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SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO PARANÁ POLO DE APUCARANA CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE GILBERTO PEDROSO O QUE É COMORBIDADE E CODEPENDÊNCIA? QUAL A IMPORTÂNCIA DE AMBAS NA CLÍNICA PSICANALÍTICA? JORGE APUCARANA 07/2020 O QUE É COMORBIDADE E CODEPENDÊNCIA? QUAL A IMPORTÂNCIA DE AMBAS NA CLÍNICA PSICANALÍTICA? COMORBIDADE Comorbidade é a existência de duas ou mais doenças em simultâneo na mesma pessoa. Uma das características da comorbidade é que existe a possibilidade de as patologias se potencializarem mutuamente, ou seja, uma provoca o agravamento da outra e vice-versa. Além disso, a comorbidade pode dificultar o diagnóstico e influenciar o prognóstico. Na psicologia, a comorbidade consiste em transtornos que ocorrem no indivíduo no âmbito mental e não no físico. Esta é uma área abordada pela Psicologia e Psiquiatria. A comorbidade psiquiátrica consiste na existência de mais de um transtorno psiquiátrico em simultâneo no mesmo indivíduo. Por exemplo, uma pessoa pode ser portadora de Transtorno Bipolar e Transtorno Obsessivo Compulsivo. Este tipo de comorbidade pode surgir quando a pessoa é dependente de álcool, drogas ou outras substâncias psicoativas. Nos casos em que se verificam comorbidades em pessoas com transtornos psiquiátricos graves, estudos mostram que há maior probabilidade de suicídio, recaída e detenções pela prática de atos ilegais. CODEPENDÊNCIA A codependência é uma condição psicológica em que uma pessoa se apega emociolamente a outra. A pessoa codependente vive para os outros, abandona a si mesma. Se apoia nas decisões dos outros, se alimenta das opiniões do resto das pessoas e não se valoriza. Para a pessoa codependente os outros são mais importantes. Sempre se fará perguntas tais como: o que faria no meu lugar? Como agiria? Não é capaz de pensar por si mesma, a pessoa codependente sempre precisa de alguém para tomar decisões, viver e inclusive ser feliz. Como ela não pode viver sim isso, se tornará controladora e manipuladora para manter tudo e todos sob o seu controle. Não quer que ninguém saia do seu lado. É preciso observar que o tratamento de um indivíduo deve reconhecer, primeiramente, a existência da comorbidade e da codependência como causas que retroalimentam a dependência química. Sendo assim, a necessidade de organizar o quadro sintomático apresentado pelo paciente, bem como identificar o papel familiar que o conduz e o mantém na droga, torna-se de suma importância para uma terapia familiar capaz de auxiliar a recuperação de todos. A dependência química pode ser, por vezes, o efeito de uma estrutura familiar que se configura sobre extremas carências ou extremos excessos, que podem ter sido vivenciados pelo usuário, de forma subjetiva, como motivações que o fizeram introduzir o consumo compulsivo de drogas. Junte-se a isso as pré-disposições constitucionais que contribuem afetivamente para a instalação da dependência. A psicanalise deve proporcionar ao indivíduo o aumento da atuação do seu Ego e do seu Superego, bem como a diminuição do seu Id; concomitantemente, precisa promover a reflexão a nível familiar, a fim de identificar e diminuir os estereótipos que conduzem à manutenção da codependência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LONGO, Rodrigo. As comorbidades e a dependência química. Fonte: http://www.sossobriedade.com.br/2014/07/as-comorbidades-e-a-dependencia-quimica.html. MINAYO, M. C. de Souza. A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 14(1):35-42, jan-mar, 1998. 4