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17/05/2018 1 TERMODINÂMICA Cap.6 ENTROPIA E SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Prof. Dr. Sérgio Turano de Souza • Máquinas Térmicas e a Segunda Lei da Termodinâmica • Refrigeradores e a Segunda Lei da Termodinâmica • Equivalência entre os Enunciados para Máquinas Térmicas e para Refrigeradores • A Máquina de Carnot • Bombas Térmicas • Irreversibilidade, Desordem e Entropia • Entropia e a Disponibilidade de Energia • Probabilidade e Entropia Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 2 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Sempre queremos conservar energia. Mas, de acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, a energia é sempre conservada. O que significa conservar energia, se a quantidade total de energia no universo não varia, independente do que fizermos? A Primeira Lei da Termodinâmica não conta tudo. A energia é sempre conservada, mas algumas formas de energia são mais úteis do que outras. A possibilidade de se colocar a energia em uso é o tópico da Segunda Lei da Termodinâmica, ou seja, melhorar a eficiência das máquinas térmicas (dispositivos que transformam calor em trabalho). Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica MÁQUINAS TÉRMICAS E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Nenhum sistema pode absorver calor de um único reservatório e convertê-lo inteiramente em trabalho sem que resultem outras variações no sistema e no ambiente que o cerca. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA: ENUNCIADO DE KELVIN Exemplo de conversão de trabalho em calor: atrito. Empurre um bloco sobre uma mesa e solte-o. O trabalho que você realiza sobre o sistema é convertido em energia térmica do sistema e o sistema se aquece e sai do equilíbrio térmico com o ambiente. O sistema transferirá energia na forma de calor para o ambiente, até retornar ao equilíbrio térmico. Pela primeira lei, como os estados inicial e final são iguais (ΔEint), a transferência de energia na forma de calor Q é igual ao trabalho W realizado por você sobre o sistema. 17/05/2018 3 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica O processo inverso nunca ocorre. Um bloco e mesa aquecidos nunca esfriarão espontaneamente, convertendo sua energia interna em trabalho capaz de fazer com que o bloco puxe sua mão. Mas isso não violaria a primeira lei, ou nenhuma outra lei física até agora. Mas viola a segunda lei da termodinâmica. Definiremos processos irreversíveis. Processos irreversíveis são unidirecionais – isso parece perfeitamente natural. Mas se um processo ocorresse espontaneamente no sentido inverso, não violaria o princípio de conservação de energia. Exemplo de “sentido errado”: você pega uma xícara quente de café e sua mão esfria e a xícara fica mais quente; você estoura uma balão com hélio e as moléculas de hélio se reúnem novamente no formato do balão, etc 0 °C 17/05/2018 4 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Um processo cujo único resultado efetivo seja o de retirar calor de um reservatório frio e liberar a mesma quantidade de calor para um reservatório quente é impossível. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA: ENUNCIADO DE CLAUSIUS Uma máquina térmica é um dispositivo cíclico cujo objetivo é converter a maior quantidade possível de calor em trabalho. O estudo da eficiência das máquinas térmicas deu origem aos primeiros enunciados claros a respeito da segunda lei. Máquinas térmicas contem uma substância de trabalho (água, em uma máquina a vapor) que absorve uma quantidade de calor QQ de um reservatório de alta temperatura, realiza trabalho W sobre o ambiente e libera calor QF enquanto retorna para seu estado inicial. QQ , W e QF representam magnitudes e nunca são negativos, assim costuma-se escrever também |QQ|, |W| e |QF|. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica As primeiras máquinas térmicas eram máquinas a vapor, inventadas no século XVIII para bombeamento de água em minas de carvão. Hoje máquinas térmicas são usadas para gerar eletricidade. Água líquida sob pressão de várias atmosferas absorve calor de um reservatório de alta temperatura até vaporizar a aproximadamente 500 0C. O vapor se expande contra um pistão (ou contra as pás de uma turbina) realizado trabalho, e sai com uma temperatura muito menor. O vapor é resfriado mais ainda no condensador onde se condensa e libera calor para um reservatório de baixa temperatura. A água então é bombeada de volta para o aquecedor e aquecida novamente. Desenho esquemático de uma máquina a vapor. Vapor sob alta pressão realiza trabalho sobre o pistão. 17/05/2018 5 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Diagrama esquemático da máquina térmica usada em muitos automóveis (motor de combustão interna). Com a válvula de exaustão fechada, uma mistura de vapor de gasolina e ar entra na câmara de combustão, enquanto o pistão se move para baixo durante o ciclo de admissão. A mistura é comprimida e depois ocorre a ignição por um faísca da vela de ignição. O gases aquecidos se expandem, levando o pistão para baixo e realizando trabalho sobre ele durante o curso de potência. E então, os gases são expelidos através da válvula de exaustão e o ciclo se repete. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Um modelo idealizado dos processo no motor de combustão interna é o chamado CICLO DE OTTO. CICLO DE OTTO, representando o motor de combustão interna. a → b A mistura ar-combustível é comprimida adiabaticamente. b → c aquecida (por combustão) a volume constante. c → d curso de potência representado pela expansão adiabática. d → a resfriamento a volume constante, representa a liberação de calor. Os produtos da combustão são trocados por uma nova mistura ar-combustível à pressão constante na etapa a (não mostrado). Trabalho é realizado sobre o sistema durante na compressão adiabática e trabalho é realizado pelo sistema durante a expansão adiabática. 17/05/2018 6 Processos Termodinâmicos. Transformações Termodinâmicas. Ciclos Termodinâmicos. Ciclo de Otto. Motor de Combustão. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Representação esquemática de uma máquina térmica básica. Calor absorvido é retirado de um reservatório térmico quente à temperatura TQ e o calor liberado é transferido para um reservatório térmico frio a uma temperatura menor TF. Um reservatório térmico, quente ou frio, é um corpo ou um sistema idealizado com uma capacidade térmica muito grande, assim, pode absorver ou liberar calor sem variação na sua temperatura. Exemplos: queima de combustíveis fósseis (quente) e a atmosfera ou um lago (frio). 17/05/2018 7 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Aplicando a primeira lei de termodinâmica ΔEint = Q – W para a máquina térmica temos: W = QQ – QF W é o trabalho realizado pela máquina durante o ciclo completo. QQ – QF é o calor local transferido para a máquina durante o ciclo. ΔEint é a variação da energia interna da máquina (incluindo a substância de trabalho) durante o ciclo. Como os estados inicial e final para um ciclo completo são iguais, ΔEint = 0. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica O rendimento ε de uma máquina térmica é definido como a razão entre o trabalho realizado pela máquina e o calor retirado do reservatório de alta temperatura. O calor QQ geralmente é produzido pela queima de algum combustível que precisa ser pago, como carvão ou óleo e, portanto, é desejável que se tenha o máximo possível de rendimento. • As melhores máquinas a vapor operam com aproximadamente 40% de rendimento; • Os melhores motores de combustão operam com aproximadamente 50% de rendimento; • Com 100% de rendimento (ε= 1), todo calor retirado do reservatório quente seria convertido em trabalho e nenhum calor seria liberado para o reservatório frio. 𝜀 = 𝑊 𝑄𝑄 = 𝑄𝑄 − 𝑄𝐹 𝑄𝑄 = 1 − 𝑄𝐹 𝑄𝑄 17/05/2018 8 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica É impossível construir uma máquina térmica, operando em um ciclo, produzir como único efeito o de retirar calor de um único reservatório e realizar uma quantidade equivalente de trabalho. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA: ENUNCIADO PARA MÁQUINAS TÉRMICAS Mas um gás ideal sofrendo uma expansão térmica faz exatamente isso. Só que, depois da expansão, o gás não está no seu estado original. Para trazê-lo de volta ao seu estado original, trabalho deve ser realizado sobre o gás e algum calor é liberado. Para converter calor, a uma dada temperatura, em energia que realiza trabalho (sem nenhuma outra alteração da fonte ou da substância), um reservatório frio, em separado, deve ser usado. exercícios Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica REFRIGERADORES E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Um refrigerador, é essencialmente, uma máquina térmica que funciona ao contrário. Calor é retirado do interior (reservatório frio) e calor é liberado para o ambiente (reservatório quente). É impossível para um refrigerador, operando em um ciclo, produzir como único efeito o de retirar calor de um corpo frio e liberar a mesma quantidade de calor para um corpo quente. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA: ENUNCIADO PARA REFRIGERADORES Trabalho W é realizado sobre o refrigerador e ele extrai calor QF de um reservatório frio e libera calor QQ 17/05/2018 9 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Se a definição anterior não fosse verdade, poderíamos resfriar nossas casas no verão com refrigeradores que liberariam calor para o lado de fora sem usar eletricidade ou qualquer outro tipo de fonte de energia. 17/05/2018 10 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Uma medida do desempenho de um refrigerador é a razão QF/W entre o calor retirado do reservatório de baixa temperatura e o trabalho realizado sobre o refrigerador (este trabalho é igual à energia elétrica consumida). Este é o coeficiente de desempenho (CD ou K) ou coeficiente de performance (COP). 𝐶𝐷 = 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑑𝑞𝑢𝑖𝑟𝑖𝑑𝑎 = 𝑄𝐹 𝑊 Coeficiente de desempenho, qualquer refrigerador Quanto maior o CD, melhor será o refrigerador. Refrigeradores típicos têm coeficientes de desempenho da onde de 5 ou 6. O CD de um refrigerador não pode ser infinito. exercícios Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica EQUIVALÊNCIA ENTRE OS ENUNCIADOS PARA MÁQUINAS TÉRMICAS E PARA REFRIGERADOS Os dois enunciados parecem bem diferentes, mas são equivalentes: (1) Máquinas Térmicas: É impossível construir uma máquina térmica, operando em um ciclo, produzir como único efeito o de retirar calor de um único reservatório e realizar uma quantidade equivalente de trabalho. (2) Refrigeradores: É impossível para um refrigerador, operando em um ciclo, produzir como único efeito o de retirar calor de um corpo frio e liberar a mesma quantidade de calor para um corpo quente. Vejamos um exemplo: 17/05/2018 11 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Um refrigerador usa 50 J de trabalho para absorver 100 J de calor de um reservatório frio e liberar 150 J de calor para um reservatório quente. Se o enunciado (1) é falso, uma máquina térmica “perfeita” poderia absorver 50 J de calor e realizar 50 J de trabalho (100 % de rendimento). Poderíamos utilizá-la em um refrigerador e com isso teríamos um refrigerador perfeito, sem necessidade de trabalho. Isto viola ao enunciado (2). Portanto se um enunciado é verdadeiro o outro também é, e assim, são equivalentes TERMODINÂMICA Cap.6 ENTROPIA E SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA (Parte II) Prof. Dr. Sérgio Turano de Souza 17/05/2018 12 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica A MÁQUINA DE CARNOT Pela segunda lei da termodinâmica, é impossível que uma máquina térmica, trabalhando entre dois reservatórios térmicos, seja 100% eficiente. Qual é o maior rendimento possível? Carnot respondeu esta questão. Ele descobriu que uma máquina reversível é a máquina mais eficiente que pode operar entre quaisquer dois reservatórios. O francês N. L. Sadi Carnot a imaginou em 1824, antes da primeira lei da termodinâmica e do conceito de entropia. Nenhuma máquina térmica trabalhando entre dois reservatórios térmicos pode ser mais eficiente do que uma máquina reversível trabalhando entre dois reservatórios. TEOREMA DE CARNOT Durante cada ciclo da máquina a substância de trabalho absorve uma quantidade │QQ│ de calor de um fonte de calor a uma temperatura constante TQ e fornece uma quantidade │QF│ de calor a uma segunda fonte de calor a uma temperatura constante mais baixa TF. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Essa máquina reversível é chamada de máquina de Carnot, e seu ciclo é chamado de ciclo de Carnot. 17/05/2018 13 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica (a) Uma máquina térmica reversível, com 40% de rendimento, retira 100 J de um reservatório quente, realiza 40 J de trabalho e libera 60 J para o reservatório frio. (b) A mesma máquina funciona ao contrário, como um refrigerador, 40 J de trabalho são realizados para retirar 60 J do reservatório frio e liberar 100 J para o reservatório quente. (c) Se a máquina tivesse 45% de rendimento, o resultado em (d) é o mesmo que uma máquina térmica perfeita que retira 5 J do reservatório frio e converte-os completamente em trabalho, violando a segunda lei. Portanto a máquina reversível é a mais eficiente. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Mas o que são processos reversíveis? Sabemos que calor é transferido de objetos aquecidos para objetos frios e nunca ao contrário. Portanto, a transferência de calor de um objeto quente para um objeto frio não é reversível. Atrito pode transformar trabalho em energia térmica, mas o atrito nunca pode transformar energia térmica interna em trabalho. Não é reversível. Quando um sistema passa por estados de não equilíbrio (turbulência de um gás ou quando um gás explode) é irreversível. 17/05/2018 14 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica CONDIÇÕES PARA QUE UM PROCESSO SEJA REVERSÍVEL: 1. Nenhuma energia mecânica é transformada em energia térmica interna pelo atrito, por forças viscosas ou por outras forças dissipadoras; 2. Energia é transferida na forma de calor apenas entre corpos com uma diferença infinitesimal de temperatura; 3. O processo deve ser quase-estático para que o sistema esteja sempre em (ou infinitesimalmente próximo de ) um estado de equilíbrio. A maioria dos processos que observamos na natureza é irreversível. O diagrama p-V do ciclo de Carnot A substância pode ser um gás confinado em um cilindro de material isolante e com um êmbolo submetido a um peso. O cilindro pode ser colocado entre duas fontes de calor, ou sobre uma placa isolante. Quando o cilindro está em contato com a fonte quente, à temperatura TQ uma quantidade de calor │QQ│ é transferida para a substância de trabalho e o gás sofre uma expansão isotérmica do volume Va para Vb. Se o contato é com a fonte fria, uma quantidade de calor │QF│ é transferida da substância de trabalho para essa fonte, enquanto o gás sofre uma compressão isotérmica do volume Vc para Vd. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 15 As transferências de calor para a substância de trabalho ou para a fonte de calor ocorremapenas durante os processos isotérmicos ab e cd. Os processos bc e da, que correspondem às temperaturas TQ e TF devem ser processos adiabáticos (reversíveis), ou seja, devem ser processo onde nenhuma energia é transferida em forma de calor. Nos processos bc e da o cilindro é colocado sobre uma placa isolante enquanto o volume varia. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Nos processos ab e bc a substância se expande realizando trabalho positivo enquanto eleva o êmbolo e o peso que o êmbolo sustenta. Esse trabalho é a área sob a curva abc. Durante cd e da a substância está sendo comprimida, o ambiente está realizando trabalho sobre a substância. Esse trabalho é a área sob a curva cda. O trabalho líquido por ciclo W é a diferença entre as duas áreas (positivo). Área abcda. Trabalho realizado sobre um objeto externo, como uma carga a ser levantada. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 16 Assim, o ciclo de Carnot consiste de 4 etapas reversíveis: 1. Uma absorção quase-estática e isotérmica de calor de um reservatório quente; 2. Uma expansão quase-estática e adiabática para uma temperatura menor; 3. Uma liberação quase-estática e isotérmica de calor para um reservatório frio; 4. Uma compressão quase-estática e adiabática de volta ao estado original. ETAPAS DE UM CICLO DE CARNOT Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Trabalho é realizado pelo gás nas etapas 1 até 2 e até 3, e trabalho é realizado sobre o gás nas etapas de 3 até 4 e até 1. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica http://galileoandeinstein.physics.virginia.edu/ more_stuff/flashlets/carnot.htm http://galileoandeinstein.physics.virginia.edu/more_stuff/flashlets/carnot.htm 17/05/2018 17 RENDIMENTO DA MÁQUINA DE CARNOT Como todos os ciclos de Carnot tem o mesmo rendimento, independente da substância de trabalho, o rendimento do ciclo de Carnot é o mesmo para todas as substâncias: Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica O calor QQ é absorvido durante a expansão isotérmica do estado a para o estado b. Lembrando da primeira lei da termodinâmica ΔEint = Q – W. Para a expansão isotérmica de um gás ideal ΔEint = 0. Logo QQ é o trabalho realizado pelo gás. E o calor QF é entregue ao reservatório frio e é igual ao trabalho realizado sobre o gás durante a compressão isotérmica. O calor rejeitado é: 𝜀 = 1 − 𝑄𝐹 𝑄𝑄 𝑄𝑄 = 𝑊𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑔á𝑠 = න 𝑉1 𝑉2 𝑝𝑑𝑉 = න 𝑉1 𝑉2 𝑛𝑅𝑇𝑄 𝑉 𝑑𝑉 = 𝑛𝑅𝑇𝑄න 𝑉1 𝑉2 𝑑𝑉 𝑉 = 𝑛𝑅𝑇𝑄 ln 𝑉2 𝑉1 𝑄𝐹 = 𝑊𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑔á𝑠 = 𝑛𝑅𝑇𝐹 ln 𝑉3 𝑉4 A razão entre esses volumes. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Podemos relacionar as razões V2/V1 e V3/V4 usando a equação para a expansão adiabática Dividindo a primeira destas equações pela segunda 𝑄𝐹 𝑄𝑄 = 𝑇𝐹 ln 𝑉3 𝑉4 𝑇𝑄 ln 𝑉2 𝑉1 𝑇𝑄𝑉2 𝛾−1 = 𝑇𝐹𝑉3 𝛾−1 E para a compressão adiabática 𝑇𝑄𝑉1 𝛾−1 = 𝑇𝐹𝑉4 𝛾−1 𝑉2 𝑉1 𝛾−1 = 𝑉3 𝑉4 𝛾−1 𝑉2 𝑉1 = 𝑉3 𝑉4 17/05/2018 18 Assim, temos, na equação do rendimento: Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica E o rendimento de Carnot é: Assim, o rendimento de Carnot é independente da substância de trabalho, depende apenas das temperaturas dos dois reservatórios. 𝑄𝐹 𝑄𝑄 = 𝑇𝐹 ln 𝑉3 𝑉4 𝑇𝑄 ln 𝑉2 𝑉1 = 𝑇𝐹 𝑇𝑄 𝜀𝐶 = 1 − 𝑇𝐹 𝑇𝑄 𝜀 = 1 − 𝑄𝐹 𝑄𝑄 Planta na Nova Zelândia que converte energia geotérmica em eletricidade Energia solar é focada e coletada individualmente no Laboratório Nacional de Sandia (EUA) Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Exercício.1 17/05/2018 19 O rendimento de Carnot nos fornece um limite superior para os rendimentos possíveis e é, portanto útil conhecê-lo. Por exemplo, no exercício anterior o rendimento de Carnot foi de 26,8%. Isto significa que, não importa quanto possamos reduzir o atrito e outras perdas irreversíveis, o melhor rendimento obtido entre reservatórios a 373 K e 273 K é 26,8%. Concluímos, então, que uma máquina trabalhando entre estas duas temperaturas com um rendimento 25% é uma máquina muito boa! Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Para uma máquina real, a perda de trabalho é o trabalho realizado por uma máquina reversível operando entre as mesmas duas temperaturas menos o trabalho realizado pela máquina real. A razão entre o trabalho realizado pela máquina real e o trabalho realizado por uma máquina reversível operando entre as mesmas duas temperaturas é chamado de rendimento da segunda lei. exercícios BOMBAS TÉRMICAS Uma bomba térmica é um refrigerador com um objetivo diferente. O objetivo de um refrigerador é resfriar um corpo ou uma região. O objetivo de uma bomba térmica é de aquecer um corpo ou uma região. Se você usa uma bomba térmica para aquecer sua casa, você transfere calor do ar frio de fora da casa para o ar mais aquecido dentro dela. O objetivo é aquecer o interior da casa. Se um trabalho W é realizado sobre uma bomba térmica para absorver calor QF de um reservatório frio e liberar calor QQ para um reservatório quente. O coeficiente de desempenho para uma bomba térmica é definido por Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 𝐶𝐷𝐵𝑇 = 𝑄𝑄 𝑊 Este coeficiente de desempenho é diferente do de refrigeradores (QF / W). Usando W = QQ – QF: 𝐶𝐷𝐵𝑇 = 𝑄𝑄 𝑄𝑄 − 𝑄𝐹 = 1 1 − 𝑄𝐹 𝑄𝑄 17/05/2018 20 O coeficiente de desempenho máximo para uma bomba térmica é obtido usando-se uma bomba térmica de Carnot. Então QF / QQ = TF / TQ. O Coeficiente de desempenho máximo é: Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 𝐶𝐷𝐵𝑇 𝑚𝑎𝑥 = 1 1 − 𝑇𝐹 𝑇𝑄 = 𝑇𝑄 𝑇𝑄 − 𝑇𝐹 = 𝑇𝑄 ∆𝑇 Onde ΔT é a diferença de temperatura entre os reservatórios quente e frio. Bombas térmicas reais apresentam coeficientes de desempenho menores do que CDBT max devido ao atrito, perdas de calor e outros processos irreversíveis. Podemos relacionar o CD (coeficiente térmico do refrigerador) com o CDBT (coeficiente de desempenho de uma bomba térmica) 𝐶𝐷𝐵𝑇 = 𝑄𝑄 𝑊 = 𝑄𝐹 +𝑊 𝑊 = 1 + 𝑄𝐹 𝑊 = 1 + 𝐶𝐷 𝐶𝐷𝐵𝑇 𝑚𝑎𝑥 = 𝑇𝑄 𝑇𝑄 − 𝑇𝐹 EXERCÍCIO Uma bomba térmica ideal é usada para bombear calor do ar externo, a – 5 °C, para o reservatório de ar quente do sistema de aquecimento em uma casa, que está a 40 °C. Quanto trabalho é necessário para bombear 1,0 kJ de calor para dentro da casa? Prof. Sergio Turano de Souza VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica W = 0,14 kJ Encontramos CD BT max = TQ / deltaT = 7,0. Isto é, a quantidade de calor liberada no interior da casa pela bomba térmica é 7 vezes maior do que o trabalho realizado sobre a bomba térmica (apenas 0,14 kJ de trabalho são necessários para bombear 1,0 kJ de calor para o reservatório de ar quente da casa). 17/05/2018 21 TERMODINÂMICA Cap.6 ENTROPIA E SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA (Parte III) Prof. Dr. Sérgio Turano de Souza Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 1. IRREVERSIBILIDADE, DESORDEM E ENTROPIA Todos os processos irreversíveis tem algo em comum – o sistema e seu ambiente vão para um estado menos ordenado. Existe uma função termodinâmica chamada entropia (S) que é uma medida do grau de desordem de um sistema. A entropia S, assim como a pressão p, o volume V, a temperatura T e a energia interna Eint é uma função do estado de um sistema. Postulado da entropia: Se um processo irreversível ocorre em um sistema fechado, a entropia S do sistema sempre aumenta. 17/05/2018 22 A entropia não segue uma lei de conservação, como a energia. Em um sistema fechado, a energia é constante,em processos irreversíveis a entropia aumenta. Chamamos essa variação da entropia de “seta do tempo” (milho → pipoca aumento da entropia). Podemos definir a entropia de duas maneiras: • Em termos da temperatura do sistema T e da energia que o sistema ganha ou perde em forma de calor Q; • Contando as diferentes formas de distribuir os átomos ou moléculas que compõem o sistema. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 2. VARIAÇÃO DA ENTROPIA Lembremos da expansão livre de um gás ideal. Gás no estado de equilíbrio inicial i, confinado por uma válvula fechada no lado esquerdo de um recipiente termicamente isolado. Abrimos a válvula, o gás se expande e ocupa todo o volume e atinge um estado de equilíbrio final f. Este é um processo irreversível (as moléculas não voltam para o recipiente esquerdo). Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 23 O diagrama p-V. A pressão e o volume são propriedades de estado (dependem do estado do gás e não da forma como chegou a este estado). Temperatura e energia também são propriedades de estado. ∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = න 𝑖 𝑓𝑑𝑄 𝑇 A entropia também é uma propriedade do estado. A variação de entropia Sf – Si é: Q = energia absorvida ou cedida como calor pelo sistema durante o processo. T = temperatura do sistema em kelvins Como T é sempre positiva, o sinal de ∆S é igual ao sinal de Q. A unidade de entropia e da variação de entropia é joule/kelvin (J/K) Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Na expansão livre, quando o gás se expande pressão, temperatura e volume se comportam de forma imprevisível, sem situações de equilíbrio. Não há trajetória no diagrama p-V e não podemos escrever uma relação entre Q e T para resolver a integral. E se substituirmos a expansão livre irreversível por um processo reversível que liga os pontos i e f? Porque se é reversível podemos plotar uma trajetória no diagrama p-V e encontrar a relação entre Q e T para calcularmos a entropia. Os pontos i e f de uma expansão livre tem a mesma temperatura, estão na mesma isoterma. Colocamos então uma expansão isotérmica reversível (T constante). Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 24 Como é possível uma expansão isotérmica reversível? Gás confinado em cilindro isolado em contato com uma fonte de calor mantida à temperatura T. Colocamos uma quantidade de esferas de chumbo para que a pressão e o volume do gás fique no estado inicial i. Removemos lentamente as esferas até um estado f de pressão e volume. A temperatura não varia porque o gás permanece em contato com a fonte de calor. Expansão livre irreversível X Expansão isotérmica reversível. Os dois processos possuem o mesmo estado inicial e o mesmo estado final e , portanto, a variação de entropia é a mesma nos dois casos. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Como o chumbo é removido lentamente, os estados intermediários do gás são estados de equilíbrio e podem ser representados em um diagrama p-V. ∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = 1 𝑇 න 𝑖 𝑓 𝑑𝑄 ∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = 𝑄 𝑇 Q é a energia total transferida como calor durante o processo. (variação de entropia, processo isotérmico) Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 25 Para manter a temperatura constante T do gás durante a expansão uma quantidade de calor Q deve ser transferida da fonte de calor para o gás. Q é positivo e a entropia aumenta durante o processo isotérmico e durante a expansão livre. Para determinar a variação de entropia em um processo irreversível que ocorre em um sistema fechado substituímos esse processo por qualquer outro processo reversível que ligue os mesmos estados inicial e final e calculamos a variação de entropia para esse processo reversível usando a equação: ∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = න 𝑖 𝑓 𝑑𝑄 𝑇 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Quando a variação da temperatura ∆T é pequena, usamos Tmed - temperatura média do sistema, em kelvins, durante o processo. ∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = 𝑄 𝑇𝑚𝑒𝑑 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 26 A ENTROPIA COMO UMA FUNÇÃO DE ESTADO Verificaremos que a entropia é uma função de estado, ou seja, depende de estado de um sistema e não do modo como é atingido. Consideremos um gás ideal em um processo reversível (executado lentamente). Para cada passo a energia absorvida ou cedida pelo gás na forma de calor é dQ , o trabalho realizado pelo gás é dW e a variação da energia interna é dEint. Pelo primeira lei da termodinâmica dEint = dQ - dW Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Como vimos: dW = pdV e dEint = nCVdT (calor específico molar à volume constante CV) Assim dEint = dQ – dW → dQ = dW + dEint dQ = pdV + nCVdT Substituindo pV = nRT, isolando p = nRT/V e dividindo por T. 𝑑𝑄 𝑇 = 𝑛𝑅 𝑑𝑉 𝑉 + 𝑛𝐶𝑉 𝑑𝑇 𝑇 Integrando de i até f න 𝑖 𝑓𝑑𝑄 𝑇 = න 𝑖 𝑓 𝑛𝑅 𝑑𝑉 𝑉 +න 𝑖 𝑓 𝑛𝐶𝑉 𝑑𝑇 𝑇 O lado esquerdo é a variação da entropia ∆S ∆𝑆 = 𝑆𝑓 − 𝑆𝑖 = 𝑛𝑅𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 + 𝑛𝐶𝑉𝑙𝑛 𝑇𝑓 𝑇𝑖 Entropia para qualquer processo reversível que leve o gás do estado i para o estado f Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 27 Variação da Entropia para um gás ideal Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica ∆𝑆 = 𝑛𝑅𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 + 𝑛𝐶𝑉𝑙𝑛 𝑇𝑓 𝑇𝑖 ΔS para uma expansão isotérmica de um gás ideal ∆𝑆 = 𝑛𝑅𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 + 0 ΔS para uma expansão livre de um gás ideal ∆𝑆 = 𝑛𝑅𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 + 0 ΔS para processos à pressão constante ∆𝑆 = 𝑛𝐶𝑝𝑙𝑛 𝑇𝑓 𝑇𝑖 ΔS para transferência de calor de um reservatório para outro. ∆𝑆 = ∆𝑆𝐹 + ∆𝑆𝑄 = 𝑄 𝑇𝐹 − 𝑄 𝑇𝑄 ΔS para o ciclo de Carnot ∆𝑆 = ∆𝑆𝐹 + ∆𝑆𝑄 = 𝑄𝐹 𝑇𝐹 − 𝑄𝑄 𝑇𝑄 = 0 A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA - ENTROPIA Quando o processo é reversível a variação da entropia é positiva. Mas se é reversível, podemos fazê-lo no sentido contrário (acrescentando esferas de chumbo), extraindo energia do gás na forma de calor para evitar que a temperatura aumente. Assim, Q é negativo e a entropia deve diminuir (ΔS = Q/T). Mas no primeiro postulado da entropia não diz que a entropia sempre aumenta? Não, pois este postulado é apenas para processos irreversíveis em sistemas fechados. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 28 Se considerarmos a fonte como parte do sistema, podemos calcular separadamente as variações de entropia do gás (que perde ІQІ) e da fonte (que ganha ІQІ). ΔSgas = ІQІ / T A variação da entropia do sistema fechado é a soma desses dois valores, ou seja, zero. Reescrevemos então o postulado: Se um processo ocorre em um sistema fechado, a entropia do sistema aumenta para processos irreversíveis e permanece constante para processos reversíveis. A entropia nunca diminui. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica A entropia pode diminuir em uma parte do sistema fechado, mas sempre existe um aumento igual ou maior em outra parte do sistema. Agora enunciamos a segunda lei da termodinâmica: No mundo real todos os processos são irreversíveis (atrito, turbulência, etc), assim, em sistemas reais a entropia sempre aumenta. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica O sinal de maior se aplica a processos irreversíveis O sinal de igualdade a processos reversíveis. Sempre sistemas fechados. ΔS > 0 exercícios Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 29 Segunda lei da termodinâmica • Os processos ocorrem um dado sentido, nãoem qualquer sentido. • Um processo só ocorrerá se ele obedecer a primeira e a segunda leis da termodinâmica • Determina o sentido de um processo • Estabelece o estado final de equilíbrio • Define a performance ideal para equipamentos de conversão de energia • Determina a qualidade da energia • Determina se um processo é irreversível Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Trabalho sempre é diretamente convertido em calor, mas o inverso não é verdade Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 30 FORÇA ASSOCIADA À ENTROPIA Imagine um pedaço de borracha. A borracha é formada por longas cadeias poliméricas com ligações cruzadas tridimensionais. Quando o elástico se encontra no estado relaxado essas cadeias estão enroladas e orientadas parcialmente. Alto grau de desordem das moléculas significa alto valor de entropia. Quando esticamos a borracha alinhamos as moléculas na direção do alongamento, diminuindo a desordem e, assim, a entropia. A força que sentimos ao esticar um elástico se deve à tendência das moléculas de voltarem ao estado menos ordenado, para o qual a entropia é maior. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Ciclo de Carnot (Temperatura X Entropia) Os pontos indicados a,b,c,d são os mesmos. As retas horizontais são os processos isotérmicos. Enquanto a substância de trabalho absorve (reversivelmente) um calor │QQ│ à temperatura constante TQ durante sua expansão, sua entropia aumenta. As retas verticais são os processos adiabáticos do ciclo de Carnot. Nenhum calor é transferido e a entropia permanece constante. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 17/05/2018 31 MÁQUINA DE STIRLING A máquina de Stirling foi inventada em 1816 por Robert Stirling, mas foi ignorada por muito tempo. Na figura temos o ciclo de operação de uma máquina de Stirling ideal. Essa e a máquina de Carnot possuem transferências de calor isotérmicas (TQ e TF), mas as duas isotermas de Striling são ligadas por processos a volume constante (Carnot eram adiabáticas). Para aumentar reversivelmente a temperatura de um gás a volume constante é preciso transferir energia na forma de calor para a substância de trabalho variando suavemente a temperatura. Transferências reversíveis de calor (e entropia) ocorrem nos quatro processos. Uma máquina de Stirling possui eficiência menor do que uma máquina de Carnot. Hoje, esta máquina está sendo desenvolvida e automóveis, naves espaciais e submarinos militares. Uma de potência 5000 cv (3,7 MW) já foi construída. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica Alguns exemplos de coeficiente de desempenho: aparelhos domésticos de ar condicionado, CD = 2,5; geladeiras domésticas CD = 5. O valor de CD é maior quando as temperaturas das duas fontes estão próximas. Um refrigerador perfeito transferiria energia na forma de calor Q de um fonte fria para uma fonte quente sem necessidade de trabalho. A entropia da substância de trabalho não variaria durante o ciclo completo. A variação líquida de entropia para o sistema como um todo é: ∆𝑆 = − 𝑄 𝑇𝐹 + 𝑄 𝑇𝑄 Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica REFRIGERADORES – CICLO DE CARNOT Considere um refrigerador ideal: Em um refrigerador ideal, todos os processo são reversíveis e as transferências de energia são realizadas sem as perdas causadas por efeitos como o atrito e a turbulência. 17/05/2018 32 Como TQ > TF, o lado direito da equação é negativo → a entropia por ciclo do sistema fechado refrigerador + fonte seria negativa. Isso violaria a segunda lei da termodinâmica → não existe refrigerador perfeito (seu refrigerador só funciona se ligado à tomada). Reformulando a segunda lei da termodinâmica: Não existe uma série de processos cujo único resultado seja transferir energia na forma de calor de uma fonte fria para uma fonte quente Ou seja: não existem refrigeradores perfeitos. Prof. Sergio Turano de Souza TERMODINÂMICA VI. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica
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