conjunção subordinativa comparativa 
(precedida de mais, menos)
Introduz oração subordinada adverbial 
comparativa
Fiquei mais triste (do) que você.
Conjunção subordinativa consecutiva 
(precedida de tanto, tal, tão, tamanho...)
Introduz oração subordinada adverbial 
conse-cutiva.
Fez tanto exercício que cansou.
Conjunção subordinativa final (= para que) Introduz oração subordinada adverbial final. Faço votos que vocês se entendam.
Conjunção subordinativa temporal 
(= quando)
Introduz oração subordinada adverbial 
temporal
Abertos que foram os portões, todos 
entraram.
Partícula expletiva ou de realce — pode 
ser retirada da frase. Aparece também na 
expressão é que.
Não tem função sintatica. Eu é que sei.
Que todos entrem.
Partícula “se”
Leia as frases e observe a partícula se:
“Se a Europa não é um ‘produto acabado’, muito menos o 
Brasil.”(Renato Baiard)
No exemplo acima, a partícula “se” classifica-se como con-
junção subordinativa condicional e introduz oração subordinada 
adverbial condicional, servindo de conetivo.
Lixo atômico, chuva ácida, efeito estufa, extinção de espécies, 
desertificação: 
Viva-se em um mundo desses!
Nesse caso, a partícula “se” classifica-se como pronome pesso-
al do caso oblíquo átono e é considerada partícula expletiva ou de 
realce, podendo ser retirada da frase.
Os jovens sabem se divertir!
Nessa frase, a palavra “se” classifica-se como pronome pessoal 
do caso oblíquo átono e exerce. a função sintática de objeto direto.
Assim, observa-se que a partícula se admite várias classifica-
ções, exercendo funções sintáticas diferentes. 
Para saber quais as classes gramaticais e as funções sintáticas 
da partícula se, veja o quadro a seguir:
Classe gramatical Função sintática Exemplo
Substantivo – vem precedido de determinante: Exerce as funções do substantivo 
(sujeito, objeto direto...).
Este se me deixou confuso.
Identifique a função do se.
Pronome oblíquo átono: Partícula apassivadora: com verbo 
transitivo direto.
Cobrem-se botões.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 14 03/04/2011 19:17:55
15 UECEVEST
GRAMÁTICA
Pronome oblíquo átono:
Índice de indeterminação do sujeito. Come-se bem neste restaurante chinês.
Objeto direto: quando for pronome 
refl exivo com verbo transitivo direto.
Ela se penteou.
(ela mesma)
Objeto indireto: quando for pronome 
refl exivo com verbo transitivo indireto.
Ela se dá muita importância.
(a si mesma)
Partícula expletiva ou de realce (pode 
ser retirada da frase).
Todos se foram, logo que amanheceu.
Elemento integrante dos verbos 
pronominais.
Pedro arrependeu-se.
Sujeito de verbo no infi nitivo. Ele deixou-se fi car ali mesmo.
Conjunção subordinativa integrante: Introduz oração subordinada 
substantiva.
Ela não disse se virá.
Conjunção subordinativa condicional (= caso): Introduz oração subordinada adverbial 
condicional.
Só irei, se você também for.
 (caso)
 ATENÇÃO:
Observe bem a diferença:
Se
Partícula apassivadora
Se
Índice de indeterminação do sujeito
•	 Com verbo transitivo direto:
Comprou-se uma casa.
•	 O sujeito está expresso:
Comprou-se uma casa.
•	 Pode-se passar para a voz passiva analítica (verbo ser):
Uma casa foi comprada.
•	 O verbo pode vir na 3ª pessoa do singular ou plural, 
concordando com o sujeito expresso.
Comprou-se uma casa.
Compraram-se casas.
•	 Com verbo transitivo indireto, intransitivo e de ligação:
Precisa-se de empregada.
Vive-se mal aqui.
Não se é feliz neste lugar.
•	 O sujeito é indeterminado.
•	 Não tem voz passiva.
•	 O verbo só pode vir na 3ª pessoa do singular (não admite 
plural):
Precisa-se de empregada.
Precisa-se de empregados.
E X E R C í C I O
01. Atentando paraas funções morfossintáticas da palavra que, 
enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.
a) Você tem um quê que me agrada.
b) Que tens na cabeça?
c) Que delicioso este sorvete.
d) Alguns já perceberam que algo aconteceu.
e) Nunca que eu faria isso.
( ) Advérbio de intensidade e adjunto adverbial de intensidade.
( ) Conjunção integrante.
( ) Pronome substantivo indefi nido e interrogativo e objeto direto.
( ) Substantivo e objeto direto / pronome relativo e sujeito.
( ) Palavra denotativa de realce.
02. Classifi que as funções morfossintáticas do que nas orações abaixo:
a) A criança mexe que mexe no berço.
b) Agora, que eu ia viajar, chove.
c) A cobra por que foste picado não é venenosa.
d) Comprei o livro de que você me falou.
e) Não chore, meu fi lho, que a vida é luta renhida.
03. “Gostar é tão fácil, que ninguém aceita aprender.”
Possuía a mesma relação semântica do “que” da frase da opção:
a) “Eu sei que existe por aí uma andorinha solta, procurando o 
verão que se perdeu no tempo...”
b) “ Indiquei-lhe o dedo que não permanecesse quieta, 
enquanto a acusavam.”
c) “ A felicidade era tal que começou aí o ufanismo.”
d) “ Que saudades tenho da Bahia...”
e) “ Era com difi culdades que prosseguia.”
04. Em “A ideia de matar é de tal forma inerente ao homem, que 
à falta de atentados sanguinolentos a cometer, ele mata calma-
mente o tempo”, existe relação de:
a) causa e efeito. d) condição e proporção.
b) causa e fi nalidade. e) fi nalidade e conclusão.
c) causa e condição.
05. Leia atentamente o texto e responda, indicando a alternativa 
correta: “A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agres-
te, que me deu uma alma agreste.” (Graciliano Ramos) 
A função sintática do que é:
a) adjunto adnominal d) objeto direto.
b) complemento nominal e) objeto indireto.
c) sujeito.
06. Em “Nota-se facilmente que nunca perceberam o papel se-
cundário que exerciam naquele período.” A função sintática do 
primeiro “que” é de:
a) pronome relativo.
b) objeto direto
c) conectivo subordinativo (integrante) 
d) sujeito
e) objeto indireto
Apostilas UECEVEST mod4.indb 15 03/04/2011 19:17:55
GRAMÁTICA
16 UECEVEST
07. Identifi que a alternativa que classifi ca corretamente a função 
do quê, nas frases a seguir:
I. — Espero que os homens pensem, com amor, em seu velho 
planeta.
II. — A criança doente que chorava, era a felicidade e a 
esperança da família.
a) pronome substantivo indefi nido –preposição 
b) conjunção integrante – pronome relativo
c) pronome relativo –substantivo 
d) advérbio –pronome adjetivo indefi nido 
e) conjunção subordinada causal –partícula expletiva
08. O pronome relativo que exerce função de sujeito em:
a) “Além, muito além daquela serra que ainda azula no 
 horizonte , nasceu Iracema.”
b) “Sofreu mais d’alma que da ferida.”
c) “O sentimento que ele pôs no rosto, não o sei eu.”
d) “Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje 
 tem os meus.”
e) “A alva rede, que Iracema perfumara com a resina do 
 benjoim, guardava-lhe um sonho calmo e doce.”
09. “ Ele se morria de ciúmes da esposa.” 
 O termo em destaque é:
a) pronome oblíquo refl exivo.
b) pronome oblíquo recíproco.
c) pronome apassivador.
d) conjunção subordinativa integrante.
e) expletivo, não exercendo nenhuma função.
10. A palavra “se” indica causa/consequência em:
a) Se todos tivessem estudado as notas seriam altas.
b) Se não houvesse afi rmado, ninguém o teria julgado.
c) Perguntaram se ele estava satisfeito.
d) Neste ano, se houve muita fartura e o aiocoense fi cou 
satisfeito, a prefeitura investiu muito dinheiro na agricultura.
e) Não se deve alugar uma casa na praia.
11. Não há pronome apassivador no item:
a) Esta escola faz-se de bons alunos.
b) Olhava-se no espelho e sorria.
c) Não se conheciam as razões.
d) Solicitaram-se novos pedidos.
e) Esta serra já se povoou de índios.
12. Quanto ao uso do se, a gramática tradicional não admite a 
construção:
a) vendem-se casas.
b) aluga-se apartamento.
c) não se vá tão cedo!
d) trabalhou-se muito hoje.
e) conserta-se sapatos.
13. A palavra se é conjunção subordinativa integrante ( por in-
troduzir oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual 
das opções seguintes?
a) ele se morria de ciúmes pelo patrão.
b) a federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
c) o aluno fez-se passar por doutor.
d) precisa-se de pedreiros.
e) não sei se o vinho está bom.
14. “ Uma lagartixa passou correndo à sua frente e sumiu-se por 
entre as macegas.” A palavra se é:
a) pronome refl exivo e objeto direto.
b) pronome recíproco e objeto direto.
c) partícula de realce- sem função sintática.
d) pronome pessoal oblíquo e objeto direto.
e) parte integrante do verbo.
15. Na frase: “ Trabalhou-se com prazer”, a palavra se é:
a) partícula de realce.
b) partícula expletiva.
c) pronome refl exivo.
d) índice de indeterminação do sujeito.
e) nenhuma das alternativas.
16. Uma das alternativas apresenta o pronome refl exivo se, iden-
tifi que-a:
a) “Capitu deixou-se fi tar e examinar” (Machado de Assis)
b) Voltarei cedo se quiseres.
c) Queixou-se das questões do concurso.
d) Alugam-se apartamentos.
e) Precisa-se de pedreiros.
01.
S.O.S Português
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente 
da escrita? Pode-se refl etir sobre esse aspecto da língua com base 
em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dico-
tômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o 
entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu 
ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem 
a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite 
encarar as diferenças como um produto distinto de duas moda-
lidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre 
nos damos conta disso.
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº 231, abr. 2010 
(fragmento adaptado).
O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e 
foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as ca-
racterísticas próprias desse tipo de texto, identifi cam-se as marcas 
linguísticas próprias do uso:
a) regional, pela presença de léxico de determinada região do 
Brasil.
b) literário, pela conformidade com as normas da gramática.
c) técnico, por meio de expressões próprias de textos científi cos
d) coloquial, por meio do registro de informalidade.
e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
02.
Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim?
[...]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção 
coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a ele-
mentos que compõem uma escola de samba e à situação emocio-
nal em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no 
ritmo da percussão. Essa palavra corresponde a um(a):
a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em 
outras línguas e representativos de outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos 
mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 16 03/04/2011 19:17:56
17 UECEVEST
GRAMÁTICA
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em 
determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em 
uma comunidade mais ampla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada 
área geográfi ca.
e) termo técnico, dado que designa elemento de área específi ca 
de atividade.
03.
A Herança Cultural da Inquisição
A Inquisição gerou uma série de comportamentos humanos 
defensivos na população da época, especialmente por ter perdu-
rado na Espanha e em Portugal durante quase 300 anos, ou no 
mínimo quinze gerações.
Embora a Inquisição tenha terminado há mais de um século, 
a pergunta que fi z a vários sociólogos, historiadores e psicólogos 
era se alguns desses comportamentosculturais não poderiam ter-
se perpetuado entre nós.
Na maioria, as respostas foram negativas, ou seja, embora 
alterasse sem dúvida o comportamento da época, nenhum com-
portamento permanece tanto tempo depois, sem reforço ou estí-
mulo continuado.
Não sou psicólogo nem sociólogo para discordar, mas tenho 
a impressão de que existem alguns comportamentos estranhos 
na sociedade brasileira, e que fazem sentido se você os considerar 
resquícios da era da Inquisição. [...]
KANITZ, S. A Herança Cultural da Inquisição. In: Revista Veja. Ano 38, nº 5, 2 
fev. 2005 (fragmento).
Considerando-se o posicionamento do autor do fragmento a res-
peito de comportamentos humanos, o texto:
a) enfatiza a herança da Inquisição em comportamentos 
culturais observados em Portugal e na Espanha.
b) contesta sociólogos, psicólogos e historiadores sobre a 
manutenção de comportamentos gerados pela Inquisição.
c) contrapõe argumentos de historiadores e sociólogos a 
respeito de comportamentos culturais inquisidores.
d) relativiza comportamentos originados na Inquisição e 
observados na sociedade brasileira.
e) questiona a existência de comportamentos culturais 
brasileiros marcados pela herança da Inquisição.
04. Resta saber o que fi cou das línguas indígenas no português 
do Brasil. Serafi m da Silva Neto afi rma: “No português brasileiro 
não há, positivamente infl uência das línguas africanas ou ame-
ríndias”. Todavia, é difícil de aceitar que um longo período de 
bilinguismo de dois séculos não deixasse marcas no português 
do Brasil.
ELIA, S. Fundamentos Histórico-Linguísticos do Português do Brasil. Rio de 
Janeiro: Lucerna, 2003 (adaptado).
No fi nal do século XVIII, no norte do Egito, foi descoberta a Pe-
dra de Roseta, que continha um texto escrito em egípcio antigo, 
uma versão desse texto chamada “demótico”, e o mesmo texto 
escrito em grego. Até então, a antiga escrita egípcia não estava 
decifrada. O inglês Th omas Young estudou o objeto e fez algumas 
descobertas como, por exemplo, a direção em que a leitura de-
veria ser feita. Mais tarde, o francês Jean-François Champollion 
voltou a estudá-la e conseguiu decifrar a antiga escrita egípcia a 
partir do grego, provando que, na verdade, o grego era a língua 
original do texto e que o egípcio era uma tradução.
Com base na leitura dos textos conclui-se, sobre as línguas, que:
a) cada língua é única e intraduzível.
b) elementos de uma língua são preservados, ainda que não 
haja mais falantes dessa língua.
c) a língua escrita de determinado grupo desaparece quando a 
sociedade que a produzia é extinta.
d) o egípcio antigo e o grego apresentam a mesma estrutura 
gramatical, assim como as línguas indígenas brasileiras e o 
português do Brasil.
e) o egípcio e o grego apresentavam letras e palavras similares, 
o que possibilitou a comparação linguística, o mesmo que 
aconteceu com as línguas indígenas brasileiras e o português 
do Brasil.
05. O presidente Lula assinou, em 29 de dezembro de 2008, 
decreto sobre o Novo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa. 
As novas regras afetam principalmente o uso dos acentos agudo 
e circunfl exo, do trema e do hífen. Longe de um consenso, muita 
polêmica tem-se levantado em Macau e nos oito países de língua 
portuguesa: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçam-
bique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Compa-
rando as diferentes opiniões sobre a validade de se estabelecer 
o acordo para fi ns de unifi cação, o argumento que, em grande 
parte, foge a essa discussão é:
a) “A Academia (Brasileira de Letras) encara essa aprovação 
como um marco histórico. Inscreve-se, fi nalmente a Língua 
Portuguesa no rol daquelas que conseguiram benefi ciar-se 
há mais tempo da unifi cação do sistema de grafar, numa 
demonstração de consciência da política do idioma e de 
maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da 
Lusofonia.”
SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponível em: http://www.academia.org.br. 
Acesso em: 10 nov. 2008.
b) “Acordo Ortográfi co? Não, obrigado. Sou contra. 
Visceralmente contra. Filosofi camente contra. 
Linguisticamente contra. Eu gosto do “c” do “actor” e o “p” 
de “cepticismo”. Representam um património, uma pegada 
etimológica que faz parte de uma identidade cultural. A 
pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado. 
Aceitar essa aberração signifi ca apenas que a irmandade entre 
Portugal e o Brasil continua a ser a irmandade do atraso. 
COUTINHO, J. P. Folha de São Paulo. Ilustrada. 28 set.2008, E1 (adaptado).
c) “Há um conjunto de necessidades políticas e econômicas 
com vista à internacionalização do português como 
identidade e marca econômica”. “É possível que o 
(Fernando) Pessoa, como produto de exportação, valha mais 
do que a PT (Portugal Telecom). Tem um valor econômico 
único”.
RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponível em: http://
ultimahora.publico.clix.pt. Acesso em: 10 nov. 2008.
d) “É um acto cívico batermo-nos contra o Acordo 
Ortográfi co”. “O acordo não leva a unidade nenhuma”. 
“Não se pode aplicar na ordem interna um instrumento que 
não está aceito internacionalmente” e nem assegura “a defesa 
da língua como património, como prevê a Constituição nos 
artigos 9º e 68º.”
MOURA, V. G. Escritor e eurodeputado. Disponível em: www.mundoportugues.org. 
Acesso em: 10 nov. 2008.
e) “Se é para ter uma lusofonia, o conceito [unifi cação da 
língua] deve ser mais abrangente e temos de estar em 
paridade. Unidade não signifi ca que temos que andar 
todos ao mesmo passo. Não é necessário que nos tornemos 
homogéneos. Até porque o que enriquece a língua 
portuguesa são as diversas literaturas e formas de utilização.”
RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Português do Oriente, sediado em 
Macau. Disponível em: http://taichungpou.blogspot.com. Acesso em: 10 nov. 2008 
(adaptado).
06.
Texto I
O chamado “fumante passivo” é aquele indivíduo que não 
fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 17 03/04/2011 19:17:57
GRAMÁTICA
18 UECEVEST
seu redor. Até hoje, discutem-se muito os efeitos do fumo pas-
sivo, mas uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a 
respirar a fumaça dos outros. 
O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os 
países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas es-
tão expostas à fumaça “de segunda mão”, enquanto, nos Estados 
Unidos, 88% dos não fumantes acabam fumando passivamente. 
A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo 
passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, 
depois do fumo ativo e do uso de álcool.
Disponível em: www.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).
Texto II
Disponível em:http://rickjaimecomics.blogspot.com. Acesso em: 27 abr.2010.
Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram 
demonstrar que:
a) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa, 
diariamente, excede o máximo de nicotina recomendado 
para os indivíduos, inclusive para os não fumantes. 
b) para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fumar, será 
necessário aumentar as estatísticas de fumo passivo.
c) a conscientização dos fumantes passivos é uma maneira de 
manter a privacidade de cada indivíduo e garantir a saúde de 
todos.
d) os não fumantes precisam ser respeitados e poupados, 
pois estes também estão sujeitos às doenças causadas pelo 
tabagismo.
e) o fumante passivo não é obrigado a inalar as mesmas toxinas 
que um fumante, portanto depende dele evitar ou não a 
contaminação proveniente da exposição ao fumo.
G A B A R I T O
Concordância nominal
01. * 02. * 03. * 04. *
05. e 06. e 07. e 08. d
01. a) necessária b) alerta c) bastantes
d) vazia e) meio
02. a) “Na reunião do colegiado, não faltaram, no momento 
em que as discussões se tornaram mais violentas, 
argumentos e opiniões veementes e contraditórias.”
b) Concorda com o sujeito “argumentos e opiniões”.
03. a) “Receba, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima, 
pois não pode havercidadãos conscientes sem a educação.”
b) A frase está correta.
c) “Ele informou aos colegas que havia perdido (ou: ele 
informou os colegas de que havia perdido os documentos 
de cuja originalidade duvidamos.”
d) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia fi car no pátio 
a continuar dentro da classe.”
e) “Fazia apenas dois meses que ela fi cara viúva e mais de uma 
proposta de casamento apareceu; porém, devia haver sérios 
motivos para ela recusálas.”
f ) “Se forem levadas em consideração as necessidades imediatas 
da escola, a reforma das instalações terá prioridade.
04. a) e b) c c) c d) e e) c f ) e g) e h) c
Regencia nominal e veral
01. a 02. c 03. e 04. e 05. d 06. e
07. d 08. a 09. a 10. c 11. d 12. c
Concordância
01. b 02. c 03. a 04. b 05. d
06. b 07. c 08. c 09. d 10. a
11. d 12. d 13. c 14. a 15. c
Funções do que e do se
01. * 02. * 03. c 04. a 05. c 06. c
07. b 08. e 09. e 10. d 11. b 12. e
13. e 14. c 15. d 16. a
01. c, d, b, a, e.
02. a) Conectivo e conjunção coordenada aditiva.
b) Conjunção subordinada temporal
c) Pronome relativo e agente da passiva
d) Pronome relativo e adjunto adverbial de assunto.
e) conjunção coordenada explicativa
questões ENEM
01. c 02. b 03. b 04. b 05. c 06. d
REFERÊNCIAS BIBlIOGRÁFICAS
BECHARA, Evanildo – Gramática escolar da Língua 
Portuguesa – 1 ed. 4 reimp. – Rio de Janeiro: Lucena, 2004.
CEREJA, Willian Roberto & MAGALHÃES, Th ereza Cochar. 
Gramática Refl exiva: texto semântica e interação – São Paulo: 
Atual, 1999.
COMISSÃO COORDENADORA DO VESTIBULAR (CCV) 
– www.ufc.br.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 18 03/04/2011 19:17:58
19 UECEVEST
GRAMÁTICA
COMISSÃO EXECUTIVA DO VESTIBULAR(CEV) – www.
uece.br.
CUNHA, Celso & SINTRA, Luís. F. Lindley. Nova Gramática 
do Português Contemporâneo – 3 ed. – Rio de Janeiro: 
Lexikon Informática, 2007.
DIONÍSIO, A. P. et alii. O livro didático de português. Rio 
de Janeiro: Ed. Lucerna, 2001.
FARACO & MOURA. Gramática – 18 e.d. – Ática. São Paulo, 
1999.
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática: teoria, 
síntese das unidades, atividades práticas, exercícios de 
vestibulares: 2 grau – São Paulo, FTD, 1992.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Concepção de língua falada 
nos manuais de português de 1º e 2º graus: uma visão 
crítica. Trabalhos em Linguística Aplicada, 1997, 30: 39-79
_________ . A gramática e o ensino de língua no contexto da 
investigação linguística. In:
MATTOS E SILVA, Rosa V. Contradições no ensino de 
português. São Paulo: Contexto, 1995.
MEC-Ministério da Educação e Cultura – INEP – Instituto Na-
cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Ma-
trizes de Referência para o ENEM
MIRA MATEUS, M.H. et alii. Gramática da língua 
portuguesa. 5a ed. Rev. Aum. Lisboa: Caminho, 2003
MONTEIRO, José Lemos – Morfologia portuguesa. 4 e.d . 
Pontes, 2002 
PERINI, Mário. A – Gramática descritiva do português. 4 ed. 
6 reimp. – Ática, 2003.
SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em textos – 2 ed. – São 
Paulo: Moderna, 2005.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma 
proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São 
Paulo: Cortez, 1996.
SILVA, Th aís Cristófaro – Fonética e fonologia do português. 
7 e.d. Contexto, São Paulo, 2003.
www.brasilescola.com/novoacordoortografi co.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 19 03/04/2011 19:17:58
Apostilas UECEVEST mod4.indb 20 03/04/2011 19:17:58
P R É - V E S T I B U l A R
L I T E R A T U R A
Apostilas UECEVEST mod4.indb 21 03/04/2011 19:18:04
Apostilas UECEVEST mod4.indb 22 03/04/2011 19:18:04
23 UECEVEST
LITERATURA
SEGUNDA GERAçãO MODERNISTA 
BRASIlEIRA (1930-1945) 
“0 regionalismo é o pé-de-fogo da literatura... Mas, a dor é 
universal, porque é uma expressão de humanidade.”
(José Américo de Almeida, na abertura do romance A bagaceira).
Principais características da segunda geração modernista 
brasileira (1930-1945)
•	 Prolonga e aprofunda as propostas e realizações de 22.
•	 Concilia elementos da tradição ou elementos da modernidade.
•	 Concilia nacionalismo ou universalismo.
•	 Poesia: poetas de cosmovisão.
•	 Prosa: Neo-Realismo.
•	 Engajamento dos escritores nas questões sociopolíticas de seu 
tempo.
Segunda geração modernista
Prosa
Romances caracterizados pela denúncia social, verdadeiro do-
cumento da realidade brasileira, atingindo elevado grau de tensão 
nas relações do eu com o mundo. Uma das principais característi-
cas do romance brasileiro é o encontro do escritor com seu povo. 
Há uma busca do homem brasileiro nas diversas regiões, por isso 
o regionalismo ganha importância, com destaque às relações do 
personagem com o meio natural e o social.
Os escritores nordestinos merecem destaque especial, por sua 
denúncia da realidade da região pouco conhecida nos grandes 
centros. O 1° romance nordestino foi A Bagaceira, de José Améri-
co de Almeida. Esses romances retratam o surgimento da realida-
de capitalista, a exploração das pessoas, movimentos migratórios, 
miséria, fome, seca etc.
Graciliano Ramos
Alagoano, faz jornalismo e política, estre-
ando com Caetés (1933). Em Maceió conhe-
ceu alguns escritores do grupo regionalista: 
José Lins, Jorge Amado, Raquel de Queirós. 
Nessa época redige S. Bernardo e Angústia. 
Envolvendo-se em política, é preso e acu-
sado de comunista, essas experiências pesso-
ais são retratadas em Memórias do Cárcere. 
Em 1945 ingressa no Partido Comunista e 
empreende uma viagem aos países socialistas, narrada no livro 
Viagem.
Considerado o melhor romancista moderno da literatura bra-
sileira. Levou ao limite o clima de tensão presente nas relações 
entre o homem e o meio natural, o homem e o meio social. Mos-
trou que essas tensões são capazes de moldar personalidades e 
transformar comportamentos, até mesmo gerar violência.
A luta pela sobrevivência é o ponto de ligação entre seus per-
sonagens, onde a lei maior é a lei da selva. A morte é uma cons-
tante em suas obras como fi nal trágico e irreversível (suicídios 
em Caetés e São Bernardo, assassinato em Angústia e as mortes do 
papagaio e da cadela Baleia em Vidas Secas).
Principais obras: Caetés (1933), S. Bernardo (1934), An-
gústia (1936), Vidas Secas (1938), Dois Dedos (1945), Insônia 
(1947), Infância (1945), Memórias do Cárcere (1953), Histórias 
de Alexandre (1944), Viagem (1953), Linhas Tortas (1962) etc.
Cena do fi lme “Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos, 
baseado no romance de Graciliano Ramos.
“Vidas Secas” - trechos comentados
Trecho 1
“A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o 
pêlo caíra em vários pontos, as costelas avultavam num fundo 
róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de 
moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços difi cultavam-
lhe a comida e a bebida. (...) Então Fabiano resolveu matá-la. 
Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o 
saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não 
sofrer muito. Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando 
os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansa-
vam de repetir a mesma pergunta: – Vão bulir com a Baleia? (...) 
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. 
E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme.” 
Comentário 
Em “Baleia”, percebe-se como a cadela é humanizada. Esse 
processo, contudo, não pode ser lido ingenuamente. Os deva-
neios e os delírios do animal na hora da morte assemelham-se aos 
de um ser humano faminto que, no instante fi nal da vida, sonha 
com comida. Assim, o momento humano de Baleia equipara-se à 
vida da família de retirantes, que também sonha com dignidade, 
uma mesa farta e uma cama. 
Trecho 2
“Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o segu-
rava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao 
mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado 
amarelo não lhe pisava o pé não. O que lhe amolecia o corpo 
era a lembrança da mulher e dos fi lhos. Sem aqueles cambões 
pesados, nãoenvergaria o espinhaço não, sairia dali como onça 
e faria uma asneira. Carregaria a espingarda e daria um tiro de 
pé de pau no soldado amarelo. Não. O soldado amarelo era um 
infeliz que nem merecia um tabefe com as costas da mão. Mataria 
os donos dele. Entraria num bando de cangaceiros e faria estrago 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 23 03/04/2011 19:18:05
LITERATURA
24 UECEVEST
nos homens que dirigiam o soldado amarelo. Não ficaria um para 
semente. Era a ideia que lhe fervia na cabeça. Mas havia a mulher, 
havia os meninos, havia a cachorrinha.”
Comentário 
Esse é um exemplo do estilo seco e objetivo de Graciliano 
Ramos. Os períodos curtos e a economia de adjetivos, com ins-
piração em Machado de Assis, resultam no efeito áspero e rígido 
do texto. O autor utilizou aqui o discurso indireto livre, em que 
os pensamentos do personagem Fabiano se misturam com o dis-
curso do narrador.
Rachel de queiroz
Cearense, viveu na infância o pro-
blema da seca que atingiu uma pro-
priedade de sua família. Em 1930 (aos 
20 anos) publica o romance O Quinze, 
que lhe angaria um prêmio e reconhe-
cimento público.
Participa ativamente da políti-
ca, militando no Partido Comunista 
Brasileiro e é presa em 1937, por suas 
ideias esquerdistas. A partir de 1940 
dedica-se à crônica e ao teatro. Quebrou uma velha tradição, ao 
tornar-se (1977) a primeira mulher a ingressar na Academia Bra-
sileira de Letras.
Sua literatura caracteriza-se, a princípio, pelo caráter regio-
nalista e sociológico, com enfoque psicológico, que tende a se 
valorizar e a aprofundar-se à proporção que sua obra amadurece. 
Seu estilo é conciso e descarnado, sua linguagem fluente, seus 
diálogos vivos e acessíveis, o que resulta numa narrativa dinâmica 
e enxuta.
Em O Quinze e João Miguel há coexistência do social e do psi-
cológico. Caminho de Pedras é o ponto máximo de sua literatura 
engajada e de esquerda (mais social e político). As Três Marias 
abandona o aspecto social, enfatizando a análise psicológica.
Principais obras: Romances: O Quinze (1930) e João Miguel 
(1932) Caminho de Pedras (1937) e As Três Marias (1939); Memo-
rial de Maria Moura (1992; surpreende seu público e é adaptado 
para a televisão). Teatro: Lampião (1953), A Beata Maria do Egito 
(1958, raízes folclóricas), A Sereia Voadora. Crônica: Cem Crôni-
cas Escolhidas (1958). Literatura Infantil: O Menino Mágico.
O quinze
O título de seu romance de estreia faz referência à grande 
seca que assolou o Nordeste, no ano de 1915. A trama do livro 
desenvolve-se a partir do entrelaçamento de dois eixos narrativos:
•	 O êxodo dos trabalhadores rurais da região de Logradouro e 
do Quixadá para a capital, Fortaleza, em busca de condições 
de sobrevivência. Dentre os retirantes, destacam-se o vaqueiro 
Chico Bento e sua família, e o grande proprietário e criador de 
gado, Vicente.
•	 A história de amor impossível entre o caboclo Vicente, moço 
puro, mas rude, e Conceição, moça culta da cidade, que socor-
re os flagelados, procura sua identidade social dentro de uma 
sociedade patriarcal.
Texto 1 / Cap. 18
“Sentado na salinha da Rua de S. Bernardo, o velho chapéu 
entre as pernas, uma tira áspera de cabelos envesgando os olhos, 
Chico Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro, o 
seu incerto futuro que a perversidade de uma seca entregara aos 
azares da estrada e à promiscuidade miserável dum abarracamen-
to da flagelados.
Tristemente contou toda a fome sofrida e as consequentes 
misérias.
A morte do Josias, afilhado do compadre Luís Bezerra, dele-
gado do Acarape, que lhes tinha valido num dia bem desgraçado! 
- a morte do Josias, naquela velha casa de farinha, deitado junto 
de uma trave de aviamento, com a barriga tão inchada como a de 
alguns paroaras quando já estão para morrer...
E aquele caso da cabra, em que – Deus me perdoe! – pela 
primeira vez tinha botado a mão em cima do alheio... E se saíra 
tão mal, e o homem o tinha posto até de sem-vergonha, e ele tão 
morto, tão sem coragem, que o que fez foi ficar agachado, aguen-
tando a desgraça....
Os olhos da moça se enchiam de água e, comovidamente, 
Dona Inácia levantou o óculos o lenço pelas pálpebras.
O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito encolhido, esti-
rando apenas, uma vez ou outra, o braço mirrado, para vergastar 
o ar numa imagem de miséria mais aguda, ou de desespero mais 
pungente...
Depois era fuga do Pedro, e aquela noite na estrada em que 
a mulher, estirada no chão, com o Duquinha de banda, todo 
o tempo arquejou, variando, sem sentido, como quem está pra 
morrer.
E ele de cócoras, junto dela, com os dois outros meninos 
agarrados nas pernas, não teve forças nem de mexer, de caçar um 
recurso, nem de, ao menos, tentar descobrir um rancho...
Agora, felizmente, estavam menos mal. O de que carecia era 
arranjar trabalho; porque a comadre Conceição bem via que o 
que davam no Campo mal chegava para os meninos.
Conceição concordou:
- Eu sei, eu sei, é uma miséria! Mas você assim, compadre, 
tão fraco, lá aguenta um serviço bruto, pesado, que é só o que há 
para retirante?!
Ele alargou os braços, tristemente:
- A natureza da gente é que nem borracha... Havendo preci-
são, que jeito? dá pra tudo...
Ela lembrou:
- Olhe, todo dia, você ou a comadre apareçam por aqui, e o 
que nós juntarmos, em vez de se dar aos
outros, guarda-se só pra você. E eu vou ver se arranjo alguma 
coisa que lhe sirva... Assim uma vendinha de água, hein, Mãe 
Nácia?
Dona Inácia ajeitou os óculos...
- Sim, uma venda de água... A questão é o animal...
A caridade da moça esbarrou no animal. Onde iria buscar um 
jumento? E ampliou mais vagamente as promessas:
- Um endereço qualquer... Há de se dar um jeito!
Duro e seco na sua cadeira, Chico Bento ouvia. Depois, len-
tamente, lembrou:
- E o Tauape, comadre?
Conceição acolheu com calor aquela lembrança oportuna:
- Ah! O Tauape! Lá, naturalmente, é fácil de se arranjar!
Chico Bento retificou:
Fácil não era não... Que ele tinha visto muitos, bem recomen-
dados, voltando porque não tinha mais ferramenta.
- Só se a comadre arranjasse um cartãozinho do bispo! Fi-
que certo. Vou e arranjo. Mais um ou dois dias, e você está no 
Tauape...
O vaqueiro levantou-se para ir embora.
Conceição cochichou com a avó, e entrou pelo corredor, gri-
tando:
- Espere aí, compadre! Tenho uma encomendazinha para 
você levar pros seus meninos...”
José lins do Rego
Paraibano, é considerado um dos melhores representantes da 
literatura regionalista do Modernismo. Em Recife, aproxima-se 
de José Américo de Almeida e de Gilberto Freire, intelectuais 
responsáveis pela divulgação do modernismo no nordeste e pela 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 24 03/04/2011 19:18:05
25 UECEVEST
LITERATURA
preocupação regionalista. Mais tarde tam-
bém conhece Graciliano Ramos, e depois 
vai para o Rio de Janeiro, onde participa 
ativamente da vida literária. Sua infância no 
engenho infl uenciou fortemente sua obra. 
Suas obras Menino de Engenho, Doidi-
nho, Banguê, Moleque Ricardo, Usina e Fogo 
Morto compõem o que se convencionou 
chamar de “ciclo da cana de açúcar”. Nessas 
obras J. L. Rego narra a gradativa decadên-
cia dos engenhos e a transformação pela qual passam a economia 
e a sociedade nordestinas. Sua técnica narrativa se mantém nos 
moldes tradicionais da literatura realista: linearidade, construção 
do personagem baseado na descrição dos caracteres, linguagem 
coloquial, registro da vida e dos costumes. O tom memorialista é o 
fi o condutor de uma literatura que testemunha uma sociedade em 
desagregação: a sociedade do engenho patriarcalista, escravocrata. 
As obras mais representativas dessa fase são Menino de Engenho 
e Fogo Morto. A primeira é a história de um menino, órfão de 
pai e mãe, que é criado no Engenho Santa Rosa, de seu avô José 
Paulino, típico representante do latifundiário nordestino. Há mo-
mento de grande emoção na obra, como a descrição da enchente, 
o castigo dos escravos, a descoberta da própria sexualidade. 
Fogo Morto é considerada suamelhor obra: dividida em três 
partes que se interrelacionam, compõe um quadro social e hu-
mano do Nordeste. Mestre José Amaro, seleiro, orgulhoso de sua 
profi ssão, sofre as pressões do coronel Lula de Holanda, senhor 
do Engenho Santa Fé, em decadência econômica. Antônio Silvi-
no, cangaceiro, é o terror da região e ataca os engenhos. O capitão 
Vitorino Carneiro da Cunha, lunático, é uma espécie de místico 
e profeta do sertão. 
Principais obras: Romances: Menino de Engenho (1932), 
Doidinho (1933), Banguê (1934), O Moleque Ricardo (1935), 
Usina (1936), Pureza (1937), Pedra Bonita (1938), Riacho Doce 
(1939), Água-mãe (1941), Fogo Morto (1943), Eurídice (1947), 
Cangaceiros (1953). Literatura infantil, memórias e crônicas: His-
tórias da Velha Totônia (1936), Gordos e Magros (1942), Seres e 
Coisas (1952), Meus Verdes Anos (1956).
Jorge Amado
Nasceu na zona cacaueira baiana 
e depois morou em Salvador, essas 
referências são fontes de inspiração 
para suas obras. Estreia com O País 
do Carnaval e, levado por Rachel de 
Queiroz, fi lia-se ao Partido Comu-
nista Brasileiro, por onde mais tarde 
torna-se deputado. Sofre perseguições 
políticas, exila-se e mais tarde é preso.
Na vasta fi cção de Jorge Amado 
convivem lirismo, sensualismo, misticismo, folclore, idealismo, 
engajamento político, exotismo. Esse painel, sem dúvida, bastan-
te rico, aliado a uma linguagem coloquial, fl uida, espontânea, 
aparentemente sem elaboração, tem sido responsável pela grande 
aceitação popular de sua obra. Além disso, seus heróis são mar-
ginais, pescadores, marinheiros, prostitutas e operários; todos os 
personagens de origem popular. Suas obras estão ambientadas no 
quadro rural e urbano da Bahia e seu aspecto documental a torna 
autenticamente regionalista. 
Podemos dividir assim a sua produção: 
•	 Romances proletários - retratam a vida urbana em Salvador, 
com forte coloração social, como é o caso de Suor, O país do 
Carnaval e Capitães da areia.
•	 Ciclo do cacau - seus temas são as fazendas de cacau de Ilhéus 
e Itabuna, a exploração do trabalhador rural e os exportadores a 
nova força econômica da região. Cacau, Terras do sem-fi m e São 
Jorge dos Ilhéus pertencem a esse ciclo. O próprio autor afi rma: 
“A luta do cacau tornou-me um romancista”.
•	 Depoimentos líricos e crônicas de costumes - essa fase, 
iniciada com Jubiabá e Mar morto, se consolidaria com Gabriela, 
cravo e canela (que, apesar de apresentar a zona cacaueira como 
cenário, é uma crônica de costumes), estendendo-se às últimas 
produções do autor.
Principais obras: Cacau; Capitães da Areia; Dona Flor e seus 
Dois Maridos; Gabriela, Cravo e Canela; Tereza Batista Cansada 
de Guerra; Suor; Tenda dos Milagres; Mar Morto; Tieta do Agreste; 
Tocaia Grande; A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água; O País 
do Carnaval.
Érico Veríssimo
Sua família rica foi à falência e o 
escritor teve que trabalhar sem possi-
bilidade de seguir estudos. Em Porto 
Alegre, entra em contato com a vida 
literária e inicia-se no jornalismo. 
Começa então a publicar contos e ro-
mances, entre os quais, Clarissa, que 
logo se tornou um sucesso. Viajou 
para vários países, lecionou Literatu-
ra Brasileira nos EUA e trabalhou na OEA. Voltando ao Brasil, 
dedica-se a escrever e produz uma vasta obra. 
Escritor de grandes dimensões, em sua produção se incluem 
romances, crônicas, literatura infantil. Os romances que com-
põem a trilogia O Tempo e o Vento (O Continente, O Retrato, 
O Arquipélago) traçam um painel histórico de várias gerações: 
desde a época colonial sucedem-se as lutas entre portugueses e 
espanhóis, farrapos e imperiais, maragatos e pica-paus (nomes dos 
partidos em guerra política). Duas famílias, os Terra Cambará e 
os Amaral, são durante dois séculos o fi o narrativo que unifi ca a 
história. Érico Veríssimo compõe uma verdadeira saga romanesca, 
com todas as suas características: guerras intermináveis, aventuras, 
amores, traições, gerações que se sucedem, criando um painel his-
tórico da comunidade rio-grandense e do próprio Brasil. A obra 
é uma aglutinação de novelas, onde ressaltam as fi guras épicas de 
Ana Terra e do Capitão Rodrigo Cambará. O estilo de Érico Verís-
simo é coloquial, poético, intimista. Sua técnica de construção é o 
contraponto: onde várias histórias se desenvolvem paralelamente, 
a ação concentrada e o dinamismo. Em suas últimas obras, como 
O Prisioneiro, O Senhor Embaixador e Incidente em Antares, de-
senvolveu a fi cção política, ambientada nos dias atuais.
Principais obras: Fantoches; Clarissa; Música ao Longe; Cami-
nhos Cruzados; Um Lugar ao Sol; Olhai os Lírios do Campo; Saga; 
O Resto é Silêncio; Noite; O Tempo e o Vento: O Continente, O Re-
trato, O Arquipélago; O Senhor Embaixador; Incidente em Antares; 
Aventuras de Tibicuera; Gato Preto em Campo de Neve.
Segunda geração modernista
Poesia
Operários - Tarsila do Amaral
Apostilas UECEVEST mod4.indb 25 03/04/2011 19:18:06
LITERATURA
26 UECEVEST
Estende-se de 1930 a 1945, sendo um período rico na pro-
dução poética e também na prosa. O universo temático se am-
plia e os artistas passam a preocupar-se mais com o destino dos 
homens, o estar-no-mundo. Durante algum tempo, a poesia das 
gerações de 22 e de 30 conviveram. Não se trata, portanto, de 
uma sucessão brusca. A maioria dos poetas de 30 absorveria parte 
da experiência de 22: liberdade temática, gosto da expressão atu-
alizada ou inventiva, verso livre, antiacademicismo.
A poesia prossegue a tarefa de purificação de meios e formas 
iniciada antes, ampliando a temática na direção da inquietação 
filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Au-
gusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de 
Andrade, ao tempo em que a prosa alargava a sua área de inte-
resse para incluir preocupações novas de ordem política, social e 
econômica, humana e espiritual. À piada sucedeu a gravidade de 
espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Uma geração 
grave, preocupada com o destino do homem e com as dores do 
mundo, pelos quais se considerava responsável, deu à época uma 
atividade excepcional.
O humor quase piadístico de Drummond receberia influen-
cias de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de 
Lima e Murilo Mendes apresentam certo espiritualismo que vi-
nha do livro de Mário Há uma gota de Sangue em cada Poe-
ma (1917). A geração de 30 não precisou ser combativa como a 
de 22. Eles já encontraram uma linguagem poética modernista 
estruturada. Passaram então a aprimorá-la e extrair dela novas 
variações, numa maior estabilidade. O Modernismo já estava di-
namicamente incorporado às práticas literárias brasileiras, sendo 
assim os modernistas de 30 estão mais voltados para o drama do 
mundo e para o desconcerto do capitalismo.
Carlos Drummond de Andrade
Mineiro, trabalha lecionando em 
Itabira e, em 45, trabalha na direto-
ria de um jornal comunista. Maior 
nome da poesia contemporânea, 
registrando a realidade cotidiana e 
os acontecimentos da época. Ironia 
fina, lucidez, e calma, traduzidos 
numa linguagem flexível, rica, mas 
rica de dimensões humanas. Suas 
poesias refletem os problemas do 
mundo e do ser humano diante dos regimes totalitários, da se-
gunda guerra mundial e da guerra fria. A poesia de Drummond 
apresenta uns momentos de esperança, mas prevalece a descrença 
diante do rumo dos acontecimentos. Nega formas de fuga da rea-
lidade, volta-se para o momento presente. Carlos Drummond de 
Andrade propõe a divisão temática de sua obra, numa seleção que 
faz para sua Antologia Poética: 
A 1ª fase (a fase gauche) tem como características o pessi-
mismo, o isolamento, o individualismo e a reflexão existen-
cial. Nota-se nesta fase um desencanto em relação ao mundo. 
A 2ª fase, chamada fase social, é marcada pela vontade do 
poeta de participar e tentar transformar o mundo, o pessimismo 
e o isolamento da 1ª fase é posto de lado. O poeta se solidariza 
com os problemas do mundo. 
A 3ª fase pode ser dividida em 2 momentos: poesiafilosófica 
e poesia nominal. Poesia Filosófica: textos que refletem sobre 
vários temas de preocupação universal como a vida e a morte. 
Poesia Nominal: repletas de neologismos e aliterações. 
A fase final (o tempo das memórias): Como o próprio nome 
já diz, as obras desta fase (década de 70 e 80), são cheias de recorda-
ções do poeta. Os temas infância e família são retomados e apro-
fundados além dos temas universais já discutidos anteriormente. 
Principais obras: Poesia: Alguma Poesia (1930);Brejo das 
Almas (1934);Sentimento do Mundo (1940); A Rosa do Povo 
(1945);Poesia até agora (1948); Claro Enigma (1951); Viola de 
Bolso (1952);Viola de Bolso Novamente Encordoada (1955); 
Poemas (1959);Boitempo (1968); Menino Antigo (1973); As 
Impurezas do Branco (1973);Discurso da Primavera e outras 
Sombras (1978).
Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Os Ombros Suportam o Mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
Apostilas UECEVEST mod4.indb 26 03/04/2011 19:18:06
27 UECEVEST
LITERATURA
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistifi cação.
Amar
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem fl or, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfi das ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta de amor, e na secura nossa 
amar a água implícita e o beijo tácito, e a sede infi nita.
Cecília Meireles
Órfã, carioca, foi criada pela avó 
e fez Magistério e lecionou Litera-
tura em várias universidades. Estreia 
com o livro Espectros (1919), par-
ticipando da corrente espiritualis-
ta, sob a infl uência dos poetas que 
formariam o grupo da revista Festa 
(neo-simbolista). 
Suas principais características são sensibilidade forte, inti-
mismo, introspecção, viagem para dentro de si mesma e cons-
ciência da transitoriedade das coisas (tempo = personagem 
principal). Para ela, as realidades não são para se fi losofar, são 
inexplicáveis, basta vivê-las.
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, / assim calmo, assim triste, 
assim magro, / nem estes olhos tão vazios, / nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, / tão paradas e frias e mor-
tas; / eu não tinha este coração / que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, / tão simples, tão certa, tão fácil: 
- Em que espelho fi cou perdida a minha face? 
Flor de Poemas
Assim sua obra apresenta uma atmosfera de sonho, fantasia,em 
contraste com solidão e padecimento. Linguagem simbólica, com 
imagens sugestivas e constantes apelos sensoriais (metáforas, si-
nestesias, aliterações e assonâncias).
“Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas, 
entre sigilo e espionagem 
acontece a Inconfi dência. 
Liberdade, ainda que tarde 
ouve-se em redor da mesa. 
E a bandeira já está viva
e sobe na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus - pois se atreveram 
a falar em Liberdade.
Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta 
que não há ninguém que explique 
e ninguém que não entenda.” 
Romanceiro da Inconfi dência
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifi co,
se permaneço ou me desfaço
- não sei, não sei, Não sei se fi co
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Meireles, Cecília. In: Flor de poemas. 6. ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984. p. 63.)
Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.
Mas a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só – no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
| que além do tempo me leva.
Só – na treva,
fi co: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Principais obras: Poesia: Espectros (1919), Viagem (1939), 
Vaga Música (1942), Retrato Natural (1949), Romanceiro da 
Inconfi dência (1953), A Rosa (1957), Poemas Escritos na Índia 
(1962) Antologia Poética (1963), Ou isto ou Aquilo (1965).
Apostilas UECEVEST mod4.indb 27 03/04/2011 19:18:06
LITERATURA
28 UECEVEST
Vinícius de Moraes
 Marcus Vinícius da Cruz 
de Mello Moraes nasceu em 
19 de outubro de 1913, no 
Rio de Janeiro. Hei-lo segun-
do suas próprias palavras: “ca-
pitão-do-mato, poeta, diplo-
mata, o branco mais preto do 
Brasil. Saravá”. Morreu em 9 
de julho de 1980, no Rio de Janeiro. Carioca conhecido como Poe-
tinha, participou também da MPB desde a Bossa-nova até sua mor-
te. Assim como Cecília, inicia sua carreira ligado ao neo-simbolismo 
da corrente espiritualista e também a renovação católica de 30.
Vários de seus poemas apresentam tom bíblico, mas há, con-
comitantemente, um sensualismo erótico. Essa dualidade acen-
tua a contradição entre o prazer da carne e a formação religiosa. 
Valoriza o momento com presença de imediatismos (de repente 
constante). Temática constante o jogo entre felicidade e infelici-
dade, onde muitas vezes associa a inspiração poética com a tris-
teza, sem abandonar o social. Seus poemas com temática social, 
como “Operário em construção”, alcançaram o mesmo grau de 
popularidade que suas composições voltadas para o amor. Tam-
bém é necessário salientar a importante participação de Viníciusna evolução da música popular brasileira a partir da bossa-nova, 
no fi nal dos anos 50.
Principais obras: Poesia: O Caminho para a Distância 
(1933), Forma e Exegese (1935), Novos Poemas (1938), Cinco Ele-
gias (1943), Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Livro de Sonetos 
(1956).Teatro: Orfeu da Conceição (1954).
Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento 
Que de olho desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 
De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 
Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente.
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fi m de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infi nito enquanto dure.
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afi m, de um calmo amor, prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfi m, como grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
 
Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
 E X E R C í C I O
01. (ITA/SP) O romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, 
publicado em 1934, é narrado em primeira pessoa pelo narrador-
personagem Paulo Honório, que decide escrever o livro em deter-
minada altura da sua vida. O principal motivo que levou Paulo 
Honório a escrever a sua história foi 
a) o desejo de mostrar como ele conseguiu, com enorme 
esforço, tornar-se um proprietário rural bem sucedido, 
apesar de sua origem extremamente humilde. 
b) o desejo de mostrar como se formavam os confl itos políticos 
e sociais no interior do Nordeste brasileiro, tema recorrente 
na fi cção da chamada “Geração de 30”. 
c) a tristeza que toma conta dele depois que a fazenda São 
Bernardo deixa de ser produtiva, o que ela tinha sido graças 
ao seu empenho. 
d) tentar compreender o que teria levado Madalena ao fi m 
trágico da sua existência, bem como as razões de a vida 
conjugal deles não ter se realizado como ele gostaria.
02. (UFV- MG) O romance regionalista dos anos 30, em cuja 
temática insere-se a obra Fogo Morto, abordou as questões socio-
econômicas do Nordeste brasileiro. Dentre as seguintes alterna-
tivas, apenas uma NÃO confi rma a declaração acima. Assinale-a: 
a) Enquanto o desenvolvimento industrial deixou suas marcas 
na fase heróica do movimento modernista, o romance 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 28 03/04/2011 19:18:07
29 UECEVEST
LITERATURA
nordestino dos anos 30 privilegiou as heranças culturais do 
Brasil rural. 
b) O enredo de Fogo Morto é de natureza documental, 
confi rmando a abolição da escravatura como um dos fatores 
preponderantes para o declínio da sociedade patriarcal 
brasileira. 
c) O personagem do romance regionalista da década de 30, 
não conseguindo vencer as adversidades de um destino 
hostil, evadiu-se no tempo e no espaço em busca de 
aventuras amorosas e sentimentais. 
d) Fogo Morto insere-se na temática social do “romance de 
30”, consolidando o escritor José Lins do Rego como o 
romancista que melhor retratou a decadência dos senhores 
dos engenhos da cana-de-açúcar. 
03. (UFV-MG) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernar-
do, de Graciliano Ramos: 
I. “Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de 
Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. 
Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões”. 
II. “Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava 
aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava, 
bastante satisfeito”. 
III. “João Nogueira queria o romance em língua de Camões, 
com períodos formados de trás para diante”. 
IV. “Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? 
Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com 
inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um 
vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar 
dissabores! Será? Não será?”. 
V. “Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A 
literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata 
de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é 
outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia”. 
Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o 
exercício de metalinguagem em São Bernardo: 
a) III e V. c) I e IV. 
b) I e II. d) III e IV. 
04. (UFV-MG) Graciliano Ramos foi um dos principais repre-
sentantes da geração de escritores que surgiu na década de 1930. 
Sobre sua obra se pode afi rmar que: 
a) Rompeu com a geração de 1922, recusando as principais 
conquistas do modernismo. 
b) Deu continuidade ao projeto modernista, enveredando pelo 
caminho da experimentação estética. 
c) Inaugurou uma nova tendência estética na literatura 
brasileira: o regionalismo. 
d) Retomou algumas características da prosa realista, para 
desenvolver uma literatura mais social. 
05. (UPE) Apenas no século XX, as vozes femininas fi zeram-se 
ouvir ofi cialmente na Literatura brasileira, em obras de estilos 
e gêneros diferentes. Entre elas, três das mais conhecidas estão 
citadas abaixo. Correlacione essas autoras com algumas das carac-
terísticas de suas obras. 
1. Clarice Lispector. 
2. Rachel de Queirós. 
3. Cecília Meireles. 
( ) Sua fi cção introspectiva e nebulosa apresenta fi gurantes 
vencidos pelo mundo exterior e pelo fato objetivo e se situa, 
sempre, em ambientes urbanos. 
( ) Em sua poesia, delicada e intimista, canta a perda amorosa e 
a solidão. É considerada como neo–simbolista. 
( ) Em suas narrativas valorizou, com linguagem coloquial, o 
universo regional nordestino e a experiência da vida rural. 
A sequência correta é: 
a) 1, 2, 3 c) 3, 2, 1
b) 2, 1, 3 d) 1, 3, 2
06. (UNIFOR-CE) Considerando-se as características mais marcan-
tes de prosadores da chamada “geração de 30”, é correto afi rmar que: 
a) os contos e romances de Clarice Lispector e Guimarães Rosa 
podem ilustrar a valorização dos costumes e da cultura regional.
b) o romance Angústia, de Graciliano Ramos, desenvolve tema 
muito semelhante ao do romance Menino de Engenho, de 
José Lins do Rego.
c) Jorge Amado e José Lins do Rego manifestaram preocupação 
em caracterizar aspectos culturais, sociais e econômicos de 
suas respectivas regiões.
d) os impulsos da memória pessoal são fundamentais para a 
construção de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e para a 
elaboração de Capitães da Areia, de Jorge Amado.
07. (UNIFOR-CE) Caso se queira encontrar dentro da litera-
tura informações sobre a vida nos engenhos de cana-de-açúcar 
nordestinos, ou sobre a infl uência da economia cacaueira na vida 
das pessoas, ou sobre a atuação política dos velhos coroneise dos 
cangaceiros, tais informações podem ser colhidas na fase de nossa 
literatura reconhecida como a:
a) da geração de 45.
b) do romance de 30.
c) do regionalismo naturalista.
d) do regionalismo romântico.
08. (UFSE) Referindo-se à “geração de 30”; um crítico considera: 
“A prosa de fi cção encaminhada para o ‘realismo bruto’ de Jorge 
Amado, de José Lins do Rego, de Érico Veríssimo e, em parte, de 
Graciliano Ramos, benefi ciou-se amplamente da ‘descida’ à lin-
guagem oral, aos brasileirismos léxicos, e sintáticos, que a prosa 
modernista tinha preparado.”
De acordo com essa consideração, é correto afi rmar que:
a) Rubem Fonseca e Clarice Lispector são autores diretamente 
infl uenciados por Macunaíma e Memórias Sentimentais de 
João Miramar.
b) os romances do “ciclo da cana-de-açúcar” e do “ciclo do cacau” 
devem algo de sua linguagem a conquistas do Modernismo.
c) as realidades regionais do país tornaram-se temas literários 
somente a partir de Menino de Engenho e Gabriela, Cravo e 
Canela.
d) as obras de Monteiro Lobato e de Lima Barreto refl etem as 
opções estéticas trabalhadas por Mário de Andrade e Oswald 
de Andrade.
09. (UFSE)
“Epigrama nº 10
A minha vida se resume,
desconhecida e transitória,
em contornar teu pensamento,
sem levar dessa trajetória
nem esse prêmio de perfume
que as fl ores concedem ao vento.”
No poema acima de Cecília Meireles, o tema, muito característi-
co da autora, é:
a) a transitoriedade da vida e o desejo de evasão; as estrofes são 
regulares, com versos livres.
b) a transitoriedade e a inconsequência da vida: as estrofes são 
regulares, com versos livres.
c) o desejo de evasão e de utopia; os versos são redondilhas 
maiores, brancos.
d) a transitoriedade e a inconsequência da vida; os versos são 
octossílabos rimados.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 29 03/04/2011 19:18:07
LITERATURA
30 UECEVEST
10. U. Uberaba-MG
I
“Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.”
II
“Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.”
III
“Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?”
Com base na leitura dos fragmentos acima, do poeta Carlos 
Drummond de Andrade, julgue verdadeiras (V) ou falsas (F) as 
afi rmativas abaixo:
I. ( ) Sua poesia tem várias faces, ora mostra o desajuste 
do eu-lírico diante do mundo, ora se volta para as suas 
raízes ancestrais, ora tematiza o amor em seus encontros e 
desencontros.
II. ( ) O primeiro fragmento exprime o sentimento de quem 
vem na contramão, reforçado pelo adjetivo “torto” e pelo 
galicismo gauche.
III. ( ) No segundo fragmento, Drummond demonstra 
desprezo pela terra natal que o tornou triste. Angustiado, 
o poeta acredita que a saída para a problemática existencial 
reside na lembrança de Itabira.
IV. ( ) No terceiro fragmento, o poeta não vê o amor como 
algo inevitável: mesmo diante desse sentimento acredita no 
poder de opção e no livre arbítrio do homem.
A sequência correta é:
a) F / V / V / V. c) V / F / V / V.
b) V / V / F / F. d) F / V / F / F.
11. (ENEM) Leia estes poemas.
Auto-retrato 
“Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte
E até mesmo escrevendo crônicas 
Ficou cronista de província; 
Arquiteto falhado, músico
alhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou fi losofi a; 
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profi ssão
Um tísico profi ssional.” 
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.
Poema de sete faces 
“Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos. 
[...] 
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo, 
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo 
mais vasto é o meu coração.” 
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 
1964. p. 53.
Esses poemas têm em comum o fato de 
a) descreverem aspectos físicos dos próprios autores. 
b) refl etirem um sentimento pessimista. 
c) terem a doença como tema. 
d) narrarem a vida dos autores desde o nascimento. 
12. (ENEM)
No verso “Meu Deus, por que me abandonaste” do texto 2, 
Drummond retoma as palavras de Cristo, na cruz, pouco antes 
de morrer. Esse recurso de repetir palavras de outrem equivale a:
a) emprego de termos moralizantes.
b) uso de vício de linguagem pouco tolerado.
c) repetição desnecessária de ideias.
d) emprego estilístico da fala de outra pessoa.
e) uso de uma pergunta sem resposta.
13. (ENEM)
Pequenos tormentos da vida 
De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida 
os meninos, 
as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai inventando 
preguiçosamente uma história sem fi m...Sem fi m é a aula: e 
nada acontece, 
nada...Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se 
ao menos um 
avião entrasse por uma janela e saísse por outra! 
(Mário Quintana. Poesias) 
Na cena retratada no texto, o sentimento do tédio: 
a) provoca que os meninos fi quem contando histórias. 
b) leva os alunos a simularem bocejos, em protesto contra a 
monotonia da aula. 
c) acaba estimulando a fantasia, criando a expectativa de algum 
imprevisto mágico. 
d) prevalece de modo absoluto, impedindo até mesmo a 
distração ou o exercício do pensamento. 
e) decorre da morosidade da aula, em contraste com o 
movimento acelerado das nuvens e das moscas. 
Textos para as questões 14 e 15
Texto I
Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o segurava 
era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, 
suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo 
não lhe pisava o pé não.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 30 03/04/2011 19:18:08
31 UECEVEST
LITERATURA
(...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria 
continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de 
varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando cresces-
sem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, 
maltratados, machucados por um soldado amarelo.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, im-
permeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorpo-
ração dessa fi gura no campo da fi cção. É lidando com o impasse, 
ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, 
elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma 
constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, 
mas não se identifi cam. Em grande medida, o debate acontece 
porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o 
pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda 
é visto como um ser humano de segunda categoria, simples de-
mais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O 
que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que 
controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que 
essas pessoas seriam plenamente capazes.
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, 
p. 254.
14. A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações 
do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 
1930, avalie as seguintes afi rmativas.
I. O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo 
regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista 
privilegiado do romance social de 30.
II. A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a 
tendência da fi cção brasileira da década de 30 de tentar superara grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
III. Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 
conseguiram, com suas obras, modifi car a posição social do 
sertanejo na realidade nacional.
É correto apenas o que se afi rma em:
a) I. d) I e II.
b) II. e) II e III.
c) III. 
15. No texto II, verifi ca-se que o autor utiliza:
a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, 
na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o 
personagem popular.
b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem 
formal, dirige-se diretamente ao leitor. 
c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma 
história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca.
d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto 
literário em prosa, para analisar determinado momento da 
literatura brasileira.
e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre 
literatura, valendo-se de coloquialismo, para facilitar o 
entendimento do texto.
16. (ENEM)
A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era 
um acontecimento para a meninada... Que talento ela possuía 
para contar as suas histórias, com um jeito admirável de falar em 
nome de todos os personagens, sem nenhum dente na boca, e 
com uma voz que dava todos os tons às palavras!
Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinha-
ções. E muito da vida, com as suas maldades e as suas grandezas, 
a gente encontrava naqueles heróis e naqueles intrigantes, que 
eram sempre castigados com mortes horríveis! O que fazia a ve-
lha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus 
descritivos. Quando ela queria pintar um reino era como se esti-
vesse falando dum engenho fabuloso. Os rios e fl orestas por onde 
andavam os seus personagens se pareciam muito com a Paraíba 
e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho 
de Pernambuco.
José Lins do Rego. Menino de Engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 49-
51 (com adaptações).
Na construção da personagem “velha Totonha”, é possível iden-
tifi car traços que revelam marcas do processo de colonização e de 
civilização do país. Considerando o texto acima, infere-se que a 
velha Totonha:
a) tira o seu sustento da produção da literatura, apesar de 
suas condições de vida e de trabalho, que denotam que ela 
enfrenta situação econômica muito adversa.
b) compõe, em suas histórias, narrativas épicas e realistas da 
história do país colonizado, livres da infl uência de temas e 
modelos não representativos da realidade nacional.
c) retrata, na constituição do espaço dos contos, a civilização 
urbana europeia em concomitância com a representação 
literária de engenhos, rios e fl orestas do Brasil.
d) aproxima-se, ao incluir elementos fabulosos nos contos, 
do próprio romancista, o qual pretende retratar a realidade 
brasileira de forma tão grandiosa quanto a europeia.
e) imprime marcas da realidade local a suas narrativas, que têm 
como modelo e origem as fontes da literatura e da cultura 
europeia universalizada.
17. (ENEM)
Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem al-
ternando a sua maneira de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas 
décadas do século XVIII e no início do século XIX, os artistas 
criaram obras em que predominam o equilíbrio e a simetria de 
formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado pela imagem 
da respeitabilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo. 
Esses artistas misturaram o passado ao presente, retratando os 
personagens da nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e 
histórias cheias de vigor.
RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.
Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, gra-
fi smo e até ilustrações de livros para compor obras em que se 
misturam personagens de diferentes épocas, como na seguinte 
imagem:
a) 
 
 Romero Brito.
 “Gisele e Tom”.
 
b) 
 Andy Warhol.
 “Michael Jackson”.
 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 31 03/04/2011 19:18:08
LITERATURA
32 UECEVEST
c) 
 Funny Filez.“Monabean”.
 
d) 
 Andy Warhol.
 “Marlyn Monroe”.
 
e) 
 Pablo Picasso. “Retrato
 de Jaqueline Roque com 
 as Mãos Cruzadas”.
 
18. (ENEM)
O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança po-
pular e folclórica é uma forma de representar a cultura regional, 
pois retrata seus valores, crenças, trabalho e signifi cados. Dançar 
a cultura de outras regiões é conhecê-la, é de alguma forma se 
apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007.
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é 
obra de um povo que a cria, recria e a perpetua. Sob essa aborda-
gem deixa-se de identifi car como dança folclórica brasileira:
a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde 
personagens contam uma história envolvendo crítica social, 
morte e ressurreição.
b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos 
religiosos a celebrações de origens pagãs envolvendo as 
colheitas e a fogueira.
c) o Congado, que é uma representação de um reinado 
africano onde se homenageia santos através de música, 
cantos e dança.
d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários 
outros profi ssionais para contar em forma de espetáculo.
e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano 
é utilizado com o objetivo de contar ou recriar uma história 
nos desfi les.
G A B A R I T O
01. d 02. c 03. a 04. d 05. d 06. c
07. b 08. b 09. d 10. b 11. b 12. d
13. c 14. d 15. a 16. e 17. c 18. d
MODERNISMO BRASIlEIRO
(TERCEIRA GERAçãO)
Desenhando-se, de Maurits Cornelis Escher
1945. Fim da II Guerra Mundial, início da Era Atômica com 
as explosões de Hiroxima e Nagasáqui. A crença numa paz dura-
doura manifesta-se na criação da Organização das Nações Unidas 
(ONU). Mais tarde, é publicada a Declaração dos Direitos do Ho-
mem. Logo depois, tem início a Guerra Fria, período marcado 
pela hostilidade e permanente tensão política entre as grandes 
potências mundiais.
1945. Fim da ditadura de Getúlio Vargas, início da redemo-
cratização brasileira. Convocam-se eleições gerais, os candidatos 
apresentam-se, os partidos são legalizados, sem exceção. Logo 
depois, inicia-se um novo tempo de perseguições políticas, ile-
galidades, exílios.
A literatura brasileira também passa por profundas alterações, 
surgindo manifestações que representam muitos passos adiante 
e, outras, um retrocesso. O tempo; excelente crítico literário, 
encarrega-se da seleção.
A prosa, tanto nos romances quanto nos contos, segue o ca-
minho já trilhado por alguns autores da década de 30, em busca 
de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, intros-
pectiva, com destaque especial para Clarice Lispector. Ao mes-
mo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com a 
produção fantástica de João Guimarães Rosa e sua recriação dos 
costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do 
jagunço do Brasil Central.
Na poesia, a partir de 1945 ganha corpo uma geração de po-
etas que se opõe às conquistas e às inovações dos modernistas 
de 1922. A nova proposta é defendida inicialmente pela revista 
Orfeu, cujo primeiro número, lançado na primavera de 1947, 
afi rma, entre outras coisas:
“Uma geração só começa a existir no dia em que não acredita 
nos que a precederam, e só existe realmente no dia em que dei-
xam de acreditar nela.”
Assim é que, negando a liberdade formal, as ironias, as sáti-
ras e outras “brincadeiras” modernistas, os poetas de 45 se de-
dicam a uma poesia mais “equilibrada e séria”, distante do que 
eles chamam de “primarismo desabonador” de Mário de Andrade 
e Oswald de Andrade. A preocupação primordial é o “restabe-
lecimento da forma artística e bela”, os modelos voltando a ser 
parnasianistas e, simbolistas. Esse grupo, chamado de Geração de 
45, é formado entre outros poetas, por Lêdo Ivo, Péricles Eugênio 
da Silva Ramos, Geir Campos e Darcy Damasceno.Entretanto, o fi nal dos anos 40 revela um dos mais importan-
tes poetas da nossa literatura, não fi liado esteticamente a nenhum 
grupo e aprofundador das experiências modernistas anteriores: 
João Cabral de Melo Neto. Contemporâneos a ele e apresentando 
alguns pontos de contato com sua obra, devem ser citados ainda 
Ferreira Gullar e Mauro Mota.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 32 03/04/2011 19:18:09
33 UECEVEST
LITERATURA
Clarice lispector
Clarice Lispector nasceu em 
Tchetchelnik, Ucrânia, em 10 de de-
zembro de 1925. Com dois meses de 
idade, veio com a família para o Brasil 
(Recife). 
Em 1937, transferiu-se para o Rio 
de Janeiro, onde cursou o secundário; 
iniciou o curso de Direito. Estudante 
ainda, escreveu seu primeiro roman-
ce, Perto do coração selvagem, publicado em 1944. Acompanhou 
o marido em viagens à Itália, à Suíça e aos Estados Unidos. Re-
tornou ao Rio de Janeiro na década de 1950. Morreu em 9 de 
dezembro de 1977.
Clarice Lispector é o principal nome de uma certa tendência 
intimista da moderna literatura brasileira. O principal eixo de sua 
obra é o questionamento do ser, o “estar no mundo”, a pesqui-
sa do ser humano, resultando daí o chamado romance intros-
pectivo. “Não tem pessoas que cosem para fora? Eu coso para 
dentro”, assim explicava a autora seu ato de escrever. Nesse eterno 
questionar, a obra da romancista apresenta uma certa ambiguida-
de, um jogo de antíteses entre o “eu” e o “não-eu”, entre o ser e o 
não-ser, já notado, de outra forma, na obra de Guimarães Rosa. 
Signifi cativa é a epígrafe do romance A paixão segundo G.H.:
“Uma vida completa pode acabar numa identifi cação tão ab-
soluta com o não-eu que não haverá mais um eu para morrer.”
No plano da linguagem, também se percebe em Clarice Lis-
pector uma certa preocupação com a revalorização das palavras: 
dá-lhes uma roupagem nova, explorando os limites do signifi -
cado, trabalhando metáforas e aliterações. Manifesta, inclusive, 
uma preocupação muito grande com aquilo que não está escrito 
em palavras, mas sim nas entrelinhas. A própria Clarice escreveu:
“Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem 
com palavras as entrelinhas. O melhor ainda não foi escrito. O 
melhor está nas entrelinhas.”
Ainda segundo a autora:
“O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de 
minha linguagem. Só quando falha a construção é que obtenho 
o que ela conseguiu.”
Essa literatura introspectiva, intimista, busca fi xar-se na cri-
se do próprio indivíduo, em sua consciência e inconsciência. 
No entanto, em A hora da estrela, Clarice Lispector trilha ou-
tros caminhos ao produzir um texto que apresenta dois eixos: o 
drama de Macabéa, pobre moça alagoana engolida pela cidade 
grande, e o drama do narrador, duelando com as palavras e os 
fatos. Poderíamos afi rmar que se trata de uma narrativa de ca-
ráter social e, ao mesmo tempo, uma profunda e angustiada 
refl exão sobre o ato de escrever. O crítico Eduardo Portella che-
gou a questionar se A hora da estrela não estaria revelando uma 
nova Clarice Lispector, “exterior e explícita”, para concluir que 
“a moça alagoana é um substantivo coletivo” por personifi car 
um drama em que ela deixa de ser o transeunte anônimo, solitá-
rio e inconsequente, para adquirir o sentido incômodo de uma 
provocação em aberto.
Elementos inovadores da obra de Clarice
•	 quebra da estrutura dos tradicionais gêneros narrativos: sua 
narrativa subverte com frequência a estrutura dos tradicionais 
gêneros narrativos (o conto, a novela, o romance), quebra a se-
quência “começo, meio e fi m”, assim como a ordem cronológi-
ca e funde a prosa à poesia, ao fazer uso constante de imagens, 
metáforas, antíteses, paradoxos, símbolos, sonoridades, etc. 
•	 fl uxo de consciência: é uma experiência mais radical do que 
a introspecção psicológica (memória, momento presente ou 
momento de imaginação) já praticada por diversos escritores, 
desde o realismo até o século XIX.
O fl uxo da consciência quebra os limites espaço-temporais 
que torna a obra verossímil (semelhante à verdade), de modo que 
presente e passado, realidade e desejo misturam-se. Como se fos-
sem as imagens captadas por uma câmera instalada no cérebro da 
personagem que deixa o pensamento solto, o fl uxo da consciência 
cruza vários planos narrativos, sem preocupação com a lógica ou 
com a ordem narrativa. 
• epifania: o termo epifania é emprestado da religião e signifi -
ca “revelação”. Esse processo pode ser debelado por qualquer 
fato banal do cotidiano: um encontrão, um beijo, um olhar, 
um susto. A personagem, mergulhada num fl uxo de consciên-
cia, passa a ver o mundo e a si mesma de outro modo. É como 
se tivesse tido, de fato, uma revelação e, a partir dela, passasse 
a ter uma visão mais aprofundada da vida, das pessoas, das 
relações humanas, etc. De modo geral, esses momentos epi-
fânicos são dilacerantes e dão origens a rupturas de valores, a 
questionamentos fi losófi cos e existenciais, permitindo a apro-
ximação de realidades opostas, tais como nascimento e morte, 
bem e mal, amor e ódio, matar ou morrer por amor, seduzir 
e ser seduzido, etc.
•	 perfi s femininos: Clarice Lispector nunca aceitou o rótulo de 
escritora feminista. Apesar disso, muitas de suas obras, roman-
ces e contos têm como protagonistas personagens femininas, 
quase sempre situadas em centros urbanos.
•	 universalismo: o ponto de partida de sua literatura é o da ex-
periência pessoal e o ambiente familiar. Contudo, Clarice ex-
trapola os limites desse universo; seus temas, no conjunto, são 
essencialmente humanos e universais, como a relação entre o eu 
e o outro, as falsidades das relações humanas, a condição social 
da mulher, o esvaziamento das relações familiares e, sobretu-
do, a própria linguagem – única forma de comunicação com 
o mundo. 
Principais obras: Romances: Perto do Coração Selvagem 
(1944); O Lustre (1946); A Cidade Sitiada (1949); A Maçã no 
Escuro (1961); A Paixão segundo G. H. (1964); Uma Aprendizagem 
ou Livro dos Prazeres (1969); Água Viva (1973); Novela: A Hora 
da Estrela (1977). Contos: Alguns Contos (1952); Laços de Famí-
lia (1960); A Legião Estrangeira (1964); Felicidade Clandestina 
(1971), Imitação da Rosa (1973), A Via - Crucis do Corpo (1974); 
A Bela e a Fera (1979). Entrevista: De Corpo Inteiro. Literatura in-
fantil: Mistério do Coelhinho Pensante (1967); A Mulher que Matou 
os Peixes (1969); A Vida Íntima de Laura (1974), Quase de Verdade.
Fragmento de A Hora da Estrela
 
A Hora da Estrela
A culpa é minha
ou
A hora da estrela
ou
Ela que se arranje
ou
O direito ao grito
ou
- Quanto ao futuro -
ou
Lamento de um blue
ou
Ela não sabe gritar
ou
Uma sensação de perda
ou
Assovio no vento escuro
ou
Eu não posso fazer nada
Apostilas UECEVEST mod4.indb 33 03/04/2011 19:18:10
LITERATURA
34 UECEVEST
ou
Registro dos fatos antecedentes
ou
História lacrimogênea de cordel
ou
Saída discreta pela porta dos fundos
[...]
Havia coisas que não sabia o que significavam. Uma era “efe-
méride”. E não é que seu Raimundo só mandava copiar com sua 
letra linda a palavra efemérides ou efemérica? Achava o termo 
efemírides absolutamente misterioso. Quando o copiava prestava 
a tenção a cada letra. Glória era estenógrafa e não só ganhava mais 
como não parecia se atrapalhar com as palavras difíceis das quais 
o chefe tanto gostava. Enquanto isso a mocinha se apaixonara 
pela palavra efemérides.
Maio, mês das borboletas noivas flutuando em brancos véus. 
Sua exclamação talvez tivesse sido um prenúncio do que ia acon-
tecer no final da tarde desse mesmo dia: no meio da chuva abun-
dante encontrou (explosão) a primeira espécie de namorado de 
sua vida, o coração batendo como se ela tivesse englutido um 
passarinho esvoaçante e preso. O rapaz e ela se olharam por en-
tre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da 
mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto 
molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo par torná-lo 
imediatamente sua goiaba-com-queijo.
Ele...Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a 
emocionou, perguntou-lhe:
- E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
- Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que 
ele mudasse de ideia.
- E, se me permite, qual é mesmo sua graça?
- Macabéa.
- Maca - o quê?
- Bea, foi ela obrigada a completar.
- Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
- Eu também acho esquisito mas minha mãe botou ele por 
promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um 
ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu 
preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome 
que ninguém tem mas parece que deu certo – parou um instante 
retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pu-
dor – pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
- Também no sertão da Paraíba promessa é questão de gran-
de dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa 
e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde es-
tavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e 
pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse 
uma ruptura, disse ao recém-namorado:
- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fini-
nha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos se darem as mãos 
caminhavam na chuva que na cara de Macabéa pareciam lágrimas 
escorrendo.
Da terceira vez em que se encontraram - pois não é que estava 
chovendo? - o rapaz, irritado e perdendo o leve verniz de finura 
que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:
- Você também só sabe é mesmo chover!
- Desculpe.
Guimarães Rosa
Mineiro, formou-se em Medicina e clinicou pelo interior, foi 
ministro e pela carreira diplomática esteve em Hamburgo, Bogotá e 
Paris. Foi eleito membro da ABL e faleceu 3 dias depois de sua posse.
A obra de G. Rosa é extre-
mamente inovadora e original. 
Seu livro, Sagarana (1946), vem 
colocar uma espécie de marco 
divisor na literatura moderna 
do Brasil: é uma obra que se 
pode chamar de renovadora da 
linguagem literária. Seu expe-
rimentalismo estético, aliando 
narrativas de cunho regionalis-
ta a uma linguagem inovadora e transfigurada, veio transformar 
completamente o panorama da nossa literatura.
O livro Grande Sertão: Veredas (1956), romance narrado em 
primeira pessoa por Riobaldo num monólogo ininterrupto onde 
o autor e o leitor parecem ser os ouvintes diretos do personagem, 
G. Rosa recuperou a tradição regionalista, renovando-a. Há um 
clima fantástico na narrativa: Riobaldo conta suas aventuras de 
jagunço que quer vingar a morte de seu chefe, Joca Ramiro, as-
sassinado pelo bando de Hermógenes.
Sua narrativa é entremeada por reflexões metafísicas em torno 
dos acontecimentos e dois fatos se repropõem constantemente: 
seu pacto com o Diabo e seu amor por Diadorim (na verdade, 
Deodorina, filha de Joca Ramiro, disfarçada de jagunço). As 
dúvidas de Riobaldo têm raízes místicas e sua narrativa torna-se 
então não mais um documento regionalista, mas uma obra de 
caráter universal, que toca em problemas que inquietam todos os 
homens: o significado da existência, as dimensões da realidade. 
Mas não é só isto que é novo em G. Rosa: sua linguagem é extre-
mamente requintada.
Recuperando as matrizes arcaicas da língua portuguesa e 
fundindo-as com a fala sertaneja, G. Rosa chega a criar um lin-
guajar mítico, onde o novo e o primitivo perdem as dimensões 
tornando-se um linguajar ao mesmo tempo real e irreal, pessoal 
e universal. Arcaísmos, neologismos, rupturas, fusões, toda uma 
técnica elaboradíssima que torna seu discurso literário ímpar em 
toda a nossa literatura. 
Grande Sertão: Veredas e as novelas de Corpo de Baile in-
cluem e revitalizam recursos da expressão poética: células rítmi-
cas, aliterações, onomatopeias, ousadias mórficas, elipses, cortes 
e deslocamentos de sintaxe, vocabulário insólito, arcaico ou neo-
lógico, associações raras, metáforas, anáforas, metonímias, fusão 
de estilos.
Principais obras: Sagarana (1946), Corpo de Baile (depois 
desdobrado em Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá no Pi-
nhém, Noites do Sertão, 1956), Grande Sertão: Veredas (1956), 
Primeiras Estórias (1962), Tutameia - Terceiras Estórias (1967): 
Estas Estórias (1969), Ave, Palavra (1970).
Fragmento de Grande sertão: Veredas
“A senvergonhice reina, tão leve e leve pertencidamente, que 
por primeiro não se crê no sincero sem maldade. Está certo, sei. 
Mas ponho minha fiança: homem muito homem que fui, e ho-
mem por mulheres! - nunca tive inclinação pra aos vícios desen-
contrados. Repilo o que, o sem preceito. Então - o senhor me 
perguntará - o que era aquilo? Ah, a lei ladra, o poder da vida. 
Direitinho declaro o que, durante todo tempo, sempre mais, às 
vezes menos, comigo se passou. Aquela mandante amizade. Eu 
não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu 
gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Diga o senhor: como um 
feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada 
me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 34 03/04/2011 19:18:11
35 UECEVEST
LITERATURA
sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mes-
mo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. 
E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, 
desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a 
vontade de chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o 
cheiro do corpo dele, dos braços, que às vezes adivinhei insensa-
tamente - tentação dessa eu espairecia, aí rijo comigo renegava. 
Muitos momentos. Conforme, por exemplo, quando eu me lem-
brava daquelas mãos, do jeito como se encostavam em meu rosto, 
quando ele cortou meu cabelo. Sempre. Do demo: Digo? Com 
que entendimento eu entendia, com que olhos era que eu olhava? 
Eu conto. O senhor vá ouvindo. Outras artes vieram depois”
João Cabral de Melo Neto
Pernambucano, passa a infância 
em engenhos de açúcar em contato 
com a terra e o povo (o que desper-
tou seu interesse pelo folclore nor-
destino e pela literatura de cordel), 
com a palavra escrita (livros e jor-
nais, desde os dois anos de idade) e 
a parentela ilustre e culta (primo de Manuel Bandeira e Gilberto 
Freire). É eleito por unanimidade para a ABL (1969)
Estreou em 1942 com Pedra do Sono de forte infl uência de 
Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. Ao publicar 
O Engenheiro, em 1945, traça os rumos defi nitivos de sua obra. 
Em 1956, escreve o poema dramático Morte e Vida Severina, que, 
encenado em 1966, com músicas de Chico Buarque, consagra-o 
defi nitivamente.
Só pertenceria à Geração de 45 se levado em conta o critério 
cronológico; pois esteticamente afasta-se da proposta do grupo.
Características de sua produção literária: no início da car-
reira, apresenta uma tendência à objetividade, convivendo com 
imagens surrealistas e oníricas (relativas aos sonhos): aos poucos, 
afasta-se da infl uência surrealista e aprofunda a tendência à subs-
tantivação, à economia da linguagem, submetendo as palavras 
a um processo crescente de depuração, com uso de metáforas, 
personifi cações, alegorias e metonímias (a pedra; a faca; o cão); 
a partir de 1945, infl uenciado por uma concepção arquitetônica, 
procede à geometrização do poema, aproximando a arte do Poeta 
à do Engenheiro; a preocupação com o descarnamento, com a 
confecção da poesia dessacralizada, afastada cada vez mais do sub-
jetivismo e da introspecção, leva-o à elaboração do poema objeto.
Nele, o fruir poético atinge-se através da lógica do raciocínio, 
da razão, eliminando-se emoções superfi ciais (ruptura total com 
o sentimentalismo); o Poeta questiona o próprio ato de escrever 
e a função da poesia; na década de 50, surge e amadurece a preo-
cupação política e principalmente a denúncia social do Nordeste 
e sua gente: os “severinos” retirantes, as tradições e o folclore re-
gional, a herança medieval, a estrutura agraria canavieira, injusta 
e desigual...Aparece ainda a paisagem da Espanha, que apresenta 
pontos em comum com o cenário nordestino. Continua viva e 
atuante a refl exão sobre a Arte em suas várias manifestações, des-
de a pintura (Miró, Picasso, Vicente do Rego Monteiro), a litera-
tura (Paul Valéry, Cesário Verde, Augusto dos Anjos, Graciliano 
Ramos, Drummond), passando pelo futebol e fechando com a 
sua própria maneira de poetar: “Sempre evitei falar de mim, falar-
me. Quis falar de coisas. Mas na seleção dessas coisas não haverá 
um falar de mim?” (Morte e Vida Severina - Auto de Natal Per-
nambucano)
Morte e Vida Severina, obra mais popular de João Cabral, 
é um auto de Natal do folclore pernambucano. Sua linha nar-
rativa segue dois movimentos que aparecem no título: “morte” 
e “vida”. No primeiro movimento, há o trajeto de Severino, 
personagem-protagonista, que segue do sertão para Recife, em 
face da opressão econômico-social. Severino tem a força coletiva 
de um personagem típico: representa o retirante nordestino. No 
segundo movimento, o da “vida”, o autor chama a atenção para a 
confi ança no homem e em sua capacidade de resolver problemas.
Principais obras: Prosa: Considerações sobre a Poeta Dormin-
do (1941); Juan Miró (1950). Poesia: Pedra do Sono (1942); En-
genheiro (1945); Psicologia da Composição (1947); O cão sem Plu-
mas (1950); Rio (1954); Poemas reunidos (os livros anteriores mais 
Os Três Mal-Amados, 1954); Duas Águas (os livros anteriores mais 
Morte e Vida Severina, Paisagens com fi guras e Uma Faca só Lâmi-
na, 1956); Quaderna (1960); Dois Parlamentos (1961); Terceira 
Feira (os dois livros anteriores mais Serial, 1961); A Educação pela 
Pedra (1966), Poesias Completas (1968); Museu de Tudo (1975); 
Escola das Facas (1987); Auto do Frade (1984); Agrestes (1985); 
Crime na Calle Relator (1987); Sevilha Andando (1987-1993).
Trechos de Morte e Vida Severina
O retirante explica ao leitor quem é e a que vai:
- O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
(...)
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
‘na mesma cabeça grande
que a custa é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas fi nas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.
(...)
Apostilas UECEVEST mod4.indb 35 03/04/2011 19:18:12
LITERATURA
36 UECEVEST
E X E R C í C I O
01. (Fuvest-SP) É correto afi rmar que no poema dramático Mor-
te e vida severina, de João Cabral de Melo Neto: 
a) A sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele 
um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se 
expressa na rejeição à cultura a que pertence. 
b) A cena inicial e a fi nal dialogam de modo a indicar que, 
no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das 
convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina. 
c) O destino que as ciganas prevêem para o recém-nascido é 
o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida, 
marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada. 
d) O “auto de natal” acaba por defi nir-se não exatamente num 
sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da força 
afi rmativa e renovadora que está na própria natureza. 
02. (UFRN) Os versos seguintes pertencem ao poema Morte e 
Vida Severina (1954), de João Cabral de Melo Neto. 
“– Todo o céu e a terra
lhe cantam louvor. 
Foi por ele que a maré 
esta noite não baixou. 
– Foi por ele que a maré 
fez parar o seu motor: 
a lama fi cou coberta 
e o mau-cheiro não voou. 
[...] 
– E este rio de água cega,
ou baça, de comer terra, 
que jamais espelha o céu, 
hoje enfeitou-se de estrelas.” 
MELO NETO, J.C. de. Morte e vida severina e outros poemas para vozes. 4. ed. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 73-74.
No contexto desse auto de Natal, os versos citados signifi cam 
a) A esperança que surge com o nascimento do fi lho do mestre 
carpina, após a trajetória frustrante do retirante em direção 
ao Recife. 
b) A esperança que surge com o nascimento do fi lho de 
Severino, após a perda dos seus parentes no caminho do 
sertão para o litoral. 
c) O louvor da natureza em homenagem à chegada do retirante 
à cidade grande, com previsão de um futuro promissor. 
d) O louvor da natureza em homenagem à chegada do retirante, 
apesar da certeza de que a morte o espera no Recife.
03. (Ufam) Leia: 
“Estreou com um romance que renovou e, de certo modo, 
defi niu a tendência introspectiva da fi cção brasileira dos anos 30: 
“Perto do Coração Selvagem”. Especializou-se no conhecimen-
to da psicologia feminina e desenvolveu personagens burguesas, 
mulheres entediadas em busca de um sentido para a existência. 
Só muito depois é que escreveu sobre outro tipo de mulher: uma 
nordestina pobre, chamada Macabéa, que migrou para o Rio de 
Janeiro, cidade que lhe era em tudo adversa.” 
A afi rmativa acima se refere a: 
a) Clarice Lispector c) José J. Veiga
b) Lygia Fagundes Teles d) Dalton Trevisan 
04. (UFSM-RS) Considere as afi rmativas: 
I. Frequentemente, as personagens de contos de Clarice 
Lispector vivem perturbações psicológicas desencadeadas por 
visões que lhes são reveladoras. 
II. As situações focalizadas na fi cção de Clarice Lispector 
contemplam uma ansiedade por profundas mudanças 
sociopolíticas em torno das quais as personagens debatem-se 
com ardor. 
III. Os contos de Clarice Lispector apresentam passagens 
em que as referências ao mundo nebuloso e abstrato se 
refl etem na composição, colocando em questão o sentido 
convencional da narrativa. 
Está(ão) correta(s): 
a) Apenas I. b) Apenas I e II. 
c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. 
05. (Fuvest-SP) Identifi que a afi rmação correta sobre A hora da 
estrela, de Clarice Lispector: 
a) A força da temática social, centrada na miséria brasileira, 
afasta do livro as preocupações com a linguagem, frequentes 
em outros escritores da mesma geração. 
b) Se o discurso do narrador critica principalmente a própria 
literatura, as falas de Macabéa exprimem sobretudo as 
críticas da personagem às injustiças sociais. 
c) O narrador retarda bastante o início da narração da 
história de Macabéa, vinculando esse adiamento a um 
autoquestionamento radical. 
d) Os sofrimentos da migrante nordestina são realçados, no 
livro, pelo contraste entre suas desventuras na cidade grande 
e suas lembranças de uma infância pobre, mas vivida no 
aconchego familiar. 
O fragmento textual que segue, de A hora da estrela, servirá de 
base para as questões 06 e 07. 
“Porque há o direito ao grito. Então eu grito. Grito puro e sem 
pedir esmola. Sei que há moças que vendem o corpo, única posse 
real, em troca de um bom jantar em vez de sanduíche de mortade-
la. Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, nin-
guém a quer, ela é virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás 
– descubro eu agora – também eu não faço a menor falta, e até o 
que escrevo um outro escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria 
que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas.” 
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 13-14.
06. (UFRN) Considerando o contexto da obra, esse fragmento 
a) Expressa justifi cativa de que a estória poderá parecer 
sentimental em virtude de o narrador ser uma mulher 
sensível, que se vê espelhada no que conta. 
b) Indica relutância do narrador, que atrasará o desdobramento 
da ação, dada a sua repulsa por fazer literatura com adesgraça alheia. 
c) Indica mudança de enfoque para as páginas seguintes, quando a 
narradora mulher será substituída pelo insensível Rodrigo S. M. 
d) Expressa o caráter impiedoso do narrador, que, por meio 
da ironia, chegará até mesmo a imitar a simplicidade da 
protagonista. 
07. (UFRN) Relativamente ao enredo, o fragmento prenuncia 
que a estória de Macabéa 
a) Será a da miséria humana, mais à frente sintetizada na 
consideração de que a vida é um soco no estômago. 
b) Terminará numa situação de falso luxo, graças à ilusão da 
personagem de ser amada por um homem rico. 
c) Será solucionada, mesmo supostamente sem saída, pelos 
conselhos da cartomante relativos à aparência da protagonista. 
d) Terminará no suicídio, quando a heroína se jogar sob um 
automóvel e o narrador concluir que viver é um luxo.
As questões 08 e 09 referem-se às obras A hora e vez de Augusto 
Matraga, de Guimarães Rosa (19.4.6.), e A hora da estrela, de 
Clarice Lispector (19.7.7.). 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 36 03/04/2011 19:18:12
37 UECEVEST
LITERATURA
08. (UFRN) Pode-se afi rmar que o fi nal das duas narrativas re-
vela o que é sugerido em seus títulos. Nesse sentido, a morte das 
personagens aparece como 
a) O acontecimento que resolve, pela ação de um indivíduo, o 
problema de uma coletividade em apuros. 
b) O instante único no qual Augusto Matraga e Macabéa, cada 
um a seu modo, reconhecem-se como fracassados. 
c) O instante único no qual Augusto Matraga e Macabéa, cada 
um a seu modo, vislumbram a felicidade. 
d) O acontecimento que resolve o destino individual, sem 
maiores implicações na coletividade.
09. (UFRN) As duas obras representam a narrativa brasileira pos-
terior ao Modernismo, no sentido de que já não se relacionam 
diretamente ao chamado “romance social” ou “romance do Nor-
deste”. Sobre essas obras, é correto afi rmar que 
a) O vocabulário sertanejo fi gura como modo de resistência das 
personagens aos valores urbanos. 
b) Articulam, em universos distintos, elementos que 
tradicionalmente eram material do regionalismo. 
c) O pitoresco regional surge principalmente como forma de 
resistência à vida moderna. 
d) Produzem um novo regionalismo, mas as personagens ainda 
se caracterizam como tipos rurais. 
10. (PUC-PR) Com base na leitura de Felicidade clandestina, de 
Clarice Lispector, identifi que a alternativa verdadeira: 
a) Os contos de Felicidade clandestina inauguram a fase 
mais abstrata da fi cção de Clarice Lispector, na qual a 
desorganização mental das personagens é captada em longos 
fl uxos de consciência, em linguagem que não respeita a 
sintaxe tradicional. 
b) Perdoando Deus, A repartição dos pães e As águas do 
mundo confi rmam, na obra, a religiosidade cristã, tema 
central de outros escritos de Clarice Lispector, bem como 
da maior parte da fi cção produzida no Brasil na segunda 
metade do século 20. 
c) O conto que nomeia o livro aborda as difi culdades de 
um estudante envolvido com um grupo guerrilheiro 
que pretendia derrubar o governo militar, tema forte na 
literatura brasileira da década de 1970. 
d) Assim como os protagonistas dos romances de Clarice 
Lispector, algumas personagens de seus contos sentem-se 
pouco à vontade em situações corriqueiras, o que lhes traz 
angústias e temores diversos. 
11. (UFAM) Leia o trecho abaixo: 
“Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais for-
ça, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por 
principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si, para 
o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as coisas 
dum seu modo. Montante, o mais supro, mais sério – foi Me-
deiro Vaz. Que um homem antigo... Seu Joãozinho Bem-Bem, o 
mais bravo de todos, ninguém nunca pôde decifrar como ele por 
dentro consistia. Joca Ramiro – grande homem príncipe! – era 
político. Zé-Bebelo quis ser político, mas teve e não teve sorte: 
raposa que demorou. Sô Candelário se endiabrou, por pensar que 
estava com doença má.” 
O trecho acima foi escrito por um autor único na literatura brasi-
leira, o qual revolucionou os processos narrativos. Considerando 
ainda o nome de alguns personagens constantes do excerto aci-
ma, pode-se dizer que estamos diante de um fragmento de: 
a) Angústia, de Graciliano Ramos 
b) Fogo Morto, de José Lins do Rego 
c) Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa 
d) A Grande Arte, de Rubem Fonseca
12. (UNIFOR-CE) “Em sua obra, um tema praticamente per-
manente é a crise da subjetividade. Esta crise se manifesta com 
tamanha gravidade que o próprio ato de narrar ameaça ser impos-
sível. Não admira, pois, que em alguns de seus romances a velha 
noção de enredo já não é absoluta: às vezes importa mais a metá-
fora estranha, a entrega aos livres pensamentos, a crise existencial 
que não está apenas nas personagens, mas no próprio narrador.”
O trecho acima está levantando algumas características que se 
encontram presentes em:
a) Grande Sertão: Veredas. d) A Estrela Sobe.
b) A Hora da Estrela. e) O Tempo e o Vento.
c) Fogo Morto.
13. (UFRN)
“Nem mãe nem pai acharam logo a maravilha, repentina. 
Mas Tiantônia. Parece que foi de manhã. Nhinhinha, só sentada 
olhando o nada diante das pessoas: — ‘Eu queria o sapo vir aqui’. 
Se bem a ouviram, pensaram fosse um patranhar, o de seus dis-
parates, de sempre. Tiantônia, por vezo, acenou-lhe com o dedo. 
Mas, aí, reto, aos pulinhos, o ser entrava na sala, para aos pés de 
Nhinhinha, — e não o sapo de papo, mas bela rã brejeira, vinda 
do verduroso, a rã verdíssima. Visita dessas jamais acontecera. E 
ela riu: — ‘Está trabalhando um feitiço…’ Os outros se pasma-
ram; silenciaram demais.”
ROSA, Guimarães. Fragmento de “A menina de lá”.
Levando em consideração o modo de o narrador contar a histó-
ria, é legítimo afi rmar que:
a) a menina é encorajada pela família a fazer disparates.
b) o pai e a mãe não se surpreendem com os atos da fi lha.
c) Nhinhinha transforma o sapo em bela rã brejeira.
d) Tiantônia reconhece os poderes de Nhinhinha.
14. (UNIFOR-CE)
“E eu fui vendo logo que os animais dele não prestavam. O 
matungo, p’ra se deitar, ajoelhava que nem vaca, e a modo e coisa 
que era cego de um olho. Mas eu entendi que ele não era cego 
nenhuns-nada: era uma pelinha que tinha crescido tapando a vis-
ta — que, até, depois, seu Raymundo boticário tirou p’ra mim… 
O pica-pau parecia que não ia durar mais muito tempo vivo…
Tinha sinal de duas sangraduras… Mau, mau!”
Há sufi cientes elementos no trecho acima para reconhecê-lo 
como pertencente a:
a) um poema em prosa de Murilo Mendes.
b) um romance indianista de José de Alencar.
c) uma narrativa de Guimarães Rosa.
d) um conto típico de Dalton Trevisan.
15. (UFSE)
“Sou remediado lavrador, isto é — de pobre não me sujo, de 
rico não me emporcalho. Defesa e acautelamento é que não me fale-
cem, nesta fazenda Santa-Cruz-da-Onça, de hospitalidades; minha. 
Aqui é um recanto. Por moleza do calor era que eu fi cava a observar. 
Nesse dia, nada vezes nada. De enfastiado e sem-graça, é que eu co-
mia demais. Do almoço, empós, me remitia, em rede, em quarto.”
O texto acima pertence a um conto que, pelo trabalho com a 
linguagem e pelo espaço da ação, pode ser identifi cado como um 
trecho de:
a) Raul Pompeia, narrado em primeira pessoa, na qual o autor 
traça um momento de sua autobiografi a.
b) Guimarães Rosa, narrado em terceira pessoa, explorando um 
cenário que não costuma representar.
c) Guimarães Rosa, narrado em primeira pessoa, focando o 
universo cultural que mais lhe interessou.
d) Dalton Trevisan, narrado em primeira pessoa, explorando o 
cenário que costuma representar.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 37 03/04/2011 19:18:13
LITERATURA
38 UECEVEST
16. (U. F. Uberlândia-MG)
“… E foi assim que no grande parque do colégio lentamente 
comecei a aprender a ser amada, suportando o sacrifício de não 
merecer, apenas para suavizar a dor de quem não ama”.
LISPECTOR, Clarice. “Os desastres de Sofi a”.
A partir do fragmento do conto,e considerando a obra como um 
todo, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O tema desse conto é o envolvimento amoroso violento 
vivido por uma adolescente e um adulto.
b) Os processos de aprendizagem permanente, essencial para a 
vida, estão sempre presentes na obra de Clarice.
c) A infância e a adolescência são temas que se destacam em 
Felicidade Clandestina.
d) Sofi a, nesse conto, detém uma sabedoria em progresso que 
ela trata de associar com a intuição feminina.
17. (MACKENZIE-SP) “O nome de Diadorim, que eu tinha fala-
do, permaneceu em mim. Me abracei com ele. Mel se sente é todo 
lambente — ‘Diadorim, meu amor…’ Como era que eu podia 
dizer aquilo? Explico ao senhor: como se drede fosse para eu não ter 
vergonha maior, o pensamento dele que em mim escorreu fi gurava 
diferente, um Diadorim assim meio singular, por fantasma, apar-
tado completo do viver comum, desmisturado de todos, de todas 
as outras pessoas — como quando a chuva entre-onde-os-campos.”
Assinale a afi rmação INCORRETA sobre a obra da qual se ex-
traiu o fragmento acima.
a) Retrata determinada região do sertão brasileiro e também 
tematiza questões universais.
b) Apresenta a travessia do sertão como metáfora da travessia 
da vida.
c) Atribui novos sentidos a palavras usuais.
d) Reproduz com fi delidade o linguajar do sertão mineiro.
18. (Fuvest-SP) Um dos recursos expressivos de Guimarães Rosa 
consiste em deslocar palavras da classe gramatical a que elas per-
tencem. Destas frases de “Sorôco, sua mãe, sua fi lha”, a única em 
que isso não ocorre é:
a) ‘“… os mais detrás quase que corriam. Foi o de não sair mais 
da memória”.
b) ‘“… não queria dar-se em espetáculo, mas representava de 
outroras grandezas”.
c) ‘“… mas depois puxando pela voz ela pegou a cantar”.
d) ‘“… sem jurisprudência, de motivo nem lugar, nenhum, mas 
pelo antes, pelo depois”.
G A B A R I T O
01. d 02. a 03. a 04. c 05. c 06. d
0 7. a 08. c 09. b 10. d 11. c 12. b
13. d 14. c 15. c 16. a 17. d 18. c
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS
Nas últimas décadas, a cultura brasileira vivenciou um período 
de acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial; entretanto, 
neste período ocorreram diversas crises no campo político e social.
Os anos 60 (época do governo democrático-populista de JK) 
foram repletos de uma verdadeira euforia política e econômica, 
com amplos refl exos culturais: Bossa Nova, Cinema Novo, Teatro 
de Arena, as Vanguardas, e a Televisão.
A crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Qua-
dros e o golpe militar que derrubou João Goulart colocaram fi m 
nessa euforia, estabelecendo um clima de censura e medo no país 
(promulgação do AI-5; fechamento do Congresso; jornais censu-
rados, revistas, fi lmes, músicas; perseguição e exílio de intelectu-
ais, artistas e políticos). A cultura usou disfarces ou recuou.
A conquista do tricampeonato mundial de futebol em 1970, 
foi capitalizada pelo regime militar e uma onda de nacionalismo 
ufanista espalhou-se por todo o país, alienando as mentes e adorme-
cendo a consciência da maioria da população por um bom período 
de tempo: “Brasil - ame-o ou deixe-o”, a cultura marginalizou-se.
Em 1979, um dos primeiros atos do presidente Figueiredo 
foi sancionar a lei da anistia, permitindo a volta dos exilados. 
Esse ato presidencial fez o otimismo e a esperança renascerem 
naqueles que discordavam da política praticada pelos militares 
daquele período.
Na década de 80, inicia-se uma mobilização popular pela vol-
ta das eleições diretas, que só veio a concretizar-se em 89, com a 
posse de Fernando Collor de Mello, cassado em 1991.
1995 : eleição e posse do presidente Henrique Cardoso.
Manifestações Artísticas
As manifestações literárias desse período desenvolvem-se a 
partir de duas linhas- mestras:
a) De um lado, a permanência de alguns autores já consagrados 
como João Cabral e Carlos Drummond de Andrade acompanha-
da do surgimento de novos artistas como Lygia F. Telles e Dalton 
Trevisan, ligados ás linhas tradicionais da literatura brasileira: re-
gionalismo, intimismo, urbanismo, introspecção psicológica.
b) De outro lado, a ruptura com valores tradicionais que se dis-
persam através de propostas alternativas ou experimentais, 
buscando novos caminhos ou exprimindo de maneiras pou-
co convencionais as tensões de um país sufocado pelas forças 
da repressão. Nessa vertente, nascem o concretismo, a Psoesia 
Práxis,os romances e contos fantásticos, alegóricos. O profes-
sor Domício Proença Filho (cit. in. Faraco e Moura, Língua 
e Literatura, vol. 3 Ed. Ática) defende a ideia de que “nas três 
últimas décadas, a cultura brasileira tem vivido sob o signo da 
multiplicidade seja na área política, social ou artística”. Para ele, 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 38 03/04/2011 19:18:14
39 UECEVEST
LITERATURA
a cultura pós-moderna apresenta as seguintes características:
•	 eliminação entre fronteiras entre a arte erudita e a popular; 
•	 presença marcante da intertextualidade (diálogo com obras já 
existentes e presumivelmente
•	 conhecidas);
•	 mistura de estilos (ecletismo que contenta gostos diversifi cados)
•	 preocupação com o presente, sem projeção ou perspectivas 
para o futuro.
Na dramaturgia, especifi camente, surgiu um espectador mais 
ativo que passou a fazer parte de uma interação entre atores e plateia.
Música e cinema sofrendo concorrência e pressão por parte da 
“moda” imposta pelos países mais desenvolvidos.
A rapidez de sucessão dos modismos, tendo por objetivo o con-
sumo desenfreado; o lucro, passou a reinar na sociedade brasileira.
Tratando-se especifi camente da Literatura, o Professor Pro-
ença aponta as seguintes características dessa arte, neste período:
•	 Ludismo na criação da obra, desembocando frequentemente 
na paródia ou no pastiche.
Ex: as sucessivas imitações do famoso poema de Gonçalves 
Dias, “Canção do Exílio” (“Minha terra tem palmeiras onde 
canta o sabiá...”).
•	 Intertextualidade, característica da qual os textos de Drum-
mond como: “A um bruxo com amor” (retomando M. de As-
sis); “Todo Mundo e Ninguém” (retomando o auto da Lusitâ-
nia, de Gil Vicente) são belos exemplos.
•	 Fragmentação textual: “associação de fragmentos de textos co-
locados em sequência, sem qualquer relacionamento explícito 
entre a signifi cação de ambos”, como em uma montagem ci-
nematográfi ca.
O Conto e a Crônica
A partir dos anos 70, houve uma verdadeira explosão editorial 
do conto e da crônica, por serem narrativas curtas, condensadas e 
atenderem à necessidade de rapidez do mundo moderno. Novas di-
mensões foram introduzidas no conto tradicional : subversão da se-
quência narrativa, interiorizarão do relato, colagem de fl ashes e ima-
gens, fusão entre poesia e prosa, evocação de estados emocionais.
A crônica, texto ligeiro, de interpretação imediata, com fl a-
grantes do cotidiano, também passou a agradar ao leitor tornan-
do-se popular.
Autores que se destacam nesses dois gêneros:
Contos: Lygia F. Telles, Osmar Lins, Murilo Rubião, Au-
tran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara 
Resende, Dalton Trevisan, J. J. Veiga, Nélida Pinon, Rubem 
Fonseca, João Antônio, Domingos Pelegrim Jr, Ricardo Ramos, 
Marina Colasanti, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ân-
gelo e Hilda Hilst.
Crônica: Rubem Braga,Vinícius de Moraes, Paulo Mendes 
Campos, Raquel de Queiroz,Carlos Drummond de Andrade, Fer-
nando Sabino, Álvaro Moreira,Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), 
Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo eJoão Ubaldo Ribeiro.
Concretismo
 
Marilyn, de Andy Warhol
beba coca cola  
babe         cola  
beba coca  
babe cola caco  
caco  
cola  
 c l o a c a  
“beba coca cola” (1957), Décio Pignatari 
i n f i n i t o
n f i n i t o
f i n i t o
i n i t o
n i t o
i t o
t o
o
o t
o t i
o t i n
o t i n i
o t i n i f
o t i n i f n
o t i n i f n i
Pedro xisto – 1960
O Concretismo começa a despontar no Brasil com a publi-
cação da revista Noigandres pelos três poetas: Décio Pignatari, 
Haroldo de Campos e Augusto de Campos. Porém,fi xa-se no 
Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956, no 
Museu de Arte Moderna de São Paulo. 
p
p l
p l u
p l u v
p l u v i
p l u v i a
p l u v i a l
 f l u v i a l
 f l u v i a l
 f l u v i a l
 f l u v i a l
 f l u v i a l
f l u v i a l
“pluvial”, de Augusto de Campos.
As poesias concretas trazem novas formas de expressão: va-
lorização da forma e da comunicação visual, sobrepondo ao 
conteúdo.
O poema da poesia concreta é chamado de poema-objeto por 
causa dos recursos estilísticos adotados: a eliminação de versos e 
a incorporação de fi guras geométricas. Os poemas concretos pos-
suem carga semântica, mas diferenciam-se por enfatizar o conte-
údo visual e sonoro das palavras. 
V V V V V V V V V V
V V V V V V V V V E
V V V V V V V V E L
V V V V V V V E L O
V V V V V V E L O C
V V V V V E L O C I
V V V V E L O C I D
V V V E L O C I D A
V V E L O C I D A D
V E L O C I D A D E
Durante o Concretismo, no Brasil, houve diferenciação entre 
tipos de poesia. Vejamos:
•	 Poesia-Práxis: Lançada a partir de 1961 com o Manifesto Di-
dático, liderada por Mário Chamie, considerava a palavra um 
organismo vivo, o qual gera o outro. 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 39 03/04/2011 19:18:15
LITERATURA
40 UECEVEST
•	 Poesia social: movimento de reação contra a poesia concreta 
por poetas que a considerava exagerada em formalismo. Pro-
punham a volta dos versos, a linguagem simples e a visão da 
poesia como instrumento de expressão social e política. É ilus-
trador dessa perspectiva: Ferreira Gullar. 
•	 Tropicalismo: movimento musical dos anos 67 e 68, que contri-
buiu para a literatura com a visão de aproveitamento de qualquer 
estética literária, sem preconceitos. Essa manifestação resultou 
em certo anarquismo, porém rigorosamente censurado.
Seja marginal seja herói, de Hélio Oiticica
•	 Poesia Marginal dos anos 70: poesia sem edição, livre dos pa-
drões de produção e distribuição, com tiragem pequena. Alguns 
autores dessa prática são conhecidos: Paulo Leminski e Chacal. 
Podemos levantar algumas características gerais na poesia 
concreta: o verso é abolido; o espaço do papel é aproveitado para 
fi ns signifi cativos; há valorização dos aspectos visual e sonoro; os 
vocábulos são representados nos seus aspectos geométricos. 
E X E R C í C I O
01. (ITA-SP) Leia os textos seguintes:
1.
“(…)
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(…)”
DIAS, Gonçalves. Poesias completas. São Paulo: Saraiva, 1957.
2.
“lá?
ah!
Sabiá…
papá…
maná…
Sofá…
sinhá…
cá?
bah!”
PAES, José Paulo. Um por todos. Poesia reunida. São Paulo: Brasiliense, 1986.
a) Aponte uma característica do texto 1 que o fi lia ao 
Romantismo e uma do texto 2 que o fi lia ao Concretismo.
b) É possível relacionar o texto 2 com o 1? Justifi que.
02. (UFMT) Uma das tendências da vanguarda poética brasileira 
é o Concretismo iniciado com a revista Noigrandes na década de 
1950. São características do Concretismo, exceto: 
a) Abandono do discurso tradicional, privilegiando os recursos 
gráfi cos das palavras. 
b) Exploração do signifi cante: do aspecto concreto da palavra. 
c) Possibilidade de leitura múltipla: linear, vertical e até 
diagonal. 
d) Signifi cação dos espaços tipográfi cos e da disposição das 
palavras no papel. 
e) Renovação dos temas, privilegiando a expressão dos estados 
psíquicos dos poetas. 
03. (Unesp) 
Epitáfi o para um banqueiro 
“n e g ó c i o
   e g o
         ó c i o
                0” 
José Paulo Paes. Anatomias. 
Este Epitáfi o para um banqueiro enfoca um tema literário bastan-
te atual: o egoísmo, a solidão do indivíduo, a falta de comunica-
ção que o leva a fechar-se nos limites de sua própria existência e, 
consequentemente, a ver o mundo sempre deformado por uma 
visão individualista. Tomando por base estas observações: 
a) Faça uma descrição do plano semântico-visual do texto, 
de modo a revelar sua compreensão do poema como um 
“epitáfi o”; 
b) Aponte a palavra que, numa das linhas do poema, demarca 
a característica do indivíduo como ser em si, exclusivista e 
isolado. 
04. (UFGRS) Considere as seguintes afi rmações sobre o Con-
cretismo. 
I. Buscou na visualidade um dos suportes para atingir rupturas 
radicais com a ordem discursiva da língua portuguesa. 
II. Teve como integrantes fundamentais Haroldo de Campos, 
Augusto de Campos e Décio Pignatari. 
III. Foi um projeto de renovação formal e estética da poesia 
brasileira, cuja importância fi ca restrita à década de 1950. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. c) Apenas III e II.
b) Apenas II. d) I e II.
05. (PUCPR) 
“de sol a sol
soldado
de sal a sal
salgado
Apostilas UECEVEST mod4.indb 40 03/04/2011 19:18:16
41 UECEVEST
LITERATURA
de sova a sova
sovado
de suco a suco
sugado
de sono a sono sonado
sangrado 
de sangue a sangue.” 
O poema concretista, acima transcrito, apresenta as seguintes 
inovações no campo verbal e visual: 
a) Abolição do verso tradicional; desintegração do sistema em 
seus morfemas; a palavra dá lugar ao símbolo gráfi co. 
b) Apresentação de um ideograma; uso de estrangeirismos; 
esfacelamento da linguagem. 
c) Ausência de sinais de pontuação; uso intensivo de certos 
fonemas; jogos sonoros e uso de justaposição. 
d) Uso construtivo dos espaços brancos; neologismo; separação 
dos sufi xos e dos prefi xos; uso de versos alexandrinos. 
06. (UEPB) Assinale a alternativa cuja estrofe tem o mesmo estilo 
citado pelo cronista, a seguir: 
“Estilo concretista – Dead dead man man mexe mexe Mens-
ch Mensch MENSCHEIT.” 
Paulo Mendes Campos
a) “Se
 nasce
 morre nasce
 morre nasce morre” 
(Haroldo de Campos) 
b) “Stop. 
A vida parou 
ou foi o automóvel.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
c) “– Qué apanhá sordado?
 – O quê? 
 – Qué apanhá?
 Pernas e cabeças na calçada.” 
(Oswald de Andrade) 
d) “Lua mansa
 pedaço perdido
 do anel partido
 de alguma esperança” 
(Cecília Meireles) 
e) “Faz de conta que os sabugos 
 são bois
 Faz de conta
 Faz de conta”
(Jorge de Lima)
07. (FURG-2007) Sobre o Concretismo, é correto afi rmar que: 
a) caracterizou-se pelo uso abundante do soneto e de outras 
formas fi xas de inspiração clássica.
b) foi responsável pela afi rmação de uma poesia essencialmente 
musical e preocupada com a questão da nacionalidade.
c) produziu uma poesia cuja preocupação central foi a 
exploração do mágico e do sobrenatural.
d) contribuiu para a afi rmação de uma poesia marcada pelo 
extremo sentimentalismo.
e) ao promover a desintegração do verso e da palavra, 
contribuiu para a renovação da poesia brasileira.
08. (UEPG/PR-2007) Considerando o poema concretista de 
Haroldo dos Campos, assinale o que for correto. 
Se
nasce
morre nasce
morre nasce morre
renasce remorre renasce
remorre renasce
remorre
re
CAMPOS, Haroldo de in Teoria da Poesia Concreta,1987.
01. Respeita-se a distribuição linear do verso como elemento 
fundamental do poema.
02. A relação entre leitor se dará mais através da comunicação 
visual do que da verbal.
04. Ocorre exploração estética do som e da letra impressa, com a 
decomposição e montagem da palavra.
08. Ocorre um desinteresse pela exploração de novos campos 
semânticos.
16. No poema concreto ocorre o abandono do discurso 
tradicional, privilegiando os recursos gráfi cos das palavras.
09. (ENEM)
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, fl or
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(...)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e purocom que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.
A antítese que confi gura uma imagem da divisão social do traba-
lho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição 
entre a doçura do branco açúcar e:
Apostilas UECEVEST mod4.indb 41 03/04/2011 19:18:16
LITERATURA
42 UECEVEST
a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
b) o beijo de moça, a água na pele e a fl or que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se 
produz o açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
G A B A R I T O
01. a) São diversas as características românticas do poema 1 que 
poderiam ser citadas:
•	 Nacionalismo;
•	 Saudosismo;
•	 Exaltação da natureza;
•	 Retomada da redondilha.
Quanto ao poema 2
•	 Não segue a estrutura sintática tradicional;
•	 Exploração do signifi cante liquístico, que pode ter diferentes 
signifi cados.
b) Sim, o texto 2 está relacionado intertextualmente com o 1, 
retomando o tema deste.
02. e
03. a) O poema, por ser breve, e pela própria disposição na 
página, sugere uma inscrição numa lápide (um epitáfi o). Se-
manticamente, vemos que as palavras sintetizam a trajetória de 
vida do banqueiro: negócios, ego, ócio, e fi nalmente a morte, 
representada pelo 0 na última linha. Observe-se que as palavras 
“ego” e “ócio” estão contidas em “negócio”, fato que é ressaltado 
pelo alinhamento visual dos signos. 
b) A palavra é “ego”
04. d 05. c 06. a 07. e 08. 22 09. e
REFERÊNCIAS BIBlIOGRÁFICAS
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira – 46. 
ed. – São Paulo: Cultriz, 2006.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff & SOUZA, Jésus Barbosa. 
Literaturas: brasileira e portuguesa: teoria e texto: volume 
único – São Paulo: Saraiva, 2003. 
CEREJA, Willian Roberto & MAGALHÃES, Th ereza Cochar. 
Literatura brasileira: ensino médio – 2. ed. reform. – São 
Paulo: Atual, 2000.
CHIAPPINI, Lígia. Invasão da catedral. Literatura e ensino 
em debate. Porto Alegre: Mercado Aberto,1983.
COMISSÃO COORDENADORA DO VESTIBULAR(CCV) 
– www.ufc.br
COMISSÃO EXECUTIVA DO VESTIBULAR(CEV) – www.
uece.br
COUTINHO, Afrânio – A literatura no Brasil, vol. 2. 3 e.d – 
São Paulo, 1986.
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de 
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1973.
LAJOLO, Marisa. Leitura-literatura: mais do que uma rima, 
menos do que uma solução. In:
MACHADO, Ana Maria. Entrevista. Revista Nova Escola. 
São Paulo. Editora Abril, setembro de 2001.
MEC-Ministério da Educação e Cultura – INEP – Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – 
Matrizes de Referência para o ENEM
MOISÉS, Massaud. A Análise literária - 1. ed .16 reimpr. – 
São Paulo: Cultrix, 2007
MOISÉS, Massaud. Literatura brasileira através dos textos - 
6. ed .– São Paulo: Cultrix, 1978.
NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos 
nossos dias. São Paulo: Scipione,1998.
ZILBERMAN & SILVA (org.) Leitura: perspectivas 
interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1991.
fi le:///C/html_10emtudo/Literatura/html_literatura_total.htm
http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/literatura/
litbrasil/vestibular/index_html
Apostilas UECEVEST mod4.indb 42 03/04/2011 19:18:17
P R É - V E S T I B U l A R
R E D A Ç Ã O
Apostilas UECEVEST mod4.indb 43 03/04/2011 19:18:24
Apostilas UECEVEST mod4.indb 44 03/04/2011 19:18:24
45 UECEVEST
REDAÇÃO
ANÁlISE/ COMENTÁRIO
E PRODUçãO DE TEXTOS
Características do texto argumentativo/persuasivo
As cartas
Retomando o nosso estudo acerca de Cartas Argumentativas, 
iniciado na Apostila 1, é importante relembrar:
Além de uma dissertação, alguns vestibulares apresentam 
uma opção de carta argumentativa. Outros colocam somente a 
carta argumentativa do leitor ou também uma carta em outro 
formato (aberta), quando pedem mais de um gênero de texto. 
Assim, é importante que o vestibulando também aprenda 
sobre a carta e a exercite. O que diferencia a proposta da carta 
argumentativa da proposta de dissertação é o tipo de argumen-
tação que caracteriza cada um desses textos. O texto dissertativo 
é dirigido a um interlocutor genérico, universal. Por outro lado, 
a proposta de carta argumentativa pressupõe um interlocutor es-
pecífi co para quem a argumentação deverá estar orientada. Essa 
diferença de interlocutores deve necessariamente levar a uma or-
ganização argumentativa diferente, nos dois casos. Até porque, na 
carta argumentativa, a intenção é frequentemente a de persuadir 
um interlocutor específi co (convencê-lo do ponto de vista defen-
dido por quem escreve a carta ou demovê-lo do ponto de vista 
por ele defendido e que o autor da carta considera equivocado).
É importante justifi car por que se solicita que a argumentação 
seja feita em forma de carta. Acredite, essa é uma opção estraté-
gica feita em seu próprio benefício. O pressuposto é o de que, se 
é defi nido previamente quem é seu interlocutor sobre um deter-
minado assunto, você tem melhores condições de fundamentar 
sua argumentação. 
Vamos tentar exemplifi car, concretamente, algumas situações 
argumentativas diferentes, para que fi que claro que tipo de fun-
damento está por trás de algumas propostas de redação. Imagine-
se um defensor ardoroso da legalização do aborto. Perceba que 
sua estratégia argumentativa seria necessariamente diferente se 
fosse solicitado a : 
Proposta 01
Escrever uma dissertação sobre o assunto, portanto, escrever 
para o nosso “leitor universal”; 
Proposta 02
Escrever ao Papa, para demonstrar a necessidade de a Igreja 
Católica, em alguns casos, rever sua postura frente ao aborto; 
Proposta 03
Escrever a um congressista, procurando persuadi-lo a apre-
sentar um anteprojeto para a legalização do aborto no Brasil; 
Apresentação da carta argumentativa do leitor
A imprensa escrita costuma manter seção de cartas do leitor, 
cuja fi nalidade é abrir espaço para a participação dos leitores, que se 
manisfestam livremente sobre a qualidade das matérias publicadas, 
seja para elogiar, seja para criticar, sugerir seja para fazer pedidos.
Leia, a seguir, um artigo de Eliane Cantanhêde, publicado no 
jornal Folha de S. Paulo de 29 de junho, e excertos de três cartas 
enviadas por leitores.
Um cara desses
Quando os fi lhos são pequenos, chutam a canela da emprega-
da, e os pais acham “natural”, fi ngem que não veem. Já maiores 
um pouco, comem o que querem, na hora em que querem, não 
falam nem bom-dia para o porteiro e desrespeitam a professora. 
Na adolescência, vão para o colégio mais caro, para o judô, para 
a natação, para o inglês e gastam o resto do tempo na praia e na 
internet. Resolvido.
Dos pais, ouvem sempre a mesma ladainha: o governo não 
presta, os políticos são todos ladrões, o mundo está cheio de va-
gabundos e vagabundas. “E quero os meus direitos!” Recolher o 
INSS da empregada, que é bom, não precisa.
É assim que os fi lhos, já adultos, saudáveis, em universidades, 
são capazes de jogar álcool e fósforo aceso num índio, pensando que 
era “só um mendigo”, ou de espancar cruel e covardemente uma 
moça num ponto de ônibus, achando que era “só uma prostituta”.
A perplexidade dos pais não é com a monstruosidade, mas 
com o fato de que seu anjinho está sujeito – em tese – às leis e às 
prisões como qualquer pessoa: “Prender, botar preso junto com 
outros bandidos? Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, 
junto com uns caras desses?”, indignou-se Ludovico Ramalho 
Bruno, pai de Rubens, 19.
Dá para apostar que ele votou contra o desarmamento, quer 
(no mínimo) “descer o pau em tudo quanto é bandido” e defende 
a redução da maioridade penal. Cadeia não é para o fi lho, que 
tem estudo e dinheiro, um futuro pela frente. É para o garoto do 
morro, pobre e magricela, que conseguir escapar dos tiroteios e 
roubar o tênis do fi lho.
Isso se resolve com o Estado sendo Estado, com justiça, hu-
manidade e educação– não só com ensino para todos e com 
professores mais bem treinados e mais bem pagos, mas também 
com a elementar compreensão de que “o problema” e os réus não 
são os pobres. Ao contrário, eles são as grandes vítimas.
Tapa na cara
Carta 01
“Um primor o artigo de Eliane Cantanhêde de ontem. O pior 
é que muitos desses adolescentes de classe média, que ela descreve 
tão bem, quando não chegam ao extremo de espancar ou pôr fogo 
em pessoas em pontos de ônibus vão exercer cargos de comando 
em empregos arranjados. E alguns vão ser os gestores da sociedade.
Carta 02
“Concordo com Eliane Cantanhêde quando ela afi rma, em sua 
coluna de 29/6, que o problema pode ser resolvido com o Estado 
sendo Estado, com justiça, com humanidade, com educação e com 
a compreensão de que o problema não são os pobres, pois eles são as 
vítimas neste rico país. O que me indignou foi a aposta que ela fez, 
argumentando que o senhor Ludovico Ramalho Bruno com certeza 
votou contra o desarmamento. A opinião dela sobre o referendo 
do desarmamento é apenas a opinião dela, e não uma verdade a ser 
seguida. Eu votei contra o desarmamento, sou contra a redução da 
maioridade penal e não acho que bandidos devam apanhar, mas sim 
ser reeducados para que possam voltar ao seio da sociedade.”
Carta 03
“Tenho 60 anos, sou professor do ensino médio há cerca de 
quatro décadas e há muito tempo leio o que se escreve em nos-
sos jornais. Mas o que Eliane Cantanhêde escreveu na sexta-feira 
passada sobre os papais dos fi lhinhos que “têm estudo e caráter” 
(!), porém agridem empregadas pensando “serem apenas prosti-
tutas”, foi de uma precisão, de uma objetividade e de uma con-
tundência que eu nunca havia lido em nenhum jornal deste país. 
Parabéns a Eliane e à Folha.” 
Comentários:
As cartas lidas caracterizam-se como um gênero textual de-
nominado carta argumentativa do leitor, na medida em que têm 
uma clara intenção persuasiva. Os leitores de um jornal ou revista 
normalmente se manifestam por carta com a fi nalidade de:
Apostilas UECEVEST mod4.indb 45 03/04/2011 19:18:24
REDAÇÃO
46 UECEVEST
•	 elogiar ou criticar a qualidade de uma matéria publicada (ex-
tensão, pesquisa, profundidades etc.) ou a forma (inovadora, 
democrática, conservadora etc.) como o autor ou o veículo 
conduziu o assunto; 
•	 manifestar apoio ou discórdia em relação às ideias de um texto 
publicado; 
•	 acrescentar informações às já contidas no texto publicado, 
aprofundando o debate.
A carta do leitor apresenta um formato semelhante ao da car-
ta pessoal. Apesar disso, é comum a imprensa publicar apenas o 
corpo da carta ou parte dela (como no caso das cartas lidas), por 
falta de espaço.
Características da carta argumentativa do leitor
•	 expressa a opinião do leitor sobre textos publicados em jornal 
ou em revista; 
•	 tem intencionalidade persuasiva;
•	 tem estrutura semelhante à da carta pessoal: data, vocativo, corpo 
do texto (assunto), expressão cordial de despedida e assinatura.
•	 linguagem de acordo com o perfi l do autor, da revista ou jornal 
a que se destina, predominando o padrão culto formal;
•	 menor ou maior pessoalidade, de acordo com a intenção do 
autor.
(Adaptado de: CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Th ereza Cochar. Texto 
e interação: uma proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São 
Paulo: Atual, 2000.)
Veja a proposta de redação e o texto produzido:
Escreva um Abaixo-assinado dirigido à prefeitura da sua cida-
de apresentando os problemas mais graves enfrentados pela sua 
comunidade e indique as soluções para esses problemas 
Texto:
Venho, como membro da associação de moradores da cidade de 
Fortaleza, reivindicar melhorias e soluções prometidas a todos nós 
pelos representantes eleitos; e espero que estes consigam cumprir 
tudo aquilo que foi dito, pois estamos cansados de falsas promessas!
Aproveito a oportunidade para expor alguns dos problemas en-
frentados pela nossa população, acreditando que serão resolvidos 
ou, pelo menos, reduzidos; pois o descaso é a principal causa do 
crescente número de favelização em nossa cidade, da propagação 
de doenças devido à falta de saneamento básico e da falta de si-
nalização em ruas onde é intenso o fl uxo de automóveis, causando 
graves acidentes. Peço-lhes que não nos decepcionem, deixando-
nos à espera de melhorias que não virão e de soluções inexistentes, 
pois, assim, só conseguirão perder a credibilidade e a confi ança do 
nosso povo. É preciso agir! Ou a solução dos nossos problemas ou 
a perda daquilo que tanto almejam: o voto! Solução já!
Comente o texto acima:
Abaixo-assinado
Exmo. Sr. Presidente da Autarquia Municipal de Trânsito,
Nós, da comunidade do Mucuripe, nesta capital, estamos 
preocupados com a liberação de parte da via expressa que corta 
o nosso bairro. A nova avenida que ligará a zona leste à sul da 
cidade está apresentando perigo aos nossos moradores.
O setor aberto ao tráfego não oferece as condições de segu-
rança adequadas para um trânsito intenso como o que esta via 
pode oferecer. O limite máximo de velocidade em 80 km/h, para 
uma área tão habitada, é convite aos motoristas imprudentes para 
que desenvolvam altas velocidades. A sinalização é precária, fal-
tam semáforos, faixas de pedestres e lombadas eletrônicas. Além 
disso o asfalto está esburacado devido as chuvas deste início de 
ano. Com todos esses pontos a serem revistos, o resultado não 
poderia ser outro: o índice de acidentes é assustador. No último 
dia 20, terça-feira, um homem de aproximadamente 30 anos não 
resistiu às lesões causadas por um atropelamento e faleceu no pró-
prio local, antes mesmo de ser socorrido por uma ambulância do 
Corpo de Bombeiros. O ponto mais crítico é em frente a uma 
escola, principalmente nos horários de entrada e saída dos alunos.
Com isso, vimos solicitar dessa instituição que sejam instala-
das lombadas eletrônicas a fi m de inibir altas velocidades e esta-
belecimento da velocidade máxima para 60 km/h; construção de 
uma passarela em frente a instituição de ensino e colocação de se-
máforos; pavimentação da avenida através de uma operação tapa 
buracos. De imediato, faz-se necessária a presença de agentes de 
trânsito para controlar o trânsito.
Fortaleza, 26 de abril de 2004.
Aguardamos providências, os abaixo assinados,
Características/Estrutura do Abaixo-assinado:
E X E R C í C I O
01. Produza um parágrafo de reivindicação, para ser inserido num 
abaixo-assinado, com o objetivo de denunciar e solicitar soluções 
para dois problemas enfrentados no trânsito pela sua comunidade.
GÊNEROS TEXTUAIS
Carta aberta
Carta aberta ao governador do estado
Excelentíssimo Sr. Governador,
A imprensa nos dá conta da prática de atitudes ilícitas em 
uma das mais belas e importantes áreas de diversão e turismo de 
Fortaleza. A Praia de Iracema foi invadida por trafi cantes, prosti-
tutas e aliciadores de menores.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 46 03/04/2011 19:18:25
47 UECEVEST
REDAÇÃO
Conhecida nacionalmente como um dos mais belos cartões 
postais de Fortaleza, essa área sofre com o abandono e o descaso 
por parte das nossas autoridades municipais e estaduais. O local, 
que já foi reduto de boêmios está tomado pelo lixo e pela inse-
gurança. Passear por suas ruas e calçadões à noite é uma aventura 
arriscada. Esse espaço, que está depredado por vândalos, é fre-
quentado por marginais dos mais variados(trombadinhas, assal-
tantes, estupradores, sequestradores), sem falar dos casos registra-
dos pela delegacia de defesa do turista, com relação ao tráfi co de 
drogas Um local de tanta relevância histórica para a nossa cidade 
não pode ser entregue a bandidos. Temos que tirá-lo das páginas 
policiais e devolvê-lo ao caderno de turismo, onde é seu verda-
deiro lugar. Nossos fi lhos e netos precisam conhecê-lo bonito e 
charmoso como antigamente.
Portanto, nós que formamos a população alencarina, clama-
mos por uma solução a curto prazo. A reurbanização da Praia de 
Iracema é uma obrigação da administraçãodessa cidade. Precisa 
ser providenciado um policiamento ostensivo para coibir essas 
práticas delituosas, além de campanhas, em parceria com empre-
sas de turismo, para trazer de volta uma boa parte dos turistas que 
se afastaram daquela área.
Fortaleza, 26 de abril de 2004.
Associação dos Moradores da Praia de Iracema
Principais características da Carta Aberta:
A NOTíCIA
Escreva um texto em forma de notícia a partir do seguinte 
Lead (Introdução):
“No último fi nal de semana, confrontos entre policiais mi-
litares e trafi cantes na cidade do Rio de Janeiro resultaram em 
incêndio de automóveis, tiroteio, mortes e prisões, tudo isso por 
causa da intervenção do poder público nos morros daquela cida-
de, visando instalar uma Unidade de Polícia Pacifi cadora”.
Veja o texto:
Um assalto seguido de morte foi registrado ontem pela manhã 
no município de Maracanaú. Por volta das onze horas da manhã, 
o corpo da vítima, o pedreiro José Maria da Silva, foi encontrado 
deitado próximo ao canteiro de obras em que trabalhava.
Após a chegada dos policiais, pôde-se constatar que havia 
ocorrido um latrocínio, pois haviam levado todo o dinheiro, por 
volta de cinquenta reais, que a vítima possuía. De acordo com 
testemunhas, a vítima foi abordada por volta das dez e meia da 
manhã, por dois homens armados com revólveres. Após o assalto 
os ladrões teriam atirado para cima. Há pessoas que dizem ter ou-
vido quatro disparos, mas após as investigações do médico legista, 
constatou-se que apenas três atingiram o pedreiro. Um dos dis-
paros, o fatal, atingiu o peito esquerdo. O cidadão baleado ainda 
tentou arrastar-se até o local onde trabalhava, mas morreu antes.
Hoje a polícia ainda está investigando o motivo do assalto 
seguido de morte, já que a vítima não teria reagido. Há, também, 
a hipótese de vingança.
E X E R C í C I O
01. Indique o fato principal enfocado no primeiro parágrafo do 
texto.
02. Quando ocorreu esse fato?
03. O primeiro parágrafo de uma notícia normalmente respon-
de as questões fundamentais do jornalismo: o quê (fatos), quem 
(personagens/pessoas), quando (tempo), onde, como e por quê. 
Na notícia em estudo, entretanto, partes destas questões está res-
pondida no segundo e terceiros parágrafos.
04. Qual a linguagem empregada no texto?
a) Indique as característica que ela apresenta:
( ) Impessoal, clara, direta, acessível a qualquer leitor
( ) Pessoal, emprega palavras de uso não corrente na língua
( ) Coloquial, faz uso da gíria
b) Que padrão da língua é adotado: o culto ou o popular? 
Justifi que.
c) Qual é a função de linguagem predominante neste texto?
Veja o texto abaixo:
Fortaleza, 02 de dezembro de 2003.
Querida Amiga, Clara.
Faz um tempinho que não escrevo para vocês, mas acredite 
que não paro de pensar nos nossos bons momentos aí no interior. 
Êta lugar gostoso pra morar! Como vai o restante do pessoal? 
Acredito que brevemente voltaremos a nos encontrar, pois o Na-
tal e o fi nal de ano estão chegando, não é verdade?
Lembra que te falei sobre uma festa de 15 anos de uma gran-
de amiga? Eu estava me preparando para ir? Comprei até roupa 
nova, sapato novo. Aquela festa prometida, pois o pessoal daque-
la família era muito conhecido aqui no bairro, seria lotação! Na 
verdade aconteceram várias coisas engraçadas e uma delas foi a 
queda da aniversariante, a Carla, logo na descida da escada, bem 
na frente do povão. Eu não sabia se ria ou se a ajudava a levan-
tar, acho que ela vinha com o nariz muito empinado. Depois 
desse vexame, na hora de bater o parabéns, quando fomos olhar 
o bloco do aniversário o nome da aniversariante estava trocado, 
ao invés de Carla colocaram Clara, aí né, mais risos! Com aquela 
lotação na festa, apesar de muita comida e bebida, a minha amiga 
perdeu o rebolado, estava arrasada, não queria mais nem dançar a 
valsa, parecia que estava adivinhando... Todo mundo em volta do 
salão. Pense num salão! Pense numa casa! Até piscina. Parecia que 
todo mundo estava esperando mais uma cena daquelas... foi só o 
que deu. No auge da valsa, quando o pai dela começou a se em-
polgar, fazer pirueta na dança, cheio da cerveja, os dois acabaram 
em cima da mesa de doces... foi demais para a minha amiga. Ain-
da hoje estamos rindo e passamos um tempão sem ver a Carla.
Sei que deves ter rido das cenas, quando eu for aí te contarei 
mais alguns detalhes, principalmente sobre um paquera. Nós fi -
Apostilas UECEVEST mod4.indb 47 03/04/2011 19:18:25
REDAÇÃO
48 UECEVEST
camos na festa e continuamos no amasso. Tá muito legal! Acho 
que isso foi o melhor da festa, além dos risos.
Dá um abração em todo mundo por mim. Beijos,
P.S. Clara, não esqueça de dar notícias da Vovó.
A respeito do texto, responda:
01. O texto em destaque pertence ao tipo narrativo? Explique.
02. Qual o objetivo do texto?
03. Qual o tipo de linguagem utilizado? exemplifique.
04. Que outras características são apresentadas no texto?
CRASE
Leia:
Referi-me à novela das oito.
à = a + a 
preposição   artigo
Referi-me àquela novela.
àquela = a + aquela .
 preposição   pronome
Nas frases acima, ocorre crase em à e àquela.
Crase é a contração da preposição a com o artigo feminino 
a(as) ou com os pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), 
aquilo.
Modo prático para verificar a ocorrência da crase
quando o nome for comum: 
•	 Troque o feminino pelo masculino.
•	 Se aparecer ao antes do masculino,
•	 Ocorrerá crase diante do feminino.
Exemplos:
Encostei a cabeça à parede (Encostei o rosto ao muro.)
A garota foi à festa. (O garoto foi ao baile.)
quando for nome próprio de lugar:
•	 Troque a preposição a por de, usando o verbo voltar.
•	 Se a transformar-se em da ——— há crase.
•	 Se a transformar-se em de ——— não há crase.
Exemplos:
Fui à Bolívia. Fui a Brasília.
(voltei da) (voltei de) 
 ATENÇÃO:
Se o nome próprio de lugar vier especificado, isto é, qualifica-
do, é obrigatório o emprego da crase. Exemplos:
Fui a Minas. Fui à Minas de Tiradentes.
(voltei de) (voltei da) 
quando houver um pronome demonstrativo 
(aquele, aquela, aquilo)
•	 Troque pelo demonstrativo este, esta ou isto (a esse; a essa; 
a isso).
•	 Se antes destes ocorrer a preposição a, haverá crase.
Exemplos:
Dirijo-me àquele andar do prédio.
 (a este)
Comprei aquele apartamento do prédio.
 (este)
Veja outros exemplos:
Valéria se dirigiu às pessoas presentes.
 (aos indivíduos) 
O cliente se referiu à venda das máquinas destinadas à irrigação.
 (ao comércio) (ao plantio)
Solicitamos a devolução dos documentos enviados à empresa.
 (o retomo) (ao empresário)
Entregou àquele advogado aquela prova exigida pelo juiz.
 (a este) (esta)
Emprega-se a crase
•	 Antes dos numerais que indicam horas:
Saiu à uma hora.
Saiu às duas horas.
•	 Se a hora estiver indeterminada não se usa crase:
Saiu a uma hora qualquer.
Sairá daqui a duas horas.
•	 Antes de locuções formadas de palavras femininas:
à noite à direita
às escura à procura de
às vezes à medida que
•	 Há discordância entre os gramáticos sobre o uso da crase antes 
de adjuntos adverbiais de instrumento:
escrever a máquina (ou) escrever à máquina
ferir a faca (ou) ferir à faca
brinquedo a pilha (ou) brinquedo à pilha
fechar o quarto a chave (ou) fechar quarto à chave
•	 Quando a palavra moda ou maneira estiver subentendida na 
frase:
Vestir-se à Clodovil. (Vestir-se à moda de Clodovil.)
Escrever à Machado de Assis. (Escrever à maneira de Ma-
chado de Assis.)
Não se emprega a crase
•	 Antes de verbos:
Estava disposta a colaborar conosco.
Fúlvio se pôs a andar de lá para cá.
•	 Antes de palavras masculinas:
Andar a cavalo / andar a pé.
Pedir a Deus / pedir a Lucas.
•	 Antes de pronomes:
Pessoais: 
Referiu-se a ela com ironia.
Entregou a nós o convite.
 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 48 03/04/2011 19:18:25
49 UECEVEST
REDAÇÃO
De tratamento: 
Peço a Vossa Senhoriao envio da mercadoria.
Ofereci a você esta música.
•	 Excetuam-se senhora, senhorita, dona, pois admitem artigo: a 
se nhora, a senhorita, a dona. Exemplo:
Peço à senhora este favor.
 (ao senhor)
Demonstrativos essa(s), esta(s):
Devemos obediência a esta lei.
Referiu-se a essa pessoa com desprezo.
Interrogativos:
Recorrer a quem?
A que lugar você ia?
•	 Antes de palavras de sentido indefi nido, como artigos e prono-
mes indefi nidos: 
Foi a uma cidade distante.
É dado o direito de defesa a toda e qualquer pessoa.
•	 Nas expressões com palavras repetidas:
gota a gota
frente a frente
cara a cara
•	 Antes de numerais em que a preposição a signifi ca até:
De 20 a 30 de maio.
De segunda a sexta-feira.
De 5ª a 8ª série.
•	 Quando a (preposição) anteceder um nome plural:
Falar a pessoas estranhas.
Ir a festas todo fi nal de semana.
•	 Em todos esses casos, a classifi ca-se apenas como preposição.
Crase facultativa
•	 Antes de pronomes possessivos femininos:
Dirigiu-se a nossa irmã.
Dirigiu-se à nossa irmã.
•	 Se o pronome possessivo for pronome substantivo, o uso da 
crase é obrigatório:
Irei a(à) minha fazenda e você à sua.
pronome possessivo 
adjetivo
pronome possessivo 
substantivo
 
•	 Antes de nomes próprios femininos de pessoas:
Ofereceu o presente a Maria.
Ofereceu o presente à Maria.
•	 Se o nome próprio for determinado, qualifi cado, haverá crase:
Referiu-se à bela Joana.
•	 Depois da preposição até.
Ir até a cidade.
Ir até à cidade.
Casos especiais de crase
•	 Palavra casa – sem qualifi cativo, no sentido de lar – sem crase.
Voltarei cedo a casa.
– com qualifi cativo – com crase.
Voltarei cedo à casa de meu pai.
•	 Palavra terra – no sentido que se opõe “estar a bordo” – sem 
crase.
O navio regressou a terra.
— no sentido de chão, lugar — com crase.
Jonas voltou à terra onde nasceu.
•	 Palavra distância – quando indeterminada – sem crase.
Leonardo não enxerga a distância. 
– quando determinada – com crase.
Leonardo não enxergava à distância de 3 metros.
E X E R C í C I O
01. Nas frases que seguem, indique a crase, quando houver:
a) Dirijo-me a Vossa Senhoria a fi m de comunicar-lhe o 
programa a respeito de minha excursão a Europa.
b) Mostrou-se submisso as decisões da comissão.
c) Quem falta a sua palavra, não merece a estima dos amigos.
d) Esta advertência não se destina aqueles alunos que vêm as aulas.
e) A crise de dinheiro leva-nos a circunstâncias angustiantes.
f ) Estava a procura do carro, a olhar para todos os lados.
g) Graças a ela houve obediência as regras do jogo.
h) Desejamos a todos que sejam felizes na sua viagem a Manaus.
i) A rua a que te referes não é tão calma quanto a que apareceu 
na revista.
j) Quanto aquele caso, não aceitamos as suas desculpas.
k) Saiu a cavalo e voltou a tardinha.
l) Boa mãe é a que orienta a criança a enfrentar a vida e não a 
que quer o fi lho sempre junto a si.
m) Chegou a uma hora, e todos já estavam a mesa para almoçar.
n) Prefi ro morrer a viver submisso.
o) Vai a Brasília em visita a parentes.
p) Foi a terra de seus antepassados e, a distância, ia saboreando 
um mundo de recordações.
q) Os astronautas desceram a Terra precisamente as 15h30min.
r) A capacidade e a pesquisa dos tecnocratas deve a nossa 
civilização o rumo vertiginoso do progresso.
s) Resistiremos a qualquer pressão, pois não renunciaremos a 
liberdade.
t) Assistiu a enferma hora a hora, minuto a minuto.
02. De acordo com o código abaixo, assinale as proposições que 
estejam corretas:
Código:
a. se I e II estiverem corretas.
b. se I e III estiverem corretas.
c. se II e III estiverem corretas.
d. se todas estiverem corretas.
e. se nenhuma estiver correta.
1) I. O suplemento literário é publicado as segundas e quintas.
 II. Mandou uma carta à redação do jornal.
 III. Percorreu a cidade às pressas.
2) I. Na reunião, houve referência a mudança de currículo.
 II. A menina sentou-se à beira da estrada.
 III. Relatou a Sua Excelência o encontro entre jornalistas e 
deputados.
3) I. As cordas atadas umas as outras, sustentavam a embarcação.
 II. Usava bolsa a tiracolo à moda da época.
 III. Confi ou a execução da tarefa a uma pessoa experiente.
4) I. Não se subtrai à defesa do povo, nem a causa dos justos.
 II. Chegaram, uma a uma, ao saguão.
 III. Falamos a essas criaturas, incitando-as à cooperação.
5) I. Dirigiu-se à Roma, mas não pôde ir à Paris dos seus Sonhos.
 II. Serviram bacalhau à Gomes de Sá.
 III. Procedemos à leitura da ata.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 49 03/04/2011 19:18:26
REDAÇÃO
50 UECEVEST
03. Muitas vezes os educadores erram, porque pretendem que 
...... vida da criança não seja diferente da do jovem e .......deste da 
do homem maduro. Aquilo que agrada ........ velhice geralmente 
não atrai ........ juventude. É preciso compreender ........ diferen-
ças individuais e etárias para se dosar ........ educação.
a) à – a –a –a –às –a d) à –à –à –a –as –a
b) a –a –à –a –as –a e) a –a –a –à –às –à
c) a –à –à –a –as –à 
04. Ela sentiu-se ...... vontade, falando ...... claras ...... respeito 
do crime.
a) a –as –a d) à –às –a
b) à –as –à e) a –às –a
c) à –às –à 
05. ...... muito anos que ele ...... procura, percorrendo ...... estra-
da que vai ...... Santa Maria.
a) Há –a –a –a d) A –a –à –a
b) Há –a –a –à e) Há –à –a –a
c) A –a –a –a 
06. ..... medida que o tempo passava, ele sentia que perdia ...... 
vontade e que ...... morte chegaria ...... qualquer momento.
a) A –a –a –a d) A –à –a –a
b) À –a –a –à e) À –a –à –a
c) À –a –a –a 
07. Entregue ...... documentação ...... uma das funcionárias e fi -
que ...... espera do resultado ...... fi m de que possamos resolver o 
seu caso ...... curto prazo.
a) a –a –a –a –a d) a –a –à –à –a
b) à –a –à –a –a e) a –a –à –a –a
c) a –a –a –a –à
G A B A R I T O
01. 02. c 03. b 04. d 05. a 06. c 07. e
REDAçãO (RESUMO)
Etapas para a produção do texto
•	 Geração de ideias: Seleção de informações / lista física das 
ideias correlatas.
•	 Planejamento: Propósito / audiência / estilo / conteúdo (deli-
mitação do assunto).
•	 Organização de ideias: unidade do material / visualização e 
coerência / roteiro.
•	 Produção: tese do autor/processos cognitivos/ rascunho.
•	 Revisão: releitura/ verifi cação da ordem/ reforma do texto
•	 Editoração: transcrição.
 OBS.:
•	 A prova de redação da UECE vale 60(sessenta pontos)/ UFC 
vale 80 (oitenta pontos);
•	 O seu texto será analisado a partir dos itens: Texto, Escrita e 
Gramática;
•	 Não use título na sua redação;
•	 Determine seu texto em três partes distintas: Introdução, De-
senvolvimento e Conclusão;
•	 Não assine a sua redação e evite deixar linhas em branco entre 
um item e outro da estrutura do texto;
•	 Use rascunho(o momento mais importante do texto);
•	 Veja se o seu texto é capaz de satisfazer as expectativas do leitor.
 NÃO ESQUEÇA! 
•	 O texto narrativo se constitue da produção da sequência de 
fatos(acontecimentos), baseados num enredo(confl ito/clímax/
desfecho), envolvendo personagens, com ações desenvolvidas 
num determinado espaço, além de noções de tempo. Nesse 
tipo de texto é necessário contar algo!
•	 O texto argumentativo baseia-se na produção do ponto de vista do 
autor, que se posiciona através das informações(fatos, dados, índi-
ces) como forma de levar o leitor a aceitar esse ponto de vista, bem 
como, evitar a contra-argumentação. È importante não só afi r-
mar, mas também comprovar as afi rmativas com qualidade!
•	 Já no texto descritivo, é imprescindível a construção da ima-
gem do ausente para o seu leitor, a fi m de que ele possa aceitar 
os detalhes e as características ali apresentadas. Veja se o retra-
to produzido é rico e fi el!
GÊNEROS TEXTUAIS
•	 Crônica: Texto de caráter jornalístico que apresenta fatos e as-
suntos corriqueiros, abordando tipos públicos ou comuns. Esse 
texto prima pela linguagem leve e apresenta comentários ba-
seados num fato.É contar algo de forma artística e pessoal.
•	 Conto: Trata-se de uma narrativa objetiva que apresenta um 
único confl ito(clímax), tomado já próximo do seu desfecho. 
Encerra uma história com poucas personagens e o aspecto tem-
po e espaço são reduzidos. Por vezes, ocorre a presença do diá-
logo que revelam o confl ito entre personagens.
•	 Fábula(Apólogo): São histórias inventadas, de caráter inve-
rossímel, cujos personagens, normalmente, são animais que 
traduzem sentimentos humanos. Às vezes, são objetos que 
passam a ter vida. A fábula caracteriza-se por uma lição de 
moral, objetivando a transposição da inverossimilhança 
para a realidade.
•	 Panfl eto: É utilizado para a divulgação de um determinado 
produto(objeto ou pessoa) em que o produtor o apresenta com 
a fi nalidade de atrair o público consumidor, fazendo uso da 
persuasão e de uma linguagem apelativa(função conativa). Im-
ponha o produto!
•	 Receita: Descrição com o objetivo de apresentar ao leitor, com 
nitidez, o que é necessário para atingir um determinado ob-
jetivo, como utilizar esses ingredientes e uma conclusão.
•	 Carta argumentativa(Reclamação e solicitação, Carta Aber-
ta e Abaixo-assinado): Textos de reivindicação, dirigidos a 
uma determinada audiência, geralmente autoridades. Fun-
cionam como instrumentos de defesa da sociedade. Devem 
apresentar: local e data, vocativo, corpo do texto(reclamação, 
denúncia, solicitação), expressão de encerramento.
•	 Manifesto: É uma declaração pública das razões que justifi cam 
um ato. Texto dissertativo de caráter reivindicatório em que 
se apresenta uma situação problema que tende a se agravar, 
prejudicando um determinado segmento da sociedade, caso 
providências não sejam tomadas.
•	 ARTIGO/EDITORIAL/CARTA DO LEITOR: Textos disserta-
tivo-argumentativos em que o produtor expõe, de forma crítica, 
sua opinião acerca de um determinado assunto(tema), fazendo 
referências a problemas sociais, políticos, econômicos, ideológicos, 
culturais, fi losófi cos e ambientais a fi m de levar o leitor a refl etir 
sobre o que foi tratado, por vezes, sendo capaz de mudar o posi-
cionamento do leitor, já que, o autor, em determinados momentos 
faz uso de informações de caráter emocional. 
Boa prova! Boa sorte! Boas ideias!
Apostilas UECEVEST mod4.indb 50 03/04/2011 19:18:27
51 UECEVEST
REDAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBlIOGRÁFICAS
ANTUNES, Irandé Costa – Lutar com palavras: coesão e coe-
rência – São Paulo: Ed. Parábola Editorial, 2005.
ARAÚJO, Olímpio & ARAÚJO, Murilo. Desenvolvendo a ha-
bilidade de escrever. Fortaleza, Primus, 2007
BRANDÃO, Helena M. Gêneros do discurso na escola. São 
Paulo. Cortez, 2000.
BRANDÃO, H. e MICHELETTI, G. Aprender e ensinar com 
textos didáticos e paradidáticos. São Paulo. Cortez, 1997.
BRONCKART, J.P. Atividade de linguagem, textos e discur-
sos. São Paulo: EDUC, 1999.
CARNEIRO, Augustinho Dias. Redação em construção:a es-
critura do texto. 2ª edição. Ed. Moderna. São Paulo, 2002.
CEREJA, Willian Roberto & MAGALHÃES, Th ereza Cochar – 
Texto e interação: uma proposta de produção textual a partir 
de gêneros e projetos – São Paulo: Atual, 2000.
CHIAPPINI, Lígia (coord.) Aprender a ensinar com textos. 
Coletânea de 5 volumes. São Paulo. Ed. Cortez, 1997.
COMISSÃO COORDENADORA DO VESTIBULAR(CCV) 
– www.ufc.br.
COMISSÃO EXECUTIVA DO VESTIBULAR(CEV) – www.
uece.br.
FIGUEIREDO, L.C. A redação pelo parágrafo. Brasília: UNB, 
1998.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender 
o texto. São Paulo. Ática,1991.
_________. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo. Áti-
ca,1996.
GARCIA, Othon Moacyr – Comunicação em Prosa Moderna: 
Aprenda a escrever, aprendendo a pensar – 26. ed. – Rio de 
Janeiro: Ed, FGV, 2006.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da lei-
tura. 5ª edição. Ed. Pontes. Campinas, 1997.
KOCH, Ingedore Villaça. A Coesão textual. São Paulo, Ed. Cor-
tez, 2009.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Liguística de texto: o que é e 
como se faz. Recife. Ed.UFPE, 1983.
MEC-Ministério da Educação e Cultura – INEP – Instituto Na-
cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Ma-
trizes de Referência para o ENEM.
PLATÃO & FIORIN, Para entender o texto: leitura e redação. 
16 e.d. 6 reimp., Ática, 2003.
REGIS, Herman & MEDEIROS, Graça – Produção textual no 
ensino médio: geração de ideias – Fortaleza: Primus, 2.ed. 2002.
www.revistaescola.abril.com.br.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 51 03/04/2011 19:18:28
Apostilas UECEVEST mod4.indb 52 03/04/2011 19:18:28
P R É - V E S T I B U l A R
I N G L Ê S
Apostilas UECEVEST mod4.indb 53 03/04/2011 19:18:32
Caro(a) Aluno(a),
Competência de área 2 - Conhecer e usar línguas(s) estrangeiras(s) moderna(s) 
como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais*.
H5 - Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 – Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de 
ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturais.
H7 – Relacionar um texto em LEM, as estruturas lingüísticas, sua função e seu 
uso social.
H8 – Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representa-
ção da diversidade cultural e linguística.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 54 03/04/2011 19:18:32
55 UECEVEST
INGLÊS
UECE – 2008.2 (2ª fase) 
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
Th e genres of English literature derive from classical Greek 
theory, which divided literary works into three genres: poetic, 
epic, dramatic. Each of these divisions possessed a diff erent 
narrative voice: in lyric poetry, the narrator is alone; in epic, 
narrator and characters speak; in drama, the characters 
alone speak. From the Renaissance to the Romantic period 
(16-19c), the classical genres and subgenres (usually known as 
kinds) were regarded in principle as fi xed and virtually part of 
the natural order of things, with boundaries which should not 
be crossed. In practice, however, the Elizabethan dramatists 
frequently crossed them, mixing comedy with tragedy and 
high styles with low in one and the same play, as Shakespeare 
did in Hamlet. Although the neo-classical critics of the late 
17c and the 18c wished to impose classical strictness, their 
view came to be regarded as prescriptive and restrictive. Th e 
growth of the novel in particular (an entirely non-classical 
genre, as the name implies) challenged assumptions about the 
immutability of types. Th e freer thinking of the Romantics and 
changes in knowledge about the physical world encouraged an 
awareness that such systems of classifi cation were arbitrary and 
subject to change.
By the mid-20c, the concept of genre was largely out of 
favor among critics, because of the emphasis of the New Critics 
on the individual text. More recently, however, there has been 
a revival of genre theory, in which no single approach has been 
dominant. Th e early formalists, such as V. Shklovsky (Art 
as Device, 1917) and O. Brik (Rhythm and Syntax, 1927), 
stressed the diff erence between poetry and narrative: in poetry, 
the opposition between poetical and practical language; in 
narrative, the presence of fi bula (the basic story) and syuzhet 
(the formal devices of construction). Th e work of such linguists 
as Ferdinand de Saussure in Switzerland and Roman Jacobson 
(born in Russia) partly prepared the way for the French critic 
Roland Barthes and the Structuralists, for whom genre is a set 
of conventions representing the shared expectations of writer 
and reader, and changing from one period to another. Among 
individuals, the Canadian critic Northrop Frye (Anatomy of 
Criticism, 1957) has suggested that the categories comedy, 
romance, tragedy, satire correspond to archetypal human 
responses. Another approach, categorizing texts through a 
combination of outer form (such as metre, structure) and 
inner form (suchas tone, attitude), was made by the former 
member of the Prague School, René Wellek (with A. Warren, 
Th eory of Literature, 1949).
At the present time, literary scholars generally regard 
genre as something imposed, not inherent. It is convenient for 
analysis but has neither primal truth nor formal sanction. Like 
grammar, genre is held to be more descriptive than prescriptive. 
Th ough probably defi cient in some respects, a description 
is likely to aid attempts to talk and write intelligently about 
literature. Th e integrity of a text demands respect, but family 
resemblances among texts justify grouping them together. In 
academic syllabuses, the teaching of genre courses in addition 
to, or instead of, period courses is common. 
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
Th e classical division (adapted as poetry, fi ction and drama) is 
often used, but there are new classifi cations such utopias and 
women’s writing, which usually adopt existing genres like the 
novel but have created new categories by dealing with subjects 
not generally found in earlier periods. Subgenres such as lyric, 
bildungsroman, and farce are established terms of literary 
criticism. As further divisions emerge, it may be salutary to 
remember the categories of Polonius: ‘tragedy, comedy, history, 
pastoral, pastoralcomical, historical-pastoral, tragical-historical, 
tragical-comical-historical-pastoral, scene individable or
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
poem unlimited’ (Hamlet, 2.2). Traditional ideas about 
genre have aff ected literary language. Th e dominance of a 
genre in a period has led to the belief that the diction used 
in it is the ‘right’ or ‘highest’ form of literary expression. 
Th is has tended to inhibit experiment and to develop such 
narrow concepts as poetic diction. In the 20c, freedom to 
use all types of language in any freedom to use all types of 
language in any genre has prevailed. Poetry in particular 
has accommodated colloquial words and idioms that 
would once have been considered ugly and unfi tting, and 
many dramatists have tried to come as close as possible to 
the reproduction of actual conversation in their dialogue.
q U E S T I O N S
01. According to the text, in terms of the dramatic genre it is 
correct to state that
a) the narrative voice dominates the scene.
b) voice is given to both characters and narrator.
c) characters only hold the expressive voice.
d) the Greek chorus is still the predominant pattern.
02. Th e classifi cation of genres in English language literature is 
said to
a) ascribe to patterns established in the Renaissance.
b) be based on classical theories developed by Roman writers.
c) use theories from both the Greeks and the Romans.
d) draw its theoretical origins from the Hellenistic world.
03. From the ideas expressed in the text, an adequate statement 
related to the question of genre in Shakespeare’s time would be that
a) there was no precise boundary to be followed and obeyed.
b) most playwrights were not aware of any principle whatsoever.
c) Shakespeare’s contemporaries strictly followed the rules 
established.
d) Shakespeare brought together diverse styles and genres in 
the same play.
04. As to the idea of genre, the freedom of thought among the 
romantic writers entailed a view that
a) the novel was a true icon of the lack of possibilities for a 
change.
b) stimulated a reasoning against the immutability of fi xed 
patterns.
c) classical genre classifi cations were not meant to change.
d) an arbitrary change could spoil the very idea of freer 
thinking.
05. Th e notion that the concept of genre includes both the 
process of production and reception of a text is shared by
a) V. Shkslovsky and O. Brik.
b) Roman Jacobson and Ferdinand de Saussure.
c) the structuralists and Roland Barthes.
d) Roland Barthes and Roman Jacobson.
06. According to the text, what justifi es putting certain texts 
together in the same group is the criterion of
a) intelligibility. c) similarity.
b) primal truth. d) verisimilitude.
07. Nowadays genre is usually considered by literary scholars as
a) defi cient in many ways.
b) imposed rather than inherent.
c) more prescriptive than descriptive.
d) inconvenient for analysis.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 55 03/04/2011 19:18:32
INGLÊS
56 UECEVEST
08. As to poetry in the 20c, we notice that it embraces:
a) dialogues and idioms from actual conversations.
b) phrasal verbs and slangs once considered unfitting.
c) colloquial words and commonplace metaphors.
d) colloquial language once regarded as not suitable.
09. In the recent revival of genre theory, it can be said that
a) the structuralist approach has been dominant.
b) romance and tragedy are the most significant kinds.
c) no specific approach has been considered prevailing.
d) comedy is considered less important than other genres.
10. One of the aspects related to genre in the twentieth century 
is the freedom to
a) go back to the classical categorization of genres.
b) develop different conceptions of genre such as satire.
c) use different types of language in all literary genres.
d) not allow flexibility in certain literary genres.
11. The sentence: “The integrity of a text demands respect, but 
family resemblances among texts justify grouping them toge-
ther.” should be grammatically classified as
a) complex. c) compound-complex.
b) compound. d) simple.
12. The sentence: “The dominance of a genre in a period has led 
to the belief that the diction used in it is the “right” or “highest” 
form of literary expression” contains a/an
a) adjective clause. c) adverb clause.
b) noun clause. d) infinitive phrase.
13. In the sentences: “The genres of English literature derive from 
classical Greek theory, which divided literary works into three 
genres: poetic, epic, dramatic.” and “Among individuals, the Ca-
nadian critic Northrop Fries (Anatomy of Criticism, 1957) has 
suggested that the categories comedy, romance, tragedy, satire 
correspond to archetypal human responses”, the parts in italics 
should be categorized respectively as a/an
a) defining relative clause and a subject noun clause.
b) non-defining relative clause and a subject noun clause.
c) defining relative clause and an object noun clause.
d) non- defining relative clause and an object noun clause.
14. In the sentence: “Though probably deficient in some res-
pects, a description is likely to aid attempts to talk and write 
intelligently about literature.”, there is a/an
a) time clause. c) contrast clause.
b) concession clause. d) conditional clause.
15. The sentences: “Another approach, categorizing texts through 
a combination of outer form (such as metre, structure) and inner 
form (such as tone, attitude), was made by the former member of 
the Prague School, René Wellek (with A. Warren, Theory of Lite-
rature, 1949)” and “Each of these divisions possessed a different 
narrative voice…” are respectively in the
a) active and passive voice. c) passive and passive voice.
b) passive and active voice. d) active and active voice.
16. In the sentence “… it may be salutary to remember the ca-
tegories of Polonius: ‘tragedy, comedy, history, pastoral, pasto-
ral-comical, historical-pastoral, tragical-historical, tragicalcomi-
cal- historical-pastoral, scene individable or poem unlimited”, a 
grammatical category featured is a/an
a) indirect object. c) direct object.
b) object noun clause. d) subject noun clause.
17. The sentence “The Classical division is often used, but there 
are new classifications such as utopias…” in the present perfect 
tense is:
a) The classical division has often been used, but there has been 
new classifications such as utopias…
b) The classical division has often been used, but there have 
been new classifications such as utopias…
c) The classical division will often have been used, but there 
will have been new classifications such as utopias…
d) The classical division haveoften been used, but there been 
new classifications such as utopias…
18. The words mixing (line 11), thinking (line 18), representing 
(line 35), existing (line 57), dealing (line 58), and unfitting (line 
74) function respectively in the text as
a) adjective, noun, verb, adjective, verb, noun.
b) verb, verb, verb, verb, noun, adjective.
c) verb, noun, verb, adjective, verb, adjective.
d) verb, noun, verb, noun, adjective, verb.
19. The groups of words “mixing comedy with tragedy…” (lines 
15-16), and “representing the shared …. reader” (lines 49-50) 
are both
a) simple sentences. c) complex sentences.
b) gerund phrases. d) participial phrases.
20. The verb forms has tended (line 69), and to develop (line 69) are
a) simple present and infinitive.
b) present perfect and infinitive.
c) present perfect and simple present.
d) present participle and present perfect.
USOS DO PRESENT PERFECT - I
Como já vimos, o Present Perfect é usado para expressar uma 
ação que aconteceu num passado indeterminado, destacando o 
fato em si e suas conseqüências para o momento presente:
He has killed a rabbit. Now he has something to eat.
(Ele matou um coelho. Agora ele tem algo para comer)
Quando é possível determinar o momento em que a ação 
aconteceu, usa-se o Simple Past, nao o Present Perfect. Repare que, 
em português, não há essa diferença; usa-se o pretérito perfeito 
nos dois casos.
He killed a rabbit an hour ago.
(Ele matou um coelho uma hora atrás)
USOS DO PRESENTE PERFECT - II
O Present Perfect também é usado para indicar que uma ação 
começou no passado e ainda continua no presente:
Mrs. Campbell has been a teacher since 1980/for over 20 years.
(A Sra. Campbell é professora desde 1980/há mais de 20 anos.)
Nesse caso, empregam-se as preposições since (desde) ou for 
(há...,faz...tempo), que indicam ou o início da ação (uso de since) 
ou há quanto tempo ela vem sendo praticada (uso do for). É im-
portante observar que, em poruguês, na prática usa-se o presente 
do indicativo nesse caso, o que, em inglês, não é possível.
Compare:
She is a teacher. She has been a teacher since 1980/for over 
20 years.
(Ela é professora. Ela é professora desde 1980/há mais de 20 anos.)
Apostilas UECEVEST mod4.indb 56 03/04/2011 19:18:33
57 UECEVEST
INGLÊS
ADVÉRBIOS qUE ACOMPANHAM O 
PRESENT PERFECT
Advérbios que indicam tempo de modo vago, indefi nido:
• already: já
I’m not hungry. I have already eaten. (Não estou com fom. Eu 
já comi.)
Already é uma palavra basicamente afi rmativa, mas poderá 
aparecer em algumas perguntas quando, além do já, houver outra 
idéia implícita. assim:
a. Quando a pergunta revela espanto,surpresa. Nesses casos 
aparece no fi nal:
 Have you eaten already? It’s only 6 o’clock!
 (Você já comeu ? Mas ainda são 6 horas!)
b. Quando, pelo contexto, se espera que a resposta seja 
afi rmativa. Nesse caso vem antes do verbo principal:
 Have you already eaten? I can see that.
 (Você já comeu, não é ? estou vendo isso.)
Compare esses usos de already em pergntas com o uso de yet 
(já), dado a seguir.
• ever: já, alguma vez. É usado em perguntas com destaque para 
a ocasião ou a oportunidade em que a ação pode ou não ter 
sido praticada:
Have you ever seen a whale ?
(Você já/alguma vez viu uma baleia ?)
Outros usos (menos comuns) de ever:
a. afi rmações ou palavras compostas: sempre
 Th e Beatles will be loved by their fans for ever.
 (Os Beatles serão amados por seus fãs para sempre.)
b. com superlativo: já
 Th e best book he has ever written.
 (O melhor livro que ele já escreveu.)
c. com comparativo: nunca
 He is better than ever.
 (Ele está melhor do que nunca.)
• yet
a. já: É usado em perguntas sobre ações comuns, corriqueiras 
(a serem praticadas mais cedo ou mais tarde) e quando não 
se antecipa o tipo de resposta (poderá ser yes ou no):
have you eaten yet ? 
(Você já comeu?)
b. ainda (não): É usado em orações negativas (com not):
(No,) I haven’t eaten yet.
(Não,) (Eu ainda não comi.)
Além desses usos, yet também pode ser uma conjunção, com 
o mesmo sentido de but (mas, no entanto):
He’s not handsome, and yet they’re crazy about him.
(Ele não é bonito, no entanto elas são malucas por ele.)
• just: Nao tem tradução própria. É usado entre have/has e o 
particípio passado do verbo principal para indicar uma ação 
que acabou de acontecer.
I have just eaten.
(Acabei de comer.)
• never – nunca: É usado em orações negativas sem not. Never é 
uma palavra naturalmente negativa:
I have never seen a whale.
(Eu nunca vi uma baleia.)
q U E S T I O N S
01. Sarah _____________ classes lately.
a) didn’t attend c) hasn’t attended 
b) haven’t attended d) attended 
02. He __________ them up yesterday, although he __________ 
very busy. 
a) rang, was c) rang, has been
b) rang, rings, was d) has rung, has been 
03. Have they found a solution yet? “Yes, they…”
a) have c) found
b) have found d) found it yet
04. When did she __________ ? She left yesterday.
a) left c) live
b) lived d) leave 
05. Poor aunt Susan, she _____ much luck since uncle Ted _____
a) isn’t – died c) is – dies 
b) haven’t had – had died d) hasn’t had - died 
06. (UECE/2001.2) Em “nothing has been more aff ected …” e 
“…has become a cheap article”, as formas em negrito são vozes do: 
a) present perfect c) past perfect
b) past continuous d) simple past
07. Modern indoor heating systems __________ it possible for 
man to live more comfortably than in the past.
a) has made c) has been made
b) have made d) having made
08. While he was in Europe he __________ many postcards to 
his friends and relatives.
a) has written c) is writing
b) wrote d) have written
09. We’re all waiting for Bill. He _________ yet.
a) not c) haven’t come
b) hasn’t come d) didn’t come
10. He _________ a cigar for the last eight years.
a) shall not smoke c) did not smoke
b) has not smoked d) will not smoking 
UECE – 2008.2 (1ª FASE)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
How much a mother eats at the time of conception 
may infl uence whether she gives birth to a boy or a girl, a 
new report shows.
Th e report, from researchers at Oxford and the 
University of Exeter in England, is said to be the fi rst 
evidence that a child’s sex is associated with a mother’s diet. 
Although sex is genetically determined by whether sperm 
from the father supplies an X or Y chromosome, it appears 
that a mother’s body can favor the successful development 
of a male or female embryo.
Th e study, published in the journal Proceedings of the 
Royal Society B: Biological Sciences, shows a link between 
higher energy intake around the time of conception and 
the birth of sons. Th e diff erence is not huge, but it may 
be enough to help explain the falling birthrate of boys in 
industrialized countries, including the United States and 
Britain.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 57 03/04/2011 19:18:33
INGLÊS
58 UECEVEST
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
Th e reason food intake may infl uence the development 
of one sex of infant rather than another isn’t fully 
understood. However, in vitro fertilization studies show 
that high levels of glucose encourage the growth of male 
embryos while inhibiting female embryos. It may be that 
male embryos are less viable in women who regularly limit 
food intake, such as skipping breakfast, which is known 
to depress glucose levels. A low glucose level may be 
interpreted by the body as indicating poor environmental 
conditions and low food availability, the researchers said.
Th e fi ndings are based on a study of 740 fi rst-time 
pregnant mothers in Britain who didn’t know the sex of 
their fetus. Th ey provided records of their eating habits 
before and during the early stages of pregnancy, and 
researchers analyzed the data based on estimated calorie 
intake at the time of conception. Among womenwho ate 
the most, 56 percent had sons, compared with 45 percent 
among women who ate the least. As well as consuming 
more calories, women who had sons were more likely to 
have eaten a higher quantity and wider range of nutrients, 
including potassium, calcium and vitamins C, E and B12. 
Th ere was also a strong correlation between women eating 
breakfast cereals and producing sons.
Th e data are limited by the fact that they are based 
on self-reported food intake, which can be unreliable. 
However, the consistency of the trend off ers an explanation 
for the small but consistent decline in the proportion 
of boys born in industrialized countries over the last 40 
years, where even though women in general appear to be 
consuming more, eating habits have changed.
In the United States, for instance, the proportion of 
adults eating breakfast fell from 86 percent to 75 percent 
between 1965 and 1991. And although women may 
be eating more overall, a nutrient-poor diet could be 
less favorable to a male embryo. Glucose levels may also 
fl uctuate in women who are dieting and trying to lose 
weight prior to pregnancy. In animals, more sons are 
produced when a mother ranks high in the group or has 
plentiful food resources.
From: THE NEW YORK TIMES April 23, 2008 - www.nytimes.com
q U E S T I O N S
01. Between the years of 1965 and 1991, researchers found that 
there was a/an
a) decline in the proportion of girls born in poor countries.
b) decrease in the number of adults who ate breakfast.
c) signifi cant increase in the birth of boys.
d) alarming number of women going on a diet after pregnancy.
02. Th e link between higher energy intake around the time of 
conception and the birth of boys
a) shows that high levels of glucose diminishes the growth of 
female embryos.
b) is related to the consumption of vitamin B12.
c) may help to explain the falling birthrate of boys in 
industrialized countries.
d) is the result of research carried out in underdeveloped 
countries.
03. Although it isn’t fully understood why food intake may in-
fl uence the development of male sex rather than female, studies 
have shown that
a) the absence of glucose infl uences the growth of healthy 
embryos.
b) low levels of glucose determines an X chromosome.
c) a nutrient-poor diet is less favorable to a female embryo.
d) high levels of glucose encourage the growth of male 
embryos.
04. Researchers have also found that women who had sons not 
only ate more, but were also more likely to have
a) drunk more milk and fruit juice.
b) eaten a bigger quantity of important nutrients.
c) consumed low levels of glucose.
d) stopped smoking and drinking.
05. Male embryos may be less viable in women who usually limit 
food intake because skipping some meals
a) depresses the levels of potassium and calcium.
b) increases the production of insulin.
c) reduces the levels of glucose.
d) speeds the rhythm of heart beats.
06. In the United States researchers have shown that although 
women may be eating more overall,
a) a diet poor in nutrients could be unfavorable to male 
embryos.
b) the fl uctuation of sugar levels can damage pregnancy.
c) a rich vitamin intake is essential to a healthy body.
d) vitamins C and E should be avoided by pregnant women. 
01.
Viva la Vida
I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning and I sleep alone
Sweep the streets I used to own
I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy’s eyes
Listen as the crowd would sing
“Now the old king is dead! Long live the king!”
One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand
[…]
MARTIN, C. Viva la vida, Coldplay. In: Viva la vida or Death and all his 
friends. Parlophone, 2008.
Letras de músicas abordam temas que, de certa forma, podem ser 
reforçados pela repetição de trechos ou palavras. O fragmento da 
canção Viva la vida, por exemplo, permite conhecer o relato de 
alguém que
a) costumava ter o mundo aos seus pés e, de repente, se viu 
sem nada.
b) almeja o título de rei e, por ele, tem enfrentado inúmeros 
inimigos.
c) causa pouco temor a seus inimigos, embora tenha muito 
poder.
d) limpava as ruas e, com seu esforço, tornou-se rei de seu povo.
e) tinha a chave para todos os castelos nos quais desejava morar.
02.
THE WEATHER MAN
Th ey say that the British love talking about the weather. For 
other nationalities this can be a banal and boring subject of 
conversation, something that people talk about when they have 
nothing else to say to each other. And yet the weather is a very 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 58 03/04/2011 19:18:34
59 UECEVEST
INGLÊS
important part of our lives. Th at at least in the opinion of Barry 
Grometti, press offi cer for Th e met Offi ce. Th is is located in 
Exeter, a pretty cathedral city in the southwest of England. Here 
employees – and computers – supply weather forecasts for much 
of the world. 
Speak Up. Ano XXIII, nº 275.
Ao conversar sobre a previsão do tempo, o texto mostra
a) o aborrecimento do cidadão britânico ao falar sobre 
banalidades.
b) a falta de ter o que falar em situações de avaliação de línguas.
c) a importância de se entender sobre meteorologia para falar 
inglês.
d) as diferenças e as particularidades culturais no uso de uma 
língua.
e) o confl ito entre diferentes ideais e opiniões ao se comunicar 
em inglês.
G A B A R I T O
UECE – 2008.2 (2ª FASE)
01. c 02. d 03. d 04. b 05. c 
06. c 07. b 08. d 09. c 10. c 
11. b 12. b 13. d 14. nula 15. b 
16. c 17. b 18. c 19. d 20. b
Present perfect tense
01. c 02. c 03. a 04. d 05. d
06. a 07. b 08. b 09. b 10. b
 
UECE – 2008.2 (1ª fase) 
01. b 02. c 03. d 04. b 05. c 06. a
ENEM
01. a 02. d
REFERÊNCIAS BIBlIOGRÁFICAS
http://gemeos2.uece.br/cev/vest/vest20082/v82doc/v82_f1-pro-
vaing-gab1.pdf, acesso em: 11/11/2010.
http://gemeos2.uece.br/cev/vest/vest20082/v82_f1gabdef.pdf, 
acesso em: 11/11/2010.
http://public.inep.gov.br/enem/2010/AMARELO_Domingo_
GAB.pdf, acesso em: 18/11/2010.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 59 03/04/2011 19:18:35
Apostilas UECEVEST mod4.indb 60 03/04/2011 19:18:35
P R É - V E S T I B U l A R
E S P A N H O L
Apostilas UECEVEST mod4.indb 61 03/04/2011 19:18:41
Caro(a) Aluno(a),
Competência de área 2 - Conhecer e usar línguas(s) estrangeiras(s) moderna(s) 
como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais*.
H5 - Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 – Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de 
ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturais.
H7 – Relacionar um texto em LEM, as estruturas lingüísticas, sua função e seu 
uso social.
H8 – Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representa-
ção da diversidade cultural e linguística.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 62 03/04/2011 19:18:41
63 UECEVEST
ESPANHOL
NÚMERO DE lOS SUSTANTIVOS
Números es el accidente gramatical de los sustantivos y de los 
adjetivos para signifi car uno o más ejemplares de la misma especie.
Formación del Plural 
Primer Tipo
A los nombres terminados en vocal no acentuada en el singular se 
añade una S.
Ejemplos: la casa – las casas
 el perro – los perros
 la mesa – las mesas
 el cuaderno – los cuadernos
 OBSERVACIÓN: 
Las palavras terminadas en Y no siguen esta regla.
Ej.: LEY – LEYES ; BUEY - BUEYES
Segundo Tipo 
A los nombres terminados en vocal acentuada se añade ES.
Ejemplos: el rubí – los rubíes
 el jabalí – los jabalíes
 OBSERVACIÓN: 
Las palabras que terminan en A y O acentuada cuando van al 
plural no conservan el acento. Ej.: Rajá – rajaes.
Las palabras que terminan en E acentuada cuando van al plu-
ral se añade una S. Ej.: Café- cafés
Excepciones: papá- papás
 mamá – mamás
 sofá – sofás
 dominó – dominósTercer Tipo
A los nombres terminados en consonante se añade ES.
Ejemplos: El general – los generales
 El profesor – los profesores
 La ciudad – las ciudades
 El árbol – los árboles
 OBSERVACIÓN: 
•	 as palabras agudas acentuadas terminadas en consonante no 
conservan el acento en el plural. 
Ejemplos: Razón – Razones
 Ratón – Ratones
 Oración – Oraciones
•	 Las palabras graves acentuadas terminadas en consonante 
conservan el acento en el plural.
Ejemplos: Mármol – Mármoles
 Árbol – Árboles
Excepciones:
•	 Los apellidos graves terminados en “z” son palabras invariables.
Ejemplos: Méndez, López, González, Pérez, Giménez, Gómez.
•	 Las palabras terminadas en “Z” que no son apellidos, hacen el 
plural cambiando la Z en C y añadiendo “ES”:
Ejemplos: Luz – Luces
 Voz – Voces
 Pez – Peces
 Nariz – Narices
•	 Las palabras terminadas en “S” que no son monosílabas ni son 
agudas son palabras invariables.
Ejs.: Crisis, cutis, dosis, tenis , análisis.
•	 Las palabras terminadas en “X” son invariables.
Ej.: Tórax, fénix, ónix, látex.
•	 Las palabras terminadas en “C” hacen el plural cambiando la 
“C” por “QU” y añadiendo “ES”.
Ej.: Tictac – Tictaques
Cuarto Tipo 
Palabra terminada en “Y”. Hacemos el plural con “ES”.
Ejemplos: Rey – Reyes
 Ley – Leyes
 Buey – Bueyes
Plural de los nombres Compuestos
•	 Las palabras compuestas de verbo y sustantivo plural hacen el 
plural como el singular:
El paraguas – los paraguas
El cortaplumas – los cortaplumas
•	 Las palabras compuestas de adjetivo y sustantivo cambian el 
segundo elemento:
El padrenuestro – los padrenuestros
El montepío – los montepíos
•	 Los demás compuestos añaden solamente el signo del plural al 
segundo elemento:
La bocacalle – las bocacalles
El sotabanco – los sotabancos
El vaivén – los vaivenes
•	 Añaden el plural al primer elemento:
Hijodalgo – Hijosdalgo
Cualquiera – Cualesquiera
Quienquiera – Quienesquiera
•	 Varían los dos elementos:
Ricadueña – Ricasdueñas
Gentilhombre – Gentileshombres
Mediacaña – Mediascañas
Ricohombre – Ricoshombres
E J E R C I C I O S
 
01. (UECE/2010.2) Apunta la forma plural correcta. 
a) cicatriz – cicatrices c) cualquiera – cualquieras
b) lord – lordes d) rajá – rajás 
02. (UECE/2010.1) La forma plural de la palabra “espécimen” es:
a) Especímenes. c) Especimenes.
b) Espécimens. d) Especimens.
03. Los sustantivos frente, cólera y barba cambian de signifi cado 
de acuerdo con el género en que se emplean. Ubique las palabras 
que presentan esta misma particularidad.
a) Arte, calor, énfasis. c) Cura, génesis, policía.
b) Dolor, estante, labor. d) Arma, ancla, hacha.
04. (UECE/2008.2) En “…la tormenta que lavaría la sangre de 
la piedra” y “antes de que sus mentes interpretaran correctamente 
la profundidad del mensaje”. Indique la alternativa que presenta, 
tal y como los sustantivos en negrilla, una palabra de género dis-
tinto del portugués.
a) Ella sintió un olor insoportable en aquella calle.
b) En la celda los custodios encontraron un arma hechiza.
c) Diversos periódicos dieron noticia de la masacre.
d) El cóndor es un ave que habita en los Andes.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 63 03/04/2011 19:18:42
ESPANHOL
64 UECEVEST
05. Marque la opción cuyas formas el plural estén todas correctas:
a) Pies, rubís, relojes, leys;
b) Maniquíes, rajaes, mamás, ayes;
c) Análisis, felizes, especímenes, tórax;
d) Ónix, raízes, dosis, baladíes.
06. Indique la serie de plurales correctos:
a) Fénix, luces, rajaes, corsés;
b) Cualesquiera, tórax, ombúes, leys;
c) Lordes, memorándum, álbumes, onices;
d) Hidalgos, hijosdalgos, dominós, especímenes.
07. Marque la alternativa que contenga todos los plurales cor-
rectos:
a) Peces, cualesquiera, lordes, gentilhombres;
b) Fénix, caracúes, rajás, hijosdalgo;
c) Hidalgos, papás, maravedís, espécimenes;
d) Convoyes, crisis, tórax, lápices.
08. Señale la alternativa que presente la formas plural correcta:
a) Gentilhombre – Gentileshombres;
b) Carácter – Carácteres;
c) Régimen – Régimenes;
d) Lápiz – Lápizes.
09. Señale la opción cuyas formas plurales estén todas correctas.
a) Especímenes, hijodalgos, lordes;
b) Matizes, quienesquiera, leyes;
c) Fraques, maravedíes, sofás;
d) Ombúes, cualquieras, puntapiés.
INTERPRETACIÓN DE TEXTO
UECE – 2008.2 (2ª fase)
Primero fue el viento. Más tarde, como un relámpago, como 
una lengua de plata en el cielo, fue anunciada en el valle del 
Anáhuac la tormenta que lavaría la sangre de la piedra. Fue mucho 
después de la ofrenda que anocheció y se escucharon atronadoras 
descargas; pronto apareció en el cielo una serpiente plateada que 
se vio con la misma fuerza en muy distintos sitios. Enseguida 
empezó a llover de una manera pocas veces vista. Llovió toda la 
noche y a lo largo del día siguiente. Durante tres días no cesó de 
llover. Llovió tanto que los sacerdotes y sabios del Anáhuac se 
alarmaron. Ellos estaban acostumbrados a escuchar y a interpretar 
la voz del agua pero a la sazón sintieron que Tláloc, el dios de 
la lluvia, no sólo trataba de decirles algo sino que, por medio 
del agua, había dejado caer sobre ellos una nueva luz, una nueva 
visión que daría otro sentido a sus vidas, y aunque todavía no 
sabían claramente cuál era, así lo sentían en sus corazones. Y antes 
de que sus mentes interpretaran correctamente la profundidad 
del mensaje, que el agua explicaba cada vez que se dejaba caer, la 
lluvia cesó y el sol resplandeciente afl oró en toda su magnitud y se 
refl ejó en la multitud de espejos, de pequeños lagos, ríos y canales 
que las lluvias habían dejado colmados de agua.
Ese día, lejos del valle, una mujer luchaba por dar a luz su 
primogénito. Su suegra, que actuaba como comadre, no sabía si 
prestaba oídos a su parturienta nuera o al mensaje del dios Tláloc.
No le costó trabajo decidirse por la esposa de su hijo. El parto era 
complicado. A despecho desu gran experiencia nunca había ayudado 
en un alumbramiento como ése. Durante el baño en temascal – 
inmediatamente anterior al parto – ella aún no había detectado 
que el feto estaba mal acomodado. Todo parecía estar en orden. Sin 
embargo, el esperado nacimiento se tardaba más de lo común.
La fuerte lluvia era el único sonido que acompañaba los ge-
midos de la joven parturienta. Después de que el agua habló, un 
gran silencio fue sembrado y sólo lo rompió el llanto de una niña 
a quien nombraron Malinalli.
La recién nacida fue recibida por los brazos de su abuela pa-
terna, quien presintió que ella estaba destinada a una vida de per-
plejidades, en la que iba a perderlo todo y, a la vez, encontrarlo 
todo. Lo que la abuela no alcanzó a percibir fue que la primera 
pérdida que esa niña iba a experimentar en su vida estaba dema-
siado cerca y, mucho menos, que ella misma se iba a ver fuerte-
mente afectada. Lo último que en ese momento hubiera pensado 
era que podría perderla. Así, la abuela, que había participado ac-
tivamente durante el parto, miró con alegría y llena de embelezo 
cómo MalinalIi abría los ojos y movía vigorosamente sus brazos.
ESQUIVEL, Laura. Malinche. Colombia: Suma, 2005, p. 9-11. Adaptado.
E J E R C I C I O S
01. El texto que nos ocupa, en sus primeras líneas, menciona
a) el curso de una batalla en el valle del Anáhuac.
b) una precipitación de granizos sucedida de atronadoras 
descargas.
c) el nacimiento de una serpiente venenosa con el color de la 
plata.
d) un sacrifi cio mucho antes del crepúsculo.
02. El autor, al mencionar la lluvia, deja claro que ella
a) era de una intensidad poco común.
b) se fue tan pronto como apareció en el cielo.
c) sorprendió a todos por su fuerza e intermitencia.
d) fue anunciada previamente por los habitantes del valle.
03. Es cierto que los sacerdotes y sabios del Anáhuac
a) no demostraron asombro porque ya esperaban una tormenta 
como aquélla.
b) apenas escucharon lavoz del agua y se pusieron a orar.
c) sintieron que el dios de la lluvia buscaba transmitirles un 
mensaje.
d) solían predecir con precisión los chubascos que caían 
dispersos en el valle.
04. El texto sugiere que la lluvia descrita
a) fue interpretada como una demostración de cólera de los 
dioses.
b) anunciaba un tiempo nuevo que aún no se descifraba con 
clareza.
c) se vio como una respuesta a quienes no creían en los poderes 
divinos.
d) permitió una visión más clara de la extensión y belleza del 
valle.
05. Nos dice el texto que, al cesar la lluvia que irrumpió en 
aquellos parajes,
a) las personas empezaron a refl exionar sobre los cambios del 
clima.
b) el sol, harto tímido, apenas brilló en el horizonte del valle.
c) se vio que surgieron nuevos lagos y ríos, colmados de agua.
d) el sol resplandeció sobre las aguas de los ríos y lagos de la 
región.
06. En un sitio lejano del valle, ese mismo día, una mujer daba a luz
a) a aquel que sería su último y dilecto hijo.
b) con la ayuda de la propia suegra que fungía como partera.
c) mientras escuchaba sin gran atención lo que decía su suegra.
d) al primogénito del dios conocido por Tláloc.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 64 03/04/2011 19:18:43
65 UECEVEST
ESPANHOL
07. Conforme al texto, la suegra de la parturienta
a) se concentró mucho más en el mensaje del dios.
b) no era una mujer experta en alumbramientos.
c) le costó trabajo entender que la nuera estaba pariendo.
d) percibió que el parto no sería sencillo.
08. Sobre las circunstancias del parto el texto añade que
a) el feto estaba muy bien y sólo aparentemente mal 
acomodado.
b) todo se dio tal como previsto, habiendo sido muy rápido el 
nacimiento.
c) el llanto de la recién nacida se confundía con el sonido de la 
lluvia.
d) el silencio que vino después de la lluvia fue interrumpido 
por el llanto de la niña.
09. El texto hace ver al lector que la suegra
a) expuso sus resistencias al nacimiento de la criatura.
b) recibió a la niña con gran reserva y dejó eso muy claro.
c) se quedó muy contenta con el nacimiento de la niña.
d) hizo un gran silencio antes de anunciar el nacimiento de 
Malinalli.
10. El autor concluye afi rmando que la suegra presintió que
a) la niña tendría delante de sí un futuro de incertidumbres.
b) sería afectada por la primera pérdida experimentada por la niña.
c) la pequeña no lograría abrir los ojos y mover sus brazos.
d) la niña no sobreviviría mucho tiempo, por las difi cultades 
del parto.
lAS CONJUNCIONES
las Conjunciones de Coordenación 
Las conjunciones de coordinación son palabras invariables 
que constituyen un nexo o unión entre palabras u oraciones de 
igual función.
Conjunciones Matiz semático Ejemplos
y / e
Que
Unen elementos Se sienta ahí y habla con 
todos
Ni Unen elementos 
negativos
Está enfermo: no bebe 
ni come
o/u
o…o
bien…bien
tal…tal
ora…ora
que…que
sea...sea
uno...otro
cual...cual
ya…ya
Indican una 
opción entre dos 
o varias posibili-
dades
O vienes conmigo o te 
quedas aquí
Pero
mas
aunque
sino
sin embargo
antes
antes bien
más bien
si bien
a pesar de
con todo
Oponen una 
cosa a otra
No es a pedro sino a 
Juan a quien yo quiero.
Así que
Así pues
Con que
Es decir
Esto es
Luego
O sea
Por esto
Por (lo) tanto
Por consiguiente
Pues
Indican conse-
cuencia y mo-
tivo:
Has hablado tú, luego 
déjame hablar a mí.
No me lo repitas, pues 
ya lo has dicho
las Conjunciones de Subornación 
Las conjunciones de subordinación propiamente dichas son 
pocas: que, pues, si. Pero la combinación de que con algunas 
preposiciones u otras partículas aumenta considerablemente el 
número:
Conjunciones y locuciones de tiempo
Anterioridad: antes (de) que, hasta que, primero que.
Posterioridad: apenas, así que, desde que, después (de) que, en 
cuanto, luego que, nada más que, tan pronto como, una vez que.
Simultaneidad: al tiempo que, a medida que, cuando, en tan-
to que, mientras (que).
Repetición: cada vez que, siempre que, todas las veces que.
Límite de la acción: desde que, hasta que.
Conjunciones y locuciones causales
Porque, como, a fuerza de, dado que, debido a que, en vista 
de que, por miedo a que, pues, puesto que, que, ya que.
Conjunciones y locuciones consecutivas
De manera que, de modo que, de tal modo que, tan (to) que.
Conjunciones y locuciones condicionales
Si, a condición de que, a menos que, a no ser que, como, con 
tal de que, (en el) caso de que, no sea que, salvo que, siempre que.
Conjunciones y locuciones finales
Para que, a fi n de que, a que, con objeto de que, por miedo 
a que.
Conjunciones y locuciones concesivas
Aunque, a pesar de que, así, aun cuando, bien que, por más 
que, por mucho que, si bien , y eso que.
Conjunciones y locuciones comparativas
De igualdad: igual que, tan, tanto(a, os, as)…como, tanto…
cuando.
De superioridad: más…que.
De inferioridad: menos…que.
Conjunciones y locuciones modales
Como, conforme, cual cuanto, de manera que, de modo que, 
según (que). 
E J E R C I C I O S
 
01. (UECE/2009.1-1ª fase) La expresión a la vez (línea 12) pue-
de ser sustituida, con el mismo signifi cado, por
a) a su vez. c) al mismo tiempo.
b) siempre. d) de vez en cuando
02. (UECE/2009.1 -1ª fase) Señale la segunda columna de 
acuerdo con la primera:
Apostilas UECEVEST mod4.indb 65 03/04/2011 19:18:44
ESPANHOL
66 UECEVEST
1. mientras ( ) porém
2. temprano ( ) mal
3. apenas ( ) enquanto
4. sin embargo ( ) cedo
La secuencia correcta de arriba abajo es:
a) 4, 3, 1, 2. c) 1, 2, 4, 3.
b) 1, 3, 2, 4. d) 4, 3, 2, 1.
03. (UECE/2008.2) La frase ”aunque todavía no sabían clara-
mente cuál era” se traduce al portugués por
a) ainda mais porque não sabiam claramente qual era.
b) de sorte que, apesar de tudo, não sabiam claramente qual era.
c) embora ainda não soubessem claramente qual era.
d) visto, contudo, que não soubessem claramente qual era.
04. (UECE 2008.2 )En “a despecho de gran experiencia...”, la expre-
sión destacada puede ser sustituida con el mismo signifi cado por
a) gracias a. c) en virtud de.
b) no obstante. d) a solicitud de.
05. (UECE 2008.2) Sin embargo y a la vez corresponden en 
portugués, respectivamente, a
a) sem difi culdade; às vezes.
b) entretanto; ao mesmo tempo.
c) certamente; por diversas vezes.
d) na realidade; amiúde.
06. (UECE 2007.1) La conjunción despacio y pero se susti-
tuyen, respectivamente, por
a) lentamente, sin embargo. c) de miedo, es decir.
b) de prisa, aún. d) antes del tiempo, pues.
07. (UECE 2007.1-1ª fase) En “levantándonos a menudo a las 
siete” la expresión destacada tiene el signifi cado de
a) con frecuencia. c) poco antes de.
b) invariablemente. d) para decir en detalles.
08. (UECE 2006.2) “… pero corriendo sobre la derecha como 
correspondía”. NO es sinónimo de la conjunción en negrilla:
a) mas. c) sin embargo.
b) empero. d) todavía.
09. (UECE 2006.2) El vocablo mientras “Mientras lo llevaban 
boca arriba hasta una farmacia próxima…” quiere decir en por-
tugués:
a) depressa. c) sem hesitação.
b) com muito custo. d) enquanto.
10. (UECE/2004.1) “pero los exorcismos suyos no produjeron 
efecto alguno” El término pero es sinónimo de:
a) Asimismo. c) Todavía.
b) No obstante. d) Luego después.
INTERPRETACIÓN DE TEXTO
UECE – 2007.2 (1ª fase)
01
02
03
04
05
Poco antes del amanecer, Kate despertó sobresaltada, 
porque creyó haber oído un ruido muy cercano. “Debo 
haberlo soñado”, murmuró, dando media vuelta en su litera. 
Trató de calcular cuánto rato había dormido. Imaginó que 
había tenido una pesadilla. Le crujían los huesos, le dolían
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
los músculos, le daban calambres. Le pesaban sus sesenta 
y siete años bien vividos; tenía el esqueleto aporreado por 
el viaje. “Estoy muy vieja para este estilo de vida…”, pensó 
por primera vez la escritora, pero enseguida se retractó, 
convencida de queno valía la pena vivir de ninguna otra 
manera. Sufría más por la inmovilidad de la noche que por 
la fatiga del día; las horas dentro de la tienda pasaban con 
una lentitud agobiante. En ese instante volvió a percibir el 
ruido que la había despertado. No pudo identifi carlo, pero 
le parecieron rascaduras. 
Las últimas brumas del sueño se disiparon por completo 
y Kate se irguió en la litera, con la garganta seca y el corazón 
agitado. No había duda; algo había allí, muy cerca, separado 
apenas por la
tela de la carpa. Con mucho cuidado, para no hacer 
ruido, tanteó en la oscuridad buscando la linterna, que 
siempre dejaba cerca. Cuando la tuvo entre los dedos se dio 
cuenta de que transpiraba de miedo, no pudo activarla con 
las manos húmedas. Iba a intentarlo de nuevo, cuando oyó 
la voz de Nadia, quien compartía la carpa con ella.
– Chiss, Kate, no enciendas la luz… – susurró
la chica.
– ¿Qué pasa?
– Son leones, no lo asustes – dijo Nadia.
La escritora se le cayó la linterna de la mano. Sintió 
que los huesos se le ponían blandos como budín y un grito 
visceral se le quedó atravesado en la boca. Un solo arañazo 
de las garras de un león rasgaría la delgada tela de nylon 
y el felino les caería encima. No sería la primera vez que 
un turista moría así en un safari. Durante las excursiones 
había visto leones de tan cerca que pudo contarles los 
dientes; decidió que no le gustaría sufrirlos en carne 
propia. Pasó fugazmente por su mente la imagen de los 
primeros cristianos en el coliseo romano, condenados a 
morir devorados por esas fi eras. El sudor le corría por la 
cara mientras buscaba la linterna en el suelo, enredada en la 
red del mosquitero que protegía su catre. Oyó un ronroneo 
de gato grande y nuevos arañazos.
ALLENDE, Isabel, Bosque de los Pigmenos, Debolsillo, Buenos Aires, 2006, pp. 36-37. 
Texto adaptado.
E J E R C I C I O S
01. El autor cuenta en su relato que Kate
a) escuchó un ruido distante que parecia rascaduras o arañazos.
b) despertó sobresaltada porque había tenido un sueño muy 
desagradable.
c) se percató que su edad no se conciliaba con aquel estilo de 
vida.
d) vio a un ratón que hacía un extraño ruido en La tienda.
02. Al erguirse en la litera, la escritora
a) no sabía aún quien era el responsable del ruido.
b) estaba tan agitada que no halló la linterna en la oscuridad.
c) no tuvo ninguna duda en cuanto al origen de aquel ruido.
d) sintió un alivio puesto que estaba protegida por La tela de la 
capa.
03. El texto señala que Kate
a) transpiraba mucho pero en ningún rato tuvo miedo.
b) fue avisada por su amiga que se trataba de un felino 
inofensivo.
c) se acordó de los gladiadores en el coliseo romano que 
lograban sobrevivir.
d) sintió un miedo intenso y ni siquiera pudo gritar.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 66 03/04/2011 19:18:44
67 UECEVEST
ESPANHOL
04. Identifi que con una “V” las afi rmaciones correctas y con una 
“F” las afi rmaciones falsas:
( ) La frase “…creyó haber oído un ruido muy cercano.” (líneas 
02/03) contiene un ejemplo de apócope.
( ) En “Cuando la tuvo entre los dedos…” (líneas 23/24), el 
vocablo subrayado es un pronombre personal objeto.
( ) El término “solo” en “Un solo arañazo…” (línea 31) se 
clasifi ca como un adverbio de cantidad.
( ) “pudo” (línea 35) es voz de un verbo regular conjugado en el 
pretérito perfecto.
La secuencia correcta de arriba abajo es:
a) V, F, V, F c) F, V, F, V
b) V, V, F, F d) F, F, V, V
05. Así como el sustantivo “viaje” (línea 09), divergen del portu-
gués en el género.
a) alba, hambre, ascua c) bosque, luz, poder
b) puñal, raíz, virtud d) costumbre, dolor, fraude
06. “…pero enseguida se retractó” (línea 08). La palabra subraya-
da arriba
a) tiene el mismo signifi cado de “sin embargo”.
b) es sinónima del monosílabo “más”.
c) puede ser sustituida, con igual sentido, por “todavía”.
d) es de uso corriente pero exclusivamente literario.
PREPOSICIONES 
Lea con atención los signifi cados de las preposiciones en es-
pañol, pues será una gran ayuda para la lectura de los textos de 
la prueba.
A
•	 Expresa movimiento en general:
Ejs: Voy a Madrid
 El libro cayó al suelo
•	 Finalidad y complemento indirecto:
Ejs: ¿A qué vienes?
 Di el regalo a Juan
•	 Precede los infi nitivos que son complementos de verbos de 
movimiento:
Ejs: Voy a viajar mañana
 Viene a trabajar
•	 Indica lugar en donde:
Ej: Mi casa se encuentra a derecha de la librería
Preposición “A” con Complemento Directo 
Se usa la preposición A con complemento directo en los casos 
siguientes:
•	 Con nombres de personas, animales o cosas personifi cadas:
Ej: Vi a Pedro en la puerta del sol
•	 Con nombres comunes de personas o de animales cuando 
individualizados por el artículo determinante, un demostrativo 
o un posesivo:
Ejs: Llamará a mi primo
 Llamé al perro 
 Vi a este gato ayer
•	 Con nadie, alguien, quien y con uno, otro, todo, ninguno y 
cualquiera (refi riéndose a personas):
Ejs: No quieres a nadie
 ¿A quién viste ayer?
 Llamaré a cualquiera de ellos
Ante
•	 Situación delante:
Ej: Estamos ante el rey
•	 Preferencia (sentido fi gurado)
Ej: Ante todo quería estar aquí
Bajo
•	 Signifi ca “debajo de”
Ej: Dormí bajo aquel árbol
Cabe
•	 Signifi ca “junto a”. es anticuada y sólo aparece en la lengua 
literaria:
Ej: “a pesar de tener cabe sí un brasero…”
Con
•	 Compañía
Ej: Voy con María al cine
•	 Instrumento, medio o modo:
Ejs: Se defendió con este puñal
 Estudia con amor
Contra
•	 Oposición o contrariedad:
Ej: Alemania luchó contra Francia
•	 Enfrente de:
Ej: Tu casa está contra el Sur
De 
•	 Posición y pertenencia:
Ej: Este libro es de Pablo
•	 Materia:
Ej: Mi casa de madera
•	 Cualidad:
Ej: Juan era un hombre de carácter
•	 Cantidad indeterminada:
Ej: Le dieron de puñaladas
Desde 
•	 Punto de partida en el tiempo:
Ej: Estoy aquí desde marzo
•	 Punto de partida en el espacio:
Ej: desde Madrid sale el tren para Roma
En 
•	 Lugar en donde:
Ej: Estoy en Madrid
•	 Tiempo:
Ej: Estamos en otoño
•	 Modo:
Ej: En serio le dijo algo
Apostilas UECEVEST mod4.indb 67 03/04/2011 19:18:45
ESPANHOL
68 UECEVEST
•	 Medio o instrumento
Ej: Vera viajó en tren
Entre 
•	 Situación intermediaria:
Ej: El lápiz está entre el libro y el cuaderno
•	 Intervalo de un momento a otro:
Ej: Esto se pasó entre 1880 y 1890
Hacia 
•	 Dirección (con verbos de movimiento):
Ej: Luego volvió hacia la multitud.
•	 Tiempo aproximado:
Ej: Llegaré hacia las tres.
Hasta 
•	 Indica um límite em cuanto al tiempo, al espacio o la cantidad.
Ejs: No llegaremos hasta las tres. 
 Voy hasta Madrid.
 Puedes gastarte hasta 5000 euros.
Para 
•	 Término de movimiento:
Ej: Voy para casa
•	 Término de tiempo:
Ej: Para el día 11, estará todo preparado
•	 Contraposición, comparación o relación:
Ej: Tienes poco dinero para lo que tengo
Por 
•	 Lugar aproximado:
Ej: Mi casa está por aquí
•	 Tiempo aproximado:
Ej: Por aquellos días ella estaba enferma 
•	 Medio
Ej: Tu carta llegó por correo anoche
•	 Causa
Ej: Hizo el libro por dinero
Según 
•	 Según (conforme, con arreglo a):
Ej: Según él, tú estás equivocado. 
Sin 
•	 Privación o carencia:
Ej: Estoy sin dinero
•	 Negación de un hecho anterior o simultáneo al verbo principal 
(con un infi nitivo)
Ej: Estoy sin trabajar
So
•	 Equivale a “bajo de”. Sólo se usa con las palabras capa, color, 
pena, pretexto (arcaísmo):
Ej: Permaneció en el hecho so pena de morir
Sobre 
•	 Punto de apoyo:
Ej: El libro está sobre la mesa
•	 Superioridad:
Ej: El capitán está sobre el teniente
•	 Posterioridad:
Ej: El postre viene sobre la comida
Tras
•	 Posterioridad en el espacio (verbos de reposo):
Ej: Los cuadernos están tras la mesa
•	 Posterioridad en el tiempo:
Ej: Tras la primavera viene el verano.´
E J E R C I C I O S
 
01. (UECE 2008.2) Es correcto decir que la expresión a la sazón 
tiene el sentido de
a) luego. c) entonces.
b) antes. d) después.
02. (UECE/2009.2) En “Tras los reproches”, lapreposición Tras 
está empleada con idea de
a) simultaneidad. c) anterioridad.
b) posterioridad. d) reciprocidad.
03. (UECE/2010.1) El uso de la preposición (en negrita) esta 
INCORRECTO en:
a) vamos a Santiago de Chile en avion.
b) don Quijote Cabalgaba a Rocinante.
c) desde el edifi cio un pajaro se aleja.
d) me responsabilizo por mis actitudes.
04. (UECE/2010.1) El uso correcto de la preposición está en: 
a) Viajaremos de tren. 
b) Pagó con efectivo. 
c) Vamos a pasear. 
d) Se comunican en teléfono. 
G A B A R I T O
Formación del Plural 
01. a 02. a 03. c 04. c 05. b
06. a 07. d 08. a 09. c
Uece – 2008.2 (2ª fase)
01. d 02. a 03. c 04. b 05. d
06. b 07. d 08. d 09. c 10. a
Conjunciones 
01. c 02. a 03. c 04. b 05. b
06. a 07. a 08. d 09. d 10. b
UECE – 2002.2 (1ª fase)
01. d 02. a 03. a 04. a 05. d 06. a
Preposiciones 
01. d 02. b 03. d 04. c
Apostilas UECEVEST mod4.indb 68 03/04/2011 19:18:46
69 UECEVEST
ESPANHOL
REPASO GENERAl
E J E R C I C I O S
01. (UECE 2001.2) Ubique el FALSO AMIGO, es decir, el 
vocablo que no tiene el sentido que aparenta tener:
a) llorar (“Había llorado...” )
b) acercarse (“...se acercaban a conocerlo...”)
c) parecer (“...que parecía a punto de derrumbarse...”)
d) acordarse (“...no volvió a acordarse de la intensidad...”)
02. (UECE 2002.1) La expresión “antes de acostarse” tiene el 
sentido de:
a) antes de dormir c) antes de despir-se
b) antes de deitar-se d) antes de enfeitar-se
03. (UECE 2000.2) El verbo saber, que es un verbo de irregulari-
dad propia, se emplea en el potencial imperfecto en la alternativa:
a) “Creo que sabría llegar a tu casa”
b) “ No sabía que te ibas a ir tan pronto”
c) “ayer supe que llegará mañana”
d) “No sé nada de ellos”
04. En la frase “Hacía mucho frío en la casa de Marichu.” El 
vocablo subrayado es:
a) un sustantivo c) una preposición
b) un verbo d) un adjetivo
05. Así como sonrisa, son heterogenéricos, es decir, son diver-
gentes del portugués en el género:
a) mañana y noche c) brindis y dosis
b) agua y arma d) dolor y sangre
06. El vocablo subrayado en: “Deborah Soft fue a su despacho”, es:
a) un heterotónico c) un heterográfi co
b) un heterogenérico d) un heterosemántico
07. Los vocablos arriba en las opciones de a y d son clasifi cados, 
según la acentuación, como: 
a) graves o llanas c) agudas
b) esdrújulas d) acento diacrítico
08. Las palabras maravedí, régimen y rey, están en el plural 
correctamente en la opción:
a) maravedíes, régimens y reis
b) maravedises, regímenes y reys
c) maravedís, regímenes y reyes
d) maravedí, regímes y reyes
09. En “ningún órgano humano” y “el primer ser humano...”, el 
fenómeno presente es: 
a) sincopa c) apócope
b) aféresis d) contracción
10. La conjunción sinónima de sin embargo es:
a) todavía c) hacia
b) pero d) aunque 
11. Apunte la clasifi cación gramatical correcta de los vocablos 
abajo:
a) aunque – conjunción c) mientras – pronombre
b) entonces – preposición d) hacia – adverbio de modo 
12. Es correcto afi rmar sobre el término sólo:
a) lleva acento cuando es un adjetivo
b) puede ser sustituido por “solamente” y es un adverbio
c) se clasifi ca como conjunción
d) es un sustantivo que en portugués signifi ca “solo”
13. Tal como límite, diverge del portugués en la sílaba tónica: 
a) matiz c) impar
b) propio d) lengua
14. Tiene el mismo signifi cado de infancia:
a) vejez c) niñez
b) muchachez d) madurez
15. Compré un regalo para mi madre. El vocablo subrayado 
pude ser sustituido por: 
a) la c) los
b) les d) lo
G A B A R I T O
01. d 02. b 03. a 04. b 05. d
06. d 07. b 08. c 09. c 10. b
11. a 12. b 13. c 14. c 15. d
REFERÊNCIAS BIBlIOGRÁFICAS
http://gemeos2.uece.br/cev/vest/vest20082/v82doc/f2gab/
v082_f2-espanholtgab1.pdf, acesso em: 24/11/2010.
http://gemeos2.uece.br/cev/vestant/vest07/vest20072/v072doc/
f1gab/v072_f1-espanholgab1.pdf, acesso em: 24/11/200.
Apostila Espanhol A-1: Artes gráfi ca e Editora Unifi cado, Paraná 
– Curitiba
Vestibular por Assunto – Espanhol , Editora Aprender
Apostilas UECEVEST mod4.indb 69 03/04/2011 19:18:47
Apostilas UECEVEST mod4.indb 70 03/04/2011 19:18:47
G E O G R A F I A
P R É - V E S T I B U l A R
Apostilas UECEVEST mod4.indb 71 03/04/2011 19:18:52
Caro(a) Aluno(a),
Para facilitar o acompanhamento de tais conteúdos, abaixo estão indicadas as nomenclaturas utilizadas pela 
UECE e pelo ENEM:
Conteúdo UECE ENEM
Geografia Humana Urbanização Brasileira e Geografia das 
indústrias
Classificação urbana; Indústria 
e sua Organização no Mundo; 
Industrialização Brasileira
Fontes de energia Recursos Naturais e suas utilizações no 
mundo e no Brasil
Os Recursos Energéticos; 
Combustíveis Fósseis e fontes 
alternativas de energias
Geografia Agrária Os Sistemas Agrícolas e produção 
agrícola
Produção agrícola no Brasil 
Atividades Agropecuárias
Impactos ambientais Questões ambientais e suas 
problemáticas;
Crise Ambiental; Aquecimento 
Global; Poluição; Biodiversidade e 
Políticas ambientais
Blocos Econômicos Globalização e mercado mundial Comércio Internacional e divisão 
dos blocos econômicos
Apostilas UECEVEST mod4.indb 72 03/04/2011 19:18:52
73 UECEVEST
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA HUMANA
Urbanização
No estudo da distribuição espacial da população brasileira, 
observa-se nos últimos anos uma tendência ao processo de ur-
banização.
Distribuição rural e urbana da população
Quanto à distribuição da população em urbana e rural, fare-
mos uma rápida analise.
O processo de urbanização da população brasileira ganhou 
intensidade a partir da década de 1940 com o desenvolvimento 
do setor industrial, ocorrido principalmente na região Sudeste.
Até 1960, mais da metade da população brasileira ainda vivia 
nas zonas rurais, ao passo que em 1970, pela primeira vez, a po-
pulação urbana superou a população rural. Apesar disso, nota-se 
que a região Sudeste era a única de 1970 que possuía população 
urbana superior a rural.
No Brasil tem havido um aumento contínuo e acelerado da 
população urbana e, consequentemente, uma diminuição da po-
pulação rural, de tal modo que desde 1970 a maior parte da po-
pulação brasileira vive em cidades.
O critério para defi nir população urbana é político-adminis-
trativo: “Trata-se dos moradores de cidades (sedes de municí-
pios) ou de vilas (sedes de distritos)”. É evidente que esse não é 
o melhor critério, pois é comum certas aglomerações pequenas 
e voltadas para atividades agrárias serem classifi cadas como vilas 
ou até cidades. Mas mesmo que se altere esse critério e se adote 
outro – o de se considerar como urbanas apenas as populações de 
cidades com mais de 20 mil habitantes, por exemplo –, ainda se 
verifi cará uma urbanização intensa, pois as grandes cidades vêm 
crescendo bem mais que as pequenas e médias.
O processo de urbanização que se verifi ca no Brasil refl ete as 
mudanças pelas quais o país passa, destacando-se, principalmen-
te, a industrialização.
Entretanto, não podemos considerar, de forma generalizada, 
que é somente a industrialização a causa do intenso processo de 
urbanização do Brasil e principalmente, do Sudeste. Existem ou-
tros fatores como:
•	 O próprio crescimento natural da população urbana.
•	 O estatuto do trabalhador rural.
•	 A absorção das pequenas e médias sociedades rurais pelos gran-
des proprietários, num processo de concentração da terra, tem 
levado famílias a se deslocarem para as zonas urbanas.
•	 O desejo de melhores condições de vida tem levado o homem 
a se deslocar para as cidades.
•	 A estrutura fundiária injusta.
•	 A penetração das imagens da televisão.
São os seguintes fatores que determinam o êxodo rural:
•	 Condições de vida no campo: precárias relações de trabalho, 
desrespeito dos direitos trabalhistas.
•	 Crises eventuais na agricultura, provocando dispensa de mão-
de-obra.
•	 Mecanização ou mudança de atividade (agricultura para pecu-
ária, café para cana), liberando um certo tipode mão-de-obra.
•	 Esperança de melhorias de vida na cidade (emprego, educação, 
conforto urbano).
•	 Divisão da propriedade e surgimento de minifúndios que ab-
sorvem pouca mão-de-obra.
•	 Pressão demográfi ca (crescimento demográfi co rural superior 
ao urbano).
•	 A atração pela cidade, sinônimo do novo e de “civilização”.
•	 Ideologia da migração: “é melhor sair”.
Áreas metropolitanas do Brasil
As áreas metropolitanas surgiram da grande concentração 
de população e de atividades verifi cadas em determinados nú-
cleos urbanos, os quais ultrapassaram os limites de seus muni-
cípios e incorporaram, em sua expansão, municípios vizinhos. 
Formaram-se, assim, coalescências de cidades que se encontra-
vam separadas. Esse fato urbano é conhecido com o nome de 
conurbação.
À medida que ocorre a junção das cidades, os problemas se 
agravam, em vista das administrações separadas ou isoladas.
São nove as áreas metropolitanas brasileiras: São Paulo, Rio 
de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, For-
taleza, Curitiba e Belém.
Conceitos importantes
Cidade
Existem vários critérios para se defi nir cidade. A ONU (Or-
ganização das Nações Unidas) utiliza o critério quantitativo, con-
siderando como cidade as localidades com 20 mil habitantes ou 
mais. No Brasil prevalece o critério político-administrativo, ou 
seja, cidade é toda cede de município.
Metrópole
É a cidade mais bem equipada em bens e serviço de todo 
o território nacional (metrópole nacional) ou de uma região do 
país (metrópole regional). O Brasil possui nove metrópoles: São 
Paulo e Rio de Janeiro (nacionais); Belém, Fortaleza, Recife, sal-
vador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre (regionais).
Megalópole
Extensa área urbana e resultante do encontro de duas ou mais 
metrópoles. Ex: a região que se estende desde Boston até Wa-
shington, tendo como centro Nova Iorque, a megalópole brasi-
leira será formada pela ligação das regiões metropolitanas de São 
Paulo e do Rio de Janeiro.
Conurbação
Encontro de duas ou mais cidades próximas. Ex: a região do 
ABC, em São Paulo.
Crajubar – Aglomeração urbana que envolve os municípios 
de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.
Região metropolitana
Conjunto de municípios contíguos e integrados sócioeco-
nomicamente a uma cidade principal (ou central), com serviços 
públicos e infraestrutura comuns.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 73 03/04/2011 19:18:52
GEOGRAFIA
74 UECEVEST
Brasil – Pricipais Regioes Metropolitanas
Região metropolitana População da região em 1991
População da 
região em 2000
População da cidade 
principal em 2000
Grande São Paulo (São Paulo mais 38 municípios: Guarulhos, 
Santo André, Osasco, Mogi das Cruzes, Carapicuíba, Diadema, 
São Bernardo do Campo, Mauá, Embu, Barueri, etc).
15 416 415 17 833 511 10 406 166
Grande Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e mais 18 municípios: 
Duque de Caxias, Belford Roxo, Niterói, São Gonçalo, São 
João de Meriti, Nova Iguaçu, etc).
8 632 498 10 871 960 5 850 544
Grande Belo Horizonte (Belo Horizonte e mais 32 
municípios: Contagem, Betim, Ribeirão das Neves, Santa 
Luzia, Sabará, Ibirité, etc).
3 431 755 4 331 180 2 229 697
Grande Porto Alegre (Porto Alegre e mais 27 municípios: Canoas, 
Novo Hamburgo, Viamão, Gravataí, São Leopoldo, etc). 3 026 029 3 655 072 1 359 932
Grande Recife (Recife e mais13 municípios: Olinda, Jabotão 
dos Guararapes, Paulista, Camaragibe, cabo de Santo 
Agostinho, etc).
2 871 261 3 331 552 1 421 947
Grande Salvador (Salvador e mais 9 municípios: Camaçari, 
Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, etc). 2 493 224 3 018 326 2 440 886
Grande Fortaleza (Fortaleza mais 12 municípios: Caucaia, 
Maracanaú, Maranguape, Aquiraz, etc). 2 303 654 2 974 915 2 138 234
Grande Curitiba (Curitiba mais 24 municípios: São José dos 
Pinhais, Colombo, Pinhais, Araucária, Campo Largo, etc). 1 998 807 2 905 505 1 586 898
Grande Belém (Belém mais 5 municípios: Ananindeua, 
Marituba, benevides, etc). 1 332 723 1 815 812 1 279 861
Fonte IBGE. Censos Demográficos de 1991 e 2000.
Em 2000, existiam ainda outras quinze áreas classificada 
como regiões metropolitanas, dentre as quais se destacam, pelo 
maior efetivo demográfico: Distrito Federal e 21 municípios 
goianos (Lisiania, Valparaíso de Goiás, Formosa, etc.), com cerca 
de 2,6 milhões de habitantes; Campinas (SP) mais 18 municí-
pios (Sumaré, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Hortolândia, 
Indaiatuba, etc.), com cerca de 2 milhões de habitantes; Goiânia 
(GO) mais dez municípios (Trindade, Aparecida de Goiânia, Se-
nador Canedo, etc.), com cerca de 1,6 milhões de habitantes; 
Vitória (ES) mais cinco municípios (Vila Velha, Cariacica, Serra, 
etc.), com cerca de 1,4 milhões de habitantes; Baixada Santista 
(Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Cubatão, etc), com 
cerca de 1,3 milhões de habitantes; Maceió (AL) mais dez (Rio 
Largo, Marechal Deodoro, Pilar, etc.), com cerca de 900 mil ha-
bitantes; Natal (RN) mais cinco municípios (Parnamirim, Maca-
íba, Ceará-Mirim, etc.), com cerca de 900 mil habitantes; e Flo-
rianópoles (SC) mais 21 municípios (São José, Palhoça, Biguaçu, 
etc.), com cerca de 750 mil habitantes. A cidade de Manaus, com 
1,4 milhões de habitantes em 2000, não era considerada uma 
região metropolitana provavelmente por causa da não-existência 
no seu entorno de cidades próximas com problemas em comum.
Classificação das cidades do Brasil
Quanto à origem, as cidades podem ser espontâneas ou pla-
nejadas.
Cidade espontâneas
São aquelas que surgiram naturalmente a partir da expansão 
de antigos povoados nas diversas fases do desenvolvimento da 
economia brasileira, cumpre destacar:
•	 Cidades que evoluíram a partir de um núcleo de defesa militar: 
Fortaleza (CE), Belém (PA), Manaus (AM), Natal (RN) e outras;
•	 Cidades que se organizaram a partir de feitorias comerciais: 
Cabo Frio (RJ), São Vicente (SP) e outras;
•	 Cidades que se organizaram a partir de uma missão religiosa: 
São Paulo (SP), Guararipe (ES) e outras.
Cidades planejadas
São aquelas criadas a partir de um plano pré-estabelecido pelo 
homem.
O Brasil possui quatro cidades planejadas:
•	 1851: Terezina (PI)
•	 1858: Aracajú (SE)
•	 1898: Belo Horizonte (MG)
•	 1960: Brasília (DF)
•	 2000: Nova Jaguaribara (CE)
Sítio Urbano – É o espaço físico construído em relação a 
geomorfologia (topografia-local). É o piso, o assoalho da cidade. 
Ex.: Montanha, planície, planalto.
Situação Urbana – É a posição da cidade em relação aos 
fatores geográficos ou naturais. Ex.: Próximo ao mar – cidades 
prainas; tem como referência uma gruta – Ubajara.
Função Urbana – É o principal papel econômico que desem-
penha a cidade. Ex.: Indústria – ABC paulista, Detroit (EUA), 
Religioso – Aparecida do Norte (SP), Vaticano.
Hierarquia urbana
A hierarquia urbana é expressa pela rede urbana que apresenta 
as cidades com posição de polarização sobre as demais. Quanto à 
hierarquia urbana, a cidade pode ser:
Metrópole nacional
Quando sua área de influência abrange todo o território na-
cional: Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
Metrópole regional
Quando sua área de influência abrange uma grande região 
do país, polarizando esta área através de sua infraestrutura de 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 74 03/04/2011 19:18:52
75 UECEVEST
GEOGRAFIA
equipamentos urbanos: Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), 
Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São 
Paulo (SP), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).
Capital regional
Que exerce uma polarização sobre um espaço regional menor e 
que representa uma posição hierárquica entre essa região e a metró-
pole regional. Na área de infl uência da metrópole regional existem 
várias capitais regionais. No Brasil são capitais regionais: Campinas 
(SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), etc.
Centro regional
É a cidade diretamente infl uenciada pela capital regional e 
que, por sua vez, polariza um subespaço dentro da área de infl u-
ência da capital regional: Andradina (SP), Anápolis (GO), Lins 
(SP)e Nova Friburgo (RJ).
Centro sub-regional
Jacarezinho (PR), Russas (CE), Jacobina (BA), Santarém 
(PA) e outros.
Centros locais
Jardim (GO), Bajé (RS) e outros.
Problemas Urbanos
O crescimento das atividades industriais não basta para ab-
sorver todas as pessoas em idade de trabalho que afl uem as cida-
des. Da mesma maneira, o processo de urbanização não é acom-
panhado de um crescimento equivalente dos serviços necessários 
para a vida da população. Devido a isso, nos grandes centros 
urbanos do Terceiro Mundo, são detectados vários problemas 
facilmente perceptíveis, como o caso do Brasil:
•	 Subemprego e desemprego;
•	 Moradia;
•	 Infraestrutura;
•	 Violência urbana;
•	 Má qualidade dos serviços públicos.
Poluição Atmosférica – Forma sobre as cidades uma densa 
névoa (neblina) denominada Smog, o que provoca a formação de 
um ar carregado de impurezas.
Inversão Térmica – É uma condição em que a camada de ar 
frio se sobrepõe a uma camada de ar quente impedindo o movi-
mento ascendente do ar atmosférico.
As Ilhas de Calor – Ocorre devido às elevações nos índices 
térmicos do ar, por causa dos materiais usados na construção: as-
falto, concreto, a carência de áreas verdes e de grande quantidade 
de combustíveis fósseis.
Chuvas Ácidas – Derivados do petróleo e do carvão contêm 
impurezas que, quando queimamos na presença da luz do sol e 
em contato com a água da chuva, sofrem reações químicas, apre-
sentando alto poder corrosivo.
Outros problemas ambientais da zona urbana:
•	Poluição	ao	ar	(emissão	de	gases);
•	Poluição	do	solo;
•	Carência	de	saneamento	básico;
•	Ocupações	desordenadas;
•	Lixões;
•	Poluição	sonora,	visual	etc.
E X E R C í C I O
01. (UECE) Ao povoar-se, o território tende a concentrar cida-
des e estas a se comporem e criarem independência, surgindo às 
redes urbanas. Sobre esse tema, marque a opção verdadeira:
a) Nos países e nas regiões mais desenvolvidos 
economicamente, pode ser observada a existência de redes 
urbanas incompletas e desorganizadas.
b) Compreende-se rede urbana como um conjunto hierarquizado 
de cidades com tamanhos diferentes, estabelecendo-se a partir 
dos produtos e serviços oferecidos pelas cidades.
c) As megalópoles correspondem a um centro urbano de 
grande porte; populosos, modernos e dotados de graves 
problemas de desigualdades sociais.
d) O sistema de cidade ocorre, principalmente nas regiões mais 
desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia, 
um ponto ou sistemas de comunicação aperfeiçoados que 
expandem a área física da cidade.
02. (UECE) Depois de institucionalizada em 1974, a Região 
Metropolitana de Fortaleza (RMF) vem se ampliando territorial-
mente. Marque a opção verdadeira que expressa esse fato:
a) Sua extensão territorial se ampliou com a inclusão dos 
municípios de Maracanaú e Eusébio na década de 1980.
b) Não se pode afi rmar que houve ampliação territorial pois 
todos os municípios que se adicionaram à RMF resultaram 
de desmembramento dos já existentes.
c) Criada em 1974 a RMF agrega, nos anos 1980 e 1990, 
novos municípios originados de distritos emancipados, sem 
afetar sua área territorial, ampliada somente em fi ns de 1999 
com a inclusão de quatro outros municípios.
d) Com o porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, e as 
indústrias de Horizonte e Pacajús, somente estes municípios 
se adicionaram como novos territórios da RMF.
03. (UECE) Analise as proposições abaixo e correlacione-as com 
o que apresenta cada opção:
I. Aumento da população urbana e elevada concentração 
humana nas grandes cidades.
II. Industrialização e aumento percentual dos empregos nos 
setores secundário e terciário.
III. Diminuição progressiva dos índices de analfabetismo, das 
taxas de natalidade e de mortalidade.
Essas transformações são resultantes da(do):
a) Melhoria das condições de renda, especialmente nas cidades.
b) Melhor distribuição de renda, especialmente nas pequenas 
cidades.
c) Aumento do número de escolas nos municípios com alta 
concentração de analfabetismo.
d) Crescimento econômico do Terceiro Mundo ou 
modernização do mundo subdesenvolvido.
04. (UECE) Compreende-se como REDE URBANA um siste-
ma integrado de cidades que vai das cidades locais até as metró-
poles, originando um espaço hierarquizado a partir da infl uência 
ou da polarização de uma metrópole sobre as demais.
A esse respeito pode-se afi rmar, corretamente:
a) As cidades locais não exercem nenhuma polarização.
b) Só ocorre rede urbana perfeita em países subdesenvolvidos, 
onde há grandes cidades.
c) Para haver rede urbana basta que haja vias de acesso, como 
já ocorre no Nordeste brasileiro.
d) As redes urbanas mais perfeitas encontram-se nos países 
onde há grande número de cidades e de população urbana.
05. (UNIFOR) Na hierarquia da rede urbana brasileira, segundo 
o IBGE, as cidades de Belém, Fortaleza e Porto Alegre desempe-
nham a função de:
a) Centros regionais.
b) Metrópoles nacionais.
c) Capitais regionais importantes.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 75 03/04/2011 19:18:53
GEOGRAFIA
76 UECEVEST
d) Metrópoles regionais incompletas.
e) Metrópoles regionais.
06. (UVA) Quanto à origem, as cidades podem ser naturais ou 
artifi ciais. São cidades artifi ciais no Brasil:
a) Belo Horizonte, Fortaleza, Natal e Brasília.
b) Goiânia, Rio de Janeiro, Brasília e Natal.
c) Brasília, Terezina, Goiânia e Belo Horizonte.
d) Brasília, Terezina, Fortaleza e Natal.
07. (URCA) Sobre o arranjo espacial urbano brasileiro é correto 
afi rmar:
a) As metrópoles brasileiras exercem infl uência especial de 
forma equilibrada e restrita à sua região.
b) Os centros urbanos são cidades médias que polarizam 
pequenas cidades.
c) As capitais regionais, subordinadas às metrópoles, sempre 
correspondem às capitais de Estado.
d) As metrópoles regionais coincidem com as capitais regionais.
e) As cidades locais podem exercer a infl uência sobre os centros 
locais e nunca sobre as áreas urbanas.
08. (UFC) Sobre o Brasil e as condições de sua população, é 
possível afi rmar corretamente:
a) O PNB nacional coloca o Brasil entre as últimas economias 
do mundo.
b) O baixo consumo da sociedade brasileira é explicado pela 
renda per capita nacional, uma das mais baixas do mundo.
c) A redução do ritmo de crescimento da população brasileira 
tem, entre suas causas, o intensivo processo de urbanização 
que vem ocorrendo no país.
d) O Brasil lidera a população industrial do Terceiro Mundo 
e, em consequência, domina cultura, política e economia do 
mesmo.
e) A intervenção do Estado na organização do espaço brasileiro, 
através de uma política de planejamento regional, contribui 
para eliminar ou reduzir os desequilíbrios sócio-econômicos e 
demográfi cos entre os espaços interregionais brasileiros.
09. Para sua classifi cação, uma cidade pode ser analisada sob dife-
rentes aspectos, como situação, função, origem ou sítio. Assinale 
a alternativa que apresenta a melhor defi nição de sítio urbano.
a) É a posição que uma cidade ocupa em relação aos fatores 
naturais.
b) É a atividade que melhor caracteriza uma cidade.
c) É a base topográfi ca e morfológica em que a cidade está 
assentada.
d) É a posição que a cidade ocupa na rede urbana.
e) É a especialização funcional da cidade.
10. O termo conurbação serva para designar:
a) a relação de dependência entre cidades de uma mesma 
região geográfi ca.
b) a rede urbana de áreas subdesenvolvidas, onde a cidade líder 
é uma metrópole incompleta.
c) o crescimento das cidades que apresentam predomínio das 
atividades terciárias.
d) o processo de verifi cação das cidades modernas.
e) a junção de duas ou mais cidades num único aglomerado 
urbano.
11. (URCA) Concentração demográfi ca urbana mais elevada nas 
proximidades do litoral tem sua explicação na:
a) grande extensão territorial de nosso país.
b) preferência que tiveram os povoadores para tropicalidade de 
nosso litoral.
c) dependência econômica em relação aos centros mundiais do 
capitalismo.
d) solução diplomática baseada no princípio UTIPOSSIDETIS que regulou o tratado de Tordesilhas.
e) ocupação do interior pelas tribos indígenas.
12. (UVA) Dos estudos sobre a urbanização do Brasil sabemos que:
a) São Paulo e Rio de Janeiro funcionam como metrópoles 
nacionais, visto terem infl uência sobre todo o território 
brasileiro. 
b) Os movimentos pendulares não ocorrem em nossos centros 
urbanos.
c) O crescimento urbano depende do crescimento industrial.
d) Se existe em nosso país o processo de conurbação, ele não é 
consequência do desenvolvimento industrial.
13. (UECE) Ao Tratar o processo de urbanização é correto afi rmar:
a) A urbanização não elimina a pobreza, mas a transforma.
b) Os países desenvolvidos têm a menor parte de sua população 
vivendo em cidades.
c) A urbanização da população mundial é um fenômeno antigo.
d) Urbanização é um fenômeno específi co dos países 
subdesenvolvidos.
14. (UVA) A polarização de uma cidade sobre a sua região mani-
festa-se principalmente:
a) pelos equipamentos de serviços que ela possui.
b) pela sua atividade industrial de bens de produção.
c) pela sua atividade industrial de bens de consumo.
d) pelo seu comércio com outras regiões.
G A B A R I T O
01. b 02. a 03. a 04. d 05. e 06. c 07. b
08. c 09. c 10. e 11. c 12. a 13. c 14. a
GEOGRAFIA DAS INDÚSTRIAS
Introdução
Não se pode precisar exatamente quando se iniciou a denomi-
nada “atividade industrial”. Quando o homem rertirou madeira 
das fl orestas, usou argila ou começou a utilizar os minerais (cobre 
e depois o ferro) para confeccionar objetos úteis, tudo isso já re-
presentava, de certo modo, uma atividade industrial embrionária.
Na Idade Antiga, os objetos eram feitos manualmente numa 
atividade exercida por um grupo familiar. Mais tarde, ou seja, 
na Idade Média, a demando de produtos exigiu uma ampliação 
dessa atividade, surgindo, então, a indústria artesanal em ofi cinas 
e em corporações. Apesar da evolução do processo industrial nos 
países menos desenvolvidos, a indústria artesanal subsiste até os 
nossos dias, para atender ao mercado local e, em áreas já indus-
trializadas, ela coexiste com a modernização, para suprir um mer-
cado muito restrito e com produtos especializados.
No século XVIII, ocorre a Revolução Industrial, com a utili-
zação da máquina a vapor e com outras invenções, dando, assim, 
origem à indústria moderna. Em consequência, os artesãos foram 
transformando-se em operários assalariados, as cidades amplia-
ram-se e os campesianos migraram-se em grande parte para os 
centros urbanos. As novas fontes de energia (carvão, hidreletri-
cidade, petróleo etc) substituíram, em grande parte, a energia 
humana e animal; enfi m, a produção pôde ser feita em série e o 
conforto tornou-se maior.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 76 03/04/2011 19:18:54
77 UECEVEST
GEOGRAFIA
A estrutura industrial das economias modernas compreende 
uma multiplicidade de tipos de indústrias e de ramos industriais. 
Uma primeira classifi cação dos tipos de indústria permite distri-
buir dois grandes conjuntos: As indústrias de base e as indústrias 
de bens de consumo.
Tipos de Indústrias
Indústria de Base 
A indústria de base atua na transformação de matéria-prima 
bruta em produtos a serem utilizados por outras indústrias. Nes-
sas, podemos destacar: 
•	 Indústria de extração de minérios. 
•	 Indústria de refi naria de combustíveis fósseis. 
•	 Indústria Siderúrgica, atua no processamento de minérios. 
•	 Indústria química, desenvolve produtos químicos usados nas 
indústrias e em outras atividades. 
Indústria de bens intermediários 
Desenvolvem atividades voltadas para o desenvolvimento de 
máquinas e de equipamentos direcionados para outras indústrias, 
com isso destaca-se: 
•	 Indústria de autopeças. 
•	 Indústria mecânica, produz implementos agrícolas e industriais. 
•	 Indústria naval. 
Indústria de bens de consumo 
Esse tipo de indústria divide sua atuação em: 
Indústria de bens de consumo duráveis: 
•	 Indústria de automóveis. 
•	 Indústria de eletrodomésticos. 
•	 Indústria de móveis. 
Indústria de bens de consumo não-duráveis 
•	 Indústria de confecção de roupas. 
•	 Indústria de cosmético. 
•	 Indústria de alimentos.
A distribuição da indústria
As indústrias estão distribuídas de forma desigual no planeta, 
pois tendem a se concentrar no lugares onde há fatores favoráveis 
a sua localização. Como esses fatores são defi nidos historicamente, 
variam com o passar o do tempo, dependendo do tipo de indústria. 
Genericamente, são estes os principais fatores locacionais (não ne-
cessariamente nesta ordem de importância, já que podem variar de 
um tipo de indústria para outro): matéria-prima, fontes de energia, 
mão-de-obra, mercado consumidor, infraestrutura de transporte, 
rede de comunicação, incentivos fi scais, disponibilidade de água etc.
Durante a primeira Revolução Industrial, ou seja, fi nal do 
século XVIII até meados do século XIX, as jazidas de carvão mi-
neral eram um dos fatores mais importantes para a instalação de 
fábricas. Por isso, houve grande industrialização em torno das 
principais bacias carboníferas britânicas (Yorkshire, Lancashire, 
Midlands e Northumberland), alemãs (vale do Ruhr e Sarre), 
francesas (Pas-de-Calais e Alsácia Lorena), norte-americanas 
(Montes Apalaches) para citar os exemplos mais relevantes. Com 
a segunda Revolução Industrial, na segunda metade do século 
XIX, surgiram outras fontes de energia, como o petróleo e a ele-
tricidade, e o carvão foi perdendo importância na defi nição da 
localização das fábricas. O fato de essas duas novas fontes ener-
géticas serem mais facilmente transportadas, possibilitou o sur-
gimento de outras zonas industriais. Além disso, houve maior 
dispersão na distribuição geográfi ca das fábricas.
É interessante lembrar que o petróleo, além de ser uma fonte 
de energia, é uma importante matéria-prima, a partir da qual se 
fabrica uma série de produtos. Um dos setores que mais cresceu, 
a partir da descoberta dessa nova fonte, foi a indústria petroquí-
mica. Evidentemente, a proximidade de várias outras matérias-
primas como minérios, fl orestas, água etc., também pesa a nacio-
nalização das indústrias. Muitas siderúrgicas, jazidas de minério 
e de ferro, as indústrias madereiras e as de papel e celulose são 
bastante desenvolvidas no Canadá em função da presença de uma 
grande fl oresta de coníferas.
Outro fator determinante para a localização das indústrias é 
a existência de uma rede de transporte que possibilite o escoa-
mento das mercadorias produzidas e o recebimento das matérias-
primas. É por isso que muitos centros industriais importantes 
surgiram próximo a portos marítimos ou fl uviais ou ainda em 
entrocamentos rodoviários e ferroviários.
Outros fatores são a disponibilidade de mão-de-obra e de 
mercado consumidor. Foi por essas razões que historicamente o 
fenômeno industrial esteve intimamente ligado às concentrações 
urbanas, particularmente às grandes cidades como Londres, Pa-
ris, Nova Iorque, Tóquio, Milão, Moscou, Los Angeles, Colô-
nia, Chicago, Toronto, São Paulo, Cidade do México, Seul etc. 
Como várias dessas cidades são entroncamento de rodovias, fer-
rovias, hidrovias e aerovias e abrigam as sedes de muitos bancos 
e escritórios de empresas, tornam-se ainda mais atraentes para 
a instalação de indústrias. Percebemos, então, que muitas cida-
des crescem em torno de indústrias nascentes ou, ao contrário, 
atraem indústrias, que fazem com que elas cresçam ainda mais e 
acabem, por sua vez, atraindo um número cada vez maior de in-
dústrias. Vê-se, portanto, que os fenômenos urbano e industrial 
se constroem mutuamente ao longo da história.
Embora o capitalismo não tenha criado a cidade (ela já existia 
desde a Antiguidade), ele criou a metrópole, em sua fase indus-
trial, e, mais recentemente, a megalópole, em sua fase fi nanceira. 
Os capitalistas sempre procuraram uma localização próxima dos 
mais importantes fatores de produção, pois isso Ihes possibilitava 
maiores lucros. Ocorre que a superprodução do capitalnas mega-
lópoles acabou provocando elevação brutal no preço dos imóveis, 
congestionamento das redes de transportes e de comunicações, 
esgotamento das antigas reservas de matérias-primas e de energia 
e elevação do custo da mão-de-obra, fortemente organizada em 
sindicatos.
Por causa disso, está ocorrendo uma reorganização da geogra-
fi a industrial no mundo, particularmente nos países de industria-
lização antiga. Procura-se uma desconcentração das indústrias. 
Essa tendência recente, intensifi cada após a Segunda Guerra 
Mundial, está calcada em uma acelerada modernização do siste-
ma de transportes e de comunicações. As distâncias encurtaram, 
graças às modernas rodovias expressas e a seus rápidos e segu-
ros veículos. Contamos com trens de alta-velocidade, complexos 
aeroportos e aviões ultrarápidos. Superportos e supernavios que 
transportam milhares de toneladas de carga e, no ramo das tele-
comunicações, telefone, telex, fax e às redes mundiais de compu-
tadores agem simultaneamente integradas.
Há, paralelamente, uma descentralização do capital e do tra-
balho e crescente deslocamento da população para a periferia dos 
grandes centros urbanos (suburbanização) e para cidades médias 
e pequenas. O mercado, portanto, também se descentraliza. As-
sim, os industriais podem buscar, com muito mais mobilidade e 
liberdade de circulação, os fatores que mais Ihes interessam para 
a instalação de suas fábricas, promovendo a industrialização de 
novas regiões, desvinculadas dos tradicionais fatores locacionais.
Em face disso, muitas vezes as indústrias, em detrimento das 
regiões tradicionais, buscam regiões novas, onde os custos de 
produção são menores, em consequência dos salários, em geral 
mais baixos; onde os preços dos terrenos são menores; onde a 
infraestrutura é melhor, onde não há congestionamento; onde as 
matérias-primas e as fontes de energia estão mais próximas. Além 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 77 03/04/2011 19:18:54
GEOGRAFIA
78 UECEVEST
desses fatores, há outro que cada vez mais ganha importância na 
hora de decidir onde implantar uma nova fábrica: os incentivos 
fiscais. Na ânsia de atrair novas fábricas, concedem-se isenções de 
impostos às empresas interessadas em instalar-se em determinado 
lugar, é comum também a cessão de terreno para a sua instala-
ção, muitas vezes com a infraestrutura básica já implantada. Em 
qualquer país, quando uma grande empresa anuncia o projeto de 
uma nova fábrica, começa uma verdadeira guerra fiscal entre as 
cidades com o objetivo de atraí-la.
Concentraçoes industriais e finançeiras
A observação de um mapa-múndi mostra que a atividade in-
dustrial está altamente concentrada em regiões como o nordeste 
dos Estados Unidos, a Europa ocidental, a porção oeste da antiga 
URSS, o Japão e o nordeste da China.
Além da concentração espacial, outra característica da indús-
tria moderna é a concentração financeira, em que aparecem di-
versas formas de aglomerações e conglomerados com o intuito 
básico de dominar o mercado.
Exemplos:
•	 Monopólio: é o domínio do mercado por uma empresa, por 
um grupo ou pelo Estado. Por exemplo: monopólio do petró-
leo no Brasil pela Petrobrás.
•	 Oligopólio: é o domínio do mercado por um reduzido grupo 
de empresas. Por exemplo: o tradicional oligopólio da indústria 
automobilística ou da indústria farmacêutica no Brasil.
•	 Truste: é a fusão de várias empresas para dominar o mercado. 
Por exemplo: os trustes do petróleo, do fumo etc.
•	 Cartel: acordo ou associação de empresas (e até de países) in-
dependentes para controlar a produção e o mercado de deter-
minado produto. Por exemplo: as Sete Irmãs do petróleo e a 
Opep.
•	 Multinacional: é uma grande empresa que, a partir de uma 
base nacional (matriz), atua em diversos outros países. Para 
as multinacionais o mundo não tem fronteiras políticas. Por 
exemplo: GM. Ford, Esso, Mitsubishi etc.
•	 Conglomerado: grupo de empresas que atuam em diferentes 
ramos ou setores da economia. Por exemplo: o grupo Votoran-
tim, no Brasil
•	 Holding: é uma organização que controla várias empresas me-
diante a aquisição majoritária das ações. Por exemplo: Autola-
tina, que controla a Volkswagen e a Ford, no Brasil.
•	 Taylorismo: Idealizador Frederick Winslow Taylor.
Características – Forte divisão e subdivisão das tarefas e níveis 
de posição no trabalho. (Executivo e operários);
Controle de tempo de execução de cada tarefa;
Quem produz mais em menor tempo recebe gratificações.
•	 Fordismo: Idealizador Henry Ford.
Características – produção em massa e consumo em massa; 
Emprego de uma linha de montagem;
Pagar bem os trabalhadores, pois eles também são consumi-
dores.
•	 Toyotismo: Idealizador Tiichi Ohno.
Característicaas – Utilização de máquinas sofisticadas com 
terceirização em múltiplos produtos e atividades;
Emprego de poucos trabalhadores bem adaptados à tecno-
logia;
O sistema Just-in-time, método ou técnica de produção que 
consiste em produzir no tempo certo e na quantidade exata, evi-
tando desperdícios.
A INDÚSTRIA NO BRASIl
Introdução
A atividade industrial brasileira (extrativa e de transformação) 
é o setor econômico que mais diretamente sofre os efeitos recessi-
vos, determinados pela elevação dos juros, retração no consumo, 
dificuldade de crédito e estagnação dos investimentos estatais e 
até mesmo multinacionais. Se a esse quadro de inquietação so-
marem-se aumentos absurdos em todos os tipos de tributação e 
uma política que preocupa um empresário inseguro, é fácil perce-
ber que os anos que correm constituem uma época que contrasta 
com a vitalidade indiscutível de um poderoso parque industrial e 
com um temor sobre seu futuro.
Essa industrialização é processo recente, que se desenvolveu 
particularmente a partir de 1940 (2ª Guerra Mundial), embora 
tenha se iniciado no século XIX.
A partir da 2ª Guerra Mundial, inicia-se no Brasil o processo 
de grande inversão de capital estrangeiro com a instalação dos 
setores da indústria pesada.
Em busca da matéria-prima mais barata (como o ferro), em-
presas multinacionais instalam filiais de suas indústria no Brasil.
Inicialmente é instalado o setor siderúrgico, que vai solicitar a 
existência de um setor de indústrias mecânicas, capazes absorver 
a sua produção. Isso leva a caracterizar a década de 1950 com a 
grande entrada de indústrias estrangeiras, no setor automobilísti-
co, na construção naval, etc.
Observe que esses setores (automobilístico), por sua vez, vão 
solicitar a criação de uma série de indústrias subsidiária tais como 
artefatos de couro, metalurgia leve, artefatos de borracha, auto-
peças e vidraçaria, que também vão atrair tecnologia e capital 
estrangeiro, condicionando o crescimento da indústria de base 
e de bens de produção duráveis à entrada de capital estrangeiro.
A modernização tecnológica que se processa a partir de 1940, 
promovendo o surgimento de indústria de bens de produção, 
provoca a concentração de recursos humanos, econômicos e 
financeiros na região sudeste, onde grandes cidades, como São 
Paulo e Rio de Janeiro, cada vez mais, tornam-se o centro dinâ-
mico desse processo.
Podemos conhecer três grandes períodos ou etapas na evolu-
ção industrial do Brasil.
1º Período (1500 a 1930)
Compreende os seguintes subperíodos:
Até 1808 – predomínio de atividades industriais rudimenta-
res e artesanais: açúcar, tecidos grosseiros, olarias, etc.
1808 a 1944 – a abertura dos portos ao comércio exterior 
(1808) e a fixação das tarifas alfandegárias em apenas 15% (para 
favorecer os produtos ingleses), praticamente aniquilaram a rudi-
mentar indústria que estava nascendo. A situação só começou a 
melhorar a partir de 1844 com a elevação das tarifas.
1844 a 1930 – período marcado por um significativo surto 
industrial nos setores têxtil, alimentício e em outros. Causas: ele-
vação das tarifas, câmbio desfavorável, expansão cafeeira, imigra-
ção, disponibilidade de mão-de-obra.
2º Período (1930 a1945)
Apesar da grande crise econômica e política decorrente dacrise internacional de 1929 (quebra da bolsa de Nova Iorque) e 
da revolução brasileira de 1930, este período foi de fundamental 
importância para o desenvolvimento industrial do país porque, 
em consequências da desestruturação e da queda da oligarquia 
ca-feeira, verificou-se a ascensão da burguesia industrial e urba-
na e a definição por parte do governo em favor de uma política 
voltada para o desenvolvimento industrial. Grande parte dos ca-
pitais disponíveis serão investidos nas atividades industriais e ur-
banas (terciário). Em 1920, o Brasil possuía um total de 13.336 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 78 03/04/2011 19:18:54
79 UECEVEST
GEOGRAFIA
estabeleci-mentos industriais ao passo que somente no período 
1930-40 foram criados 12.232 novos estabelecimentos.
3º Período (após 1945)
Período marcado por uma nova importante etapa da indus-
trialização brasileira. Os fatores desse desenvolvimento foram:
•	 Implantação defi nitiva da indústria, inclusive a de base 
(siderúrgica);
•	 Ampliação e diversifi cação do parque industrial;
•	 Implantação das políticas de substituição das importações.
A grande e decisiva arrancada industrial ocorreu a partir da 
década de 50 com o plano de metas (governo Juscelino Kubits-
chek): energia, transporte, abertura ao capital estrangeiro, mul-
tinacionais (setor automobilístico etc.) e forte participação do 
capital estatal.
Desconcentração industrial
Por volta de 1970, começou a ocorrer uma relativa descon-
centração industrial no Brasil, com decréscimo relativo de São 
Paulo e crescimento maior em outras unidades da Federação 
(Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, minas Gerais, Goiás, 
Amazonas, Mato Grosso e outras). Também, nesse caso, o que 
houve não foi tanto uma regressão da atividade industrial em São 
Paulo, mas um maior ritmo de crescimento em outros estados.
Quais são as causas desse processo, que talvez prossiga ainda 
na atualidade?
Em primeiro lugar, o esgotamento de São Paulo, em especial 
de sua capital e arredores. É o que se chama de deseconomia de 
escala, que ocorre quando uma aglomeração se torna desfavorável 
às novas localizações empresariais por causa dos custos elevados 
com impostos, terrenos demasiadamente caros, congestionamen-
tos frequentes no trânsito, enorme poluição, maiores custos com 
alimentação e moradia (o que implica maiores salários), etc.
Na década de 1960, a cidades de São Paulo já dava mostra 
desse esgotamento, havendo até os anos 1970 uma busca de no-
vas instalações industriais, não na própria capital, mas nos seus 
arredores (ABC, Baixada Santista, Campinas, etc.). Mas, dos 
anos 1980 em diante, nem mesmo essa área próxima à capital 
continuou atrativa, ocorrendo, então, maior crescimento do in-
terior do estado. Outro fator que também contribuiu para isso 
foi a grande combatividade de vários sindicatos de trabalhadores 
na Grande São Paulo e arredores, que nos anos 1970, foram a 
vanguarda em termos de reivindicações salariais e greves. Trata-
se de um novo sindicalismo, mais atuante na defesa dos diretores 
de suas categorias profi ssionais. A média salarial na indústria era 
e ainda é bem maior em São Paulo, particularmente na capital e 
arredores, que no restante do país, em especial no Nordeste e na 
Amazônia. São Paulo tem 40,8% do pessoal ocupado na indús-
tria de transformação, mas paga 53,8% dos salários totais desse 
setor no país.
Ocorreu também maior atração de outras cidades e estados, 
cujos governos (estaduais ou municipais) promoveram incen-
tivos variados para atrair empresas: terrenos baratos ou doados 
pelas prefeituras, isenção de alguns impostos durante vários anos, 
instalações elétricas e de água, asfalto. Dessa forma, esse maior 
crescimento industrial em algumas áreas ou regiões contou com 
grande ajuda estatal, tanto do governo federal (por meio de ór-
gãos como a Superintendência para o Desenvolvimento do Nor-
deste (SUDENE) ou a Superintendência para o Desenvolvimen-
to da Amazônica (SUDAM) e de incentivos fi scais para atrair 
investimentos em determinadas áreas) quanto daqueles governos 
estaduais e municipais.
Por fi m, outro fator que contribuiu para essa relativa des-
concentração industrial no espaço brasileiro foi a grave crise 
econômica, e em particular da indústria, que o país atravessou 
de 1980 até por volta de 1999. Nesse período, a atividade in-
dustrial do Brasil como um todo praticamente não cresceu (al-
guns setores até regrediram, principalmente entre 1980 e 1985) 
e, pelo menos até 1991, houve pouca modernização. Essa crise, 
como não podia deixar de ser, foi bem mais intensa em São 
Paulo, exatamente por ele ter, até os anos 1980, mais da metade 
da atividade industrial do país. As poucas indústrias que surgi-
ram ou se expandiram nesse período preferiram outras áreas ou 
estados. Com isso, houve decréscimo relativo da participação de 
São Paulo (e também do Centro-Sul do país) no volume total 
da produção industrial brasileira.
Principais tipos de indústrias do Brasil
A atividade industrial no Brasil sempre foi marcada pelo pre-
domínio das indústrias leves ou de bens de consumo, especial-
mente a alimentícia e a têxtil, as mais tradicionais. A têxtil só foi 
ultrapassada por outras indústrias (químicas, metalúrgicas e mate-
rial de transporte) na década de 70 a alimentícia na década de 80.
Principais setores da indústria brasileira
Indústria alimentícia
O ramo de indústrias alimentícias compreende as indústrias 
de farinhas, massas, laticínios, conservas (frutas, peixes, sucos), 
carne, óleos e gordura, bebidas, açúcar etc.
Considerada indústria de 1ª necessidade, a indústria alimen-
tícia, junto com a indústria têxtil, está entre as primeiras criadas 
no Brasil.
A região sudeste apresenta a maior concentração de estabele-
cimento alimentícios, o maior valor de produção e o maior total 
de mão-de-obra ocupada da indústria alimentícia.
As maiores concentrações de indústrias alimentares encon-
tram-se nas principais áreas metropolitanas do Brasil, tais como: 
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salva-
dor, Recife e Fortaleza.
Indústria Têxtil
A indústria têxtil, instalada no Brasil na Segunda metade do 
século XIX, é também um setor da 1ª necessidade. O seu cresci-
mento está também relacionado com o crescimento da população 
e consequente expansão do mercado consumidor.
É o setor que apresenta em toda a sua história um dos maiores 
níveis de absorção de mão-de-obra no conjunto das indústrias de 
transformação.
Na indústria têxtil predominam em número os estabeleci-
mentos de pequeno e de médio porte.
A maior concentração do setor ocorre no Estado de São Paulo.
Indústria Siderúrgica
A indústria siderúrgica Belgo-Mineira em Sabará, transferida 
posteriormente para Monlevade.
As condições naturais do Brasil e a riqueza em ferro e manga-
nês vão permitir o desenvolvimento da siderurgia, notadamente 
em Minas Gerais. No entanto, várias causas retardaram a implan-
tação da indústria siderúrgica no Brasil, Tais como:
•	 falta de capital,
•	 falta de mão-de-obra qualifi cada,
•	 falta de carvão em condições favoráveis à siderurgia,
•	 falta de indústrias subsidiárias capazes de consumir os produtos 
siderúrgicos,
•	 defi ciência nos transportes.
A primeira indústria siderúrgica de grande porte foi criada em 
1942 – Companhia Siderúrgica Nacional, construída em Volta 
Redonda, no Rio de Janeiro, tida como marco de instalação da 
indústria no Brasil.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 79 03/04/2011 19:18:54
GEOGRAFIA
80 UECEVEST
Principais usinas siderúrgicas
Minas Gerais:
•	 USIMINAS – Aços Especiais Itabira – Itabira.
•	 ACESITA – Aços Especiais Itabira – Itabira.
•	 Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira – Monlevade.
•	 Companhia Siderúrgica Monnesman – Belo Horizonte.
No Rio de Janeiro:
•	 CSN – Companhia Siderúrgica Nacional – Volta Redonda.
•	 Companhia Siderúrgica de Barra Mansa.
•	 COSIGUA – Companhia de Guanabara – Rio de Janeiro (ex-
Guanabara).
Em São Paulo
•	 COSIPA – Companhia Siderúrgica Paulista– Piaçaguera.
•	 Aços Vilares – São Caetano.
•	 COSIM – Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes.
Indústria automobilísticas
A Indústrias Siderúrgica automobilística foi implantada no 
Brasil na Segunda metade da década de 1950, durante o governo 
de Juscelino Kubitschek.
Assim, em 1956, foi instalada a 1ª indústria automobilística 
do Brasil, a Vemag, e, em 1958 foi instalada a Volkswagem do 
Brasil.
Instaladas as primeiras indústrias automobilísticas, expande-
se o setor de autopeças com a criação ou desenvolvimento de 
indústrias subsidiárias, tais como:
•	 indústria de artefatos de couro,
•	 indústria de vidros,
•	 metalurgia leve,
•	 indústria de artefatos de borracha.
Observa-se que a instalação da indústria automobilística na 
década de 50 representou uma grande ampliação e diversifi cação 
do parque industrial brasileiro.
A indústria automobilística está concentrada em São Paulo 
na região do ABC.
Os fatores que condicionaram a sua instalação nessa área fo-
ram:
•	 concentração de São Paulo da indústria de auto peças
•	 maior concentração de mão-de-obra,
•	 proximidade da siderúrgica Cosipa (Cubatão) e do porto de 
Santos,
•	 maior potência de energia elétrica instalada,
•	 e existência de indústrias de montagem de veículos já instaladas 
nessa área.
Construção Naval
O primeiro estaleiro de grandes proporções foi instalado no 
Brasil em Ponta D’Areia, em Niterói, pelo Barão de Mauá em 
meados do século XIX.
Em 1967, com a criação da SUNAMAM – Superintendência 
Nacional da Marinha Mercante - a atividade dos estaleiros vai 
ser intensifi cada através do planejamento e incentivo desse órgão.
A SUNAMAM conta com fi nanciamento do BNDE para o 
desenvolvimento do processo de substituição de embarcações fre-
tadas no transporte marítimo nacional.
A concentração da indústria de construção naval dá-se no Rio 
de Janeiro.
 
E X E R C í C I O
01. (URCA) Considere os três fenômenos sócioespaciais surgidos 
nos século XVII e XVIII:
I. Aparecimento da relação de trabalho assalariado.
II. Concentração de uma grande massa de desempregados nas 
cidades.
III. Desenvolvimento do comércio colonial, com a divisão 
internacional do trabalho entre as metrópoles e as colônias.
Podemos concluir corretamente que estes fenômenos foram im-
portantes condições para a(o):
a) eclosão da Revolução Industrial e a formação de novos 
espaços produtivos.
b) Maior domínio do capital comercial.
c) Fortalecimento da sociedade feudal.
d) Restrição da expansão colonial, detendo-se os capitais no 
progresso técnico da Europa.
e) Fortalecimento da atividade manufatureira europeia e 
americana.
02. “Os países subdesenvolvidos possuem uma industrialização re-
duzida. Destacando-se em valor de produção e fonte de emprego, 
principalmente a indústria de bens de consumo.” Como exemplo 
da atividade industrial a que se refere o texto, pode-se citar a:
a) indústria petrolífera.
b) indústria metalúrgica.
c) indústria de alimentos.
d) Indústria extrativa mineral.
03. (UECE) Com a Terceiro Revolução Industrial, a nova divi-
são do trabalho estabelece uma classifi cação dos países segundo o 
domínio de cada um sobre:
a) as matérias-primas
b) as indústrias de bens duráveis.
c) As fontes de energia.
d) O conhecimento técnico-científi co.
04. (UECE) Com o crescimento econômico de muitos países 
subdesenvolvidos, houve um intenso processo de modernização, 
desde o segundo pós-guerra, muito marcado:
a) por regular aumento da população urbana, embora sem 
formar metrópoles.
b) Pela industrialização e aumento percentual dos empregados 
nos setores secundário e terciário da economia.
c) Por elevação dos índices de analfabetismo e das taxas de 
natalidade e mortalidade.
d) Pela manutenção de comportamento tradicional, reforçando 
as aspirações mais modestas da sociedade.
05. (URCA) Com referência à industrialização brasileira, é cor-
reto afi rmar que:
a) a desconcentração das indústria paulistas proporcionou o 
surgimento da enclave industrial da Região Norte.
b) O desenvolvimento industrial da Região Metropolitana de 
Belo Horizonte está estreitamente ligada à acumulação de 
capital dos mineradores.
c) A expansão industrial do Sul se apoiou fortemente nos 
incentivos fi scais.
d) A indústria moderna no Nordeste é produto do 
planejamento governamental.
e) As áreas industriais de alta tecnologia se concentram nas 
cidades portuárias, favoráveis a exportação.
06. (URCA) Sobre o processo de industrialização do Brasil é cor-
reto afi rmar:
Apostilas UECEVEST mod4.indb 80 03/04/2011 19:18:55
81 UECEVEST
GEOGRAFIA
a) O Brasil começou a industrializar-se no momento em que o 
capitalismo já estava em sua fase monopolista.
b) Houve uma passagem do artesanato para a manufatura e 
desta para indústria moderna.
c) Um constante acúmulo de capitais e desconhecimentos técnicos 
possibilitou a passagem do artesanato à indústria moderna.
d) A tecnologia e parte dos capitais criados internamente 
favoreceram a evolução do artesanato à indústria.
e) Houve um desenvolvimento equilibrado entre as indústrias 
de base e as de consumo.
07. (UECE) Considerando a estrutura industrial brasileira no 
que se refere à origem do capital, é correto afi rmar que:
a) desde a origem da industrialização brasileira, a indústria 
de capital privado nacional sempre foi, numericamente, 
superior às demais.
b) Na atualidade, as indústrias de capital privado nacional são 
setor forte e predominante no sistema econômico.
c) Somente após 1964, as empresas estatais passaram a uma 
fase de enfraquecimento.
d) As multinacionais, com sede no setor no exterior, 
começaram a penetrar mais intensamente no Brasil, após a 
Segunda Guerra Mundial.
08. (UNIFOR) Principalmente a partir da década de 50, processo 
de “multinacionalização” ampliou sua velocidade, e mesmo países 
que apresentam menor nível de atividade econômica passaram a 
receber instalações de fi liais de grandes empresas. Esse processo:
a) tende a aumentar a participação de um número crescente 
de países, tanto na produção industrial quanto no comércio 
internacional resultando em melhoria generalizada nas 
condições sociais.
b) Amplia a produção de bens para atender aos mercados, 
mas reduz consideravelmente o poder decisório do capital 
fi nanceiro.
c) Reforça cada vez mais as fronteiras nacionais por meio de 
mecanismos protecionistas implantados para atender aos 
interesses dos grandes grupos.
d) Promove a nítida separação entre os interesses dos Estados, 
vinculados à melhoria das condições de vida da população e os 
interesses dos grandes grupos que objetivaram a acumulação.
e) Permite a multiplicação dos centros de pesquisa 
científi ca pelas várias partes do mundo, como forma de 
garantir autonomia de produção às fi liais das empresas 
multinacionais.
09. (URCA) Sobre o espaço industrial, é verdadeira a caracterís-
tica da opção:
a) A paisagem industrial ocupa espaços muito amplos e 
extensos.
b) O espaço industrial tem um duplo aspecto: é concentrador, 
mas é universal.
c) A indústria é muito dependente das estações, tornando 
sazonal sua produção.
d) O tempo da indústria é continuo; com um ritmo sazonal, é 
um tempo natural.
e) A paisagem industrial é muito difusa, espalhadas em todos 
os países.
10 (URCA) Identifi que a ou as características(s) marcante(s) da 
atividade do Brasil na década de 1970:
I. Hegemonia do capital privado nacional.
II. Crescente participação do Estado na economia industrial.
III. Inauguração do processo de substituição de importações de 
manufaturados.
IV. Acentuada internacionalização da manufatura.
a) I e II d) I e IV
b) I e III e) II e III
c) II e IV
11. (UNIFOR) “A década de ______ representa um marco para 
o processo de industrialização brasileira através da criação da 
PETROBRÁS, do aumento da população urbana e na segunda 
metade da década a abertura de incentivos, por parte do Governo 
Federal, para a vinda de capitais internacionais, sobretudo para 
industria automobilística.” Esta sucintamente retratada notexto 
a década de:
a) 40 d) 70
b) 50 e) 80
c) 60
G A B A R I T O
01. a 02. c 03. d 04. b 05. c 06. a
07. d 08. d 09. b 10. c 11. b
FONTES DE ENERGIA
Energia é a capacidade de produzir trabalho. Na história, a 
descoberta de novas fontes energéticas e o aumento do consu-
mo de energia sempre acompanharam a ampliação da capacidade 
produtiva das sociedades.
O aumento do consumo e a diversifi cação das fontes respon-
deram às mudanças das necessidades sociais. O homem primitivo 
limitava o seu consumo energético às necessidades postas pelo 
preparo dos alimentos. Mais tarde, necessidades vinculadas ao 
conforto doméstico e à produção, agrícola ou industrial, passa-
ram a predominar.
Há quase dois séculos as necessidades energéticas foram am-
pliadas pela evolução das técnicas de produção e de transportes. 
O homem do século XIX consumia quase quarenta vezes a ener-
gia despendida pelo homem primitivo. O homem atual consome 
mais de três vezes a energia despendida no tempo da Revolução 
Industrial. Essa explosão do consumo energético é um fenômeno 
característico dos países desenvolvidos.
O caso norte-americano ilustra a evolução da estrutura ener-
gética dos países desenvolvidos. Até a Revolução Industrial, a le-
nha era, a principal fonte de energia. O carvão assumiu a lideran-
ça no fi nal do século XIX, quando as fábricas se multiplicavam 
e a economia moderna se instalava no país. O petróleo e o gás 
natural dominam no século XX, época da emergência da indús-
tria automobilística.
A década de 1970 assistiu ao inicio do crescimento acelerado 
da energia nuclear. O consumo de energia per capita triplicou 
desde meados do século XIX. O aumento da demanda explica a 
incorporação de novos recursos energéticos, que se agregam su-
cessivamente aos que já existiam.
Os recursos energéticos
Atualmente, os recursos energéticos mais utilizados no mun-
do são o carvão, o petróleo, a água e o átomo; juntos, eles corres-
pondem a mais de 90% da oferta mundial de energia. A utiliza-
ção de qualquer um deles acerreta danos ambientais: o petróleo 
e o carvão, além de extremamente poluentes, contribuem para o 
aquecimento do planeta; as usinas hidrelétricas exigem a inun-
dação de vastas áreas, o que pode ser bastante grave em regiões 
fl orestadas; a energia nuclear, além do risco de acidentes, gera 
resíduos com grande poder de contaminação.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 81 03/04/2011 19:18:56
GEOGRAFIA
82 UECEVEST
Certas correntes de pensamento ambienta lista sustentam que 
despoluir o planeta implica diminuir a utilização desses recursos 
ou, pelo menos, mantê-la em níveis próximos aos atuais. E os 
níveis atuais praticamente excluem grande parte da humanidade 
do acesso a níveis mínimos de conforto e qualidade de vida. Uma 
alternativa a esse tipo de política consiste no desenvolvimento e 
difusão de tecnologias mais eficientes de produção e transmissão 
de energia reduzindo os desperdícios.
Os combustíveis fósseis
O carvão mineral
O carvão é um hidrocarboneto formado pela decomposi-
ção de restos vegetais que sofreram um lento processo de soli-
dificação. Milhões de anos foram necessários para que ele fosse 
constituído. A transformação da matéria vegetal em carvão só se 
completa em ambientes propícios. É necessário que haja pouca 
oxigenação, pois isso dificulta a ação as bactérias aeróbias, impe-
dindo a decomposição total dos vegetais. Nos ambientes tropi-
cais, a vegetação é mais exuberante, porém a maior quantidade de 
oxigênio disponível faz com que a ação bacteriana decomponha 
os restos vegetais antes da sua carbonização. As maiores reservas 
carboníferas do globo estão localizadas nas zonas temperadas.
O carvão é usado como fonte de energia em usinas termelé-
tricas, além de ser matéria-prima básica na siderurgia. Foi o com-
bustível essencial da Revolução Industrial. no século XIX. A sua 
importância declinou com o início do uso intensivo de petróleo, 
no século XX. A China. os Estados Unidos e a Rússia são res-
ponsáveis por. aproximadamente, 60% da produção mundial de 
carvão. No hemisfério Sul, apenas a Austrália e a África do Sul 
encontram-se entre os grandes produtores.
Os grandes importadores de carvão concentram-se predo-
minantemente na Europa Ocidental. A intensa industrialização 
da área e a escassez de outras fontes energéticas determinam tal 
dependência externa. Contudo, o maior importador individual 
é o Japão. A formação geológica relativamente recente da maior 
parte do seu território determina a existência de escassas reservas 
carboníferas. O intenso desenvolvimento econômico impele o 
consumo energético.
O carvão pode ser vegetal ou mineral
O carvão vegetal é elaborado a partir da madeira queimada!
O carvão mineral é uma rocha,portanto,trata-se de florestas 
que foram soterradas em períodos geológicos,como Paleozóico e 
Mesozóico, e depois de milhares de anos, os tronco dessas árvo-
res, tornarem-se carvão mineral!
Existem diferentes tipos de carvão, alguns de melhor quali-
dade como fonte de energia (os que têm maior percentagem de 
carbono) e outros de poder calorífero inferior. 
A turfa é o que possui menor teor de carbono; a seguir vem 
a lignite, depois a hulha, que é o tipo mais abundante e mais 
consumido no mundo (por volta de 80% do total), e por fim a 
antracite, o mais puro (95% de carbono) mas também o mais 
raro, representando apenas cerca de 5% do consumo mundial.
O petróleo
O petróleo é um hidrocarboneto que se apresenta sob a for-
ma fluida, formado por restos vegetais e animais em ambiente 
marinho. Os restos dos animais e dos vegetais microscópicos 
(plâncton) que vivem na superfície são depositados junto com 
lama e areia no fundo do mar. Para que tenha início o processo 
de formação do petróleo é necessário que haja pouca circulação 
e oxigenação no fundo das águas, de forma a impedir a ação des-
truidora das bactérias aeróbias Mares interiores, baías fechadas e 
golfos são os ambientes mais propícios à formação do petróleo.
Apesar, de sua origem marinha, imensas reservas, petrolíferas 
se localizam nos continentes. Isso acontece porque muitas regi-
ões, originalmente marinhas, foram soerguidas através de pro-
cessos tectônicos. O petróleo então migra através dos poros das 
rochas até encontrar uma “armadilha” que o prenda, uma cama-
da de rochas impermeáveis, por exemplo. A rocha geradora (na 
qual o petróleo se formou) pode estar a centenas de quilômetros 
da rocha armazenadora.
Os combustíveis fósseis são fontes energéticas finitas e não-
renováveis. A sua constituição demandou processos geológicos 
demorados. As grandes bacias de hulha datam do final da Era Pale-
ozóica, enquanto as reservas petrolíferas mais significativas forma-
ram-se na Era Mesozóica e no Período Terciário da Era Cenozóica.
Fontes Alternativas de Energia
No Brasil a maior quantidade de energia elétrica produzida 
provém de usinas hidrelétricas (cerca de 95%). Em regiões rurais 
e mais distantes das hidrelétricas centrais, têm-se utilizado ener-
gia produzida em usinas termoelétricas e em pequena escala, a 
energia elétrica gerada da energia eólica. 
Neste artigo vamos dar uma visão geral das fontes alternativas 
de energia elétrica: hídrica, térmica, nuclear, geotérmica, eólica, 
marés e fotovoltaica. 
Energia hídrica 
Nas usinas hidrelétricas, a energia elétrica tem como fonte 
principal a energia proveniente da queda de água represada a uma 
certa altura. A energia potencial que a água tem na parte alta da 
represa é transformada em energia cinética, que faz com que as 
pás da turbina girem, acionando o eixo do gerador, produzindo 
energia elétrica. 
Utiliza-se a energia hídrica no Brasil em grande escala, devido 
aos grandes mananciais de água existentes. 
Atualmente estão sendo discutidas fontes alternativas para a 
produção de energia elétrica, pois a falta de chuvas está causando 
um grande déficit na oferta de energia elétrica. 
A maior usina hidrelétrica do Brasil é a de Itaipu (Foz de 
Iguaçu) que tem capacidade de 12600MW .
Nas usinas termoelétricas a energia elétrica é obtida pela quei-
ma de combustíveis, como carvão, óleo, derivados do petróleo e, 
atualmente, também a cana de açúcar (biomassa). 
A produção de energia elétrica é realizada através da queima 
do combustível que aquece a água, transformando-a em vapor. 
Este vapor é conduzido a alta pressão por uma tubulação e faz 
girar as pás da turbina, cujo eixo está acoplado ao gerador. Em 
seguida o vapor é resfriado retornando ao estado líquido e a água 
é reaproveitada, para novamente ser vaporizada. 
Vários cuidados precisam ser tomados tais como: os gases 
provenientes da queima do combustível devem ser filtrados, evi-
tando a poluição da atmosfera local; a água aquecida precisa ser 
resfriada ao ser devolvida para os rios porque várias espécies aquá-
ticas não resistem a altas temperaturas. 
No Brasil esse é o segundo tipo de fonte de energia elétrica 
que está sendo utilizado, e agora, com a crise que estamos viven-
do, é a que mais tende a se expandir. 
Energia nuclear 
Esse tipo de energia é obtido a partir da fissão do núcleo do 
átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande quantidade 
de energia. Energia Nuclear, eficaz, mas perigosa 
A energia Nuclear, que pode também ser chamada de energia 
atômica, é a energia que fica dentro do núcleo do átomo, que 
pode acontecer pela ruptura ou pela fissão do átomo.
Como a energia atômica não emite gases ela é considerada 
uma energia limpa, mas tem um lado ruim, gera lixo atômico, ou 
resíduos radioativos que são muitos perigosos aos seres humanos, 
pois causam mortes e doenças.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 82 03/04/2011 19:18:56
83 UECEVEST
GEOGRAFIA
Por isso, quando produzem a energia nuclear, é preciso um 
desenvolvimento muito seguro, que isolem o material radioativo 
durante um bom tempo.
Nas usinas atômicas, que também podem ser chamadas de 
termonucleares, em vez de ser usada a queima de combustíveis, a 
energia nuclear gera um vapor, que sob pressão, faz girar turbinas 
que acionam geradores elétricos.
A energia atômica é usada em muitos países e veja a porcen-
tagem de cada um: EUA, 30,7%; França, 15,5%;Japão, 12,5%; 
Alemanha, 6,7%; Federação Russa, 4,8%. No Brasil, apesar de 
usar muito a energia Hidráulica, a energia nuclear também tem 
uma pequena porcentagem de 2,6%. 
Urânio enriquecido - o que é isto? 
Sabemos que o átomo é constituído de um núcleo onde estão 
situados dois tipos de partículas: os prótons que possuem cargas 
positivas e os nêutrons que não possuem carga. 
Em torno do núcleo, há uma região denominada eletrosfera, 
onde se encontram os elétrons que têm cargas negativas. Átomos 
do mesmo elemento químico, que possuem o mesmo número de 
prótons e diferentes número de nêutrons são chamados isótopos. 
O urânio possui dois isótopos: 235U e 238U. O 235U é o único 
capaz de sofrer fi ssão. Na natureza só é possível encontrar 0,7 % 
deste tipo de isótropo. Para ser usado como combustível em uma 
usina, é necessário enriquecer o urânio natural. Um dos métodos 
é “fi ltrar” o urânio através de membranas muito fi nas. O 235U 
é mais leve e atravessa a membrana primeiro do que o 238U. 
Esta operação tem que ser repetida várias vezes e é um processo 
muito caro e complexo. Poucos países possuem esta tecnologia 
para escala industrial. 
Diagrama do reator de uma Usina Nuclear 
O urânio é colocado em cilindros metálicos no núcleo do 
reator que é constituído de um material moderador (geralmente 
grafi te) para diminuir a velocidade dos nêutrons emitidos pelo 
urânio em desintegração, permitindo as reações em cadeia. O res-
friamento do reator do núcleo é realizado através de líquido ou 
de gás que circula através de tubos, pelo seu interior. Este calor 
retirado é transferido para uma segunda tubulação onde circula 
água. Por aquecimento, essa água se transforma em vapor (a tem-
peratura chega a 320ºC) que vai movimentar as pás das turbinas 
que movimentarão o gerador, produzindo eletricidade. 
Depois este vapor é liquefeito e reconduzido para a tubula-
ção, onde é novamente aquecido e vaporizado. 
No Brasil, está funcionando a Usina Nuclear Angra 2 sendo 
que a produção de energia elétrica é de tão pequena quantidade 
que não dá para abastecer toda a cidade do Rio de Janeiro. 
No âmbito governamental está em discussão a construção da 
Usina Nuclear Angra 3 por causa do défi cit de energia no país. 
Os Estados Unidos da América lideram a produção de ener-
gia nuclear, e nos países França, Suécia, Finlândia e Bélgica 50 % 
da energia elétrica consumida, provém de usinas nucleares.
Energia geotérmica 
Energia geotérmica é a energia produzida de rochas derretidas 
no subsolo (magma) que aquecem a água no subsolo. 
Na Islândia, que é um país localizado muito ao Norte, pró-
ximo do Círculo Polar Ártico, com vulcanismo intenso, onde a 
água quente e o vapor afl oram à superfície (gêiseres) ou se en-
contram em pequena profundidade, tem uma grande quantidade 
de energia geotérmica aproveitável e a energia elétrica é gerada a 
partir desta. 
As usinas elétricas aproveitam essa energia para produzir água 
quente e vapor. O vapor aciona as turbinas que geram quase 
3.000.000 joules de energia elétrica por segundo, e a água quente 
percorre tubulações até chegar às casas. 
Nos Estados Unidos da América, há usinas desse tipo na Ca-
lifórnia e em Nevada. Em El Salvador, 30% da energia elétrica 
consumida provém da energia geotérmica. O fato de só existir 
essa energia perto de vulcões, muito poucos países geram essa 
energia, e esses paises são: Nicarágua, Quênia, El salvador, Mé-
xico, Chile, Japão, e França. Sendo assim o uso desse tipo de 
energia é de difícil utilização na maioria dos países. 
Energia eólica 
Os moinhos de ventos são velhos conhecidos nossos e usam 
a energia dos ventos, isto é, eólica, não para gerar eletricidade, 
mas para realizar trabalho, como bombear água e moer grãos. Na 
Pérsia, no século V, já eram utilizados moinhos de vento para 
bombear água para irrigação. 
A energia eólica é produzida pela transformação da energia 
cinética dos ventos em energia elétrica. A conversão de energia 
é realizada através de um aerogerador que consiste num gerador 
elétrico acoplado a um eixo que gira através da incidência do 
vento nas pás da turbina. 
A turbina eólica horizontal (a vertical não é mais usada), é for-
mada essencialmente por um conjunto de duas ou três pás, com 
perfi s aerodinâmicos efi cientes, impulsionadas por forças predo-
minantemente de sustentação, acionando geradores que operam a 
velocidade variável, para garantir uma alta efi ciência de conversão. 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 83 03/04/2011 19:18:56
GEOGRAFIA
84 UECEVEST
A instalação de turbinas eólicas tem interesse em locais em 
que a velocidade média anual dos ventos seja superior a 3,6 m/s. 
Existem atualmente, mais de 20.000 turbinas eólicas de gran-
de porte em operação no mundo (principalmente no Estados 
Unidos). Na Europa, espera-se gerar 10 % da energia elétrica a 
partir da eólica, até o ano de 2030.
O Brasil produz e exporta equipamentos para usinas eólicas, 
mas elas ainda são pouco usadas. Aqui se destacam as Usinas 
do Camelinho (1MW, em MG), de Mucuripe (1,2MW) e da 
Prainha (10MW) no Ceará, e a de Fernando de Noronha em 
Pernambuco. 
Energia das marés
 A energia das marés é obtida de modo semelhante ao da 
energia hidrelétrica. 
Constrói-se uma barragem, formando-se um reservatório 
junto ao mar. Quando a maré é alta, a água enche o reservatório, 
passando através da turbina e produzindo energia elétrica e, na 
maré baixa, o reservatório é esvaziado e a água que sai do reserva-
tório passa novamente através da turbina, em sentido contrário, 
produzindo energia elétrica. Este tipo de fonte é também usado 
no Japão e Inglaterra. 
No Brasil temos grande amplitude de marés, por exemplo, 
em São Luís, na Baia de São Marcos (6,8m), mas a topografia do 
litoral inviabiliza economicamente a construção de reservatórios.
 
Caixa de concreto poronde, no sobe e desce das 
marés, passa a água do mar cuja energia é 
aproveitada na geração de eletricidade. 
Energia fotovoltaica 
A energia fotovoltaica é fornecida de painéis que contêm cé-
lulas fotovoltaicas ou solares que, sob a incidência do sol, geram 
energia elétrica. A energia gerada pelos painéis é armazenada em 
bancos de bateria, para que seja usada em período de baixa radia-
ção e durante a noite. 
A conversão direta de energia solar em energia elétrica é rea-
lizada nas células solares através do efeito fotovoltaico, que con-
siste na geração de uma diferença de potencial elétrico através da 
radiação. O efeito fotovoltaico ocorre quando fótons (energia que 
o sol carrega) incidem sobre átomos (no caso átomos de silício), 
provocando a emissão de elétrons, gerando corrente elétrica. Esse 
processo não depende da quantidade de calor, pelo contrário, o 
rendimento da célula solar cai quando sua temperatura aumenta. 
O uso de painéis fotovoltaicos para conversão de energia solar 
em elétrica é viável para pequenas instalações, em regiões remotas 
ou de difícil acesso. É muito utilizada para a alimentação de dis-
positivos eletrônicos existentes em foguetes, satélites e astronaves.
O sistema de cogeração fotovoltaica também é uma solução; 
uma fonte de energia fotovoltaica é conectada em paralelo com 
uma fonte local de eletricidade. Este sistema de cogeração voltai-
ca está sendo implantado na Holanda em um complexo residen-
cial de 5000 casas, sendo de 1 MW a capacidade de geração de 
energia fotovoltaica. Os Estados Unidos, Japão e Alemanha têm 
indicativos em promover a utilização de energia fotovoltaica em 
centros urbanos. Na Cidade Universitária – USP – São Paulo, há 
um prédio que utiliza este tipo de fonte de energia elétrica. 
No Brasil já é usado, em uma escala significativa, o coletor 
solar que utiliza a energia solar para aquecer a água e não para 
gerar energia elétrica.
Fonte: fisica.cdcc.sc.usp.br
Uma meta para o futuro
Na maioria dos países do mundo, o modelo energético, é ba-
seado no consumo de combustíveis fósseis, ou seja, petróleo, gás 
natural e carvão.
O principal problema desse modelo é que os recursos não são 
renováveis, além de ocasionarem muitos danos ao meio ambien-
te, como a poluição atmosférica, causadora do efeito estufa.
A dependência de consumo de combustíveis fósseis para 
a produção de energia certamente afeta a vida na terra e com-
promete a qualidade ambiental, e continuará sendo desse jeito. 
Sendo assim, é necessário que o trabalho científico e tecnológico 
do mundo atual sejam dirigidos para produzir outros tipos de 
energia (que sejam menos poluidoras e que causem menos im-
pactos ambientais, diferente do petróleo), as chamadas energias 
alternativas.
No Brasil (diferentemente da maioria dos países), a produ-
ção de energia é feita principalmente através de hidrelétricas, ou 
seja, de energia hidráulica, pois o país dispõe de grandes bacias 
hidrográficas. A energia produzida através de hidrelétricas é con-
siderada limpa e renovável, ao contrário daquelas derivadas dos 
combustíveis de petróleo. 
Sabendo do que foi falado nos parágrafos acima, Quais são os 
diferentes tipos de energia? Como funcionam? Qual é a próxima 
fonte de energia quando se acabar o petróleo? Qual é a grande 
luta para existirem as energias alternativas? 
A energia alternativa (ao petróleo) é uma forma de produzir 
energia elétrica, causando menos problemas à sociedade atual, ao 
meio ambiente e, menos poluição. Os principais tipos de energia 
alternativa que existem, são: 
Energia Solar: Abundante, mas cara
A energia solar, é uma energia abundante, porém é muito 
difícil de usá-la diretamente. Ela é limpa e renovável, e existem 
três maneiras de fazer o seu uso:
Células fotovoltáicas, que são consideradas as que mais pro-
metem da energia solar. A luz solar é diretamente transformada 
em energia, através de placas que viram baterias. 
Os captadores planos, ou, coletores térmicos, que, num lugar 
fechado, aquecem a água, que com pressão do vapor, movem 
turbinas ligadas aos geradores. 
Também chamados de captadores de energia, os espelhos 
côncavos refletores, mantém a energia do sol que aquecem a água 
com mais de 100° C em tubos, que com a pressão, movimentam 
turbinas ligadas ao gerador. O único e pequeno problema dos 
espelhos côncavos, é que eles têm que acompanhar diretamente 
os raios do sol, para fazer um aproveitamento melhor.
Como à noite e em dias chuvosos não tem sol, a desvantagem 
da energia solar, é que nesses casos ela não pode ser aproveitada, 
por isso que é melhor produzir energia solar em lugares secos e 
ensolarados.
Um exemplo do aproveitamento dessa energia, é em Freiburg, 
no sudeste da Alemanha. A chamada “cidade do sol”, lá existe o 
bairro que foi o primeiro a possuir casas abastecidas com energia 
solar. As casas são construídas com um isolamento térmico para 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 84 03/04/2011 19:18:57
85 UECEVEST
GEOGRAFIA
a energia ser “guardada” dentro. Quando as casas são abastecidas 
com mais energia do que necessário, os donos vendem o restante 
de energia para companhias de eletricidade da região. 
Na cidade , há casas que giram de acordo com o movimento 
do sol. A igreja e o estádio de futebol, são abastecidos com ener-
gia solar.
Com o uso de energia solar, a cidade já deixou de usar mais 
de 200 toneladas de gás carbônico por ano. 
Energia Eólica: limpa, mas demorada 
É a energia mais limpa que existe. A chamada energia eólica, 
que também pode ser denominada de energia dos ventos, é uma 
energia de fonte renovável e limpa, porque não se acaba (é pos-
sível utilizá-la mais que uma vez), e porque não polui nada. O 
vento (fonte da energia eólica), faz girar hélices que movimen-
tam turbinas, que produzem energia. O único lado ruim que a 
energia eólica possui é que como depende do vento, que é um 
fenômeno natural, ele faz interrupções temporárias, a maioria 
dos lugares não tem vento o tempo todo, e não é toda hora que 
se produz energia. O outro lado ruim, é que o vento não é tão 
forte como outras fontes, fazendo o processo de produção fi car 
mais lento. 
Não são muitos os lugares que existem condições favoráveis 
ao aproveitamento da energia eólica, ou seja, não é todo lugar que 
apresentam ventos constantes e intensos. Os lugares que tem as 
melhores condições para atividade, são: norte da Europa, norte 
da África e a costa oeste dos Estados Unidos.
Na maioria dos casos, essa forma de energia é usada para 
complementar as usinas hidroelétricas e termoelétricas. 
Um exemplo para mostrar como a energia dos ventos é eco-
nômica, é que no Estado da Califórnia, que com o aproveita-
mento dessa energia, economizou mais de 10 milhões de barris 
de petróleo.
Energia da Biomassa: uma energia vegetal
Para produzir a energia da biomassa, é preciso um grande 
percurso. Um exemplo da biomassa, é a lenha que se queima 
nas lareiras. Mas hoje, quando se fala em energia biomassa, quer 
dizer que estão falando de etanol, biogás, e biodiesel, esses com-
bustíveis, que tem uma queima tão fácil, como a gasolina e outros 
derivados do petróleo, mas a energia da biomassa, é derivada de 
plantas cultivadas, portanto, são mais ecológicas. 
Para ter uma ideia de como a energia da biomassa é efi ciente, 
o etanol, extraído do milho, é usado junto com a gasolina nos 
Estados Unidos; e também, é produzido da cana de açúcar, o 
etanol responde metade dos combustíveis de carro produzido no 
Brasil. Em vários países, mas principalmente nos Estados Uni-
dos, o biodiesel de origem vegetal é usado junto ou puro ao óleo 
diesel comum. Segundo o diretor do centro nacional de bioener-
gia: “Os biocombustíveis são a opção mais fácil de ampliar-se o 
atual leque de combustíveis” 
O único problema da biomassa é que por causa da fotossín-
tese (o processo pela qual as plantas captam energia solar) é bem 
menos efi ciente por metro quadrado do que os painéis solares, 
por causa desse problema, é que para ter umaboa quantidade de 
captação de energia por meio de plantas, é preciso uma quantida-
de de terra bem mais extensa. Estima-se de que, para movimentar 
todos os meios de transportes do planeta só usando biocombus-
tíveis, as terras usadas para agricultura teriam que ser duas vezes 
maiores do que já são. 
Para ser mais efi caz, deixando mais rápidas as colheitas, e 
deixando ser mais captadores de energia, cientistas estão fazendo 
pesquisas. Atualmente, os combustíveis extraídos da biomassa são 
vegetais, como o amido, o açúcar, e óleos, mas alguns cientistas, 
estão tentando deixar esses combustíveis líquidos. Outros estão 
visando às safras que gerem melhores combustíveis. 
E esse é o grande problema da energia da biomassa, mas para 
Michel Pacheco, “Estamos diante de muitas opções, e cada uma 
tem por trás um grupo de interesse. Para ser bastante sincero, 
um dos maiores problemas com a biomassa é o fato de existirem 
tantas alternativas“
Energia térmica dos oceanos
Graças à diferença de temperatura das águas profundas e das 
águas que fi cam na superfície, a água marinha pode ser usada para 
fazer um armazenamento de energia solar, e geradora de energia 
elétrica.
Em usinas que fazem esse “sistema”, a diferença de tempe-
ratura faz um movimento em tubos circulares. Isso ocorre em 
lugares fechados, conectados a turbinas que estão ligadas em ge-
radores, produzindo energia elétrica. Uma vantagem dessa ener-
gia é que elas são renováveis, e uma desvantagem é que o custo 
é muito alto.
O primeiro lugar que fi zeram o uso desse tipo de energia, foi 
nos Estados Unidos em 1979, e estão produzindo energia, até hoje. 
Pesquisas revelam, através de estimativas, que de toda a ener-
gia gerada no planeta, 80% são de combustíveis fósseis, como o 
petróleo, o carvão e o gás natural. Nos próximos 100 anos, uma 
coisa que é muito provável, é que com o aumento da população, 
paralelamente, aumentará o uso de combustíveis fósseis. E uma 
coisa que não é nada provável, é que essa grande população (que 
na época estará maior) faça o uso de energia alternativa. Para o 
professor de engenharia, Martin Hoff er, o esforço de fazer as pes-
soas deixarem de usar o petróleo, e começarem a usar energia 
alternativa, é maior do que acabar com terrorismo: “O terrorismo 
não ameaça viabilidade do nosso modo de vida baseado nos avan-
ços tecnológicos, mas a energia, é um fator crucial”. Um exemplo 
de como existem energias alternativas que “adiantam” e são “eco-
lógicas”, é que se se nos trocássemos uma lâmpada incandescente 
por uma fl uorescente, nos estaríamos economizando 225 quilos 
de carvão, alem de deixar de causar poluição.
Os grandes problemas que parte da sociedade luta para ter a 
energia alternativa são os políticos e as empresas transnacionais 
(como a Shell, Texaco, Esso, etc.). Como a nossa sociedade é 
capitalista, grande parte dela não se preocupa nada em relação às 
consequências, querendo cada vez mais construir usinas poluido-
ras, só pensando no lucro. Poderíamos usar outras fontes menos 
poluentes, mas, por causa do capitalismo, temos um monopó-
lio do uso de energias mais poluidoras. E o que Martin Hoff er 
levanta é que, se a sociedade capitalista não ajudar, poderemos 
ser condenados a depender só dos combustíveis fósseis, cada vez 
mais poluentes, à medida que diminuem as reservas petroleiras e 
de gás, com consequência catastrófi ca no planeta: “se não tive-
mos uma política energética pró-ativa, acabaremos simplesmente 
usando o carvão, depois o xisto, e em seguida a areia de alcatrão, 
sempre com um retorno cada vez menor, até que nossa civilização 
entre em colapso. Mas tal declínio não é inevitável. Ainda temos 
a possibilidade de escolher.” 
Sabendo que futuramente aumentará o número de pessoas, 
aumentando junto o uso de combustíveis fósseis. Algum dia, as 
grandes reservas petroleiras acabarão. Então, pesquisadores traba-
lham para identifi car o próximo grande combustível que abaste-
cerá esse gigantesco planeta. Para alguns especialistas, “não há ne-
nhuma solução milagrosa”, para outros, aqueles mais insistentes, 
pensam que existem energias infi nitas no espaço, mas que para 
fazer na prática é impossível. 
A vontade de carros movidos a hidrogênio, pode dar uma 
impressão equivocada, porque hidrogênio não é fonte de energia. 
Para ele se tornar útil, o processo de seu isolamento não é com-
pensatório. Atualmente o único jeito de produzir energia com 
hidrogênio, é com combustíveis fosseis, que é um jeito poluidor 
de fazer, mas estão pensando em um jeito limpo de sua produção: 
Apostilas UECEVEST mod4.indb 85 03/04/2011 19:18:57
GEOGRAFIA
86 UECEVEST
O hidrogênio seria produzido de formas de energias que não li-
beram poluição (dióxido de carbono) o que precisaria de um uso 
grande de energia eólica, nuclear e solar. Nos Estados Unidos, 
uma coisa muito estudada pelo governo, é que poderíamos pro-
duzir energia com hidrogênio, usando as grandes reservas de car-
vão do país, mas armazenando no subsolo o dióxido de carbono.
Isso que nós acabamos de ver sobre o hidrogênio é um belo 
exemplo de que nós, seres humanos, somos muito capazes de 
poder conciliar um desenvolvimento limpo, descobrindo coisas 
novas, e ao mesmo tempo, preservando o planeta. 
Energias Renováveis
As energias renováveis, são formas de energia que, após terem 
sido utilizadas, podem ser utilizadas novamente. 
Estas energias são o resultado do aproveitamento de recursos 
naturais como o sol e o vento, ou de resíduos como restos agrí-
colas ou lixo orgânico. Além de as matérias primas dessas fontes 
serem abundantes, utilizá-las signifi ca não esgotá-las. 
Estas são a energia solar, a hidroeléctrica, a eólica, a geotérmi-
ca, da biomassa, das ondas, das marés, e a energia nuclear.
Os recursos renováveis representam atualmente cerca de 20% 
do fornecimento total de energia no mundo.
Energias Renováveis
Vantagens Desvantagens
•	 Podem ser 
consideradas 
inesgotáveis à 
escala humana
•	 Permitem reduzir 
signifi camente as 
emissões de CO2
•	 Reduzem a 
dependência 
energética da 
nossa sociedade 
aos combustíveis 
fósseis
•	 Conduzem à 
investigação em 
novas tecnologias 
que permitam 
melhor efi ciência 
energética
•	 Algumas 
têm custos 
elevados na sua 
implementação, 
dewvido ao fraco 
investimento 
neste tipo de 
energia
•	 Podem causar 
impactos visuais 
negativos no 
meio ambiente
•	 Podem gerar-se 
algum ruído, 
no caso da 
exploração de 
alguns recursos 
energéticos 
renováveis
E X E R C í C I O
01. (Uespi/2005) Sobre o tema “Fontes de energia”, analise as 
proposições abaixo.
I. A duração das usinas atômicas é bem maior que a das 
hidroelétricas, além de, normalmente, produzirem mais 
eletricidade;
II. Na opinião de inúmeros cientistas, a energia solar deve-se 
tomar uma das principais fontes de energia do século XXI, 
principalmente nas áreas mais quentes da superfície da Terra;
III. O carvão mineral foi a fonte de energia que exerceu papel 
fundamental na Primeira Revolução Industrial, ocupando o 
segundo lugar, em importância durante o século XX;
IV. A administração da atividade’ petroleira e controle dos 
preços e do volume da produção do petróleo, em países 
como: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Emirados Árabes, 
Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria e Venezuela, 
são realizados pela Opep.
Estão corretas apenas:
a) I,II e III d) I, II e IV
b) II e IV e) II e III
c) II, III e IV
02. (EcmaI/2002) “Sem energia não é possível o desenvolvimen-
to, pois sua ausência signifi ca mais que estagnação, signifi ca in-
terrupção de tudo que implique transformação ou movimento.” 
Vidal. p.31. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre 
fontes energéticas, é possível afi rmar.
I. A quase totalidade de energia gerada no mundo provém 
de fontes renováveis, principalmente o petróleo e o carvão 
mineral, recursos infi nitos na natureza;
II. O consumo de energia é consequência do crescimento 
econômico e tecnológico, o que vale dizer que os recursos 
energéticosestão disponíveis de maneira equilibrada no 
espaço, gerando pequenas disparidades entre ricos e pobres;
III. A privatização do setor energético contribui para aumentar a 
oferta do produto, gerar empregos, baratear preços de tarifas e 
garantir serviços de boa qualidade, como ocorreu no Brasil;
IV. A perspectiva de esgotamento das reservas de petróleo 
signifi ca uma crise energética mundial, em razão do modelo 
econômico imposto pelo capitalismo;
V. O atual racionamento de energia elétrica no Brasil não 
afetou seu crescimento econômico, em decorrência da 
grande produção dos combustíveis fósseis, da construção 
do gasoduto boliviano e da utilização da energia nuclear de 
Angra dos Reis.
03. (UFPI-2004) Considerando a crise energética atual e os riscos 
que proporciona para a economia e a sustentabilidade ambiental 
do mundo, busca-se cada vez mais energias limpas. Assinale com 
V (Verdadeiro) o tipo de energia considerada limpa e com F (fal-
so) aquele que não o for.
( ) Energia Fóssil
( ) Energia Eólica
( ) Energia Nuclear
( ) Energia Solar
04. O processo de produção de energia se dá pela queima do 
carvão e do petróleo, pela força das águas, pela fi ssão do átomo. 
As máquinas usadas nos processos acima são, respectivamente:
a) usina nuclear, usina termelétrica, usina geotérmica.
b) usina termelétrica, usina hidrelétrica, usina nuclear.
c) usina geotérmica, usina nuclear, usina eólica.
d) usina nuclear, biodigestores, usina geotérmica.
e) biodigestores, usina eólica, usina geotérmica.
05. (UFRN/2003) Analise as afi rmativas a seguir referentes ao 
assunto “Fontes de energia”.
I. O xisto. é uma “rocha energética” estratifi cada que se 
encontra sempre impregnada de substâncias orgânicas e 
inorgânicas, podendo gerar óleos;
II. O carvão mineral brasileiro tem uma distribuição geográfi ca 
muito limitada, sendo, de certa forma, antieconômico o seu 
fornecimento às regiões mais longínquas;
III. A maior parte dos depósitos carboníferos da América do Sul 
se situa numa estreita faixa que se estende do Sul da Bahia 
até Santa Catarina, esses depósitos aparecem em terrenos 
pré-cambrianos;
IV. Dos diversos tipos de carvão encontrados no Brasil, a turfa é 
a que é mais explorada, pois possui o maior poder calorifi co;
V. A indústria de extração de carvão, muitas vezes, é 
responsável por graves problemas ambientais, uma vez que a 
degradação causada por essa atividade pode atingir o solo, o 
ar e a água consumida pela população.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 86 03/04/2011 19:18:58
87 UECEVEST
GEOGRAFIA
Estão corretas: 
a) I e II apenas. d) I, II e V apenas.
b) III e IV apenas e) I, II, III, IV e V.
c) IV e V apenas.
06. (UFC/2004) Sobre as fontes de energia utilizadas pelo ho-
mem, é possível afi rmar, de forma correta, que:
a) entre as fontes de energia classifi cadas como renováveis, 
destacam-se o carvão mineral, o petróleo, o gás natural e os 
minerais radioativos.
b) as fontes de energia modernas, de rendimento elevado, 
respondem por quase metade da energia consumida 
atualmente no mundo.
c) o petróleo foi a fonte de energia básica que garantiu a 
Revolução Industrial. a partir da segunda metade do século 
XVIII.
d) as fontes de energia utilizadas variaram, através dos tempos, 
em função do desenvolvimento cultural e técnico-científi co 
das sociedades.
e) o uso da energia alternativa, gerada pelo álcool, pelo sol, 
ou ventos, é crescente, graças ao baixo custo tecnológico 
necessário à sua produção.
07. (UECE/2004.1) A energia é básica para a sociedade moder-
na. Leia atentamente os itens abaixo.
I. As chamadas modernas fontes de energia, ou seja, as mais 
importantes atualmente, são: o carvão, o petróleo, a água e o 
átomo;
II. As fontes consideradas alternativas, que estão tendo um 
grande desenvolvimento e devem tornar-se cada vez mais 
importantes; são: a biomassa e os biodigestores, o sol, o calor 
proveniente do centro da Terra, as marés e outras;
III. O carvão mineral foi a grande fonte de energia da Primeira 
Revolução Industrial. O petróleo foi a principal fonte de 
energia do século XX e continua a desempenhar esse papel;
IV. Tanto o petróleo como o carvão mineral são recursos não-
renováveis, isto é, que um dia se esgotarão completamente. 
Eles são pouco poluidores.
Assinale a alternativa verdadeira.
a) I e II são certas e III e IV são erradas.
b) I e IV são certas e II e III são erradas.
c) I, II e III são certas e IV é errada.
e) I, II e IV são certas e III é errada.
08. (FFB/2003.1) São fontes de energia poluidoras e não-reno-
váveis:
a) petróleo, carvão mineral e urânio.
b) vento, marés e hidreletricidade.
c) biogás, vento e sol.
d) carvão mineral, biomassa e biodigestores.
e) petróleo, marés existo betuminoso.
09. (UFPI/2003) “Provavelmente, o século XXI não terá uma 
única fonte de energia predominante como ocorreu no século XIX 
com o carvão e no século XX com o petróleo. Deverão coexistir 
várias fontes de energia. principalmente as renováveis e pouco po-
luidoras, e aquelas de origem biológica deverão conhecer maior 
expansão nas próximas décadas.” José William Vezentini. 2000. 
Considerando o que diz o texto, indique a alternativa que rela-
ciona somente exemplos de fontes de energia .pouco poluidoras.
a) Energia nuclear, carvão mineral e água.
b) Termoelétrica, geotérmica e petróleo.
c) Hidrelétrica, gás natural e hulha.
d) Energia solar, diversidade biológica e vapor.
e) Biomassa, energia solar e energia eólica.
10. (FFB/2003.2) Uma empresa petrolífera deseja explorar pe-
tróleo no Brasil, em áreas oceânicas. Indique em qual setor do 
oceano haveria maiores possibilidades de encontrar petróleo, 
considerando as áreas atualmente exploradas.
a) Ilhas oceânicas. d) Plataforma continental.
b) Ilhas vulcânicas. e) Atóis marinhos.
c) Fossas marinhas.
11. (UFPI/2003) A alternativa que contém somente fontes de 
energia não-renováveis é:
a) petróleo, carvão mineral e urânio.
b) petróleo, xisto betuminoso e calor do sol.
c) vento, hidreletricidade e biogás.
d) carvão mineral, marés e biogás.
e) marés, hidreletricidade e vento.
12. (UPE/2004) As fontes de energia, são um dos principais as-
suntos estudados pela Geografi a Econômica. Sobre esse assunto 
é correto afi rmar:
a) A energia pode ser defi nida como a capacidade de realizar 
trabalho ou o resultado da realização de um trabalho.
b) O carvão mineral, bastante utilizado na geração de energia 
elétrica em diversos países do mundo, é um combustível 
fóssil encontrado especialmente em terrenos cristalinos pré-
cambrianos, como por exemplo Escudo Brasileiro.
c) A turfa é, das modalidades diversas de carvão mineral, a que 
apresenta um maior poder calorifi co, dai o seu alto preço no 
mercado internacional.
d) A energia cinética dos ventos pode ser convertida em energia 
mecânica de rotação, através de um rotor: essa modalidade 
de energia só é importante em ambientes secos.
e) Os países possuidores de uma rede hidrográfi ca 
dominantemente sazonal intermitente são os que melhor 
se prestam à produção de energia hidroelétrica, como, por 
exemplo, o Brasil e o Paraguai.
13. Associe as colunas.
Coluna I
A) Energia solar
B) Carvão mineral
C) Energia humana
D) Petróleo
E) Energia atômica
F) Hidreletricidade
Coluna II
( ) Fonte de energia largamente utilizada a partir do fi nal do 
século passado e também empregada como matéria-prima.
( ) A mais antiga forma de energia utilizada pelo homem.
( ) Uma forma de energia ainda em fase de pesquisa e 
encontrada em toda a Terra.
( ) Uma forma de energia utilizada a partir da Segunda Guerra 
Mundial.
( ) A fonte de energia responsável pela implantação da indústria 
na Inglaterra durante o século XVIII.
( ) Energia responsável pelo crescimento industrial a partir do 
fi nal do século passado. cujo transporte é de âmbito limitado.
14. (UFRS) A prospecção de petróleo realiza-se em quase todos 
os países do mundo, sendo que as perfurações são realizadas, pre-
ferentemente:a) nas plataformas continentais cristalinas.
b) nos planaltos e depressões basálticas.
c) nas planícies de rochas metamórfi cas.
d) nos vales e depressões de rochas magmáticas.
e) em bacias sedimentares, continentais ou marítimas.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 87 03/04/2011 19:18:58
GEOGRAFIA
88 UECEVEST
G A B A R I T O
01. c 02. IV 03. FVVV 04. b 05. d
06. d 07. c 08. a 09. e 10. b
11. a 12. a 13. c 14. D,C,A,E,B,F 15. e
FONTES DE ENERGIA DO BRASIl
Características Gerais
O desenvolvimento do Brasil está na dependência direta da 
quantidade de energia de que dispõe para a produção de bens que 
possam ativar o processo de crescimento econômico.
O Brasil, no setor energético, ainda está numa situação bas-
tante precária, senão vejamos:
É o terceiro país do mundo em potencial hidroelétrico, no 
entanto, sua capacidade de produzir energia elétrica está na de-
pendência de capital estrangeiro para construir as grandes usinas 
geradoras de energia, pois a já existente é insignifi cante.
A produção carbonífera é pequena e inefi ciente e também não 
possuímos reservas em quantidade e qualidade expressiva.
A produção petrolífera é muito pequena, e se desconhece a pre-
sença de reservas signifi cativas, embora a estrutura geológica de vá-
rias bacias sedimentares demonstre possíveis reservas desse produto.
Carvão
Praticamente toda a produção brasileira provém dos terrenos 
permocarboníferos da bacia do Paraná. A quantidade produzi-
da não atende às necessidades de consumo interno. Somente o 
carvão de Santa Catarina após misturado a carvão importados, é 
coqueifi cado para uso na siderurgia (Volta Redonda).
No Brasil as maiores reservas situam-se no estado do Rio 
Grande do Sul, no vale do rio Jacuí, enquanto as maiores produ-
ções se encontram no estado de Santa Catarina, no vale dos rios 
Tubarão e Araranguá.
Principais áreas produtoras
Santa Catarina: Minas Lauro Muller, Siderópolis, Uruçanga, 
Criciúma e Araranguá.
Rio Grande do Sul: Minas (vale do Jacuí); Butiá, Bajé, São 
Jerônimo, Leão, Recreio e Charqueadas. 
Petróleo
O petróleo é uma substância oleosa menos densa que a água, 
constituída essencialmente pela mistura de milhares de compos-
tos orgânicos formados pela combinação de moléculas de carbo-
no e hidrogênio – os hidrocarbonetos.
O petróleo é oriundo de substâncias orgânicas resto de ani-
mais e de vegetais, que se depositaram em grandes quantidades 
no fundo dos mares. Essa massa de detritos sob a ação do calor, 
da pressão das camadas que foram depositando e pela ação do 
tempo transformou-se em óleo e em gás.
Principais áreas produtoras
Continentais
•	 BAHIA (Recôncavo Baiano): poços de Miranga, Água grande, 
Buracica, D. João, Taquipe e Candeias.
•	 ALAGOAS: poços de Coqueiro Seco e Tabuleiro do Martins.
•	 SERGIPE: poços de Carmópolis, Brejo Grande, Riachuelo e 
Treme.
•	 MARANHÃO: bacia de Barreirinhas.
•	 AMAZONAS: vale médio do rio Amazonas.
Na plataforma continental ou marítima
•	 SERGIPE: poços de Tainha, Robalo, Camocim, Caioba, Dou-
rados e Guaricema.
•	 RIO DE JANEIRO: poços de Pargo Garoupa, Namorado e 
Badejo.
•	 ALAGOAS: poços de Cavala e Mero.
•	 RIO GRANDE DO NORTE: poços de Urbana e Agulha.
Curiosidade
•	 A bacia de Campos (RJ) – produz mais de 60% da produção 
nacional.
•	 As refi narias particulares são controladas pela Petrobrás. As re-
fi narias que operam no Brasil são em número de onze, além de 
mais duas que estão sendo construídas, uma em São José dos 
Campos (SP) e outra em Araucária, no estado do Paraná.
Como pode ser observado pelo mapa das onze refi narias em 
operação, nove são da Petrobrás, além de duas em construção 
(São José dos Campos e Araucária), também pertencentes a essa 
empresa.
•	 Refi naria de Manaus (AM).
•	 Fábrica de Asfalto de Fortaleza.
•	 Refi naria Landulpho Alves (Mataripe/BA).
•	 Refi naria Grabriel Passos (Belo Horizonte/MG).
•	 Refi naria Duque de Caxias (Duque de Caxias/RJ).
•	 Refi naria Menguinhos (RJ).
•	 Refi naria São José dos Campos (SP).
•	 Refi naria Pres. Bernardes (Cubatão/SP).
•	 Refi naria União (Capuava/SP).
•	 Refi naria do Planalto (Paulínia/SP).
•	 Refi naria Araucária (PR).
•	 Refi naria Alberto Pasqualini (Canoas/RS).
•	 Refi naria Ipiranga (RS).
Além das áreas (bacias) citadas anteriormente, responsáveis 
pela produção de petróleo no Brasil, outras estão sendo prospec-
tadas pela Petrobrás, além de vários trechos da plataforma con-
tinental.
Quanto às áreas de “contrato de risco”, foram selecionadas 
em número de dez, sendo nove na plataforma continental e 
uma na porção continental, correspondendo a bacia do médio 
Amazonas.
O xisto betuminoso ou, mais corretamente, o folheto piro-
betuminoso é uma rocha sedimentar, impregnadas de hidrocar-
bonetos. Assim sendo, o valor do xisto decorre do fato de poder 
fornecer óleo mineral e gás natural, uma vez industrializado.
O Brasil possui grandes jazidas de xisto situando-se entre os 
maiores do mundo. Várias ocorrências já foram verifi cadas: vale 
do Paraíba do Sul até São Paulo, na bacia sedimentar do Paraná.
Entretanto, devido à proporção relativamente pequena de 
óleo mineral que pode ser extraído desse material, estudos estão 
sendo realizados para avaliar a viabilidade econômica de sua ex-
ploração. Para tanto, foi montada, em São Mateus do Sul (PR) a 
Usina – Piloto de Irati. Realizados os estudos, e apreciada a viabi-
lidade do projeto, a Petrobrás, (a quem coube os estudos), deverá 
produzir 50 mil barris de petróleo, a partir do xisto.
 O potencial hidrelétrico
Já sabemos que o Brasil não é auto-sufi ciente na produção de 
carvão mineral e de petróleo. Entretanto o potencial hidrelétrico 
do Brasil é um dos maiores. Segundo os últimos estudos elabo-
rados, o potencial hidrelétrico brasileiro é somente superado pela 
China e pela Rússia. 
Contudo, quanto ao seu aproveitamento, ocupa o sétimo 
lugar no mundo, situando-se abaixo dos EUA, do Canadá, da 
URSS, do Japão, da Noruega e da China.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 88 03/04/2011 19:18:59
89 UECEVEST
GEOGRAFIA
Atualmente, a Eletrobrás reconhece a existência, no Brasil, de 
um potencial hidrelétrico superior a 200 milhões de quilowatts, 
incluindo-se aí a maioria dos rios amazônicos.
Especialistas no setor afi rmam que o aproveitamento das pe-
quenas quedas d’água com a instalação das mini-usinas, além de 
aumentar a vantagem da redução do custo de construção, dimi-
nui o custo de quilowatt. Desse modo, o potencial hidrelétrico 
brasileiro pode ser superior a 400 milhões de kW.
Percebe-se, assim, que as possibilidades brasileiras em pro-
duzir energia elétrica são enormes, compensando largamente a 
escassez do carvão e do petróleo, até o momento.
Da mesma forma, cumpre destacar que os rios do Brasil po-
dem fornecer energia elétrica abundante a um preço mais baixo 
(cerca de um terço) que as usinas nucleares. Tal fato constitui, 
sem dúvida, uma segurança para o desenvolvimento do país, 
além de oferecer uma maior independência em relação ao exte-
rior, em virtude de a tecnologia brasileira no setor hidrelétrico 
estar bastante desenvolvida.
 Energia e transportes no Brasil
O principal meio de transporte no Brasil é o rodoviário, res-
ponsável por quase 80% dos deslocamentos de cargas.
Apesar da riqueza das nossas bacias hidrográfi cas, que em alguns 
casos são navegáveis sem nenhuma obra de correção, como ocorre 
em grande parte das bacias amazônicas e do Paraguai, e que em 
outros poderiam ter as partes não navegáveis corrigidas com obras 
de eclusas, dragagem, aprofundamento de trechos do leito, etc., O 
transporte hidroviário é pouco importante. Aliás, a maior parte dos 
9% assinalados como transporte hidroviário no Brasil refere-se à 
navegação de cabotagem; apenas 1,6% corresponde à fl uvial.
A negligência com o desenvolvimento das hidrovias foi tan-
ta que, nos anos 1970, construiu-se a rodovia Transamazônica, 
paralela e relativamente próxima ao rio Amazonas, que é perfeita-
mente navegável desde o Atlântico até a fronteira do Peru. Tam-
bémno rio São Francisco isso ocorreu, com o relativo abandono 
da navegação fl uvial em favor de rodovias que chegam até as ci-
dades por ele banhadas, em ares que, até o início dos anos1970, 
valiam-se quase exclusivamente de embarcações para o transpor-
te das cargas. E a maioria das usinas hidrelétricas brasileiras foi 
construída sem prever uma futura navegação no trecho, sem eclu-
sas que permitisse a passagem de navios.
A partir do fi nal dos anos1980, foram elaborados vários 
projetos de desenvolvimento da navegação fl uvial, incluindo a 
possibilidade de construção de canais artifi ciais que ligassem a 
bacia do Prata (rios Paraná, Uruguai e Paraguai) e amazônica, o 
que permitiria a navegação do norte até o sul do Brasil e paises 
vizinhos (Paraguai e Argentina). Mas apenas nos anos 1990, em 
especial com a expansão do Mercosul (o que aumentou bastante 
o comércio com os países vizinhos banhados pela bacia platina), 
começou-se a pôr em prática alguns projetos de desenvolvimento 
da navegação nas bacias do Tietê e do Paraná. Em alguns tre-
chos, especialmente no Tietê, isso já é uma realidade, embora, 
por enquanto, tenha aumentado muito pouco a participação do 
trans-porte fl uvial no total dos deslocamentos de cargas no Brasil.
As ferrovias também já tiveram maior importância no Bra-
sil. De 1950 até 2000 houve um decréscimo de quase 10 mil 
quilômetros nas ferrovias brasileiras, ou seja, foi maior o desa-
tivamento que a construção de novas rodovias. A grande época 
do transporte ferroviário no Brasil coincidiu com o auge do cul-
tivo do café, estendendo-se do fi nal do século XIX até meados 
do século XX. A partir daí, com o progressivo desenvolvimento 
da indústria automobilística, as ferrovias entraram em crise. Elas 
continuaram a ser construídas apenas em áreas e projetos espe-
ciais, como para transportar minérios da Amazônia até o porto 
de Itaqui, no Maranhão (Estrada de Ferro Carajás), a polêmica 
Ferrovia Norte-Sul (na realidade Brasília-Maranhão), a Ferro-
norte, a Transnordestina e a Ferroeste, todas iniciadas mais ainda 
incompletas por causa de falta de verbas.
A enorme primazia do transporte rodoviário acarreta um ex-
cessivo gasto de energia, especialmente de petróleo, que ainda 
é importado em grande parte. E além dos maiores custos, em 
comparação com o transporte ferroviário e com o hidroviário, 
o transporte rodoviário provoca maior poluição atmosférica e 
agrava os congestionamentos em algumas estradas e nas grandes 
metrópoles do país.
Na realidade, o sistema de transportes brasileiro está obso-
leto, exigindo uma reforma urgente para diminuir os custos e 
aumentar a qualidade. Os portos, principal via para o comércio 
externo, normalmente têm custos por tonelada de carga (tanto 
no embarque quanto no desembarque) que chegam a ser cinco 
vezes maiores que nos portos dos países desenvolvidos e mesmos 
de muitos países do Sul, como Cingapura e Hong Kong.
O transporte interno, baseado fundamentalmente nas rodovias, 
é oneroso não só por causa dos maiores custos do deslocamento 
de cargas por caminhões (em comparação aos navios e trens), mas 
também pelo precário estado de conservação das estradas. Dados de 
2000, do Ministério dos Transportes, mostram que o Brasil possui 
um total de 1,6 milhão de quilômetros de estradas de rodagem, 
sendo que apenas 160 mil quilômetros (10% do total) estão pa-
vimentadas. O custo do pavimento é alto e sua qualidade baixíssi-
ma: dura em média cinco anos, enquanto nos Estados Unidos e na 
Europa prevê-se que a pavimentação resista, em média vinte anos.
Além disso, os gastos para manter ou expandir o sistema de 
transportes diminuíram. Nos anos 1970, gastava-se cerca de 
1,5% do valor da produção econômica anual com transportes; 
esses gastos diminuíram para0,1% de 1999 até 2000.
O governo alegava não dispor de recursos sufi cientes para 
esse setor, pois existiriam outras prioridades. Por isso, também 
nesse setor se privatizaram certas rodovias, ferrovias e portos, na 
esperança de que grupos particulares que viessem a comprar os 
direitos de cobrar pedágio ou administrar portos e ferrovias in-
vestissem o necessário para modernizá-los.
GEOGRAFIA AGRÁRIA (AGRICUlTURA)
Agricultura e desenvolvimento
Nos países desenvolvidos, o emprego maciço das mais varia-
das tecnologias na agricultura produz uma forte integração entre 
o setor agrícola e o setor industrial. Nesse caso, utiliza-se a expres-
são agricultura industrializada.
Ao mesmo tempo em que atende às demandas urbano-indus-
triais, a agricultura nesses países constitui um poderoso mercado 
de consumo para as indústrias urbanas. Tratores, semeadeiras e 
colhedeiras mecânicas, fertilizantes, adubos químicos e até com-
putadores fazem parte do arsenal de insumos industriais que ex-
plica as elevadas taxas de produtividade agrícola.
Na maior parte dos países subdesenvolvidos, ao contrário, o 
processo de industrialização da agricultura é ainda incipiente. As 
plantations e a agricultura de subsistência, baseadas na utilização 
intensiva de mão-de-obra são predominantes na paisagem.
A política agricola da União Europeia
Nos países que compõem a União Europeia (UE), a agri-
cultura é tributária de longas tradições históricas, muitas vezes 
divergentes entre si. Isso explica a extrema heterogeneidade tec-
nológica que a caracteriza.
A Inglaterra, berço das inovações tecnológicas que deram ori-
gem à Revolução Agrícola, possuía a agricultura mais produtiva 
do mundo durante o século XIX.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 89 03/04/2011 19:18:59
GEOGRAFIA
90 UECEVEST
Entretanto, era uma grande importadora de alimentos: parte 
significativa dos solos agricultáveis era utilizada como pastagens. 
O poder imperial e financeiro britânico facilitava a importação 
de matérias-primas de origem agrícola.
Na França, a agricultura era menos produtiva, porém ocu-
pava porções maiores do território. As pequenas propriedades 
camponesas abasteciam os mercados urbanos com os excedentes 
de sua produção. Grande parte da população vivia do trabalho 
agrícola: A França era autossuficiente em alimentos.
Na Europa Mediterrânea, os latifúndios dominavam a pai-
sagem agrícola desde a Idade Média. No século XIX, as culturas 
típicas da região – oliveiras e vinhas – eram praticadas em grandes 
propriedades, com exploração intensiva da força de trabalho. No 
sul da Itália o sistema típico de trabalho era a mezzandria: os 
camponeses sem terra entregavam metade de suas colheitas ao 
latifundiário. Sistemas semelhantes vigoraram na Espanha, em 
Portugal e nos Bálcãs.
Atualmente, os países da UE apresentam níveis diferencia-
dos de industrialização da agricultura. O alto preço da terra e 
as menores taxas de produtividade média imprimem custos de 
produção mais altos aos produtos agrícolas da EU, se comparados 
com os vigentes nos Estados Unidos. Isso explica a importância 
do setor nas estratégias econômicas comunitárias: mais de meta-
de do orçamento da UE destina-se ao financiamento da Política 
Agrícola Comum (PAC).
A PAC, nascida em 1962, assentou-se em três princípios bá-
sicos: a unificação do mercado europeu e a fixação de um preço 
único por produto; a preferência de compra de produtos euro-
peus e a definição de taxas comuns para as importações extra-
comunitárias; e, finalmente, a ajuda direta aos produtores, através 
de uma ampla política de concessão de subsídios. A PAC se trans-
formou em um verdadeiro escudo, através do qual os agricultores 
europeus puderam se proteger das flutuações do mercado mun-
dial e da concorrência dos tradicionais exportadores de alimentos 
(Estados Unidos, Canadá e Austrália, principalmente). Por meio 
dos incentivos e subsídios da PAC, os países da UE tornaram-se 
exportadores de cereais e de carne. A França, principal potência 
agrícola do continente, passou a disputar mercados internacio-
nais com os Estados Unidos.
As plantations tropicais
A agricultura em plantations nasceu durante a expansão co-
lonial europeia. Os portugueses, pioneiros, introduzirama mo-
nocultura açucareira em grandes propriedades nas ilhas atlânticas 
de colonização lusitana e, mais tarde, no litoral oriental do Brasil.
Os lucros da empresa açucareira atraíram a cobiça de em-
preendedores espanhóis, holandeses, ingleses e franceses, que 
passaram a abrir campos de cultivos de produtos tropicais em 
suas colônias americanas. As plantations passaram a fazer parte 
da paisagem do Novo Mundo.
No século XVIII, as principais áreas de plantations estavam 
localizadas em zonas litorâneas da Guiana Inglesa (açúcar), do 
Nordeste do Brasil (açúcar) e das ilhas da América Central (açú-
car e banana). Toda a produção era embarcada em navios com 
destino à Europa; assim, quanto mais perto as regiões estivessem 
do porto, menores os custos de transporte.
No sul dos Estados Unidos, as monoculturas de algodão e de 
tabaco se expandiram em direção ao interior graças à presença de 
rios navegáveis, que facilitavam o escoamento da produção. Até 
a Guerra de Secessão (1861-1865) o sul dos Estados Unidos se 
manteve uma área típica de plantations. As plantations ainda não 
haviam sido instaladas na África, mas eram africanos os escravos 
que trabalhavam nas lavouras tropicais de exportação da América.
No século XIX, a Ásia e a África entraram no mapa das plan-
tations. As possessões inglesas e holandesas do sudeste Asiático se 
especializaram no cultivo de borracha, café, chá, açúcar e algodão 
para os mercados europeus. A Índia, principal área de plantations 
da Ásia, recebeu investimentos ingleses em ferrovias para facilitar 
o escoamento a sua valiosa produção agrícola. Nessa época, apenas 
a pequena província de Natal (na África do Sul) podia ser conside-
rada uma área de plantations importante no continente africano.’
Durante o século XIX, a escravidão foi substituída por outros 
sistemas de exploração do trabalho na maioria das áreas de plan-
tations do mundo. Em muitos casos, as plantations, passaram 
a recrutar mão-de-obra sazonal entre os camponeses pobres que 
praticavam a agricultura de subsistência. Atualmente as planta-
tions cobrem vastas extensões da África, América Central e Andi-
na, Brasil e Sudeste da Ásia.
Os produtos tropicais deixaram de ser artigos raros no mercado 
internacional. O aumento das áreas de plantations amplia a oferta e 
provoca uma tendência de baixa dos preços. Além disso, a Europa 
e os Estados Unidos (maiores consumidores) podem muito bem 
passar sem cacau, café ou amendoim numa época de crise.
Para os países produtores, cuja pauta de exportações é restri-
ta, a diminuição do consumo mundial de qualquer uma dessas 
mercadorias pode significar a ruína econômica. Na África, por 
exemplo, o crescimento expressivo da agricultura de plantations 
nas últimas décadas tem sido acompanhado pelo agravamento da 
dependência econômica e da pobreza.
As maiores áreas de plantations da África estão localizadas no 
Golfo da Guiné. O cacau é o produto mais importante: Gana, 
Nigéria e Costa do Marfim produzem 55% do cacau comercia-
lizado no mundo. O café, a banana e o amendoim produzidos 
nessa região também ocupam lugar de destaque no comércio 
internacional. O rápido crescimento das culturas de exportação 
nas regiões tradicionalmente dedicados ao cultivo de subsistência 
provoca o agravamento da escassez alimentar. Os países do Golfo 
da Guiné são grandes exportadores de produtos agrícolas, mas 
suas populações muitas vezes não têm o que comer.
Comércio mundial de alimentos
Apesar de sua reduzida participação na geração da riqueza na-
cional e na absorção da população ativa, o setor agrícola é objeto de 
uma verdadeira guerra comercial, cujos protagonistas são as gran-
des potências econômicas mundiais e cujas armas envolvem, além 
da tecnologia, elevados subsídios aos agricultores. Três potências 
agrícolas controlam dois terços do mercado mundial de cereais.
 Estados Unidos
 França
 Canada
 Outros35,3%
38,8%12,9%
13%
Apostilas UECEVEST mod4.indb 90 03/04/2011 19:18:59
91 UECEVEST
GEOGRAFIA
A agricultura norte-americana produz 13% das matérias-pri-
mas e alimentos de origem agrícola e 39% dos cereais comerciali-
zados no mundo. Os Estados Unidos são o maior produtor mun-
dial de milho (46% do total) e soja (53% do total). A metade do 
trigo produzido no pais destina-se ao mercado mundial; no caso 
da UE, apenas 20% da produção de cereal é exportado.
Os países subdesenvolvidos, incluindo aqueles nos quais o 
Setor Primário representa a base da vida econômica, não passam 
de meros coadjuvantes nessa disputa pelo mercado mundial. A 
elevada produtividade agrícola dos países ricos, tributária do uso 
intensivo de tecnologias sofi sticadas, reduz substancialmente as 
chances de competitividade dos países pobres.
A política generalizada de subsídios agrícolas completa o ser-
viço, transformando o comércio de alimentos em um mercado 
de oligopólios.
Esse processo bloqueia o aproveitamento das imensas poten-
cialidades naturais da América latina e da África, e condena mui-
tos países desses continentes a uma agricultura bipartida entre as 
plantations e a subsistência.
A REVOlUçãO GENÉTICA NA 
AGRICUlTURA
O que é um transgênico?
Os biólogos às vezes chamam os organismos transgênicos de 
“quimeras”, referindo-se a um ser fabuloso, formado pela união de 
cabra, leão e cobra, morto pelo semideus Belerofonte. Os transgê-
nicos, até certo ponto, são como a quimera: uma junção de duas 
criaturas distintas por meio da engenharia genética. Criar um or-
ganismo transgênico – seja um tomate-leão, seja um homem-cabra 
seja uma bactéria-cobra – signifi ca tirar um ou mais genes de um 
ser e colocar em outro. Se isso for feito em uma célula sexual (óvulo 
ou espermatozóide), todas as crias da “quimera” resultante terão 
esses pedaços de DNA no corpo. Um exemplo, ajuda a entender: 
imagine que se coloquem numa vaca gene humanos produtores de 
insulina. Tem-se, assim, um ruminante, que é uma farmácia viva, 
que pode ser usado para produzir remédio para os diabéticos. E, 
se os genes funcionarem nas células das tetas, a insulina pode ser 
simplesmente “ordenhada”, junto com o leite. Podem-se, da mes-
ma forma, criar tomates, que demoram a apodrecer e aguentam 
mais o transporte do campo para o mercado. Essa tecnologia ainda 
está engatinhando. A engenharia genética, descoberta em 1973, 
tem apenas três décadas – e “remontar” um organismo não é tão 
simples quanto erguer uma ponte ou um prédio. Os seres vivos 
são incrivelmente complicados, e há risco considerável de os genes 
“estrangeiros” afetarem de maneira imprevisível os organismos em 
que forem introduzidos. As experiências mostram que isso ocorre 
com frequência. Existem casos de porcos, por exemplo, que ganha-
ram genes para não engordar muito, mas tiveram artrite e outras 
doenças inesperadas. Além disso, não se sabe com certeza se esses 
genes estranhos podem ter efeito tóxico sobre os consumidores, 
quando o transgênico em questão é um alimento. Seja como for, 
não há dúvida, do ponto de vista científi co, de que essas imper-
feições serão corrigidas com o tempo, à medida que se aprende a 
mexer nos genes ao transpantá-los de um ser vivo para outro.
A alternativa contra a fome
Os defensores da biotecnologia rebatem esses argumentos 
com base em inúmeras pesquisas que já mostraram que a tecno-
logia é segura e não traz nenhum prejuízo para o meio ambiente 
nem para os consumidores.
Além disso, argumentam os pró-transgênicos, a engenharia 
genética certamente pode ser uma efi ciente alternativa para redu-
zir o problema da fome, que afl ige populações de todo o mundo, 
uma vez que as plantas geneticamente modifi cadas teriam mais re-
sistência e produtividade mais alta que as espécies convencionais.
Polêmica no mundo
O assunto é polêmico e dividiu o mundo em dois times. Os 
Estados Unidos (EUA) lideram o grupo dos adeptos da biotec-
nologia agrícola, enquanto Europa e Japão são contrários à no-
vidade e exigem que se informe nos rótulos dos produtos se eles 
contêm organismos geneticamente modificados. Uma coisa é cer-
ta: o veto aos transgênicos por esses países pode trazer benefícios 
ao Brasil, que é o segundo maior produtor mundial de soja, só 
perdendo para os EUA, onde o plantio do grão geneticamente 
alterado equivale a 70% do total (ver, tabela). Enquanto o cultivo 
de transgênicos continuar proibido por aqui, o mercado europeu 
e o japonês estarão abertos à soja brasileira.
Soja transgênicas no mundo
Conheça os países que mais plantam soja e quanto da 
produção é transgênica
País Produção2000/2001 Transgênicos
 EUA 75,3 milhões 70%
Brasil 35,5 milhões 10%*
 Argentina 26 milhões 90%
* Embora o plantio de transgênicos não seja permitido no país, estima-se que 
10% da produção de soja seja transgênica com a importação ilegal de sementes da 
Argentina. Embrapa. Soja: Departamento de Agricultura dos EUA, Associação 
Nacional de Biossegurança (AnBio) e Greenpeace.
A produção agrícola de subsistência
Grande parte dos agricultores de todo o mundo cultiva a terra 
com a fi nalidade principal de obter alimentos para a sua família: 
é o que chamamos de agricultura de subsistência, a qual geral-
mente se relaciona com a condição de vida, caracterizada pelo 
isolamento, pela pobreza e pelo atraso técnico.
As economias agrícolas de subsistências são geralmente policul-
toras. Isso permite o seu abastecimento em toda as épocas do ano.
A produção agrícola comercial
Em muitas regiões do globo, a produção obtida nas proprie-
dades rurais se destina principalmente a ser vendida. O agricultor 
está em contato permanece com o mercado, isto é, o centro que 
compra os seus produtos.
Sistemas de Cultivo
Esses sistemas são classifi cados em dois grandes grupos: os ex-
tensivos e os intensivos. Os sistemas extensivos caracterizam-se por 
uma baixa produtividade agrícola por hectare de solo e correspon-
dem a um uso limitado de meios modernos de produção. Por exem-
plo, numa grande fazenda de produção de feijão em que a maior 
parte das tarefas é realizada por trabalhadores, com instrumentos de 
trabalhos adicionais (como a enxada e o arado) a produtividade do 
trabalho é pequena em relação à extensão de terra trabalhada.
Os sistemas intensivos ao contrário, caracterizam-se por uma 
elevada produtividade agrícola por hectares de solo, devido à uti-
lização intensiva de máquinas, de instrumentos agrícolas, de adu-
bos, de semente etc. Como se vê, os sistemas intensivos exigem 
investimentos de capital bastante expressivos.
Os principais sistemas agrícolas são:
Agricultura itinerante
Sistema arcaico encontrado nos países tropicais. Prática da 
queimada e da rotação de terras. Solos precocemente esgotados e 
baixos rendimentos. Ex.: a roça do caboclo brasileiro.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 91 03/04/2011 19:19:00
GEOGRAFIA
92 UECEVEST
Agricultura tropical
A agricultura dos países tropicais é uma das mais atrasadas do 
mundo, sendo as seguintes as suas características principais:
•	 pouca ou nenhuma utilização de adubos e fertilizantes.
•	 técnicas rudimentares
•	 rápido esgotamento dos solos
•	 abandono precoce da terra
•	 baixa produtividade
Os dois sistemas agrícolas mais típicos das áreas tropicais são: 
a roça tropical e o “plantation” (esse último será explicado no 
item seguinte).
O sistema de roça baseia-se nas seguintes etapas: derrubada 
da mata / queimada (ou coivara) / limpeza e preparo da terra / 
plantio e colheita.
Nesse sistema, o que prevalece é a fertilidade natural do solo, 
já que os fatores homem e técnica são fracos. (*Sistema de roça: 
agricultura de subsistência típica dos países tropicais.)
O sistema de plantation (plantações)
O sistema denominado plantation (plantações) foi introduzi-
do nos países tropicais da América, Ásia e África a partir do século 
XVI pelos colonizadores europeus.
O objetivo era o fornecimento de gêneros alimentícios e ma-
térias-primas tropicais para as metrópoles europeias. O capital, os 
meios de transporte e a comercialização dos produtos estavam nas 
mãos dos capitalistas europeus, o que equivale dizer que a maior 
parte dos lucros ficava em suas mãos.
As principais características do plantation são:
•	 utilização de grandes propriedades.
•	 mono cultura agroindustrial.
•	 mão-de-obra a baixo custo, podendo ser nativa ou escrava.
•	 produção em larga escala de produtos tropicais para os merca-
dos consumidores externos. 
•	 grandes investimentos de capitais.
Exemplos de plantation
•	 NO BRASIL: cana-de-açúcar, café, cacau. 
•	 NAS ANTILHAS: cana-de-açúcar.
•	 NA Arv1.ÉRICA CENTRAL: banana.
•	 NA ÁFRICA (Gana e Nigéria): cacau.
•	 NA ÍNDIA E CEILÃO: chá.
•	 NA MALÁSIA E lNDONÉSIA: seringueira
A agricultura irrigada ou de 
jardinagem da Ásia de Monções
A agricultura das Ásia de Monções está associada a dois fa-
tores primordiais: elevadas concentrações populacionais e pouca 
disponibilidade de terras. Há pouca terra para alimentar muita 
gente, decorrendo daí a necessidade de cuidados especiais para 
o solo a fim de que o mesmo não apenas produza sempre, mas 
também que a produtividade seja aumentada.
A irrigação e a utilização de adubos naturais são cuidados indis-
pensáveis e largamente utilizados em países como a China, a Índia 
e o Paquistão para a obtenção de produtos como o chá, o sorgo 
e principalmente o arroz, que é alimentação básica desses povos.
Algumas características
•	 Pequena disponibilidade de terras e grande subdivisão das pro-
priedades
•	 Mão-de-obra numerosa.
•	 A irrigação e a adubação do solo bastante difundidas
•	 Clima de monções propiciando abundantes chuvas para o cul-
tivo do arroz.
•	 Os cuidados até mesmo manuais do solo e das culturas em 
propriedades tão pequenas parecem justificar o uso comum de 
experiência como agricultura de “jardinagem” ou de “quintal” .
A agricultura irrigada dos desertos quentes
Nos desertos quentes a irrigação torna-se indispensável à agri-
cultura.
A água para a irrigação pode ser obtida de várias formas:
•	 através de poços;
•	 através de cisternas que são construí das para reter a pouca água 
que possa cair da chuva (nos oásis)
•	 água trazida dos rios, como é o caso do rio Jordão, em Israel.
•	 através de barragens, como é o caso da barragem de Assuã no 
rio Nilo (Egito), ampliando a área irrigada.
Agricultura moderna dos países desenvolvidos
A agricultura dos países desenvolvidos, tanto da Europa Oci-
dental como da América do Norte (EUA e Canadá), apresentam 
em comum algumas características, tais como:
•	 a elevada mecanização.
•	 a larga aplicação de adubos e fertilizantes.
•	 o caráter comercial da agricultura.
A Agricultura do Brasil
Observe que até agora foi utilizado o critério de tamanho da pro-
priedade para definir minifúndio e latifúndio. No entanto, o gover-
no, através do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Refor-
ma Agrária), criou o Estatuto da Terra (lei n° 4.504, de 30/11/1964), 
que define minifúndio e latifúndio, utilizando não só a ideia de tama-
nho da propriedade, como também a forma de exploração do solo.
O Estatuto da Terra define:
Minifúndio
Toda propriedade de área explorável inferior ao módulo ru-
ral (*) fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela 
ocorrentes.
Empresa rural
Toda propriedade com área máxima de 600 módulos rurais, 
‘explorada econômica e racionalmente. 
latifúndio por exploração
Todo móvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como 
máxima para a empresa rural, mas que seja ineficiente e inade-
quadamente explorada em relação às possibilidades físicas, eco-
nômicas e sociais do meio.
latifúndio por dimensão
Toda propriedade com área superior a 600 módulos rurais fi-
xados para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes.
Módulo rural é a unidade de espaço que permite, segundo as 
condições locais, o trabalho de 4 pessoas adultas, que lhes assegu-
re a adequada subsistência.
As principais relações de trabalho existentes no meio rural, são:
Parceiros ou meeiros
O parceiro é o trabalhador que faz parceria com o proprietá-
rio. Ele trabalha a terra do proprietário(recebe, às vezes, os ins-
trumentos de trabalho e as sementes) pagando-o com a metade 
(*meeiro) ou a terça parte da produção (terceiro).
O parceiro ou meeiro não é um empregado. O proprietário 
não tem para com ele nenhuma obrigação trabalhista.
Arrendatário
É uma forma de apropriação indireta da terra, onde o arren-
datário realiza um contrato de “aluguel” da terra com o proprie-
tário. O arrendatário explora a terra mediante o pagamento em 
dinheiro de um aluguel combinado segundo o valor da principal 
produção. No Brasil, esse tipo de exploração é encontrado no 
Sudeste e no Sul, onde a terra tem maior valor e o seu aluguel, em 
vez da venda, representa maior lucro para o proprietário.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 92 03/04/2011 19:19:00
93 UECEVEST
GEOGRAFIA
Assalariados
São aqueles que trabalham nas propriedades agrícolas, me-
diante um pagamento de um salário. Podem ser:
•	 Permanentes: são aqueles que trabalham regularmente nas pro-
priedades agrícolas, geralmente nas médias e grandes fazendas.
•	 Temporários: são aqueles que trabalham apenas. temporaria-
mente nos estabelecimento agropecuários (mensalista, diaris-
ta.), principalmente em épocas de colheita. 
•	 Mensalistas: recebem um salário mensal e em geral têm seu 
trabalho garantido o ano inteiro.
•	 Diaristas: recebem um salário por dia de trabalho. O diarista 
representa para o proprietário uma mão-de-obra de menor cus-
to, pois só é contratado para o período e trabalho mais intenso, 
época de colheita ou do plantio. É dentro desse grupo que en-
contramos os chamados bóias-frias.
SOlOS FÉRTEIS DO BRASIl
Terra roxa
Trata-se de um solo avermelhado ou castanho-avermelhado 
rico em óxido de ferro e matéria orgânica, formado pela decom-
posição do basalto e do diabásio. É encontrado, principalmente 
no Planalto Meridional, abrangendo algumas áreas dos estados 
do centro¬sul do país, sobretudo Paraná e São Paulo, onde se 
verifi cou a extraordinária expansão cafeeira.
Na área de ocorrência do solo terra roxa, cultiva-se atualmen-
te, além do café, uma grande variedade de produtos agrícolas tais 
como algodão, amendoim, cana-de-açúcar, soja e outros produtos.
Massapê (ou Massapé)
É um solo escuro e pegajoso, rico em matéria orgânica e for-
mado pela decomposição do gnaisse e do calcário. É encontrado 
na Zona da Mata Nordestina, onde desde o século XVI vem sen-
do utilizado pela cultura canavieira, principalmente.
Salmourão
É um solo argilo-arenoso, de fertilidade média para boa, pro-
veniente da decomposição de granito em climas úmidos e en-
contrado em vários trechos do planalto Atlântico e no centro-sul 
do país. Nele cultivam-se diversos produtos como feijão, milho, 
mandioca etc.
Solos aluviais
São solos de razoável fertilidade, formados pela acumulação 
de segmentos e encontrados ao longo dos rios e nas várzeas inun-
dáveis. Quando bem arenados e situados em terraços mais altos 
são mais férteis. É o solo do arroz.
Os principais produtos agrícolas do Brasil
Cana-de-açúcar
A cultura da cana-de-açúcar no Brasil data da época colonial. 
A empresa agrícola canavieira no Brasil apareceu como uma so-
lução para que os portugueses ocupassem efetivamente as terras 
descobertas e, ao mesmo tempo, mantivessem um fl uxo de bens 
permanentes para a Europa.
De 1532 a 1600, a produção de cana-de-açúcar cresceu, con-
quistando o Brasil o papel de maior fornecedor de cana-de-açúcar 
ao mercado internacional.
Em 1660, a cana-de-açúcar, no Brasil, sofreu a primeira gran-
de crise, devido à entrada no mercado internacional do açúcar 
das Antilhas.
Cacau
O cacau é um dos mais importantes produtos de exportação 
do país. Originário da América, chegou ao Brasil em meados do 
século XVII, sendo cultivado no Pará; no século XVIII foi intro-
duzido no litoral sul da Bahia.
O cacau adaptou-se bem às condições de solo e de clima da 
Bahia, expandindo-se e vindo a representar, em fi ns do século 
passado, o principal produto da região e do Estado.
O Brasil é o segundo produtor mundial de cacau após Gana, 
na Africa. Do litoral sul da Bahia saem 96% da nossa produção, 
destacando-se Ilhéus e Itabuna.
Os portos exportadores de cacau são:
•	 Malhados, em Ilhéus.
•	 Salvador.
Café
O café originário da Abissínia (atual Etiópia). Foi levado para 
a Europa, provavelmente pelos árabes e durante muito tempo foi 
aí cultivado como simples planta de jardim.
Posteriormente, foi levado da França para as Antilhas e para 
Guiana Francesa nos primeiros anos do século XVII. Em 1727, o 
sargento-mor Francisco de MeIo Palheta, dirigindo-se a Caiena 
(Guiana Francesa) em missão ofi cial, conseguia trazer as primei-
ras mudas de café, que foram plantadas em Belém do Pará.
Na primeira metade do século XVIII, o café já tinha penetrado 
no Maranhão, e, por volta de 1770, a Bahia já possuía plantações.
As plantações de café cresciam em direção a São Paulo pelos 
contrafortes da Serra do Mar e pelo Vale do Paraíba.
Supõe-se que a introdução do café na província de São Paulo 
tenha por volta de 179O. O café sempre desempenhou impor-
tante papel na economia brasileira. Nos últimos anos, verifi cou-
se a introdução de técnicas mais modernas em algumas áreas 
resultando em melhor qualidade. A produção cafeeira do Brasil 
tem apresentado relativa instabilidade. Isso se deve ao fato de 
estar maior parte da produção concentrada em áreas sujeitas às 
diversidades climáticas.
Soja
O cultivo da soja desenvolveu-se no Brasil pelos imigrantes 
alemães no século XIX Até a década de 1960, ela permaneceu 
nessa região, considerada de clima mais favorável ao seu desen-
volvimento, ao mesmo tempo que o pequeno consumo interno 
do produto não incentivava o aumento da produção.
Já no fi nal da década de 1960, a soja do Brasil f.oi colocada 
no mercado internacional. Incentivada pela demanda externa, 
a produção de soja expandiu-se para os Estados de São Paulo, 
Goiás e Mato Grosso do Sul, onde passou a substituir culturas 
tradicionais em decadência.
A evolução da soja no Brasil está na relação direta com a sua 
maior riqueza em óleo, comparada com os produtores tempera-
dos, e pelo fato de que a nossa colheita atinge o mercado externo 
no período da entressafta dos grandes produtores mundiais.
O Brasil é o segundo produtor mundial de soja depois dos Es-
tados Unidos. As maiores produções encontram-se nos seguintes 
estados:
•	 Rio de Janeiro;
•	 Paraná;
•	 São Paulo;
Algodão
A produção de algodão no Brasil encontra-se na região nor-
deste, em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, principalmente.
É uma das mais tradicionais culturas agrícolas do país, quer 
como fornecedor de matéria-prima para a indústria têxtil, quer como 
fornecedor de matéria-prima para a indústria de óleos comestíveis.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 93 03/04/2011 19:19:00
GEOGRAFIA
94 UECEVEST
Temos dois tipos de produção: o algodão arbóreo, predomi-
nante no Nordeste, e o algodão herbáceo, encontrado no Nor-
deste e Sudeste.
No Nordeste, a cultura do algodão localiza-se principalmen-
te, na região do Agreste, que representa a maior área cultivada e a 
Segunda cultura em valor de produção.
No Ceará, o cultivo do algodão arbóreo tem sua maior área 
de ocorrência no Centro-Sul do estado, enquanto o algodão her-
báceo aparece no alto vale do rio Jaguaribe e no Vale do Acaraú.
Os principais produtores nacionais são:
•	 São Paulo (algodão herbáceo);
•	 Paraná (maior produtor nacional de algodão herbáceo);
•	 Ceará (maior produtor nacional de algodão arbóreo)
Arroz
Produto de alimentação básica no Brasil, o arroz aparece 
principalmente nas regiões sul e sudeste.
Introduzido inicialmente no norte do país (Maranhão), o ar-
roz expandiu-se por todo o território nacional, principalmente 
para áreas densamente povoadas.
Temos dois tipos de arroz cultivados no Brasil: o arroz se-
queiro, que depende da estação das chuvas, e o arroz irrigado, de 
maiores rendimentos.
A região por excelência do arroz irrigado é o Vale do Jacuí, 
no Rio Grande do Sul, que se destaca como a principalárea pro-
dutora do país.
As principais regiões produtoras de arroz são:
•	 Rio Grande do Sul
•	 Mato Grosso do Sul e Goiás.
Milho
Nativo da América, o milho é cultivado em todos os Estados 
brasileiros, pois adapta-se facilmente às mais variadas condições 
climáticas. Entre as principais variedades cultivadas ternos: péro-
la, catete, goiano, cristalino etc.
O milho é consumido no Brasil inteiro como produto comple-
mentar da alimentação, sendo que em algumas regiões toma o lugar 
de produto básico. Os Estados de maior produção são os seguintes:
•	 Paraná;
•	 São Paulo;
•	 Santa Catarina.
O rebanho bovino
A criação bovina é o tipo de pecuária mais importante no 
Brasil, tanto por fornecer a segunda carne mais consumida quan-
to por produzir leite para as indústria de laticínios e para o con-
sumo da população.
O rebanho nacional - um dos maiores do mundo - soma cer-
ca de 165 milhões de cabeças, segundo dados de 2000. Todavia, 
como a população nacional é das mais numerosas, cerca de 169, 5 
milhões de habitantes em 2000, a proporção bovino/habitante é 
de cerca de 0,9, ao passo que na Argentina chega a 2,2, na Austrá-
lia a 2,3 e no Uruguai atinge 3,0.
O rebanho bovino brasileiro concentra-se no Centro-Sul e 
os estados com maior quantidade de cabeças de gado são Minas 
Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Groso, Rio Grande 
do Sul e São Paulo. No Centro-Sul, sobressai ainda uma pecu-
ária melhorada, com gados de raças selecionadas, ao passo que 
no Nordeste e na Amazônia predomina uma pecuária primitiva, 
com criações extensivas de gado Zebu rústico ou “crioulo”.
Na realidade, no Brasil inteiro predomina a raça de bovinos 
zebu, originária da Índia e que se adaptou muito bem ao clima 
do país. Mas, em diversas áreas do centro-sul, o zebu sofreu apri-
moramentos genéticos e modifi cou-se para melhor, adquirindo 
maior peso e crescimento mais rápido. Assim, os gados nelore, 
gir e guzerá, de ótimo rendimento, são o resultado de melho-
ramentos e desenvolvimentos da raça zebu. Em áreas bem restri-
tas notadamente no Rio Grande do Sul, cria-se gado de origem 
europeia, sobretudo raças holandesas e dinamarquesas, como He-
retord, Palie Angus e Durhan.
Outras criações
Além do gado bovino, a pecuária brasileira destaca-se ainda 
na criação de:
•	 Suínos: depois da avicultura e do rebanho bovino, o suíno tem 
o maior contingente do país, com cerca de 35 milhões de por-
cos. Também é mais numeroso no Centro-Sul, destacando-se 
em sua criação Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e 
Minas Gerais.
•	 Ovinos: os carneiros são criados principalmente no Rio Gran-
de do Sul, que atualmente detém cerca de 40% dos 18 milhões 
de cabeças existentes no país. Depois a Bahia (17% do total), 
Ceará e Piauí.
•	 Búfalos: essa criação é praticada principalmente na Amazônia, 
em especial no Pará (ilha de Marajó) e no Amapá, embora ve-
nha se difundindo pelo Centro-Sul nos últimos anos. Esse tipo 
de pecuário tende a crescer no Brasil por causa da boa adap-
tação dos animais ao clima, da sua elevada taxa de natalidade 
e do alto rendimento em carne e leite. Existe por volta de 1,5 
milhão e búfalos no Brasil.
•	 Caprinos: muito criados no Brasil, em especial no Nordeste, 
onde se adaptaram muito bem e são muito importantes para o 
fornecimento de carne e leite à população regional. Há cerca de 
9 milhões desses animais no país, com cerca de 36% desse total 
no estado da Bahia, 17% no Piauí e 16% em Pernambuco.
•	 Equinos: o rebanho brasileiro de cavalos, com cerca de 6,5 
milhões de cabeças, é o segundo do mundo, logo após o dos 
Estados Unidos. Os estados com maior número de equinos são 
Minas Gerais e Bahía.
•	 Aves: com cerca de 700 milhões de aves – que incluem gali-
náceos, perus, patos, marrecos, gansos, codornas e outras – o 
Brasil possui a maior criação da América c, no mundo, é infe-
rior apenas à de alguns países asiáticos e à da Rússia. A avicul-
tura cresceu bastante nos últimos anos, concentrando-se em 
especial nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, 
Santa Catarina e Minas Gerais.
E X E R C í C I O
01. (Uespi/2005) Com relação à agricultura moderna realizada 
hoje, tanto no mundo desenvolvido quanto em países subdesen-
volvidos, é incorreto afi rmar que:
a) as novas tecnologias genéticas utilizadas na atividade 
agropecuária contribuem para a ampliação do desemprego 
rural.
b) a possibilidade de criação de culturas mais resistentes, 
que reduzirão o uso de agrotóxicos e fertilizantes, é um 
dos argumentos utilizados por aqueles que defendem a 
modifi cação genética de animais e vegetais.
c) as condições naturais, a disponibilidade de terras e o 
desenvolvimento científi co e industrial foram fatores 
preponderantes para que o Japão se transformasse na 
principal potência agrícola do século XX.
d) a modernização da agricultura e a baixa oferta de empregos 
na área rural, em relação ao crescimento demográfi co, são 
as principais causas dos movimentos migratórios do campo 
para a cidade.
e) com a entrada, do capitalismo no campo, muitas 
propriedades se constituem em empresas, visando obter 
grandes lucros.
Apostilas UECEVEST mod4.indb 94 03/04/2011 19:19:01
95 UECEVEST
GEOGRAFIA
02. (Cefet/2005.1) Dentre as várias técnicas, desenvolvidas com 
o objetivo de anular, ou pelo menos minimizar, os’ problemas 
causados pela erosão em áreas agrícolas, encontram-se:
I. o terraceamento, que consiste em fazer cortes formando 
degraus nas encostas das montanhas;
II. curvas de nível, que consiste em plantar, entre uma fi leira e 
outra, espécies leguminosas, que cobrem bem o terreno;
III. associação de culturas, que consiste em mudar o tipo de 
cultivo após a colheita;
IV. associação de culturas, utilizando leguminosas que, além de 
evitar a erosão; garante o equilíbrio orgânico do solo.
É(são) verdadeiro(s):
a) apenas o item I. d) apenas os itens I e IV.
b) apenas os itens II e III. e) apenas os itens II e IV.
c) apenas os itens III e IV.
03. (UECE/2004.2) Uma das temáticas mais polêmicas da atua-
lidade diz respeito aos transgênicos.
Assinale a alternativa falsa.
a) Dentre os problemas mais graves associados aos transgênicos 
está o do reconhecimento da propriedade intelectual das 
empresas que produzem e comercializam as sem estes 
transgênicos, permitindo a cobrança de royaltes, como já 
está acontecendo no Rio Grande do Sul.
b) Existem poucas certezas e muitas incógnitas entre os 
pesquisadores do tema, sobre os reais impactos dos 
transgênicos para a saúde do homem e do meio ambiente.
c) Não há nenhum motivo para polêmicas sobre o assunto, 
pois já está provado que a utilização dos transgênicos não 
traz nenhum mal à saúde do homem, nem a do meio 
ambiente.
d) A expansão dos transgênicos corrobora para o processo de 
perda da biodiversidade inerente à introdução, em larga 
escala, de plantas e animais geneticamente modifi cadas.
04. (UEPB/2004) A questão a seguir trata das novas tecnologias 
utilizadas na agropecuária brasileira. Associe os blocos e identifi -
que a reposta correta:
Bloco 1
(1) Biotecnologia
(2) Engenharia Genética
(3) Zootecnia
(4) Transgênicos
(5) Lei da Biosegurança
Bloco 2
( ) Alimentos produzidos a partir de organismos vegetais e 
animais geneticamente modifi cados.
( ) Trabalha com organismos modifi cados geneticamente em 
laboratórios.
( ) Cuida de informar aos consumidores através de rótulos dos 
seus produtos toda segurança de consumo.
( ) Cuida das técnicas de criação e aperfeiçoamento de animais 
domesticados.
( ) Trabalha com o uso integrado da bioquímica, da 
microbiologia e da engenharia genética.
Assinale a alternativa correta.
a) 1, 5, 4, 2, 3 d) 4, 2, 5, 3, 1
b) 5, 4, 3, 2, 1 e) 4, 5, 1, 2, 3
c) 3, 2, 1, 5, 4
05. (Unifor/2005.2) Dentre as características da agricultura nor-
te-americana pode-se citar:
a) o protecionismo estatal sob forma de subsídios aos 
agricultores.
b) os elevados impostos federais pagos pelos produtores 
agrícolas.
c) a grande participação do setor

Mais conteúdos dessa disciplina