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1 Aluna: Ranieli Almeida Rodrigues Disciplina: Materiais Dentários Semestre: 3º Instituição: Centro de Ensino Superior de Ilhéus Docente: Tamires Histórico de Materiais Restauradores O odontologia como especialidade surgiu por volta de 3000 a.C. Os fenícios utilizavam anéis e fios de ouro. Em 700 a.C os etrusco esculpiam marfim e osso para confeccionar próteses parciais que eram fixados aos dentes naturais através do fios ou anéis de ouro usados para posicionar dentes extraídos no lugar dos dentes perdidos. Desde os tempos antigos até o século XVIII já restauraram cavidades dentárias, mas utilizavam materiais restauradores como marfim, fragmentos de rochas, resinas vegetais, dentes humanos, gomas e folhas metálicas (estanho e chumbo). Materiais restauradores diretos: Material Restaurador Direto - Amálgama: O primeiro amálgama dentário foi desenvolvido em 1916 onde utilizavam raspas de moedas de prata misturadas com mercúrio. Em 1833 os irmãos Craw Cor introduziram as restaurações de amálgama, mas os formandos da Faculdade de Odontologia de Baltimore juravam não usar aquele material em seus consultórios devido a péssima qualidade e isso gerou a guerra do amálgama que foi de 1840 a 1950, mas enquanto isso, se discutia muito sobre as vantagens e desvantagens do material.Em 1860 a 1890 foram realizadas muitas pesquisas sobre esse material e foi isso que colaborou para sua melhoria nas propriedades. Em 1895 Black deu a ideia de padronizações para preparos cavitários de fabricação de amálgama. Logo após essa data, no decorrer do tempo foram ocorrendo outros acontecimentos para a melhoria do amálgama. Em 1926 foram estabelecidas normas que logo após foram adotadas pela ADA; em 1962 foram introduzidas novas partículas que eram obtidas por nebulização da liga no estado líquido que geraram partículas esfenoidais e essas partículas garantem melhor resistência do material, e em 1963: Innes & Yondelis, introduziram a adição ao pó, em forma de limalha da liga convencional, de uma certa quantidade de partículas esferoidais de uma liga de prata e cobre, isso melhorou ainda mais as propriedades. Porém, de acordo com as normas da ADA, a porcentagem de cobre nas ligas não podia ser maior que 6%, passou a ser bem mais nessas ligas, chamadas de dispersão. 2 Propriedades: Tem referência de dureza entre os materiais restauradores (vantagem) Tem alta resistência a mastigação e desgaste (vantagem) Tem baixo coeficiente de dilatação, o que auxilia no selamento marginal (vantagem) Tem baixo escoamento (vantagem) Presença de metal pesado e tóxico, como o mercúrio, por exemplo (limitação) Falta de estética (limitação) Condutor térmico, então não deve ser colocado próximo a polpa (limitação) Boa estabilidade dimensional (vantagem) Indicações: Restauração de cavidade tipo I, II e V; Paciente com péssima higiene bucal; Preenchimento para peças protéticas com infra-estrutura metálica; Restaurações Subgengivais; Obturações retrógradas endodônticas. Caso Clínico: Paciente de 50 anos que não possuía uma boa higienização bucal chegou na clínica com a necessidade de fazer uma restauração no dente 17 (2º molar superior direito). O material escolhido pelo cirurgião dentista foi o amálgama, porque ele faz um selamento na margem do preparo e protege da infiltração, isso é muito indicado para paciente que não tem uma boa higienização, além disso, esse material possui uma boa estabilidade dimensional e resistência. 3 Material Restaurador Direto - Resina: Mesmo com toda essa melhoria das propriedades do amálgama, até metade do século XX utilizava-se o silicato para dente anteriores, mas ele era altamente solúvel no meio bucal, então ele não era resistente e poderia causar infiltração marginal. Então no final de 1940 procurou-se uma versão de um material mais resistente e surgiu a resina acrílica. Em 1950 Perceberam que ela servia para restauração direta de dentes posteriores e anteriores, então começou a ser utilizada em restaurações diretas, mas a contração de polimerização era muito alta e isso era ruim, porque colocava na cavidade e diminuía quando tomava presa. Porém, nessa época também existia a resina epóxi que era muito resistente, mas sua presa demorava, pararam então de utilizar a resina acrílica em restauração direta. Em 1960 Pegaram a resistência da epóxis e velocidade de contração da resina acrílica e resultou na resina composta para restaurações diretas. Propriedades: Resistência à compressão (vantagem) Resistência à flexão e módulo de elasticidade (vantagem) Infiltração marginal (limitação) Dificuldade na devolução do contato proximal (limitação) Adesivo (vantagem) Variações de cores (vantagem) Indicações: Restaurações de lesões proximais; Restaurações de fraturas; Preenchedor de cavidades causadas pelas cárie; Minimiza imperfeições do esmalte; Facetas; Caso clínico: Uma jovem de 17 anos apresentava sintomatologia dolorosa no dente 25 (1º molar superior). Ao dentista analisar, observou que ela possuía uma restauração antiga de amálgama que, além de ter muito tempo, não agradava essa paciente por sua estética. Quando utilizou a radiografia como exame complementar, foi visto que a paciente estava com cárie profunda. Para solucionar o problema, o profissional removeu a antiga restauração, removeu o tecido cariado e fez uma nova restauração com resina composta, porque é um material que tem resistência a compressão, tem estabilidade de cor e é adesivo ao dente por causa de suas composições. 4 Material Restaurador Direto - Óxido de Zinco e Eugenol: No século XVI o óleo de garofano (cravo da índia) vinha sendo empregado no tratamento de lesões de cárie. Em 1873 esse cimento foi descrito, e Tomes, em 1887, o emprega na técnica de restauração provisória. Em 1894, Wessler lança o primeiro produto comercial com esse óleo de garofano, que contêm 1,85% de eugenol. Em 1902, Szabo empregou pela primeira vez o Óxido de zinco e eugenol para proteger polpas expostas. Na década de 1960 as pesquisas desenvolveram-se e a indústria colocou no mercado vários cimentos de óxido de zinco e eugenol reforçados com EBA (ácido orto metil-benzóico). Em virtude de existir atualmente produtos com valores diferentes de resistência ã compressão, em função da composição, justifica-se a classificação em tipo I que serve para cimentação provisória em curto prazo , II que serve para cimentação definitiva, III que serve para restaurações provisórias de longa duração ou bases e IV que serve para Forramento. Propriedades: Apresenta efeito terapêutico sobre a polpa (Vantagem) Baixa resistência mecânica (limitação) Não adesivo (limitação) Resistência ao desgaste (vantagem) Estabilidade dimensional (vantagem) Radiopacidade (vantagem) Excelente resistência como protetor e/ou forrador (vantagem) Indicações: Base sob restauração de amálgama Restauração direta provisória de curta duração Restauração direta provisória de longa duração Registro de mordida Moldagem em desdentados Agente de cimentação Caso Clínico: Um paciente 32 anos chegou na clínica da Faculdade de Ilhéus se queixando de dor na unidade dentária 36 (2º molar inferior esquerdo). O acadêmico em odontologia percebeu que era necessário fazer uma radiografia para obter uma certeza maior do diagnóstico, pois suspeitava de cárie, então ao fazer o exame a sua presunção estava correta. Ao remover o tecido cariado, ele percebeu que se continuasse removendo iria gerar uma exposição pulpar. Com isso, ele não removeu todo o tecido cariado e deixou resíduos de tecido resistente a remoção. Logo após, aplicou hidróxido de cálcio em pó sob a dentina que ainda tinha a presença de cárie para remineralizar o local, cimento de hidróxido de cálcio como um forrador e como material 5 restaurador provisório utilizou o óxido de zinco e eugenol por ele ser indicado também para essas circunstâncias.Diante disso, o paciente foi conscientizado a retornar novamente na clínica da faculdade depois de 45 dias para fazer a restauração definitiva. Material Restaurador Direto - Ionômero de vidro: Desde antes, Blak preconizava os princípios do preparo cavitário que definia a intervenção caso a pessoa apresentasse cárie. Mesmo depois de tanto tempo, é prioridade preservar a cavidade dentária. Baseado nessa necessidade, em 1971 Wilson & Kent avaliaram as característica do cimento de silicato e do policarbonato de zinco, observando assim que o silicato liberava flúor e baixa alteração dimensional, e o policarboxilato de zinco apresentava adesividade na estrutura dentária. A partir dessas características importantes surgiu o Ionômero de vidro que foi comprovado um elemento eficaz nas restaurações dentárias diretas. foram introduzidos no mercado em 1975, passando depois por sucessivas modificações, tais como a incorporação de resina para atender necessidades clínicas individuais, melhorando suas propriedades físicas, resistência e longevidade. Propriedades: Adesividade (vantagem) Liberação de flúor (vantagem) Compatibilidade biológica (vantagem) Coeficiente de expansão térmica linear (vantagem) Tempo de reação de geleificação prolongado (limitação) Translucidez limitada (limitação) Indicações: Restaurações provisórias e definitivas Cimentação Selante Utilizado muito na odontopediatria por liberar flúor Base de restaurações Caso clínico: Criança de 8 anos chegou ao consultório com seus pais e ambos comentaram que ela se queixava de sensibilidade dental nos molares ao mastigar ou beber algo quente e gelado. Quando o profissional fez exame complementar (radiografia) observou o que já era suspeito, a criança estava com cárie. Para restauração definitiva foi utilizado o ionômero de vidro, porque é um material geralmente manipulado em restaurações definitivas de dentes decíduos por liberar flúor, além de ter uma boa adesividade e agradar o paciente esteticamente. 6 Materiais restauradores Indiretos Material Restaurador Indireto - Porcelana: Observando sob o geral dos materiais restauradores, a porcelana surgiu depois do amálgama, mas como restaurador indireto. Em 1774 foi desenvolvido um processo para a produção de dentaduras de porcelana que eram duras e resistentes á degradação. Em 1789, de Chemant patenteou uma versão melhorada desses dentes de porcelana feito de pastas de minerais. Logo depois, no século XIX, começaram a introduzir a inlay de porcelana. Entretanto, a união de porcelana com metal não foi completamente aperfeiçoada. George Washington (o primeiro presidente dos EUA) usava dentadura feita com alguns de seus dentes, dentes bovinos e de hipopótamos, marfim ou chumbo. Em 1808, Fonzi, um dentista Italiano desenvolveu um dente individual de porcelana que era mantido em posição por um pino de platina preso a ele, mas foi Plateau, um dentista Francês, que introduziu dentes de porcelana nos EUA em 1817. Com o passar do tempo, por volta de 1837, os dentes de porcelana foram melhorados por Ash na Inglaterra e passou a ser usado como material restaurador indireto. Propriedades: Abrasividade (limitação) Dificuldade de preparo (limitação) Integridade marginal (vantagem) Estabilidade de cor (vantagem) Resistência (vantagem) Durabilidade (vantagem) Biocompatibilidade (vantagem) Friabilidade fora da cavidade (limitação) Radiopacidade semelhante ao dente (vantagem) Indicações: Correções de dentes desalinhados Correções de dentes curtos Correções de dentes desgastados pelo bruxismo Correção de cor em dentes manchados Prótese metalo-cerâmica Inlays, onlays e facetas laminadas Caso Clínico: Uma paciente de 28 anos se queixava da sua estética dental por possuir os dentes anteriores com manchamentos. O cirurgião dentista utilizou a porcelana odontológica como uma restauração indireta, porque além de agradar o paciente, também é um material que possui durabilidade. http://luisgustavoleite.com.br/blog/dentes-escurecidos-apos-tratamento-de-canal/ 7 Material Restaurador Indireto - Cerômero: Em 1995 foi desenvolvido o primeiro material classificado pelo fabricante como cerômero, com o intuito de apresentar um material estético com melhor desempenho, suprindo os defeitos inerentes aos materiais estéticos já existentes. Os fabricantes justificam a superioridade dos cerômeros em relação aos demais, por reunir as propriedades positivas das cerâmicas e das resinas. A resina composta direta continham resina e partículas micro-reforçadas, já os cerômero contém filamentos cerâmicos sub micrométricos de diferentes tamanhos. A diferença da resina composta direta para a resina composta indireta (cerômero) é a forma a ser aplicada, pois a direta é diretamente na boca do paciente e a indireta é fora da boca, ou seja, o laboratório produz. Propriedades: Boa durabilidade e apelo estético favorável (vantagem) Maior resistência à pigmentação (vantagem) Resistência a compressão (vantagem) Facilidade de reparo intra-oral: bem mais fácil do que com as porcelanas porque o Material apresenta em sua composição matriz orgânica resinosa (vantagem) Custo por ser um material indireto (limitação) Desgaste superficial ( limitação) Porosidade depois de algum tempo (limitação) Indicações: Restaurações como inlay,onlay, overlay,coroas e próteses fixas adesivas de até três elementos; Restaurações indiretas; Caso Clínico: Paciente de 33 anos procurou o consultório com o interesse de mudar sua estética dental e ter uma correta oclusão. Seus dentes posteriores tinham restaurações de amálgama que além de serem antigas, elas também incomodavam o paciente por sua estética desagradável. Além disso, o paciente não ocluia de forma correta. No tratamento, foi feito a limpeza, remoção do amálgama e utilizou o cerômero devido às suas propriedades (como a resistência) e sua estética que era aceitável pelo paciente. 8
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