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Apontamentos de Farmacologia II

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Formas Farmacêuticas
Forma como os medicamentos são dispostos para uso imediato, resultante da mistura de substâncias adequadas para determinadas finalidades terapêuticas.
Depende:
· As propriedades físico-químicas do fármaco a usar.
· De acordo com a via de administração (Já que de acordo com a forma farmacêutica, têm-se a via de administração)
Substância Ativa: Representa o constituinte da formulação responsável pelas ações farmacológicas.
No caso de existir mais que uma substância ativa, teremos:
• Base: É a substância ativa que apresenta a maior ação farmacológica.
• Adjuvante: Outras substâncias ativas que complementam a ação da base.
Veículo: Ingredientes presentes na forma farmacêutica que conferem forma e volume, sendo um gerador de estabilidade.
• Excipiente: É o veículo que tem ação passiva, destina-se a dar forma,
aumentar volume.
• Intermediário: Responsável pela estabilidade física e homogeneidade.
Corretores: São todos os constituintes que integram a formulação com o objetivo de corrigir as propriedades organoléticas e visuais do produto final.
• Edulcorantes: Conferem sabor agradável à preparação.
• Intermediário: Confere cor às formas farmacêuticas
1- Medicamentos administrados pela via oral
	SÓLIDOS
	LÍQUIDOS
	EFERVESCENTES
	Comprimidos (normais/ação prolongada/com revestimento entérico) / Pastilhas / Cápsulas / Pós
	Xaropes / Soluções / Suspensões / Emulsões / Elixires
	Comprimidos efervescentes
Ou Pós efervescentes
2- Medicamentos para administração tópica
Loções | Cremes | Pomadas | Pós | Géis | Aerossóis | Pensos transdérmicos
3- Medicamentos para administração parentérica
Ampolas | Frasco-ampola | Seringas pré-cheias | Recipientes para soluções de grande volume
4- Medicamentos para administração pelas mucosas
Supositórios | Microclisteres | Óvulos e cremes vaginais | Gotas oftálmicas, nasais, otológicas
Vaporizadores | Nebulizadores
• Comprimidos: Formas sólidas de um pó medicamentoso, preparado por compressão, adicionado ou não de substâncias aglutinantes.
	Comprimidos com ranhura
	Comprimido com revestimento entérico
	Comprimidos de ação prolongada (retard) ou de libertação controlada
	Permitem Uma Divisão Equilibrada Da Dose
	Resiste á Dissolução No Ph Ácido Do Estômago, Mas Dissolve-Se No Ph Alcalino Do Intestino. Utilizados Para Fármacos Que São Destruídos Ou Inctivados Pelo Ph Ácido. Não Devem Mastigados Ou Triturados
	Preparados Para Serem Absorvidos De Forma Gradual. Não Devem Mastigados Ou
Triturados
• Cápsulas: Preparados nos quais uma ou mais substâncias (líquido ou pó) são colocadas dentro de um invólucro gelatinoso, que se dissolve no tubo gastrointestinal e liberta o medicamento para ser absorvido. (Forma de administração de fármacos com sabor desagradável)
• Pastilhas: Pequenos discos que contêm um fármaco numa base aromatizada. Devem ser completamente dissolvidos na boca, para que assim se liberte o fármaco, normalmente exercem o seu efeito terapêutico na mucosa oral.
• Pós: Medicamentos sólidos que são misturados com líquidos (água ou sumos) antes da sua administração.
• Xarope: Fármacos dissolvidos numa solução concentrada de açúcar (sacarose) ou muito aromatizada. Especialmente para crianças – sabor mais agradável, mais fácil administração e mais fácil o ajuste da dose.
• Soluções: Mistura de PA num solvente, habitualmente têm um sabor desagradável.
• Suspensões: Misturas de partículas sólidas em meio líquido, as partículas precipitam quando a solução fica em repouso. É importante é agitar antes da administração – distribuição uniforme das partículas.
• Emulsões: Feitas a partir de gorduras (óleos ou vaselina) dispersas em outro líquido. Disfarçar o mau sabor ou proporcionar uma melhor solubilidade do fármaco. Devem ser agitadas antes da administração.
• Elixires: Preparações de fármaco num solvente alcoólico. Utilizados para fármacos não solúveis em água.
• Comprimidos e Pós Efervescentes: São comprimidos não revestidos em cuja composição existe geralmente um ácido e um carbonato ou bicarbonato capazes de reagirem rapidamente em presença de água com libertação de gás carbónico. Necessitam de ser diluídos antes da administração. Objetivo é aumentar o efeito terapêutico ou melhorar o sabor.
Medicamentos que não devem ser triturados, mastigados ou dissolvidos, pois podem alterar as suas propriedades terapêuticas:
• Comprimidos e cápsulas com revestimento.
• Comprimidos e cápsulas de libertação controlada (retard).
• Medicamentos insolúveis quando misturados com outros líquidos.
• Comprimidos para serem dissolvidos na boca, para absorção através da mucosa oral (Nitroglicerina)
• Loções: Óleos emulsionados em 60 a 80% de água, de modo a formar um líquido espesso ou um sólido mole.
• Cremes: São um tipo de pomada em que o excipiente utilizado é uma emulsão do tipo A/O (emolientes) ou O/A (cremes para uso durante o dia).
• Pomadas: Preparações semi-sólidas numa base gorda como a lanolina ou a vaselina, destinadas a ser aplicadas externamente. Conservam a humidade pelo que aumentam a absorção do fármaco – são o veículo mais eficaz para a absorção de fármacos pela pele.
• Pós: Partículas sólidas finas de um fármaco que têm o talco como base. Normalmente são espalhados na pele (secam a pele) porém desaparecem facilmente levando a uma aplicação frequente.
• Ampolas: Recipiente de vidro, com uma preparação medicamentosa para utilização numa
só dosagem.
• Frasco – Ampola: Recipientes de vidro com tampa selada, contendo um medicamento para uma ou mais administrações. Solução/pó estéril que precisa ser reconstituído antes de usar.
• Seringas Pré – Cheias: Medicamentos pré-preparados ou frascos/sacos de diversos volumes (100, 250, 500 e 1000 mL)
• Supositórios: Formas sólidas, destinadas a ser introduzidas num orifício corporal (ânus). À temperatura do corpo, a substância dissolve-se e é absorvida pela mucosa.
• Gotas Oftálmicas: Provocam alterações da acuidade visual e têm maior duração de ação que as gotas. Vem normalmente em frascos ou bisnagas sempre individualizadas.
• Pomadas Oftálmicas: As soluções oftálmicas são estéreis, facilmente administráveis e
habitualmente não interferem com a visão.
Inalação
Condução de medicamentos para os pulmões através das vias nasal ou oral.
• Vaporização: medicamento é transportado através de um fluxo de vapor.
• Atomização e Nebulização: separação da solução em pequenas gotículas para ser inalada.
Chás ou Infusões
São formas farmacêuticas magistrais que resultam da ação da água sobre plantas, com o objetivo de lhes retirar as substâncias ativas. Deste modo podemos falar em:
• Maceração: Ação prolongada da água à temperatura ambiente sobre a planta seca. Utilizada para substâncias termolábeis.
• Digestão: Ação prolongada em água morna (40-50ºC) sobre a planta seca. Utilizada para
substâncias termolábeis.
• Decocção: Ação da água desde a temperatura ambiente até à ebulição sobre a planta.
Usa-se para substâncias termorresistentes.
• Infusão: Ação de água fervida sobre a plantas.
Fatores que influenciam a escolha da via de administração:
• Propriedades físicas e químicas do fármaco
• Local em que se pretende a ação
• Velocidade e extensão de absorção
• Efeitos dos sucos digestivos e do metabolismo de 1ª passagem
• Rapidez com que se pretende obter a resposta
• Exatidão da dose necessária
• Estado do doente
	CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA VIA DE ADMINISTRAÇÃO
	Quanto ao Paciente
	Quanto ao Medicamento
	Quanto ao Efeito Desejado
	Compliance (adesão) /Patologias existentes (Úlcera) / Nível de consciência / Impedimento físico de acesso
	Propriedades físico-químicas (Solubilidade/Estabilidade em meio ácido/pKa) / Propriedades organolépticas/ Farmacocinética
	Sistémico ou localizado
Latência
Duração
Um medicamento, para atuar necessita de atingir concentrações terapêuticas eficazes no local onde exerce ação:
•Administração Local: Medicamento em contacto direto com a estrutura. (pele, mucosas)
•Administração Sistémica: Medicamento é veiculado pelo sangue que o distribui pelos diversostecidos do organismo onde irá exercer a sua ação.
Efeito De Primeira Passagem
Ocorre quando o fármaco antes de atingir o local de acção sofre um processo de biotransformação. Pode ocorrer na: 
• Parede do intestino
• Sangue mesentérico
• Fígado
	Todos os vasos que irrigam o sistema digestivo convergem na veia porta hepática que vai para
o fígado
Todos os vasos que irrigam o sistema digestivo convergem na veia porta hepática que vai para o fígado (Órgão onde se dá a metabolização dos fármacos). Só a partir daqui é que o fármaco passa para a corrente sanguínea (através da veia porta) onde é transportado até ao seu órgão-alvo.
	A circulação entero-hepática permite aumentar a permanência do fármaco no organismo.
Oral (Comprimidos, cápsulas, granulados, pós, xaropes, emulsões): Na sua grande maioria são administrados sob a forma sólida.
• A biodisponibilidade pode variar de fármaco para fármaco e dentro do mesmo fármaco de forma farmacêutica para forma farmacêutica.
• Fatores que afetam a biodisponibilidade: excipientes; o grau de desintegração ou dissolução; compressão; substância ativa; fenómenos de 1ª passagem no fígado.
Respiratória gases (anestésicos gerais); Aerossol, sprays (Ação local / sistémica):
• Corresponde à administração desde a mucosa nasal até aos alvéolos
• A mesma pode ser usada para obtenção de efeitos locais ou sistémicos.
• Os medicamentos são administrados por inalação, estando estes sob a forma de gás ou contidos em pequenas partículas líquidas ou sólidas, geradas por nebulização ou aerossóis.
Subcutânea (Injeção no tecido subcutâneo-insulina): O medicamento (solução aquosa, oleosa ou alcoólica, ou suspensão, ou emulsão) é injetado debaixo da derme, ficando na vizinhança dos capilares sanguíneos e linfáticos, que terá de atravessar para ser absorvido-
Vantagens
• Possível a auto-injecção
• Absorção lenta_no caso de ser de acção lenta ou intermédia (insulina, relacionado com o tipo de molécula).
Desvantagens
• Absorção + reduzida em doentes em choque (vasoconstrição)
• Volumes reduzidos (mas maiores que a intramuscular)
• Muito usada para administração de insulina
Intramuscular (Injecção no músculo esquelético): 
Vantagens
• Menos dolorosa (tecido mais vascularizado e menos rico em nervos)
• Sem efeito de primeira passagem
• Podem-se injetar soluções (oleosas, alcoólicas), emulsões e suspensões, em volumes não superior a 10 mL.
Desvantagens
• Absorção mais reduzida em doentes em choque (vasoconstrição)
• Risco de hematomas
• Dor e irritação no local de injecção
• Volumes reduzidos
Há fármacos que não podem ser injetados no músculo, pois podem provocar necrose devido ao seu pH ácido (citotóxicos) estes devem ser injetados por via venosa que é mais vascularizada
Intravenosa (Injeção directa na veia): 
Vantagens
• Efeito imediato
• Administração de fármacos irritantes (diluição)
• Soluções aquosas, também podem ser alcoólicas ou hidro-alcóolicas.
• Permite a administração de grandes volumes
• Menor dose (biodisponibilidade a 100%)
Desvantagens
• Desconfortável para o paciente
• Tromboflebites; necrose tecidular
• Via mais perigosa (maior risco de reações adversas - tipo anafilático)
	INTRA-PERITONEAL
	INTRA-CARDÍACA
	INDICAÇÕES
	Fármaco é colocado na cavidade abdominal 
(muito vascularizada)
Via rápida, semelhante à via intravenosa
	Administração directa no coração
Situações de paragem cardíaca, administração de
adrenalina.
Fatores genéricos que afetam a absorção:
1 • Área De Absorção
• Intestino delgado- elevada área de absorção (vilosidades)
• Alvéolos pulmonares – elevada área de absorção
• Via intramuscular - Massagem na área de aplicação ajuda a que o fármaco injetado
2 • Tempo De Contacto
• Via gástrica- esvaziamento gástrico
• Via respiratória – Tamanho das partículas
3 • Intimidade De Contacto
4 • Intensidade De Irrigação
5 • Espessura Da Estrutura Absorvente
Farmacocinética
Para que um fármaco exerça o seu efeito farmacológico deverá ser processado pelo organismo e transportado numa concentração efetiva e no tempo certo até ao recetor. A farmacocinética estuda estes processos e a dissolução.
Libertação: Meio pelo qual se dá a dispersão da substância ativa a partir da forma farmacêutica. Aplica-se, fundamentalmente a compostos administrados por via oral (sólidos, ou em solução oleosa ou em suspensão).
• Princípios: Quanto maior a área da superfície da forma farmacêutica em contacto com o solvente, maior a taxa de dissolução
Absorção: O tubo digestivo, os pulmões e a pele são as principais barreiras à absorção de fármacos. Os fármacos terão de passar mais de uma membrana até atingir a circulação ou as membranas que nos levam ao recetor da célula/tecido alvo.
Membrana Celular: As membranas celulares consistem de uma bicamada de fosfolípidos com
grupos polares predominando na face interna e externa da membrana e os ácidos gordos preenchendo o interstício da própria membrana.
	Relacionados com a membrana | Relacionados com a substância química
1. Relacionados com a membrana:
• Estrutura da membrana
• Espessura da membrana
• Área da membrana
2. Relacionados com a substância química:
• Solubilidade da substância (Lipossolúveis)
• Coeficiente de partição óleo/água
• Grau de ionização ou de dissociação
Transporte passivo - Difusão simples
• A favor do gradiente de concentração.
• Não necessita de fonte de energia.
• Não desenvolve fenómenos de inibição competitiva.
• Não apresenta características especificas em relação à substância a difundir
• Depende essencialmente da solubilidade e da ionização da substância ativa
Transporte passivo - Difusão facilitada
• Transporte mediado por macromoléculas transportadoras
• A favor do gradiente de concentração
• Sem gasto de energia
• Saturável (passível de competição)
Transporte Ativo:
• Requer um transportador específico de membrana
• Transporte dá-se contra o gradiente de concentração
• Implica o gasto de energia (ATP) – inibidores metabólicos
• Saturação do transportador
O sistema de transporte é seletivo para certos aspetos estruturais das substâncias ativas, mas diferentes substâncias podem partilhar o mesmo transportador
Endocitose: Fagocitose / Pinocitose
• Invaginação da membrana para rodear uma partícula ou gota
• Requer energia
• Moléculas grandes e partículas insolúveis
Tipos de absorção:
1 • Absorção pelo tracto gastro intestinal
2 • Absorção pelo tracto respiratório
3 • Absorção cutânea
	1) Absorção pelo tracto gastro intestinal
	A absorção poderá dar-se da boca ao recto / Bem vascularizada / pH variável / Larga área de superfície
Factores que condicionam a absorção digestiva:
• Diferentes pH ao longo do lúmen intestinal
• Presença de enzimas digestivas
• Presença de alimentos
• Flora intestinal
• Presença de substâncias quelantes/complexantes
	2) Absorção pelo tracto respiratório
	A absorção realiza-se por difusão passiva essencialmente – Alvéolos
Factores que condicionam a absorção respiratória:
• Diâmetro, forma, densidade e carga das partículas.
• Lipossolubilidade da substância activa (lipossolúveis).
• Concentração da substância na atmosfera.
• Condições ambientais: pressão, temperatura, humidade e ventilação.
• Parâmetros respiratórios (volume e frequência).
	3) Absorção cutânea
	Factores ligados ao agente:
• Lipossolubilidade
• Grau de ionização
• Volatilidade
• Viscosidade
	Factores ligados ao indivíduo:
• Região 
• Integridade 
• Humidade 
• Vascularização 
• Pilosidade
	Factores ligados às condições de exposição:
• Duração e frequência
• Temperatura
• Humidade
Distribuição
Após a entrada da substância activa na corrente sanguínea (absorção, ou directamente), esta está disponível para ser distribuído pelo organismo, incluindo o local onde induz a sua acção – órgão ou tecido alvo.
Fluxo sanguíneo no tecido de um dado orgão & Facilidade com que a SA travessa a membrana celular e penetra nas células de um dado tecido
Factores que influenciam a distribuição (afinidade para diferentes tecidos)
• Ligação às proteínas plasmáticase elementos figurados do sangue;
• Ligação celular, especialmente no fígado e rins;
• Armazenamento
Factores que influenciam a distribuição (presença de membranas)
• Barreia hemato-encefálica
• “Barreira” placentária
Ligação às proteínas plasmáticas
• Albumina – principal proteína plasmática de ligação
• Outras: - Alfa-1 glicoproteína ácida;
• Lipoproteínas circulantes
• Proteínas de membrana (eritrócitos, leucócitos, plaquetas)
• Transportadores específicos - Transferrina
• Outras macromoléculas (ácidos nucleicos, polipeptídeos e polissacarídeos)
Fármaco livre + proteína = Fármaco complexado
A ligação do fármaco às proteínas plasmáticas é feita, usualmente, pela interação de grupos polares ou não polares das SA com certos grupos proteicos. Devido ao elevado peso molecular, o complexo SA-PP não atravessará as membranas dos capilares, não estando disponível para distribuição. À medida que o agente livre se difunde através da membrana capilar, a fração ligada dissocia-se das proteínas, tornando-se apta para ser distribuída.
Factores Que Influenciam A Ligação:
1. Competição entre fármacos
2. Condições patológicas (Hipoalbuminémia)
3. Concentração do SA
4. Concentração proteica (> ligação a proteínas)
5. pH (Teofilina > ligação a pH alcalino)
6. Idade
Ligação celular: O tecido hepático e renal têm um papel especial, já que apresentam elevada capacidade de se ligarem a certos fármacos.
Armazenamento (O armazenamento não é irreversível)
• Tecido ósseo: A captura corresponde a um fenómeno químico (troca) 
• Tecido adiposo: SA lipossolúveis (coeficiente óleo/água elevado) poderão ser armazenados no tecido adiposo.
Barreira Hemato-encefálica - A entrada de SA encontra-se dificultada devido:
• Células endoteliais dos capilares são muito finas e quase sem poros;
• Presença de células da glia
• Concentração proteíca diminuída.
Metabolização:
• Diminuição do tempo de semi-vida do fármaco
• Redução do tempo de exposição
• Redução da possibilidade de acumulação
• Provável modificação na actividade biológica (Tornar as moléculas mais polares/ Facilitar a excreção)
• Bioactivação
• Substâncias hidrofílicas são excretadas na urina
• Substâncias lipofílicas são excretadas pela bílis
• As enzimas responsáveis pela metabolização localizam-se, principalmente, no retículo endoplasmático liso do fígado
• A metabolização pode ainda decorrer ao nível do rim, pulmão, epitélio intestinal ou mesmo plasma.
A metabolização enzimática envolve dois tipos de reacções bioquímicas que ocorrem de forma sequencial:
• Reacções da fase I (Fase Pré-sintética)
- Convertem o fármaco num metabolito (produto) mais polar por oxidação (sistema do citocromo P450), redução e hidrólise.
- Resultam metabolitos que podem ser, do ponto de vista farmacológico:
 - Inactivos
 - Menos activos
 - Mais activos (pró-fármaco)
• Reacções da fase II (Fase sintética)
- Correspondem a reacções de conjugação.
- Resultam compostos inactivos e menos lipossolúveis, excretados na bílis ou urina.
- Implicam a união do fármaco ou do metabolito a substractos endógenos como: glucoronato, sulfato, acetato
- Das reacções de conjugação resultam metabolitos com maior tamanho molecular e consequentemente mais excretáveis
Eliminação:
O rim é o principal órgão de excreção, os fármacos são eliminados como:
• compostos não modificados
• metabolitos
A excreção de fármacos/ drogas e metabolitos pela urina implica três processos:
• filtração glomerular
• secreção tubular activa
• reabsorção tubular activa e passiva
Factores que afectam a velocidade e a via de excreção:
• Via de introdução
• Afinidade por elementos do sangue e outros tecidos (forma livre é eliminado)
• Facilidade de ser bio-transformado
• Frequência respiratória
• Função renal
	Grupos Terapêuticos
	1. Medicamentos anti-infecciosos
2. Sistema nervoso central
3. Aparelho cardiovascular
4. Sangue
5. Aparelho respiratório
6. Aparelho digestivo
7. Aparelho geniturinário
8. Hormonas e medicamentos usados no tratamento das doenças endócrinas
9. Aparelho locomotor (AINE’s)
10. Medicação antialérgica
11. Nutrição
12. Correctivos da volémia e das alterações electrolíticas
13. Medicamentos usados em afecções cutâneas
14. Medicamentos usados em afecções otorrinolaringológicas
15. Medicamentos usados em afecções oculares
16. Medicamentos antineoplásicos e imunomoduladores
17. Medicamentos usados no tratamento de intoxicações
18. Vacinas e imunoglobulinas
19. Meios de diagnóstico
20. Material de penso, hemostáticos locais, gases medicinais e outros produtos
1. Medicamentos anti-infecciosos
1.1. Antibacterianos (Penicilinas; amoxicilina + Á c.clavulâmico; Tetraciclina; azitromicina…)
1.2. Antifúngicos (fluconazol, nistatina (“sapinhos”)
1.3. Antivíricos (aciclovir)
1.4. Antiparasitários (Anti-helmínticos: albendazol; Malária: Quinina, mefloquina, artemisinina e seus derivados...)
Medicamentos Etiotrópicos: Deverá ser usado o antimicrobiano mais eficaz e de menor espectro de actividade como fármaco de primeira escolha.
2. Medicamentos Sistema nervoso central
2.1. Anestésicos gerais (Propofol, tiopental – IV; Isoflurano; Halotano – Inalatório)
2.2. Anestésicos locais ---------- (Bloqueio da condução nervosa no local de administração)
2.3. Relaxantes musculares
2.4. Antimiasténicos
2.5. Antiparkinsónicos
2.6. Antiepilépticos e anticonvulsivantes
2.7. Antieméticos e antivertiginosos
2.8. Estimulantes inespecíficos do Sistema Nervoso Central
2.9. Psicofármacos (Ansiolíticos e sedativos - tratam ansiedade e ajudam na manutenção do sono)
2.10. Analgésicos e antipiréticos
2.11. Medicamentos usados na enxaqueca
2.12. Analgésicos estupefacientes
2.13. Outros medicamentos com acção no Sistema Nervoso Central
3. Medicamentos Aparelho Cardiovascular
3.1. Cardiotónicos
3.2. Antiarrítmicos
3.3. Simpaticomiméticos
3.4. Anti-hipertensores
3.5. Vasodilatadores
3.6. Venotrópicos
3.7. Antidislipidémicos
4. Sangue
4.1. Antianémicos
4.2. Factores estimulantes da hematopoiese
4.3. Anticoagulantes e antitrombóticos
4.3.2. Fibrinolíticos (ou trombolíticos)
4.4. Anti-hemorrágicos
5. Aparelho respiratório
5.1. Antiasmáticos e broncodilatadores
5.2. Antitússicos e expectorantes
5.3. Tensioactivos (surfactantes) pulmonares
6. Aparelho digestivo
6.1. Medicamentos que actuam na boca e orofaringe
6.2. Antiácidos e anti-ulcerosos
6.3. Modificadores da motilidade gastrointestinal
6.4. Antiespasmódicos
6.5. Inibidores enzimáticos
6.6. Suplementos enzimáticos, bacilos lácteos e análogos
6.7. Anti-hemorroidários
6.8. Anti-inflamatórios intestinais
6.9. Medicamentos que actuam no fígado e vias biliares
7. Aparelho genitourinário
7.1. Medicamentos de aplicação tópica na vagina
7.2. Medicamentos que actuam no útero
7.3. Anti-infecciosos e anti-sépticos urinários
7.4. Outros medicamentos usados em disfunções geniturinárias
8. Hormonas e medicamentos usados no tratamento das doenças endócrinas
8.1. Hormonas hipotalâmicas e hipofisárias, seus análogos e antagonistas
8.2. Corticosteróides
8.3. Hormonas da tiróide e antitiroideus
8.4. Insulinas, antidiabéticos orais e glucagon
8.5. Hormonas sexuais
8.6. Estimulantes da ovulação e gonadotropinas
8.7. Anti-hormonas
9. Aparelho locomotor
9.1. Anti-inflamatórios não esteróides
9.2. Modificadores da evolução da doença reumatismal
9.3. Medicamentos usados para o tratamento da gota
9.4. Medicamentos para tratamento da artrose
9.5. Enzimas anti-inflamatórias
9.6. Medicamentos que actuam no osso e no metabolismo do cálcio
10. Medicação Antialérgica
10.1. Anti-histamínicos
10.2. Corticosteróides
10.3. Simpaticomiméticos
11. Nutrição
11.1. Nutrição entérica
11.2. Nutrição parentérica
11.3. Vitaminas e sais minerais
12. Correctivos da volémia
13. Medicamentos usados em afecções cutâneas
• (anti-infeciosos, emolientes, queratolíticos, adjuvantes de cicatrização, corticosteróides…)
14. Medicamentos usados em afecções otorrinolaringológicas
15. Medicamentos usados em afecções oculares
• (anti-infeciosos, antinflamatórios, antialérgicos, anestésicos locais..)
16. Medicamentosantineoplásicos e imunomoduladores
17. Medicamentos usados no tratamento de intoxicações
Tóxicos e Intoxicações
Substância Tóxica – Substância capaz de produzir num orgão ou sistema de órgãos lesões estruturais ou funcionais e inclusivamente a morte. A diferença entre uma substância venenosa e uma substância farmacêutica é a dose administrada.
Efeito Local
• Efeito ocorre aquando do primeiro contacto do AT com o organismo.
• Os AT que possuem acção irritante directa sobre os tecidos reagem quimicamente, no local de contacto, com componentes do tecido. 
Efeitos: cáustico ou necrosante
Sistemas afectados: pele, mucosas do nariz, boca, olhos, garganta, tracto respiratório.
Efeito Sistémico
• Efeito é produzido num local distante do sítio de entrada do AT
• O efeito exige uma absorção e distribuição anticipada do AT, de modo a atingir o sítio de acção, onde se encontra o receptor.
Efeito: poderá ser reversível (desaparece quando cessa a exposição) ou irreversível (o efeito mantem-se após cessação da exposição)
Abordagem básica do tratamento de uma intoxicação aguda:
1. Manutenção das funções vitais
• Manter as vias aéreas desobstruídas - se necessário iniciar ventilação assistida
2. Identificação do tóxico
• Pupilas mióticas - intoxicação por organo-fosforados ou opiáceos.
Prevenção da absorção do tóxico -> Administração de carvão activado (Antidoto UNIVERSAL)
3. Prevenção da absorção do tóxico
• No caso de intoxicação por via cutânea e ocular Lavagem com água em grandes quantidades após a remoção da roupa (no caso de intoxicação cutânea por derrame)
Aumento da eliminação do tóxico - Alterações do pH urinário
• Uso de bicarbonato no caso de intoxicações por salicilatos.
• As membranas são mais permeáveis às moléculas não ionizadas - ALCALINIZAÇÃO
• Importante no caso de intoxicações por salicilatos, barbitúricos (fármacos ácidos fracos).
Aumento da eliminação do tóxico - Hemodiálise/Hemoperfusão
• Faz-se passar o sangue por uma superfície adsorvente (carvão ou resina). 
• Usa o mesmo aparelho da diálise.
Terapêutica Anti-Infecciosa
ANTIMICROBIANOS: A sua finalidade é inibir/matar os microrganismos infecciosos 
• A sua acção baseia-se nas diferenças bioquímicas entre os microorganismos e o ser humano.
• Os antimicrobianos encontram-se entre os fármacos mais usados e os mais incorrectamente usados.
Quimioterápicos: Compostos sintéticos, no entanto como hoje em dia numerosos antibióticos são sintéticos, assiste-se a uma generalização do termo.
Antibióticos: São substâncias produzidas por fungos e bactérias que, em pequenas quantidades, são capazes de inibir o crescimento dos microorganismos ou mesmo provocar a sua morte.
Podem ser classificados de acordo:
• origem biológica.
• estrutura química.
• mecanismo de acção.
• espectro.
• uso terapêutico.
De acordo com o espectro de acção.
• Cada antibiótico tem um espectro de acção, isto é, um conjunto de microorganismos que são sensíveis à sua acção.
• Alguns antibióticos que actuam selectivamente em certos agentes patogénicos são chamados antibióticos de espectro estreito.
• Antibióticos de largo espectro são eficazes contra uma grande variedade de agentes patogénicos.
Isoniazida actua só contra micobactérias
&
Tetraciclinas e cloranfenicol (actuam em bactérias Gram + e Gram –)
De acordo com o Mecanismo de Acção:
• Provocam uma inibição do crescimento bacteriano e replicação de bactérias, limitando desta forma a progressão da infecção. 
• Dá oportunidade ao sistema imune do paciente possa actuar. 
• A acção desaparece com a remoção do antibiótico.
Exemplos de antibióticos bacteriostáticos:
• Tetraciclinas
• Cloranfenicol
• Macrólidos (ex. eritromicina)
• Rifamicinas
Bactericidas: Provocam uma lesão irreversível que leva à morte da célula bacteriana.
Exemplos de antibióticos bactericidas:
• Penicilinas e cefalosporinas
• Aminoglicosidos (ex. gentamicina)
• Polimixinas
A classificação é relativa, um agente pode ser bacteriostático para um microrganismo e bactericida para outro.
Logo um Antibiótico ideal deverá:
• Atingir uma concentração ideal no local da infecção.
• Atravessar, de forma passiva ou activa, a parede celular.
• Apresentar afinidade pelo seu sítio de ligação no interior da bactéria.
• Permanecer tempo suficiente para exercer o seu efeito.
PROBLEMA -> RESISTÊNCIAS
Se a concentração do antibiótico necessária para inibir ou matar as bactérias for superior à concentração que pode ser usada com segurança, o microorganismo é considerado resistente ao antibiótico.
Para se entender a resistência bacteriana aos antibióticos devemos conhecer:
• Quais os mecanismos de selecção bacteriana.
• Os tipos de resistências adquiridas.
• Mecanismos pelos quais as bactérias inactivam os antibióticos.
Mecanismos primários de resistência aos antibióticos:
• Inactivação por produção enzimática.
• Alteração do local de acção.
• Redução da permeabilidade da célula bacteriana ao antibiótico.
• Menor acumulação dos antibióticos no local de acção.
Mecanismos primários de resistência aos antibióticos:
1) Inactivação por produção enzimática:
As enzimas sintetizadas pelas bactérias podem ser selectivas para um dado grupo de antibióticos, destruindo a sua estrutura química e assim a sua actividade antibacteriana.
• b-Lactamases inativam penicilinas e cefalosporinas
• Acetil-transferase inactiva cloranfenicol.
2) Alteração do local de acção:
• Por alteração do receptor específico do antibiótico (proteínas ligantes das penicilinas).
• Por síntese de uma via metabólica alternativa.
• Por aumento da concentração de substâncias competitivas.
3) Redução da permeabilidade da célula bacteriana ao antibiótico:
• Neste caso o antibiótico é incapaz de penetrar no interior da célula onde se encontra o seu local de acção.
4) Menor acumulação dos antibióticos no local de acção:
• Alteração na camada de lipopolissacarideos da parede ou expressão exagerada de sistemas de bombeamento que expulsa o fármaco para fora da célula).
	Tipos de Resistência:
	Natural
	Adquirida (Cromossomica ou Plasmidica)
Resistência adquirida:
• Resistência cromossómica – Mutação espontânea – as mutações são alterações “espontâneas” verificadas na sequência dos aminoácidos do DNA de um determinado gene.
• Resistência extracromossómica – a resistência plasmídica ou extracromossómica é a mais importante. Os plasmídeos podem ser adquiridos horizontalmente de outras bactérias em adição à hereditariedade vertical das células mãe às filhas. 
A transmissão horizontal de plasmídeos pode fazer-se por conjugação, transdução e transformação.
	Resistência Extracromossómica
	Conjugação
Quando material genético na forma de partículas circulares extracromossómicas de DNA (conhecidas por plasmideos) é transferido das bactérias resistentes por contacto directo, através de pontes sexuais, às bactérias sensíveis que deste modo ficam resistentes.
	Transdução
 É a transferência de genes por bacteriófagos (vírus que infectam as bactérias destruindo-as) que podem transportar DNA bacteriano incorporado na sua camada proteica. Se este material genético inclui genes de resistência, a bactéria infectada pode tornar-se resistente.
	Transformação
Quando após a destruição de uma bactéria resistente o seu DNA livre no meio é incorporado numa outra que inicialmente era sensível, adquirindo assim a resistência
ao antibiótico.
Os antibióticos actuam por:
• Inibição da síntese da parede bacteriana (penicilinas)
• Inibidores da síntese de folatos (sulfonamidas)
• Inibição da síntese de componentes citoplasmáticos (síntese proteica) Aminoglicosideos, macrólidos, tetraciclinas, cloranfenicol
• Alteração na síntese dos ácidos nucleicos (rifamicinas, quinolonas, nitrofuranos)
• Activos sobre membranas (membrana externa da parede das bactérias Gram - polimixinas; e membrana citoplasmática - gramicidinas e tirocidina)
Gram-positivas: bactérias que possuem parede celular com uma única e espessa camada de peptidoglicanos. Pelo emprego da coloração de Gram, as células coram de cor púrpura ou azul quandofixadas com cristal violeta, porque retêm esse corante mesmo depois de expostas a álcool (agente diferenciador).
Gram-negativas: bactérias que possuem uma parede celular mais delgada e uma segunda membrana lipídica - distinta quimicamente da membrana plasmática - no exterior desta parede celular. No processo de coloração o lípido da membrana mais externa é dissolvido pelo álcool e liberta o primeiro corante: cristal violeta. No final as células são visualizadas com uma tonalidade rosa-avermelhada do segundo corante, safrina que confere a coloração vermelha.
INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR: 
Parede celular: É característica das bactérias – não é encontrada em células de mamíferos.
• Antibióticos inibem a síntese do peptidoglicano da parede celular
• Diminuição da protecção ao meio exterior, por lise da membrana celular e consequente morte
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