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Introdução a SW 01

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A ESCRITA COMO FORMA DE REPRESENTAÇÃO DA LÍNGUA
o papel social da escrita é importante não apenas para a comunicação das ideias, mas como modo de afirmação dos direitos sociais aos quais as comunidades inseridas nas sociedades letradas têm direito.
LINGUAGEM, LÍNGUA E ESCRITA
 A Linguística é a ciência que estuda os fenômenos referentes à linguagem, embora desde a antiguidade houvessem estudos sobre a história das línguas, estudos sobre a origem das línguas e obras que procuravam descrever e fixar a gramática das diferentes línguas. Apenas com o estabelecimento da Linguística, uma ciência que tem como objeto de estudos os fenômenos referentes ao ponto de vista estrutural da língua, é que se pode estabelecer o estudo da linguagem humana de modo organizado e cientificamente constituído. Assim sendo, é partir dos estudos de Saussure e da publicação do Curso de Linguística Geral, em 1916, livro produzido a partir das anotações que dois alunos fizeram a partir das aulas dadas por Saussure na Universidade de Genebra, que o estudo da linguagem ganha contornos de ciência.
Assim sendo, na visão de Saussure, a Linguística tem três tarefas. A primeira delas é a descrição da história das línguas, com o objetivo de perceber qual a história das línguas que são derivadas de uma mesma língua, ou seja, da mesma família linguística, por exemplo, é o caso da Língua Portuguesa, que está incluída na família das línguas neolatinas, tendo em vista que se originou a partir do latim, sendo tarefa da Linguística descobrir quais outras línguas fazem parte desta família e como as línguas se relacionam.
A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA, ESCRITA E FALA
 Ao apresentar a oposição feita por Saussure entre língua e fala, Dubois et al. (1973), mencionam os seguintes pontos:
 1 – A língua é coletiva, a fala, individual. 
2 – A língua é aprendida de forma passiva, a fala é uma ação livre e de criação. 
3 – A língua não é criada nem modifi ca na individualidade, a fala é um lugar da liberdade do indivíduo.
A INTERDEPENDÊNCIA ENTRE A ESCRITA E LEITURA
 A leitura e a escrita estão relacionadas de modo interdependente porque não é possível a realização de uma sem a existência da outra. Lembrando do exemplo da Pedra de Roseta, mencionado anteriormente, a tradução da escrita dos hieróglifos egípcios só foi possível porque o texto estava escrito em grego e ainda existiam pessoas capazes de ler o grego escrito. Logo, caso não existissem mais pessoas que soubessem ler em grego, a escrita da Pedra de Roseta não seria traduzida e não teríamos acesso ao conhecimento dos hieróglifos egípcios. Deste modo, a escrita só faz sentido se existirem pessoas capazes de fazer a leitura daquele texto escrito. Porém, fazer a leitura é muito mais do que apenas juntar as letras (no caso das línguas orais) ou sinais (no caso das línguas de sinais), porque a língua que a escrita representa também é mais do que uma simples junção de vocabulário.
A matéria da Linguística é a linguagem humana.
 • As tarefas da ciência da linguagem são descrever as famílias linguísticas, localizar as forças em ação que explicam as características particulares das línguas ao longo da história.
 • O texto escrito permite a observação dos fenômenos referentes à linguagem humana em um tempo e espaço diferentes daquele em que o linguista está localizado. 
• Linguagem e língua são expressões que possuem conceitos diferentes. 
• A linguagem humana é tudo aquilo a que podemos atribuir sentido, por isso, ela tem inúmeras facetas e manifestações, é uma faculdade, uma habilidade humana, que só pode ser vista nas realizações concretas que a compõe, a língua faz parte dela. 
• A língua é a parte essencial da linguagem humana, também é um produto social observável, por isso, a Linguística tem suas tarefas relacionadas à língua e não à linguagem humana. 
• A língua tem um caráter coletivo social, a fala tem um caráter individual, pois é o modo como o indivíduo usa a língua de modo particular. 
• A língua faz com que a fala possa ser entendida e a fala faz com que a língua se estabeleça no mundo concreto.
 • Para Saussure, a escrita é uma representação da língua, uma fotografia estática de um rosto, enquanto a fala é o olhar para o rosto ao vivo.
 • Não é possível ter acesso direto à língua depositada no cérebro do indivíduo, então não é possível para a escrita representar diretamente a língua, logo, a escrita se organiza a partir da fala para poder exercer o seu papel como representação da língua.
 • A fala é o lugar de realização da língua, já a escrita é o modo de representação da língua. 
 • A escrita e a leitura são intimamente ligadas, pois a realização da escrita só se concretiza no momento da leitura, que, mais do que decodificação é a compreensão da língua escrita utilizada em todas as suas características e um diálogo entre os sujeitos históricos envolvidos por meio dela.
 • A leitura envolve três etapas: antecipação, decifração e interpretação.
DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA DAS LÍNGUAS ORAIS
• A escrita completa é aquela que tem como objetivo a comunicação, é um conjunto de marcações gráficas artificiais em um suporte durável e se relaciona por convenção para articular a fala. 
• A realidade se categoriza através da linguagem humana e, por continuidade, da língua. • A nossa percepção da existência não apenas é perpassada pela língua, mas ela se estrutura a partir da língua. 
• A escrita permite que os indivíduos tenham um ponto de referência para poderem desenvolver seu pensamento em relação a esses conhecimentos, concordando, refutando, contrapondo ou extrapolando aquilo que foi desenvolvido anteriormente. 
• O intertexto é o que permite o desenvolvimento do conhecimento humano a partir das relações que se estabelecem entre os diferentes textos. 
• Hipertexto é o modo como diferentes formas de registro escrito, visual, musical etc. se organizam em uma rede de conhecimento compartilhado.
 • Antes do desenvolvimento da escrita completa, a humanidade passou por vários sistemas e formas de registro gráficos de memória.
 • Os símbolos gráficos mnemônicos que merecem destaque são: quipus/guipus, entalhes, pictogramas e fichas de argila.
 • Os guipus/quipus incas eram sistemas de contagens com nós.
 • A escrita se desenvolveu a partir da necessidade de registro das informações contábeis sobre animais, mercadorias etc.
 • Os entalhes são registro de informação com marcas gráficas intencionais, por isso, representam armazenagem de informações
• Os pictogramas são a junção de marcas com elementos mnemônicos e trazem maior quantidade de informações sobre as qualidades e características dos elementos envolvidos. 39 
• Os pictogramas não fazem parte das escritas completas porque suas marcas são icônicas e não convencionais. 
• Os símbolos gráficos se desenvolveram para registros contábeis mais eficientes. 
• O símbolo é uma marca gráfica que significa outra coisa, um signo é um componente convencional de um sistema de escrita. 
• Os signos linguísticos, para Saussure, são caracterizados como: unem um conceito a uma imagem acústica, arbitrários, lineares, convencionais e mudam ao longo do tempo.
 • As fichas de argila são o início de um sistema de escrita completa. 
• Os pequenos envelopes de argila (bullae) armazenavam as fichas e não precisavam ser abertos para saber a quantidade de fichas que tinham dentro porque eram colocadas marcas que indicavam o tipo e a quantidade das fichas existentes em seu interior. 
• Os símbolos usados nos envelopes fizeram com que as fichas fossem dispensadas, dando início ao processo de uso de símbolos indiretos. 
• Para a teoria das fichas, a escrita completa começa a se desenvolver a partir do momento em que foi possível ler através do uso de símbolos indiretos, o tipo e a quantidade de cada bullae. • As tabuletas coexistiram com as bullae e tinham a mesma função: dizer quantas unidades de cada mercadoria.
 • A fonetização é a transição de um símbolo gráfico para um símbolo referente ao som da palavra (fonético).
 • Os pictogramas se tornaram abstratos e padronizados,mas mantiveram seu valor fonético. 
• O pictograma se torna símbolo quando perde a correspondência direta com o objeto por ele representado, mas mantém o valor fonético e a referência ao objeto. 
• O símbolo vira signo quando o som assume a prioridade no sistema e se distancia da referência ao objeto. 
• O princípio de rébus permite que a imagem de algo exprima uma sílaba na língua falada. 
• Foneticismo sistêmico: um sistema padronizado com um número limitado de signos em que há coordenação entre sons e símbolos para criar os signos de um sistema de escrita. 40
 • A escrita suméria influenciou o desenvolvimento da escrita para os demais povos. 
• A escrita completa emergiu apenas uma vez na história da humanidade. 
• Logoconsonatismo: escrita egípcia, imagens representando só o som da consoante inicial. 
• Logosilabismo: escrita cuneiforme, formação de palavras individuais com representação em sílabas. 
• Todas as escritas ou sistemas de escrita são formados por empréstimos de, por exemplo, a ideia da escrita, a orientação, o sistema, a própria escrita, parte do sistema para enriquecer outro sistema e partes dos caracteres. 
• Todos os sistemas completos de escrita compreendem uma combinação de sinais de sentido (semânticos) e sons (fonéticos). 
• Os egípcios foram os primeiros a representar consoantes individuais com apenas um sinal correspondente. 
• A representação de um sinal para um som foi uma solução econômica e flexível, porque diminuiu o número de sinais e ampliou a quantidade de combinações. 
• Os gregos foram os responsáveis por inserirem as vogais no alfabeto fenício e mapearem os sons existentes. 
• Através dos etruscos, o alfabeto grego chegou aos romanos. • O alfabeto latino se espalhou por
• O alfabeto latino se espalhou por mais línguas devido ao cristianismo, à colonização e à globalização.
REGISTRO PARA AS LÍNGUAS DE SINAIS
• Por ser uma língua visuoespacial, a Libras apresenta certa complexidade em ser colocada em um suporte como o papel. 
• A evolução das possibilidades de registro da língua de sinais acompanhou e se aproveitou do desenvolvimento das TICs e da internet. 
• A descrição é uma forma de registro que pretende fazer uma fotografia por escrito de algo, colocando em palavras a imagem de um sinal. 
• A descrição, como registro de sinais da Libras, torna complicado o registro e a leitura do sinal. 
• O registro em imagens teve grande evolução devido ao desenvolvimento de formas mais práticas, acessíveis e eficientes para registro e divulgação dos sinais. 
• Os registros em vídeo permitiram um maior detalhamento dos sinais e a divulgação de histórias e narrativas em Libras. 
• O uso das diferentes tecnologias de elaboração, captação e reprodução de imagens contribuiu para que o registro e divulgação da Libras ganhasse destaque. 
• As glosas/índices são utilizadas em pesquisas acadêmicas com o objetivo de descrever detalhadamente as relações sintáticas entre os sinais a partir do uso de índices que marcam as relações sintáticas entre os sinais. 52 1 Em sua opinião, porque o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, bem como o advento da internet foram importantes para o registro das línguas de sinais? 2 Em sua opinião, a quantidade crescente de canais do YouTube que divulgam materiais em Libras é um ponto positivo ou negativo para a divulgação da Língua, tendo em vista o pouco controle da qualidade destes materiais? 3 Quais as vantagens e desvantagens de cada uma destas formas de registro colocadas acima, em sua opinião?
4 ESCRITA DAS LÍNGUAS DE SINAIS
• A escrita de língua de sinais se insere e parte da história da escrita das línguas orais. 
• A transição entre duas línguas dificulta a aprendizagem dos surdos. 
• A evolução das comunidades surdas passa pela aquisição da própria escrita. 
• O processo de evolução das línguas de sinais passou pela criação de sistemas de notação e escrita de sinais.
 • O sistema de Bébian, a Mimographie, tinha como principais componentes a forma e orientação da mão, movimento, lugar e expressão facial. 
• O sistema de Stokoe partia de cinco elementos: (i) lugar de realização do sinal; (ii) as Configurações de Mãos; (iii) os movimentos indicando ação; (iv) a orientação e (v) sinais diacríticos. 
• O sistema de notação de Stokoe influenciou vários outros sistemas de pesquisa e era um sistema criado para pesquisa.
 • O HamNoSys é um sistema de notação fonética para uso de linguistas, um programa de computador que permite a escrita dos sinais e está em sua 4ª edição. 
• O Sistema D’Sign é um sistema capaz de transcrever frases da LS.
 • O Sistema EliS foi criado por uma pesquisadora brasileira e é um sistema de escrita das LS de base alfabética, linear e representa os parâmetros dos sinais propostos por William Stokoe em 1965. 
• Até pouco tempo as línguas de sinais eram percebidas como línguas agrafas pelos linguistas e pelos surdos.
 • A SW se desenvolveu a partir da DanceWriting criada
• A SW apresenta aquelas mesmas características que fizeram com que o sistema alfabético acabasse por se sobrepor aos demais. E um sistema simples, fácil, flexível, prático e econômico, que mantém as características dos signos linguísticos das línguas de sinais, pois ao mesmo tempo que permite a escrita dos mais variados sinais também é composto por marcações convencionais. 72 
• A SW se desenvolve desde 1973, a partir do convite de pesquisadores da Universidade de Copenhague para que Valerie Sutton auxiliasse nas pesquisas sobre a LS dinamarquesa. • A SW veio para o Brasil a partir de 1996, através do professor Dr. Antônio Carlos da Rocha Costa da PUC-RS. 
• Como sistema de escrita a SW permite a alfabetização e o letramento das pessoas surdas, ou seja, o poder da escrita como modo de inserção social.

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