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HISTÓRIA ECONÔMICA - PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES, CIVILIZAÇÕES HIDRAULICAS E COMERCIAIS (ROMA, GRÉCIA, FENICIOS, CRETA)

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Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC 
Ciências Econômicas – ESAG 
História Econômica Geral – Prof. Cassiano 
Camila Bosa Custódio 
Prova 1 
Conforme combinado, nossa primeira prova não-presencial será na forma de um trabalho 
individual, que consistirá em responder as questões abaixo, observando as seguintes 
instruções: 
 
• O prazo para entrega é até 21/07 (uma semana, portanto). Provas entregues após 
esse prazo terão penalidade progressiva na nota. 
• A prova deve ser anexada dentro do prazo no moodle, em formato de documento de 
texto (preferencialmente Word). 
• O peso da prova é de 30% da nota final. 
• As respostas serão avaliadas não apenas em termos da precisão histórica, mas 
especialmente com base no raciocínio econômico. 
• Naturalmente, não há como impedir que vocês colaborem entre si, mas respostas 
demasiadamente similares, com sugestão clara de cópia, serão fator de penalização 
na nota. 
 
 
Questões da Prova: 
 
 
1. Autores como Douglass North pontuam que a Revolução Neolítica, 
caracterizada como Primeira Revolução Econômica, teve como 
mudança mais importante não a transição de atividades 
caçadoras/coletoras para agrícolas, mas sim a mudança simultânea de 
um sistema de propriedade comunal para um de propriedade privada. 
Por que essa mudança no sistema de propriedade seria uma revolução? 
A mudança para o sistema de propriedade privada ofereceu incentivos para uma 
ampliação na eficiência e produtividade, ou seja, incentivou a obtenção de 
conhecimento e novas técnicas. Como ocorrido durante a Revolução Industrial, teve um 
aumento do controle da natureza pelo homem e, com isso, tornou-se possível a 
sustentação de uma população maior, melhorou a qualidade de vida das pessoas e 
deixou a civilização mais complexa. 
Isso pode ser explicado pela conhecida “tragédia dos comuns”, na qual se relata que o 
uso coletivo e não restrito de um recurso escasso leva ao seu uso ineficiente e, ao 
decorrer do tempo, a possível destruição deste recurso. Como todos podem consumi-lo 
livremente, não há incentivos para poupá-lo nem para melhorá-lo. 
 
2. Do ponto de vista da qualidade nutricional, o padrão de vida das 
primeiras civilizações era inferior aos dos caçadores-coletores. Por 
quê? 
A alimentação mudou de uma baseada em proteína animal para um em cereais (junto ao 
consumo de frutas). A agricultura de subsistência invariável reduz a quantidade de 
alimentos disponíveis e, nas primeiras civilizações, frequentemente se especializavam 
em domesticar milheto1, arroz, trigo ou milho. O que significa que passou a ser baseada 
em no alimento que mais fornece calorias ao ser humano e não contém minerais e 
vitaminas suficientes para o seu desenvolvimento saudável. 
As consequências foram um aumento da mortalidade infantil, a diminuição na 
expectativa de vida, redução na estatura média e um aumento de doenças infecciosas, 
inflamatórias ou degenerativas. O aumento das doenças infecciosas foi causado pelo 
aumento tanto na densidade populacional quanto no tamanho da população, sendo a 
domesticação de animais um vetor de transmissão de doenças novas. 
 
3. Cite duas grandes contribuições (tecnológicas, institucionais, culturais 
etc.) da civilização Mesopotâmica, e explique a importância das 
mesmas do ponto de vista econômico. 
O sistema jurídico que culminou no código de Hamurabi protegia e reconhecia a 
propriedade privada, assim como contratos gravados em tabuinhas de argila. Isso 
propiciou as trocas, o comércio e as atividades artesanais, além da fácil divisão de terras 
o que levou a predominância da pequena propriedade. Com a facilitação de trocas 
comerciais, a Mesopotâmia chegou em um patamar de capitalismo precoce, 
especialmente rural. 
Sem as condenações religiosas de prosperidade financeira, há o surgimento dos 
primeiros banqueiros que praticam depósitos remunerados e o empréstimo com juros. O 
sistema bancário evoluiu a ponto de realizar operações como: pagamento de juros sobre 
depósitos; débitos em conta corrente e transferências de fundos para outras praças. Isso 
melhorou o andamento do comércio exterior no qual necessitava de pagamentos 
adiantados aos comerciantes que lançam as caravanas. Os pagamentos eram feitos 
inicialmente por mercadorias, porém ao decorrer do tempo houve a utilização de ouro e 
prata. 
 
4. Explique a relação entre o surgimento das primeiras civilizações e as 
hierarquias sociais. Em seguida, aponte elementos que distinguiam a 
estrutura de hierarquia social entre a Mesopotâmia e o Egito. 
 
1 Também conhecido como milho-miúdo, milho-painço ou painço. É um grão ancestral do milho e se 
refere a várias espécies cerealíferas. 
MEPOSOTÂMIA: 
A domação de rios era imprescindível para a agricultura na região chamada atualmente 
de crescente fértil e, por isso, houve uma união de clãs dando origem a Mesopotâmia. 
Porém nem todos gostaram da ideia pacífica de comércio e diplomacia entre povos, 
dando origem a diversos conflitos que moldaram a sua história. Com guerras e invasões, 
houve um surgimento precoce de um exército onde futuramente iria ocupar cargos de 
liderança dos povos mesopotâmicos. 
O comércio exterior tinha grande predominância, devido à escassez de matéria prima, e 
logo surgiu um sistema financeiro para melhorar as transações, com isso surgiu uma 
nova categoria: banqueiros. No mesmo patamar havia também artesões, camponeses, 
escribas e comerciantes. A maior parte da população pertencia a essa classe mais baixa, 
que bancava o grupo dominante: alto sacerdotes, família real e chefes militares. Existia 
uma pequena população escrava que era constituída por prisioneiros de guerra ou 
pessoas que haviam sido vendidas/se vendido para os mercadores de escravos. 
A princípio há certa estagnação social na Mesopotâmia, porém, com a ascensão da 
Cidades-Estados, a situação foi modificada2. Com o livre comércio e um sistema 
jurídico que reconhecia a propriedade privada - o Código de Hamurabi -, pessoas 
comuns poderiam se tornar grandes comerciantes e banqueiros chegando, assim, ao 
prestígio. 
EGITO: 
Devido ao seu difícil acesso (região cercada por deserto), o Egito não desenvolveu o 
comércio exterior, assim se desenvolvendo como um Estado muito fechado. Essa é uma 
das teorias pela qual o governo egípcio foi grande, centralizado e com muito poder. 
Todas as terras eram pertencentes ao Estado e existiam concessões delas, como 
atualmente acontece na China3. 
Ele é uma teocracia regida pelo Faraó, correspondente a um deus na terra, e é um cargo 
passado de pai para filho (ou filha dependendo dos casos). Em quase toda a sua história 
teve a sua religião politeísta com grandes e reconhecidos deuses como: Osíris, Isis, Rá, 
Hórus, Anúbis, Seth, entre outros. Cada um com características e histórias especificas 
que moldam os costumes do povo egípcio e criaram uma sociedade conservadora. Por 
ser uma teocracia, há um culto intenso ao faraó e uma forte e marcante hierarquia social. 
Existia uma pequena mão de obra escrava e, o que se sobressaia, era a utilização de 
camponeses na agricultura e pecuária4. Todos eles tinham um “contrato” vitalício com o 
governo e raramente tinham a possibilidade de mudar de posição - o que evidência a 
estagnação social no Egito. Em melhor condição que dos camponeses, há uma pequena5 
 
2 Não aconteceu a mesma situação no Egito. Pode-se levantar várias teorias do porquê: as diferenças 
entre possessão de terra (privada x estatal), comércio exterior (desenvolvido x não desenvolvido), nível 
de monetização, ameaças externas etc. 
3 Informação fornecida por colegas chineses em 2016-2017, então pode estar desatualizada. 
4 A área fértil do Egito se limitava a áreas pertos do Rio Nilo e, por causa de épocas de cheia, houve um 
crescimento nas tecnologias de irrigação. 
5 Sem o desenvolvimento do comércio exterior e pouca monetização, não houve a ascensão de 
profissionais liberais, taiscomo artesões e comerciantes. 
população comerciante e artesã que serve principalmente a classe mais elevadas e ricas. 
A economia era regida por grandes gastos governamentais nos quais incluem a 
subsistência das classes elevadas e o Faraó, além de grandes obras custeadas pelo 
Estado donde surgiu a atual expressão “obra faraônica”. Uma oportunidade de 
crescimento de vida6 para a população comum era entrar no exército egípcio7 já que 
estes tinham uma posição social e hierárquica maior. Logo acima, há funcionários do 
governo da parte administrativa e escribas, superior a eles somente os sacerdotes e o 
próprio Faraó no topo. 
 MESOPOTÂMIA EGITO 
CLASSE MAIS ELEVADA 
Família real, altos sacerdotes 
e chefes militares 
Faraó 
CHEFES DE ESTADO Família real Faraó 
LÍDERES RELIGIOSOS Sacerdotes Faraó 
ARTESÕES 
Desenvolvida e pessoas 
livres 
Serviam a classes mais 
elevadas e são funcionários 
do Estado 
COMERCIANTES 
Pessoas livres com poder de 
ascensão 
Não desenvolvido e muito 
limitado 
RIGIDEZ SOCIAL 
Pessoas tinham liberdade de 
ascender e trocar de cargos 
Muito rígida, com poucas 
oportunidades de mudança 
de cargo ou ascensão 
 
5. No que constituía uma economia palacial? 
Economia palacial, também chamada de economia de redistribuição, é quando todos os 
produtos são centralizados em um centro administrativo (palácio) para depois serem 
redistribuídos. Nessa troca o palácio consegue as próprias arrecadações e era justificado 
a partir do ponto que o palácio redistribuiria a riqueza de forma mais eficiente entre a 
sociedade do que a troca voluntária. Na civilização minoica, o palácio, além de ser o 
centro administrativo e de redistribuição, servia como um armazém e santuário. 
 
6. O que poderia explicar a aparente contradição entre o elevado 
desenvolvimento comercial fenício, e a ausência de monetização 
disseminada nessa civilização? 
A moeda é um conveniente meio de troca quando os produtos comercializados têm alto 
grau de complexidade, como não é visto nas civilizações antigas, e não é necessária para 
 
6 Alistamento era compulsório somente em períodos de guerra ou em convocação do Faraó. 
7 O exército egípcio é composto tanto de nativos quanto de mercenários. 
comércio. Pela ativa rede de distribuidora dos fenícios, a falta de moeda própria não 
seria um empecilho, observando também que poderiam facilmente utilizar o dinheiro 
das civilizações nas quais ofereciam os seus serviços quando necessário. 
 
7. Na sociedade grega, o trabalho, especialmente aquele de atividades 
mais braçais ou corriqueiras, era visto com viés negativo. Explique o 
motivo para isso, e as possíveis consequências para a sociedade de 
modo geral. 
Na sociedade grega, há um elevado uso de mão de obra escrava e o trabalho destinado a 
eles eram principalmente braçais. Com o crescimento das polis, houve um grande índice 
de uso da mão de obra escrava nas Cidade-Estado portuárias. Houve também um alto 
índice de imigração8, estes estrangeiros atuavam principalmente com comercio e área 
manufatureira e, em Atenas9, poderiam chegar até a cargos de professor e artistas. Eles 
não eram considerados cidadãos gregos, porém eram homens livres e tinham que 
cumprir serviço militar. 
Com essa associação do trabalho com escravos e estrangeiros, nos quais não eram bem 
vistos, houve uma divisão entre os trabalhos dignos e indignos. Sendo os trabalhos 
relacionados a atividades públicas (nos quais só cidadãos gregos poderiam atuar) como 
dignos e o resto como indignos. A partir daí o ócio foi considerado uma virtude e houve 
uma crescente produção filosófica e participação política na civilização grega. 
 
8. Em Roma, a trabalho escravo tornou-se ainda mais presente do que na 
Grécia. Uma dependência excessiva dessa forma de trabalho gera 
contradições econômicas internas. Que contradições seriam essas? 
Com a grande entrada dos escravos em Roma, ocorreu uma diminuição do valor da mão 
de obra. Essa redução prejudicou os negócios dos camponeses e artesões que tiverem 
que vender as suas terras para grandes latifundiários – os patrícios – e tentar uma nova 
vida nas polis. O que resultou um aumento de miseráveis nas cidades e o domínio 
agrário dos patrícios. 
No declínio do império romano, houve uma escassez de escravos devido a suspenção de 
conquistas10 já que maioria dos escravos eram prisioneiros de guerra. 
 
9. Explique os motivos econômicos para o declínio do Império Romano. 
Ao decorrer do império romana, o estado se tornou cada vez maior - mais 
intervencionista e sobrecarregado - e o seu declínio se iniciou com a manipulação 
 
8 Exceto para Esparta, já que essa não recebia estrangeiros. 
9 A maior parte da economia ateniense era feita por estrangeiros. 
10 As conquistas estavam suspensas, pois o exército estava ocupado protegendo as fronteiras dos 
bárbaros. 
monetária - perca do conteúdo metálico do dedálio - gerando inflação. Com essa 
manipulação, o escambo ficou mais presente na civilização diminuindo - de princípio - 
ainda mais as receitas (nas quais já não se compensavam com as despesas), porém o 
governo rapidamente incidiu a coleta de gênero11. 
Nessa época, o império romano estava constantemente sendo alvo de ataques bárbaros, 
então o exército aumentou a sua atuação - já que estes protegiam as fronteiras - 
ascendendo em importância. Com novo poder político instaurados, o exército demandou 
salários maiores e, sem conseguir recusar, o governo concedeu. Logo houve outra leva 
de aumento nos tributos, principalmente nas cidades12, porém não modificou a situação 
para os latifúndios - já que esses eram exonerados. 
Outro modo encontrado pelo império foi regulamentar as profissões: proibição de troca 
de profissões; transmissão hereditária de ofícios e formação de corporações. Além 
disso, o governo instituiu o colonato, que prendia o agricultor na terra e o 
impossibilitava de abandoná-la. Isso foi feito para garantir uma produção mínima, já 
que as rotas comerciais e os produtores de grãos estavam sendo atacados, diminuindo 
assim o abastecimento das cidades. 
 
 
 
11 Quem não conseguisse arcar com os impostos com moeda, poderia pagar com produtos. 
12 Esse aumento ocasionou um elevado êxodo rural.

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