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AULA 13 - Textos Literários

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Aula 13 pg. 93
Leitura e Produção Textual ll
Textos Literários
Diferente do texto de informação científica, o texto literário nos permite uma lin-
guagem figurada e uma ampliação de experiência de vida na medida em que podemos, 
durante a leitura, visitar outros mundos e outras mentes.
O hábito da leitura merece lugar de destaque entre as pessoas que buscam cres-
cimento pessoal (como os universitários por exemplo). Além de horas de entretenimento, 
a Literatura desenvolve o hábito da reflexão sobre as situações e reações descritas em 
páginas de pura arte.
Seja em prosa (o texto comum) ou em poesia (o texto em verso), temos sempre 
um exercício de compreensão e interpretação de texto fundamentais para a melhoria de 
nossa capacidade de ler e escrever.
Vejamos a definição apresentada por Konder (2005:9) na intodução de seu livro:
A arte é um terreno pouco adequado para imponentes e rigorosas fortalezas teóri-
cas, porém os sentimentos e as sensações fortes conseguem se expressar em discursos 
compatíveis uns com os outros e exigem “negociações” com a teoria. Além disso, na arte, 
a universalidade do objeto particular (a obra de arte) não pode se desenvolver fora do ob-
jeto, isto é, o conhecimento sensível obtido pela arte não comporta uma separação entre o 
“fenômeno” (singular) e o “universal” (a lei). O universal está embutido no objeto singular, 
ou não está em parte alguma.
Por onde quer que eu me disponha a caminhar, os dilemas da estética me acompa-
nharão. O campo da estética é vasto demais: a palavra vem do grego, estesia (sensação). 
Abrange o belo e o não-belo, o agradável e o não-agradável. Só escaparei à estética 
quando não tiver mais sensação alguma. Quer dizer: quando estiver morto.
Enquanto estão vivos, os seres humanos fazem escolhas, tomam decisões, iniciati-
vas. E tentam se conhecer melhor. Perscrutam o que os outros fazem, o que eles sentem 
e pensam. Cortejam o que vêem, o que ouvem, com o que os outros dizem e manifestam. 
Cria-se, então, uma demanda, à qual corresponde a velha e sempre saudável prática da 
conversação. Dizem que atualmente as pessoas estão conversando menos; o hábito de 
se colocar em estado de passividade hipnótica à frente da televisão teria, segundo alguns 
críticos, danificado a arte de conversar.
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Pode ser que os seres humanos andem conversando menos, mas ainda conver-
sam. (...) Como professor do Departamento de Educação da PUC-Rio, tive, durante todo 
o tempo, a esperança de contribuir para que os meus alunos abrissem veredas no campo 
da educação, para uma circulação mais generosa do pensamento, por meio de debates 
e leituras.
A estagnação enfraquece a capacidade de pensar de maneira crítica (e autocrítica), 
a passividade entorpece o espírito criador. Ler não é mera decifração de letras e de pa-
lavras. Não é uma operação mecânica. Por meio da leitura os seres humanos podem se 
encontrar, podem assimilar algo das experiências dos outros. Minha experiência pessoal 
me ensinou que jamais aprenderei a ler tão bem quanto necessitaria. O aprendizado da 
leitura não cessa jamais.
Quem lê poesia, romances, peças de teatro, ensaio, crônicas, de fato está lendo a 
vida. Aprender a ler, então, é como aprender a viver: não termina nunca.
(Konder, 2005: 9-10)
Veja alguns textos de um autor brasileiro consagrado, Mário de Andrade. E procure 
ler sempre, em todos os momentos de sua vida. Ler enriquece o conhecimento, proporcio-
na distração, conforto à alma, traz momentos de alegria, tristeza, lazer, estudo. Enfim, o 
livro pode ser um grande companheiro seu em todas as etapas de sua vida.
Mario de Andrade
Estudando Literatura Brasileira, encontramos o Modernismo e seus grandes artis-
tas; neste trabalho de Leitura e Produção Textual, atentaremos, particularmente, a Mário 
de Andrade.
Analisemos os recursos que ele usou para conseguir musicalidade e para dar sen-
tido figurado à sua mensagem no próximo texto:
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Poemas da Amiga – 1
Mário de Andrade
 A tarde se deitava nos meus olhos
 E a fuga da hora me entregava abril,
 Um sabor familiar de até-logo criava
 Um ar, e, não sei por que, te percebi.
 Voltei-me em flor. Mas era apenas tua lembrança.
 Estavas longe, doce amiga; e só vi no perfil da cidade
 O arcanjo forte do arranha-céu cor-de-rosa
 Mexendo asas azuis dentro da tarde.
(POESIAS COMPLETAS)
Obs.: Arcanjo = anjo superior/ Arranha-céu = edifício, prédio.]
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Literatura é a arte da palavra, outras formas de arte também promovem seu cres-
cimento pessoal, permitindo momentos de reflexão, articulação de informações e 
ampliação de sua cultura geral. Lembre-se de que além desse aprimoramento pes-
soal, válido por si só, você estará – automaticamente – preparando-se para ser um 
profissional melhor: grandes profissionais são pessoas interessantes.
Mais textos literários em:
www.releituras.com
www.dobrasdaliteratura.com
Sinopses de filmes em cartaz
www.cineguia.com.br
Museus:
www.masp.art.br
www.mam.org.br
www.museus.art.br
ANDRADE, Mário de. Poemas da amiga. In: Mário de Andrade - Poesias Completas. 
Edição crítica de Diléa Zanotto Manfio. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1987. 
P. 276-7.
COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. Rio de Janeiro: Global, 
2000.
KONDER, Leandro. As artes da palavra – Elementos para uma poética marxista. São 
Paulo: Boitempo, 2005.
Indicação de Sites
Referências
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