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ENDÓCRINOLOGIA - DISTÚRBIOS DA TIREOIDE 1- Hipotireoidismo · Fatores de risco: · Sexo feminino · Idosos · História familiar da doença · Presença de alguma outra doença autoimune; história prévia de tireoidite ou presença de anticorpos contra tec tireoidiano · Hepatice C · Sd de Down e Sd de Turner · Dieta pobre em iodo · Presença de bócio · Uso de amiodarona, lítio e interferon · Irradiação de cabeça e pescoço - · Sintomas: dois mecanismo I- Redução do metabolismo: · Sintomas: astenia, sonolência, intolerância ao frio, queda de cabelos e pelos, obstipação intestinal, ganho ponderal e perda do apetite. · Sinais: extremidades frias, alopecia difusa, bradicardia e redução dos reflexos II- Acúmulo de glicosaminoglicanos: · Sintomas: pele seca, redução da audição, parestesia e voz rouca · Sinais: pele espessa e áspera, edema de face, mãos e pés (mixedema – não depressível), edema de membros inferiores, sd do tpunel do carpo e derrames cavitários de serosa (exsudato pericárdico e pleural, podendo ser transudato também – redução da drenagem linfática ) Tecido tireoidiano: pode ocorrer formação de bócio devido ao estímulo de TSH, porém a maior parte dos pacientes tem atrofia da tireoide devido a destruição do tecido mediada por autoanticorpos. III- Sintomas associados à autoimunidade da tireoidite de Hashimoto: · Encefalopatia de Hashimoto: portadores do anti-TPO levando a mioclonia, confusão mental e coma. Corticoterapia em altas doses. · Linfoma de tireoide: raro · Alterações laboratoriais: sistêmicas · Hipoglicemia · Anemia normocitica ou macrocítica: redução de eritropoietina e deficiência de B12 (se gastrite atrófica) · Dislipidemia mista, aumento do LDL, discreto aumento de TGL e redução de HDL · Aumento de DLH · Aumento de CPK e Aldolase · Hiponatremia pelo aumento de ADH · Aumento de prolactina · Hipercalcemia leve (aumenta PTH e Vit D) · Hipocortisolismo · Hipercapnia – pela bradipneia · Redução de TFG – aumenta Creat e Ác úrico · Diagnóstico: Exemplo: paciente com TSH <0,01 e T4L <0,1 qual é a conduta? R: ressonância de Sela túrcica · Etiologia · Tratamento: · Levotiroxina dose única diária em jejum 30 – 60 minutis antes do café da manhã. · 1,6 – 1,8mcg/kg de peso ideal para adultos · Em adultos jovens se inicia dose plena · Em pcts >60 anos SEM doença coronariana conhecida, deve-se iniciar doses menores de até 50mcg/dia – aumenta a dose a cada 7 dias · >60 anos coronariopatas o início deve ser mais lento: 12,5 a 25mcg/dia com aumento gradual a cada 15 dias. · Hipo subclínico: · Está indicado quando TSH >10 · Gravidez ou desejo de engravidar · avaliar caso a caso: · Altos títulos de anti-TPO (defendido por alguns autores) · Sintomáticos · Dislipidêmicos · Fatores de risco para doença aterosclerótica. · Seguimento: · No Hipo Primário a dose de Levotiroxina deve ser ajustada conforme o TSH – 4 a 8 semanas do início do tto ou primeiro ajuste de dose. · No Hipo Secundario o TSH não é parâmetro, mas sim o T4L – meta: manter o T4L no limite superior do valor de referencia >1,3 – 2 a 4 semanas após o inicio ou ajuste de dose. · Uma vez atingida a dose ideal o monitoramento pode ser feito de seis a doze meses. · OBS: T4livre normaliza primeiro que o TSH · Hipotireoidismo na gestação: · Principais alterações: · Aumento de T4 total pelo estrógeno estimulando produção hepática de globulina ligadora de tiroxina · Redução de TSH e aumento de T4L - o HCG mimetiza a ação do TSH · Aumento da necessidade fetal de iodo · Diagnóstico: · TSH e T4 total (1,5 x o limite superior de normalidade) · * o hipotireoidismo deve ser identificado e tratado precocemente pois pode interferir no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. · COMA MIXEDEMATOSO: · Tríade: · Evento precipitante: infecção, exposição ao frio, SCA, medicamentos, cirurgias e traumas. · Hipotermia · Alteração do nível de consciência · Laboratorial: · Hiponatremia – redução de TFG + aumento de ADH + insuficiência adrenal associada · Hipoglicemia – insuf adrenal +má perfusão tecidual · Lactato elevado – redução do clearence do lactato + má perfusão tecidual · Aumento de CPK – aumenta permeabilidade muscular + acúmulo de glicogênio e atrofia tipo II · Tratamento: · Não espera sair dosagem de TSH e T4L 1- LT4 VO: 500mcg em dose de ataque, seguido de 100 a 175mcg em dose de manutenção · LT4 IV (não tem no Brasil): 300ª 500 mcg ataque, seguida de 50 a 100mcg/dia em manutenção 2- Hidrocortisona 100mg 8/8horas – prevenção de insuficiência adrenal secundária ( hipo grave reduz produção de cortisol e LT4 aumenta o clearence de cortisol) 3- Tratamento do fator precipitante: ATB para todos os pacientes até ser descartada a presença de infecção 4- Aquecimento corporal gradual passivo (cobertores e elevação da temp ambiente) – induzis vasodilatação piora 5- Medidas de suporte: proteção de vias respiratórias, monitoramente, correção de hiponatremia e hipoglicemia 2- TIREOTOXICOSE: excesso de hormônios tireoidianos que pode acontecer com ou sem hipertireoidismo. ETAPA 1: · Confirmar estado de tireotoxicose: avaliação de TSH, T3total e T4L (existem etiologias que aumentam mais T3 que T4) ETAPA 2: · A etiologia mais comum é a Doença de Graves: avaliar paciente a procura de sintomas clássicos da doença, como: · Bócio homogêneo · Oftalmopatia · *se tiver dúvida quanto a clínica, solicitar anti-Trab ETAPA 3: · Caso não seja dça de Graves = buscar putras etiologias · Determinar se pct está ou não em Hipertireoidismo · Cintilografia: quando tem nódulos* - avalia anatomia e funcionalidade de parênquima tireoidiano. · Baixa captação: Tireoidite OU Uso inadvertido de hormônio tireoidiano · Captação normal ou alta: Adenoma tóxico (nódulo único) ou BMT (múltiplos nódulos) · * caso o paciente não tenha nódulos autônomos, algum outro fator está estimulando a tireoide = HCG: tumor, gravidez ou uso exógeno. *lembrar também de erro laboratorial. CONCEITO: · Tireotoxicose secundária ao Hipertireoidismo: quando ocorre síntese e liberação de quantidades aumentadas de hormônio. · Tireotoxicose sem hipertireoidismo: ocorre por ingestão de hormônio externo ou liberação de hormônio pré-formado pela glândula tireoidiana que tenha sofrido algum dano celular. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: · Decorre de excesso da ação do hormônio ativo T3 1- Cardiovascular: aumento de receptores Beta-adrenérgicos: · Beta-1: eleva FC e PAS · Beta-2: reduz resistência vascular periférica e diminui PAD · Insuficiência Cardíaca por pressão de ejeção preservada (alto débito) 2- Musculoesquelético: · Desmineralização óssea · Fraqueza muscular · Paralisia periódica hipocalêmica · Hiperinsulinemia = transporte de K para o intracelular = hipocalemia 3- Gastrointestinal: · Síndrome consumptiva com apetite preservado (uma das causas desta síndrome) · Em estados graves pode levar insuficiência hepática 4- Metabolismo: · Hiperglicemia · Lipólise aumentada · *devido ao aumento do estímulo beta-adrenérgico = importante contra regulador da insulina 5- Gônada: · Alteração mestruais: oligo ou amenorreia, · Perda da libido · Disfunção erétil DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO: · Hipertireoidismo primário: Dça de Graves, BMT, Adenoma tóxico (Doença de Plummer), excesso de iodo; · Hipertireoidismo secundário: · alterações em SNC = Aumento do TSH: Adenoma hipofisário secretor de TSH · alterações extra-SNC: tumores secretores de gonadotrofina coriônica (mola hidatiforme; coriocarcinoma) Tireotoxicose gestacional e uso de TSH Recombinante; · Tireotoxicose sem hipertireoidismo: Tireoidites, destruição da glândula (amiodarona, infarto de nódulo, radiação, PO imediato. * * * · Bócio multinodular tóxico: · Geralmente se inicia atóxico · Nódulos adquirem autonomia e começam a produzir hosmónio tireoidiano em excesso · Clínica: sintomas de tireotoxicose + sintomas de bócio tireoidiano · Diagnóstico: · USG: evidencia a presença do bócio · Cintilografia: mostra o funcionamento· Tratammento: · Cirúrgico: · Cuidados no pré-op: · Deixar o paciente eutireoidiano: Tionamidas 4 a 6 semanas antes · As tionamidas podem ser utilizadas para controle e tto crônico em pacientes com risco proibitivo para cirurgia. · Adenoma tóxico (Doença de Plumer): · Mutação somática ativadora de receptores do TSH e da proteína G · Leva ao aumento de função e produção hormonal · Diagnóstico: · O adenoma pode produzir só T3 e por isso o T4 livre normal ou baixo NÃO exclui tireotoxicose. · O diâmetro do nódulo deve ser ≥ 2cm sendo identificado na palpação – USG · Cintilografia é fundamental para demonstrar evidencia de nódulo funcionante. · Tratamento: · Cirurgia: tratamento definitivo – nesse caso não requer preparo pré-operatório com iodeto · RIT: tem maior chance de recidiva * * * CINTILOGRAFIA: DOENÇÃO DE GRAVES: · Diagnóstico: · 1° clínico · 2° em casos duvidosos: solicitar Anti-TRAb · Gestantes com antecedente de DG · Diferenciar hipertireoidismo gestacional ou DG na gestação · Pacientes eutireoidianos com acometimento ocular sugestivo de DG · Tratamento: · O excesso de hormônios tireoidianos secundário ao hipertireoidismo de Graves pode ser controlado por meio da inibição da síntese hormonal, utilizando-se drogas antitireoidianas (DAT), destruição de tecido tireoidiano com iodo radioativo (131I) ou tireoidectomia total (TT). Controle sintomático: · Betabloqueadores: em casos de sintomas adrenérgicos e ausência de contraindicações · Propranolol: 20-80mg 2 A 4 vezes por dia · Atenolol: 25 a 100mg, dose única · Metoprolol 100 a 200mg, dose única · * em caso de contraindicações: BCC = Verapamil ou Diltiazem · Tionamidas: REDUZEM PRODUÇÃO DE T3 E T4 · Propiltiuracila PTU · Metimazol MMZ · O MMZ é a primeira escolha por ser dose única na manutenção, menor risco de hepatotoxicidade e menor custo que PTU · PTU só é primeira escolha quando: · Tempestade tireoidiana · Pcts que apresentaram efeito colateral ao MMZ · Primeiro trimestre de gestação – tem menor passagem placentária · Efeitos colaterais: · Hepatite medicamentosa: PTU · Colestase – MMZ · Alterações hematológicas como leucopenia, trombocitopenia e agranulocitose. · **Neutropenia: úlceras orais dolorosas; odinofagia e febre. · Tempo de tratamento: · As Tionamidas são mantidas por 12 a 18 meses podendo se estender até 24 meses. · A suspensão é indicada após esse período casos os níveis de hormônios tireoidianos estiverem normais. · Caso o paciente não apresente remissão deve-se avaliar outra possibilidade terapêutica definitiva como: Cirurgia ou Radioterapia (RIT – apresenta recidivas) IODETO: · Excesso de iodo leva a inibição da liberação dos homônios tireoidianos e reduz vascularização da tireoide · Uso: · Controle de crise tireotóxica · Pré-operatório – reduz tamanho e vascularização da tireoide (7 a 10 dias antes) CIRURGIA: · Indicações: · câncer de tireoide ou nódulo suspeito · Refratariedade · Bócios muito volumosos com sintomas compressivos (>80g) · Gestantes refratárias · Cuidados no pré-op: · Deixar o paciente eutireoidiano: Tionamidas 4 a 6 semanas antes · Iodeto · Cuidados no pós-op: · Suspender tionamidas · Iniciar Levotiroxina 1,7mcg/kg/dia até 7 dias após a cirurgia · Fazer monitoramento de cálcio de PTH
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