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Completação de Poços Prof. Rômulo Farias 2019/2 - Prova I Aula 1 Aspectos técnicos e operacionais Otimização da vazão de produção/injeção Tornar a completação a mais permanente possível (minimizar as intervenções) Após a perfuração Poço produtor ou injetor? Qual planejamento operacional? Zonas produtoras; coleta de dados; Tipos de completação – quanto ao... Posicionamento da cabeça de poço o Árvore de natal convencional (ANC) o Árvore de natal molhada (ANM) Revestimento de Produção o Poço aberto o Com linear rasgado ou canhoneado o Com revestimento canhoneado Número de zonas explotadas o Simples o Múltipla (seletiva e dupla) Perguntas I Perguntas II - Qual o tipo de rocha - Que problema ocorreu na perfuração - Conseguiram obter dados de pressão - Como foram as cimentações (normais, secundárias) - Ocorreram pescarias (peixe no poço) - Quais perfis foram corridos - Houveram testemunhagens (rocha consolidada ou não) - Alguma análise de fluido recuperado - Como o óleo vai sair da rocha reservatório - Como o óleo vai chegar a superfície - Como garantir a produção esperada - Como o óleo vai chegar ao seu destino final (navio de processo, estação coletora) - Como vamos manter a produção/injeção ao longo do tempo - A produção esperada compensará investimento Aula 2 Conceito I: Primeira e principal etapa após a perfuração. Tem como objetivo equipar o poço para produção de óleo e gás, ou para injetar fluidos no reservatório, preparando-o para produção. Conceito II: Conjunto de serviços efetuados no poço desde o momento no qual a broca atinge a base da zona produtora e ocorre a cimentação do revestimento de produção. Consiste em transformar o poço em uma unidade produtora. Uma completação adequada deve oferecer: I. Segurança na operação do poço, seja durante as intervenções ou durante a vida produtiva do poço; II. Proteção do meio ambiente, evitando derramamento de óleo ou escape de gases para a atmosfera; III. Possibilidade de se obter a maior vazão de óleo/gás permitida pelo gerenciamento do reservatório, otimizando a produção do poço; IV. Maior longevidade possível, reduzindo o número de intervenções e o custo total do projeto; V. Facilitar futuras intervenções (registro de pressão, substituição de equipamentos de elevação artificial); VI. O menor custo possível e o mínimo de complexidade necessária. Revestimento Tão importante quanto perfurar um poço. Operações: Perfurar, condicionar o poço, perfilar, condicionar o poço, descer os revestimentos, cimentar os revestimentos, descer a coluna de perfuração e perfurar avante. As profundidades de assentamentos das colunas de revestimentos são baseadas em critérios (segurança e custos) que variam entre as companhias. Fases de Revestimento - Condutor Casing / Revestimento Condutor (30”); - Surface Casing / Revestimento de Superfície (20”); - Intermediate Casing I/ Revestimento Intermediário I (13 3/8”); - Intermediate Casing II/ Revestimento Intermediário II (9 5/8”); - Production Casing / Revestimento de Produção (7”). Funções das colunas de Revestimento Prevenir o desmoronamento das paredes do poço; Evitar a contaminação da água potável dos lençóis freáticos mais próximos a superfície; Prover meios de controle de pressões dos fluidos, permitindo aplicação de pressão adicional desde a superfície; Permitir a adoção de sistema de fluido de perfuração diferente, mais compatível com as formações a serem perfuradas adiante; Impedir a migração de fluidos das formações; Sustentar os equipamentos de segurança de cabeça de poço; Sustentar outra coluna de revestimento; Alojar os equipamentos de elevação artificial; Confinar a produção ao interior do poço. Janela de Operação Trabalha em duas pressões: Poro pressão e Pressão de fratura. Características Essenciais das Colunas - Ser estanque; - Ter resistência compatível com as oscilações; - Ter dimensões compatíveis com as atividades futuras; - Ser resistente à corrosão e abrasão; - Apresentar facilidade de conexão; - Ter a menor espessura possível. *Espaço anular: Espaço entre revestimento e rochas formação. É o espaço para circular o fluido. - Poço Aberto: Vantagem: maior área aberta ao fluxo, economia de revestimento e canhoneio (menor custo), minimiza o dano a formação. Desvantagem: impossível colocar em produção somente parte do intervalo aberto, produção de areia, não se faz Offshore por causa da pressão hidrostática. - Liner Rasgado: O liner pode ser descido previamente rasgado, posicionando os tubos rasgados em frente às zonas produtoras ou então cimentado e posteriormente canhoneado nas zonas de interesse. Embora em desuso nos poços convencionais, encontra uma boa aplicação em poços horizontais. Vantagem: maior área aberta ao fluxo, redução dos custos com revestimento e canhoneio, consegue trabalhar com diferentes zonas produtoras. Desvantagem: falta de seletividade (não seleciona zonas), custo adicional (em relação ao poço aberto), dificuldades para a passagem de equipamentos (mudança de diâmetro dentro do poço). - Canhoneado (mais utilizado atualmente): O poço é perfurado até a profundidade final e, em seguida, é descido o revestimento de produção até p fundo do poço, sendo posteriormente cimentado e espaço anular entre os tubos de revestimento e a parede do poço. Finalmente, o revestimento é canhoneado na zona de interesse. Vantagem: Seletividade da produção ou injeção de fluidos em diversos intervalos de interesse e na maior facilidade das operações de restauração/estimulação. Desvantagem: Custos adicionais do revestimento e do canhoneio. Quanto ao número de Zonas Produtoras Simples: Apenas UMA coluna de perfuração. É produzido de forma controlada e independente (apenas UMA zona). Duplas: possibilita produzir DUAS zonas simultâneas ou reservatórios diferentes, de modo controlado e independente. Não é comum em poços marítimos. Instalação de duas colunas de produção com obturadores (packers). Seletiva: É descida apenas UMA coluna de produção, essa coluna produz várias zonas ou reservatórios selecionados (uma por vez). Perfeito controle dos fluidos produzidos em cada reservatório, bem como a facilidade operacional de se alterar a zona em produção. Completação - Seca; - Molhada. Fluidos de Completação Geralmente é uma solução salina isenta de sólidos, compatível com o reservatório e com os fluidos nele contidos, evitando dano à formação. A solução garante overbalance de 200 psi para um poço de óleo e 400 psi para um poço de gás (nosso coeficiente de segurança). *Solução Salina: Sal inorgânico para evitar a hidratação das argilas (NaCl e KCl). Tipos de Fluidos de Completação Fluidos à base água: Fluidos de Perfuração Modificados: Fluidos que foram utilizados na perfuração da zona de interesse. Após a remoção de sólidos em suspensão e um controle mais rígido do filtrado e da massa específica. Vantagens: Disponibilidade (já se encontram no poço e tanque), necessitam de pouco ou nenhum ajuste das suas propriedades, mais econômico. Desvantagens: Possibilidade de dano a formação devido a presença de sólidos insolúveis, inviabilizam as operações de squeeze. Soluções Salinas: Isentas de sólidos, uma vez que o sal será totalmente dissolvido. O controle de densidade é realizado pelo volume de sal adicionado (mais sal aumenta a densidade, mais água diminui a densidade). Vantagens: Causam poucos danos a formação (pois são livres de sólidos suspensos e promovem a inibição do inchamento da argila), fácil preparo, excelente estabilidade físico-química, fáceis de serem recondicionados para posterior utilização. Desvantagens: Corroem a coluna eos equipamentos (uso de inibidores), baixa viscosidade (dificultando o controle de filtrado), são altamente tóxicos, devido a toxidade e altos custos são utilizados somente em extrema necessidade (Brometo de potássio e Brometo de cálcio). Soluções Poliméricas: Quando se necessita de um fluido de completação, com CONTROLE DA FILTRAÇÃO, são normalmente empregados soluções poliméricas. Vantagens: Fluido viscoso, quase nenhuma perda para formação, eficaz na limpeza do poço. Desvantagens: Limitações quanto a temperatura, custo elevado. Aula 3 Fluidos à base óleo: Petróleo (óleo cru): Baixo peso específico é usado em reservatórios com baixa pressão original. Vantagens: Disponibilidade, nenhuma alteração no sistema. Desvantagens: Não leva detritos na limpeza. Packer Fluid: Não deve ser corrosivo ou então deve permitir um controle de corrosão. Deve ser livre de sólidos ou ter condições de manter os sólidos em suspensão por longos períodos em condições estáticas. Pressão Hidrostática Pressão exercida pelo peso de uma coluna de perfuração. 𝐏𝐡 = 𝟎, 𝟏𝟕 ∗ 𝛒 ∗ 𝐃𝐯 Onde: 𝐏𝐡: psi; 𝛒: lbf/gal; 𝐃𝐯: m 𝐏𝐡 = 𝟎, 𝟎𝟓𝟐 ∗ 𝛒 ∗ 𝐃𝐯 Onde: 𝐏𝐡: psi; 𝛒: lbf/gal; 𝐃𝐯: ft Seleção do fluido de completação O planejamento para escolha do fluido de completação vai depender de diversos parâmetros que compõe o cenário de completação do poço: 1) TVD, BHP e Overbalance Precisa que a pressão seja superior que a pressão da formação (pressão de poros) P = BHP + Overbalance *Overbalance: 200 psi – poço de óleo; 400 psi – poço de gás. Algumas Fórmulas do Ramo de Petróleo Capacidade de Tubo Capacidade em barris por pé linear: 0,0009714 ∗ D2 Capacidade em pé linear por barril: 1029,4 D2 Capacidade em pés cúbicos por pé linear: 0,005454 ∗ D2 Capacidade em pés lineares por pés cúbicos: 183,35 D2 Capacidade em galões por pé linear: 0,0408 ∗ D2 Capacidade em pés lineares por galões: 24,51 D2 Onde: D = Diâmetro do tubo em polegadas. Peso de Tubo Mergulhado no Fluido 𝐅𝐚𝐭𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐟𝐥𝐮𝐭𝐮𝐚çã𝐨 = 𝟏 − (𝟎, 𝟎𝟏𝟓𝟐𝟖 ∗ 𝐩𝐞𝐬𝐨 𝐝𝐨 𝐟𝐥𝐮𝐢𝐝𝐨) 𝐏 = 𝐖 ∗ 𝐅𝐅 Onde: P = Peso do tubo no fluido (lbs/pés); W = Peso do tubo no ar (lbs/pés); FF = Fator de Flutuação. Utiliza-se mais Drill Pipes, para dar “mais volume”. Margem de Segurança de Riser - MSR É o peso específico adicional que deve ser adicionado ao fluido de completação no caso de uma desconexão de emergência. *No caso em que a intervenção estiver sendo realizada com BO que possua duas gavetas cisalhantes, pode-se abrir mão do MSR. 𝐌𝐒𝐑 = 𝐃𝐯 ∗ 𝛒𝐩 − 𝐃𝐰 ∗ 𝛒𝐰 𝐃𝐯 − 𝐃𝐰 − 𝛒𝐩 Onde: Dv: Profundidade do Poço (m); Dw: Lâmina d’água (m); ρp: Massa específica poros (lb/gal); ρw: Massa específica água (8,5 lb/gal); MSR: Margem de Segurança de Riser (lb/gal). Compatibilidade do Fluido de Completação: Compatibilidade com Elementos de Vedação O fluido de completação deve ser compatível para não haver corrosão. – óleo resseca a borracha (lama base óleo), ou troca-se o fluido ou o elemento de vedação. Compatibilidade com Metalurgia da Coluna de Equipamentos Uma das funções do fluido de completação é proteger os equipamentos aos quais terá contato direto, como: revestimento, coluna de trabalho e produção, além de ferramentas, risers, etc... Aditivos que evitem a corrosão causado pelos sais no fluido base água. Propriedades controladas: pH, grau de aeração e salinidade. Outros fatores que levam a corrosão: Temperatura, contaminação com gases de formação (CO2 e H2S), metalurgia e bactérias (BRS). No Packer Fluid o controle é feito com a adição de inibidores de corrosão. Sequestradores mais comuns de oxigênio: Bissulfato de sódio e Eritorbato de sódio. Compatibilidade com Fluidos da Formação O fenômeno conhecido como dano ao reservatório pode ocorrer durante a própria produção, na perfuração, nas operações de intervenção (workover) e mesmo em operações de estimulação como faturamento e acidificação. Toda operação causa dano, sendo leve ou grave. Causas mais variáveis: Físico-química, química, hidrodinâmica, biológica, mecânica. Existem operações para tentar remover o dano, contudo, estes métodos constituem em operações onerosas e de sucesso incerto, podendo aumentar o dano. Incompatibilidades: Deposição de Material Insolúvel (Scaling ou Scale Formation) Pode ocorrer precipitação devido a incompatibilidade de íons dissolvidos em um fluido invasor e os íons dos fluidos da formação. Principais precipitados: Sulfato de cálcio, Sulfato de bário, Sulfato de estrôncio, Sulfito de ferro e óxidos e hidróxidos de ferro. – estes sais solúveis irão se depositar no espaço poroso diminuindo a porosidade e, portanto, a permeabilidade da rocha. Formação de Borra Reação entre fluidos e óleos pesados pode resultar na formação de uma borra semi-sólida que pode entupir os poros reduzindo a permeabilidade absoluta da formação. Operações de estimulação ácida e acidificação podem causar este tipo de dano. Formação de Emulsão Ocorre devido a incompatibilidade entre um fluido de base não-aquosa e a água de formação ou entre hidrocarbonetos da formação e a água presente em um fluido aquoso. Para evitar tal fato é imperativo o uso de preventores de emulsão, já que não existe durante a completação uma barreira efetiva (reboco) para controlar o filtrado e minimizar a invasão de fluido. Mudança de Saturação de Fluido ou Bloqueio por Fluido Cada interface sólida-líquida possui uma dada estabilidade. O sistema composto pelo fluido que se encontra no espaço poroso e a área de contato referente a este espaço apresenta uma certa estabilidade. Se o fluido dentro da formação invade a formação e forma um sistema de estabilidade maior, a passagem do fluido original será dificultada. Aula 4 Compatibilidade com Rocha Inchamento de Argilas - Diminuição do espaço intersticial entre grãos e/ou entupimento de gargantas de poro devido o aumento do seu volume. - Diminuição da permeabilidade da formação. * Usar fluidos com inibição ou usar um fluido composto por uma base não-aquosa. Gradiente Gradiente de pressão é a pressão devida a uma coluna de fluido por uma unidade de comprimento. 𝐆 = 𝐏 𝐡 Unidades usuais: Psi/m; psi/ft; kg/cm²; kg/m². Pressão da Formação (Pp) Pressão existente nos poros. - 1,42 psi/m < Gp < 1,53 psi/m Normal; - Gp > 1,53 psi/m Anormalmente alta; - Gp < 1,42 psi/m Anormalmente baixa. Obs.: 1,42 psi/m Gradiente de água doce; 1,53 psi/m Gradiente de água salgada. Pressão na Cabeça do Poço Pressão registrada na superfície, podendo ser tanto no interior da coluna quanto no anular. Pressão num Ponto do Poço É função da pressão atuando na superfície (Ps) e da respectiva hidrostática (Ph) até aquele ponto. 𝐏𝐩 = 𝐏𝐬 + 𝐏𝐡 Pressões em Condições Dinâmicas Quando existe circulação em um poço, a somatória das resistências ao movimento do fluido ao longo do seu percurso é o principal elemento que fornece a medida da pressão de bombeio. Resistências nominadas como Perdas de Carga no sistema de circulação. O tubo em U apresentado representa, através de seus ramos, o interior da coluna, o anular e na base a broca. 𝐏𝐁 = ∑𝐀𝐏𝐂 = 𝚫𝐏𝐬 + 𝚫𝐏𝐢𝐧𝐭 + 𝚫𝐏𝐛 + 𝚫𝐏𝐚𝐧 Onde: PB: Pressão de Bombeio; ∑APC: Somatório das Perdas de Carga; ΔPs: Perda de Carga na Superfície; ΔPint: Perda de Carga no Interior da Coluna; ΔPb: Perda de Carga na Broca; ΔPan: Perda de Carga no Espaço Anular e na Base da Broca. 𝐏𝐁 = ∑𝐀𝐏𝐂 = 𝚫𝐏𝐬 + 𝚫𝐏𝐢𝐧𝐭 + 𝚫𝐏𝐛 + 𝚫𝐏𝐚𝐧 + (𝐏𝐡𝐚 − 𝐏𝐡𝐢) Onde: Pha: Pressão Hidrostática no Anular; Phi: Pressão Hidrostática no Interior da Coluna. Pressão no Fundo do Poço (BHP) Estática e Dinamicamente Quando não há circulação, a única pressãoatuando no fundo do poço (BHP) é a pressão hidrostática, então: 𝐁𝐇𝐏 = 𝐏𝐡 Em condições dinâmicas (lama pressurizada no fundo do poço). Então: 𝐁𝐇𝐏 = 𝚫𝐏𝐚𝐧 + 𝐏𝐡 Caso a circulação esteja sendo realizada pelo Choke, onde se constata uma perda de carga localizada, Pch, então BHP é: 𝐁𝐇𝐏 = 𝚫𝐏𝐚𝐧 + 𝐏𝐡 + 𝐏𝐜𝐡 Pressão de Absorção (Pabs) É aquela pressão que, atuando numa formação, faz com que a mesma inicie a absorção do fluido. O controle é feito por monitoramento de pressão na superfície. Pressão de Fratura (Pfra) Neste caso, em face da pressão atuar numa determinada formação, a mesma atinge o rompimento mecânico. O limite pode ser atingido intencionalmente. Pressão Gerada no Pistoneio O Pistoneio é o efeito pistão no poço. Quando ocorre na descida da coluna, cria-se uma sobrecarga na formação que pode fraturá-la e provocar uma perda. Se ocorrer na retirada da coluna promove um alívio da pressão no fundo do poço. Relação Volume-Altura e seu Efeito na Pressão Supondo que em um revestimento tem-se uma altura “h” de fluido. 𝐕 = 𝐡 ∗ 𝐂𝐫𝐞𝐯 Onde: V: Volume; h: Altura do fluido; Crev: Capacidade de revestimento. Capacidade Hidrostática 𝐏𝐡 = 𝟎, 𝟏𝟕 ∗ 𝛒 ∗ 𝐃𝐯 No revestimento h = V Crev , então: 𝐂𝐡𝐢𝐝 = 𝐏𝐡 𝐕 𝐂𝐡𝐢𝐝 = (𝟎,𝟏𝟕∗𝛒) 𝑪𝒓𝒆𝒗 𝐏𝐡 = 𝐂𝐡𝐢𝐝 ∗ 𝐕 Área entre Círculos 𝐀𝐞𝐟𝐞𝐭 = 𝐀𝐎𝐃 − 𝐀𝐈𝐃 Obs.: Nunca ache a diferença entre OD e ID porque o resultado não é certo. Ache a diferença entre o resultado dos cálculos das duas áreas. Cimentação A operação de cimentação consiste em um trabalho de extrema importância para as fases de perfuração. Cimentação Primária Denomina-se Cimentação Primária a cimentação principal de cada coluna de revestimento, levada a efeito logo após sua descida ao poço. Sequência Operacional de Uma Cimentação Primária: I. Montagem das linhas de cimentação; II. Circulação para condicionamento e preparação do colchão de lavagem; III. Bombeio do colchão de lavagem; IV. Teste de pressão das linhas de cimentação, onde são feitos testes até uma pressão superior à máxima prevista durante a operação; V. Lançamento do tampão de fundo (opcional); VI. Mistura da pasta mais leve, devendo cobrir o intervalo programado; VII. Mistura da pasta mais densa e mais resistente a compressão; VIII. Lançamento do tampão de topo; IX. Deslocamento com fluido de perfuração; X. Pressurização do revestimento para teste de vedação do tampão de topo. Cimentação Secundária São assim denominadas as demais operações de cimento realizadas no poço, executando-se a cimentação primária. Tampões de Cimento Consistem no bombeamento para o poço de determinado volume de pasta, com o objetivo de tamponar um trecho do poço. São usados nos casos de perda de circulação, abandono definitivo ou temporário do poço, como base para desvios, compressão de cimento, etc. * Pesquisar sobre Regime para o Tratamento da Cimentação no Descomissionamento. Aula 5 Recimentação É a correção da Cimentação Primária, quando o cimento não alcança a altura desejada no anular ou ocorre canalização severa. O revestimento é canhoneado em dois pontos. Só é feita quando se consegue circulação no anular. Para possibilitar a circulação com retorno, a pasta é bombeada através de coluna para permitir a pressurização necessária para a movimentação da pasta pelo anular. Compressão de Cimento ou Squeeze Consiste na injeção forçada de pequeno volume de cimento sob pressão, visando corrigir localmente a Cimentação Primária, sanar vazamentos no revestimento ou impedir a produção de zonas que passaram a produzir água ou gás em excesso. Exceto em vazamentos, o revestimento é canhoneado antes da compressão propriamente dita. Os principais componenetes do cimento Portland são – óxido de cálcio, alumina e ferro, que combinados formam os seguintes compostos: Silicato Tricálcico ou Alita (C3S): Composto mais abundante e mais importante da composição do cimento. Papel fundamental no controle da pega e no desenvolvimento de resistência inicial do cimento. Depois do C3A, é o constituinte que apresenta maior velocidade de hidratação. Ferro Aluminato Tricálcico ou Ferrita (C4AF): Composto que da a cor acinzentada ao cimento, devido a presença de ferro e controla a resistência a corrosão química do cimento. Silicato Dicálcico ou Belita (C2S): Composto que apresenta menor velocidade de hidratação. Exerce pouca influência no desenvolvimento da resistência inicial do cimento, mas é muito importante no desenvolvimento da resistência final. Aluminato Tricálcico ou Celita, (𝐶3𝐴): Apresenta maior velocidade de hidratação; Controle por meio de gesso; Teor de 𝐶3𝐴 tem que ser baixo, utilizando inibidores de sulfato. A proporção destes compostos no cimento determina suas propriedades, como resistência inicial, retardamento, velocidade de hidratação, resistência aos sulfatos, etc. Classificação dos Cimentos, estabelecida pela API Temperatura, pressão e profundidade; Divido em 8 categorias/classes (A até H). Aditivos para Cimentação Podem ser fornecidos em pó ou líquido. É um composto químico adicional a pasta de cimento visando a adequação às necessidades do poço. Podem ser classificados como: Aceleradores: Visa diminuir o tempo de espessamento e aumentar a resistência compassiva inicial da pasta. O acelerador mais comum é Cloreto de Cálcio (CaCl2) e Cloreto de Sódio (NaCl). Retardadores: Retarda o início da pega da pasta para permitir o deslocamento quando a temperatura e pressão muito altas para o uso de cimento sem aditivos. Fabricados a base de lignosulfonatos e seus derivados, ácidos orgânicos, derivados de celulose e derivados de glicose. Extendedores: Permite obter maior rendimento da pasta, resultando em pastas mais leves, possibilitando maiores alturas de pasta por causarem menor pressão hidrostática. Utiliza-se nitrogênio ou microesferas de cerâmica para criar pastas leves. Redutores de Fricção (ou Dispersantes): Permite afinamento da pasta, com isso permitindo a adoção para maiores vazões e menores perdas de carga. Controladores de Filtrado: Visa evitar a desidratação prematura da pasta frente a zona permeável, mantendo bombeabilidade e impedindo que se cause danos à formação produtora. Fator que afeta o controle de filtrado da pasta é seu grau de dispersão, por isso sempre são usados com os dispersantes. Outros: Antiespumante (evita aeração da pasta), adesantes (controladores de perda), descontaminantes (traçadores radioativos) e corantes (para detectar a presença do cimento e areias de granulometria controlada para evitar a degradação do cimento a altas temperaturas). Aula 6 Principais testes de laboratório Finura – determina o ensaio de granulometria do cimento; Água livre – determina a quantidade de água que tenderá a migrar através da pasta; Resistência a compressão – medem o esforço necessário para romper corpos de prova moldados em condições que simulem as do fundo do poço. São realizados com tempos padronizados de 8, 24, 48 e 72 horas; Perda de fluido – determina o grau de filtração da água da pasta; Reologia – consiste na obtenção das leituras em viscosímetros rotativos, a partir da leitura em viscosímetros rotativos; Densidade e peso específico – Tempo de espessamento – é o teste mais importante, por indicar o tempo (antes da pega) em que a pasta tem consistência (consegue) ser bombeado para dentro do poço; Equipamentos de Cimentação Silos de cimento - armazenagem Para operações de perfuração em terra, em geral o cimento é estocado na base da companhia de cimentação, em grandes silos, sendo enviados para a sonda por meio de carretas apropriadas. Nas plataformas marítimas são disponibilizados materiais a granel.Os silos operam a baixa pressão (cerca de 30 psi), quando da descarga do cimento. Para haver a cimentação, são necessários diversos equipamentos, para armazenagem, preparação e transporte do cimento. Além de ser difícil bombeá-lo nas condições necessárias. Unidades de Cimentação Responsável pela mistura do pó, água e aditivos Pasta de cimento. Sistema Onshore Caminhão com bomba; Sistema Offshore Homogeneizado na superfície, deslocado por bomba para o poço. Linhas de Cimentação A ligação entre a unidade de cimentação e o poço é feita por tubulação de alta pressão, formada por uma série de tubos curtos interligados por meio de conexões móveis (Chicksan) dotados do rolamento para possibilitar montagem até qualquer posição que fique o topo do revestimento. Atualmente, existe a tendência de utilização de mangueiras especiais de borracha, mais práticas. Sapata Colocada na exterminada da coluna, a sapata serve de guia de introdução no poço, podendo receber em seu interior um mecanismo de vedação, para evitar que a pasta, por ser mais pesada que o fluido de perfuração, retorne ao interior do revestimento após seus deslocamentos. O tipo mais comum é a Sapata Flutuante, com válvula que impede o fluxo para interior da coluna, exigindo que esta seja preenchida com fluido de perfuração e intervalos regulares durante a descida, para evitar o colapso da tubulação. Sapata Diferencial: Permite passagem de fluido nos 2 sentidos, até que uma esfera é lançada na superfície bloqueando o fluxo do anular para o interior da coluna, passando a funcionar como flutuante. “Boreste (BE): Direita, Bombordo (BB): Esquerda, Proa: Parte dianteira da embarcação; Popa: Extremidade traseira de uma embarcação. ”
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