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APRENDIZAGEM DO SURDO NA ESCOLA REGULAR

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APRENDIZAGEM DO SURDO NA ESCOLA REGULAR
ACADÊMICOS
Carla Cerqueira dos Santos
Fabiola Carvalho de Oliveira
Tutor Externo: Cintia de Jesus Santos
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Letras – Libras (LBR101) 
Prática Interdisciplinar v
Salvador – 2019.1
RESUMO
 Este trabalho tem como objetivo analisar o ensino/aprendizagem da aluna surda do 2ªano do fundamental I na escola municipal Maria Lídia na cidade de Araci-Ba. Enfoca-se que a inserção da LIBRAS no currículo educacional, assim como apoio e permanência dos profissionais tradutores e interprete de LIBRAS e professores com formação adequada garante o direito de aprendizagem do publico alvo. É mostrado que a alfabetização do educando surdo em sua língua materna LIBRAS L1 vai aprender com mais facilidade a língua portuguesa L2.
Palavras-chave: Aprendizagem. LIBRAS L1. Português L2.
1. INTRODUÇÃO
 O aluno surdo aprende por vias não auditivas, ou seja, aprende por uma linguagem gestual ou como denominamos de língua de sinais ou simbológica, na qual há um sinal que nomeia objetos, as coisas em geral, os verbos, e até mesmo o sinal que eles escolhem para identificá-los e também os ouvintes que interagem com eles. É uma forma de mostrar que eles o aceitem na comunidade deles.
 Atualmente espera-se que a escola seja inclusiva, ou seja, que todos estejam no mesmo espaço, entretanto, de nada adianta inserir os alunos no ambiente escolar junto com outros discentes que não possuem deficiências e não garantir de fato um ensino de qualidade, que os faça aprender efetivamente. Por isso, muitos professores ficam receosos ao receberem em sala de aula alunos com deficiências, isso ocorre porque muitas vezes não se sentem capazes de possibilitar uma aprendizagem significativa. Por exemplo, no caso dos alunos surdos, muitos professores não dominam a Língua Brasileira de Sinais (Libras), e com isso não conseguem se comunicar com eles. E é nesse momento, que esses alunos precisam de outro professor, um intérprete que auxilie nesse processo de aprendizagem.
 Dessa forma, entendemos que a Educação de crianças surdas passa por dois processos, segundo os conceitos abordados por Danielle Bouvet (1990), que aponta em seus estudos, que a criança surda deve ter um ensino bilíngue, ou seja, aprender duas línguas, primeiro: a língua de sinais (LIBRAS) e segundo: a língua portuguesa (ou língua pátria), lembrando que nem toda criança surda nasce sabendo língua de sinais, por isso é necessário que elas aprendam, e é dever não somente da sociedade, mas da escola de ensinar a Língua de Sinais para uma criança surda.
 Esta pesquisa indica reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem da aluna surda, a discursão sobre inclusão no contexto escolar e a necessidade de adaptação curricular para complementar e adquirir o ensino da LIBRAS e da língua portuguesa. Abordaremos como acontece o ensino/aprendizado da aluna surda no 2º ano do fundamental I da escola Maria Lídia e quais dificuldades encontradas pelos professores neste processo.
2.DESENVOLVIMENTO
 Ao fazer a pesquisa na Escola Maria Lídia na cidade de Araci-BA, onde a sala estuda uma surda e vinte nove alunos ouvintes. A escola tem heterogeneidade social, de cultura, religião e raças, a instituição oferece um ensino inclusivo, sua estrutura é desenvolvida para atender alguns alunos com necessidade especiais, porque tem sala de AEE com profissionais qualificados. 
 A partir da pesquisa da importância da inclusão da LIBRAS como L1 e a língua portuguesa com L2 para o aprendizagem da aluna surda em seu contexto escola e social, conversamos com as professoras da classe e a professora do AEE a fim de compreender como fazem para a aluna surda tenha um bom êxito em sua aprendizagem no âmbito escolar .
 Também dialogamos com seus colegas, com intuito de verificar aos discentes como se se dá a inter-relação entre surdos e ouvintes no interior da escola, quais dificuldades que enfrentam e quais os desafios que envolvem a inclusão social e a interação entre eles no ambiente escolar e fora.
 As professoras relataram que infelizmente não conseguem desenvolver o ensino e aprendizagem para aluna surda como deveria, porque não tem nenhuma capacitação voltada para surdez e também sente muita dificuldade em dar uma atenção maior para a discente surda por ter a sala com a quantidade de aluno acima do normal. Também a pouco material adaptado que o MEC disponibiliza para o ensino e aprendizagem de alunos surdos.
 Ao analisar a aula da professora titular 1, percebemos que realmente as atividades e conteúdos não são adaptados para atender a necessidade da educanda surda. O que destaca no ensino e aprendizado para esta aluna surda é o atendimento na sala do AEE uma vez por semana em outra escola que tem o profissional com a capacitação voltada para a surdez, pois na devida escola a sala de AEE só tem profissionais capacitados em deficiência física. E a presença do tradutor e interprete de LIBRAS tem ajudado muito para o desenvolvimento da aluna.
As estratégias que Glat (2007, p. 56 apud MIRANDA 2010, p. 17) nos apresenta: 
As estratégias de ensino mediadoras para o processo de ensino de alunos surdos incluídos em turma comum são: 1. Quanto ao professor em relação ao aluno surdo: Utilizar a linguagem de sinais, gestos naturais, dramatização, mímicas, desenhos como recurso para facilitar a compreensão dos textos que estejam sendo trabalhados em aula; Proferir frases completas, não exagerando na articulação das palavras nem na velocidade da fala; Falar sem movimentar muito a cabeça ou o corpo para que o aluno registre a leitura da fala; Organizar espaços produtivos que permitam ao aluno desenvolver e estimular a criatividade, ludicidade, autonomia, memorização, raciocínio lógico e sociabilização, como cantinho de jogos ou artes, espaço da leitura e espaço da dança; Fazer síntese e resumir conclusões para favorecer a apreensão das informações abordadas verbalmente; Empregar glossários ou listas de palavras que estarão incluídas na atividade desenvolvida e anexá-las em um mural visível a todos na sala; Alternar atividades verbais com as motoras (brincadeiras e danças), diminuindo assim o cansaço causado pela atenção visual constante do aluno.
 Quadros (1997, p. 45-46), com base em pesquisas, nos aponta que também:
 [...] deve-se levar em conta no processo de aquisição da L2 pelo surdo, o interesse/motivação do professor para ensinar a escrita da Língua Portuguesa para o aprendiz surdo, as estratégias de aprendizagem com adaptações necessárias e o ensino bilíngue. E por meio da Língua de Sinais o surdo estabelece relações com outros da comunidade surda, e através dela, permitir um processo mental para que haja a aquisição da L2. [...] muitas são as razões que dificultam a aprendizagem da L2 (a escrita da Língua Portuguesa) pelo surdo, primeiramente pelo fato desta não ser a sua língua natural, outro fator está na diferença de modalidade das línguas, sendo a Língua de Sinais representada por uma modalidade espaço-visual, e é essa diferença de modalidade que determina o uso de mecanismos sintáticos especialmente diferentes dos utilizados nas línguas orais. Soma-se a isto o fato de nas escolas a escrita da Língua Portuguesa ser ensinadas na forma da oralidade, que não irá favorecer a aprendizagem do aluno surdo.
 Como as professoras são incapacitadas para ensinar a aluna surda fomos dialogar com a professora do AEE, pedir para ela explicar como fazer para um aluno surdo tenha um bom êxito no ensino e aprendizagem na L1 e L2, ela disse que primeiro tem que ser alfabetizado em LIBRAS e assim consequentemente aprender a língua portuguesa, cintou o que afirma Sacks (2010, p. 38), em uma das partes de seu belíssimo livro, Vendo Vozes, a Língua de Sinais para a criança surda diz que: 
As crianças surdas precisam ser postas em contato primeiro com pessoas fluentes na Língua de Sinais, sejam seus pais, professores e outros. Assim que a comunicação por sinais for aprendida,ela pode ser fluente aos três anos de idade, tudo pode então decorrer: livre intercurso de pensamento, livre fluxo de informações, aprendizado da leitura e escrita e, talvez, da fala. E ainda, não há indícios de que o uso de uma Língua de Sinais iniba a aquisição da fala, provavelmente ocorra o contrário.
 Mas que para isso precisa tem material adaptado com imagens, porque diferentemente dos alunos ouvintes os alunos surdos aprendem pelo que veem.
Ex:
 
 Quadros (2006, p. 32) ressalta a importância de a criança ter adquirido a Língua de Sinais antes da Língua Portuguesa quando:
 O ensino da língua de sinais é um processo de reflexão sobre a própria língua que sustenta a passagem do processo de leitura e escrita elementar para um processo mais consciente. Esse processo dará sustentação para o ensino da língua portuguesa que pode estar acontecendo paralelamente. Quando a criança lida de forma mais consciente com a escrita, ela passa a ter poder sobre ela, desenvolvendo, portanto, competência crítica sobre o processo. A criança passa a construir e reconhecer o seu próprio processo, bem como, refletir sobre o processo do outro.
 O que impressionou foi que apesar da professora saber pouca LIBRAS os seus discentes ouvintes se comunicam com a discente surda em LIBRAS, porque a interprete tem ensinado a língua de sinais para eles poderem se comunicar com sua colega. Cerca de 80% dos alunos ouvintes desta sala sabe se comunicar basicamente com sua colega surda.
 Os colegas da surda falaram que hoje não sente dificuldade em se comunicarem com ela, porque a interprete tem ajudado muito no ensino e aprendizado dos ouvintes e dos surdos com língua de sinais. Isso tem facilitado muito na comunicação.
 Contudo infelizmente esta aluna surda será igual à maioria dos surdos ira ter muita dificuldade de aprendizagem na L2, porque os professores não são capacitados para promoverem um ensino bilíngue no âmbito escolar.
3.CONCLUSÃO
 Podemos dizer que o aluno surdo é capaz de aprender a sua língua materna L1 e a língua portuguesa como L2, sabendo que ele precisar de profissionais para instrui-los.
 Ao analisar a aluna surda na escola Maria Lídia e alguns surdos aqui na cidade de Araci comprova que eles não são totalmente alfabetizados em sua língua materna e nem na segunda língua que é o português, porque tardiamente eles tiveram contatos com outros surdos e profissionais capacitados para esses fins. Mesmo tendo dificuldades eles conseguem se comunicarem com os outros surdos e com os profissionais capacitados em LIBRAS.
 Mesmo os surdos sendo alfabetizados na idade certa com a L1 eles tem muita dificuldade na L2, porque a muitos profissionais que não são capacitados pra a alfabetização da língua portuguesa exclusivo para surdos. Alguns professores não procuram se capacitarem e outros que se capacitam não têm como realizar a alfabetização, porque há pouco material adaptado para pessoas surdas.
 Contudo um aluno surdo será verdadeiramente bilíngue quando tiver PP votado exclusivo para alfabetização surda, porque infelizmente a ausência de metodologias adequadas voltada para a educação de Surdos e a omissão de recursos didáticos favoráveis ao desenvolvimento dos mesmos, contribui diretamente para que os professores tenham dificuldades em trabalhar com esse alunado em sala de aula regular, e diante disso podemos perceber que a presença do TILS na sala de aula não é suficiente para que o processo de ensino/aprendizagem do aluno Surdo seja satisfatório, que ele não é responsável principal pela educação dos Surdos.
REFERENCIAS:
GLAT, Rosana. Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 letras, 2007.
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução: Laura Teixeira Motta. São Paulo: Schwracz Ltda., 1989.
 QUADROS, Ronice Muller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed,1997
APRENDIZAGEM DO SURDO NA ESCOLA REGULAR
 
 
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UNIASSELVI
 
Licenciatura em
 
Letras 
–
 
Libras (LBR101) 
 
Prática 
Interdisciplinar v
 
Salvador 
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2019.1
 
 
RESUMO
 
 
 
Este trabalho tem como objetivo a
nalisar o ensino/aprendizagem da aluna 
surda
 
do 2ªano do fundamental I 
na escola municipal Maria Lídia 
na cidade de 
Araci
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Ba. Enfoca
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se 
que a inserção da LIBRAS no currículo edu
cacional, assim 
como apoio e permanência dos profissionais tradutores e interprete de LIBRAS 
e professores com formação adequada garante o direito de aprendizagem do 
publico alvo. É mostrado que a alfabetização do educando surdo em sua língua 
materna LIBRA
S L1 vai aprender com mais facilidade a língua portuguesa L2.
 
 
Palavras
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chave
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Aprendizagem
. LIBRAS
 
L1
.
 
Português L2
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1.
 
INTRODUÇÃO
 
 
 
O aluno surdo
 
aprende por vias não auditivas, ou seja, aprende por uma 
linguagem gestual ou como denominamos de língua de sinais ou simbológica, 
na qual há um sinal que nomeia objetos, as coisas em geral, os verbos, e até 
mesmo o sinal que eles escolhem para identificá
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los e também os ouvintes que 
interagem com eles. É uma forma de mostrar que eles o aceitem na 
comunidade deles.
 
 
Atualmente espera
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se que a escola seja inclusiva, ou seja, que todos 
estejam no mesmo espaço, entretanto, de nada adianta inserir os alunos
 
no 
ambiente escolar junto com outros discentes que não possuem deficiências e 
não garantir de fato um ensino de qualidade, que os faça aprender 
efetivamente. Por isso, muitos professores ficam receosos ao receberem em 
sala de aula alunos com deficiências,
 
isso ocorre porque muitas vezes não se 
sentem capazes de possibilitar uma aprendizagem significativa. Por exemplo, 
no caso dos alunos surdos, muitos professores não dominam a Língua 
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surda do 2ªano do fundamental I na escola municipal Maria Lídia na cidade de 
Araci-Ba. Enfoca-se que a inserção da LIBRAS no currículo educacional, assim 
como apoio e permanência dos profissionais tradutores e interprete de LIBRAS 
e professores com formação adequada garante o direito de aprendizagem do 
publico alvo. É mostrado que a alfabetização do educando surdo em sua língua 
materna LIBRAS L1 vai aprender com mais facilidade a língua portuguesa L2. 
 
Palavras-chave: Aprendizagem. LIBRAS L1. Português L2. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O aluno surdo aprende por vias não auditivas, ou seja, aprende por uma 
linguagem gestual ou como denominamos de língua de sinais ou simbológica, 
na qual há um sinal que nomeia objetos, as coisas em geral, os verbos, e até 
mesmo o sinal que eles escolhem para identificá-los e também os ouvintes que 
interagem com eles. É uma forma de mostrar que eles o aceitem na 
comunidade deles. 
 Atualmente espera-se que a escola seja inclusiva, ou seja, que todos 
estejam no mesmo espaço, entretanto, de nada adianta inserir os alunos no 
ambiente escolar junto com outros discentes que não possuem deficiências e 
não garantir de fato um ensino de qualidade, que os faça aprender 
efetivamente. Por isso, muitos professores ficam receosos ao receberem em 
sala de aula alunos com deficiências, isso ocorre porque muitas vezes não se 
sentem capazes de possibilitar uma aprendizagem significativa. Por exemplo, 
no caso dos alunos surdos, muitos professores não dominam a Língua