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UNIPLENA EDUCACIONAL LTDA - ME 
LICENCIATURA PARA GRADUADOS 
POR: 
ANTONIO CARLOS DE ARRUDA 
ROMÁRIO MARON JUNIOR 
RUBENS MIRANDA DA SILVA 
SAMUEL TARGINO DA SIVA 
EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICORACIAIS 
TURMA 212 
JUNDIAÍ-SP 
2019 
Educação para as relações étnicoraciais !1
Resumo 
O objetivo deste trabalho é mostrar as dificuldades que um pais com uma imensa diversidade 
cultural tem em atender as demandas das minorias. 
E o que séculos de preconceito e discriminação podem causar em uma população e suas 
relações, como por exemplo a dizimação dos povos indígenas. A dificuldade de se ingressar 
em uma universidade ou de se conseguir um emprego. 
Palavras chave: Afro-Brasileiros - Índios - Raça - Etnia - Preconceito 
Educação para as relações étnicoraciais !2
Índice 
Introdução 4
Conceitos 5
As culturas Afro-brasielira e Indígena 8
Raça e etnia no Brasil - Abordagens 
académicas e sociais
10
Políticas de ações afirmativas - A 
questão de cotas
12
Trabalho, produtividade e diversidade 
cultural
13
Conclusão 14
Referências 15
Educação para as relações étnicoraciais !3
Introdução 
Aqui vamos abordar os conceitos e principais diferenças de raça, etnia, mestiçagem, racismo, 
racialismo, preconceito e discriminação. A ponto também de indicar as diferenças entre 
temas que usualmente confundimos como racismo e preconceito. 
Então abordamos as questões das culturas afro-brasileira e indígena, demonstrando a forte 
relação que possuímos com ambas até hoje, seja no campo religioso, musical e até culinário, 
muitos alimentos e tradições se fazem presentes até os dias de hoje. 
Demonstramos que ao longo do tempo, foi aplicado no Brasil alguns conceitos de raça, etnia 
e cor, que com o tempo caíram em desuso devido aos estudos sociais e pesquisas sempre 
muito importantes nestas áreas devido a tamanha diversidade que o nosso país possui. 
E com esses estudos, tratamos das politicas de ações afirmativas, da questão de cotas, do 
porque elas se fazem necessárias, dos projetos para que esse tipo de política seja de fato efetiva 
e de duas controvérsias. 
E por fim, um estudo de que a diversidade no ambiente de trabalho é por assim dizer 
enriquecedora no âmbito das relações interpessoais, nas resoluções do problemas e na quebra 
de preconceitos, com culturas e tradições diferentes da de um mesmo grupo 
Educação para as relações étnicoraciais !4
Conceitos 
1- Raça 
O conceito de raça é altamente complexo e objeto de grandes estudos 
sociológicos. Com o passar do tempo, o uso dessa forma de categorização 
perpetuou a ideia de que os grupos humanos são divididos de acordo com as 
suas características biológicas. 
As principais teorias surgiram no final do século XVIII e início do XIX e um 
dos principais autores foi Joseph Arthur de Gobineau, chamado de o “pai do 
racismo moderno”- foi um filósofo francês e o principal defensor da 
superioridade da raça branca. 
As teorias raciais, surgem com o intuito de justificar a ordem social que surgia 
naquele período à medida em que os países Europeus se tornavam nações 
imperialistas submetendo outros territórios aos seus domínios. 
O conceito de raça foi amplamente adotado no mundo todo até o período da 
Segunda Guerra Mundial, quando ameaça nazista elevou a proporções jamais 
vistas o preconceito e ódio em relação a grupos humanos específicos. 
Houve então uma ruptura no uso indiscriminado do termo raça para definir 
grupos de seres humanos, e passou a se utilizar o termo para tratar de 
problemas ligados ao valos socialmente atribuído a certas características físicas 
como casos de discriminação ou segregação racial que existem ainda hoje. 
De acordo com isso Anthony Giddens conceitua raça como: “Um conjunto de 
relações sociais que permite situar os indivíduos e os grupos além de determinar 
atributos ou competências com base em aspectos biologicamente 
fundamentados.” 
2- Etnia 
Etnia, pode ser conceituada resumidamente como o sentimento de 
pertencimento a determinado grupo com o qual um individuo partilha a mesma 
língua, tradições e território. Ou seja estas características fazem parte da 
identidade do indivíduo. 
Educação para as relações étnicoraciais !5
3- Mestiçagem 
O conceito de mestiçagem desenvolveu-se por volta do século XVI como parte 
da estratificação social e do sistema de castas baseadas nas raças. Os mestiços 
eram considerados aqueles que nascem de pai e mãe de raças diferentes. 
Os mestiços tinham um estatuto inferior aos brancos o que lhes impedia de 
assumir certos cargos ou serviços. 
Com a independência dos países americanos, novas legislações aboliram os 
privilégios pelo nascimento ou sangue colocando todo e qualquer indivíduo em 
pé de igualdade perante a lei. 
Daí em diante a noção de mestiço é usado para se referir às pessoas 
descendentes de aborígenes americanos, afro-americanos e espanhóis, por esse 
motivo que grande parte da população latino-americana é considerada mestiça. 
4- Racismo 
Racismo é a denominação da discriminação e do preconceito ainda que 
indiretamente contra indivíduos ou grupos por causa de sua etnia ou cor. 
A discriminação pela origem data da antiguidade quando gregos e latinos, 
classificavam os estrangeiros como bárbaros, porém o preconceito ligado a raça 
é mais moderno e data dos séculos XVI e XVII com as expansões marítimas e 
colonização do continente americano. 
5- Racialismo 
O racialismo, é a ideia de que “raças” humanas são substancialmente diferentes 
umas das outras e tais diferenças determinam as habilidades e comportamento 
dos povos. 
Portanto para o racialismo, é possível dividir a humanidade em grupos bem 
definidos, além disso muitos racialistas mantém também uma hierarquia racial 
entre as raças. 
As teorias racialistas são aquelas que se dedicam ao estabelecimento de um 
conjunto de crenças ligadas a genética que determinam uma hierarquização 
entre as supostas raças humanas. 
Educação para as relações étnicoraciais !6
6- Preconceito 
O preconceito é um conceito ou uma opinião previamente concebida. Trata-se 
de um juízo feito sobre algo ou alguém antes de qualquer experiencia. 
O preconceito age a partir de uma simplificação, estabelecendo categorizações 
sociais através da criação de estereótipos. O preconceito tem base no principio 
da generalização de todo o grupo alvo do preconceito. 
O preconceito está mais relacionado a um sistema de valores do sujeito do que 
propriamente às características de fato do seu objeto, o preconceito implica 
naqueles que o utilizam como um componente afetivo e valorativo não sendo 
determinado pela realidade do grupo alvo do preconceito. 
7- Discriminação 
É comum confundirmos discriminação e preconceito, porém discriminar é o 
tratamento preconceituoso dado a certas categorias sociais, raciais ou qualquer 
outra que o valha. 
A discriminação decorre do preconceito, fazendo com que determinados 
segmentos, grupos ou atividades sejam excluídos ou estigmatizados. 
Uma forma corriqueira de discriminação é a quela referente ao nível social, à 
raça, religião ou opção sexual, por exemplo. 
Educação para as relações étnicoraciais !7
A Cultura Afro-Brasileira e 
Indígena 
A história brasileira possui grande influência da cultura africana e indígena. Os 
negros escravizados incorporaram elementos da sua cultura à realidade que lhes 
era imposta, o que segundo historiadores fez com que surgisse a cultura afro-
brasileira. 
Ao chegarem ao Brasil, os cativos passariam a conviver com diversos grupos, 
povos e raças. Com essas relações sociais para garantir sua sobrevivência 
formam-se relações intergrupais, construindo espaços e recriando uma cultura 
que foi deixada para trás após a saída da África. 
Ao longo de todo esse processo, os negros foram deixando marcas que 
influenciam no cotidiano dos brasileiros até hoje, influências essas na religião, na 
música, na culinária e até no idioma. 
No campo religioso por exemplo foram os negros que trouxeram o islamismo, o 
calundu, o candomblé e a umbanda, essaultima originalmente brasileira. 
O islamismo chegou ao pais no século XIX, os africanos islâmicos eram 
conhecidos por “malês" e utilizavam como símbolos de sua religião amuletos 
com coração, que tinha o objetivo de proteger-lhes do mal. 
Já o calundu veio entre os séculos XVII e XVIII e era representado pela prática 
do curandeirismo e uso de ervas, tais praticas foram ameaçadas pelas 
autoridades locais. 
O candomblé que teve seu inicio no Brasil no século XIX se resume a prática de 
oferendas aos ancestrais, os chamados orixás, existem várias nações do 
candomblé, representadas pelas nações africanas que influenciaram a criação de 
outra religião, a umbanda, que além de características africanas, tem raízes no 
catolicismo e no espiritismo. 
O africano trouxe também grande referência para a nossa música, os famosos 
batuques aconteciam em praças públicas e geralmente aos domingos que era o 
dia em que eles tinham folga. É daí que surge um dos ritmos mais populares no 
Brasil, o samba. 
A Lei 10.639/2003, nasce para que a educação fosse complementada e que a 
cultura afro-brasileira seja incluída nas escolas, isso é considerado um grande 
avanço tendo em vista os moldes de educação europeu vigentes até hoje. 
Educação para as relações étnicoraciais !8
Passemos agora aos indígenas que lá em 1500 quando o Brasil foi descoberto, 
estes já o habitavam. Por se sentirem uma raça superior os portugueses trataram 
de aculturar os índios com seus costumes e a religião católica. 
Porém os nativos não se subordinaram e com isso com a resistência a 
escravização e batalhas sangrentas com os colonizadores, estes últimos por fim 
acabaram dizimando grande parte da população indígena do território 
brasileiro. 
O povo indígena desde a descoberta, basicamente vive da natureza e do que ela 
oferecia como a caça, a pesca, o cultivo de alguns cereais, tubérculos, raízes e 
leguminosas que até hoje fazem parte da dieta do brasileiro como a mandioca, a 
batata doce, o amendoim e o milho. 
Os nativos brasileiros, apesar de terem sofrido influência de diversos povos, em 
sua maioria mantiveram seus costumes e pequena parte de suas terras, sendo 
necessário incluir nos moldes da educação brasileira um campo que trata “do 
índio para o índio” resgatando alguns costumes afim de garantir o seu futuro. 
Compreender a sociedade nativa indígena, é respeitar um povo que antes do 
Brasil ser colonizado já estava aqui, estima-se que na época da descoberta eram 
em media mil povos distintos, respeitar as diferenças e suas especificidades faz 
com que esses povos não diminuam. 
Atualmente no território brasileiro encontramos 253 povos, falantes de mais de 
150 línguas distintas, numero esse bem inferior aos números a época do 
descobrimento. 
Atualmente, no Brasil o dia 19 de abril é considerado o dia do índio que 
geralmente é comemorado nas escolas para que haja a conscientização das 
crianças para com esses povos e seus costumes. 
Educação para as relações étnicoraciais !9
Raça, etnia e cor no Brasil - 
Abordagens acadêmicas e 
sociais 
Na história do pensamento racial brasileiro, o ano de 1843 pode ser pensada 
como emblemática posto que neste ano Karl Friederich Philipp Von Martius 
apresentou seu ensaio “Como se deve escrever a historia do Brazil”, vencedor 
do concurso do recém-constituído Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 
(IHGB). Seu posicionamento em relação à miscigenação entre diferentes grupos 
étnicos revela um pensamento explicitamente hierarquizante e racista, 
afirmando que a raça negra, degenerada e inferior, iria contribuir com a 
construção de uma nova nação a medida que fosse assimilada, absorvida pela 
raça branca ou caucasiana. 
Francisco Adolfo de Vernhagen, consolida essa versão fundadora e elitista da 
nobreza branca européia, e sustentadora da doutrina do branqueamento como 
forma de extinção dos índios e negros em sua obra intitulada “Historia geral do 
Brazil”, obra encomendada pela Coroa. Nesta obra os nativos são dignos de 
epítetos tais como “gentes vagabundas, bestas falsas e infiéis, impiedosas e 
despudoradas” dentre outros. 
Assim, a forma como os segmentos da sociedade são classificados, do ponto de 
vista da percepção de traços físicos, condiciona a trajetória de vida de cada 
indivíduo. 
Oficialmente, nas estatísticas públicas por ocasião do primeiro recenseamento 
do Brasil, feito em 1872 que se determinou um sistema de classificação por cor 
utilizando-se das seguintes categorias: “branco, preto, pardo e caboclo” 
Em 1890 data do segundo recenseamento do país trocou-se o pardo por 
mestiço. 
Nos recenseamentos seguintes dos anos de 1900 e 1920 não foi incluída a 
classificação racial. 
Os estudos na área de mobilidade social se dedicam a mensuração da transição 
entre as posições da estrutura social, através da analise de variáveis como renda, 
Educação para as relações étnicoraciais !10
ocupação e educação. Ou seja tentam medir o percurso entre uma posição de 
origem e de destino na escala social. 
Os primeiros estudos que utilizam métodos quantitativos para analisar o 
processo de mobilidade social no Brasil ocorreram em 1979, baseados nos dados 
do PNAD de 1973 (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio). 
A abordagem, se baseou na estratificação da sociedade em grupos de ocupações 
dos homens adultos economicamente ativos. Com isso chegou-se a conclusão de 
que devido ao processo de industrialização do país, um intenso processo de 
mobilidade social teria sido favorecido, ascendente para a maioria da 
população. 
Porém observa-se até os dias de hoje reflexos desta diferenciação entre raças. 
Educação para as relações étnicoraciais !11
Políticas de ações 
afirmativas- A questão de 
cotas 
As políticas de ações afirmativas teriam surgido na Índia na década de 50, 
quando foi inserido um dispositivo na sua constituição que permitia a adoção de 
medidas destinadas à eliminação das disparidades oriundas do tradicional 
regime indiano de divisão da sociedade em castas de acordo com a origem 
étnica sócio-econômica dos indivíduos. 
As políticas de ações afirmativas ganharam maior notoriedade quando na 
década de 60 foram adotadas na América, mais precisamente pelos presidentes 
dos Estados Unidos John F. Kennedy e Lindon Johnson. 
Quando se trata de Brasil, e mais precisamente a criação do sistema de cotas nas 
universidades públicas temos uma sólida experiencia. 
Não obstante temos a discussão acerca da viabilidade e constitucionalidade da 
adoção do sistema de cotas para ingresso nas universidades. 
Pode-se indicar primeiramente o preconceito dos alunos “não cotistas” em 
relação aos “cotistas”, em segundo lugar, apontam-se fraudes nos processos de 
identificação dos estudantes provenientes dos grupos minoritários. Em terceiro 
lugar, argumenta-se que a má formação e ou carência intelectual dos estudantes 
“cotistas” faria com que estes não conseguissem acompanhar as disciplinas do 
curso. E por fim, como fruto dos prognósticos anteriores sustenta-se que 
ocorreria um êxodo dos professores das universidades públicas para as 
universidades particulares. 
Com base nisso, para evitar a ocorrência de tal cadeia de possíveis resultados 
negativos existem projetos que visam integrar os estudantes “cotistas” no âmbito 
universitário de maneira que possam acompanhar adequadamente o 
andamento dos cursos e concluí-los normalmente. Dentre eles podem-se 
destacar a concessão de bolsas de estudos e cursos de reforço e integração. 
Educação para as relações étnicoraciais !12
Trabalho, produtividade e 
diversidade cultural 
Com o conceito de globalização cada vez mais disseminado, diversidade cultural 
entrou pra valer numa pauta do mundo atual. 
Então é necessário entender a importância da inclusão no mundo corporativo, 
além de entender a importância do respeito e da valorização das diferenças. 
Apostar em diversidade é apostar em enriquecimento cultural para todos dentro 
de uma empresa. 
Pessoas com diferentes origens, crenças, quando parte de um propósito podemcompartilhar ideias e visões diferentes, encontrar soluções que não seriam 
possíveis se todos possuíssem um vivencia semelhante. 
Refletir sobre diversidade, exige disposição para revisão de algumas crenças 
pessoais, abertura a novos aprendizados, desenvolvimento de empatia e alguma 
resiliência talvez. 
Pode parecer que tudo isso exige um trabalho imenso, mas os resultados 
compensam e excedem a dimensão do ambiente de trabalho. Profissionalmente, 
um ambiente diverso esta ligado a melhores resultados, maior criatividade, 
diminuição de rotatividade , pode-se perceber colaboradores mais satisfeitos 
com os seus empregos, mais dispostos a transmitir mensagens de respeito em 
todos os ambientes, sejam eles familiares, corporativos e até nas redes sociais. 
Educação para as relações étnicoraciais !13
Conclusão 
Com tudo o que foi abordado neste estudo, concluímos que por séculos noções de raça, cor, 
etnia foram pouco a pouco se tornando parte do cotidiano dos povos, gerando com isso o 
preconceito, o racismo e a discriminação entres seres da mesma espécie, a espécie humana. 
Porém com o passar do tempo esses moldes vem sendo desconstruídos afim de que não exista 
mais essas diferenças de cor, raça ou qualquer outra que venha causar qualquer tipo de 
segregação, discriminação ou preconceito 
Por fim, temos a prova clara de que incluir é a melhor solução, pois sempre temos algo a 
aprender ou a ensinar com nossas diferenças, lembrando sempre de tratar a todos com o 
respeito devido a sua cultura, tradição ou origem social. 
Educação para as relações étnicoraciais !14
Referências 
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20171030120022.pdf 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/raca-etnia.htm 
Políticas de ações afirmativas no Brasil: Uma análise acerca da viabilidade de um sistema de 
cotas sociais para ingresso nas universidades BELLO, ENZO 
https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/diversidade-no-ambiente-de-trabalho/ 
Educação para as relações étnicoraciais !15
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20171030120022.pdf
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/raca-etnia.htm
https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/diversidade-no-ambiente-de-trabalho/
	Índice
	1- Raça
	2- Etnia
	3- Mestiçagem
	4- Racismo
	5- Racialismo
	6- Preconceito
	7- Discriminação

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