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INTRODUÇÃO À ANTIBIOTICOTERAPIA Prof. Miguel Teixeira dos Santos Neto, MD PhD ANTIBIÓTICOS X QUIMIOTERÁPICOS Waksman, 1942 Amato Neto et al, 2007. => Serve para designar tanto as substâncias naturais (antibióticos) quanto às sintetizadas em laboratórios (quimioterápicos). Por que é tão importante aprender sobre os antimicrobianos? •Classe farmacológica mais consumida. •Alteram a microbiota hospitalar. •Uso racional. •Propriedades e características farmacológicas. Quais são os principais problemas relacionados à qualidade do uso clínico dos antimicrobianos? •Diversos estudos mostram que 50% das prescrições médicas são feitas de forma inadequadas. •Uso excessivo além de produzir seleção de cepas resistentes, aumentam os eventos adversos. O uso racional de antimicrobianos é uma das metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o século XXI. Por que é tão importante aprender sobre os antimicrobianos? • Classe farmacológica mais consumida. • Alteram a microbiota hospitalar. •Uso racional. • Propriedades e características farmacológicas. • Identificação do Microrganismo •Tratamento Empírico •Quando começar o tratamento? •A escolha do fármaco? •Determinação da suscetibilidade antimicrobiana de microrganismos infecciosos COMUNITÁRIA-CA HOSPITALAR-HA Terapia empírica : • Agente infectante não identificado: escolher fármaco seletivo, para o possível agente com base no provável diagnóstico clínico, com menor potencial tóxico ou alergênico. • Recomendado em casos graves, exige profundo conhecimento dos fármacos e dos agentes infectantes mais comuns. • Aspectos microbiológicos Baseada na cultura e sensibilidade Sítio comprometido Agentes mais frequentes Infecção de comunidade ou hospitalar (ou associada aos cuidados da saúde) Programas de vigilância • Aspectos farmacológicos Conhecimento da composição química / mecanismo de ação Perfil farmacocinético / farmacodinâmico (ex.: comportamento da droga na insuf. hepática / renal) Dose; via de administração Penetração nos tecidos e cavidades Capacidade de interagir com outros antimicrobianos (e.x.: sinergismo / adição / antagonismo) Toxicidade / efeitos adversos BACTERICIDA X BACTERIOSTÁTICO •Características do paciente. •Sistema imune •Disfunção Renal •Disfunção hepática •Má perfusão • Idade •Gestação •Agente Etiológicos •Propriedades dos Antimicrobianos. •Nefrotoxicidade •Hepatotoxicidade •Cardiotoxicidade •Hipersensibilidade Um dos fatores de risco mais importante é a exposição repetida a concentração de antimicrobianos abaixo do adequado!!! MECANISMOS DA RESISTÊNCIA • INTRINSECA • ADQUIRIDA • MUTAÇÃO • PROCESSOS DE RECOMBINAÇÃO GENÉTICA Ação das Beta-lactamases β-lactamases de espectro estreito β-lactamases de espectro estendido (ESBL) KPC. https://blog.jaleko.com.br/klebsiella-pneumoniae-resistentes-carbapenemicos-veja-como-derrotar-essa-superbacteria/ https://blog.jaleko.com.br/klebsiella-pneumoniae-resistentes-carbapenemicos-veja-como-derrotar-essa-superbacteria/ •Situação ideal • Diagnóstico da doença • Agente etiológico •Sensibilidade Tem a infecção? Histórico, anamnese Foco da infecção Exame Físico Exames ComplementaresTRATAMENTO EMPIRICO PRESUNTIVO ETIOLÓGICO • SINTOMATOLOGIA • EXAME FISICO • EXAMES COMPLEMENTARES • HEMOGRAMA • CITOLOGIA • IMAGEM • CULTURA • SEMSIBILIDADE • PESQUISA DE DNA E RNA • HISTOPATOLOGICO Staphylococcus aureus Streptococcus pyogenes (erisipela) Síndrome de pele escaldada Infecções cutâneas - impetigo - furúnculo - carbúnculo Síndrome do choque tóxico (vagina, sangue pele) Endocardites Pneumonia Intoxicação alimentar Artrite séptica Staphylococcus aureus COMUNITÁRIA HOSPITALAR • Streptococcus pneumoniae • Mycoplasma pneumoniae • Chlamydia pneumoniae • Vírus respiratórios • Haemophylus influenzae Bastonetes Gram- negativos 56% • P. aeruginosa Enterobacter sp • K. pneumoniae • Acinetobacter spp Cocos Gram-positivos S. aureus Outros* S. pneumoniae, H. Influenza, VSR , Legionella, Anaeróbios, Fungos • E. coli • Serratia marcescen s • Proteus spp • Citrobacter spp Não fiquem Assustados... Antibióticos -lactâmicos Glicopeptideo s Vancomicina Teicoplanina Penicilinas Cefalosporinas Carbanêmicos Monobactâmicos Inibidores da síntese da parede celular Fleming, 1922 •Penicilinas Naturais. •Aminopenicilinas. •Penicilinas Resistentes às Penicilinases. •Penicilinas de Amplo Espectro. Penicilina G cristalina Penicilina G Procaína Penicilina G Benzatina Fenoximetil – Penicilina V Penicilinas Fluidos Sinovial Pleural Pericárdico Próstata Olho LCR (5-10%) PENICILINAS INFEÇÃO DOSE PENICILINA G BENZATINA SIFILIS 2400000UI (VER TABELA) PINTA E BOUBA 2400.000 UI FARINGOAMIDALITE 12000000UI DOSE UNICA IMPETIGO 600.000UI CRIANÇA PROFILAXIA DA FEBRE REUMÁTICA 1200000 UI 3-4 SEMANA NÃO USAR: ERISIPELA PNEUMONIAS GONORRÉIA BOUBA E PINTA Impetigo Edema local Adenopatia regional Febre Bacteremia PENICILINAS INFEÇÃO DOSE PENICILINA G PROCAINA ERISIPELA 300.000UI 12/12H IM ESCARLATINA PNEUMONIAS PNEUMOCOCA PENICILINA G CRISTALIA ERISIPELA TOXIMENICA 300.000 A 500.000 UI/Kg/DIAMENINGOENCEFALITES ENDOCARDITE Ampicilina Amoxicilina Bacampicilina Aminopenicilinas: Ampicilina, Amoxilina, Bacampicilina Gram positivos: Streptococcus faecalis Streptococcus pyogenes Streptococcus pneumoniae Gram negativos: Escherichia coli, Shigella Klebsiella e Haemophilus Resistencia: beta- lactamase E. coli, Pasteurella sp. Staphylococcus Ampicilina Amoxilina Salmonella Helicobacter pylory Shigela Inibidores de beta-lactamase associados a antibioticos beta-lactamicos Ácido clavulânico Sulbactam Tazobactam Amoxilicina + Clavulanato Ampicilina + Sulbactam Ticarcilina + Clavulanato Piperacilina + Tazobactam •Meticilina •Oxacilina •Cloxacilina •Dicloxacilina •Nafcilina • COCOS E BACILOS GRAM POSITIVOS • AEROBIOS E ANAEROBIOS • MARSA E ORSA • ESTAFILOCOCIAS GRAVES • IMPEDIGO BOLHOSO • CELULITE FLEGMOSA • SINDROME DA PELE ESCALDADA • FURUNCULOSE GENERALIADA • BRONCOPNEUMONIA • OSTEOMIELITE • ABSCESSO • ENCODARDITE DOSE: 100mg/Kg/dia a 200mg/kg/dia Carbúnculo Staphylococcus aureus Furúnculo Paciente diabetes tipo 2 celulite Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Septicemia - Púrpura (DIC) Staphylococcus aureus Choque séptico Pneumonia Staphylococcus aureus Artrite infecciosa Osteomielite •Piperacilina (+ Tazobactam) •Carbenicilina •Ticarcilina (+ clavulanato) - Drogas seguras. - Alergia, anafilaxia, hipersalivação, uticaria, febre, eosinofilia, neutropenia agranulocitose, trombocitopenia, anemia em animais sensibilizados. - Toxicidade Renal - Toxicidade Hematologicas - Neurotoxicidade Síndrome de Stevens-Johnson CEFALOSPORINAS β-lactâmicos APRESENTAM HIPERSENSIBIIDADE CRUZADA COM AS PENICILINAS E NÃO PODEM SER OPÇÃO PARA ALÉRGICOS À PENICILINA Espectro de Ação: divisão em gerações R1: resistência às β- lactamases de Gram - aeróbicas . R2: ação no SNC, maior T1/2 Anel -lactâmico GERAÇÃO CARACTERÍSTICAS/OBJETIVO 1ª GERAÇÃO PRINCIPALMENTE ATIVAS CONTRA COCUS GRAM +. S. aureus e Streptococcus (não são 1º escolha) Algumas gram negativas 2ª GERAÇÃO AUMENTO DA ATIVIDADE FRENTE ENTEROBACTERIAS GRAM – E H. INFLUENZA. 3ªGERAÇÃO MUITO ATIVAS PARA ENTEROBACTERIAS GRAM- , H. INFLUENZA E N. GONORHOEAE. MENOS ATIVAS CONTRA GRAM+ 4ª GERAÇÃO ESPECTRO MAIOR. MUITO ATIVAS CONTRA GRAM + E - ATIVIDADE CONTRA PSEUDOMONAS E ENTEROBACTER MAIS RESISTENTES À AÇÃO DAS BETA-LACTAMASES 5ª GERAÇÃO AUMENTO DO ESPECTRO GRAM + PARA PEGAR ESTAFILOCOCUS AUREUS MULTI-RESISTENTE. Características principais: – Drogas bactericidas – β-lactâmicos semi-sintéticos –Mais resistentes às β-lactamases Propriedades Farmacológicas: – Baixa concentração intracelular – Boa penetração SNC (Cefalosporinas de 3ª e 4ª) – Excreção renal, exceto Ceftriaxone (biliar) Absorção: – Hidrosolúveis (apresentação oral e parenteral) – Oral: estável em meio ácido (ésteres que facilitam absorção axetil, pivoxil,proxetil) Efeitos Colaterais: – Gastrointestinal – Trombloflebite – Hipersensibilidade – 5 a16% e 1 a 2,5% – Hematológicas/ Nefrotoxicidade – Neurológicas USO PARENTERAL • CEFALOTINA (IV) • CEFAZOLINA (IV/IM Profilático para implantes) USO ORAL • CEFADROXILA • CEFALEXINA Infecções ESTAFILOCOCOS e ESTREPTOCOCOS de pele e tecidos moles (faringoamigdalite). NÃO USADO NA PAC USO PARENTERAL • CEFUROXIMA (IV/ IM) • CEFOXITINA (IV) (Bacterióides fragilis*) USO ORAL • CEFACLOR • CEFPROZILA (Cefzil) • AXETIL CEFUROXIMA Infecções do trato respiratório (amigdalite, otite, sinusite, bronquite). * Infecçoes abdominais, pélvicas, profilaxia de cirurgias colo-retais Pouca atividade contra cepas resistentes a penicilinas . Não agem contra Pseudomonas USO PARENTERAL (IM/IV) •CEFOTAXIMA •CEFTRIAXONA •CEFTAZIDIMA (P. aeruginosa) USO ORAL • CEFIXIMA MAIOR ESPECTROCONTRA GRAM – E CONTRA PSEUDOMONAS. SEM AÇÃO CONTRA ENTEROCOCOS. MAIOR PENETRAÇÃO NO SNC Maior espectro das 5 gerações: Gram (–) e (+). Pseudomonas. Mais resistentes à degradação por β-lactamase. Cefepima não age contra Enterococos. Infecções hospitalares graves • Pneumonias, ITU e Meningites causadas por bacilos Gram - sensíveis, sem etiologia determinada • Antimicrobiano inicial no paciente neutropênico febril CEFEPIMA (IV) Cocos gram-negativos H.Infuenzae, M. catarrhalis Enterobactérias Gram positivos Gram negativos 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração Ceftazidima P. aeruginosa Cocos gram-negativos H.Infuenzae, M. catarrhalis(produtoras de btalactamases) Enterobactérias (resistentes blactamases) CEFTAROLINE (IV) AÇÃO CONTRA: MRSA (estafilococus resistentes à meticilina) VRSA (Staphylococcus aureus resistentes à vancomicina) VISA(Staphylococcus aureus com resistência intermediária à vancomicina) Pouca atividade contra enterococos e sem ação contra Pseudomonas Tratamento de infecções de pele e tecidos moles, pneumonia Anvisa aprova Zinforo (ceftarolina fosamila) para infecções complicadas de pele e tecidos moles e pneumonia adquirida na comunidade Posted on janeiro 31, 2014 by Admin in NOTÍCIAS São Paulo, janeiro de 2014 – A Anvisa anunciou a aprovação do antibiótico Zinforo® (ceftaroline fosamila), medicamento que será comercializado pela AstraZeneca, indicado para o tratamento de infecções complicadas de pele e tecidos moles, patologias que frequentemente requerem hospitalização para o tratamento adequado, e pneumonias adquiridas na comunidade. Zinforo é a primeira cefalosporina com atividade anti-MRSA, super bactéria, que causa infecções potencialmente fatais, principalmente em pacientes hospitalizados. A expectativa é que o medicamento esteja disponível no mercado brasileiro em breve, após a aprovação do preço. Número do registro no Ministério da Saúde: 1.1618.0247.001-0 Data da publicação: 20/01/2014 http://www.sboc.org.br/anvisa-aprova-zinforo-ceftarolina-fosamila-para-infeccoes-complicadas-de-pele-e-tecidos-moles-e-pneumonia-adquirida-na-comunidade/ http://www.sboc.org.br/author/admin-2-2/ • Disponíveis no Brasil: Imipenem Meropenem Ertapenem Doripenem Imipenem Meropenem Ertapenem • Cocos Gram+: Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Enterococcus spp (exceto ertapenem). • Bacilos GramΘ fermentadores: E.coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Citrobacter spp., Proteus spp., Serratia spp., Morganella morgani, Salmonella spp... • Bacilos GramΘ não-fermentadores: Acinetobacter spp., Pseudomonas aeruginosa (exceto ertapenem). • Anaeróbios: B. fragilis, Clostridium spp... • Atividade Antimicrobiana • Mecanismo de Resistência - Pseudomonas aeruginosa • Propriedades Farmacológicas Pouco absorvidas por VO/ Adm IM/EV Associação Imipenem+cislatatina Meropenem não são degradados pela peptidases renais Baixa ligação com as proteínas plasmáticas Boa penetração: abdome, respiratório, bile, TU, liquor(meropenem)e órgãos genitais Os carbapenes não devem ser utilizados como primeira escolha no tratamento empírico de infecções comunitárias ou hospitalares. • Indicações Clínicas: Suspeita de microbiota aeróbica e anaeróbica Infecções por multirresistentes Pacientes Graves Infecção Abdominal Infecção no SNC Pneumonia Pele e partes moles ITU-complicada Infecção ginecológica O ertapenem é uma alternativa para o tratamento de infecção por Klebsiella pneumoniae produtoras de betalactmases de espectro estendidos e para continuidade de tratamento no domicilio por sua apresentação IM e dose única diaria, é uma droga de alto custo. • Efeitos colaterais: Imipenem-cislastatina-convulsão Aumento das transaminases 5% Trombocitoses e eosinofilia Náuseas e vômito 3,8% Pode haver reações cruzadas de alergia a penicilina 1,2% • Descobertas em 1981 • Bactericidas e atuam como as penicilinas e cefalosporinas • No Brasil: Aztreonam • Propriedades Farmacológicas: Pouca absorção VO Ligação ptn plasmática 50a 60% Boa penentrabilidade: tecidos moles e líquidos, osso, próstata, pulmão, secreção traqueal SNC e TGI • Indicações Clínicas: Enterobacterias são sensíveis ao Aztreonam. ITU grave. Bacteremias. Infecções pélvicas. Peritonites. Infecções Respiratórias. Mantém-se ativo em ambientas ácido- opção no tratamento de abscessos. É uma alternativa útil aos aminoglicosideos por não ser nefro ou ototóxico, assim como as penicilinas e cefalosporinas , nos pacientes alérgicos. Antimicrobianos Via De Adm Criança Adulto Aztreonam IM/EV 6h 120 mg/Kg/dia 1 a 2g Imipenem Cilastatina IM/EV 6h 60-100 mg/kg/dia 0,5-1,0g meropenem IM/EV 6h 60-120 Mg/Kg/dia 0,5-2,0g