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Doenças respiratórias agudas em pediatria

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Doenças respiratórias agudas em 
pediatria 
Resfriado comum 
- Condição benigna 
- Autolimitado 
- Etiologia viral 
- Comportamento sazonal 
- Mais incidente em pré-escolares 
→Etiologia 
-Rinovírus (mais comum) 
- Parainfluenza 
- Vírus sincicial respiratório 
- Influenza 
- Adenovírus 
- Coronavirus 
→Fisiopatologia 
- Doença transmitida e contraída por 
micropartículas respiratórias exaladas 
por espirro e tosse. 
- Também transmitida pelas mãos 
contaminadas em contato com olhos, 
nariz ou boca. 
-Pico de excreção viral: 3 a 5 dias após 
o inicio da doença. 
- Sintomas são originados da resposta 
inflamatória da mucosa nasal (com ou 
sem necrose). 
Obs: Pré-escolares que frequentam 
creches podem apresentar 1 episódio 
por mês de resfriado comum, 
podendo ter até 12 episódios ao ano. 
→Quadro clínico 
- Perguntar por contato com pessoas 
resfriadas há 2 dias, ou se a criança 
frequenta creche. 
- A síndrome clinica é de tosse, espirro, 
rinorréia, obstrução nasal e febre. 
- Exame físico: edema e hiperemia de 
cornetos nasais. Rinorréia, 
linfoadenopatia cervical anterior e 
hiperemia conjuntival. 
- Recuperação: 7-10 dias. 
→Tratamento 
- Não há necessidade de propedêutica 
laboratorial 
- Tratamento visa alivio sintomáticos. 
Lavagem nasal com soluções salinas 
(solução fisiológica 0.9%) pode aliviar 
sintomas. Hidratação oral pode ajudar a 
fluidificar secreções. 
→Diagnostico diferencial e 
complicações 
- Considerar diagnostico diferencial 
com rinite alérgica. 
- Complicações comuns: reatividade 
brônquica (presença de sibilos, 
desconforto respiratório, tempo 
respiratório prolongado ao exame), 
otite média aguda e rinossinusite. 
→Prevenção 
- A principal medida preventiva é a 
lavagem das mãos com água e sabão 
ou a higienização com soluções 
desinfetantes à base de álcool a 70%. 
- Também são uteis evitar tocar os 
olhos, nariz e boca e manter-se 
distante de pessoas resfriadas, quando 
possível. 
- A vacina contra a gripo (anti-influenza) 
não evita resfriados. 
Faringite 
- Predominantemente infecciosas e 
virais. 
- Acima dos 3 anos de idade, embora 
a etiologia viral ainda predomine, deve-
se suspeitar da infecção (bacteriana) 
pelo Streptococcus beta-hemolítico do 
grupo A. 
→Etiologia 
- Responsáveis por até 80% dos casos 
de faringite aguda infecciosa: 
adenovírus, Parainfluenza, influenza, 
rinovírus, Coronavirus, enterovírus, 
vírus Epstein-Barr e herpes vírus 
simples. 
- Streptococcus beta- hemolítico do 
grupo A causa 15 a 20% das faringites 
agudas. 
→Quadro clinico 
-Odinofagia e febre são sintomas 
universais. 
- Quadros virais: espirros, coriza, 
obstrução nasal, conjuntivite, tosse e 
diarreia. 
- Etiologia bacteriana: febre alta, mal-
estar geral e dor abdominal. 
- Achados no exame físico indicadores 
de faringite estreptocócica: petéquias 
no palato, com hiperemia acentuada da 
orofaringe, exsudato amigdaliano e 
adenomegalias cervicais anteriores. 
 
Caso pontua-se 4 ou mais pontos, 
pensa-se predominantemente em 
etiologia bacteriana. (ajuda a direcionar 
a propedêutica). 
→Diagnóstico 
- Diagnóstico clínico. 
- Considerar a realização de teste 
rápido para Streptococcus beta-
hemolítico do grupo A e cultura de 
orofaringe em caso de alta suspeição. 
- Exames de sangue (antiestreptolisina 
O, proteína C reativa e leucograma) 
não são necessários ao diagnóstico de 
faringite estreptocócica (não deve ser 
usado para diferenciar faringite viral ou 
bacteriana). 
→Tratamento 
- Sintomático. 
- Em caso de suspeita de etiologia 
bacteriana, usar penicilina (amoxacilina 
ou penicilina benzatina). 
- Macrolídeos (por ex. azitromicina) 
podem ser usados em caso de alergia. 
→Complicações 
- Quadros virais são benignos. 
- Complicações supurativas da etiologia 
bacteriana são adenite cervical, 
abcesso periamigdaliano ou 
retrofaríngeo, otite media e sinusite. 
- Sequelas não supurativas da faringe 
estreptocócica incluem febre 
reumática (pode ser evitada quando há 
uso de antimicrobiano no início da 
doença), glomerulonefrite, pós-
estreptocócica e artrite reativa. 
→Prevenção 
- Quadros virais podem ser prevenidos 
evitando-se aglomerados ou contato 
íntimo com pessoas sintomáticas e 
mediante lavagem das mãos. 
- Vacina contra SBHGA vêm sendo 
estudadas, mas ainda não estão 
disponíveis. 
Otite média aguda 
- Processo inflamatório da orelha média. 
- Etiologia viral ou bacteriana. 
- Comumente secundaria a uma 
infecção viral prévia das vias 
respiratórias superiores (como por ex., 
resfriado). 
 →Epidemiologia 
- Cerca de 90% das crianças têm pelo 
menos um episodio de OMA ate os 5 
anos de idade. 
- O pico de ocorrência vai dos 6 aos 
24 meses. 
- OMA é a principal causa de 
prescrição de antibióticos em Pediatria 
na maioria dos países. 
→Etiologia bacteriana 
- Streptococcus pneumoniae 
- Haemophilus influenzae não tipável 
- Moraxella catarrhalis 
→Fisiopatologia 
-Disfunção da tuba auditiva. Sendo mais 
presente em crianças jovens. (pela 
anatomia da criança, ela tem uma 
facilidade de acumular pus, causando 
um crescimento de bactéria, o que 
gera uma infecção) 
→Otoscopia 
Os achados mais específicos para 
identificação de otite media aguda são: 
- Eritema intenso timpânico. 
- Abaulamento timpânico. 
- Membrana timpânica opaca. 
- Perda de mobilidade timpânica 
(através do método pneumático – 
Otoscopia pneumática). 
→Tratamento 
- Criança >2 anos de idade sem 
sintomas graves: conduta expectante 
(observar). 
- A criança deve ser reavaliada entre 
48 e 72 horas. Caso não haja 
recuperação desejada, deve iniciar 
antimicrobiano. 
- Iniciar antimicrobianos nos menores 
de 6 meses e nas crianças a partir de 
6 meses de idade com otalgia (“dor de 
ouvido”) moderada a intensa há pelo 
menos 48 horas ou com febre maior 
que 38,9° (sintomas graves). 
- O antibiótico de escolha para o 
tratamento das otites é amoxicilina. 
Crupe 
- Corresponde às síndromes clinicas 
encontradas na laringite, 
laringotraqueíte e na 
laringotraqueobronquite. 
- Causado predominantemente por 
infecção viral. 
- Predomina no outono e no inverno, 
mas ocorre o ano todo 
(comportamento sazonal). 
- É a principal causa de obstrução 
aguda das vias respiratórias superiores 
e estridor em crianças. 
→Quadro clinico 
- Coriza, rouquidão e tosse leve. Febre 
pode ocorrer. 
- Evolutivamente podem surgir estridor 
(som ofegante durante a inalação), 
tosse ladrante e dificuldade respiratória. 
- Nos casos mais graves há retração 
inspiratória na fúrcula esternal e nas 
regiões sub e intercostais. 
- Os sintomas pioram na madrugada ou 
quando a criança se agita. 
- A fase mais intensa da doença 
costuma durar 2 a 5 dias. 
→Tratamento 
- Epinefrina nebulizada (a criança deve 
permanecer em observação por pelo 
menos 4 horas após nebulização). 
- Corticoides (efeito anti-inflamatório) - 
dexametasona, prednisolona 
- Oxigênio. 
→Prevenção 
- Afastar criança momentaneamente 
da creche, se frequentar. 
- Lavagem das mãos antes e depois 
de contato com o paciente ou com 
fômites. 
- Para pacientes internados, 
recomenda-se isolamento da criança.

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