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Versão 20180710-A Autor: Henry Suzuki (henry.suzuki@axonal.com.br) “Due Dilligence” de Propriedade Intelectual, em 4 passos – uma abordagem prática O presente artigo tem o objetivo de servir como um breve guia para profissionais envolvidos na análise, suporte e condução de negócios inovadores, tais como empreendedores, investidores, mentores, consultores, etc., no que diz respeito a ativos de propriedade intelectual (e alguns outros ativos intangíveis correlacionados). Longe de querer ser um roteiro completo ou exaustivo, são apresentados 4 simples passos, na forma de perguntas, que podem ser úteis, “na prática”, em conversas rápidas (a exemplo de “bootcamps”, como os do Programa InovAtiva Brasil): (1) Identificação: Quais são os principais ativos de Propriedade Intelectual dos empreendedores? (2) “Clearance”: Os ativos de PI são efetivamente dos empreendedores? (3) Liberdade: Os empreendedores têm liberdade de exploração dos seus ativos de PI? (4) Proteção & Monetização: Qual a estratégia dos empreendedores para proteção e monetização dos seus ativos de PI? Para melhor ilustrar e facilitar a aplicação desses 4 passos/perguntas, são apresentados a seguir tópicos e perguntas adicionais que endereçam questões importantes sobre PI, mas que muitas vezes são negligenciadas ou esquecidas. (1) Identificação: Quais são os principais ativos de Propriedade Intelectual dos empreendedores? • Patentes, Desenhos Industriais • Marcas • Códigos Fonte (linhas de programação) • Direitos Autorais • Segredos de Negócio/Industriais • Dados Acumulados, Cadastro, Bases de Dados... • Indicações Geográficas • Hardware, Moldes, Topografia de Circuito... • Cultivares • Acesso a fontes (exclusivas) de matérias primas • Outros (2) “Clearance”: Os ativos de PI são efetivamente dos empreendedores? • Quem são os co-criadores e co-titulares de cada ativo de PI? • Especialmente (mas não apenas) no caso de tecnologias originadas em Universidades e ICTs: há contrato de licenciamento ou documentação que demonstre a liberação da tecnologia e conhecimentos acumulados para desenvolvimento e exploração futuros? • No caso de marcas: Elas já estão registradas no Brasil e no exterior? Elas estão em vigência (efetivamente usadas, com taxas em dia)? Foi feita verificação de usuários anteriores (inclusive no exterior)? Quão diferentes/distintivas elas são de outras marcas? mailto:henry.suzuki@axonal.com.br Versão 20180710-A Autor: Henry Suzuki (henry.suzuki@axonal.com.br) • No caso de programas de computador, sites, etc.: Foi firmado contrato com os desenvolvedores? O que dizem as cláusulas do contrato? Os empreendedores têm acesso aos códigos de programação? Conseguem alterá-los/aprimorá-los? Têm direito de vendê-los para terceiros? • No caso de Segredos, quão efetivamente secretos eles são? Eles podem ser mantidos secretos mesmo depois do projeto se tornar público? • No caso de direitos autorais de terceiros, até onde vai o direito dos empreendedores (inclusive na modificação das obras, ou na venda ou cessão de seus direitos)? • Há contratos de exclusividade de alguma natureza? Quão efetivos são tais contratos caso sejam infringidos? • Quem tem o direito de fazer o que, com os ativos de PI? (tramitar, defender, explorar, ceder licenças, usar contra terceiros...) • Com base em que informações/documentos chegaram às conclusões das perguntas anteriores? (3) Liberdade: Os empreendedores têm liberdade de exploração dos seus ativos de PI? • Quais são os principais concorrentes no segmento em que os empreendedores pretendem atuar? Quais são os escopos dos seus ativos intelectuais (tecnológico, geográfico e temporal)? A tecnologia dos empreendedores colide com ativos de tais concorrentes? Os empreendedores têm licenças ou conseguem contornar barreiras de PI de concorrentes? • Quais são os principais “outros” detentores de ativos intelectuais (especialmente patentes) sobre tecnologias necessárias para os empreendedores? Quais são os escopos dos ativos intelectuais de terceiros (tecnológico, geográfico e temporal)? A tecnologia dos empreendedores colide com ativos de tais terceiros? Os empreendedores têm licenças ou conseguem contornar barreiras de PI de concorrentes? • Há contratos de fornecimento (de componentes críticos) por terceiros de alguma natureza? Quanto tais contratos garantem, de fato, o fornecimento? • No caso de ex-franqueados, ex-fornecedores, ex-empregados, ex-clientes, ex- estudantes, etc., quais são as cláusulas de quarentena, não competição, titularidade sobre desenvolvimentos futuros? • No caso de direitos autorais de terceiros, até onde vai o direito dos empreendedores (inclusive na modificação das obras, na venda ou cessão de seus direitos)? • Os empreendedores têm direito de usar dados que acumularam? • Com base em que informações/documentos chegaram às conclusões das perguntas anteriores? (4) Proteção & Monetização: Qual a estratégia dos empreendedores para proteção e monetização dos seus ativos de PI? • De que forma, quando, onde e com que recursos os empreendedores planejam proteger seus ativos de PI? o Patentes, Desenhos Industriais o Marcas o Códigos Fonte (linhas de programação) o Direitos Autorais o Segredos de Negócio/Industriais mailto:henry.suzuki@axonal.com.br Versão 20180710-A Autor: Henry Suzuki (henry.suzuki@axonal.com.br) o Dados Acumulados, Cadastro, Base de Dados... o Indicações Geográficas o Hardware, Moldes, Topografia de Circuito... o Cultivares o Acesso a fontes (exclusivas) de matérias primas o Outros • De que forma, quando, onde e com que instrumentos os empreendedores planejam monetizar seus ativos de PI? o Ir diretamente para o mercado e, se for o caso, litigar contra terceiros? o Licenciar terceiros? o Serem comprados por terceiros? o Outros? Como comentário final, vale lembrar que a gestão adequada de ativos intelectuais costuma ser condição necessária, mas não suficiente para o sucesso de negócios inovadores. Ou seja: ter não é garantia de sucesso, mas não ter pode ser um mal sinal. Henry Suzuki É inventor, especialista em propriedade intelectual, mentor voluntário do InovAtiva Brasil e de diversos programas de mentoria. Também é um dos membros fundadores da Associação Mentores do Brasil. mailto:henry.suzuki@axonal.com.br
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